A Gestão do Patrimônio Espeleológico em Formações Ferríferas: Lições Aprendidas e Boas Práticas Desenvolvidas pela Vale
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1 A Gestão do Patrimônio Espeleológico em Formações Ferríferas: Lições Aprendidas e Boas Práticas Desenvolvidas pela Vale Rodrigo Dutra Amaral Rodrigo Dutra Amaral Setembro/2015 1
2 Agenda Legislação vigente Evolução das pesquisas Tecnologia aplicada 4 Considerações finais 2
3 Legislação Pertinente Impacto em cavidades Decreto nº /1990 e Decreto nº 6.640/2008. Base legal Espeleologia Análise de relevância Adequação do raio Decreto nº 6.640/2008 e IN MMA 02/2009. Portaria IBAMA nº 887/1990 e Resolução Conama nº 347/2004. Compensação Decreto nº 6.640/2008 e IN ICMBio 30/
4 Cavidades Identificadas x Cavidades Estudadas Localidade Cavidades Identificadas Cavidades Estudadas Total Máxima Alta Média Sistema Sul COMPARAÇÃO COM A LEGISLAÇÃO Sistema Sudeste INTERNACIONAL Serra Norte S11D Serra Leste TOTAL (14%) 680 (66%) 205(20%) 4
5 Comparação com a Legislação Internacional Brasil País Conjunto de Normas - O processo está fora do escopo do Estudo de Impacto Ambiental (EIA). - Normas específicas quanto à classificação da relevância das cavernas, dificultando a análise do órgão ambiental. Austrália Canadá Chile França África do Sul EUA - Não há norma específica. - O valor ambiental da caverna é dado pelo contexto em que se insere, ou pelo significado de seu conteúdo biológico ou cultural. - A legislação concilia o desenvolvimento econômico e a geração de conhecimento sobre espeleologia. - O tema caverna é tratado dentro do escopo do licenciamento ambiental. - A preservação da caverna está relacionada ao contexto da região em que se insere e não apenas a um único atributo. Não há norma específica. - Algumas normas aplicáveis à mineração fazem referência a cavernas. - Não há metodologia específica para avaliação de valor ambiental das ocorrências são protegidas apenas cavernas de significado único e especial. - O valor ambiental das cavernas é considerado nos estudos de impacto ambiental. - Caso a caverna seja considerada relevante, pode receber status de proteção. - Não há norma específica. - Existem normas específicas em 4 importantes áreas de interesse da mineração - A preservação de cavernas está associada à preservação de áreas cársticas. - A classificação em significativa e não significativa suporta a intervenção em cavernas. - Os critérios são claros e assertivos o suficiente para a real triagem das ocorrências significativas. - Foco no gerenciamento do patrimônio. 5
6 Cavidades Identificadas x Cavidades Estudadas Localidade Cavidades Identificadas Cavidades Estudadas Total Máxima Alta Média Sistema Sul DIFICULDADES Sistema Sudeste NA ANÁLISE DE RELEVÂNCIA Serra Norte IN MMA 2/2009 S11D Serra Leste TOTAL (14%) 680 (66%) 205(20%) 6
7 Dificuldades na Aplicação da IN 2/2009 Ausência de análise integrada de atributos Dificuldades de interpretação dos atributos pelos especialistas Estudos de bioespeleologia - Supervalorização Falta de clareza nos conceitos (anexo I da IN MMA 2/2009) Critérios para compensação espeleológica Áreas de sombra / Riscos de segurança 7
8 Agenda Legislação vigente Evolução das pesquisas Tecnologia aplicada 4 Considerações finais 8
9 Conhecimento sobre o Patrimônio Espeleológico: Novas Cavernas Registradas Cavernas cadastradas em bases oficiais e privadas (Minas Gerais e Pará) Estado Até Total Minas Gerais 1897 (32,5%) 3938 (67,5%) 5835 Pará 507 (20,5%) 1970 (79,5%) 2477 Fonte: CANIE (2015) Aumento expressivo da quantidade de cavernas conhecidas em áreas em fase de licenciamento ambiental no Brasil Área e/ou empreendimento Até Total Quadrilátero Ferrífero (MG) 66 (7,5%) 810 (92,5%) 876 Arcos-Pains-Doresópolis (MG) 629 (28,9%) 1546 (71,1%) 2175 UHE Estreito (TO-MA) 10 (10,9%) 82 (89,1%) 92 UHE Belo Monte e estruturas relacionadas (PA) 20 (12,3%) 143 (87,7%) 163 Carajás (PA) 243 (14,1%) 1479 (85,9%) 1722 Total 968 (19,2%) 4060 (80,8%) 5028 Fonte: CANIE (2015) 9
10 Evolução dos estudos espeleológicos Banco CANIE 10
11 Publicações Técnicas - Novos modelos espeleogenéticos; - Estudos mineralógicos em espeleotemas; - Dezenas de novas espécies troglóbias/troglomórficas identificadas e em processo de descrição formal; - Estudos ecológicos em cavernas de diversas litologias. 11
12 Cursos de Espeleologia e Licenciamento Ambiental ICMBio/CECAV e OEMAs Patrocínio dos cursos de espeleologia e licenciamento ambiental; Quantidade de técnicos capacitados: aproximadamente
13 Fomento à Pesquisa e Produção Científica Convênios com universidades: - Universidade Federal de Lavras UFLA - Universidade Federal de Ouro Preto UFOP - Instituto Butantan - Museu Paraense Emílio Goeldi - Universidade Estadual da Paraíba - PUC-SP - Universidade de São Paulo - Universidade Federal do Pará Investimento ( ): R$ ,00 Resumos em Congresso: 48 Papers publicados: 8 Teses, dissertações e TCCs: 23 13
14 Agenda Legislação vigente Evolução das pesquisas Tecnologia aplicada 4 Considerações finais 14
15 Novas Tecnologias Aplicadas a Espeleologia Cavernas mapeadas: Até 2009: aproximadamente 1.500; 2010 à 2015: aproximadamente 3.500; Cavernas mapeadas com laser scanner: Quadrilátero Ferrífero: 10; Carajás: 90; 15
16 Análise Multicritérios para Avaliação de Potencial 16
17 Modelamento Sismográfico MAPEAMENTO DAS PRÁTICAS DE DETONAÇÃO CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA E GEOMÉTRICA DA CAVIDADE MAPEAMENTO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICO DA CAVIDADE E DO SEU ENTORNO TESTES DE DESMONTE E MONITORAMENTO SISMOGRÁFICO REGISTRO FOTOGRÁFICO DA CAVIDADE ANTES E DEPOIS DOS TESTES DE DETONAÇÃO EQUAÇÕES PROGNÓSTICAS DAS VIBRAÇÕES ATRAVÉS DOS MACIÇOS 17
18 Estudos Moleculares e Infravermelho ANÁLISE DOS DADOS ESPECTROFOTÔMETRO SELEÇÃO DE ESPÉCIMES INDIVÍDUOS ORGANIZADOS EM PRANCHA 18
19 Coletas Biológicas Externas Reavaliação dos troglomorfismos de espécies cavernícolas a partir da comparação com espécies coletadas em ambiente externo. 19
20 Monitoramento da Quiropterofauna ARMADILHA HARP-TRAP MORCEGOS CAPTURADOS MORCEGO ANILHADO E TRANSMISSOR INSTALADO RADIOTELEMETRIA 20
21 Espeleo-Robô Tecnologia desenvolvida para mapeamento de cavidades com riscos de doenças ocupacionais, acidentes de trabalho e condições inóspitas. 21
22 Projeto Piloto de Definição da Área de Influência 22
23 Estudos de Dinâmica Hídrica Injeção de traçadores em faixas preestabelecidas; Coleta em estação de chuvas; Delimitação da bacia de contribuição. Precipitação Escoamento superficial canga Infiltração pelos interstícios Infiltração por descontinuidades 23
24 Mapeamento Geoestrutural 0 N = EIXOS PRINCIPAIS DAS CAVIDADES (20 classes) 0 N = 30 Fraturas subverticais na canga MAPEAMENTO GEOESTRUTURAL DIREÇÃO DE FRATURAS (10 classes) MEDIÇÃO, REPRESENTAÇÃO E TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE DESCONTINUIDADES E LINEAMENTOS. REGISTRO FOTOGRÁFICO 24
25 Monitoramento Geomecânico e Ambiental Painel Solar PAINEL SOLAR CRACKMETER SISMÓGRAFO CONVERGENCE METER UMIDADE E TEMPERATURA IMAGENS EM TEMPO REAL 25
26 Transmissão Remota de Dados 26
27 Agenda Legislação vigente Evolução das pesquisas Tecnologia aplicada 4 Considerações finais 27
28 Atividades Econômicas e a Legislação Espeleológica Vigente Análise de cavernas deve atrasar licença ambiental para Usina de Belo Monte PA. (Agência Brasil, 2009); Com o Reservatório de Tijuco duas cavernas serão inundadas - Gruta do Rocha e Gruta da Mina do Rocha pelo reservatório. O RIMA afirma que estas grutas representam menos de 4% do patrimônio espeleológico da região estudada. (Folha de S. Paulo, 2009); FATMA concede nova licença a loteamento que ameaça cavernas em Florianópolis-SC. (SBE-Notícias, 2013); Cavidades impedem a construção do Anel Rodoviário de Montes Claros-MG. (Estado de Minas, 2014); Ibama embarga obras do asfalto da BR-135 após denúncias de crime ambiental em São Desidério. (Estado de Minas, 2014). 28
29 Uso Sustentável dos Recursos Minerais: Mineração e a Conservação do Patrimônio Espeleológico A legislação ambiental brasileira é específica e profundamente detalhada quanto à classificação da relevância de cavernas, dificultando a aplicação e a análise do órgão ambiental. Além disso, o processo está fora do escopo do Estudo de Impacto Ambiental (EIA). A análise de relevância das cavidades segundo a IN MMA nº 2/2009 apresenta vários problemas na sua aplicação, sendo um dos principais entraves dos licenciamentos ambientais no Brasil. Os estudos de análise de relevância são demorados, caros e dependem de especialistas (taxonomistas) que muitas vezes não estão no Brasil. 29
30 Uso Sustentável dos Recursos Minerais: Mineração e a Conservação do Patrimônio Espeleológico Apesar dos problemas com a legislação vigente, é imperativo destacar que a evolução do conhecimento (publicações científicas, novas tecnologias e capacitação técnica de profissionais) foi bastante significativa em função dos licenciamentos ambientais. Discussão e implementação de um novo marco legal, baseado na conservação do patrimônio espeleológico, e não na preservação de única cavidade, é uma necessidade preemente da sociedade brasileira. 30
31 31
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