Professor: Hideraldo Luiz M. de Jesus INTRODUÇÃO AO DIREITO

Transcrição

1 Professor: Hideraldo Luiz M. de Jesus INTRODUÇÃO AO DIREITO

2 Objetivo Geral Levar os alunos a um conhecimento geral sobre a ciência jurídica, garantindo-lhes, de forma clara e objetiva, o domínio de conceitos básicos como subsídios à interpretação de outros ramos do Direito material.

3 Objetivos Específicos Avaliar os princípios gerais do direito e suas teorias fundamentais, considerando o sistema jurídico e sua aplicação. Entender as normas técnico-jurídicas visando à elaboração de textos e documentos jurídicos ou normativos. Analisar o conhecimento geral sobre a ciência jurídica, dominando os conceitos básicos como subsídios à interpretação de outros ramos do Direito.

4 Objetivos Específicos Conhecer a relação do Direito Público e Privado, demonstrando a necessidade das normas e sua importância perante a sociedade e as transformações. Compreender os conhecimentos teóricos, utilizando-se do raciocínio jurídico, da argumentação, da persuasão e da reflexiva crítica. Desenvolver a capacidade de julgar e tomar decisões por meio de uma formação ética, justa e politizada. Elaborar sínteses contextualizadas acerca dos conhecimentos jurídicos propostos.

5 A DIMENSÃO DO DIREITO 1 - Iniciação ao Saber Jurídico

6 Direitos Constitucionais do Trabalhador 1- Direitos Trabalhistas - São os direitos previstos na CLT Consolidação dos Direitos do Trabalho. 2 - O artigo 8º da Constituição estabelece dois direitos de associação, que são a profissional e a sindical.

7 1.1 DIREITO: CONCEITUAÇÃO E NOTÍCIA HISTÓRICA A origem etimológica da palavra DIREITO vem de directum, rectum, directa, directus, cujo significado é correto, justo, reto, palavras que dão conotação de No antigo direito justiça, retidão, romano, coisa ius eram certa. as normas impostas à sociedade, visando sua Também merece organização destaque pelo homem. a origem no latim clássico ius que remete à ideia de justiça, justo, jurídico. No antigo direito romano, ius eram as normas impostas à sociedade, visando sua organização pelo homem.

8 As regras fundamentais do nosso Direito vêm do Direito Romano. Sabemos que a sociedade está em constante alteração e desenvolvimento, eis porque o Direito também não é estático e deve, sempre que possível, tentar acompanhar as mudanças da sociedade.

9 Conceito ESTATAl do Direito: Conjunto de normas obrigatórias jurídicas adotadas pelo Estado visando disciplinar o convívio social. Algumas observações são de grande importância para entendermos melhor o conceito de Direito apresentado. As Normas jurídicas são diferentes de normas culturais e religiosas, não devendo se misturar esses conceitos pois o Estado brasileiro é LAICO.

10 O Estado brasileiro está consubstanciado nos três poderes independentes e harmônicos entre si: Judiciário, Executivo e Legislativo, o que nos leva a uma segurança da proteção irrestrita desse Estado. Resguardando o direito, existe a coerção (força) potencial do Estado, que se concretiza em forma de sanção (punição), quando alguém transgride a norma legal a todos imposta. O Estado organiza essa sociedade através do Direito.

11 Direito objetivo e Direito subjetivo Direito objetivo - é um conjunto de regras destinadas a organizar um determinado grupo social. A garantia da obediência dessas normas é feita pelo Estado através de imposição. Como exemplo temos os vários tipos de contrato que por força das regras gerais que estão no Código Civil é um exemplo.

12 Direito subjetivo - é um poder individual, uma faculdade de agir. Se o dono de um imóvel precisa ir a juízo cobrar os aluguéis em atraso, vai assim proteger o seu interesse individual que foi atingido. Esse direito subjetivo é a escolha que o dono do imóvel possui para quando for ingressar com a ação em juízo. Essa escolha cabe a ele. Esse direito que ele irá pleitear é justamente o direito objetivo, ou seja, aquele que está previsto no Código Civil.

13 Direito natural e Direito positivo Direito natural - é aquele que independe de qualquer legislador, ou seja, independe da norma escrita, anda de braços dados com a Moral. São os direitos fundamentais do Homem, como direito à liberdade, direito à vida, direito à honra etc. O Direito natural é inato, universal, independe de território ou sociedade vigente.

14 Direito positivo - é aquele que é imposto a toda a sociedade, porém com limite territorial a que é aplicado. A obrigatoriedade é exercida através do poder coercitivo do Estado, representado em Leis, Costumes, Códigos, Decretos, Resoluções, Regulamentos, Tratados etc. Esse Direito tem vigência em determinado momento históricosocial, pois ele é passível de ser modificado ou revogado, alterando-se em acompanhamento as épocas e necessidades do povo, sendo eficaz em determinado território. que o reconhece como obrigatório.

15 MOMENTO DE INTERAÇÃO

16 1.2 PRINCÍPIOS GERAIS, RAMOS E FONTES DO DIREITO Princípios gerais - Podemos exemplificar os princípios gerais em áreas diferentes do Direito como:

17 Na área constitucional: Ninguém deverá ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; É garantido o direito de herança; Todos devem ser tratados como iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza; Ninguém será privado de seus direitos por motivo de crença religiosa; Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante; Aos acusados em geral devem ser assegurados o contraditório; Todos são inocentes até prova em contrário; A propriedade deve cumprir sua função social; Deve-se pugnar pela moralidade administrativa; etc. e a ampla defesa;

18 Na área civil: A pessoa deve responder pelos próprios atos e não pelos atos alheios; Ninguém pode alegar descumprir a lei porque não a conhece; É proibido o enriquecimento ilícito; Sempre deve se presumir a boa-fé nos atos e provada a má-fé; Nas declarações de vontade, deverá ser considerada de maior valor a intenção do que o sentido próprio da palavra; A autonomia da família será sempre preservada;

19 Devem ser reparados os danos causados por dolo ou culpa; Temos de honrar o equilíbrio nos contratos, respeitando a autonomia da vontade e da liberdade para contratar; Pacta sunt servanda, ou seja, as obrigações que foram contraídas devem ser cumpridas; Os valores essenciais da pessoa humana são intangíveis e devem ser respeitados; A interpretação da norma deve sempre ser a que se revelar menos onerosa para o devedor; Ninguém deve ser responsabilizado mais de uma vez pelo mesmo fato etc.

20 PRINCIPAIS RAMOS DO DIREITO Existe uma antiga divisão do Direito, usada desde os romanos como divisão fundamental entre Direito Público e Direito Privado. Direito Público: está constituído por normas que regulam os interesses gerais da sociedade. Direito Constitucional: regula a estrutura básica do Estado. Encontra-se fixado na Constituição, que é a lei suprema da Nação. Direito Administrativo: regula a organização e funcionamento da Administração Pública e dos órgãos que executam serviços públicos.

21 Direito Penal: regula os crimes e contravenções determinando as penas e medidas de segurança. Direito Tributário: é o setor do Direito Financeiro que se ocupa dos tributos, como, por exemplo, os impostos e taxas. Regula o sistema financeiro nacional. Direito Processual: regula as atividades do Poder Judiciário e das partes em conflito no decorrer do processo judicial. Direito Internacional Público: regula as relações entre Estados, por meio de normas aceitas como obrigatórias pela comunidade internacional.

22 Direito Privado: regula as relações entre os particulares. Direito Civil: regula, de um modo geral, o estado, a capacidade das pessoas e suas relações no que se refere à família, às coisas, às obrigações e à sucessão patrimonial etc. Direito Comercial: regula a atividade do comerciante e das sociedades comercias, bem como a prática dos atos de comércio. Direito do Trabalho: regula as relações de trabalho entre empregado e empregador, preocupando-se, ainda, com a condição social dos trabalhadores. Direito Internacional Privado: regula os problemas particulares ocasionados pelo conflito de leis de diferentes

23 Fontes do Direito São os meios pelos quais se formam ou pelos quais se estabelecem as normas jurídicas. Podemos classificar as fontes formais em diretas e indiretas: Diretas: Lei e Costume são aquelas imediatas que, por si só, são suficientes para gerar a regra jurídica. Indiretas: Doutrina e Jurisprudência são aquelas não tão imediatas que, cedo ou tarde, decorrem na elaboração da norma jurídica. Agora veremos cada tipo de fonte do Direito.

24 Fontes do Direito 1 - A LEI - A Lei é tida como fonte primordial do Direito. São as regras escritas que regem determinada sociedade em um dado momento histórico. A primeira legislação de relevância histórica foi o Código de Hamurábi. Existem alguns tipos de Lei no nosso ordenamento jurídico que requer explicar a diferenciação, são elas: Regulamento: É um tipo de norma jurídica da Administração Pública que serve para a organização de um órgão público com normas internas ou administrativas. Decreto-Lei: Tem sua origem direta no chefe do Poder Executivo, possui força e valor de lei. Comum nos regimes ditatoriais

25 Fontes do Direito Medida provisória: É uma norma editada pelo Presidente da República, um ato normativo de caráter de urgência ou extrema necessidade (ou seja, não pode aguardar os trâmites normais de nascimento de uma lei) que quando não aprovado pelo Congresso Nacional, aos poucos vai perdendo sua eficácia. Tem um prazo legal para ser transformada em lei.( 30 dias).

26 Fontes do Direito 2 - O COSTUME : O Costume deriva da longa prática uniforme, da geral e constante repetição de determinado comportamento. Sua legitimidade emana dessa repetição, que produz uma tendência à conformidade geral, transformando-a em ordem autoritária de um ente coletivo. Os costumes são admitidos excepcionalmente para suprir lacunas ou deficiências da lei. Nem em todos os ramos do direito, o costume aparece com a mesma força, no direito comercial por exemplo ele ainda tem um papel de alta relevância.

27 Fontes do Direito 3 -A DOUTRINA: Nos dias atuais continua mostrando seu importante valor. É oriunda de pareceres dos jurisconsultos, dos ensinamentos dos professores, das opiniões dos tratadistas e dos trabalhadores forenses. Alguns juristas brasileiros gozam de tão grande prestígio que sua interpretação do direito gera autoridade sobre os juízes que utilizam esse conhecimento em suas sentenças. Para que seja usada como fonte, essa opinião do doutrinador há de ser unânime, quase uniforme, interpretação da maioria, pois apenas assim os tribunais irão acolher.

28 Fontes do Direito 4 - A JURISPRUDÊNCIA: É um conjunto de decisões judiciais, de julgados anteriores, sobre determinadas questões jurídicas. Quando encontramos várias decisões sobre o mesmo tema, com mesmas opiniões, encaminhando para um único sentido, isso acaba por influenciar diretamente os juízes (lembrando que o juiz não pode tomar decisões contrárias à lei).

29 1.3 A LEI. ELABORAÇÃO E SUA EFICÁCIA NO TEMPO E NO ESPAÇO Características das leis: 1) Em relação à duração, as leis se apresentam como temporárias ou permanentes. 2) Em relação à origem, apresentam-se como federais, estaduais e municipais. 3) Em relação à amplitude ou alcance, apresentam-se como gerais, especiais, excepcionais e singulares. 4) Em relação à obrigatoriedade, apresentam-se como imperativas ou dispositivas.

30 1.4 HIERARQUIA DAS NORMAS JURÍDICAS 1-Normas Constitucionais: ocupam o lugar mais elevado da hierarquia das normas jurídicas. Todas as outraqs normas devem subordinar-se às normas presentes na Constituição Federal, sob pena de inconstitucionalidade. 2-Leis ou Normas Complementares: São as leis que complementam o texto constitucional. 3-Leis ou Normas Ordinárias: são elaboradas pelo poder legislativo. Normas Ordinárias: são elaboradas pelo poder legislativo.

31 1.4 HIERARQUIA DAS NORMAS JURÍDICAS 4-Normas Regulamentares: são regulamentos estabelecidos pelas autoridades administrativas, advêm do Poder Executivo (presidente, governador, ministro) 5-Normas Individuais: são normas que representam a aplicação concreta das demais normas do Direito (serve para cada indivíduo) à conduta social das pessoas.