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1 Conselho da União Europeia Bruxelas, 20 de novembro de 2015 (OR. en) 14406/15 RESULTADOS DOS TRABALHOS de: Secretariado-Geral do Conselho data: 20 de novembro de 2015 para: Delegações n.º doc. ant.: 14375/15 Assunto: JAI 899 COSI 153 COTER 151 COPS 359 ENFOPOL 364 ENFOCUSTOM 120 ASIM 152 CATS 119 Conclusões do Conselho da UE e dos Estados-Membros reunidos no Conselho sobre a luta contra o terrorismo - Conclusões do Conselho (20 de novembro de 2015) Envia-se em anexo, à atenção das delegações, as conclusões do Conselho da UE e dos Estados- -Membros reunidos no Conselho sobre a luta contra o terrorismo, adotadas pelo Conselho na sua 3432.ª reunião, realizada em 20 de novembro de /15 mjb/jfs/mjb 1 DGD 1C PT

2 ANEXO Conclusões do Conselho da UE e dos Estados-Membros reunidos no Conselho sobre a luta contra o terrorismo 1. O Conselho exprime a sua consternação face aos hediondos atentados terroristas que tiveram lugar em Paris, em 13 de novembro de 2015, e as suas sentidas condolências às vítimas destes atentados, às suas famílias e amigos. O Conselho sublinha a sua solidariedade para com o povo da França e presta homenagem à coragem e às ações decisivas das autoridades francesas. Os atentados foram um ataque aos valores europeus da liberdade, da democracia, dos direitos humanos e do Estado de direito. Esta não é a primeira vez que a UE é confrontada com um grave atentado terrorista e já foram decididas medidas importantes. O Conselho salienta a importância de acelerar a implementação de todas as áreas abrangidas pela declaração sobre a luta contra o terrorismo emitida pelos membros do Conselho Europeu em 12 de fevereiro de 2015 e, em particular, das medidas descritas a seguir. Registo de Identificação dos Passageiros (PNR) 2. O Conselho reitera que é urgente e prioritário finalizar um ambicioso registo PNR da UE até final de 2015, aplicável também aos voos internos, e prever um período suficientemente longo durante o qual os dados do PNR possam ser preservados de forma legível e não se restrinjam aos crimes de natureza transnacional. Armas de fogo 3. O Conselho: a) Congratula-se com a adoção do regulamento de execução relativo às normas comuns de desativação em 18 de novembro de 2015; b) Congratula-se com a apresentação pela Comissão, em 18 de novembro de 2015, de uma proposta de revisão da atual diretiva relativa às armas de fogo, na qual começará a trabalhar sem demora; 14406/15 mjb/jfs/mjb 2

3 c) Está empenhado em aumentar a cooperação operacional através da Europol no quadro do ciclo político da UE sobre a criminalidade grave e organizada, nomeadamente no âmbito do Plano de Ação Operacional "Armas de Fogo". Todos os Estados-Membros afetados pelo problema são convidados a integrar estes esforços até ao final de 2015; d) Convida a Frontex e a Europol a prestarem assistência aos Estados-Membros que fazem fronteira com a região dos Balcãs Ocidentais no sentido de aumentar os controlos das fronteiras externas para detetar contrabando de armas de fogo, e a reforçarem a cooperação com outros países da região, nomeadamente através da utilização de plataformas operacionais regionais como a iniciativa de combate ao terrorismo dos Balcãs Ocidentais. Reforço dos controlos das fronteiras externas 4. Os Estados-Membros comprometem-se: a) a implementar imediatamente os necessários controlos sistemáticos e coordenados nas fronteiras externas, inclusive das pessoas que gozam do direito à livre circulação; b) a melhorar, até março de 2016, os sistemas nacionais de controlo das fronteiras dos países Schengen (ligação eletrónica às bases de dados pertinentes da Interpol em todos os pontos de passagem das fronteiras externas, verificação automática de documentos de viagem), com base numa rápida identificação das necessidades urgentes e possíveis soluções, a comunicar pela Comissão antes do final de 2015; c) no contexto da atual crise de migração, a efetuar um registo sistemático, incluindo a recolha de impressões digitais, de todos os nacionais de países terceiros que entram ilegalmente no espaço Schengen, quer se trate de migrantes, quer de requerentes de proteção internacional realizar controlos de segurança sistemáticos através da utilização das bases de dados pertinentes, em especial o SIS II, as bases de dados da Interpol e as bases de dados do VIS e das polícias nacionais, com o apoio da Frontex e da Europol, e a assegurar que os centros de registo sejam equipados com a tecnologia pertinente. A Europol destacará agentes convidados para os centros de registo com o objetivo de apoiar o processo de verificação, nomeadamente através do reforço dos controlos de segurança secundários; 14406/15 mjb/jfs/mjb 3

4 d) a reforçar o controlo nas fronteiras externas mais expostas, nomeadamente mediante o destacamento de equipas de intervenção rápida nas fronteiras (EIRF) e de agentes da polícia, quando a situação o exija, a fim de assegurar que a verificação e os controlos de segurança sejam sistemáticos. 5. O Conselho reitera as suas conclusões de 9 de novembro de 2015 e convida a Comissão: a) a apresentar, ao atualizar as suas propostas "Fronteiras Inteligentes", uma proposta de revisão orientada do Código das Fronteiras Schengen de forma a prever controlos sistemáticos de cidadãos da UE, nomeadamente a verificação de informações biométricas, por confronto com as bases de dados pertinentes nas fronteiras externas do espaço Schengen, tirando pleno partido das soluções técnicas de forma a não perturbar a fluidez da circulação; b) a incluir, na sua proposta para atualizar o Regulamento Frontex, uma base jurídica sólida para o contributo da Frontex para a luta contra o terrorismo e a criminalidade organizada, bem como o acesso às bases de dados pertinentes. 6. A Frontex: a) contribuirá para a luta contra o terrorismo e apoiará a aplicação coordenada dos indicadores de risco comuns antes do final de 2015, b) assistirá os Estados-Membros no reforço dos controlos nas fronteiras externas, a fim de melhor detetar viagens suspeitas de combatentes terroristas estrangeiros e o contrabando de armas de fogo, em cooperação com a Europol, c) trabalhará em estreita colaboração com a Europol e a Eurojust, em especial no contexto dos centros de registo, e procederá ao intercâmbio de dados com a Europol com base no acordo de cooperação para o intercâmbio de dados pessoais. Este último deverá ser celebrado sem demora, para que a Frontex e a Europol possam começar o intercâmbio de dados a partir de 1 de janeiro de /15 mjb/jfs/mjb 4

5 Partilha de informações 7. O Conselho decide intensificar a cooperação policial: a) Os Estados-Membros garantirão que as autoridades nacionais insiram sistematicamente dados b) sobre as pessoas suspeitas de ser combatentes terroristas estrangeiros no SIS II, em especial nos termos do artigo 36.º, n.º 3, realizem ações de sensibilização e de formação sobre a utilização do SIS e definam uma abordagem comum para a utilização dos dados do SIS II relativos aos combatentes estrangeiros, c) Os Estados-Membros acelerarão a plena aplicação e a efetiva utilização do acervo de Prüm interconexão e consulta das bases de dados nacionais de ADN, impressões digitais e registo de veículos d) Em 1 de janeiro de 2016, a Europol lançará o Centro Europeu de Luta contra o Terrorismo (CELT) como plataforma através da qual os Estados-Membros possam melhorar a partilha de informações e a cooperação operacional no que se refere à monitorização e investigação dos combatentes terroristas estrangeiros, ao tráfico de armas de fogo e ao financiamento do terrorismo. O novo Regulamento Europol, sobre o qual deverá ser alcançado acordo entre os colegisladores até final do ano, deverá ser coerente com o mandato e os objetivos do ECTC, incluindo a unidade de sinalização de conteúdos na Internet (IRU); e) Os Estados-Membros destacarão para o CELT peritos em luta contra o terrorismo, a fim de formar uma unidade de apoio à investigação reforçada e transfronteiras, capaz de prestar apoio amplo e rápido à investigação dos principais incidentes terroristas na UE. A Eurojust também deverá participar; f) A Comissão é convidada a propor que a Europol seja reforçada com os recursos necessários para apoiar o ECTC e a apresentar uma proposta legislativa no sentido de permitir que a Europol cruze sistematicamente os dados das suas bases de dados com os do SIS II; 14406/15 mjb/jfs/mjb 5

6 g) A Comissão é convidada a envidar esforços para alcançar a interoperabilidade das bases de dados relevantes no que respeita aos controlos de segurança, nomeadamente o SIS II, bem como a SLTD e a iarms da Interpol; Neste quadro, convidam-se os Estados- -Membros a criar, com o apoio da Comissão, pontos de contacto únicos, a fim de facilitar o intercâmbio de informações; h) Os Estados-Membros tirarão o máximo proveito destas capacidades, a fim de melhorar o nível global do intercâmbio de informações entre as autoridades de luta contra o terrorismo na UE. Os Estados-Membros assegurarão que as autoridades nacionais competentes intensifiquem, de forma significativa, os seus contributos para o Ponto Focal Viajantes, da Europol, com vista a refletir a ameaça, e estabeleçam uma ligação aos sistemas de intercâmbio de informações pertinentes da Europol. Financiamento do terrorismo 8. O Conselho: a) convida a Comissão a apresentar propostas para reforçar, harmonizar e aperfeiçoar os poderes das unidades de informação financeira (UIF) e a cooperação entre as mesmas, nomeadamente através de uma adequada integração da rede FIU.net na Europol para fins de intercâmbio de informações, e para garantir o seu acesso rápido às informações necessárias, a fim de reforçar a eficácia e eficiência da luta contra o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo, em conformidade com as recomendações do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI), para reforçar o controlo dos métodos de pagamento não bancários, tais como os pagamentos eletrónicos/anónimos, os envios de fundos, os portadores de dinheiro, as moedas virtuais, as transferências de ouro ou metais preciosos e a utilização de cartões pré-pagos, em consonância com os riscos que apresentam, e para combater de forma mais eficaz o tráfico de bens culturais; b) está empenhado em assegurar o célere e efetivo congelamento dos ativos pertencentes a terroristas em toda a União, quer através de decisões autónomas da UE, quer em cumprimento das resoluções do Conselho de Segurança da ONU /15 mjb/jfs/mjb 6

7 Resposta da justiça penal ao terrorismo e ao extremismo violento 9. O Conselho congratula-se com o facto de a UE ter assinado em Riga, em 22 de outubro de 2015, a Convenção do Conselho da Europa para a Prevenção do Terrorismo e do seu Protocolo Adicional relativo aos Combatentes Terroristas Estrangeiros e congratula-se com a intenção da Comissão de apresentar, antes do final de 2015, uma proposta de diretiva que atualize a Decisão-Quadro relativa à luta contra o terrorismo, com vista a transpor coletivamente para o direito da UE a Resolução 2178 (2014) do CSNU e o Protocolo Adicional à Convenção do Conselho da Europa. 10. Os Estados-Membros utilizarão todo o potencial do Sistema Europeu de Informação sobre os Registos Criminais (ECRIS). O Conselho congratula-se com a intenção da Comissão de apresentar, até janeiro de 2016, uma proposta ambiciosa de alargamento do ECRIS, com vista a abranger nacionais de países terceiros. 11. O Conselho convida a Comissão a disponibilizar, com caráter de urgência, os recursos financeiros necessários para implementar as conclusões do Conselho sobre o reforço da resposta da justiça penal à radicalização conducente ao terrorismo e ao extremismo violento. Tal deverá, nomeadamente, servir para apoiar o desenvolvimento de programas de reabilitação, bem como de instrumentos de avaliação dos riscos, a fim de determinar a resposta mais adequada da justiça penal, tendo em conta as circunstâncias individuais e questões de segurança nacional e segurança pública. Financiamento 12. O Conselho convida os Estados-Membros a utilizarem o Fundo para a Segurança Interna em apoio da implementação das presentes conclusões, e a darem prioridade às ações dos programas nacionais que sejam pertinentes para o efeito, e convida a Comissão a canalizar prioritariamente o financiamento disponível nos fundos geridos de forma centralizada para as prioridades identificadas nas presentes conclusões, incluindo os custos operacionais /15 mjb/jfs/mjb 7

8 Implementação 13. Tendo em conta o seu papel de garantir que seja promovida e reforçada na União a cooperação operacional relativa à segurança interna, o COSI estabelecerá contactos com os grupos de trabalho competentes do Conselho e com as agências da UE, a fim de assegurar a aplicação efetiva das medidas operacionais acordadas. Neste contexto, o COSI analisará a possibilidade de desenvolver uma metodologia com vista a uma abordagem estruturada e multilateral da cooperação operacional no combate às ameaças terroristas. O Coordenador da Luta Antiterrorista monitorizará a implementação global das presentes conclusões /15 mjb/jfs/mjb 8