Conselho da União Europeia Bruxelas, 15 de dezembro de 2014 (OR. en)

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1 Conselho da União Europeia Bruxelas, 15 de dezembro de 2014 (OR. en) 16326/1/14 REV 1 ENFOPOL 422 PROCIV 102 NOTA PONTO "I/A" de: para: Secretariado-Geral do Conselho Comité de Representantes Permanentes (2.ª Parte)/Conselho n.º doc. ant.: 15379/2/14 REV 2 ENFOPOL 354 PROCIV 101 Assunto: Projeto de conclusões do Conselho sobre a prevenção e o combate à utilização de substâncias perigosas e aos métodos para cometer atos de terrorismo 1. A Presidência apresentou um projeto de conclusões do Conselho sobre a prevenção e o combate à utilização de substâncias perigosas e aos métodos para cometer atos de terrorismo, a fim de concluir a tarefa que assumiu de obter uma compreensão clara da ameaça colocada pela utilização das referidas substâncias e métodos. 2. As delegações debateram o projeto de conclusões do Conselho na reunião do Grupo do Terrorismo em 18 de novembro, tendo sido posteriormente enviados comentários por escrito. Foi alcançado acordo sobre o texto, que consta em anexo, na reunião dos Conselheiros JAI em 8 de dezembro de 2014, e confirmado em seguida pelo COREPER em 10 de dezembro de Neste contexto, convida-se o Conselho a aprovar o projeto de conclusões do Conselho constante do anexo /1/14 REV 1 fm/ag/fc 1

2 ANEXO Projeto de conclusões do Conselho sobre a prevenção e o combate à utilização de substâncias perigosas e aos métodos para cometer atos de terrorismo O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA, Reafirmando o compromisso da União em lutar contra o terrorismo e qualquer forma de ameaça perigosa para a vida humana e a segurança, Tomando nota do recurso cada vez maior por parte dos terroristas a técnicas e métodos com limitado potencial ofensivo mas com características extremamente insidiosas que, como tal, é muito difícil identificar e neutralizar antecipadamente, Tomando nota de que a capacidade de inovação dos terroristas na ocultação de engenhos explosivos improvisados coloca desafios de deteção reais, Considerando que os ataques perpetrados com esses métodos têm o efeito intrínseco de difusão generalizada do terror e produzem um impacto desestabilizador a um custo muito baixo que inclui tanto alvos protegidos como alvos mais vulneráveis ou mesmo alvos sem qualquer proteção, mas com um valor altamente simbólico, Registando que esses ataques não estão necessariamente associados a um determinado fundamento ideológico, mas podem também ser determinados por outras causas e ambições, o que os torna ainda mais indiscriminados e difíceis de detetar e neutralizar, Preocupado com o facto de as instruções sobre a forma de conceber engenhos explosivos improvisados (IED) e engenhos incendiários improvisados (IID) serem facilmente acessíveis e disponíveis na Internet, apesar dos esforços envidados a nível nacional e da UE para reduzir a disponibilidade de material na Internet, Convicto de que só uma abordagem integrada no âmbito da UE, que passe pelo reforço e pelo aprofundamento dos instrumentos existentes, a coordenação e o intercâmbio de informações estratégicas e operacionais, bem como de boas práticas, permitirá assegurar o mais elevado nível de segurança a todos os cidadãos e residentes da UE, 16326/1/14 REV 1 fm/ag/fc 2

3 Reconhecendo a importância da investigação no domínio da deteção e neutralização das substâncias perigosas e a necessidade de uma cooperação entre os setores público e privado que visem a adoção de protocolos comuns e adequadas e medidas de proteção, Tendo em conta a Comunicação da Comissão Europeia sobre a Política de Segurança Industrial, bem como a oportunidade oferecida pelo programa de investigação e inovação da UE Horizonte 2020 e, em particular, a necessidade de desenvolver sinergias civis e militares no domínio das tecnologias e protocolos de proteção, Tendo em conta a Comunicação da Comissão de 2013 intitulada "Para um setor da defesa e da segurança mais competitivo e eficiente" 1 e, em particular, as suas conclusões com vista a estabelecer um novo quadro para reforçar a cooperação civil/militar e as capacidades, Tendo em conta as conclusões da Presidência na sequência do seminário sobre "A utilização de meios /métodos maliciosos para realizar atos de terrorismo", realizada em Roma, em 2 e 3 de outubro de , Recordando as conclusões do Conselho sobre a nova Agenda QBRNE 3,de 11 de dezembro de 2012, que salienta a necessidade de identificar domínios com disposições de segurança insuficientes, de dar atenção e prioridade a outros esforços comuns para reforçar a segurança da produção, da armazenagem, do manuseamento e do transporte de materiais QBRNE de alto risco, e de incentivar a adoção de medidas de prevenção e deteção, de sensibilização e de investigação sobre a segurança dos materiais QBRN e dos explosivos, Reconhecendo a importância das atividades apoiadas pela Comissão Europeia orientadas para a melhoria das capacidades de deteção, sensibilização e formação no domínio da proteção contra os ataques QBRN-E 4, / / / /08, 15505/1/09 REV /1/14 REV 1 fm/ag/fc 3

4 Congratulando-se com a entrada em vigor do Regulamento (UE) n.º 98/2013 sobre a comercialização e utilização de precursores de explosivos, Congratulando-se com a recente adoção da Diretiva (UE) 29/2013, relativa à harmonização das legislações dos Estados-Membros respeitantes à disponibilização no mercado de artigos de pirotecnia, Ciente do risco de certas substâncias inflamáveis e explosivas, legitimamente utilizadas para o fabrico de artigos de pirotecnia, também poderem ser utilizadas para preparar IED e IID, Reconhecendo que certos dispositivos pirotécnicos podem ter uma potência equivalente à das granadas de mão e que os terroristas estão cada vez mais interessados na utilização desses dispositivos para cometer atos terroristas, Recordando a Comunicação da Comissão, de 5 de maio de 2014, sobre uma nova abordagem da UE em matéria de deteção e atenuação dos riscos QBRNE 5, que salienta a necessidade de a UE adotar uma estratégia mais pró-ativa para detetar esses materiais QBRNE, Recordando as conclusões do Conselho, de 25 de outubro de 2012, sobre a proteção de alvos fáceis de atividades terroristas 6, bem como as conclusões do Conselho de 6 de dezembro de 2012 sobre a segurança da aviação contra as ameaças terroristas 7, Tendo em conta os ensinamentos adquiridos em contextos paralelos, tais como o setor da segurança da aviação e as medidas e procedimentos adotados nestes contextos, a fim de tirar partido das tecnologias já desenvolvidas e do controlo de segurança operacional, Considerando que foram já identificados três domínios de ação possíveis: reforço da partilha de informações operacionais entre as autoridades competentes, tanto a nível interno como internacional, nomeadamente favorecendo a criação de bancos de dados com informação de interesse específico, sempre que adequado, e a interação/parceria com organismos que desempenham funções de controlo e de acompanhamento (tanto públicos como privados); / / / /1/14 REV 1 fm/ag/fc 4

5 protocolos de exploração que definam os procedimentos já aplicados ou a aplicar pelos referidos organismos (públicos e privados); aspetos técnicos, bem como equipamento e investigação tecnológica que podem ser disponibilizados para a monitorização de situações normais ou quando exista uma ameaça potencial. Convida os Estados-Membros a estarem particularmente atentos à aplicação integral do Regulamento (UE) n.º 98/2013 sobre a comercialização e utilização de precursores de explosivos, a aumentarem a sensibilização junto dos intervenientes sociais e, em especial junto dos profissionais de primeira linha, no esforço para detetar sinais de radicalização que conduz à violência, a continuarem a contribuir para os instrumentos analíticos e operacionais existentes/instâncias no domínio QBRNE, e a utilizarem-nos, nomeadamente a Rede Europeia de Unidades de Neutralização de Engenhos Explosivos (EEODN) da Europol, o Sistema Europeu de Dados sobre Engenhos Explosivos (SEDEx) e o Sistema de Alerta Precoce (EWS), ambos da UE, melhorando as capacidades de análise, a sensibilização para os riscos e a simplificação do fluxo de informações práticas úteis em matéria de QBRN-E destinadas aos profissionais que trabalham diretamente nesta área, a considerarem a possibilidade de analisar eventuais lacunas na legislação nacional, em especial no que respeita às medidas em vigor destinadas a impedir a utilização de substâncias pirotécnicas para a preparação de IED e de IID, a aumentarem a cooperação entre grupos de peritos da UE que trabalham sobre pirotecnia e as redes EEODN e EBDS da Europol. A fim de alcançar este objetivo, devem ser estabelecidos contactos e procedimentos regulares, a intensificarem os seus esforços para combater a ameaça decorrente da utilização ilegal de dispositivos de pirotécnicos, a darem início a um processo de reflexão sobre as formas e meios de reforçar a sensibilização dos serviços postais para a utilização de substâncias perigosas e respetiva capacidade de deteção. CONVIDA OS ESTADOS-MEMBROS E A COMISSÃO a refletirem sobre a forma de intensificar sinergias concretas entre os setores civil e militar, bem como entre os setores público e privado no domínio da deteção tecnológica e processual de substâncias perigosas, a refletirem sobre a forma de intensificar a sensibilização para as mais recentes formas de dissimulação e conceção dos dispositivos de ameaça, a fim de desenvolver uma abordagem da deteção mais poderosa em termos de atenuação da ameaça, no pleno respeito do direito aplicável, a ponderarem medidas com vista a reduzir drasticamente a acessibilidade em linha das informações e instruções sobre a forma de fabricar IED e IID, 16326/1/14 REV 1 fm/ag/fc 5

6 a refletirem sobre a forma de resolver as questões relacionadas com ameaças internas, especialmente tendo em conta o risco apresentado por combatentes estrangeiros da UE que regressam com conhecimentos de fabrico de bombas, os quais podem procurar emprego em infraestruturas críticas e áreas públicas vulneráveis, a estudarem a forma de melhorar o desempenho técnico dos equipamentos de deteção de QBRNE, de apoiar ensaios de deteção mais operacionais, a elaboração de documentação escrita de orientação relacionada com a deteção, e a debruçarem-se também sobre a questão dos operadores de segurança em termos de formação e de sensibilização, se necessário, considerarem a possibilidade de realizar campanhas de sensibilização do público sobre as precauções a tomar contra ataques efetuados utilizando meios insidiosos sob a forma de objetos, encomendas e outros tipos de correspondência suspeitos /1/14 REV 1 fm/ag/fc 6