Direito Penal III. Aula 01 01/02/2012. Texto As estatísticas criminais sob um enfoque criminológico crítico. Publicado Eduardo Luiz Santos Cabette.

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1 Aula 01 01/02/2012 Texto As estatísticas criminais sob um enfoque criminológico crítico. Publicado Eduardo Luiz Santos Cabette. CABETTE, Eduardo Luiz Santos. As estatísticas criminais sob um enfoque criminológico crítico. Jus Navigandi, Teresina, ano 12, n. 1326, 17 fev Disponível em: < Debate acerca da cifra negra e dourada da criminalidade. Introdução a parte especial do código penal. Aula 02 08/02/2012 I INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS CRIMES EM ESPÉCIE 1.1 Conceitos de crime a) Conceito material: concepção da sociedade é a conduta que ofende um bem juridicamente tutelado, merecedora de pena. b) Conceito formal: concepção do direito é a conduta proibida por lei, sob ameaça de aplicação da pena. c) Conceito analítico: concepção da ciência do direito é toda conduta típica, antijurídica e culpável. Fato típico e antijurídico defende-se que a culpabilidade é apenas pressuposto da aplicação da pena. Fato típico, antijurídico, culpável e punível Fato típico e culpável a antijuridicidade estaria incluída no fato típico. Fato típico, antijurídico e punível a culpabilidade seria a ponte que une o crime à pena. Fato típico, antijurídico e culpável teoria finalista Hans Welzel: Fato típico: Conduta ação ou omissão/ dolo ou culpa Resultado Nexo causal Tipicidade Antijurídico contrariedade do fato com o ordenamento jurídico. Excludentes da ilicitude (antijuricidade): Estado de necessidade Legítima defesa Exercício regular do direito Estrito cumprimento do dever legal Culpável pressuposto necessário para a aplicação da pena. Elementos da culpabilidade: Imputabilidade Profª Tâmisa Fleury Página 1

2 Potencial consciência da ilicitude Exigibilidade de conduta diversa 1.2 Diferenças entre crime e contravenção penal Crime apenado com reclusão/detenção SEM/OU/E multa. Contravenção apenado com prisão simples + SÓ/E. 1.3 Elementos do crime Sujeitos: a) Sujeito Ativo: pessoa que pratica a conduta descrita no tipo. Há a possibilidade de a pessoa jurídica figurar como sujeito ativo de crimes, como nos casos dos crimes ambientais. b) Sujeito Passivo: é o titular do bem jurídico protegido que foi violado. O estado é sempre sujeito passivo (formal). *É possível haver no mesmo crime, pessoa que seja ao mesmo tempo sujeito ativo e passivo, ex: rixa. *Art. 171, 2º, V, CP Objeto do crime a) Objeto material é o bem, de natureza corpórea ou incorpórea, sobre o qual recai a conduta criminosa. b) Objeto jurídico é o bem jurídico tutelado. 1.4 Classificação dos crimes a) Comuns e próprios Comum pode ser cometidos por qualquer pessoa. Ex: homicídio. Próprios crimes que só podem ser praticados por determinadas pessoas. Ex: infanticídio. Pode ser divido em puro e impuro: Puro quando não é cometido pelo sujeito indicado no tipo, não constitui crime. Impuro quando não é cometido pelo sujeito indicado no tipo, transformam-se em figuras delituosas diversas. Crimes de mão própria exige sujeito ativo qualificado, devendo este cometer pessoalmente a conduta típica. Não admitem coautoria. b) Instantâneos e permanentes Instantâneos que se consomem com uma única conduta e não produzem resultado prolongado no tempo. Permanentes que se consumam com uma única conduta, embora a situação antijurídica gerada se prolongue no tempo até quando queira o agente. Ex: seqüestro em cárcere privado. c) Comissivos e omissivos Comissivos com ação. Por omissão quem tem o dever de impedir o resultado. Omissivos omissão. Por comissão abstenção. d) De atividade e de resultado Profª Tâmisa Fleury Página 2

3 De atividade também chamados de crimes formais ou de mera conduta não exige o resultado para a consumação. De resultado também chamados de materiais ou causais exigem a produção do resultado para se consumarem. e) De dano e de perigo De dano se consumam com a efetiva lesão ao bem jurídico. De perigo se consuma com a mera probabilidade de dano. f) Unissubjetivos e plurissubjetivos Unissubjetivos podem ser praticados por uma só pessoa. Plurissubjetivos só podem ser praticados por mais de uma pessoa. Também conhecidos como crimes de concurso necessário. g) Progressivos e complexos Progressivo quando um tipo penal envolve outro para cometer um homicídio necessariamente precisa ter cometido lesão corporal. Complexos quando um tipo penal é formado pela junção de dois ou mais tipos. Ex: roubo. h) Progressão criminosa evolução da vontade do agente, normalmente ferindo o mesmo bem jurídico. i) Crime habitual somente se consuma através da prática reiterada e contínua de várias ações. Ex: sindicância prévia. j) Unissubsistentes e plurissubsistentes Unissubsistentes admite sua prática através de um único ato. Ex: injúria verbal. Plurissubsistentes exigem vários atos. Ex: homicídio. k) De forma livre e de forma vinculada De forma livre pode ser feito de qualquer modo. O tipo penal não define o método. De forma vinculada somente podem ser feitos através de fórmulas descritas no tipo penal. l) Crime vago que não possuem sujeito passivo determinado, sendo este a coletividade. Ex: perturbação de cerimônia funerária. m) Crime remetido que fazem remissão a outros. Ex: art. 304, uso de documento falso Elementos do tipo penal Objeto jurídico bem jurídico tutelado pela norma penal. Sujeito ativo autor da conduta delitiva. Sujeito passivo Tipo objetivo Tipo subjetivo Consumação e Tentativa II. DOS CRIMES CONTRA A PESSOA 2.1. Dos crimes contra a vida Existem 5 crimes neste capítulo, sendo que 4 deles são dolosos (que são julgados pelo tribunal do júri), que são: Profª Tâmisa Fleury Página 3

4 - homicídio doloso art. 121; - induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio art. 122; - infanticídio art.123; - aborto arts. 124 a 126. Além disso, existe o crime de homicídio culposo Homicídio doloso Possui 3 modalidades: Simples; Privilegiado; Qualificado. a) Homicídio Simples art. 121, caput. A lei só especifica as hipóteses em que o homicídio é qualificado e privilegiado, de modo que, é por exclusão que se conclui que o homicídio é simples. a.1) Objeto jurídico é o bem jurídico tutelado. No caso do homicídio é a vida humana extra-uterina. Basta a prova de que nasceu vivo. Como o homicídio afeta um só bem jurídico é classificado como crime simples. a.2) Sujeito Ativo trata-se de crime comum porque pode ser praticado por qualquer pessoa. O homicídio pode ser praticado por 1 só pessoa ou por 2 ou mais em concurso. Trata-se assim de crime de concurso eventual. O Concurso pode se dar por coautoria ou por participação. Existe coautoria quando 2 ou mais pessoas realizam ato executório de matar. Ex: 2 pessoas atiram na vítima. Por admitir coautoria, o homicídio não é crime de mão própria. Existe participação por parte de quem não realiza ato executório, mas de qualquer outra forma concorre para a ocorrência do delito. Ex: quem empresta a arma para o assassino matar a vítima ou o incentiva verbalmente para fazer. a.3) Sujeito Passivo ALGUÉM qualquer pessoa após o nascimento e desde que ainda esteja viva. Qualquer conduta visando tirar a vida de pessoa morta constitui crime impossível por absoluta impropriedade do objeto material, e nos termos do art. 17 do CP., o agente não responde, nem mesmo por tentativa. a.5) Tipo objetivo MATAR é crime de ação livre. Pode ser comissivo ou omissivo. a.6) Tipo subjetivo DOLO animus necandi admite-se o dolo direto e o eventual. a.7) Consumação se dá no momento em que a vítima morre. A lei 9.434/97 considera morta a pessoa, com a cessação da atividade encefálica. A prova da morte se faz com o exame necroscópico, que pode ser suprido com prova testemunhal. Como a consumação pressupõe o resultado morte, o homicídio é crime material. Profª Tâmisa Fleury Página 4

5 A morte ocorre em um momento exato, e por isso, o homicídio é crime instantâneo, porém por ser irreversível se diz que o homicídio é crime instantâneo de efeito permanente. O homicídio classifica-se ainda como crime de dano, sua conduta pressupõe que o bem jurídico seja efetivamente atingido. a.8) Tentativa é possível. Existem 2 espécies de tentativa de homicídio: Tentativa branca quando os golpes/tiros não acertam o corpo da vítima que assim não sofre lesão; Tentativa cruenta quando a vítima é atingida, sofre lesão, mas sobrevive. O agente queria matar, mas só conseguiu provocar lesão. Não se confunde com o crime de lesão corporal, em que a intenção era somente de lesionar. a.9) Progressão criminosa é uma denominação que se dá à hipótese em que o agente inicia a execução querendo praticar um crime menor e durante a execução resolve praticar crime mais grave, hipótese em que o crime maior absorve o menor. Ex: iniciar uma agressão querendo apenas lesioná-lo e durante a agressão, dolosamente, matar a vítima. Homicídio absorve a lesão corporal. Se o agente tenta matar a vítima, um traficante rival, mas não consegue e no dia seguinte fica sabendo que a vítima está na U.T.I de um hospital e na madrugada seguinte invade o hospital para matar a vítima e o faz, temos 2 crimes: o homicídio tentado, na 1ª ocasião e o consumado na 2ª. OBS: não se confunde a progressão criminosa em que há um dolo inicial de lesionar seguido de um dolo de matar no mesmo contexto, com o crime de lesão corporal seguido de morte art. 129, 3º - que é preterdoloso (dolo na lesão e culpa na morte). a.10) Desistência voluntária existe uma situação muito comum de desistência voluntária relacionada com o homicídio. É aquela em que a pessoa efetua o 1º disparo, querendo matar, e ao perceber que a vítima não foi atingida de forma fatal, deixa de efetuar novos disparos, embora possa fazer. Em tal caso, o art. 15 do CP. Diz que ele não responde por tentativa de homicídio e sim por lesões corporais, caso a vítima tenha sido atingida, ou por periclitação da vida art. 132, se não a atinge. a.11) Meios de execução Trata-se de crime de ação livre porque admite qualquer meio de execução, desde que apto a causar a morte, até mesmo por omissão o homicídio pode ser feito. Ex: a mãe querendo a morte do filho, não o alimenta. a.12) Classificação doutrinária O homicídio é crime simples (atinge só 1 bem jurídico), comum (pode ser praticado por qualquer pessoa), material (consumação pressupõe resultado), instantâneo de efeitos permanentes, de dano (exige efetiva lesão do bem jurídico), de ação livre e de concurso eventual Profª Tâmisa Fleury Página 5

6 a.13) Ação Penal pública incondicionada. O simples, consumado ou tentado, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, mesmo que o agente seja um, é crime hediondo. Julgamento no Tribunal do Júri. b) Homicídio privilegiado Art. 121, 1º. Para alguns doutrinadores não é chamado de privilegiado e sim de causa de diminuição de pena b.1) Natureza jurídica causa de diminuição de pena, porque o 1º diz que em suas hipóteses a pena será diminuída de 1/6 a 1/3. *Apesar de o tipo especificar que o juiz PODE reduzir a pena, ele DEVE, ficando a seu critério somente o quantum indenizatório. b.2) Hipóteses de privilégio: * Motivo de relevante valor moral relevante valor é algo importante na moral, diz respeito a valor de interesse particular ou específico do agente é a motivação considerada nobre, como ocorre no caso da eutanásia, em que o sujeito mata para evitar o sofrimento da pessoa doente ou com alguma anomalia. Outro exemplo é o pai que mata o estuprador da filha a fim de limpar a honra desta. * Motivo de relevante valor social significa que os jurados reconhecem que o sujeito ao matar a vítima pensava estar com isso fazendo um bem à coletividade. O exemplo da E.M.C.P é matar o traidor da pátria. Caso concreto grupo de traficantes que entra em uma coletividade para aliciar menores para o tráfico. No caso concreto em que foi reconhecido o privilégio é o do morador de um bairro em que, em um momento isolado, matou o líder de tráfico do bairro, após várias tentativas de comunicação com as autoridades que nada fizeram para evitar os traficantes. * Violenta emoção esta é a forma pela qual é conhecida a última hipótese de privilégio. Contudo, o texto legal é muito mais amplo, exigindo que a pessoa mate sob o domínio de violenta emoção logo em seguida a injusta provocação da vítima. Em 1º lugar é necessário que haja uma injusta provocação da vítima, como por exemplo, xingar a vítima, cuspir nela, riscar seu veículo ou danificar o muro de sua casa com pichação, colocar o som muito alto de madrugada incomodando a vizinhança. No privilégio, exige mera provocação injusta, enquanto na legítima defesa exige-se agressão injusta. Ex: vítima que está espancando alguém, que para se defender, nela dá uma facada. Quando alguém mata IMEDIATAMENTE após flagrante de adultério não se aceita a absolvição por legítima defesa da honra, sendo, contudo, possível o privilégio da violenta emoção. A expressão logo em seguida pressupõe que não haja uma clara interrupção entre o momento que cessa o ato da provocação e o momento homicídio. Quando o ato de provocação é realizado longe do agente, considera-se que ele matou logo em seguida, desde que tenha cometido o crime assim que tomou conhecimento da provocação. Observação: as 3 hipóteses de privilégio são de caráter subjetivo, porque se referem à motivação ou ao estado emocional. Por isso, não se comunicam no caso Profª Tâmisa Fleury Página 6

7 de concurso de agentes. O fato de reconhecerem o privilégio para um dos réus, não significa que o crime será também privilegiado para o outro. Nada obsta, entretanto, que os jurados também reconheçam o privilégio para o outro réu. Homicídio passional crime praticado por amor (ciúmes, vingança, traição, etc). Somente será privilegiado quando preencher todos os requisitos necessários para a configuração deste. Aula 03 15/02/2012 c) Homicídio Qualificado Art. 121, 2º. Pena de 12 a 30 anos. Por ser crime hediondo, a pena é cumprida inicialmente em regime fechado L /90 c.1) Classificação das qualificadoras: A primeira classificação diz respeito a razão que levou o legislador a entender que em tal caso que o homicídio é mais grave. a) O motivo ex: motivo fútil ou torpe as qualificadores quanto ao motivo estão todas nos incisos I e II. b) Quanto ao meio empregado inciso III ex: fogo, veneno, asfixia... c) Quanto ao modo de execução inciso IV e dizem respeito a recurso que de algum modo dificulta ou impossibilita a defesa da vítima. d) Por conexão inciso V é o homicídio em razão de outro crime. Ex: para assegurar a impunidade de outro crime. Conexão vínculo de 2 crimes outro crime + homicídio A segunda classificação das qualificadoras do homicídio as divide entre aquelas que são de caráter subjetivo e aquelas de caráter objetivo. a) As de caráter subjetivo são as que se referem aos motivos do assassino e estão previstas nos incisos I, II e V. As qualificadoras do inciso V, embora contenha conexão com outro crime, dizem também respeito as razões/motivos que levaram o sujeito a matar a vítima. b) De caráter objetivo que se referem ao meio e modo de execução, estas estão nos incisos III, IV. Um exemplo da importância dessa classificação refere-se à possibilidade de um homicídio ser ao mesmo tempo qualificado e privilegiado. Considerando que o privilégio é sempre de caráter subjetivo ele é incompatível com as qualificadoras subjetivas, porque o homicídio não pode ser ao mesmo tempo de relevante valor social ou moral e fútil ou torpe. Como o privilégio é votado antes, seu reconhecimento impede que o juiz ponha em votação as qualificadoras subjetivas. Nada obsta ao reconhecimento concomitante do privilégio com as qualificadoras objetivas. Ex: violenta emoção + tiro pelas costas Subjetivo objetivo Eutanásia + emprego de veneno Profª Tâmisa Fleury Página 7

8 O STF firmou o entendimento de que o homicídio privilegiado-qualificado não é hediondo. c.2) Qualificadoras em espécie Inciso I, 1ª parte Homicídio mercenário crime praticado mediante paga ou promessa de recompensa. Trata-se de modalidade de homicídio de concurso necessário porque pressupõe o envolvimento mínimo de 2 pessoas que são chamadas de mandante e executor, assim é crime de concurso necessário. A paga é prévia em relação ao assassinato e a promessa é para pagamento posterior e a qualificadora existirá ainda que o mandante não cumpra o que tinha prometido. Prevalece o entendimento de que esta qualificadora diz respeito apenas a interesse econômico do executor, como por exemplo, em dinheiro, recebimento de um imóvel, perdão de dívida. Porque quando alguém mata porque a mulher fez promessa de sexo em troca do assassinato aplica-se a outra qualificadora, do inciso I, que é genérica, que é a do motivo torpe. A qualificadora se aplica só para o executor ou também para o mandante? A questão reside na interpretação do art. 30, que diz que as circunstâncias que são subjetivas só se comunicam se forem elementares. A 1ª corrente diz que qualificadora não é elementar e, portanto não se estende ao comparsa, porque no caso em análise a qualificadora é de caráter subjetivo. A qualificadora da paga só se aplica ao executor e em relação ao mandante devem ser analisados os motivos próprios que o levaram a contratar o assassino. Exemplo: vice-prefeito que contrata assassino para matar o prefeito, responde pelo motivo torpe, o pai que contrata o matador para matar o estuprador da filha, ele responde por homicídio privilegiado. A 2ª corrente entende que a qualificadora se aplica também ao mandante. Para esta corrente a qualificadora em estudo é elementar por ser requisito essencial do crime e assim se estende a todos os envolvidos. O art. 30 do CP tem 2 regras: Circunstâncias subjetivas NÃO se comunicam. Elementar subjetiva se comunicam. É que para esta corrente o fato de se tratar de crime de concurso necessário faz com que o envolvimento do mandante seja essencial à existência do delito e por isso excepcionalmente temos uma qualificadora que ao mesmo tempo é elementar do homicídio. Esta corrente é a adotada pelo STF. Observação: o pai contrata alguém para matar estuprador da filha. Os jurados condenam o executor por crime qualificado e reconhece o privilégio do pai, isto automaticamente afastará a qualificadora do mandante. Trata-se contudo de situação raríssima, pois em geral, os jurados sequer cogitam privilégio para o mandante, como no caso em que o vice contrata alguém para matar o prefeito, o que gera a condenação de ambos pelo homicídio qualificado. De acordo com o art. 31 do CP, se o executor contrata, e não chega a tentar o homicídio por qualquer razão, o mandante não será punido. Inciso I, 2ª parte motivo torpe Considerado imoral, vil. É o motivo que chama atenção pela repugnância quanto à motivação. Profª Tâmisa Fleury Página 8

9 Ex: integrantes de uma facção que atuam em um bairro descobrem que um morador é policial e o matam por causa disso. Matar pessoas em razão de preconceito (homossexual nordestino, argentino, de determinada religião). Filho que mata pai por herança. Matar para assumir cargo. Também constitui motivo torpe, matar por motivo financeiro, que não seja o da paga ou promessa de recompensa. Outro exemplo é o marido matar a esposa porque ela não quis transar. A vingança pode ou não ser considerada motivo torpe dependendo do que a tenha motivado. O ciúme não é considerado motivo vil, por isso não caracteriza motivo torpe. Exemplo: quando o pai, pessoalmente, mata o estuprador da filha, cometeu uma vingança, mas que não é qualificada. Mas o devedor que mata o credor porque esse protestou o título incide sim nessa qualificadora. Inciso II, motivo fútil motivo pequeno, sem importância. Há grande desproporção entre o motivo e o assassinato. Exemplo: matar alguém que fez manobra errada no trânsito, matar o garçom que disse que não podia servir bebida porque o bar estava fechando, matar o torcedor de outro time porque fez brincadeira com a derrota do outro, o marido que mata a esposa porque ela fez um almoço ruim. O motivo de um homicídio não pode ser ao mesmo tempo fútil e torpe. O motivo fútil é especial em relação ao torpe que é genérico. Se o motivo do crime for considerado pequeno, aplica-se somente o motivo fútil, ainda que haja cunho moral na motivação. Se a característica quanto à motivação for apenas a imoralidade/impugnação, aplica-se o motivo torpe. Quando não se sabe o motivo que levou ao assassinato, não se pode presumir que ele seja fútil de modo que havendo prova de autoria, deve ser condenado por homicídio simples. Se o réu, confessa que matou e diz que o fez absolutamente sem nenhum motivo, a interpretação a ser dada é a de que ele matou por prazer de tirar a vida alheia que constitui o motivo torpe e não fútil. Se o agente mata em razão de uma grave troca de ofensas ou de uma grave discussão, não se aplica a qualificadora do motivo torpe, ainda que esta discussão tenha começado por um motivo pequeno. A doutrina costuma dizer que o ciúme não é um motivo pequeno para aquele que o sentiu de modo que em regra, não se aplica o motivo fútil. É evidente, entretanto que certas situações fáticas demonstram que o sujeito matou alegando ciúmes quando obviamente cuida-se apenas do sentimento de posse injustificada, o que gera qualificadora do motivo fútil. Inciso III quanto aos meios de execução A Veneno: é toda substância capaz de lesar a saúde ou destruir a vida. Entende que somente pode ser aplicada a qualificadora quando o veneno é aplicado à vítima sem que ela saiba. Se for forçada, será considerada a qualificadora por meio cruel. O vidro moído não é considerado veneno e sim meio insidioso. B Fogo: em suas diversas formas, qualifica-se também, pelo fato de gerar perigo comum (incêndio). Profª Tâmisa Fleury Página 9

10 C Asfixia: pode ser mecânica ou tóxica. A asfixia mecânica pode se dar por: Esganadura: consiste em o agente, com o seu próprio corpo, apertar o pescoço da vítima, na maior parte dos casos com a mão; Estrangulamento: o agente fazendo uso de sua própria força, apertar o pescoço da vítima com um fio, cabo aço, corda, etc; Enforcamento: também há o uso de uma corda ou algo similar, mas existe o envolvimento de força da gravidade no ato de apertar o pescoço da vítima, na maior parte usa-se o peso do corpo da vítima; Sufocação: consiste na utilização de algum objeto para obstruir o acesso de ar nos pulmões, travesseiros, mordaças, etc. Soterramento: submersão em meio sólido; Afogamento: submersão em meio líquido; Confinamento: em local que não penetre ar. D Tortura: inflição de mal desnecessário para causar à vítima dor, angústia, amargura, sofrimento. Pode ser física ou moral. Diferença entre homicídio qualificado pela tortura e tortura qualificada pela morte art. 3º Lei 9.455/97. No homicídio, a tortura é o meio empregado para se obter o evento morte, sendo este, a morte um resultado doloso pena de 12 a 30 anos e o julgamento é feito pelo júri. Já no crime da lei especial, o delito como um todo é preterdoloso, exigindo dolo na tortura e culpa no evento morte. A pena é de 8 a 16 anos e o julgamento é feito pelo juízo singular. E Meio insidioso É uma sabotagem, armadilha, meio fraudulento que irá provocar a morte da vítima = sabotar pára-quedas, motor de caminhão, ou colocar farinha dentro da cápsula do medicamento que a vítima toma todos os dias a fim de evitar o ataque cardíaco. F Meio cruel: que sujeite a vítima a graves e inúteis vexames ou sofrimentos físicos ou morais. A crueldade só pode ser reconhecida quando partida de um ânimo calmo que permita a escolha dos meios capazes de infligir o maior padecimento desejado à vítima. O ato de destruir/esquartejar o cadáver após o homicídio não gera a qualificadora do meio cruel e sim crime autônomo de destruição de cadáver previsto no art. 211 do CP. A reiteração de golpes, quando causar sofrimento na vítima, gera qualificadora do meio cruel. G Meio do qual possa resultar perigo comum: Método que além de matar a vítima, pode colocar em risco a vida de várias pessoas. Exemplo: deslizamento de terra. Exemplo muito comum é o de efetuar disparos contra a vítima em meio uma multidão que pode provocar correria e pisoteamento. Profª Tâmisa Fleury Página 10

11 A forma como está redigido o dispositivo faz com que exista a qualificadora com a fácil possibilidade de ocorrer perigo comum, não sendo necessário que este se concretize. Inciso IV Qualificadoras quanto ao modo de execução Neste inciso existem 3 qualificadoras específicas em relação as quais o legislador parte da premissa que de algum modo dificultam a defesa da vítima: emboscada, traição e dissimulação. No final do dispositivo existe uma fórmula genérica para a utilização de qualquer outro recurso que dificulte ou impossibilite a defesa. Traição: o agente se aproveita de alguma facilidade, que decorre da prévia confiança que a vítima nele deposita, para matá-la num momento inesperado. Exemplo: matar o marido enquanto ele está dormindo, tiro pelas costas, esganar enquanto realiza ato sexual. Emboscada: significa tocaia, ficar escondido esperando a vítima chegar ou ali passar para alvejá-la de surpresa. Dissimulação: é o emprego de alguma fraude para se aproximar da vítima e então matá-la em um gesto repentino. A dissimulação pode ser moral ou material. Moral é aquela que o agente emprega uma farsa meramente verbal para promover a aproximação com a vítima. Material é o uso de um disfarce ou algo simular para nela se aproximar. 4ª figura é a fórmula genérica consistente em qualquer outro recurso que dificulte ou torne difícil a defesa da vítima. Exemplo: o golpe de surpresa, golpe pelas costas, vítima que está algemada, amarradas, presa, dormindo, em coma, etc. Inciso V qualificadoras pela conexão quando o homicídio é praticado em razão de outro crime. A conexão teológica: em que o agente 1º mata alguém para com isso viabilizar a execução de um crime seguinte. Exemplo: matar o segurança para seqüestrar o patrão, matar o marido para estuprar a esposa. Nestes casos, o agente responde pelo homicídio qualificado em concurso material com o outro crime, se efetivamente conseguiu cometê-lo. Observação: existem poucas exceções a esta regra: matar alguém para subtrair seus pertences constitui crime especial, chamado latrocínio que tem pena maior do que a soma do homicídio qualificado. B conexão conseqüencial: em que o agente primeiro comete outro crime e depois o homicídio, a fim de garantir a ocultação, a impunidade ou a vantagem do 1º. Quando o agente quer garantir a ocultação do outro crime significa que a existência desse delito anterior é desconhecida da existência do crime. Já no caso de matar para garantir a impunidade, já se sabe da existência do crime anterior e a finalidade do homicídio é evitar a aplicação da pena. Exemplo: pessoa que está sendo processada mata testemunha antes da audiência de inquirição. Como o inciso V só abrange como qualificadora a conexão do homicídio com outro crime, caso haja conexão com uma contravenção penal, aplica-se a qualificadora do motivo torpe. Observações finais Profª Tâmisa Fleury Página 11

12 A premeditação não consta no rol das qualificadoras, por isso não qualifica o crime. O parricídio e o matricídio, que são respectivamente a morte do próprio pai e da própria mãe, não constituem necessariamente hipótese qualificada de homicídio, caracterizam sempre agravante genérica prevista no art. 61, II, e. Aplicação das qualificadoras nos casos de concurso de agentes As qualificadoras de caráter subjetivo, que são aquelas ligadas à motivação do homicídio, não se comunicam em razão da regra do art. 30 do CP, desde que fique provado que um dos indivíduos matou, por exemplo, por motivo torpe, que era desconhecido do comparsa, hipóteses em que a qualificadora só se aplica ao primeiro. EXCEÇÃO: caso fique provado que ambos os envolvidos agiram por motivo torpe, a qualificadora será aplicada para os dois. Qualificadoras de caráter objetivo De acordo com a regra do art. 30, a regra é de que as qualificadoras objetivas (meio e modo de execução) aplicam-se aos coautores, que são aqueles que executaram o crime de forma mais gravosa, como também se comunicam os partícipes que tinham tido ciência da forma mais grave que o crime cometido e mesmo assim tinham colaborado com o autor. EXCEÇÃO: as qualificadoras objetivas não se comunicam ao partícipe que não tinha tido ciência da forma mais gravosa do meio pelo qual o crime seria cometido. Se os jurados reconhecerem 2 ou mais qualificadoras, o juiz, na fixação da pena, utiliza 1 delas para qualificar o crime e as demais como agravante genéricas do art. 61, II, já que tal enquadramento é viável. Causas de aumento de pena art. 121, 4º, segunda parte No homicídio doloso, a pena será aumentada de 1/3 se a vítima for menor de 14 ou maior de 60 anos, dispositivos inseridos pelo ECA e EI. Essas causas aplicam-se a todas as figuras do crime doloso. Se o agente atirar na vítima enquanto ela é menor de 14 anos e só morrer depois, o aumento incide, porque o art. 4º do CP, que trata do tema tempo do crime, diz que se considera cometido o delito, no momento da ação, ainda que o resultado seja posterior Homicídio culposo Art. 121, 3º, 4º e 5º. O crime somente será culposo quando especificado na norma. Modalidades de culpa: Imprudência que se dá com a quebra de regras de condutas ensinadas pela experiência. Ex: quem não sabe lidar com arma de fogo, a manuseia, provoca disparo e mata alguém. Negligência quando o sujeito se porta sem a devida cautela. Manifesta-se na forma omissiva. Ex: mãe que deixa veneno em cima da mesa. Profª Tâmisa Fleury Página 12

13 Imperícia falta de aptidão para exercício da arte ou profissão. Ex: ortopedista que mata paciente realizando cirurgia plástica. Culpa consciente culpa com previsão. Prevê o resultado, mas confia na sua habilidade. Culpa inconsciente culpa sem previsão. Não prevê o resultado. #Diferença de culpa consciente com dolo eventual. Em ambos ele prevê o resultado e deseja que ele não ocorra, mas na culpa consciente ele tenta evitálo. Crimes de Trânsito breves relatos. Causa de aumento de pena - 4º. Inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício que não observa regra técnica e obrigatória de sua profissão. Ex: médico não esterilizar instrumento que utiliza na cirurgia. Há discussões acerca desta circunstância pelo fato de alguns considerarem que se trataria de bis in idem (NUCCI), pois relaciona ser igual à imperícia. Deixar de prestar socorro à vítima omissão de socorro se não queria o dano, porque não amenizou o resultado? Mirabete Caso fique comprovado que o autor poderia ter evitado a morte da vítima, ocorrerá homicídio doloso, art. 13, 2º, c. Não procurar diminuir as conseqüências do seu ato mesmo acima. Fuga da prisão em flagrante busca evitar o desaparecimento/falta de identificação do agente. NUCCI defende ser esta causa de aumento de pena inconstitucional. #Não incide o aumento de pena quando comprovado que o autor evadiu-se do local por ameaça de represálias, ou, tendo ele sofrido lesões, saiu em busca de socorro, ou, quando a vítima recebe socorro de terceiros. # Nos casos de crime de trânsito, a falta de socorro também constitui causa de aumento de pena no CTB, mas a fuga é descrita como crime autônomo. Perdão Judicial art.121, 5º É um instituto aplicado somente ao homicídio culposo, nunca no doloso. Trata-se de um instituto em que o juiz pode deixar de aplicar a pena se entender que as conseqüências do fato criminosos, atingiram o próprio agente de forma tão grave, que sua imposição se mostre desnecessária. Exemplo: quando a vítima é parente, cônjuge, ou ainda quando o autor do crime ficou gravemente ferido como conseqüência de sua conduta culposa que causou a morte de outra pessoa. O art. 121, 5º também é aplicável aos crimes culposos do CTB, porque o dispositivo que tratava do tema no CTB foi vetado com a expressa justificativa presidencial de possibilitar a aplicação do art. 121, 5º do CP aos crimes de trânsito. No caso de concorrência de culpas, duas ou mais pessoas agem de forma culposa provocando a morte de terceiro, hipótese em que ambos respondem por homicídio culposo. Se o juiz conceder perdão judicial a um deles, porque a vítima era seu filho, o benefício não se estende ao outro porque o perdão foi concedido por circunstâncias de caráter pessoal. Profª Tâmisa Fleury Página 13

14 O perdão judicial tem natureza jurídica de causa extintiva da punibilidade, nos termos do art. 107 do CP. A súmula 18 do STJ por sua vez, diz que a sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção de punibilidade, não subsistindo nenhum outro efeito (nem de indenizar). Aula 04 29/02/ Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio art. 122 Nossa lei não pune aquele que tenta se matar e não consegue. Assim, não é crime o ato de tentar se suicidar. Em contrapartida, a lei permite a coação para impedir o suicídio, conforme art. 146, 3º, inciso II do CP. Este crime é também conhecido como participação em suicídio porque nele se pune quem toma parte em suicídio alheio. O legislador, embora não considere o suicídio um crime, pune como crime autônomo, a conduta de colaborar dolosamente no suicídio. Objeto jurídico vida humana extrauterina. Sujeito ativo qualquer pessoa. Sujeito passivo qualquer pessoa. É necessário que o sujeito ativo tenha um mínimo de discernimento e capacidade de resistência ao induzimento, à instigação ou ao auxílio. Caso contrário poderá ser tipificado como homicídio, por exemplo, se o suicida é inimputável ou menor. Também é indispensável que a pessoa seja DETERMINADA. Exige-se ainda dolo em relação ao suicídio de pessoa ou pessoas determinadas de modo que não podem ser punidos os autores de músicas ou livro que falem em suicídio e que acabam servindo de inspiração para se matar. O autor da música ou livro não agiu com dolo direto ou eventual em relação ao suicídio daquele desconhecido. Tipo objetivo Induzir, instigar ou auxiliar. O induzimento e a instigação são classificados como forma de participação moral do suicídio, pois se referem ao processo de conscientização do suicida. Induzir consiste em fazer surgir a ideia de suicídio em alguém. A instigação consiste em reforçar a ideia suicida já existente em alguém. Exemplo: o suicida que está em alto prédio dizendo que vai pular e outra pessoa o induz. O auxílio é uma participação material no suicídio, pois consiste em colaborar com o ato suicida. Exemplos: ministrar instruções sobre o modo de empregar os meios para matar-se, no criar as condições de viabilidade do suicídio. Se ficar demonstrado que foi o agente quem provocou a morte da vítima, por exemplo, empurrando-a do alto de um prédio a pedido desta, o agente responde por homicídio porque tecnicamente não houve suicídio. O Profª Tâmisa Fleury Página 14

15 consentimento não exclui o crime porque a vida é um bem indisponível, entrega a arma para a pessoa se matar. A prática de duas condutas responde por apenas um delito. Tipo subjetivo dolo. Consumação e tentativa como a lei prevê pena de 2 a 6 anos de reclusão se a vítima morreu, e de 1 a 3 anos se em razão do ato suicida ela sofrer lesão corporal grave, conclui-se que a consumação ocorre no momento em que a vítima morre ou sofre lesão grave. Quando a vítima sofre lesão grave o crime é considerado consumado porque existe pena para este caso na parte especial do código, o que torna desnecessária a combinação com o art. 14 que é o dispositivo que confere pena para os crimes tentados em geral. O legislador intencionalmente deixou de prever pena para outras hipóteses, ou seja, se a vítima sofrer lesão leve ou não sofrer nenhuma lesão. Fato considerado atípico nesta hipótese. Conclusão: o crime de participação em suicídio não admite tentativa, porque se a vítima morre ou sofre lesão corporal grave o crime se considera de lesão grave e nos demais casos é considerado atípico. Causas de aumento de pena a pena será duplicada: Se o crime for praticado por motivo egoístico excessivo apego a si mesmo, o que evidencia o desprezo pela vida alheia. Ex: estimular pai para ficar com a sua herança. Primeira parte quando a vítima é menor de 18 anos. Discute-se na doutrina que em se tratando de menor de 14 anos, o crime deixará de ser participação em suicídio com pena em dobro e passará a ser de homicídio na hipótese em que alguém estimula o menor a se matar. Segunda parte doenças (físicas ou mentais), abalos psicológicos, ingestão de álcool ou outras substâncias. Se a vítima não tiver nenhuma capacidade de resistência, o crime é o de homicídio. Exemplo: estimular pessoa com grave problema mental a pular do alto de um prédio. Classificação: comum, material, instantâneo, comissivo (de ação), de dano, unissubjetivo, de forma livre, plurissubsistente. Curiosidades: Quando alguém presta um certo auxílio para que a vítima cometa suicídio, mas esta se mata de algum outro modo não se valendo do auxílio prestado pelo agente, não existe crime por não ter nexo causal entre o auxílio prestado e o suicida. Exemplo: o agente fornece veneno, mas ela pula do prédio. Omissão Existem duas correntes em torno da possibilidade de caracterização por omissão por parte de quem tinha o dever jurídico de evitar o suicídio, mas resolve se abster. A 1ª corrente diz que sim, com fundamento no art. 13, 2º do CP, que diz que responde pelo resultado quem tem o dever jurídico de evitá-lo e podendo fazê-lo se omite. Para esta corrente incorre no art. 122 o bombeiro que é Profª Tâmisa Fleury Página 15

16 chamado ao local onde alguém está dizendo que vai se matar e intencionalmente fica inerte, embora pudesse tentar o ato. A 2ª corrente diz que não, porque os verbos induzir, instigar e auxiliar são incompatíveis com a omissão, o que o bombeiro, no exemplo acima, responda por omissão de socorro agravada pelo resultado morte. Pacto de morte (suicida) em que duas pessoas estimulam-se mutuamente a praticar suicídio numa mesma ocasião. Quando ambos não participam do ato consumativo: Se ambos sobrevivem, mas um sofre lesão grave e outro, lesão leve Aquele que sofreu lesão leve responde pelo art. 122 estando incurso na pena de 1 a 3 anos, porque o outro sofreu lesão grave. Para aquele que sofreu lesão grave o fato é atípico, pois embora tenha estimulado um ato suicida, a lei não prevê pena quando a consequência é uma lesão leve. Se A e B estimulam-se mutuamente a morrer na mesma ocasião, mas fica combinado que A efetuaria o disparo em B e depois se mataria, temos as seguintes possibilidades: 1 se o B morre e A sobrevive, ele responde por homicídio, porque ele quem executa o ato consumativo o disparo da arma; 2 caso B sobreviva e A morra ou sofra lesão corporal grave, como consequência do ato suicida, B responde pelo crime do art Roleta Russa quem sobreviveu responde por participação em suicídio. Testemunhas de Jeová: As Testemunhas de Jeová são uma seita que tem como um de seus dogmas não aceitar a transfusão de sangue, sob o argumento de que se a Palavra de Deus proíbe a sua ingestão, também não podemos infundi-lo em nosso organismo, pois que, nesse caso, estamos permitindo que a alma de outra pessoa entre em nós, sendo preferível, nesse caso, a morte. O que fazer diante de uma situação em que um adepto da seita das testemunhas de Jeová, após ferir-se gravemente em um acidente de trânsito, necessitando realizar uma transfusão de sangue, recusa-se a fazê-lo sob o argumento de que prefere morrer ao ser contaminado com o sangue de outra pessoa, que passará a correr em suas veias? Dessa forma, temos que observar os seguintes detalhes: a) o próprio agente, maior e capaz, recusa-se terminantemente a receber o sangue; b) seus pais, dada a falta de consciência do paciente, não permitem a transfusão; c) a responsabilidade do médico diante dessa hipótese. Entendemos que, no caso de ser imprescindível a transfusão de sangue, mesmo sendo a vítima maior e capaz, tal comportamento deverá ser encarado como uma tentativa de suicídio, podendo o médico intervir, inclusive sem o seu consentimento, uma vez que atuaria amparado pelo inciso I do 3º do art. 146 do CP, que diz não se configurar constrangimento ilegal a intervenção médica ou Profª Tâmisa Fleury Página 16

17 cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida. Os pais daquele que não possui capacidade para consentir são, conforme determina o 2º do art. 13 do CP, considerados garantidores, tendo que levar a efeito tudo o que esteja ao seu alcance, a fim de evitar a produção do resultado lesivo. Se o paciente, por exemplo, necessitava de transfusão de sangue, sob o risco iminente de morte, também poderá o médico, deixando de lado a orientação dos pais que seguem a seita, realizar a transfusão de sangue, com fundamento no mencionado parágrafo do art. 146 do CP. Agora, o que fazer com os pais que não autorizam a necessária transfusão de sangue, retirando, inclusive, seu filho do hospital, o qual, em razão disso, vem a falecer? Entendemos que, nesse caso, deverão os pais responder pelo delito de homicídio, uma vez que gozam do status de garantidores, não podendo erigir em seu benefício a dirimente relativa à inexigibilidade de conduta diversa. No que diz respeito à posição ocupada pelo médico, também acreditamos que, enquanto o paciente estiver sob os seus cuidados, deverá levar a efeito todos os procedimentos que estejam ao seu alcance, aí incluída a transfusão de sangue, no sentido de salvá-lo, pois que também é considerado como garantidor Infanticídio art. 124 Objeto jurídico vida. Sujeito ativo mãe em estado puerperal. Trata-se de crime próprio. Admite-se participação e coautoria. Teoria monista: Essa possibilidade existe em razão do art. 30 do CP que diz que esta circunstância de caráter pessoal se estende a todos os envolvidos quando forem elementares do crime, como ocorre no infanticídio. o Haverá participação quando a mãe, sozinha, matar o recém-nascido, mas ficar provado que outra pessoa a incentivou a fazê-lo, sendo esta o partícipe. o A coautoria é também possível e se aperfeiçoa quando a mãe e outra pessoa matam o recém-nascido. Sujeito passivo filho que está nascendo ou é recém-nascido. Se a mãe mata outro filho de idade avançada, o crime é de homicídio. Se natimorto (nasceu morto) configura crime impossível, art. 17 do CP. Se por erro a mãe mata outro recém-nascido pensando que se trata do seu próprio filho, ela responde por infanticídio porque ocorreu erro sobre pessoa, em que o art. 20, 3º diz que o agente responde como se tivesse matado quem pretendia. Por já fazerem parte das elementares do tipo, não são aplicáveis a este crime as agravantes genéricas que se referem a crime contra descendente e crime contra criança (art. 61, II, e e h ). Tipo objetivo Matar, estado puerperal, próprio filho, durante, logo após. Matar tirar a vida. Estado puerperal CRITÉRIO BIOPSÍQUICO conjunto de alterações que ocorre no organismo da mulher em decorrência do fenômeno do parto e que Profª Tâmisa Fleury Página 17

18 podem levá-la a um breve sentimento de rejeição em relação ao filhó e se por esse motivo ela o matar, o crime será o de infanticídio. Para a configuração do infanticídio é necessário que se faça prova de que a morte decorreu do estado puerperal, ou isso é sempre presumido? Por ser exigência do próprio tipo penal é necessário que se faça prova nesse sentido, que é obtida mediante exame médico-psiquiátrico. Se o laudo for positivo a mulher responderá por infanticídio, mas se for negativo, responderá por homicídio. Caso, todavia, seja apresentado laudo inconclusivo porque os médicos ficaram em dúvida, a solução é presumir que a morte ocorreu do estado puerperal por ser o que comumente ocorre e em razão do indubio pro réu. O infanticídio é um crime que possui elementar temporal, pois só pode ser praticado durante ou logo após o parto. O parto se inicia com a dilatação do colo do útero, com o corte das camadas abdominais ou com o rompimento da membrana amniótica e termina com a expulsão completa do feto (nascimento). Logo após dura enquanto perdurar o estado puerperal de cada mulher em cada caso concreto. Essa duração é variável de acordo com cada organismo, mas é comprovado que não excede alguns dias. Tipo subjetivo dolo, nas formas direta ou eventual. É admissível o delito na forma omissiva. Exemplo: quando deixa de alimentar. Não admite-se na forma culposa. E se a mãe, durante o estado puerperal, mata por imprudência? Existem 2 correntes: 1ª corrente majoritária diz que o crime é o homicídio culposo. 2ª corrente diz que o fato é atípico, porque o estado puerperal é incompatível com o crime culposo. Além disso, o desencadeamento de A. P por homicídio culposo seria sempre inócuo, porque acabaria em concessão de perdão judicial. Consumação e tentativa com a morte. A tentativa é admissível. Classificação próprio, instantâneo, comissivo, material, de dano, unissubjetivo, plurissubsistente, de forma livre. Curiosidades: Estado puerperal mínimo, médio, máximo: Se a mãe sob estado puerperal mínimo, não atua para evitar a morte do filho, incorrerá em homicídio. Se sob estado puerperal máximo, será considerada inimputável. Se sob o estado médio, será infanticídio. Aula 05 07/03/ Arts. 124 a 128 Aborto Profª Tâmisa Fleury Página 18

19 a) Introdução a.1) Fundamento constitucional princípio da dignidade da pessoa humana, art.1º, inciso III da CF. a.2) O início da tutela penal da vida humana intrauterina desde a fecundação que corresponde à união dos gametas masculino e feminino na trompa, formando-se o ovo. A pílula do dia seguinte não tem caráter abortivo porque atua para impedir a união dos gametas, a formação do ovo. a.3) Conceito de aborto: a interrupção da gravidez humana com a expulsão e morte do feto ou embrião. a.4) Formas de aborto: Aborto natural: quando oriundo de causas patológicas, no qual ocorre de maneira espontânea. Neste caso, não há crime. Aborto acidental: quando provocado por causas exteriores e traumáticas como nos casos de quedas, choques, etc. Não há crime. Aborto criminoso: é a interrupção forçada e voluntária da gravidez, causando a morte do feto ou embrião. Constitui crime. Aborto permitido ou legal: é a cessão da gestação, com a morte do feto ou embrião, admitida por lei. Admite duas formas: Terapêutico ou necessário: quando a vida da gestante está ameaçada, assim a interrupção ocorre por recomendação médica, por se tratar de estado de necessidade. Art. 128, I, CP. Sentimental ou humanitário: é a permissão legal para a interrupção da gravidez, ocorre quando a mulher for vítima de estupro. Art. 128, II, CP. Aborto eugênico, eugenésico ou embriopático: é a interrupção da gravidez para evitar que a criança nasça com graves defeitos genéticos. Há controvérsias se a haverá ou não o crime art O STF está para julgar a ADPF nº 54 trata acerca do aborto de feto anencefálico majoritariamente tem se admitido. Aborto econômico-social: quando é feito por razões econômicas ou sociais. b) Art.124 Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento b.1) Autoaborto art. 124, 1ª parte Objeto jurídico vida do feto. Tipo Objetivo: Provocar causar ou determinar. Aborto não há necessidade de o produto da concepção morto seja expelido das entranhas da mulher. A morte ocorre com a cessação da atividade cerebral. Pode ser cometido por qualquer meio (crime de forma livre). A gestante é quem provoca em si mesma. Pode ser cometido por omissão mãe que não se alimenta ou médico que sabendo tratar de uma mulher em estado grave nada faça para impedir o aborto espontâneo. Ambos são garantidores. Profª Tâmisa Fleury Página 19

20 Tipo subjetivo doloso, não admite a forma culposa. Sujeito ativo somente a gestante. Admite-se a participação de terceiro, que responderá pelo mesmo crime, de acordo com o art. 30 do CP. Não admite coautoria (crime de mão própria). Sujeito passivo embrião ou feto. Havendo gravidez gemelar (gêmeos), sendo a mãe ciente, caracterizará o concurso formal impróprio art. 70, caput, segunda parte. Consumação com a morte cerebral do feto ou embrião. Tentativa é admitida. b.2) Aborto consentido art. 124, 2ª parte Objeto jurídico vida do feto. Tipo objetivo: Consentir o consentimento deve ser válido. Consentimento inválido quando a gestante não é maior de 14 anos, é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência (Parágrafo Único do art. 126 do CP). Tipo subjetivo doloso, não admite a forma culposa. Sujeito ativo somente a gestante. É possível a participação. Sujeito passivo embrião ou feto. Havendo gravidez gemelar, sendo a mãe ciente, caracterizará o concurso formal impróprio art. 70, caput, segunda parte. Consumação com a morte cerebral do feto ou embrião. Tentativa é admitida. c) Art. 125 Aborto provocado por terceiro Objeto jurídico vida do feto ou embrião. Tipo objetivo: Provocar dar causa ou determinar. Sem o consentimento - Este delito pode se configurar em 2 situações: Quando efetivamente não havia nenhum consentimento da gestante. Exemplo: agressão com intuito de provocar o aborto, colocação de substância abortiva na bebida da gestante, etc. Quando existiu com o consentimento da gestante no plano fático (consentimento inválido). Isto ocorre nas hipóteses elencadas no artigo 126, parágrafo único: se o consentimento foi obtido com o emprego de violência, grave ameaça ou fraude, ou se já foi prestado por gestante não maior de 14 anos ou doente mental. Só não é válido o consentimento se ficar provado que a doença mental retirava por completo a capacidade de entendimento da gestante. Profª Tâmisa Fleury Página 20

21 Tipo Subjetivo dolo, não havendo na forma culposa. Sujeito ativo qualquer pessoa. Sujeito passivo feto ou embrião e gestante. Consumação com a morte do feto ou embrião. Tentativa admitida. Causas de aumento de pena art Quando houver preterdolo não se admite tentativa. Curiosidades CUPIDEZ aquele que realiza procedimento abortivo com o intuito de lucro, ou seja, profissional que pratica tais atos mediante remuneração, sofrerá incidência da agravante por motivo torpe art. 61, II, a. d) Art. 126 Provocação do aborto com o consentimento da gestante Objeto jurídico a vida do feto ou embrião. Tipo objetivo: Consentimento deve ser válido. Inválido: art. 126, parágrafo único. O consentimento pode ser revogado pela gestante (até o momento em que não seja mais possível evitar o aborto). Se ela voltar atrás, o agente responderá pelo crime do art. 125 do CP. Tipo subjetivo dolo. Sujeito ativo qualquer pessoa, não precisa de médico (crime comum). Estamos aqui diante de uma exceção da chamada teoria unitária ou monista, segundo a qual todos os envolvidos em um fato criminoso devem responder pelo mesmo crime No caso em análise quem realiza o ato abortivo pratica o crime do art. 126, cuja pena é de reclusão de 1 a 4 anos, enquanto a gestante, por ter autorizado o aborto incorre no art. 124, segunda parte, que tem pena de detenção de 1 a 3 anos. Aqui a pena é mais grave. Sujeito passivo feto ou embrião. Tipo Subjetivo dolo. Consumação e tentativa consuma-se com a morte do feto ou embrião. A tentativa é admitida. Qualificadoras parágrafo único e art Curiosidades: Se uma moça de 12 anos está grávida ou alguém com doença mental totalmente incapacitante, pode-se dizer que elas foram vítimas de estupro de vulnerável. Nestes casos o aborto é lícito desde que haja autorização dos representantes legais, porque a gestante é incapaz, nos termos do artigo 128, inciso II do CP. Se, entretanto o aborto for feito apenas com base em autorização destas gestantes, o consentimento é nulo e o agente incorre no crime do art e) Art.127 Causas de aumento de pena. f) Art. 128 Aborto legal Profª Tâmisa Fleury Página 21

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