Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola Nacional de Botânica Tropical Programa de Pós-graduação Stricto Sensu

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1 Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola Nacional de Botânica Tropical Programa de Pós-graduação Stricto Sensu Dissertação de Mestrado Orchidaceae no Parque Nacional do Itatiaia, Sudeste do Brasil: listagem e estudos taxonômicos na subtribo Laeliinae Felipe Fajardo Villela Antolin Barberena Rio de Janeiro 2010

2 Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola Nacional de Botânica Tropical Programa de Pós-graduação Stricto Sensu Orchidaceae no Parque Nacional do Itatiaia, Sudeste do Brasil: listagem e estudos taxonômicos na subtribo Laeliinae Felipe Fajardo Villela Antolin Barberena Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Botânica, Escola Nacional de Botânica Tropical, do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Mestre em Botânica. Orientador: Dr. José Fernando A. Baumgratz Co-orientador: Dr. Fábio de Barros Rio de Janeiro 2010 ii

3 Orchidaceae no Parque Nacional do Itatiaia, Sudeste do Brasil: listagem e estudos taxonômicos na subtribo Laeliinae Felipe Fajardo Villela Antolin Barberena Dissertação submetida ao corpo docente da Escola Nacional de Botânica Tropical, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro - JBRJ, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre. Aprovada por: Prof. Dr. José Fernando Andrade Baumgratz (Orientador) Prof. Dra. Cássia Mônica Sakuragui Prof. Dra. Ariane Luna Peixoto Em / / 2 Rio de Janeiro 2010 iii

4 B234o Barberena, Felipe Fajardo Villela Antolin. Orchidaceae no Parque Nacional do Itatiaia, Sudeste do Brasil: listagem e estudos taxonômicos na subtribo Laeliinae / Felipe Fajardo Villela Antolin Barberena Rio de Janeiro, x, 149 f. : il. Dissertação (Mestrado) Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro/Escola Nacional de Botânica Tropical, Orientador: Dr. José Fernando A. Baumgratz Co-orientador: Dr. Fábio de Barros Bibliografia. 1. Orchidaceae. 2. Mata Atlântica. 3. Flora. 4. Endemismo. 5. Taxonomia. 6. Parque Nacional do Itatiaia (RJ). I. Título. II. Escola Nacional de Botânica Tropical. CDD iv

5 Agradecimentos À minha esposa, Érica Gaspar, pelo apoio incondicional, pelo incentivo diário, por todo amor, pelas correções e sugestões dessa dissertação, pelo auxílio com as tabelas, enfim, por sempre estar presente. Aos meus pais, Rafael e Sylvia, por todo amor recebido, em especial ao meu pai, pelo estímulo no estudo da botânica e pela ajuda no trabalho de campo. Ao meu orientador, Dr. José Fernando A. Baumgratz, pelos ensinamentos, paciência, amizade, disponibilidade, e, principalmente, pela confiança na realização deste trabalho. À FAPERJ, pela bolsa concedida, tornando possível a realização deste trabalho. Ao Instituto Chico Mendes, pela autorização de coleta. Aos meus irmãos, Jade e Victor, pelo carinho. A toda minha família, por torcer pelo meu sucesso. Aos meus amigos, especialmente ao Nilton e Rafael, pelo apoio e pela compreensão das ausências na família. Ao meu co-orientador, Dr. Fábio de Barros, pela dedicação, pelas valiosas discussões, pelos ensinamentos e pela bibliografia compartilhada. Ao Instituto de Pesquisas Jardim Botânico, pela infra-estrutura oferecida. Aos professores da Escola Nacional de Botânica, por compartilharem conhecimentos e pelas sugestões para a melhoria deste trabalho. À Elaine Damasceno, Felipe Pinheiro, Gustavo Heiden, João Condack, Luiz Ferreira Filho, Marina Torres e Izar Aximoff, e, em especial, ao Sr. Walter da Silva, Vavá, pela companhia e ajuda no trabalho de campo. À Pós-Graduação da Escola Nacional de Botânica Tropical, em especial à Catharina, Janúzia e Nilson, pela presteza, eficiência e carinho com que me auxiliaram. Às funcionárias da Biblioteca Barbosa Rodrigues, Carla e Rosana, pelo pronto atendimento sempre que necessitei de seus serviços. Aos administradores e funcionários do Parque Nacional do Itatiaia, pelo apoio logístico e pela infra-estrutura disponibilizados. Aos curadores dos herbários GUA, HB, SP, SPF, R, RB, RBR, RFA, RUSU. À Marta Moraes, responsável pelo Orquidário do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, pela bibliografia disponibilizada e pelo zelo com as plantas em cultivo ex-situ. v

6 Aos pesquisadores Marcelo Souza e Sebastião Neto, pela identificação dos espécimes dos forófitos. À Maria Alice Rezende, pela confecção das ilustrações botânicas. À beleza das orquídeas, que sempre me fascinaram e me permitiram conhecer lugares maravilhosos. E a todos que, de alguma forma, possibilitaram a concretização desse trabalho. vi

7 Resumo Geral No presente estudo, apresenta-se uma lista comentada de espécies de Orchidaceae no Parque Nacional do Itatiaia, Sudeste do Brasil, com ênfase na riqueza qualiquantitativa das subfamílias e tribos, distribuição das espécies nas diferentes fitofisionomias, tipos de formas de vida e particularidades sistemáticas, taxonômicas e ecológicas. São listadas 226 espécies, pertencentes a 85 gêneros, 10 tribos e 19 subtribos, abrangendo as subfamílias Epidendroideae, Orchidoideae e Vanilloideae. Os gêneros Epidendrum (20 spp.), Habenaria (19 spp.), Octomeria (10 spp.), Acianthera (8 spp.) e Gomesa (7 spp.) são os mais numerosos; 42 gêneros estão representados somente por uma espécie. Para essa Unidade de Conservação registra-se pela primeira vez a ocorrência dos gêneros Christensonella, Dendrobium e Oeceoclades, além de 21 espécies, pertencentes aos gêneros Baptistonia, Brasilidium, Bulbophyllum, Capanemia, Carenidium, Christensonella, Coppensia, Dendrobium, Encyclia, Epidendrum, Gomesa, Habenaria, Octomeria, Rodrigueziella, Pleurothallis, Prosthechea e Vanilla, e documenta-se em herbário espécimes dos gêneros Capanemia e Encyclia, e das espécies Gomesa planifolia (Lindl.) Klotzsch & Rchb.f., Octomeria crassifolia Lindl. e Octomeria grandiflora Lindl. No tratamento taxonômico da subtribo Laeliinae são estudados sete gêneros e 34 espécies, sendo Epidendrum o gênero mais numeroso, com 20 espécies, seguido de Hadrolaelia (5 spp.), Prosthechea (4 spp.), Cattleya (2 spp.) e Encyclia, Isabelia e Scaphyglottis (1 sp. cada). Características morfológicas do cauloma, pseudobulbos, folhas, labelo e políneas se mostram diagnósticas para a distinção destes gêneros. São apresentadas chaves para identificação dos táxons de Laeliinae, descrições, ilustrações, dados sobre distribuição geográfica, estado de conservação e ambiente, além de comentários sobre particularidades morfológicas das espécies. vii

8 Abstract A checklist of the orchid species occurring in the Itatiaia National Park, Southeastern Brazil, is presented and commented. This study emphasizes the quantitative and qualitative richness of the subfamilies and tribes, and provides commentaries on the geographical distribution in different types of vegetation, types of life forms and some taxonomical and ecological characteristics for the species. For the area 226 species are listed, belonging to 85 genera, 10 tribes and 19 subtribes, that are distributed in the subfamilies Epidendroideae, Orchidoideae and Vanilloideae. The genera Epidendrum (20 spp.), Habenaria (19 spp.), Octomeria (10 spp.), Acianthera (8 spp.) and Gomesa (7 spp.) are the most numerous, and 42 genera are represented by only one species. The occurrence of the genera Christensonella, Dendrobium and Oeceoclades, and 21 species of Baptistonia, Brasilidium, Bulbophyllum, Capanemia, Carenidium, Christensonella, Coppensia, Dendrobium, Encyclia, Epidendrum, Gomesa, Habenaria, Octomeria, Rodrigueziella, Pleurothallis, Prosthechea and Vanilla are registered for the first time for this Conservation Unit. Capanemia and Encyclia, and the species Gomesa planifolia (Lindl.) Klotzsch & Rchb.f, Octomeria crassifolia Lindl., and Octomeria grandiflora Lindl. are documented in herbarium for the first time for this area. In the taxonomic treatment of the subtribe Laeliinae seven genera and 34 species are studied. Epidendrum is the largest genus, with 20 species, followed by Hadrolaelia (5 spp.), Prosthechea (4 spp.), Cattleya (2 spp.), and Encyclia, Isabelia and Scaphyglottis (1 sp. each). Morphological characteristics of the cauloma, pseudobulbs, leaves, lip and pollinia are diagnostic for the distinction of these genera. In this study, keys for identification of the taxa, descriptions, illustrations, data on geographical distribution, conservation status and the environment, besides comments on morphological characteristics of the species, are presented. viii

9 Sumário Introdução Geral... 1 Referências bibliográficas... 4 Artigo 1: Diversidade das Orchidaceae no Parque Nacional do Itatiaia, Sudeste do Brasil. Resumo... 9 Abstract Introdução Material e métodos Área de estudo Listagem dos táxons Resultados e discussão Considerações finais Agradecimentos Referências bibliográficas Artigo 2: Estudos taxonômicos na subtribo Laeliinae (Orchidaceae; Epidendreae) no Parque Nacional do Itatiaia, Sudeste do Brasil. Resumo Abstract Introdução Abordagem histórica da subtribo Laeliinae Material e métodos Área de estudo Estudos taxonômicos Resultados e discussão Subtribo Laeliinae Benth Chave para identificação dos gêneros de Laeliinae ocorrentes no PARNA Itatiaia Descrição dos táxons de Laeliinae ocorrentes no PARNA Itatiaia Considerações finais Agradecimentos Referências bibliográficas ix

10 Anexo Anexo Conclusão Final Referências bibliográficas x

11 Introdução Geral A família Orchidaceae é pantropical e, provalvemente, a segunda maior dentre as Angiospermae. Pertence à ordem Asparagales Link e o número de espécies é controverso, as estimativas variam de a táxons (Dressler 1993). Apesar de Cameron (2006) ter apontado a existência de espécies, distribuídas em mais de 750 gêneros, o número mais consensual é de cerca de espécies, integrando 810 gêneros (Chase et al. 2003; Dressler 2005). A família é subdividida em cinco subfamílias: Apostasioideae, Vanilloideae, Cypripedioideae, Orchidoideae e Epidendroideae, que diferem por inúmeras características morfológicas vegetativas e florais, com destaque para o número de anteras férteis e para a presença ou ausência de políneas típicas (Dressler 1993; Pridgeon et al. 1999; Chase et al. 2003; Singer et al. 2008). Nesses estudos, Apostasioideae sempre constitui o grupo-irmão das demais Orchidaceae, sendo restrita à Ásia e à Oceania e representada por apenas dois gêneros (Neuwiedia Blume e Apostasia Blume) e cerca de 16 espécies. Pode ser caracterizada pela presença de duas ou três anteras férteis, um estaminódio e grãos de pólen em mônades ou tétrades. Vanilloideae é cosmopolita, com 15 gêneros e cerca de 250 espécies, e Cypripedioideae, semicosmopolita (somente não ocorre na África), com cinco gêneros e 155 espécies, são os grupos-irmãos sucessivos das demais orquidáceas e não apresentam políneas típicas. Enquanto Vanilloideae apresenta uma única antera fértil e pólen pastoso ou aglutinado, Cypripedioideae possui duas anteras férteis e laterais e um estaminódio conspícuo e mediano, além do pólen pastoso ou viscoso. As subfamílias Orchidoideae e Epidendroideae são também cosmopolitas e constituem grupos-irmãos, ambas caracterizadas pela presença de políneas típicas, porém, diferindo por características morfológicas da polínea e do polinário (Cameron et al. 1999; Chase et al. 2003; Singer et al. 2008). Orchidoideae está representada por ca. 210 gêneros e espécies, possui uma única antera fértil, e as espécies enquadradas nas tribos Codonorchideae P.J.Cribb, Diurideae (Endl.) Lindl. e Cranichideae Lindl. ex Meisn. (exceto Goodyerinae Klotzsch; sensu Chase et al. 2003) apresentam políneas granulares e macias ao tato, enquanto políneas sécteis, constituídas de subunidades denominadas mássulas, são características da tribo Orchideae Dressler & Dodson e da subtribo Goodyerinae. Já Epidendroideae é a subfamília mais numerosa, com cerca de 1

12 525 gêneros e espécies, possuindo uma antera fértil e polínea inteira, ceróide ou cartilaginosa, não subdividida em mássulas (Chase et al. 2003; Singer et al. 2008). A maioria das espécies da família, incluindo quase todas as epífitas, é encontrada em áreas tropicais, especialmente as montanhosas, sendo a região Neotropical a mais rica em orquídeas do mundo (Dressler 1981, 1993). O Brasil e o Equador, de acordo com Dressler (1981), são apontados como os segundos países com maior riqueza de orquídeas. Para o território brasileiro, Pabst & Dungs (1975, 1977) assinalam ca. 191 gêneros e espécies, porém este número foi recentemente retificado para por Giulietti et al. (2009), mostrando ser crescente em função de novas espécies descritas e de novos registros de ocorrência para o país. Apesar do crescente aumento do conhecimento, levantamentos florísticos recentes das Orchidaceae ainda são pouco expressivos no Brasil. Para a região Sudeste, pode-se destacar os estudos de Forster (2002), Menini Neto (2004a, b), Barbero (2007), Menini Neto et al. (2007), Romanini & Barros (2007) e Pansarin & Pansarin (2008), e, especificamente para o estado do Rio de Janeiro, os estudos de Miller et al. (2006), Cunha & Forzza (2007) e Sadii (2008), realizados, respectivamente, no Parque Natural Municipal da Prainha, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, e nos Afloramentos Rochosos da Pedra da Gávea, que, neste caso, integram o Parque Nacional da Tijuca. De elevada importância ornamental, a família possui inúmeros gêneros de valor horticultural no Brasil, como por exemplo, Cattleya Lindl., Hadrolaelia (Schltr.) Chiron & V.P.Castro, Epidendrum L. e Oncidium Sw. sensu lato. A família apresenta, também, expressiva diversidade de táxons no estado do Rio de Janeiro, onde predominam formações vegetacionais de Mata Atlântica. Apesar de não se dispor, ainda, de dados qualiquantitativos publicados sobre a diversidade das orquidáceas no estado fluminense, estimam-se em torno de 127 gêneros e 650 espécies, distribuídos em quatro subfamílias, Vanilloideae, Cypripedioideae, Orchidoideae e Epidendroideae, com base no levantamento feito no banco de dados JABOT (JBRJ). Em formações de Mata Atlântica desse estado, especialmente em Unidades de Conservação, a família apresenta grande riqueza de espécies (Pabst & Dungs 1975; Miller & Warren 1996; Miller et al. 2006; JBRJ). Estudos recentes destacam o Parque Nacional do Itatiaia (PARNA Itatiaia) como um importante fragmento florestal de Mata Atlântica do Sudeste brasileiro e ressaltam a necessidade de se conhecer a riqueza dos remanescentes florestais locais (Martinelli et al. 1989; Morim 2006; Barberena et al. 2008). 2

13 Para o PARNA Itatiaia, pouco se conhece atualmente sobre a riqueza de Orchidaceae, pois as informações disponíveis correspondem aos estudos de Porto (1915) e Brade (1956), desatualizados para os dias de hoje. A despeito do destaque histórico da região e da importância numérica e ornamental da família, não se dispõem ainda de uma listagem de espécies abrangente, nem de estudos taxonômicos com chaves analíticas e descrições dos táxons levantados. Nesse contexto, objetivando diagnosticar a atual diversidade da família nessa Unidade de Conservação, propõe-se apresentar uma lista comentada dos táxons, abordando formas de vida, fitofisionomias de ocorrência, dados de conservação e particularidades ecológicas. Concomitantemente, inicia-se o estudo taxonômico da família pela subtribo Laeliinae, considerando não só a sua representatividade na área, como também o elevado valor ornamental que a maioria das suas espécies possui. Ambos os trabalhos visam também fornecer subsídios para a Lista de espécies da Flora do Brasil, uma ação prevista na estratégia global para a Conservação de Plantas (BGCI 2006) e atualmente em processo de elaboração, sob a coordenação Geral do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Desse modo, propõe-se apresentar os resultados desse estudo sobre as Orchidaceae no PARNA Itatiaia na forma de dois artigos, intitulados: Diversidade das Orchidaceae no Parque Nacional do Itatiaia, Sudeste do Brasil (Artigo 1) e Estudos taxonômicos na subtribo Laeliinae (Orchidaceae; Epidendreae) no Parque Nacional do Itatiaia, Sudeste do Brasil (Artigo 2). 3

14 Referências bibliográficas Barberena, F. F. V. A; Chiavegatto, B. & Baumgratz, J. F. A Melastomataceae no Parque Nacional do Itatiaia, Sudeste do Brasil: tribos Bertolonieae e Merianieae. Rodriguésia 59(2): Barbero, A. P. P Flora da Serra do Cipó (Minas Gerais, Brasil): Orchidaceae subtribo Laeliinae. Dissertação de Mestrado, Instituto de Botânica da Secretaria do Meio Ambiente, São Paulo. 107p. BGCI Botanic Gardens Conservation International. Estratégia Global para a Conservação de Plantas. Rede Brasileira de Jardins Botânicos, Jardim Botânico do Rio de Janeiro & BGCI. 14p. Brade, A. C A flora do Parque Nacional do Itatiaia. Boletim do Parque Nacional do Itatiaia 5: Cameron, K. M.; Chase, M. W.; Whitten, W. M.; Kores, P. J.; Jarrel, D. C.; Albert, V. A.; Yukawa, T.; Hills, H. G. & Goldman, D. H A phylogenetic analysis of the Orchidaceae: evidence from rbcl nucleotide sequences. American Journal of Botany 86(2): Cameron, K. M A comparison and combination of plastid aptb and rbcl gene sequences for inferring phylogenetic relationships within Orchidaceae. Aliso 22: Chase, M. W.; Cameron, K. M.; Barrett, R. L. & Freudenstein, J. V DNA data and Orchidaceae systematics: a new phylogenetic classification. In: Dixon, K. W.; Kell, S. P.; Barrett, R. L. & Cribb, P. J. (eds.). Orchid Conservation. Natural History Publications, Kota Kinabalu, Sabah. Pp Cunha, M. F. B. & Forzza, R. C Orchidaceae no Parque Natural Municipal da Prainha, RJ, Brasil. Acta Botanica Brasilica 21(2):

15 Dressler, R. L The orchids, natural history and classification. Harvard University Press, Harvard. 332p. Dressler, R. L Phylogeny and classification of the orchid family. Dioscorides Press, Portland. 312p. Dressler, R. L How many orchid species? Selbyana 26: Forster, W Estudo taxonômico das espécies da subtribo Laeliinae Benth. (Orchidaceae) ocorrentes no Parque Nacional do Caparaó, MG/ES. Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, São Paulo. 177p. Giulietti, A. M.; Rapini, A.; Andrade, M. J. G.; Queiroz, L. P. & Silva, J. M. C. (orgs.) Plantas raras do Brasil. Belo Horizonte, MG: Conservação Internacional. 496p. JBRJ - Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jabot - Banco de Dados da Flora Brasileira (continuamente atualizado). Disponível em: [ Acesso em 1/6/2008. Martinelli, G.; Bandeira, J. & Bragança, J. O Campos de altitude. Editora Index, Rio de Janeiro. 130p. Menini Neto, L.; Assis, L. C. S. & Forzza, R. C. 2004a. A família Orchidaceae em um fragmento de floresta estacional semidecidual, no município de Barroso, Minas Gerais, Brasil. Lundiana 5(1): Menini Neto, L.; Almeida, V. R. & Forzza, R. C. 2004b. A família Orchidaceae na Reserva Biológica da Represa do Gama Descoberto, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia 55(84): Menini Neto, L.; Alves, R. J. V.; Barros, F. & Forzza, R. C Orchidaceae do Parque Estadual de Ibitipoca, MG, Brasil. Acta Botanica Brasilica 21(3):

16 Miller, D. & Warren, R Orquídeas do Alto da Serra da Mata Atlântica pluvial do Sudeste do Brasil. Salamandra Consultoria Editorial, Rio de Janeiro. 256p. Miller, D.; Warren, R.; Miller, I. M. & Seehawer, H Serra dos Órgãos: Sua história e suas orquídeas. Editora Scart, Nova Friburgo. 567p. Morim, M. P Leguminosae arbustivas e arbóreas da floresta atlântica do Parque Nacional do Itatiaia, Sudeste do Brasil: padrões de distribuição. Rodriguésia 57(1): Pabst, G. F. J. & Dungs, F Orchidaceae Brasilienses, v. 1. Hildesheim, Kurt Schmersow. 408p. Pabst, G. F. J. & Dungs, F Orchidaceae Brasilienses, v. 2. Hildesheim, Kurt Schmersow. 418p. Pansarin, E. R. & Pansarin, L. M A família Orchidaceae na Serra do Japi. São Paulo, Brasil. Rodriguésia 59(1): Porto, P. C Contribuição para o conhecimento da Flora Orchidacea da Serra do Itatiaia. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 1: Pridgeon, A. M.; Cribb, P. J.; Chase, M. W. & Rasmussen, F. N Genera Orchidacearum, vol. 1: General Introduction, Apostasioideae, Cypripedioideae. Oxford University Press, Oxford. 197p. Romanini, R. P. & Barros, F Orchidaceae. In: Melo, M. M. R. F.; Barros, F.; Wanderley, M. G. L.; Kirizawa, M.; Jung-Mendaçolli, S. L. & Chiea, S. A. C. (eds.). Flora Fanerogâmica da Ilha do Cardoso 12: Sadii, E Orchidaceae dos Afloramentos Rochosos da Pedra da Gávea, Parque Nacional da Tijuca, Rio de Janeiro. Dissertação de mestrado. Escola Nacional de Botânica Tropical/Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 119p. 6

17 Singer, R. B.; Gravendeel, B.; Cross, H. & Ramirez, S. R The use of orchid pollinia or pollinaria for taxonomic identification. Selbyana 29(1):

18 ARTIGO 1 8

19 Diversidade das Orchidaceae no Parque Nacional do Itatiaia, Sudeste do Brasil. Felipe Fajardo Villela A. Barberena 1, José Fernando A. Baumgratz 2 & Fábio de Barros 3 Resumo: (Diversidade das Orchidaceae no Parque Nacional do Itatiaia, Sudeste do Brasil). Apresenta-se uma lista comentada de espécies de Orchidaceae no Parque Nacional do Itatiaia, Sudeste do Brasil, com ênfase na riqueza qualiquantitativa das subfamílias e tribos, distribuição das espécies nas diferentes fitofisionomias, tipos de formas de vida e particularidades sistemáticas, taxonômicas e ecológicas. São listadas 226 espécies, pertencentes a 85 gêneros, 10 tribos e 19 subtribos, abrangendo as subfamílias Epidendroideae, Orchidoideae e Vanilloideae. Os gêneros Epidendrum (20 spp.), Habenaria (19 spp.), Octomeria (10 spp.), Acianthera (8 spp.) e Gomesa (7 spp.) são os mais numerosos; 42 gêneros estão representados somente por uma espécie. Registra-se pela primeira vez nessa Unidade de Conservação a ocorrência dos gêneros Christensonella, Dendrobium e Oeceoclades, além de 21 espécies, pertencentes aos gêneros Baptistonia, Brasilidium, Bulbophyllum, Capanemia, Carenidium, Christensonella, Coppensia, Dendrobium, Encyclia, Epidendrum, Gomesa, Habenaria, Octomeria, Rodrigueziella, Pleurothallis, Prosthechea e Vanilla; e documenta-se em herbário espécimes dos gêneros Capanemia e Encyclia, e das espécies Gomesa planifolia (Lindl.) Klotzsch & Rchb.f., Octomeria crassifolia Lindl. e Octomeria grandiflora Lindl. Palavras-chave: checklist, flora, Mata Atlântica, Unidade de Conservação. 1. Parte da Dissertação de Mestrado, Escola Nacional de Botânica Tropical/JBRJ; Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, R. Pacheco Leão 2.040, , Rio de Janeiro, RJ, Brasil. (fbarberena@jbrj.gov.br) 2. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, R. Pacheco Leão 915, , Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 3. Instituto de Botânica, Caixa Postal 3005, São Paulo, SP, Brasil. 9

20 Abstract: (Diversity of Orchidaceae in the Itatiaia National Park, Southeastern Brazil). A checklist of the orchid species occurring in the Itatiaia National Park, Southeastern Brazil, is presented and commented. This study emphasizes the quantitative and qualitative richness of the subfamilies and tribes, and provides commentary on the geographical distribution in different types of vegetation, types of life forms and some taxonomical and ecological characteristics for the species. For the area are listed 226 species belonging to 85 genera, 10 tribes and 19 subtribes, that are distributed in the subfamilies Epidendroideae, Orchidoideae e Vanilloideae. The genera Epidendrum (20 spp.), Habenaria (19 spp.), Octomeria (10 spp.), Acianthera (8 spp.) and Gomesa (7 spp.) are the most numerous, and 42 genera are represented by only one species. The occurrence of the genera Christensonella, Dendrobium and Oeceoclades, and 21 species of Baptistonia, Brasilidium, Bulbophyllum, Capanemia, Carenidium, Christensonella, Coppensia, Dendrobium, Encyclia, Epidendrum, Gomesa, Habenaria, Octomeria, Rodrigueziella, Pleurothallis, Prosthechea, and Vanilla are registered for the first time for this Conservation Unit. The genera Capanemia and Encyclia, and the species Gomesa planifolia (Lindl.) Klotzsch & Rchb.f, Octomeria crassifolia Lindl., and Octomeria grandiflora Lindl. are documented in herbarium for the first time for this area. Key words: Atlantic Forest, checklist, flora, Conservation Unit. 10

21 Introdução O conhecimento da riqueza florística da região foi de fato consideravelmente ampliado e enriquecido desde que os botânicos Glaziou, em 1872, e Fernsee, em 1879, visitaram o Altiplano do Itatiaia (IBDF 1982). Os estudos das Orchidaceae na Serra do Itatiaia aparentemente remontam ao século XIX, quando Ule, em 1894, coletou um exemplar de Habenaria inconspicua Cogn., material que se encontra depositado no herbário R. A partir dessa época, vários naturalistas e pesquisadores deram continuidade aos estudos das orquídeas na região, particularmente Porto (1915), que listou a ocorrência de 102 espécies e nove variedades, pertencentes a 45 gêneros, e Brade (1956), que relatou a ocorrência de 84 gêneros, 48 espécies e duas variedades. Nesses 115 anos de coletas e estudos de orquídeas, importantes resultados ampliaram o conhecimento da flora do maciço do Itatiaia, como a descrição de 15 novas espécies, pertencentes a 10 gêneros (Anathallis Barb.Rodr., Brasiliorchis Singer, Koehler & Carnevali, Cleistes Rich ex Lindl., Habenaria Willd., Hapalorchis Schltr., Myoxanthus Poepp. & Endl., Octomeria R.Br., Pelexia Poit. ex Lindl., Pleurothallopsis Porto & Brade e Stelis Sw.), cujos exemplares-tipo encontram-se depositados no herbário RB. Desse modo, objetivando ampliar e atualizar o conhecimento sobre a diversidade das Orchidaceae no Parque Nacional do Itatiaia (PARNA Itatiaia) propõe-se apresentar uma lista comentada dos táxons ocorrentes nessa Unidade de Conservação, abordando dados sobre a distribuição das espécies nas diferentes fitofisionomias e tipos de formas de vida, além de comentários sobre particularidades ecológicas e estados de conservação. Material e Métodos Área de estudo Em 1908, visando à criação de dois núcleos coloniais, a Fazenda Federal adquiriu as terras que pertenciam ao Sr. Irineu Evangelista de Souza, o Visconde de Mauá; devido ao insucesso dos núcleos coloniais, as terras foram passadas para o Ministério da Agricultura, que, em 1929, criou uma Estação Biológica subordinada ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Finalmente, em 1937, foi criado o Parque Nacional do Itatiaia, a mais antiga Unidade de Conservação do Brasil, com ha, limites ampliados para ha em 1982 (IBDF 1982; Mapa 1). 11

22 O PARNA Itatiaia situa-se geograficamente na Serra da Mantiqueira, entre os paralelos e de latitude sul e os medianos e de longitude oeste, abrangendo o sudoeste do estado do Rio de Janeiro, nos municípios de Resende e Itatiaia, e sul de Minas Gerais, nos municípios de Itamonte e Bocaina de Minas. As cotas de altitude variam de 500 m, na parte sul, com matas de encosta, até m, nas partes mais acidentadas do relevo, como as Agulhas Negras (Martinelli et al. 1989; Ribeiro & Medina 2002). A vegetação da região é classificada como Floresta Ombrófila Densa e compreende duas fitofisionomias: Floresta Montana ( m) e Floresta Alto-Montana ou mata nebular (acima de m), incluindo os campos de altitude (que geralmente são encontrados acima de m) (Martinelli et al. 1989; Veloso et al. 1991). Do ponto de vista fitofisionômico, o PARNA Itatiaia pode ser dividido em duas áreas: 1) a parte baixa, onde estão localizados a sede administrativa, os hotéis e sítios de lazer, com predominância de Florestas Montanas e Alto-Montanas e 2) a parte alta, no Planalto, onde são encontradas, dentre outras elevações, o Morro do Couto, as Prateleiras e o Pico das Agulhas Negras, com vegetação predominante de campos de altitude. Dados adicionais sobre vegetação, clima, solo, relevo, geologia, geomorfologia, hidrografia, fauna e utilização de trilhas do PARNA Itatiaia podem ser encontrados em Magro (1997) e Morim (2006). 12

23 Mapa 1: Localização do Parque Nacional do Itatiaia, na Região Sudeste do Brasil (Fonte: Listagem dos táxons Realizou-se o levantamento bibliográfico, considerando não só obras clássicas em taxonomia, como trabalhos de flora, listagens e estudos filogenéticos. Procedeu-se também ao levantamento e à análise das coleções históricas e recentes, incluindo tipos e fotos de tipos, disponíveis nos herbários HB, GUA, R, RB, RBR, RFA, RUSU, SP e SPF (siglas de acordo com Holmgren & Holmgren 1998). Os exemplares do antigo herbário do PARNA Itatiaia (ITA), que foram recentemente incorporados ao acervo do RB, são tratados no presente estudo pela sigla RB/ITA, uma vez que ainda não foram registrados no banco de dados deste herbário. Na listagem, foram incluídos todos os espécimes ocorrentes no PARNA Itatiaia, inclusive as coleções com citação apenas de Itatiaia, pois alguns naturalistas (p. ex. Brade e Porto) realizaram coletas em diversas localidades que hoje integram a área do Parque. Na área de estudo foram realizadas expedições mensais com duração média de três dias, durante dezenove meses, no período de março/2008 a setembro/2009, totalizando 480 horas de esforço em trabalho de campo, das quais 325 foram gastas 13

24 explorando as formações montanas, 70, as formações alto-montanas e 85, os campos de altitude. Para as coletas dos exemplares utilizou-se o método de caminhamento (Filgueiras et al. 1994), sendo os espécimes observados e georeferenciados com uso de GPS e altímetro. As áreas do Parque foram percorridas de maneira a cobrir a maior extensão possível em cada expedição. Na parte baixa do Parque, foram exploradas as seguintes localidades e arredores: Posto 1, BR-485, margens do Rio Campo Belo, Último Adeus, Abrigo III e Prev-Fogo, Trilha do abrigo IV, Trilha Último Adeus-Campo Belo, Posto 2, Lago Azul, Lotes 25 e 50, Centro de Visitantes, Cachoeira Poranga, Maromba, Piscina do Maromba, Cachoeira Véu da Noiva, Cachoeira Itaporani, Hotel Donati, Trilha Hotel Donati-Hotel Simon, Hotel Simon, 3 Picos, Travessia Rui Braga (incluindo Abrigo Lamego e Abrigo Macieiras) e Maromba (Visconde de Mauá). No Planalto, foram explorados: Registro, Estrada Registro-Agulhas Negras, Casa de Pedra, Brejo da Lapa, Pedra Furada, Pousada Alsene, Posto 3, Morro do Couto, Pedra do Altar, Abrigo Rebouças, Prateleiras, Agulhas Negras, Travessia Rui Braga (incluindo o Abrigo Massenas), Pousada dos Lobos, Serra Negra e Alto dos Brejos, e ainda diversas áreas das localidades Visconde de Mauá, Fragária e Alagoas, que compõe parte da zona de amortecimento do PARNA Itatiaia, além de trilhas e áreas nunca antes percorridas. O material coletado foi herborizado segundo técnicas usuais (Guedes-Bruni et al. 2002) e depositado no herbário RB, com duplicatas no SP. Parte do material encontra-se em cultivo ex-situ no Orquidário do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Detalhes de espécimes na natureza e de particularidades do ambiente foram registrados através de fotografias digitais. Na análise e identificação do material foram utilizados microscópios óptico e estereoscópico. Quando necessário, usou-se paquímetro digital ou régua para mensuração das estruturas. Amostras florais também foram coletadas e fixadas em etanol a 70%, a fim de facilitar a identificação do exemplar. Os exemplares foram identificados com base nas principais obras de referência para a taxonomia das orquidáceas brasileiras (Rodrigues 1877, 1882; Cogniaux , , ; Hoehne 1940, 1942, 1945, 1949, 1953; Pabst & Dungs 1975, 1977; Sprunger et al. 1996) e por comparação com material de herbário identificado por especialistas. As abreviações dos nomes dos autores dos gêneros e espécies seguiram Brummit & Powell (1992). Para a correção dos nomes científicos, foram observadas as regras do Código Internacional de Nomenclatura Botânica (McNeill et al. 2006). 14

25 Quanto à forma de vida, Pabst & Dungs (1975) classificaram as orquídeas em: (a) aéreas; (b) epífitas e rupícolas; e (c) terrestres e de húmus. Definiram o primeiro grupo como super-epífitas, plantas que ficam dependuradas livremente, presas ao substrato por poucas raízes. Afirmaram que a delimitação entre o primeiro e o segundo grupos é difícil, porém ressaltaram que as orquídeas epífitas e rupícolas apresentam raízes firmemente fixas ao substrato, sendo esta a característica diferencial. Delimitaram o terceiro grupo como plantas que ficam presas ao solo e nunca sobem nas árvores, salvo exceções. A classificação das formas de vida seguiu estes autores, com modificações, sendo considerados os seguintes tipos: epífita, hemiepífita, rupícola e terrícola. Para a caracterização dos tipos de formas de vida foram feitas observações em campo e/ou em dados contidos nas etiquetas das exsicatas. Em alguns casos específicos, recorreu-se aos dados citados em literatura. Utilizou-se o sistema proposto por Waechter (1992), de divisão vertical do forófito em intervalos de 2 m (denominados estratos ) a partir da superfície do solo, para registrar a ocorrência das espécies epifíticas. As espécies endêmicas da Mata Atlântica e do Brasil foram assinaladas por F. Barros (com. pess.). A distribuição geográfica das espécies foi obtida com base nos dados divulgados nos sítios eletrônicos do CRIA (2009), Kew Herbarium Catalogue (2009), TROPICOS (2009), World Checklist of Selected Plants Families (2009), e (2009), além de Pabst & Dungs (1975). Foram adotados os estados de conservação utilizados nas seguintes listas de espécies ameaçadas de extinção: Fraga & Menezes (2000), Mendonça & Lins (2000), Mamede et al. (2007) e Simonelli & Fraga (2007). Para a classificação da vegetação adotou-se Veloso et al. (1991) e para a terminologia morfológica da família, Dressler (1981, 1993). Para a família Orchidaceae utilizou-se o sistema de classificação proposto por Chase et al. (2003). Resultados e discussão No PARNA Itatiaia a família está representada por 226 espécies distribuídas em 85 gêneros e três subfamílias Epidendroideae, a mais representativa, com 71 gêneros e 177 espécies, seguida de Orchidoideae, com 12 gêneros e 44 espécies, e Vanilloideae, com dois gêneros e cinco espécies (Fig. 1; Tabela 1). Epidendrum (20 spp.), Habenaria 15

26 (19 spp.), Octomeria (10 spp.), Acianthera (8 spp.) e Gomesa (7 spp.) são os gêneros mais numerosos. Para o PARNA Itatiaia, documenta-se em herbário, pela primeira vez, a ocorrência dos gêneros Capanemia e Encyclia, e de Gomesa planifolia (Lindl.) Klotzsch & Rchb.f., Octomeria crassifolia Lindl. e Octomeria grandiflora Lindl., pois Brade (1956) cita a ocorrência daqueles dois gêneros, e Porto (1915) lista a ocorrência destas espécies para a área, sem destacar a existência de materiais testemunhos. Registra-se pela primeira vez, para o PARNA Itatiaia, a ocorrência dos gêneros Christensonella Szlach., Mytnik, Górniak & Smiszek, Dendrobium Sw. e Oeceoclades Lindl., e de 21 táxons: Baptistonia lietzei (Regel) Chiron & V.P.Castro; Brasilidium gravesianum (Rolfe) Campacci; Bulbophyllum exaltatum Lindl.; Capanemia gehrtii Hoehne; Carenidium hookeri (Rolfe) Baptista; Christensonella acicularis (Herb. ex Lindl.) Szlach., Mytnik, Górniak & Smiszek; Coppensia caldensis (Rchb.f.) Docha Neto; Dendrobium nobile Lindl.; Encyclia patens Hook.; Epidendrum ecostatum Pabst; Epidendrum henschenii Barb.Rodr.; Epidendrum pseudodifforme Hoehne & Schltr.; Gomesa recurva R.Br.; Habenaria sp.; Octomeria chamaeleptotes Rchb.f.; Octomeria linearifolia Barb.Rodr.; Octomeria sp.; Rodrigueziella handroi (Hoehne) Pabst, Pleurothallis mentigera Kraenzl., Prosthechea pachysepala (Klotzsch) Chiron & V.P.Castro e Vanilla sp. Registra-se, também, a ocorrência de Octomeria aff. hatschbachii Schltr. para o Maciço do Itatiaia, pois o espécime Barberena 174 foi coletado na estrada para a Fragária, zona de amortecimento do Parque. As novas ocorrências de gêneros para o PARNA Itatiaia devem-se a fatores diversos, conforme pode ser observado nos comentários de Christensonella acicularis, Dendrobium nobile e Oeceoclades maculata. Christensonella acicularis é endêmica da Mata Atlântica e, no Parque, vegeta próxima de cursos d água, em paredões rochosos ou como epífita, em forófitos em penhascos, a cerca de m de altitude. Ressalta-se a ocorrência inesperada de Dendrobium nobile, uma espécie asiática e introduzida no Parque, possivelmente pelos próprios moradores locais, devido ao seu elevado valor ornamental e à fácil propagação vegetativa. A espécie, até o momento, está restrita às formações montanas, ocorrendo em diferentes localidades do Parque, sempre em áreas antropizadas e comumente vegetando nos estratos mais basais do forófito (0-2 m e 2-4 m alt.). 16

27 Porto (1915) lista a ocorrência de Oeceoclades maculata Lindl. (Lindl.) para a Serra do Itatiaia, como sinônimo de Eulophidium maculatum Pfitz. Entretanto, para a área, essa espécie é documentada em herbário pela primeira vez, assim como o gênero Oeceoclades Lindl. Esta espécie é cosmopolita (TROPICOS 2009) e popularmente considerada uma praga entre as orquídeas, pois ocorre nos mais diversos ecossistemas, incluindo remanescentes florestais de Mata Atlântica e restinga, porém freqüentemente em áreas antropizadas. A espécie é facilmente reconhecida mesmo em estado vegetativo, pois suas folhas se assemelham às de Sansevieria trifasciata Prain (Liliaceae), popularmente conhecida como espada-de-são-jorge, possuindo, entretanto, tamanho menor. Destaca-se também que O. maculata se auto-poliniza com facilidade, conforme constatado durante visitas a área de estudo, o que provavelmente contribui para sua ampla dispersão. Além de novas ocorrências, 56 espécies, correspondendo a 33 gêneros, foram recoletadas e cerca de 20 espécimes foram incorporados à coleção viva e permanecem em cultivo ex-situ no Orquidário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Entre as espécies levantadas para a área de estudo, 77 são exclusivamente epífitas, 24 são exclusivamente terrestres, 12 são exclusivamente rupícolas e somente uma, Vanilla sp., é hemi-epífita. 19 espécies podem apresentar mais de uma forma de vida, dentre as quais, 10 podem ocorrer como epífitas e rupícolas, sete como terrestres e rupícolas, Hapalorchis lineatus (Lindl.) Schltr. ocorre como epífita e terrestre e somente Epidendrum secundum Jacq. pode ser encontrada sob as três formas de vida (Tabela 1). Entretanto, muitas das espécies de Orchidaceae que ocorrem no PARNA Itatiaia são pouco documentadas em herbários ou não são recoletadas há décadas, de modo que informações sobre forma de vida de alguns táxons inexistem. Este fato é observado para 93 táxons (Tabela 1). Verifica-se que 108 espécies são endêmicas da Mata Atlântica, das quais 98 são também endêmicas do Brasil (Tabela 1). As demais espécies apresentam uma diversidade de habitats maior, ocorrendo não somente em formações florestais Ombrófilas de Mata Atlântica, mas também em restingas, mangues, afloramentos rochosos, na Floresta Amazônica e/ou no Cerrado. No PARNA Itatiaia, a maioria das espécies (62%) se restringe às Florestas Montanas, justificando o maior esforço de coleta nesta fitofisionomia, 14% são exclusivas das Florestas Alto-Montanas, 4% ocorrem em ambas as fitofisionomias e 5% somente vegetam nos campos de altitude. 17

28 Na área de estudo, algumas espécies ocorrem em duas fitofisionomias. Coppensia blanchetii (Rchb.f.) Campacci (Fig. 1c), Cyclopogon apricus (Lindl.) Schltr. e Habenaria paranaensis Barb.Rodr. (Fig. 1e), apesar de ocorrerem predominantemente nos campos de altitude, também podem ser encontradas nas Florestas Alto-Montanas, e Habenaria montevidensis Spreng. e Habenaria parviflora Lindl. ocorrem tanto nas Florestas Montanas quanto nos campos de altitude. Destaca-se ainda Cranichis candida Cogn., com distribuição nas Florestas Montanas, Alto-Montanas e nos enclaves de Florestas Alto-Montanas inseridos nos campos de altitude, e Hadrolaelia mantiqueirae (Fowlie) Fowlie, que se distribui pelas Florestas Alto-Montanas e também em enclaves de Florestas Alto-Montanas encontrados nos campos de altitude. Para cerca de 12% dos táxons inexistem informações sobre as fitofisionomias nas quais ocorrem (Tabela 1). Do total de espécies, 46 são citadas em pelo menos uma Lista Vermelha para a Região Sudeste, sob diversos estados de conservação: EW (Presumivelmente Extinta na Natureza), EX (Presumivelmente Extinta), CR (Criticamente em Perigo), EN (Em Perigo), VU (Vulnerável), e seis são citadas em listas complementares, com categorias duvidosas, que evidenciam espécies quase ameaçadas ou presumivelmente ameaçadas (Tabela 2). Dentre essas espécies, pode-se destacar: (a) recoleta de Carenidium concolor (Hook.) Baptista (Fig. 1b) nas proximidades da Pousada do Lobo, em Itamonte (MG), sendo apontada como Criticamente em Perigo (CR) para Minas Gerais, devido à ausência de coletas recentes, e como Presumivelmente Extinta (EX) no estado de São Paulo, onde não se têm novos registros nos últimos 50 anos, inclusive em condições ex-situ; (b) o primeiro registro de Epidendrum henschenii Barb.Rodr. (Fig. 1d) na área, uma espécie considerada Vulnerável (VU) no estado de São Paulo. Alguns espécimes de Habenaria Willd., Lankesterella Ames, Octomeria R. Br., Notylia Lindl., Stanhopea Frost ex Hook., Stelis Sw. e Vanilla Mill. ainda necessitam de estudos morfológicos mais detalhados, razão pela qual estão identificados, no momento, somente em nível de gênero. Em relação à primeira lista de espécies de Orchidaceae para a Serra do Itatiaia (Porto 1915), foram excluídos 86 táxons (Tabela 3), dos quais, 38 por serem atualmente considerados sinônimos e 48 por não estarem relacionados a qualquer exsicata documentada em herbário e não terem sido observados espécimes em campo. Além destes, Galeandra sp. e Stelis ophioglossoides Sw., citadas na primeira listagem, foram tratadas, respectivamente, como Galeandra beyrichii Rchb.f e Stelis sp. no presente estudo (Tabela 2). 18

29 Bifrenaria melanopoda Klotzsch não consta no levantamento de Porto (1915). Apesar de sua ocorrência para o PARNA Itatiaia estar documentada no herbário RB, esta espécie também foi excluída, tendo em vista que Koehler (2001), em um estudo recente sobre o complexo Bifrenaria Lindl., considerou-a como um táxon duvidoso. Considerações finais Para a elaboração da lista de espécies foram realizadas coletas recentes na área de estudo, consultas à bibliografia pertinente e às coleções completas de 10 herbários da região Sudeste, resultando na análise de 832 exsicatas, sendo o herbário RB, o de maior coleção de Orchidaceae para o PARNA Itatiaia, com 456 exsicatas, seguido pelo HB (112), RB/ITA (99), R (90), SP (23), GUA (21), RFA (18), RBR (9) e SPF (4). Dessa forma, o levantamento das Orchidaceae do PARNA Itatiaia possibilitou evidenciar uma expressiva diversidade da família, 85 gêneros e 226 espécies. Em relação aos dados pretéritos disponíveis, o conhecimento em termos de táxons foi ampliado em mais de 50%, pois Porto (1915) listou 40 gêneros e 111 táxons para a Serra do Itatiaia. A lista atual, a primeira para o PARNA Itatiaia, possui uma abrangência maior de táxons, sendo 9% das espécies (21 spp.) correspondentes a novos registros para a área. O aumento substancial no número de táxons pode ser explicado, principalmente, pela coleta de espécimes em localidades pouco exploradas e/ou de difícil acesso e ao esforço de coleta (480 horas de trabalho de campo). Através da presente listagem, as informações presentes nas etiquetas dos espécimes analisados tornam-se de domínio público, permitindo destacar dados de extrema relevância para o conhecimento das espécies, como fitofisionomias, altitudes e localidades em que ocorrem. Em sua maioria (63%, correspondendo a 139 spp.), as espécies estão restritas às Florestas Montanas, compreendendo a faixa altitudinal que varia de 500 a m de altitude, e apenas 13% (29 spp.) e 5% (11 spp.) são restritas, respectivamente, à Floresta Alto-Montana (acima de m de altitude) e aos campos de altitude (comumente acima de m). Para as demais espécies inexistem dados sobre as fitosionomias na qual vegetam ou ocorrem em mais de uma formação vegetacional. O presente estudo proporciona também a ampliação do conhecimento sobre as espécies ocorrentes nos campos de altitude, pois fornece dados qualiquantitativos, com 19

30 base na lista atualizada de espécies, que permite destacar a ocorrência de 17 táxons. Para o Maciço do Itatiaia, o levantamento realizado possibilita evidenciar ainda a ocorrência de elevado número de espécies endêmicas da Mata Atlântica, 108 spp., o que representa quase a metade das espécies levantadas. Apesar da expressiva diversidade de orquídeas, no PARNA Itatiaia não foi encontrada qualquer espécie endêmica da flora fluminense. Ainda assim, a riqueza da família na área e a ocorrência de 46 espécies citadas em Listas Vermelhas permite assinalar a importância de ecossistemas montanhosos da Região Sudeste, do bioma Mata Atlântica e, mais especificamente desta Unidade de Conservação, para a preservação de inúmeras espécies de Orchidaceae. Desse modo, através de informações como tipos de fitofisionomias, altitudes e localidades em que as espécies são encontradas, são fornecidos relevantes subsídios para que os gestores e pesquisadores desenvolvam políticas e/ou estratégias de manejo para essa área e outras similares, legalmente protegidas ou não. 20

31 Tabela 1: Lista das Orchidaceae ocorrentes no Parque Nacional do Itatiaia, Sudeste do Brasil, destacando a subfamília, tribo, subtribo, forma de vida, fitofisionomia e espécime-testemunho, com a respectiva sigla do herbário (Tribo:? = Posicionamento incerto, CI = classificação inexistente; Subtribo: CI = classificação inexistente; Forma de vida: DA = dados ausentes, E = epífita, HE = hemi-epífita, R = rupícola, T = terrícola; Fitofisionomia: CA = campo de altitude, DA = dados ausentes, EFAM = enclave de Floresta Alto-Montana, FM = Floresta Montana, FAM = Floresta Alto-Montana). Os novos registros para o PARNA Itatiaia estão destacados com o símbolo # e as espécies documentadas em herbário, pela primeira vez, para o PARNA do Itatiaia, com o símbolo $. Espécies recoletadas em estão marcadas com um asterisco (*). Espécies endêmicas da Mata Atlântica e do Brasil estão assinaladas com o símbolo ( ; β) e espécies endêmicas da Mata Atlântica, mas que ocorrem também na Argentina e/ou no Paraguai, com o símbolo ( ). Táxons Subfamília Tribo Subtribo Forma de vida Fitofisionomia Material testemunho Acianthera capanemae (Barb.Rodr.) Pridgeon & M.W.Chase Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae E FM ( ; β) A.C.Brade (RB) Acianthera cryptophoranthoides (Loefgr.) F.Barros * Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae E FM ( ; β) F.F.V.A.Barberena 54 (RB) Acianthera luteola (Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae E FM A.C.Brade (RB) Acianthera prolifera (Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae R DA P.C.Porto 4 (RB) Acianthera saundersiana (Rchb.f.) Pridgeon & M.W.Chase * Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae E/R FM F.F.V.A.Barberena 10 (RB) Acianthera sonderana (Rchb.f.) Pridgeon & M.W.Chase * Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae E FAM F.G.Briegen s.n. (HB 58108) Acianthera teres (Lindl.) Borba Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae DA FM A.C.Brade (RB) Acianthera tricarinata (Poepp. & Endl.) Pridgeon & M.W.Chase Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae E FM A.C.Brade (RB) Anathallis adenochila (Loefgr.) F.Barros * Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae E FM ( ; β) G.F.J.Pabst et al (HB) Anathallis linearifolia (Cogn.) Pridgeon & M.W.Chase Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae DA FAM A.C.Brade (RB) Anathallis rubens (Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase * Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae E FM ( ; β) F.F.V.A.Barberena et al. 5 (RB) Anathallis sclerophylla (Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase * Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae E FM ( ; β) F.F.V.A.Barberena 82 (RB) Aspidogyne bidentifera (Schltr.) Garay Orchidoideae Cranichideae Goodyerinae DA FAM A.C.Brade (RB) Aspidogyne commelinoides (Barb.Rodr.) Garay Orchidoideae Cranichideae Goodyerinae R/T FM ( ; β) A.C.Brade (RB) Aspidogyne lindleyana (Cogn.) Garay Orchidoideae Cranichideae Goodyerinae DA FM A.C.Brade (RB) Baptistonia lietzei (Regel) Chiron & V.P.Castro # Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae E FM F.F.V.A.Barberena 56 (RB) Baptistonia pubes (Lindl.) Chiron & V.P.Castro Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae DA FM P.C.Porto 1037 (RB) Baptistonia truncata (Pabst) Chiron & V.P.Castro Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae DA FM ( ; β) A.C.Brade (RB) Barbosella gardneri (Lindl.) Schltr. Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae E FM ( ; β) A.C.Brade (HB) Barbosella miersii (Lindl.) Schltr. Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae E FM ( ; β) P.G.Windisch s.n. (HB 60577) Bifrenaria harrisoniae (Hook.) Rchb.f. * Epidendroideae Cymbidieae Maxillariinae E FM F.F.V.A.Barberena 70 (RB) Bifrenaria racemosa Lindl. Epidendroideae Cymbidieae Maxillariinae DA FM ( ; β) P.C.Porto 22 (RB) Bifrenaria stefanae V.P.Castro Epidendroideae Cymbidieae Maxillariinae R FM ( ; β) A.C.Brade (RB) 21

32 Bifrenaria vitellina (Lindl.) Lindl. * Epidendroideae Cymbidieae Maxillariinae E FM ( ; β) F.F.V.A.Barberena 98 (RB) Brasilidium crispum (Lodd. ex Lindl.) Campacci Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae DA FM ( ; β) P.C.Porto s.n. (RB 14865) Brasilidium gravesianum (Rolfe) Campacci # Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae E FM F.F.V.A.Barberena 72 (RB) Brasilidium marshallianum (Rchb.f.) Campacci Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae DA FM ( ; β) P.C.Porto s.n. (RB ) Brasiliorchis barbosae (Loefgr.) R.Singer, S.Koehler & Carnevali Epidendroideae Cymbidieae Maxillariinae R FM ( ; β) A.C.Brade (RB) Brasiliorchis gracilis (G.Lodd.) R.Singer Epidendroideae Cymbidieae Maxillariinae DA DA ; β) C.M.Chaves 14 (GUA) Brasiliorchis marginata (Lindl.) R.Singer, S.Koehler & Carnevali Epidendroideae Cymbidieae Maxillariinae DA DA ( ; β) P.C.Porto (RB/ITA 512) Brasiliorchis picta (Hook.) R.Singer, S.Koehler & Carnevali * Epidendroideae Cymbidieae Maxillariinae DA FM ( ) Sick s.n. (RB 84189) Brasiliorchis ubatubana (Hoehne) R.Singer, S.Koehler & Carnevali Epidendroideae Cymbidieae Maxillariinae DA DA ( ; β) P.C.Porto 46 (RB) Bulbophyllum atropurpureum Barb.Rodr. Epidendroideae? Dendrobiinae E DA ( ; β) M.Kirizawa 3432 (SP) Bulbophyllum exaltatum Lindl. # Epidendroideae? Dendrobiinae E FM F.F.V.A.Barberena 36 (RB) Bulbophyllum napellii Lindl. Epidendroideae? Dendrobiinae E FAM ( ) A.C.Brade s.n. (RB/ITA 433) Camaridium micranthum M.A.Blanco Epidendroideae Cymbidieae Maxillariinae DA FM ( ; β) P.C.Porto s.n. (RB 16151) Camaridium ochroleucum Lindl. Epidendroideae Cymbidieae Maxillariinae R FAM V.F.Ferreira 228 (RB) Campylocentrum lansbergii (Rchb.f.) Schltr. Epidendroideae Vandeae Angraecinae DA FM A.C.Brade s.n. (HB 2623) Campylocentrum sellowii (Rchb.f.) Rolfe Epidendroideae Vandeae Angraecinae E FM Azevedo 201 (RB) Capanemia gehrtii Hoehne Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae E FM F.F.V.A.Barberena 191 (RB) Carenidium concolor (Hook.) Baptista * Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae E FAM F.F.V.A.Barberena 50 (RB) Carenidium hookeri Rolfe (Baptista) # Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae E FAM F.F.V.A.Barberena 122 (RB) Carenidium raniferum (Lindl.) Baptista Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae E DA P.G.Windisch s.n. (HB 60581) Cattleya bicolor Lindl. Epidendroideae Epidendreae Laeliinae DA FM P.C.Porto 67 (RB) Cattleya schofieldiana Rchb.f. Epidendroideae Epidendreae Laeliinae DA FM ( ; β) P.C.Porto 68 (RB) Centroglossa tripollinica Barb.Rodr. Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae E FM ( ; β) A.C.Brade (RB) Christensonella acicularis (Herb. ex Lindl.) Szlach., Mytnik, Górniak & Smiszek # Epidendroideae Cymbidieae Maxillariinae E/R FM ( ; β) F.F.V.A.Barberena 71 (RB) Cirrhea loddigesii Lindl. Epidendroideae Cymbidieae Stanhopeinae DA FM ( ; β) G.F.J.Pabst s.n. (HB 3135) Cleistes gracilis (Barb.Rodr.) Schltr. * Vanilloideae Pogonieae Pogoniineae DA FM P.C.Porto s.n. (RB/ITA 438) Cleistes itatiaiae Pabst Vanilloideae Pogonieae Pogoniineae T FM/FAM P.C.Porto 2811 (RB) Cleistes lepida (Rchb.f.) Schltr. Vanilloideae Pogonieae Pogoniineae DA DA A.L.V.Toscano de Brito 20 (HB) 22

33 Coppensia blanchetii (Rchb.f.) Campacci * Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae T CA/FAM H.E.Strang 258 (GUA) Coppensia caldensis (Rchb.f.) Docha Neto # Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae T CA ( ; β) F.F.V.A.Barberena 153 (RB) Coppensia doniana (Batem. ex W.Baxter) Campacci * Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae T CA ( ; β) Coppensia montana (Barb.Rodr.) Campacci * Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae T CA J.C.Lindeman & J.H.deHass 5196 (SP) Prof.F.Merzmueller s.n. (HB 42532) Coppensia ramosa (Lindl.) Campacci * Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae T CA F.Segadas-Viana 763 (HB) Coppensia warmingii (Rchb.f.) Campacci * Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae T FAM A.C.Brade (RB) Cranichis candida Cogn. * Orchidoideae Cranichideae Cranichidinae R/T FM/FAM/EFAM P.Occhioni 902 (RFA) Cyclopogon apricus (Lindl.) Schltr. Orchidoideae Cranichideae Spiranthinae DA CA/FAM H.Strang 823 & A.Castellanos (HB) Cyclopogon dusenii Schltr. Orchidoideae Cranichideae Spiranthinae DA DA ( ; β) Sem coletor (RB ) Cyclopogon elatus (Sw.) Schltr. Orchidoideae Cranichideae Spiranthinae R FM A.C.Brade (RB) Cyclopogon itatiaiensis (Kraenzl.) Hoehne Orchidoideae Cranichideae Spiranthinae DA FM/FAM A.C.Brade (RB) Dendrobium nobile Lindl. # Epidendroideae? Dendrobiinae E/R FM F.F.V.A.Barberena 195 (RB) Dichaea anchorifera Cogn. Epidendroideae Cymbidieae Zygopetalinae DA FM ( ; β) A.C.Brade (RB) Dichaea cogniauxiana Schltr. * Epidendroideae Cymbidieae Zygopetalinae E FM ( ; β) P.C.Porto 1626 (RB) Dichaea pendula (Aubl.) Cogn. * Epidendroideae Cymbidieae Zygopetalinae E/R FM ( ; β) F.F.V.A.Barberena 11 (RB) Dryadella edwallii (Cogn.) Luer * Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae E FM/FAM ( ; β) A.C.Brade (RB) Elleanthus brasiliensis Rchb.f. * Epidendroideae Sobralieae CI E/R FM G.Martinelli 3214 (HB) Elleanthus linifolius C. Presl Epidendroideae Sobralieae CI DA FAM A.C.Brade (RB) Encyclia patens Hook. # Epidendroideae Epidendreae Laeliinae E/R FM F.F.V.A.Barberena 35 (RB) Epidendrum armeniacum Lindl. * Epidendroideae Epidendreae Laeliinae E FM F.F.V.A.Barberena 62 (RB) Epidendrum avicula Lindl. Epidendroideae Epidendreae Laeliinae R FM ( ; β) A.C.Brade (RB) Epidendrum chlorinum Barb.Rodr. * Epidendroideae Epidendreae Laeliinae E FM/FAM ( ; β) Epidendrum cooperianum Bateman Epidendroideae Epidendreae Laeliinae E FAM F.F.V.A.Barberena et al. 197 (RB) L.J.T.Cardoso & I. Aximoff 190 (RB) Epidendrum ecostatum Pabst # Epidendroideae Epidendreae Laeliinae E FM ( ; β) F.F.V.A.Barberena 79 (RB) Epidendrum filicaule Lindl. * Epidendroideae Epidendreae Laeliinae E FM ( ; β) P.C.Porto 27A (RB) Epidendrum henschenii Barb.Rodr. # Epidendroideae Epidendreae Laeliinae E FM F.F.V.A.Barberena 43 (RB) Epidendrum latilabre Lindl. Epidendroideae Epidendreae Laeliinae DA FM A.J.Sampaio 4150 (R) 23

34 Epidendrum mantiqueiranum Porto & Brade Epidendroideae Epidendreae Laeliinae E FAM A.C.Brade (RB) Epidendrum ochrochlorum Barb.Rodr. * Epidendroideae Epidendreae Laeliinae E FM A.C.Brade (RB) Epidendrum paranaense Barb.Rodr. * Epidendroideae Epidendreae Laeliinae E/R FM ( ; β) F.F.V.A.Barberena 32 (RB) Epidendrum proligerum Barb.Rodr. Epidendroideae Epidendreae Laeliinae DA FM ( ; β) P.C.Porto 1044 (RB) Epidendrum pseudodifforme Hoehne & Schltr. # Epidendroideae Epidendreae Laeliinae E FM ( ; β) F.F.V.A.Barberena 20 (RB) Epidendrum ramosum Jacq. * Epidendroideae Epidendreae Laeliinae E/R FM A.C.Brade s.n. (RB ) Epidendrum rigidum Jacq. Epidendroideae Epidendreae Laeliinae DA FM P.C.Porto 72 (RB 8145) Epidendrum saxatile Lindl. Epidendroideae Epidendreae Laeliinae DA FM L.Lanstyack 143 (RB) Epidendrum secundum Jacq. * Epidendroideae Epidendreae Laeliinae E/R/T FM/FAM F.F.V.A.Barberena et al. 3 (RB) Epidendrum strobiliferum Rchb.f. Epidendroideae Epidendreae Laeliinae DA FM A.C.Brade s.n. (RB ) Epidendrum tridactylum Lindl. * Epidendroideae Epidendreae Laeliinae E FM A.C.Brade (RB) Epidendrum vesicatum Lindl. Epidendroideae Epidendreae Laeliinae DA FM ( ; β) P.Dusén 720 (R) Eulophia alta (L.) Fawc. & Rendle * Epidendroideae Cymbidieae Eulophiinae T FM F.F.V.A.Barberena & M.Torres 29 (RB) Eurystyles actinosophila (Barb.Rodr.) Schltr. Orchidoideae Cranichideae Spiranthinae E FM A.C.Brade (RB) Eurystyles cogniauxii (Kraenzl.) Schltr. Orchidoideae Cranichideae Spiranthinae E FM P.C.Porto 795 (RB) Eurystyles cotyledon Wawra Orchidoideae Cranichideae Spiranthinae E DA A.L.V.Toscano de Brito s.n. (HB 75634) Galeandra beyrichii Rchb.f. Epidendroideae Cymbidieae Catasetinae DA DA V.F.Mansano 209 (RB) Gomesa chrysostoma Hoffmanns. Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae E DA A.C.Brade (RB) Gomesa crispa (Lindl.) Klotzsch ex Rchb.f. Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae E FM L.Freitas 917 (RB) Gomesa glaziovii Cogn. * Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae R FM ( ; β) G.F.J.Pabst s.n. (HB 2604) Gomesa laxiflora Klotzsch & Rchb.f. Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae DA FM ( ; β) G.F.J.Pabst et al (HB) Gomesa planifolia (Lindl.) Klotzsch & Rchb.f. $ Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae E FM ( ) F.F.V.A.Barberena et al. 8 (RB) Gomesa recurva R.Br. # Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae E FM ( ) F.F.V.A.Barberena 169 (RB) Gomesa sessilis Barb.Rodr. * Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae E FM ( ; β) P.C.Porto 1655 (HB) Govenia utriculata (Sw.) Lindl. Epidendroideae Calypsoeae CI T DA A.C.Brade (RB) Grandiphyllum edwallii (Cogn.) DochaNeto Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae DA DA ( ) J.F.Zikán s.n. (SP 27433) Grandiphyllum pohlianum (Cogn.) DochaNeto Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae DA FM ( ; β) P.C.Porto s.n. (RB ) Grandiphyllum sphegiferum (Lindl.) DochaNeto Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae DA DA ( ; β) Fr.NestorWelter 68 (HB) 24

35 Grobya amherstiae Lindl. Epidendroideae Cymbidieae Catasetinae DA DA A.C.Brade s.n. (RB ) Grobya galeata Lindl. Epidendroideae Cymbidieae Catasetinae DA FAM ( ; β) P.C.Porto 1060 (RB) Habenaria armata Rchb.f. Orchidoideae Orchideae Orchidinae T CA E.Fromm 154 & E.Santos 179 (HB) Habenaria edentula Schltr. Orchidoideae Orchideae Orchidinae DA DA P.C.Porto 1001 (RB) Habenaria floribunda Lindl. Orchidoideae Orchideae Orchidinae DA FM P.C.Porto 1907 (RB) Habenaria inconspicua Cogn. Orchidoideae Orchideae Orchidinae DA DA E.Ule 278 (HB) Habenaria itatiayae Schltr. * Orchidoideae Orchideae Orchidinae DA CA A.C.Brade (RB) Habenaria johannensis Barb.Rodr. Orchidoideae Orchideae Orchidinae T FM L.Lanstyack s.n. (RB 53109) Habenaria josephensis Barb.Rodr. Orchidoideae Orchideae Orchidinae T FM ( ) L.Lanstyack s.n. (RB 53108) Habenaria macronectar (Vell.) Hoehne Orchidoideae Orchideae Orchidinae DA DA P.C.Porto 1522 (SP) Habenaria melanopoda Hoehne & Schltr. Orchidoideae Orchideae Orchidinae DA CA A.C.Brade (RB) Habenaria montevidensis Spreng. Orchidoideae Orchideae Orchidinae DA CA/FM P.C.Porto 1753 (RB) Habenaria nemorosa Barb.Rodr. Orchidoideae Orchideae Orchidinae T FM A.C.Brade s.n. (RB 62320) Habenaria paranaensis Barb.Rodr. * Orchidoideae Orchideae Orchidinae R/T CA/FAM A.Jouy 1293 (SPF) Habenaria parviflora Lindl. * Orchidoideae Orchideae Orchidinae T CA/FM E.Pereira 7553 & C.Pereira 21 (HB) Habenaria repens Nutt. Orchidoideae Orchideae Orchidinae T FM/FAM P.C.Porto 993 (SP) Habenaria riedelii Cogn. Orchidoideae Orchideae Orchidinae T FM/FAM ( ; β) P.C.Porto 1022 (RB) Habenaria rolfeana Schltr. * Orchidoideae Orchideae Orchidinae R/T CA A.C.Brade (RB) Habenaria subviridis Hoehne & Schltr. Orchidoideae Orchideae Orchidinae DA FAM A.C.Brade (HB) Habenaria umbraticola Barb.Rodr. Orchidoideae Orchideae Orchidinae DA FAM ( ; β) A.C.Brade (RB) Habenaria sp. # Orchidoideae Orchideae Orchidinae T FAM F.F.V.A.Barberena 119 (RB) Hadrolaelia coccinea (Rchb.f.) Chiron & V.P.Castro * Epidendroideae Epidendreae Laeliinae E FAM ( ) A.C.Brade (RB) Hadrolaelia crispa (Lindl.) Chiron & V.P.Castro Epidendroideae Epidendreae Laeliinae DA FM ( ; β) P.C.Porto s.n. (RB ) Hadrolaelia mantiqueirae (Fowlie) Fowlie * Epidendroideae Epidendreae Laeliinae E FAM/EFAM ( ; β) F.F.V.A.Barberena 48 (RB) Hadrolaelia perrinii (Lindl.) Chiron & V.P.Castro Epidendroideae Epidendreae Laeliinae DA FM ( ; β) P.C.Porto s.n. (RB 8193) Hadrolaelia purpurata (Lindely & Paxton) Chiron & V.P.Castro Epidendroideae Epidendreae Laeliinae DA FM ( ; β) P.C.Porto s.n. (RB ) Hapalorchis lineatus (Lindl.) Schltr. Orchidoideae Cranichideae Spiranthinae E/T FM G.F.J.Pabst et al (HB) Hapalorchis pauciflorus Porto & Brade Orchidoideae Cranichideae Spiranthinae R FM ( ; β) A.C.Brade (RB) 25

36 Heterotaxis brasiliensis (Brieger & Illg) F.Barros * Epidendroideae Cymbidieae Maxillariinae R FM ( ; β) P.C.Porto s.n. (RB 8156) Isabelia virginalis Barb.Rodr. Epidendroideae Epidendreae Laeliinae DA FM A.C.Brade s.n. (HB 2590) Isochilus linearis (Jacq.) R.Br. * Epidendroideae Epidendreae Ponerinae E/R FM F.F.V.A.Barberena 34 (RB) Kleberiella longipes (Lindl.) V.P.Castro & Catharino * Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae E FM P.C.Porto 650 (RB) Lankesterella sp. Orchidoideae Cranichideae Spiranthinae E FM J.M.A.Braga 3464 (RB) Liparis nervosa (Thunb. ex Murray) Lindl. * Epidendroideae Malaxideae CI R/T FM/FAM F.F.V.A.Barberena et al. 2 (RB) Malaxis cogniauxiana (Schltr.) Pabst Epidendroideae Malaxideae CI T FAM ( ; β) P.Occhioni 8710 (RFA) Masdevallia infracta Lindl. * Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae E FM ( ; β) P.C.Porto 1597 (RB) Maxillaria leucaimata Barb.Rodr. Epidendroideae Cymbidieae Maxillariinae DA FM P.C.Porto 1660 (RB) Maxillaria lindleyana Schltr. * Epidendroideae Cymbidieae Maxillariinae E FM ( ; β) P.C.Porto 1674A (RB) Maxillaria ochroleuca Lodd. ex Lindl. * Epidendroideae Cymbidieae Maxillariinae E FM P.C.Porto 1659 (RB) Maxillaria porrecta Lindl. Epidendroideae Cymbidieae Maxillariinae DA FM ( ; β) G.F.J.Pabst s.n. (HB 2576) Maxillariella robusta (Barb.Rodr.) M.A.Blanco & Carnevali Epidendroideae Cymbidieae Maxillariinae DA FM Fr.NestorWelter 63 (HB) Mesadenella cuspidata (Lindl.) Garay Orchidoideae Cranichideae Spiranthinae DA FM P.C.Porto 1047 (RB) Mesospinidium jucudum Rchb.f. Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae DA FM A.C.Brade (RB) Miltonia regnellii Rchb.f. Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae DA DA ( ; β) P.C.Porto s.n. (RB 10273) Miltonia spectabilis Lindl. Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae DA FM ( ; β) P.C.Porto s.n. (RB 14497) Mormolyca rufescens (Lindl.) M.A.Blanco Epidendroideae Cymbidieae Maxillariinae DA FM P.C.Porto 4344 (RB) Myoxanthus punctatus (Barb.Rodr.) Luer Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae DA DA ( ; β) P.C.Porto s.n. (RB 28813) Myoxanthus spilanthus (Barb.Rodr.) Luer Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae DA FM P.C.Porto s.n. (RB 14618) Notylia sp. Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae DA FM P.C.Porto 1046 (RB) Octomeria anceps Porto & Brade Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae DA FAM ( ; β) A.C.Brade s.n. (RB 28536) Octomeria chamaeleptotes Rchb.f. # Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae E FAM ( ) F.F.V.A.Barberena 172 (RB) Octomeria crassifolia Lindl. $ Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae E FM F.F.V.A.Barberena 80 (RB) Octomeria cucullata Porto & Brade Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae E FAM ( ; β) A.C.Brade (RB) Octomeria grandiflora Lindl. $ Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae E FM F.F.V.A.Barberena 30 (RB) Octomeria itatiaiae Brade & Pabst Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae E FAM ( ; β) A.C.Brade (RB) Octomeria juncifolia Barb.Rodr. Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae DA FAM ( ; β) P.C.Porto s.n. (RB 8269) Octomeria linearifolia Barb.Rodr. # Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae E FM ( ; β) F.F.V.A.Barberena 74 (RB) 26

37 Octomeria ochroleuca Barb.Rodr. Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae DA FAM ( ; β) L.Lanstyack s.n. (RB 28537) Octomeria sp. # Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae E FAM F.F.V.A.Barberena 51 (RB) Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl. Epidendroideae Cymbidieae Eulophiinae T FM F.F.V.A.Barberena 94 (RB) Ornithidium pendens (Pabst) Senghas Epidendroideae Cymbidieae Maxillariinae DA FM P.C.Porto 850 (RB) Pabstia jugosa (Lindl.) Garay Epidendroideae Cymbidieae Zygopetalinae DA FM ( ; β) P.C.Porto 1104 (RB) Pabstiella hians (Lindl.) Luer Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae DA FM ( ; β) P.C.Porto 387 (RB) Pabstiella hypnicola (Lindl.) Luer * Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae E FM ( ; β) F.F.V.A.Barberena 40 (RB) Pabstiella pellifeloides (Barb.Rodr.) Luer Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae DA DA ( ; β) A.C.Brade 5075 (RB) Pelexia itatiaiae Schltr. * Orchidoideae Cranichideae Spiranthinae T CA F.F.V.A.Barberena 23 (RB) Pelexia novofriburgensis (Rchb.f.) Garay Orchidoideae Cranichideae Spiranthinae DA FM Altamiro & Walter 75 (RB) Phloeophila echinanta (Barb.Rodr.) Hoehne & Schltr. Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae E FM V.F.Ferreira 153 (RB) Phymatidium delicatulum Lindl. Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae DA FM ( ; β) IGN s.n. (RB 88231) Phymatidium falcifolium Lindl. Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae E FM ( ; β) A.C.Brade (RB) Phymatidium hysteranthum Barb.Rodr. Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae E FM A.C.Brade 1400 (HB) Phymatidium mellobarretoi L.O.Williams & Hoehne Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae E FAM ( ; β) A.C.Brade (RB) Pleurothallis mentigera Kraenzl. # Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae E FAM ( ; β) F.F.V.A.Barberena 131 (RB) Pleurothallis tigridens Loefgr. Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae DA FM ( ; β) A.C.Brade s.n. (HB 2670) Pleurothallopsis nemorosa (Barb.Rodr.) Porto & Brade Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae DA FAM ( ; β) L.Lanstyack s.n. (RB 28232) Polystachya caespitosa Barb.Rodr. Epidendroideae Vandeae Polystachyinae DA DA P.C.Porto 203 (RB) Polystachya estrellensis Rchb.f. * Epidendroideae Vandeae Polystachyinae DA FM H.Monteiro 114 (RBR) Prescottia glazioviana Cogn. Orchidoideae Cranichideae Cranichidinae R FM ( ; β) G.F.J.Pabst et al (HB) Prescottia leptostachya Lindl. Orchidoideae Cranichideae Cranichidinae R FAM ( ; β) D.R.Hunt 6424 (HB) Prescottia microrhiza Barb.Rodr. Orchidoideae Cranichideae Cranichidinae DA FM ( ) G.F.J.Pabst et al (HB) Prescottia montana Barb.Rodr. Orchidoideae Cranichideae Cranichidinae R/T CA F.F.V.A.Barberena 112 (RB) Prescottia oligantha (Sw.) Lindl. Orchidoideae Cranichideae Cranichidinae T FM C.O.Azevedo 203 (RB) Prescottia phleoides Lindl. Orchidoideae Cranichideae Cranichidinae DA CA E.Fromm 154-A & E.Santos 179-A (HB) Promenaea xanthina Lindl. Epidendroideae Cymbidieae Zygopetalinae E FM ( ; β) A.C.Brade (RB) Prosthechea allemanoides (Hoehne) W.E.Higgins * Epidendroideae Epidendreae Laeliinae E FM ( ; β) F.F.V.A.Barberena 64 (RB) Prosthechea calamaria (Lindl.) W.E.Higgins Epidendroideae Epidendreae Laeliinae DA DA P.C.Porto 23 (RB) 27

38 Prosthechea fragrans (Sw.) W.E.Higgins Epidendroideae Epidendreae Laeliinae DA FM P.C.Porto s.n. (RB 8153) Prosthechea pachysepala (Klotzsch) Chiron & V.P.Castro # Epidendroideae Epidendreae Laeliinae E FM ( ; β) F.F.V.A.Barberena 85 (RB) Psilochilus modestus Barb.Rodr. Epidendroideae Triphoreae Triphorinae DA FM A.C.Brade (RB) Rhetinantha cerifera (Barb.Rodr.) M.A.Blanco * Epidendroideae Cymbidieae Maxillariinae E FM ( ; β) F.F.V.A.Barberena 38 (RB) Rhinocidium longicornu (Mutel) Baptista * Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae E FAM L.Lanstyack s.n. (RB 35121) Rodrigueziella doeringii (Hoehne) Pabst Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae DA FM ( ; β) A.C.Brade s.n. (HB 2708) Rodrigueziella gomezoides (Barb.Rodr.) Berman * Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae E FM/FAM ( ; β) F.F.V.A.Barberena et al. 6 (RB) Rodrigueziella handroi (Hoehne) Pabst # Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae E FM ( ; β) F.F.V.A.Barberena 75 (RB) Rodrigueziopsis microphyta (Barb.Rodr.) Schltr. Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae DA FM ( ; β) P.C.Porto 1042 (RB) Sacoila lanceolata (Aubl.) Garay * Orchidoideae Cranichideae Spiranthinae T FM F.F.V.A.Barberena 66 (RB) Sauroglossum nitidum (Vell.) Schltr. * Orchidoideae Cranichideae Spiranthinae R/T FM P.C.Porto 1815 (RB) Scaphyglottis modesta (Rchb.f.) Schltr. * Epidendroideae Epidendreae Laeliinae E/R FM F.F.V.A.Barberena 12 (RB) Specklinia grobyi (Batem. ex Lindl.) F.Barros Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae E FM A.C.Brade (RB) Specklinia pleurothalloides (Cogn.) Luer Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae DA FAM ( ; β) A.C.Brade (RB) Specklinia uniflora (Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae E DA ( ; β) P.G.Windisch s.n. (HB 60578) Stanhopea sp. Epidendroideae Cymbidieae Stanhopeinae E FM A.C.Brade s.n. (RB 46590) Stelis aprica Lindl. Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae E FM ( ; β) A.C.Brade s.n. (RB 26149) Stelis catharinensis Lindl. Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae DA DA Fr.NestorWelter 89 (HB) Stelis deregularis Barb.Rodr. Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae DA FM ( ; β) A.C.Brade (RB) Stelis itatiayae Schltr. Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae DA FM ( ; β) P.C.Porto 652 (HB) Stelis megantha Barb.Rodr. Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae E FM A.C.Brade (RB) Stelis sp. Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae DA FM P.C.Porto s.n. (RB 8159) Trichosalpinx pterophora (Cogn.) Luer Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae DA FAM ( ; β) Pess.daEstaçãoBiológica s.n. (RB 28834) Vanilla edwallii Hoehne Vanilloideae CI Vanillineae DA FM ( ) P.C.Porto 1886 (RB) Vanilla sp. Vanilloideae CI Vanillinae HE FM F.F.V.A.Barberena 149 (RB) Warrea warreana (Lodd. ex Lindl.) C.Schweinf Epidendroideae Cymbidieae Zygopetalinae T FM A.C.Brade (HB) Xylobium variegatum (Ruiz & Pav.) Garay & Dunst. Epidendroideae Cymbidieae Maxillariinae DA FM P.C.Porto 9 (RB) Zootrophion atropurpureum (Lindl.) Luer Epidendroideae Epidendreae Pleurothallidinae DA DA ( ; β) P.C.Porto s.n. (RB 8196) Zygopetalum mackaii Hook. Epidendroideae Cymbidieae Zygopetalinae T FM/FAM/CA ( ; β) Cézio 739 (RFA) 28

39 Zygopetalum maxillare Lodd. * Epidendroideae Cymbidieae Zygopetalinae E FM F.F.V.A.Barberena & M.Torres 28 (RB) Zygopetalum pedicellatum (Sw.) Garay Epidendroideae Cymbidieae Zygopetalinae R FM ( ; β) A.C.Brade 1723 (RB) Zygostates grandiflora (Lindl.) Mansf. Epidendroideae Cymbidieae Maxillariinae DA FM ( ; β) P.C.Porto s.n. (RB/ITA 524) Zygostates lunata Lindl. Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae DA DA ( ; β) Fr.NestorWelter 100 (HB) Zygostates multiflora (Rolfe) Schltr. Epidendroideae Cymbidieae Oncidiinae E FM ( ; β) A.C.Brade (RB) 29

40 Tabela 2. Espécies de Orchidaceae presentes no Parque Nacional do Itatiaia, Sudeste do Brasil, e em listas vermelhas para a Região Sudeste. (Dados de Conservação: AE = Ameaçada de Extinção, CR = Criticamente em Perigo, DD = Dados Ausentes, EN = Em Perigo, EW = Presumivelmente Extinta na Natureza, EX = Presumivelmente Extinta, VU = Vulnerável,? = Categoria duvidosa. Siglas: BRA = Brasil, ES = Espírito Santo, MG = Minas Gerais, SP = São Paulo, RJ = Município do Rio de Janeiro). Espécies Baptistonia pubes (Lindl.) Chiron & V.P.Castro Baptistonia truncata (Pabst) Chiron & V.P.Castro Bifrenaria harrisoniae (Hook.) Rchb.f. Bifrenaria racemosa Lindl. Brasilidium crispum (Lodd. ex Lindl.) Campacci Brasilidim marshallianum (Rchb.f.) Campacci Carenidium concolor (Hook.) Baptista Cattleya bicolor Lindl. Cattleya schofieldiana Rchb.f. Centroglossa tripolinica Barb.Rodr. Coppensia doniana (Batem. ex W.Baxter) Campacci Coppensia ramosa (Lindl.) Campacci Coppensia warmingii (Rchb.f.) Campacii Cranichis candida Cogn. Dichaea anchorifera Cogn. Epidendrum chlorinum Barb.Rodr. Epidendrum ecostatum Pabst Epidendrum filicaule Lindl. Epidendrum henschenii Barb.Rodr. Epidendrum paranaense Barb.Rodr. Epidendrum saxatile Lindl. Epidendrum tridactylum Lindl. Epidendrum vesicatum Lindl. Gomesa glaziovii Cogn. Govenia utriculata (Sw.) Lindl. Habenaria armata Rchb.f. Habenaria macronectar (Vell.) Hoehne Habenaria rolfeana Schltr. Habenaria umbraticola Barb.Rodr. Hadrolaelia coccinea (Rchb.f.) Chiron & V.P.Castro Hadrolaelia crispa (Lindl.) Chiron & V.P.Castro Hadrolaelia perrini (Lindl.) Chiron & V.P.Castro Hadrolaelia purpurata (Lindl. & Paxton) Chiron & V.P.Castro Isabelia virginalis Barb.Rodr. Kleberiella longipes (Lindl.) V.P.Castro & Catharino Malaxis cogniauxiana (Schltr.) Pabst Maxillariella robusta (Barb.Rodr.) M.A.Blanco & Carnevali Miltonia regnellii Rchb.f. Miltonia spectabilis Lindl. Pabstia jugosa (Lindl.) Garay Phymatidium falcifolium Lindl. Pleurothallis tigridens Loefgr. Rodrigueziella doeringii (Hoehne) Pabst Rodrigueziella gomezoides (Barb.Rodr.) Berman Rodrigueziopsis microphyta (Barb.Rodr.) Schltr. Dados de conservação VU (SP) VU (SP) EN (RJ) EW (SP) VU (ES) /? (MG) EN (MG) CR (MG) / EX (SP) VU (SP) /? (MG) CR (ES) CR (ES) VU (SP) VU (SP) EN (MG) EN (ES)? (SP) VU (ES) CR (ES) EX (SP) VU (SP) EN (ES) EX (SP) CR (ES) VU (ES) VU (ES) VU (ES) EX (SP) VU (ES) /? (SP)? (SP) EX (SP) EN (ES) / VU (MG) CR (MG) / EN (RJ) AE (BRA) / CR (ES) / EX (MG) VU (SP) VU (SP) VU (ES) EX (SP) VU (ES)? (MG) VU (ES, RJ) CR (ES) CR (ES) CR (ES) EX (SP) VU (ES) EN (ES) 30

41 Vanilla edwalii Hoehne Warrea warreana (Lodd. ex Lindl.) C.Schweinf Zygopetalum maxillare Lodd. Zygopetalum pedicellatum (Sw.) Garay VU (ES) CR (RJ) VU (SP) VU (SP) 31

42 Tabela 3. Táxons presentes na listagem de Porto (1915) e que foram excluídos da listagem de Orchidaceae do Parque Nacional do Itatiaia, Sudeste do Brasil, elaborada com base no presente estudo. Táxons Justificativa da exclusão Amblostoma tridactylum Rchb.f. Aspasia lunata Lindl. Aspasia lyrata Rchb.f. Bifrenaria aureo-fulva Lindl. Bulbophyllum punctatum Barb.Rodr. Camaridium robustum Barb.Rodr. Campylocentrum micranthum Rolfe Campylocentrum parahybunensis Rolfe Catasetum punctatum Rolfe Cirrhaea dependens Rchb.f. Cirrhaea saccata Lindl. Colax jugosus Lindl. Epidendrum ellipticum Graham Epidendrum elongatum Jacq. Epidendrum filicaule Lindl. var. nov. itatiayae Lofgr. Epidendrum fragrans Sw. Epidendrum fragrans var. aemulum Rchb.f. Epidendrum lofgrenii Cogn. Epidendrum nocturnum Jacq. Epidendrum oncidioides Lindl. var. graniticum Lindl. Epidendrum purpurachylum Barb.Rodr. Epidendrum raniferum Lindl. var. lofgrenii Cogn. Eulophidium maculatum Pfitz. Galeandra sp. Gomeza barkeri Regel Gomesa theodorea Cogn. Habenaria secunda Lindl. Habenaria janeirensis Kraenzl. Habenaria warmingii Rchb.f. Hormidium tripterum Cogn. Huntleya meleagris Lindl. Lanium avicola Benth. Liparis elata Lindl. var. purpurascens Regel Masdevallia edwallii Cogn. Masdevallia infracta Lindl. var. aristata Cogn. Maxillaria sp. n. barbosae Lofgr. Maxillaria crassifolia Rchb.f. Maxillaria imbricata Barb.Rodr. Maxillaria iridifolia Rchb.f. Maxillaria marginata Fenzl. Maxllaria rufescens Lindl. Microstylis pubescens Lindl. Oncidium chrysothyrsus Rchb.f. Oncidium crispum Lodd. = Epidendrum tridactylum Lindl. Não documentado em herbário Não documentado em herbário Não documentado em herbário Não documentado em herbário = Maxillariella robusta (Barb.Rodr.) M.A.Blanco & Carnevali Não documentado em herbário Não documentado em herbário Não documentado em herbário Não documentado em herbário Não documentado em herbário = Pabstia jugosa (Lindl.) Garay = Epidendrum secundum Jacq. = Epidendrum secundum Jacq. = Epidendrum filicaule Lindl. = Prosthechea fragrans (Sw.) W.E.Higgins = Prosthechea fragrans (Sw.) W.E.Higgins Não documentado em herbário Não documentado em herbário Não documentado em herbário Não documentado em herbário Não documentado em herbário = Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl. = Galeandra beyrichii Rchb.f. Não documentado em herbário = Rodrigueziella gomezoides (Barb.Rodr.) Berman Não documentado em herbário = Habenaria paranaensis Barb.Rodr. Não documentado em herbário Não documentado em herbário Não documentado em herbário = Epidendrum avicula Lindl. = Liparis nervosa (Thunb. ex Murray) Lindl. = Dryadella edwallii (Cogn.) Luer = Masdevallia infracta Lindl. = Brasiliorchis barbosae (Loefgr.) R.Singer, S.Koehler & Carnevali Não documentado em herbário Não documentado em herbário Não documentado em herbário = Brasiliorchis marginata (Lindl.) R.Singer, S.Koehler & Carnevali = Mormolyca rufescens (Lindl.) M.A.Blanco Não documentado em herbário Não documentado em herbário = Brasilidium crispum (Lodd. ex Lindl.) Campacci 32

43 Oncidium longipes Lindl. Oncidium pubes Lindl. Oncidium uniflorum Booth Ornithidium ceriferum Barb.Rodr. Ornithidium chloroleucum Barb.Rodr. Ornithocephalus grandiflorus Lindl. Physurus humilis Cogn. Pleurothallis bidentula Barb.Rodr. Pleurothallis compressiflora Barb.Rodr. Pleurothallis densiflora Cogn. Pleurothallis felislingua Barb.Rodr. Pleurothallis flexuosa Lindl. Pleurothallis sp. n. glandulifera Lindl. Pleurothallis grobyi Lindl. var. trilineata Cogn. Pleurothallis hians Lindl. Pleurothallis linearifolia Cogn. Pleurothallis macropoda Barb.Rodr. var. laevis Barb.Rodr. Pleurothallis montserratii Porsch Pleurothallis nemorosa Barb.Rodr. Pleurothallis peduncularis Lindl. Pleurothallis platystachya Regel Pleurothallis riograndensis Barb.Rodr. var. longicauls Cogn. Pleurothallis stenopetala Lodd. Octomeria decumbens Cogn. Octomeria robusta Rchb.f. & Warm. Pogonia rodriguesii Cogn. Prescottia plantaginea Lindl. Prescottia stachyodes Lindl. Restrepia miersii Rchb.f. Sophronitis coccinea Rchb.f. Spiranthes chloroleuca Barb.Rodr. Spiranthes itatiayensis Kraenzl. Stanhopea tigrina Bateman Stelis littoralis Barb.Rodr. Stelis loefgrenii Cogn. Stelis microglossa Rchb.f. Stelis ophioglossoides Sw. Stenoptera actinosophila Cogn. Stenorrhyncus arrabidae Rchb.f. Stenorrhyncus bonariensis Cogn. Stenorrhyncus esmeraldae Cogn. Tetragamestus modestus Rchb.f. Xylobium squalens Lindl. Warczewiczella flabelliformis Cogn. = Kleberiella longipes (Lindley) V.P.Castro & Catharino = Baptistonia pubes (Lindl.) Chiron & V.P.Castro Não documentado em herbário = Rhetinantha cerifera (Barb.Rodr.) M.A.Blanco = Camaridium micranthum M.A.Blanco = Zygostates grandiflora (Lindl.) Mansf. Não documentado em herbário Não documentado em herbário Não documentado em herbário Não documentado em herbário = Acianthera saundersiana (Rchb.f.) Pridgeon & M.W.Chase Não documentado em herbário Não documentado em herbário = Specklinia grobyi (Batem. ex Lindl.) F.Barros Não documentado em herbário = Anathallis linearifolia (Cogn.) Pridgeon & M.W.Chase Não documentado em herbário = Anathallis rubens (Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase Não documentado em herbário Não documentado em herbário = Acianthera tricarinata (Poepp. & Endl.) Pridgeon & M.W.Chase Não documentado em herbário = Anathallis sclerophylla (Lindl.) Pridgeon & M. W.Chase Não documentado em herbário Não documentado em herbário Não documentado em herbário Não documentado em herbário Não documentado em herbário = Barbosella miersii (Lindl.) Schltr. = Hadrolaelia coccinea (Rchb.f.) Chiron & V.P.Castro Não documentado em herbário Não documentado em herbário Não documentado em herbário Não documentado em herbário Não documentado em herbário = Stelis aprica Lindl. = Stelis sp. = Eurystyles actinosophila (Barb.Rodr.) Schltr. = Sacoila lanceolata (Aubl.) Garay Não documentado em herbário = Mesadenella cuspidata (Lindl.) Garay = Scaphyglottis modesta (Rchb.f.) Schltr. = Xylobium variegatum (Ruiz & Pav.) Garay & Dunst. Não documentado em herbário 33

44 a b c d d e f g h i j Figura 1: Orchidaceae do Parque Nacional do Itatiaia, Sudeste do Brasil. a: Bifrenaria harrisoniae (Hook.) Rchb.f.; b: Carenidium concolor (Hook.) Baptista; c: Coppensia ramosa (Lindl.) Campacci; d: Epidendrum henschenii Barb.Rodr.; e: Habenaria paranaensis Barb.Rodr.; f: Isochilus linearis (Jacq.) R.Br.; g: Masdevallia infracta Lindl.; h: Sacoila lanceolata (Aubl.) Garay.; i: Sauroglossum nitidum (Vell.) Schltr.; j: Zygopetalum maxillare Lodd. 34

45 Agradecimentos À FAPERJ, pela bolsa concedida ao primeiro autor; ao CNPq, pelas Bolsas de Produtividade concedidas ao segundo e terceiro autores. Ao Instituto Chico Mendes e à Administração do Parque Nacional do Itatiaia, pela licença de coleta e apoio técnico e logístico. Aos curadores dos herbários citados no texto, pelo empréstimo de material e/ou acesso às coleções. Referências bibliográficas Brade, A. C A flora do Parque Nacional do Itatiaia. Boletim do Parque Nacional do Itatiaia 5: Brummit, R. K. & Powell, C Authors of plants names. Royal Botanical Gardens, Kew. p.732. Chase, M. W.; Cameron, K. M.; Barrett, R. L. & Freudenstein, J. V DNA data and Orchidaceae systematics: a new phylogenetic classification. In: Dixon, K. W.; Kell, S. P.; Barrett, R. L. & Cribb, P. J. (eds.). Orchid Conservation. Natural History Publications, Kota Kinabalu, Sabah. Pp Cogniaux, A Orchidaceae. In: Martius, C. F. P.; Eichler, A. G. & Urban, I. (eds.). Flora brasiliensis 3(4). Monachii, Typographia Regia. Pp Cogniaux, A Orchidaceae. In: Martius, C. F. P.; Eichler, A. G. & Urban, I. (eds.). Flora brasiliensis 3(5). Monachii, Typographia Regia. Pp Cogniaux, A Orchidaceae. In: Martius, C. F. P.; Eichler, A. G. & Urban, I. (eds.). Flora brasiliensis 3(6). Monachii, Typographia Regia. Pp CRIA-Centro de Referência de Informação Ambiental Base de dados. Disponível em: (Acesso em agosto/2009). 35

46 Dressler, R. L The orchids, natural history and classification. Harvard University Press, Harvard. 332p. Dressler, R. L Phylogeny and classification of the orchid family. Dioscorides Press, Portland. 312p. Filgueiras, T. S.; Nogueira, P. E.; Brochado, A. L. & Guala II, G. F Caminhamento: um método expedito para levantamentos florísticos qualitativos. Cadernos de Geociências 12: Fraga, C. N. & Menezes, L. F. T Orchidaceae. In: Di Maio, F. R. & Silva, M. B. R. (coords.). Espécies ameaçadas de extinção do município do Rio de Janeiro: flora e fauna. Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Pp Guedes-Bruni, R. R.; Morim, M P.; Lima, H. C. & Sylvestre, L. S Inventário florístico. In: Sylvestre, L. S. & Rosa, M. M. T. (org.). Manual Metodológico para Estudos Botânicos na Mata Atlântica. Edur, Seropédica. Hoehne, F. C Orchidaceas. In: Hoehne, F. C. (ed.). Flora Brasilica 12(1). São Paulo, Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio de São Paulo. Pp Hoehne, F. C Orchidaceas. In: Hoehne, F. C. (ed.). Flora Brasilica 12(6). São Paulo, Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio de São Paulo. Pp Hoehne, F. C Orchidaceas. In: Hoehne, F. C. (ed.). Flora Brasilica 12(2). São Paulo, Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio de São Paulo. Pp Hoehne, F. C Iconografia das Orchidaceas do Brasil. São Paulo, Secretaria da Agricultura. 601p. Hoehne, F. C Orchidaceas. In: Hoehne, F. C. (ed.). Flora Brasilica 12(7). São Paulo, Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio de São Paulo. Pp

47 Holmgren, P. K & Holmgren, N. H. (eds.) onwards (continuously updated). Index Herbariorum. New York Botanical Garden. Disponível em Acesso em IBDF Plano de Manejo do Parque Nacional do Itatiaia. Ministério da Agricultura Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal. IBDF/FBCN. Brasília. 207p. Kew Herbarium Catalogue Royal Botanic Gardens, Kew, United Kingdom. Disponível em: (Acesso em agosto/2009). Koehler, S Estudo taxonômico e análise cladística do complexo Bifrenaria Lindl. (Maxillarieae, Orchidaceae). Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 156p. Magro, T. C Impactos do uso público em uma trilha no Planalto do Parque Nacional do Itatiaia. Tese de doutorado, Universidade de São Paulo, São Carlos. 151 p. Mamede, M. C. H.; Souza, V. C.; Prado, J.; Barros, F.; Wanderley, M. G. L. & Rando, J. G. (orgs.) Livro vermelho das espécies vegetais ameaçadas do estado de São Paulo. São Paulo, Instituto de Botânica. 165p. Martinelli, G.; Bandeira, J. & Bragança, J. O Campos de altitude. Editora Index, Rio de Janeiro. 130p. McNeill, J.; Barrie, F. R.; Burdet, H. M.; Demoulin, V.; Hawksworth, D. L.; Marhold, K.; Nicolson, D. H.; Prado, J.; Silva, P. C.; Skog, J. E.; Wiersema, J. H. & Turland, N. J International Code of Botanical Nomenclature (Vienna Code). Regnum Vegetabile Mendonça, M. P. & Lins, L. V. (orgs.) Lista vermelha das espécies ameaçadas de extinção da flora de Minas Gerais. Belo Horizonte, Fundação Biodiversitas, Fundação Zôo-Botânica de Belo Horizonte. 157p. 37

48 Morim, M. P Leguminosae arbustivas e arbóreas da floresta atlântica do Parque Nacional do Itatiaia, Sudeste do Brasil: padrões de distribuição. Rodriguésia 57(1): Pabst, G. F. J. & Dungs, F Orchidaceae Brasilienses, v. 1. Hildesheim, Kurt Schmersow. 408p. Pabst, G. F. J. & Dungs, F Orchidaceae Brasilienses, v. 2. Hildesheim, Kurt Schmersow. 418p. Porto, P. C Contribuição para o conhecimento da Flora Orchidacea da Serra do Itatiaia. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 1: Ribeiro, K. T. & Medina, B. M. O Estrutura, dinâmica e biogeografia das Ilhas de vegetação sobre rocha do Planalto do Itatiaia, RJ. Boletim do Parque Nacional do Itatiaia 10: Rodrigues, J. B Genera et Species Orchidearum Novarum. v. 1. Rio de Janeiro, Typographia Nacional. 206p. Rodrigues, J. B Genera et Species Orchidearum Novarum. v. 2. Rio de Janeiro, Typographia Nacional. 315p. Simonelli, M. & Fraga, C. N. (orgs.) Espécies da flora ameaçadas de extinção no estado do Espírito Santo. Vitória, Ipema. 146p. Sprunger, S.; Cribb, P. & Toscano de Brito, A. L. V João Barbosa Rodrigues Iconographie des orchidées du Brésil. v. 1: The illustrations. Basle, Friedrich Reinhardt. 324p. TROPICOS-TROPICOS.org Missouri Botanical Garden, U.S.A. Disponível em: (Acesso em agosto/2009). 38

49 Veloso, H. P.; Rangel Filho, A. L. R. & Lima, J. C. A Classificação da vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 123p. World Checklist of Selected Plant Families The board of Trustees of the Royal Botanic Gardens, Kew. Published on the internet; (Acesso em ). Waechter, J. L O epifitismo vascular na planície costeira do Rio Grande do Sul. Tese de doutorado, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos. 163p. (Acesso em ) (Acesso em ). 39

50 ARTIGO 2 40

51 Estudos taxonômicos na subtribo Laeliinae (Orchidaceae; Epidendreae) no Parque Nacional do Itatiaia, Sudeste do Brasil. Felipe Fajardo Villela A. Barberena 1, José Fernando A. Baumgratz 2 & Fábio de Barros 3 Resumo: (Estudos taxonômicos na subtribo Laeliinae (Orchidaceae; Epidendreae) no Parque Nacional do Itatiaia, Sudeste do Brasil) O Parque Nacional do Itatiaia é uma importante Unidade de Conservação no Sudeste do Brasil, situado no domínio do ecossistema Mata Atlântica e abrangendo Florestas Ombrófilas Densas Montana e Alto- Montana e campos de altitude. A diversidade da família Orchidaceae é muito representativa na área, com as espécies ocorrendo em diferentes fitofisionomias. A subtribo Laeliinae, caracterizada principalmente pelas políneas compactas, ceróides e lateralmente achatadas, está representada por sete gêneros e 34 espécies. Epidendrum é o gênero mais numeroso, com 20 espécies, seguido de Hadrolaelia (5 spp.), Prosthechea (4 spp.), Cattleya (2 spp.) e Encyclia, Isabelia e Scaphyglottis (1 sp. cada). Características morfológicas do cauloma, pseudobulbos, folhas, labelo e políneas se mostram diagnósticas para a distinção destes gêneros. A maioria dessas espécies ocorre como epífita em Florestas Montanas e mais de 40% são citadas em listas de espécies ameaçadas de extinção para as Regiões Sudeste e Sul do Brasil. São apresentadas chaves para identificação dos táxons, descrições, ilustrações, dados de distribuição geográfica e comentários sobre particularidades morfológicas das espécies, além de dados sobre o ambiente e o estado de conservação das espécies. Palavras-chave: Mata Atlântica, conservação, flora, taxonomia, Unidade de Conservação. 1. Parte da Dissertação de Mestrado, Escola Nacional de Botânica Tropical/JBRJ; Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, R. Pacheco Leão 2.040, , Rio de Janeiro, RJ, Brasil. (fbarberena@jbrj.gov.br). 2. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, R. Pacheco Leão 915, , Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 3. Instituto de Botânica, Caixa Postal 3005, São Paulo, SP, Brasil. 41

52 Abstract: (Taxonomic studies of the subtribe Laeliinae (Orchidaceae; Epidendreae) in Itatiaia National Park, Southeastern Brazil) The Itatiaia National Park is an important Conservation Unit in southeastern Brazil, situated in the Atlantic Forest ecosystem, bearing Montane and Upper Montane Tropical Rain Forests, and lowland fields. The diversity of the orchids is largely representative in the area, occurring in different vegetation types. The subtribe Laeliinae is mainly characterized by compact, ceroid and laterally flattened pollinia, and it is represented by seven genera and 34 species. Epidendrum is the larger genus, with 20 species, followed by Hadrolaelia (5 spp.), Prosthechea (4 spp.), Cattleya (2 spp.), and Encyclia, Isabelia and Scaphyglottis (1 sp. each). Morphological characteristics of cauloma, pseudobulbs, leaves, lip and pollinia are diagnostic for the distinction of these genera. Most of these species occur as epiphyte in Montane Forests and more than 40% are cited on lists of endangered species for Southeast and South Brazil. In this study, keys for identification of the taxa, and descriptions, illustrations, geographical distribution and comments on morpfological characteristics of the species are presented, besides data on the environment and the conservation status. Key words: Atlantic Forest, conservation, flora, taxonomy, Unit Conservation 42

53 Introdução A família Orchidaceae é cosmopolita, abrange ca. 810 gêneros e espécies e está subdividida em cinco subfamílias, diferenciadas, principalmente, pelo número de anteras férteis, presença ou ausência de polínias típicas e morfologia dos polinários e das políneas (Dressler 1993; Pridgeon et al. 1999; Chase et al. 2003; Singer et al. 2008). A subfamília Epidendroideae é a mais numerosa, correspondendo a aproximadamente 80% do total de espécies de Orchidaceae (Pridgeon et al. 2005), e abrange 13 tribos, das quais Epidendreae é a mais representativa (Chase et al. 2003). Recentemente, Pridgeon et al. (2005), baseando-se em análises moleculares, propuseram um novo arranjo em Epidendreae, reconhecendo seis subtribos Bletiinae Benth., Chysinae Schltr., Coeliinae Dressler, Laeliinae Benth. (incluindo Meiracyliinae Dressler e Arpophyllinae Dressler), Pleurothaliidinae Lindl. e Ponerinae Pfitz. A subtribo Laeliinae é neotropical e está constituída por cerca de 40 gêneros e espécies, sendo a segunda maior em número de espécies. Distintingue-se das demais, principalmente, pelas políneas compactas, ceróides e lateralmente achatadas (Dressler 1993; Pridgeon et al. 2005). No Brasil, a diversidade dessa subtribo é bem expressiva, pois com base em Pabst & Dungs (1975), Laeliinae está representada por 29 gêneros e cerca de 280 espécies, além de alguns híbridos naturais. Para o estado do Rio de Janeiro como um todo, ainda não se dispõe de um trabalho divulgando dados qualiquantitativos sobre a diversidade dessa subtribo, inclusive para Unidades de Conservação. Considerando as informações publicadas por diferentes autores (Porto 1915; Brade 1956; Pabst & Dungs 1975, 1977; Miller & Warren 1996; Miller et al. 2006) e outras contidas no banco de dados JABOT (JBRJ 2008), pode-se estimar a representatividade de Laeliinae na flora fluminense em, aproximadamente, 14 gêneros e 90 espécies. Recentemente, Miller et al. (2006) assinalaram a ocorrência de 620 espécies e 110 gêneros apenas na Cadeia da Serra dos Órgãos, um dos trechos mais importantes de remanescentes de Mata Atlântica do Rio de Janeiro, estando Laeliinae representada por 18 gêneros e 77 espécies. Para a região de Macaé de Cima, em Nova Friburgo, que representa outro expressivo trecho de Floresta Atlântica na Serra do Mar, Miller & Warren (1996) registram 270 espécies de orquídeas, distribuídas em 66 gêneros, sendo nove gêneros e 38 espécies pertencentes à subtribo Laeliinae. Para o Parque Nacional do Itatiaia (PARNA Itatiaia), ainda são muito escassas as informações sobre a família 43

54 Orchidaceae (Barberena et al. inédito) e, particularmente, para Laeliinae, objeto do presente estudo. Nesse contexto, apenas os trabalhos de Porto (1915) e Brade (1956) divulgaram dados sobre a diversidade dessa subtribo, assinalando a ocorrência de 16 espécies e quatro variedades, distribuídas em sete gêneros, sem, entretanto, realizarem uma abordagem taxonômica para o grupo. Desse modo, tendo em vista os dados desatualizados para a família nessa Unidade de Consevação (Barberena et al. inédito) e objetivando iniciar o estudo florístico-taxonômico das Orchidaceae no PARNA Itatiaia, propõe-se no presente trabalho abordar a subtribo Laeliinae, considerando sua significativa representatividade na área e o valor ornamental da maioria das suas espécies. Neste estudo, são apresentadas chaves analíticas para identificação dos táxons reconhecidos, descrições, ilustrações, dados de distribuição geográfica e conservação e comentários sobre a sistemática, taxonomia e ecologia dos táxons estudados. Abordagem histórica da subtribo Laeliinae Laeliinae foi inicialmente descrita por Bentham (1881), porém devido às diferenças morfológicas na caudícula, algumas espécies foram incluídas em uma subtribo distinta, Stenoglossinae. Posteriormente, Pfitzer (1889) reuniu as duas subtribos em uma única, mantendo o nome Laeliinae. Historicamente, a subtribo apresentou diferentes circunscrições. Várias classificações foram propostas, baseadas principalmente em caracteres morfológicos, e a subtribo foi dividida em séries genéricas, alianças genéricas ou mesmo teve seus representantes incluídos em três subtribos distintas (Schlechter 1926; Brieger 1976; Dressler 1981; Szlachetko 1995). Para Pfitzer (1889) e Schlechter (1926) as espécies que apresentam pé da coluna distinto deveriam formar uma subtribo à parte, Ponerinae. Baker (1972) realizou um estudo anatômico de alguns representantes de Laeliinae, apresentando informações relevantes para o estabelecimento de relações informais entre os gêneros, os quais foram arranjados sob a forma de um sistema de classificação por Dressler (1981). Dressler (1993) dividiu a tribo Epidendreae em Epidendreae I (Novo Mundo) e Epidendreae II (Velho Mundo). No primeiro grupo foram incluídas as subtribos Sobraliinae, Arpophyllinae, Meiracyliinae, Coeliinae, Laeliinae e Pleurothallidinae. Entre estas, Pleurothaliidinae, com 28 gêneros e espécies, e Laeliinae, com 43 gêneros e espécies (Anexo 1) são as mais numerosas (Dressler 1993). 44

55 Pridgeon et al. (2005) aceitaram a divisão de Epidendreae em seis subtribos, Bletiinae, Chysinae, Coeliinae, Laeliinae, Pleurothallidinae e Ponerinae, e destacaram a monofilia de Laeliinae com a exclusão dos gêneros Dilomilis Raf., Neocogniauxia Schltr. (atualmente incluídos em Pleurothallidinae), Basiphyllaea Schltr. (Bletiinae) e Helleriella A.D.Hawkes, Isochilus R.Br. e Ponera Lindl. (Ponerinae), e a inclusão de Meiracyllium Rchb.f. e Arpophyllum LaLlave & Lex., que anteriormente estavam situados em subtribos distintas (Anexo 1). Este novo sistema de classificação baseou-se, primordialmente, no trabalho de Van den Berg et al. (2000a) e nos estudos subseqüentes realizados por este autor e colaboradores. Van den Berg & Chase (2000) propuseram a transferência de todas as espécies brasileiras do gênero Laelia Lindl. para Sophronitis Lindl., uma vez que Van den Berg et al. (2000a), através de análise filogenética com base em DNA nuclear ribossomal, evidenciaram as posições filogenéticas distintas das lélias brasileiras e das lélias mexicanas. Um resumo dessas conclusões taxonômicas é apresentado por Van den Berg et al. (2000b). Ainda com base nesses estudos e em Van den Berg & Chase (2001), os gêneros Neolauchea Kraenzl. e Sopronitella Schltr. foram incluídos em Isabelia Barb.Rodr. Neste trabalho, os autores propuseram também combinações adicionais para híbridos naturais envolvendo Sophronitis e Sophrocattleya Rolfe e o novo notogênero Sophrocyclia Van den Berg & M.W.Chase. Posteriormente, Van den Berg (2001) realizou correções nomenclaturais em espécies da subtribo e uma nova combinação para Prosthechea Knowles & Westc. As circunscrições da subtribo Laeliinae e de muitos gêneros ainda se mostram pouco consistentes (Van den Berg & Chase 2004). Nos últimos anos, muitos autores têm apontado a artificialidade de alguns gêneros, como, por exemplo, Encyclia Hook. e Laelia, pois Higgins (1997) distingue Prosthechea de Encyclia, e Chiron & Castro Neto (2002) classificam as espécies brasileiras de Laelia s.l. em quatro gêneros distintos - Hoffmannseggella H.G.Jones, Dungsia Chiron & V.P.Castro, Microlaelia (Schltr.) Chiron & V.P.Castro e Hadrolaelia (Schltr.) Chiron & V.P.Castro. À luz de novos estudos com base em filogenia molecular, Van den Berg (2008) apresentou uma síntese das relações entre Sophronitis s.l., Cattleya Lindl. e Brassavola R.Br., que evidenciou: (1) o gênero Brassavola fora do clado Cattleya+Sophronitis; e (2) os representantes de Sophronitis s.l. inseridos entre espécies de Cattleya. Desse modo, Cattleya, como atualmente circunscrito, é parafilético em relação a Sophronitis. A solução mais prática do ponto de vista nomenclatural apresentada por esse autor foi a 45

56 inclusão de todas as espécies de Sophronitis em Cattleya. Van den Berg (2008) propôs, então, novas combinações e novos nomes neste gênero, que ainda não foram plenamente assimilados pela comunidade científica devido ao grande número de mudanças em poucos anos (F. Barros, com. pess.). Material e métodos Área de estudo O PARNA Itatiaia é a mais antiga Unidade de Conservação do Brasil, com uma área de ca ha, situado geograficamente na Serra da Mantiqueira, entre os paralelos e de latitude sul e os medianos e de longitude oeste, abrangendo o sudoeste do estado do Rio de Janeiro, nos municípios de Resende e Itatiaia, e sul de Minas Gerais, nos municípios de Itamonte e Bocaina de Minas (Mapa 1). As cotas de altitude variam de 500 m, na parte sul, com matas de encosta, até m, nas partes mais acidentadas do relevo, como as Agulhas Negras (Martinelli et al. 1989; Ribeiro & Medina 2002). A vegetação da região é classificada como Floresta Ombrófila Densa e compreende duas fitofisionomias: Floresta Montana ( m) e Floresta Alto-Montana ou mata nebular (acima de m), incluindo os campos de altitude (que geralmente são encontrados acima de m) (Martinelli et al. 1989; Veloso et al. 1991). O PARNA Itatiaia pode ser dividido em duas áreas: 1) a parte baixa, onde estão localizados a sede administrativa, os hotéis e sítios de lazer, com predominância de Florestas Montanas e Alto-Montanas e 2) a parte alta, no Planalto, onde são encontrados, dentre outras elevações, o Morro do Couto, as Prateleiras e o Pico das Agulhas Negras, com vegetação predominante de campos de altitude. Dados adicionais sobre clima, solo, relevo, geologia, geomorfologia, hidrografia, vegetação, fauna e utilização de trilhas do PARNA Itatiaia podem ser encontrados em Magro (1997) e Morim (2006). 46

57 Mapa 1: Localização do Parque Nacional do Itatiaia, na Região Sudeste do Brasil (Fonte: Estudos taxonômicos Realizou-se o levantamento bibliográfico, considerando não só obras clássicas, como trabalhos de flora, listagens, estudos taxonômicos e filogenéticos. Procedeu-se também ao levantamento e à análise das coleções históricas e recentes, incluindo tipos e fotos de tipos, disponíveis nos herbários, HB, GUA, R, RB, RBR, RFA, RUSU, SP e SPF (siglas de acordo com Holmgren & Holmgren 1998). Expedições mensais à área, com duração média de três dias, foram realizadas durante dezenove meses, no período de março/2008 a setembro/2009. Para as coletas dos exemplares, utilizou-se o método de caminhamento (Filgueiras et al. 1994), sendo os espécimes observados e georeferenciados com uso de GPS e altímetro. As áreas do Parque foram percorridas de maneira a cobrir a maior extensão possível em cada expedição. Na parte baixa do Parque, foram exploradas as seguintes localidades e arredores: Posto 1, BR-485, margens do Rio Campo Belo, Último Adeus, Abrigo III e Prev-Fogo, Trilha do abrigo IV, Trilha Último Adeus-Campo Belo, Posto 2, Lago Azul, Lotes 25 e 50, Centro de Visitantes, Cachoeira Poranga, Maromba, Piscina do Maromba, Cachoeira Véu da Noiva, Cachoeira Itaporani, Hotel Donati, Trilha Hotel 47

58 Donati-Hotel Simon, Hotel Simon, 3 Picos, Travessia Rui Braga (incluindo Abrigo Lamego e Abrigo Macieiras) e Maromba (Visconde de Mauá). No Planalto, foram explorados: Registro, Estrada Registro-Agulhas Negras, Casa de Pedra, Brejo da Lapa, Pedra Furada, Pousada Alsene, Posto 3, Morro do Couto, Pedra do Altar, Abrigo Rebouças, Prateleiras, Agulhas Negras, Travessia Rui Braga (incluindo o Abrigo Massenas), Pousada dos Lobos, Serra Negra e Alto dos Brejos, e ainda diversas áreas das localidades Visconde de Mauá, Fragária e Alagoas, que compõe parte da zona de amortecimento do PARNA Itatiaia, além de trilhas e áreas nunca antes percorridas. O material coletado foi herborizado segundo técnicas usuais (Guedes-Bruni et al. (2002) e depositado no herbário RB, com duplicatas no SP. Parte do material encontra-se em cultivo ex-situ no Orquidário do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Detalhes de espécimes na natureza e de particularidades do ambiente foram registrados através de fotografias digitais. Para análise dos espécimes, utilizaram-se microscópios óptico e estereoscópico e as estruturas foram mensuradas com o auxílio de paquímetro digital ou régua, dependendo de suas dimensões. Amostras florais também foram coletadas e fixadas em etanol a 70%, a fim de facilitar a identificação do exemplar. Os exemplares foram identificados com base nas principais obras de referência para taxonomia das Orchidaceae brasileiras (Rodrigues 1877, 1882; Cogniaux , , ; Hoehne 1940, 1942, 1945, 1949, 1953; Pabst & Dungs 1975, 1977; Sprunger et al. 1996) e, também, nas descrições originais dos táxons e por comparação com material de herbário identificado por especialistas. As abreviações dos nomes dos autores dos gêneros e espécies seguiram Brummit & Powell (1992). Para a correção dos nomes científicos, foram observadas as regras do Código Internacional de Nomenclatura Botânica (McNeill et al. 2006). Para a classificação da vegetação, adotou-se Veloso et al. (1991). No tratamento taxonômico, os gêneros e as espécies foram apresentados em ordem alfabética. Para a descrição dos táxons, foram utilizados, de modo geral, os conceitos morfológicos, vegetativos e florais de Radford et al. (1974) e, mais especificamente para Orchidaceae, os conceitos de Dressler (1981, 1993). A citação do material examinado obedeceu à ordem cronológica das coletas. Para a caracterização dos tipos de formas de vida foram levadas em consideração observações em campo e/ou dados contidos nas etiquetas das exsicatas. A classificação das formas de vida foi baseada em Pabst & Dungs (1975), com 48

59 modificações, sendo considerados os seguintes tipos: epífita, hemi-epífita, rupícola e terrícola. As epífitas distribuem-se irregularmente ao longo dos forófitos, apresentando variação vertical (Waechter 1992). Por isso, utilizou-se o sistema proposto por este autor, de divisão vertical do forófito em intervalos de 2 m (denominados estratos ), a partir da superfície do solo, para registrar a ocorrência das espécies epifíticas. Adotou-se aqui a seguinte classificação quanto ao estrato de ocorrência: (a) exclusivas, quando restritas a um único estrato; (b) preferenciais, quando restritas a dois estratos; e (c) generalistas, quando ocupam três ou mais estratos. Foi verificado também se no Parque ocorrem espécies epifíticas de Laeliinae restritas a determinadas espécies de forófito. Os espécimes dos forófitos foram identificados por especialistas do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, com base em comparação com exsicatas depositadas no herbário RB. A distribuição geográfica de cada espécie foi obtida com base nos dados divulgados nos sítios eletrônicos do CRIA (2009), Kew Herbarium Catalogue (2009), World Checklist of Selected Plant Families (2009) e TROPICOS (2009), e nos trabalhos de Pabst & Dungs (1975), Forster (2002), Batista & Bianchetti (2003), Menini Neto et al. (2004a, b), Azevedo & Van den Berg (2007), Barbero (2007) e Cunha & Forzza (2007). Foram adotados os graus de ameaça utilizados nas listas de espécies ameaçadas de extinção consultadas para o presente estudo. Considerando que espécimes de Orchidaceae têm sido coletados sistematicamente no PARNA Itatiaia desde o final do século XIX, as espécies de Laeliinae que não foram recoletadas nesta Unidade de Conservação nos últimos 50 anos, e sobre as quais inexistem informações que permitam especular uma possível ocorrência atual no Parque, foram consideradas presumivelmente extintas no local. Para a família Orchidaceae utilizou-se o sistema de classificação proposto por Chase et al. (2003), porém, adotou-se a subdivisão proposta por Chiron & Castro (2002) para Laelia sensu lato, pois apresentam circunscrições morfológicas mais claras e consistentes, possibilitando uma identificação mais segura dos gêneros na natureza. 49

60 Resultados e Discussão Subtribo Laeliinae Benth. Ervas epífitas, rupícolas ou terrestres, simpodiais, unifoliadas ou multifoliadas. Raízes carnosas, fasciculadas. Rizomas curtos ou alongados. Caulomas homoblásticos ou heteroblásticos, espessados em pseudobulbos ou não. Folhas dísticas, terminais ou dispostas ao longo do cauloma, conduplicadas, paralelinérveas, base geralmente amplexicaule. Inflorescências terminais, paucifloras ou multifloras, em racemos ou panículas, muitas vezes unifloras, bifloras ou trifloras, às vezes subcorimbosas, espata geralmente presente. Flores ressupinadas ou não, pediceladas; labelo inteiro ou trilobado, raro subtrilobado; coluna curta ou alongada, parcial ou totalmente adnada ao labelo, pé da coluna às vezes presente; antera terminal, incumbente, operculada; políneas 4 ou 8, unidas por caudículas, lateralmente achatadas, ovadas, oblongas ou obovadas, compactas, ceróides; cavidade estigmática inteira. Cápsulas com resquícios de sépalas, pétalas, labelo e coluna. No PARNA Itatiaia, a subtribo Laeliinae está representada por 34 espécies, distribuídas em sete gêneros: Cattleya (2 spp.), Encyclia (1 sp.), Epidendrum L. (20 spp.), Hadrolaelia (5 spp.), Isabelia (1 sp.), Prosthechea (4 spp.) e Scaphyglottis Poepp. & Endl. (1 sp.). A maioria das espécies é encontrada nas formações montanas, mas também podem ocorrer em Florestas Alto-Montanas e em enclaves de Florestas Alto-Montanas existentes nos campos de altitude. 50

61 a b c d e f g h Figura 1: Espécies de Laeliinae do Parque Nacional do Itatiaia, Sudeste do Brasil. a: Encyclia patens Hook.; b: Epidendrum ecostatum Barb.Rodr.; c: Epidendrum ochrochlorum Barb.Rodr.; d: Epidendrum paranaense Barb.Rodr.; e: Epidendrum secundum Jacq.; f: Hadrolaelia mantiqueirae (Fowlie) Chiron & V.P.Castro; g: Prosthechea allemanoides (Hoehne) W.E.Higgins; h: Prosthechea pachysepala (Klotzsch) Chiron & V.P.Castro. 51

62 Chave para identificação dos gêneros de Laeliinae ocorrentes no PARNA Itatiaia 1. Pseudobulbos sempre presentes e sobrepostos; pé da coluna presente; labelo inserido no ápice do pé da coluna... Scaphyglottis 1. Pseudobulbos ausentes ou, se presentes, não sobrepostos; pé da coluna ausente; labelo inserido na base da coluna ou parcialmente adnado a ela. 2. Caulomas recobertos por bainhas fibrosas laxas com aspecto de uma fina rede de estopa; folhas acentuadamente lineares (ca. 0,05 cm de largura)... Isabelia 2. Caulomas recobertos por bainhas fibrosas congestas, não se assemelhando a uma rede de estopa; folhas de outras formas, se lineares, 0,2-1,8 cm de largura. 3. Margens da coluna adnadas ao labelo em toda sua extensão; rostelo paralelo ao eixo da coluna e fendido longitudinalmente... Epidendrum 3. Margens da coluna adnadas ao labelo somente até sua porção mediana ou labelo livre da coluna; rostelo subperpendicular ao eixo da coluna e inteiro. 4. Polínias 8... Hadrolaelia 4. Polínias Flores não ressupinadas; margens da coluna adnadas ao labelo desde a base até sua porção mediana... Prosthechea 5. Flores ressupinadas; coluna livre do labelo. 6. Pseudobulbos cilíndricos; base da inflorescência com espata distinta... Cattleya 6. Pseudobulbos piriformes; base da inflorescência desprovida de espata... Encyclia 52

63 Descrição dos táxons de Laeliinae ocorrentes no PARNA Itatiaia 1. Cattleya Lindl., Coll. Bot. 7, t Ervas epífitas, eretas. Caulomas heteroblásticos, pseudobulbos presentes, não sobrepostos, eretos, cilíndricos, longitudinalmente sulcados, recobertos totalmente por bainhas fibrosas congestas e pardacentas, 2-foliados no ápice. Folhas coriáceas, opostas, dísticas, sésseis, suberetas, sulcadas ao longo da nervura mediana na face adaxial, ápice obtuso. Inflorescência terminal; pedúnculo cilíndrico; espata presente, amplectiva, coriácea, oblanceolada. Bractéolas 2, opostas, dísticas, côncavas, adpressas. Flores ressupinadas, pediceladas; pedicelo+ovário cilíndricos. Sépalas com margem inteira, sépalas laterais oblongas, falciformes. Pétalas com ápice agudo, margem ondulada. Labelo conspícua ou inconspicuamente trilobado, inserido na base da coluna, lobos laterais envolvendo ou não a coluna, lobo mediano recurvado, oblongo-espatulado, ápice emarginado, margem irregularmente fimbriada, nervura mediana sulcada na face adaxial. Coluna curva, sulcada na face abaxial, livre do labelo, pé da coluna ausente. Políneas 4. Rostelo subperpendicular ao eixo da coluna e inteiro. O gênero está constituído por 40 espécies, que se distribuem na América do Sul, exceto C. dowiana Bateman, que ocorre também na Costa Rica. O gênero possui dois centros de diversidade: um no Platô brasileiro e outro na Venezuela e nos Andes colombianos, estendendo-se até ao norte do Peru (Pridgeon et al. 2005). Cattleya está subdividido em dois subgêneros, cada um abrangendo 20 espécies. Cattleya subgen. Cattleya inclui somente duas espécies restritas ao Brasil, sendo caracterizado pelos pseudobulbos subclavados, heteroblásticos, e labelo inconspicuamente trilobado. Cattleya subgen. Intermediae (Cogn.) Withner inclui as espécies bifoliadas com pseudobulbos geralmente cilíndricos, subhomoblásticos e labelos nitidamente trilobados (Pridgeon et al. 2005). Van den Berg et al. (2000a) mostraram que o gênero, em sua concepção tradicional, é polifilético, ao evidenciarem: (a) a existência de dois clados principais e irmãos, um incluindo as espécies monofoliadas e outro formado pelas espécies bifoliadas; (b) a proximidade de C. skinneri Bateman com Rhyncholaelia Schltr., formando um clado; e (c) a posição incerta de C. bowringiana Veitch e C. araguaiensis 53

64 Pabst. Entretanto, com a exclusão de C. skinneri e C. araguainesis, hoje incluídas, respectivamente, nos gêneros Guarianthe Dressler & W.E.Higgins e Cattleyella Van den Berg & M.W.Chase, o gênero tornou-se monofilético (Pridgeon et al. 2005). Com a recente inclusão de Sophronitis s.l. em Cattleya (Van den Berg 2008), o gênero ganhou nova abrangência. Entretanto, essas novas alterações nomenclaturais ainda não obtiveram consenso entre a comunidade científica (F. Barros, com. pess.) e, portanto, não foram adotadas no presente estudo. As espécies de Cattleya ocorrem nos mais diversos tipos de hábitats, desde rochas expostas e áreas áridas até florestas pluviais tropicais, principalmente como epífitas ou rupícolas (Pridgeon et al. 2005). O gênero possui enorme importância ornamental. Há mais de dois séculos é um dos mais amplamente cultivados e hibridizados de orquídeas, o que tem ocasionado intensa coleta de espécies (Van den Berg & Martins 1996; Cruz et al. 2003; Pridgeon et al. 2005). No PARNA Itatiaia, o gênero está representado por apenas duas espécies. Chave para a identificação das espécies de Cattleya ocorrentes no PARNA Itatiaia 1. Labelo inconspicuamente trilobado; lobos laterais reduzidos, não envolvendo a coluna... C. bicolor 1. Labelo nitidamente trilobado; lobos laterais desenvolvidos, envolvendo a coluna... C. schofieldiana 1.1. Cattleya bicolor Lindl., Bot. Reg. 22, t Fig. 2a Ervas cm alt. Raízes e rizomas não observados; caulomas 16,2-66 cm compr. Folhas 14-19,2 x 2,2-3,8 cm, lanceoladas a oblongo-lanceoladas. Inflorescências 11-16,6 cm compr., 2-3-floras, ou flores isoladas, eretas; espata 6,2-8,9 cm compr., ápice agudo; bractéolas 4,6-4,9 x 1,4-2,9 mm, triangulares a estreitamente triangulares, ápice agudo. Pedicelo+ovário 3-4,5 cm compr.; sépalas com ápice agudo a acuminado, sépala dorsal 4,5-5,2 x ca. 1 cm, oblanceolada, sépalas laterais 3,8-4 x 0,9-1,3 cm; pétalas 3,9-4,6 x 1,7-1,9 cm, obovadas; labelo inconspicuamente trilobado, lobos 54

65 laterais reduzidos, não envolvendo a coluna, lobo mediano 3,4-3,6 x 1,7-2,4 cm. Coluna 2,4-2,7 cm compr.; antera 5-5,2 x 4-4,2 mm, subglobosa; políneas ca. 1,2 x 0,9 mm, amarelas, obovóides. Frutos não observados. Material examinado: 1914, fl., P.C. Porto 67 (RB); 1918, fl., P.C. Porto s.n. (RB ). Cattleya bicolor ocorre nas Caraíbas, Venezuela, Colômbia, Argentina e no Brasil, onde é encontrada no Distrito Federal e nos estados do Sudeste e Sul do Brasil, exceto no Espírito Santo (Pabst & Dungs 1975, 1977; Batista & Bianchetti 2003; CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Selected Plant Families 2009). Em território brasileiro, é encontrada em florestas estacionais semidecíduas, em Florestas Ombrófilas de elevada pluviosidade do leste, em florestas de galeria no Platô brasileiro e em florestas alagadas no Cerrado (Pabst & Dungs 1975, 1977; Pridgeon et al. 2005; Menini Neto et al. 2007; F. Barros, com. pess.), podendo ser epífita, rupícola ou terrestre (Forster 2002; Menini Neto et al. 2007). No PARNA Itatiaia, está restrita às formações florestais montanas e foi coletada pela última vez há mais de 90 anos, sendo Benfica a única localidade conhecida para a espécie. Esta área, localizada a 600 m de altitude, nas proximidades da atual entrada do Parque (Posto 1), sofreu inúmeros distúrbios, particularmente nas primeiras décadas do século XX. As amostras examinadas apresentam os pseudobulbos incompletos, razão pela qual se supõe que a espécie tenha um porte ainda maior do que o assinalado na descrição. Estão também ausentes dados sobre floração. Entretanto, Miller et al. (2006) apontam fevereiro e março como o período de floração da espécie na Serra dos Órgãos (RJ) e destacam que as flores, cuja duração média é de duas semanas, caem rapidamente após polinizadas. Distingue-se de Cattleya schofieldiana Rchb.f., pelo labelo inconspicuamente trilobado e lobos laterais reduzidos, não envolvendo a coluna. Em função da distribuição restrita no PARNA do Itatiaia e, principalmente, do elevado valor ornamental, presume-se que C. bicolor esteja extinta localmente. Possivelmente, exemplares foram coletados freqüente e clandestinamente ao longo de décadas ou, então, os indivíduos remanescentes encontram-se em refúgios peculiares, ainda inexplorados e/ou de difícil acesso. 55

66 A espécie foi categorizada como Vulnerável para o estado de São Paulo, pois tem distribuição restrita e não é encontrada em Unidades de Conservação (Mamede et al. 2007). Para o estado de Minas Gerais, figura na Lista 2, que engloba as espécies presumivelmente ameaçadas de extinção, sobre as quais não há informações suficientes para uma conclusão segura do real estado de ameaça (Mendonça & Lins 2000). Espécies florestais de Cattleya geralmente são encontradas em baixa densidade e a excessiva pressão de coleta tem ocasionado redução e desaparecimento de várias populações (Cruz et al. 2003; Pridgeon et al. 2005), como de Cattleya bicolor. Ilustrações adicionais em Cogniaux ( ), Pabst & Dungs (1975) e Forster (2002) Cattleya schofieldiana Rchb.f., Gard. Chron. 2: Fig. 2b Ervas ca. 40 cm alt. Raízes e rizomas não observados; caulomas ca. 24,2 cm compr. Folhas ca. 15 x 2,8-3,2 cm, oblongas. Flor isolada, ereta; espata ca. 4 x 1,5 cm, ápice acuminado; bractéolas ca. 5,5 x 2,6 mm, triangulares, ápice acuminado. Pedicelo+ovário ca. 4,2 cm compr.; sépalas com ápice acuminado, sépala dorsal ca. 6,7 x 1,8 cm, oblonga, sépalas laterais 4,1-4,6 x ca. 1,5 cm; pétalas 5,5-5,7 x 1,9-2,3 cm, oblanceoladas; labelo nitidamente trilobado, lobos laterais ca. 3,5 x 1,2 cm, desenvolvidos, envolvendo a coluna, elípticos, ápice agudo, lobo mediano ca. 4,6 x 2,8 cm. Coluna ca. 3,3 cm compr.; antera e políneas não observadas. Frutos não observados. Material examinado: I.1915, fl., P.C. Porto 68 (RB). Cattleya schofieldiana está restrita aos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro (CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Selected Plant Families 2009). De acordo com F. Barros (com. pess.), essa espécie é endêmica da Mata Atlântica, onde ocorre em Florestas Ombrófilas Densas ou Abertas, como epífita. No PARNA Itatiaia, a espécie ocorre somente na Floresta Montana e foi coletada uma única vez, há quase 95 anos, na região de Benfica, a 600 m de altitude, e devido à pressão de coleta, elevado valor ornamental, distribuição restrita e distúrbios locais, pode ser considerada provavelmente extinta na área de estudo; floresce em janeiro. 56

67 Como em C. bicolor, o material examinado apresenta os pseudobulbos incompletos, sugerindo que a espécie possa ter um porte ainda maior do que o descrito. Cattleya schofieldiana é considerada Criticamente em Perigo para o Espírito Santo (Simonelli & Fraga 2007). Afim de Cattleya bicolor, distinguindo-se pelo labelo nitidamente lobado e pelos lobos laterais envolvendo a coluna. Ilustrações adicionais em Braem (1986). 2. Encyclia Hook., Bot. Mag. 55, pl Encyclia é um gênero neotropical e abrange cerca de 120 espécies, predominantemente epifíticas, distribuídas desde o México até o norte da Argentina (Higgins et al. 2003; Pridgeon et al. 2005). O gênero, o segundo maior da subtribo Laeliinae em número de espécies, pode ser caracterizado principalmente pelos pseudobulbos esféricos, subovóides ou alongados, heteroblásticos, ausência de espata e coluna livre do labelo (Pridgeon et al. 2005). Higgins (1997) destacou que o gênero Encyclia estava dividido em três subgêneros: Encyclia subg. Encyclia, Encyclia subg. Dinema e Encyclia subg. Osmophytum, os quais apresentavam diferenças morfológicas bastante nítidas, um dos motivos que o levou a separar o subg. Osmophytum de Encyclia, tratando-o como Prosthechea. Van den Berg et al. (2000a) apontaram Encyclia como um gênero polifilético e evidenciaram a existência de dois subclados, um formado por Artorima Dressler & G. E.Pollard, Alamania Lex., Hagsatera R.González e Prosthechea e outro somente por Encyclia s.s. Higgins et al. (2003) avaliando Encyclia s.l., com base em análise filogenética molecular combinada, verificaram que Prosthechea, Euchile (Dressler & G.E.Pollard) Withner, Dinema Lindl. e Encyclia s.s. formam clados distintos e que deveriam ser tratados como gêneros autônomos, pois também são facilmente reconhecidos através de caracteres morfológicos. Encyclia destaca-se por ocupar hábitats mais extremos, quando comparado aos demais gêneros da subtribo, especialmente em relação à exposição ao sol e à seca (Pridgeon et al. 2005) e suas espécies são polinizadas por abelhas e pássaros (Van den Berg et al. 2000a). No Brasil, muitas espécies epifíticas de Encyclia apresentam ampla 57

68 distribuição geográfica e vegetam tanto em florestas secas quanto pluviais (Pridgeon et al. 2005). No PARNA Itatiaia, o gênero está representado somente por Encyclia patens Hook Encyclia patens Hook., Bot. Mag. 57, t Encyclia odoratissima (Lindl.) Schltr., Orchideen Figs. 1a; 2c-e Ervas cm alt., epífitas, raramente rupícolas, eretas. Raízes alvas, espessas. Rizomas curtos, inconspícuos; caulomas 2,5-8 cm compr., amarelados a verde-escuros, heteroblásticos, pseudobulbos presentes, não sobrepostos, 2-3-foliados, eretos, piriformes, agregados, enrugados, recobertos por bainhas paleáceas, pelo menos quando jovens. Folhas x 0,7-1,8 cm, verde-escuras, coriáceas, localizadas no ápice dos pseudobulbos, opostas, dísticas, sésseis, suberetas a eretas, lineares, levemente sulcadas ao longo da nervura mediana, ápice obtuso-emarginado. Racemos ou mais raramente panículas cm compr., multifloras, eretas; pedúnculo verde-acastanhado, cilíndrico; espata ausente; brácteas 4,4-7,3 mm compr., mais curtas do que os entrenós, oblongo-triangulares, amplexicaules, ápice agudo; bractéolas inconspícuas. Flores ressupinadas, pediceladas; pedicelo+ovário 22,2-24,3 mm compr.; sépalas castanhas, nervuras lineares e margens verdes, oblanceoladas, ápice agudo, sépala dorsal 17,3-17,5 x 5,3-5,4 mm, sépalas laterais 16,1-17,2 x 5,4-5,5 mm; pétalas 16-16,1 x 7,4-7,5 mm, obovadas, ápice agudo a levemente arredondado; labelo 15-15,5 mm compr., alvo ou amarelo-pálido, trilobado, inserido na base da coluna, lobos laterais 8-8,6 x 3-3,1 mm, oblongos, abraçando a coluna, ápice arredondado, lobo central ca. 9,4 x 8,2-8,4 mm, com listras róseas próximas à coluna, largamente elíptico, ápice agudo, calosidade na base do lobo mediano ca. 3 mm compr. Coluna ca. 8,1 x 4 mm, branca com listras róseas na porção basal, subcilíndrica, sulcada ventralmente, duas pequenas alas oblongas próximas do ápice, adnada ao labelo apenas na base, pé da coluna ausente; antera subquadrática; políneas 4, ca. 1,2 x 0,8 mm, amarelas, ovadas, lateralmente achatadas; rostelo subperpendicular ao eixo da coluna e inteiro. Cápsulas 28,1-31,2 x 9,4-13,1 mm, elípticas, 6-costadas, margens das costelas crenuladas, transversalmente estriadas nas zonas intercostais. 58

69 Material examinado: 10.IX.1995, fl., J.M.A. Braga et al (RB); 1.VI.2008, fl., F.F.V.A. Barberena 35 (RB); 2.VI.2008, fl., F.F.V.A. Barberena 42 (RB); 18.X.2008, fl., F.F.V.A. Barberena 73 (RB); 17.IV.2009, fr., F.F.V.A. Barberena 159 (RB); 21.VI.2009, fl., F.F.V.A. Barberena 187 (RB). Encyclia patens é encontrada na Venezuela (Kew 2009) e praticamente por todo o Brasil, com exceção do Centro-Oeste, ocorrendo no Amazonas, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e em todos os estados das Regiões Sudeste e Sul (Pabst & Dungs 1975; CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Selected Plant Families 2009), em restingas e formações de Mata Atlântica (Pabst & Dungs 1975; ). Esse é o primeiro registro da espécie no PARNA Itatiaia, onde está restrita à Floresta Montana e apresenta-se como ciófila, semi-heliófila ou heliófila, podendo ser encontrada às margens do rio Campo Belo, na trilha Centro de Visitantes-Lago Azul, no Posto 2, no Lago Azul, nos Lotes 25 e 50, na trilha atrás do Abrigo IV, nas margens da rodovia BR-485 e no Maromba, entre 750 e m de altitude. Floresce nos meses de maio, junho, julho e, eventualmente, em setembro e outubro, as flores são vistosas e raramente perfumadas e cada haste floral sustenta até 44 flores; frutos podem ser observados durante o ano inteiro. Segundo Pridgeon et al. (2005), eventos de polinização tendem a ser raros em muitas espécies do gênero, resultando em baixa formação de frutos. Contudo, particularmente para E. patens, verificaram auto-polinização para a maioria das flores em algumas populações. Em relação aos indivíduos do PARNA Itatiaia, foi constatada elevada quantidade de frutos formados, até 19 cápsulas por haste floral, o que reforça a possibilidade de ocorrência de auto-polinização ou de agamospermia, e pode explicar a abundância de indivíduos na área. Kersten & Silva (2001), ao abordarem a composição florística e a estrutura do componente epifítico vascular em floresta da planície litorânea da Ilha do Mel, Paraná, apontaram um baixo valor de importância epifítica para a espécie (VIE = 0,15), citada sob o sinônimo E. odoratissima, e um baixíssimo número de estratos com a espécie epifítica (ne = 1). Em decorrência da freqüência relativamente baixa na amostragem, os autores não citaram o estrato de ocorrência da espécie. No PARNA Itatiaia, E. patens vegeta em diversos forófitos das famílias Annacardiaceae, Annonaceae, Cupressaceae, Meliaceae [Cabralea canjerana (Vell.) Mart.] e Myrtaceae [Campomanesia guaviroba 59

70 (DC.) Kiaersk. e Myrcia tenuivenosa Kiaersk.], e em seis estratos (0-2 m, 2-4 m, 4-6 m, 6-8 m, 8-10 m e m alt.). Encyclia patens é, muito provavelmente, a espécie da subtribo Laeliinae mais freqüente na área de estudo, juntamente com Epidendrum secundum Jacq. e Scaphyglottis modesta (Rchb.f.) Schltr. Encyclia patens diferencia-se das demais espécies de Laeliinae no Parque, principalmente, pelos pseudobulbos piriformes. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975), como E. odoratissima, e em Forster (2002), Menini Neto et al. (2004 a,b) e Barbero (2007). 3. Epidendrum L., Sp. Pl. ed. 2, p Ervas epífitas, às vezes, rupícolas, raramente terrestres. Raízes alvas, espessura variável. Rizomas curtos ou alongados; caulomas homoblásticos ou heteroblásticos, 2- foliados a multifoliados, cilíndricos ou subcilíndricos, às vezes, achatados lateralmente, freqüentemente recobertos por bainhas fibrosas congestas; pseudobulbos, quando presentes, não sobrepostos. Folhas dísticas, membranáceas a cartáceas. Inflorescências em subcorimbos, racemos ou panículas, 3-4-floras até multifloras, às vezes flores isoladas; brácteas espatáceas presentes ou não. Flores alvas, róseas, liláses, verdes, verde-amareladas ou amarelo-alaranjadas, ressupinadas ou não; pedúnculo cilíndrico ou subcilíndrico. Labelo inteiro ou trilobado, geralmente com duas calosidades basais. Coluna subcilíndrica ou cilíndrica, reta, levemente curva ou curva, margens adnadas ao labelo por toda sua extensão; pé da coluna ausente; rostelo paralelo ao eixo da coluna, fendido longitudinalmente. Políneas 4, elípticas, ovadas a obovadas ou oblongas. Cápsulas elípticas, globosas ou subglobosas. Epidendrum é o gênero mais representativo da subtribo Laeliinae e da família Orchidaceae na região Neotropical, com cerca de espécies, distribuídas desde o sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina (Dressler 1993; Pridgeon et al. 2005; Pinheiro & Barros 2007). Desde o estabelecimento do gênero por Linnaeus, em 1763, a circunscrição de Epidendrum foi muito alterada, principalmente com a transferência de espécies para os gêneros Encyclia e Prosthechea. Atualmente, nenhuma das espécies assinaladas por 60

71 Linnaeus como Epidendrum pertencem a esse gênero, pois foram transferidas para 13 gêneros distintos. Desse modo, Epidendrum é aceito como um nome conservado, subdividido em nove subgêneros e tendo sido lectotipificado com E. nocturnum Jacq. como a espécie-tipo (Pridgeon et al. 2005). Van den Berg et al. (2000a), com base em análise filogenética molecular, evidenciaram a polifilia do gênero Epidendrum e a formação de um clado denominado aliança Epidendrum, que inclui os gêneros Amblostoma Scheidw, Barkeria Knowles & Westc., Caularthron Raf., Epidendrum, Lanium (Lindl.) Lindl. ex. Benth., Nanodes Lindl., Oerstedella Rchb.f. e Orleanesia Barb.Rodr. Posteriormente, Pridgeon et al. (2005) propuseram uma nova circunscrição para Epidendrum, incluindo os gêneros Oerstedella e Neowilliamsia, que, deste modo, se mostra monofilético. Esses autores também assinalaram que o gênero é reconhecido pela coluna com as margens totalmente adnadas ao labelo, antera dorsal a apical, rostelo paralelo ao eixo da coluna, estigma com lobos laterais bem desenvolvidos, geralmente protuberantes, viscídio semilíquido (exceto nas espécies que pertenciam a Orleanesia) e nectário do tipo cunículo. No PARNA Itatiaia, o gênero está representado por 20 espécies. Chave para a identificação de espécies de Epidendrum ocorrentes no PARNA Itatiaia 1. Pseudobulbos presentes. 2. Caulomas heteroblásticos; inflorescências tomentosas; labelo inteiro E. avicula 2. Caulomas homoblásticos; inflorescências glabras; labelo nitidamente trilobado... E. tridactylum 1. Pseudobulbos ausentes. 3. Caulomas ramificados. 4. Inflorescências em panículas; labelo trilobado, com lobo mediano de ápice nitidamente emarginado... E. saxatile 4. Inflorescências em racemos ou subcorimbos; labelo trilobado com lobo mediano de ápice agudo ou arredondado, ou labelo inteiro, com ápice agudo ou arrendondado. 61

72 5. Folhas com ápice emarginado-mucronado... E. strobiliferum 5. Folhas com ápice acuminado, agudo e/ou obtuso, se emarginado não mucronado. 6. Folhas com ápice emarginado, margem freqüentemente revoluta, às vezes plana... E. ramosum 6. Folhas com ápice acuminado, agudo e/ou obtuso, margem plana. 7. Pétalas 5-5,1 x ca. 0,6 mm... E. filicaule 7. Pétalas 9,3-17,5 x 1,4-5,4 mm. 8. Bractéolas recobrindo totalmente o pedicelo+ovário; flores alvas; labelo cordiforme... E. paranaense 8. Bractéolas recobrindo parcialmente o pedicelo+ovário; flores verdes ou verde-amareladas; labelo suborbicular ou transversalmente elíptico. 9. Labelo ca. 14 x 19,9 mm... E. ochrochlorum 9. Labelo 6,9-10,9 x 9,8-14,2 mm. 10. Pedicelo+ovário 1,2-1,5 mm compr.; sépala dorsal oblanceolada; labelo trilobado E. ecostatum 10. Pedicelo+ovário ca. 28,9 mm compr.; sépala dorsal elíptica; labelo inteiro E. proligerum 3. Caulomas não ramificados. 11. Folhas imbricadas, côncavas... E. vesicatum 11. Folhas não imbricadas, planas e/ou subplanas. 12. Flores não ressupinadas... E. secundum 12. Flores ressupinadas. 13. Inflorescências com brácteas espatáceas. 14. Inflorescências com até 15 flores, às vezes flores isoladas; pétalas oblongo-oblanceoladas; lobo mediano do labelo com ápice emarginado... E. henschenii 14. Inflorescências com mais de 50 flores, nunca flores isoladas; pétalas lineares; lobo mediano do labelo com ápice agudo... E. armeniacum 62

73 13. Inflorescências desprovidas de brácteas espatáceas. 15. Caulomas cilíndricos, não achatados lateralmente. 16. Inflorescências em subcorimbos... E. chlorinum 16. Inflorescências em racemos. 17. Ervas 16,5-26,5 cm alt.; inflorescências congestas; labelo inteiro, ápice agudo... E. mantiqueiranum 17. Ervas cm alt.; inflorescências laxas; labelo trilobado, ápice emarginado... E. cooperianum 15. Caulomas subcilíndricos, achatados lateralmente. 18. Inflorescências pedunculadas; labelo inteiro E. rigidum 18. Inflorescências sésseis; labelo trilobado. 19. Cauloma estreito na base e espessado para o ápice; folhas do ápice mais longas que as da base; labelo x mm... E. latilabre 19. Cauloma com a mesma espessura da base ao ápice; folhas de comprimento semelhante ao longo do cauloma; labelo ca. 8 x 12 mm... E. pseudodifforme 3.1. Epidendrum armeniacum Lindl., Bot. Reg. 22, t Amblostoma armeniacum (Lindl.) Brieger ex Pabst, Bradea 2: Fig. 2f-h Ervas 15-26,5 cm alt., epífitas, eretas. Raízes relativamente pouco espessas. Rizomas curtos, inconspícuos; caulomas 5,5-14 cm compr., verdes, não ramificados, homoblásticos, eretos, subcilíndricos, lateralmente achatados, recobertos por bainhas paleáceas pelo menos quando jovens, 2-4 foliados, pseudobulbos ausentes. Folhas 3,2-12,9 x 0,5-1,6 cm, verdes, localizadas nos 2/3 superiores do cauloma, alternas, suberetas, não imbricadas, planas, subcartáceas, estreitamente elípticas a estreitamente oblongas ou lineares, raramente elípticas, levemente sulcadas ao longo da nervura mediana, ápice acuminado. Racemos 7,5-16,5 cm compr., com mais de 50 flores, pêndulos, nunca flores isoladas; pedúnculo verde, cilíndrico; espata presente; brácteas espatáceas 3,5-5,7 cm compr., verdes, achatadas lateralmente; bractéolas 4,4-5,1 x ca. 0,8 mm, alvas, estreitamente triangulares, ápice acuminado, recobrindo total ou parcialmente o pedicelo+ovário. Flores amarelo-alaranjadas, ressupinadas, pediceladas; 63

74 pedicelo+ovário 3,7-4,8 mm compr.; sépalas laranjo-acastanhadas a acastanhadas, sépala dorsal ca. 2,8 x 1,3 mm, elíptica, ápice acuminado, sépalas laterais 3,6-3,9 x 1,4-1,5 mm, ovadas, ápice longamente acuminado; pétalas 2,5-2,7 x 0,2-0,24 mm, verdeclaras, lineares, ápice agudo; labelo 2,1-2,3 x 1,5-1,6 mm compr., trilobado, lobos laterais 0,7-0,9 x 1-1,1 mm, arredondados, lobo mediano ca. 1,3 x 1 mm, lanceolado, ápice agudo, disco caloso na base, ca. 1,2 mm compr. Coluna 1-1,2 x ca. 0,9 mm, subcilíndrica, reta; antera ca. 0,7 x 0,2-0,3 mm, reniforme; políneas 0,24-0,35 x 0,18-0,20 mm, amarelas, elípticas. Frutos não observados. Material examinado: 1917, fl., P.C. Porto 649 (HB, RB); 9.XII.1927, fl., P.C. Porto 1599 (RB, RB/ITA); 3.II.1948, fl., A.C. Brade (RB); XII.1952, fl., N. Welter 46 (HB); 7.XII.1995, fl., J.M.A. Braga et al (RB); 19.XI.2008, fl., F.F.V.A. Barberena 62 (RB); 26.XI.2008, fl., F.F.V.A. Barberena 89 (RB). Espécie de ampla distribuição geográfica, ocorrendo na Costa Rica, Bolívia, Equador, Peru e no Brasil, em Pernambuco e em todos os estados das Regiões Sudeste e Sul do Brasil (Pabst & Dungs 1975; CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Selected Plant Families 2009). Ocorre tanto em Floresta Ombrófila Densa ou Aberta quanto em Floresta Mista (Pabst & Dungs 1975; F. Barros, com. pess.). No Parque, está restrita à formação montana, sendo encontrada como ciófila ou semi-heliófila, na beira de rios ou de trilhas, nas áreas do Taquaral, Monte Serrat, Cachoeira Itaporani, na trilha Último Adeus-Campo Belo e trilha para os Três Picos, em altitudes que variam de 800 a m. Floresce em novembro, dezembro e fevereiro; formação de frutos não ocorreu in-situ e nem em cultivo ex-situ. Relativamente freqüente na área de estudo, pode ser observada em cinco estratos (0-2 m, 2-4 m, 4-6 m, 6-8 m e 8-10 m alt.) de diversas espécies forofíticas de angiospermas. Diferencia-se das demais espécies da subtribo Laeliinae ocorrentes no Parque especialmente pelas inflorescências em racemos, multifloras (mais de 50 flores) e pêndulas. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975); Forster (2002); Barbero (2007) e Stancik et al. (2009). 64

75 Figura 2 Cattleya bicolor Lindl. a. ramo florífero; Cattleya schofieldiana Rchb.f. b. flor; Encyclia patens Hook. - c. hábito; d. flor (vista lateral); e. segmentos florais; Epidendrum armeniacum Lindl. f. hábito; g. flor (vista lateral); h. segmentos florais (a: Porto 67; b: Porto 68; c-d: Barberena 42; e-f: Porto 649; g-h: Barberena 89). 65

76 3.2. Epidendrum avicula Lindl., Hook. Jour. Bot. 3: Lanium avicula (Lindl.) Benth., Icon. Pl. 14: 25, t Fig. 3a-e Ervas 4-9,5 cm alt., rupícolas, eretas. Raízes relativamente pouco espessas. Rizomas 1-3,5 cm compr., com bainha acastanhada, amplexicaule, ápice agudo; caulomas 1-3 cm compr., heteroblásticos, eretos, subcilíndricos a estreitamente ovados, bainhas paleáceas a castanhas, ausentes nos caulomas adultos, 2-3-foliados, pseudobulbos presentes, não sobrepostos. Folhas 2,4-6,5 x 0,7-1,4 cm, verdes, localizadas no ápice dos pseudobulbos, subcartáceas, suberetas a eretas, elípticas, ápice agudo, sulcadas na nervura mediana na face adaxial. Panículas 4,8-11 cm compr., eretas, paucifloras ou multifloras, tomentosas; pedúnculo cilíndrico; brácteas espatáceas ausentes; brácteas não espatáceas 3,5-4 x ca. 0,5 mm, bractéolas 1,5-2,3 x ca. 0,5 mm, ambas glabras, estreitamente triangulares, ápice agudo. Flores amareladas, não ressupinadas, pediceladas, sucessivas; pedicelo+ovário 2,2-8,5 mm compr., tomentoso, dilatado no ápice; sépalas glabras na face interna e tomentosas na face externa, sépala dorsal ca. 6,1 x 1,4 mm, elíptica, ápice acuminado, três nervuras longitudinais; sépalas laterais 6-6,6 x 1,6-1,7 mm, lanceoladas, assimétricas, ápice acuminado; pétalas ca. 5,7 x 0,5 mm, lineares, côncavas, glabras, uma nervura longitudinal; labelo ca. 6,1 x 2,5 mm, inteiro, elíptico, glabro, três nervuras longitudinais, as laterais de desenvolvimento imperfeito, ápice acuminado. Coluna ca. 3,7 mm compr., subcilíndrica, reta; antera ca. 0,9 x 1 mm, subquadrática; políneas 0,5-0,7 x 0,3-0,35 mm, obovadas. Frutos não observados. Material examinado: 11.III.1921, fl., P.C. Porto 1041 (RB); 5.III.1942, fl., A.C. Brade (RB). Epidendrum avicula apresenta ampla distribuição geográfica na América do Sul, ocorrendo no Equador, Peru, Bolívia e Brasil, em Pernambuco, Alagoas, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal e em todos os estados do Sudeste e Sul do país, exceto no Paraná (Pabst & Dungs 1975; CRIA 2009; Kew 2009; Stancik et al. 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Selected Plant Families 2009), onde vegeta na Mata Atlântica, em Florestas Ombrófilas Densas ou Abertas, e no Cerrado (Pabst & Dungs 1975; F. Barros, com. pess.). Apesar de Pabst & Dungs (1975) citarem a ocorrência da espécie no 66

77 Paraná, Stancik et al. (2009), em recente revisão taxonômica desse gênero naquele estado, não apontaram a ocorrência dessa espécie. No PARNA Itatiaia, está restrita à Floresta Montana, porém foi coletada há mais de 50 anos e apenas ao longo do Rio Campo Belo, entre 800 e m de altitude, podendo ser considerada extinta localmente. Floresce em março e cada haste sustenta de 6 a 17 flores. A espécie também pode ser epífita, conforme observado por Barbero (2007), na Serra do Cipó (MG), e por Romanini & Barros (2007), na Ilha do Cardoso (SP). Diferencia-se das demais Laeliinae do PARNA Itatiaia pela presença de tricomas na inflorescência e na face dorsal das sépalas, ambas estruturas tomentosas. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975), como Lanium avicula (Lindl.) Benth., e em Barbero (2007) Epidendrum chlorinum Barb.Rodr., Gen. Sp. Orchid. 2: Fig. 3f-h Ervas 36,5-72,5 cm alt., epífitas, eretas. Raízes espessas. Rizomas curtos, inconspícuos; caulomas cm compr., não ramificados, homoblásticos, eretos, cilíndricos, não achatados lateralmente, 6-foliados, pseudobulbos ausentes. Folhas 10,2-16,8 x 1-1,7 cm, verdes, localizadas no 1/3-1/4 superior do cauloma, cartáceas, suberetas a eretas, não imbricadas, planas, estreito-oblongas a lineares, cartáceas, levemente sulcadas ao longo da nervura mediana na face adaxial, ápice agudo a obtuso. Subcorimbos compostos, 5-6,5 cm compr., paucifloros a multifloros, suberetos a pêndulos; pedúnculo cilíndrico, bainhas paleáceas presentes na base; brácteas espatáceas ausentes; brácteas foliáceas 5-11,7 x 0,4-0,5 cm, lineares, morfologia semelhante à das folhas; brácteas não espatáceas ca. 14,6 x 3,9 mm, amplectivas, côncavas, triangulares a estreito-triangulares, ápice agudo; bractéolas ca. 12 x 2,6 mm, estreito-triangulares, levemente côncavas, adpressas, ápice agudo. Flores verdes, ressupinadas, pediceladas; pedicelo+ovário 10-18,1 mm compr.; sépalas carnosas, sépala dorsal ca. 10,4-10,9 x 3,2-3,7 mm, elíptica a oblanceolada, ápice agudo, cinco nervuras longitudinais, sépalas laterais 11,1-12,9 x 3,9-4,6 mm, assimétricas, cinco nervuras longitudinais, as mais externas de desenvolvimento imperfeito, elípticas a oblongo-lanceoladas, ápice agudo a acuminado; pétalas 10,4-10,8 x 2,2-2,8 mm, oblanceoladas, ápice agudo a obtuso, três nervuras longitudinais de desenvolvimento imperfeito; labelo 7,9-9,1 x 7,3-8,1 mm compr., inteiro, estriado, côncavo, semi- 67

78 orbicular, base cordada, ápice agudo, margem inteira, dois calos basais; calos 0,7-1,3 x 0,3-0,5 mm, ovados a oblongos, divergentes. Coluna 4,6-5,7 mm compr., subcilíndrica, reta; antera ca. 1,4 x 1,4 mm, ovada, rostrada; políneas 0,7-0,9 x 0,35-0,5 mm, oblongas a obovadas. Cápsulas ca. 2,4 x 1,5 cm, globosas, 3-costadas. Material examinado: 16.III.1942, fl., A.C. Brade (RB); 15.III.1975, fl. e fr., P. Occhioni 7051 (RFA); 21.IX.2009, est., F.F.V.A. Barberena 197 (RB). Epidendrum chlorinum ocorre em todos os estados da região Sudeste do Brasil (Pabst & Dungs 1975; Simonelli & Fraga 2007; CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Monocotyledons 2009). De acordo com F. Barros (com. pess.), essa espécie é endêmica da Mata Atlântica, onde vegeta em Florestas Ombrófilas Mistas. No Parque, a espécie pode ser encontrada nas Florestas Montana e Alto- Montana, em matas sombrias e úmidas, no início da trilha para o Alto dos Brejos, no km 12 da estrada para o Planalto e no Lote do Almirante, no Taquaral, entre m de altitude, onde floresce em dezembro e março. Nestas localidades, ocorre como semiheliófila, no estrato basal (0-2 m alt.) dos forófitos. Ressalta-se que a espécie não era recoletada há quase 35 anos e que somente dois indivíduos foram observados recentemente, evidenciando a necessidade de proteção da espécie no local. É categorizada como Vulnerável para o estado do Espírito Santo (Simonelli & Fraga 2007). Epidendrum chlorinum pode ser diferenciada das demais Laeliinae ocorrentes na região principalmente pelas inflorescências subcorimbosas e labelo côncavo com base cordada. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975), Sprunger et al. (1996), Forster (2002) e Barbero (2007) Epidendrum cooperianum Bateman, Bot. Mag. 93, t Fig. 3i-k Ervas cm alt., epífitas, eretas. Raízes não observadas. Rizomas não observados; caulomas cm compr., não ramificados, homoblásticos, eretos, cilíndricos, não achatados lateralmente, 9-20 foliados, pseudobulbos ausentes. Folhas 7,8-19 x 2-3,8 cm, ao longo do cauloma ou restritas à metade-superior, alternas, 68

79 suberetas, não imbricadas, planas, subcartáceas, oblongas a estreito-elípticas, ápice agudo a levemente acuminado, levemente sulcadas ao longo da nervura mediana. Racemos cm compr., eretos ou pêndulos, multifloros, laxos; pedúnculo cilíndrico, flexuoso; brácteas espatáceas ausentes; brácteas foliáceas ca. 7 cm compr., morfologia semelhante à das folhas; brácteas não espatáceas ausentes; bractéolas ca. 4,7 x 1,8 mm, côncavas, adpressas, triangulares, ápice acuminado. Flores ressupinadas, pediceladas; pedicelo+ovário 2,3-2,8 cm compr., patente; sépala dorsal 16-17,4 x 6,2-6,8 mm, obovada, elíptica a levemente obovada, ápice agudo, margem inteira, sépalas laterais 14,9-17,7 x 5,6-6,4 mm, obovadas, assimétricas, ápice agudo a acuminado, margem inteira; pétalas x 2,2-2,5 mm, oblongas, ápice obtuso, margem inteira nos 2/3- inferiores, ondulada para o ápice; labelo 10,8-11,6 x 15,8-20 mm, trilobado, reticulado, suborbicular, ápice emarginado, sulco longitudinal próximo da base; lobos laterais 8,7-10,4 x ca. 8,8 mm, arredondados, lobo mediano 7,1-7,2 x ca. 8,2 mm, ápice fortemente emarginado, dois calos basais; calos ovados, divergentes. Coluna 9,9-11,2 mm compr., subcilíndrica, reta; antera ca. 2,9 x 1,6 mm, obovada; políneas 1,4-1,5 x 0,5-0,6 mm, amarelas, oblongas a levemente obovadas. Frutos não observados. Material examinado: 1919, fl., P.C. Porto s.n. (RB 14533); 25.VI.2006, fl., L.J.T. Cardoso & I. Aximoff 190 (RB). Epidendrum cooperianum ocorre nas Guianas e em todos os estados da região Sudeste do Brasil (Pabst & Dungs 1975; CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Selected Plant Families 2009), onde é encontrada tanto na Mata Atlântica, em Florestas Ombrófilas Densas ou Abertas, quanto no Cerrado (Pabst & Dungs 1975; F. Barros, com. pess.). No PARNA Itatiaia, a espécie está restrita à Floresta Montana, onde se desenvolve como ciófila e floresce em junho. Para a região, há escassez de coletas e ausência de dados de altitude e de informações sobre particularidades ecológicas da espécie. Distingue-se das demais espécies de Epidendrum ocorrentes na região pelo conjunto das duas características: ervas maiores que 61 cm de altura e lobo mediano com ápice fortemente emarginado. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975), Sprunger (1986) e Sprunger et al. (1996). 69

80 3.5. Epidendrum ecostatum Pabst, Contrib. Fl. Paraná 6: Figs. 1b; 3l-o Ervas ca. 12,5-22,8 cm alt., epífitas, pendentes. Raízes relativamente pouco espessas. Rizomas curtos, inconspícuos; caulomas 2,1-16,2 cm compr., verdes, ramificados na porção superior, homoblásticos, 2-4-foliados, eretos a pendentes, subcilíndricos, achatados lateralmente, recobertos totalmente por bainhas paleáceas, pseudobulbos ausentes. Folhas 3,1-13 x 0,5-1,6 cm, verdes, dispostas no 1/2-2/3 superiores, alternas, patentes a eretas, membranáceas a subcartáceas, estreito-elípticas a linear-lanceoladas, levemente sulcadas ao longo da nervura mediana, ápice agudo a acuminado, margem plana. Subcorimbos 2,1-4,5 cm compr., eretos a pendentes, paucifloros (3-7 flores); pedúnculo verde, cilíndrico; brácteas espatáceas ausentes; brácteas não espatáceas ca. 8,8 x 1 mm, amplectivas, ápice agudo; bractéolas 5,9-6,3 x 1,2-1,3 mm, côncavas, adpressas, estreito-triangulares, recobrindo parcialmente o pedicelo+ovário, ápice agudo. Flores verdes, ressupinadas, pediceladas, sucessivas; pedicelo+ovário mm compr.; sépalas oblanceoladas, sépala dorsal ca. 12 x 3 mm, ápice agudo, sépalas laterais 11,8-12,2 x 3,6-3,7 mm, ápice agudo a acuminado; pétalas 11,2-11,4 x 1,4-1,5 mm, oblongo-lanceoladas, ápice agudo; labelo ca. 6,9 x 9,8 mm, revoluto, trilobado, suborbicular, ápice agudo, margem crenulada, lobos laterais 5,2-5,5 x 2,8-3 mm compr., suborbiculares, ápice arredondado, lobo mediano 4,7-5,6 x 4,5-4,6 mm, suborbicular, ápice agudo, dois calos basais; calos 1,1-1,3 x 0,4-0,5 mm, ovados, divergentes. Coluna ca. 7,7 mm compr., subcilíndrica, reta. Antera ca. 1,2 x 1,3 mm, suborbicular; políneas ca. 0,85 x 0,65-0,7 mm, obovadas. Frutos não observados. Material examinado: 23.I.2008, fl., F.F.V.A. Barberena et al. 1 (RB); 13.IV.2008, fl., F.F.V.A. Barberena 17 (RB); 25.XI.2008, fl., F.F.V.A. Barberena 79 (RB); 15.XII.2008, fl., F.F.V.A. Barberena 147 (RB). Epidendrum ecostatum ocorre nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina (CRIA 2009; Kew 2009; Miller & Warren 1996; Miller et al. 2006; TROPICOS 2009; World Checklist of Monocotyledons 2009). De acordo com F. Barros (com. pess.), essa espécie é endêmica da Mata Atlântica, vegetando em Florestas Ombrófilas Densas ou Abertas e Mistas. Apesar de Pabst & Dungs (1975) citarem o estado do Paraná também como área de distribuição da espécie, Stancik et al. (2009) observaram que os materiais daquele estado, identificados como E. ochrochlorum 70

81 Barb.Rodr. e E. ecostatum, correspondiam a E. proligerum Barb.Rodr. Portanto, os autores não assinalaram a ocorrência de E. ecostatum no Paraná. A coleção Barberena et al. 1 constitui o primeiro registro da espécie para o PARNA Itatiaia, onde está restrita à formação montana, sendo encontrada como ciófila, na área do Lago Azul e na trilha Hotel Donati-Hotel Simon, entre m de altiude, vegetando nos estratos basais e intermediários (0-2 m, 2-4 m e 4-6 m alt.) de Myrcia tenuivenosa Kiaersk. (Myrtaceae). Floresce em dezembro, janeiro e abril; não foi observada formação de frutos in-situ e nem em cultivo ex-situ. No Parque, foram encontrados apenas seis indivíduos, o que indica a necessidade de proteção desta espécie no local. Miller & Warren (1996) e Miller et al. (2006) indicam que a espécie possui ocorrência rara ou pouco comum em Macaé de Cima e na Serra dos Órgãos, importantes remanescentes florestais de Mata Atlântica, no estado do Rio de Janeiro. A espécie encontra-se na lista de espécies ameaçadas do Espírito Santo, onde consta como Criticamente em Perigo (Simonelli & Fraga 2007). De acordo com o World Checklist of Monocotyledons (2009), a espécie é sinônimo de E. proligerum Barb.Rodr. Porém, neste trabalho, E. ecostatum e E. proligerum são tratados como espécies distintas. Dentre as Laeliinae do PARNA Itatiaia, E. ecostatum pode ser identificada pelo seguinte conjunto de características: cauloma com ramificação na parte superior, botão floral com ápice nitidamente acuminado e labelo trilobado, suborbicular e com margem crenulada. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975). 71

82 Figura 3 Epidendrum avicula Lindl. a. ramo florífero; b. rizomas e pseudobulbos; c. flor (vista lateral); d-e. flor; Epidendrum chlorinum Barb.Rodr. f. flor (vista lateral); g. detalhe do labelo; h. segmentos florais; Epidendrum cooperianum Bateman i. hábito; j. flor (vista lateral); k. detalhe do labelo; Epidendrum ecostatum Pabst l. ramo florífero; m. botão floral; n. flor (vista lateral); o. segmentos florais. (a-e: Brade 17199; f-h: Brade 17226; i-k: Cardoso & Aximoff 190; l: Barberena 1; m- o: Barberena 79). 72

83 3.6 Epidendrum filicaule Lindl., Gen. Sp. Orchid. Pl., p Fig. 4a-d Ervas cm alt., epífitas, de aspecto graminóide, pendentes ou raramente eretas. Raízes muito espessas. Rizomas curtos, inconspícuos; caulomas (4-)40-70 cm compr., verde-acastanhados, ramificados, pendentes, homoblásticos, acentuadamente delgados, cilíndricos, recobertos por bainhas paleáceas, 2-13-foliados, pseudobulbos ausentes. Folhas 2,9-15,2 x 0,2-0,5 cm, verde-escuras, dispostas na metade-superior do cauloma, alternas a subopostas, eretas a patentes, cartáceas, lineares, ápice acuminado, margem plana, levemente sulcada ao longo da nervura mediana na face adaxial. Racemos 1,5-4 cm compr., (1-)2-3(-6)-floros, pêndulos, geralmente situados nas ramificações dos caulomas; pedúnculo verde, cilíndrico; brácteas espatáceas ausentes; brácteas não espatáceas ca. 9,4 x 1,9 mm, imbricadas, amplectivas, côncavas, lanceoladas, ápice acuminado; bractéolas 9-10 x 0,8-0,9 mm, côncavas, adpressas, estreito-triangulares, ápice acuminado. Flores verde-claras, ressupinadas, pediceladas; pedicelo+ovário 4,5-7,2 mm compr.; sépalas verdes, elípticas, margem inteira, sépala dorsal ca. 4,9 x 2,1 mm, ápice agudo, sépalas laterais 5-5,2 x 2,1-2,2 mm, ápice acuminado; pétalas 5-5,1 x ca. 0,6 mm, lineares a espatuladas, ápice agudo, margem inteira a levemente ondulada; labelo ca. 4 x 3,6 mm, inteiro, cordiforme, estriado, ápice agudo, margem inteira, dois calos basais; calos ca. 0,2 x 0,1 mm, ovados, divergentes. Coluna ca. 3,1 mm compr., subcilíndrica, levemente curva. Antera ca. 0,6 x 0,7 mm, subglobosa; políneas 0,45-0,5 x 0,2-0,3 mm, amarelas, elípticas. Frutos não observados. Material examinado: 1914, fl., P.C. Porto 27A (RB); 29.VI.2009, fl., F.F.V.A. Barberena 83 (RB); 28.VII.2009, fl., F.F.V.A. Barberena 189 (RB). Epidendrum filicaule ocorre na Bahia e em todos os estados da Região Sudeste (CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Monocotyledons 2009). De acordo com F. Barros (com. pess.), essa espécie é endêmica da Mata Atlântica, onde vegeta em Florestas Ombrófilas Densas ou Abertas. No PARNA Itatiaia, está restrita à Floresta Montana, ocorrendo como ciófila no estrato basal (2-4 m alt.) dos forófitos, na trilha para o Lago Azul, entre 800 e 950 m de altitude, onde, até o momento, foram encontrados apenas dois indivíduos. Tal fato evidencia a necessidade de proteção da espécie no Parque, pois não era recoletada há 95 anos. Floresce em junho e julho. 73

84 A espécie é considerada Presumivelmente Extinta no estado de São Paulo pela ausência de novos registros nos últimos 50 anos, inclusive em condições ex-situ (Mamede et al. 2007). É facilmente reconhecida e diferenciada das espécies de Laeliinae do Parque pelas seguintes características: aspecto graminóide, cauloma muito delgado e pétalas relativamente pequenas (5-5,1 x ca. 0,6 mm). Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975), Forster (2002) e Cunha & Forzza (2007) Epidendrum henschenii Barb.Rodr., Gen. Sp. Orchid. 2: Fig. 4e-f Ervas cm alt., epífitas, pendentes ou raramente eretas. Raízes espessas. Rizomas curtos, inconspícuos; caulomas 10,5-44 cm compr., verdes, não ramificados, homoblásticos, eretos ou pendentes, cilíndricos, recobertos por bainhas paleáceas, 4-8- foliados, pseudobulbos ausentes. Folhas 2,9-14,6 x 0,9-2,1 cm, verdes, alternas, dísticas, dispostas por todo o cauloma ou restritas à metade-superior, suberetas, não imbricadas, planas, estreito-elípticas a oblongas, raro elípticas ou lanceoladas, subcartáceas a cartáceas, ligeiramente sulcadas ao longo da nervura mediana na face adaxial, ápice agudo, ocasionalmente arredondado. Racemos, simples ou compostos, com até 15 flores, 3-6,7 cm compr., pendentes, às vezes flores isoladas; pedúnculo verde, cilíndrico; brácteas espatáceas 2-4,4 cm compr., amplectivas; bractéolas 3,1-5,2 x 1,5-2,4 mm, côncavas, adpressas, triangulares, ápice acuminado. Flores ressupinadas, pediceladas; pedicelo+ovário ca. 14,3 mm compr.; sépala dorsal ca. 8,9 x 3,3 mm, oblongo-elíptica, ápice agudo, sépalas laterais 9,5-9,8 x 4-4,1 mm, oblanceoladas, ápice agudo; pétalas 8,4-8,6 x ca. 1,9 mm, oblongo-oblanceoladas, ápice agudo; labelo trilobado, nitidamente estriado, lobos laterais ca. 4,7 x 3,7 mm, orbiculares, ápice arredondado, lobo mediano ca. 4 x 4,1 mm, subquadrangular, ápice emarginado, dois calos basais; calos ca. 0,8 x 0,8 mm, ovados, divergentes. Coluna ca. 6,5 cm compr., subcilíndrica, reta. Antera e políneas não observadas. Cápsulas 2,4-2,8 x 0,3-0,6 cm, verdes, subglobosas. Material examinado: 2.VI.2008, fr., F.F.V.A. Barberena 41 (RB); 2.VI.2008, fl., F.F.V.A. Barberena 43 (RB); 15.XII.2008, fl., F.F.V.A. Barberena 148 (RB); 74

85 19.IV.2009, fl., F.F.V.A. Barberena 165 (RB); 21.VI.2009, fl., F.F.V.A. Barberena 188 (RB). Epidendrum henschenii está restrita aos estados das Regiões Sudeste e Sul, com exceção do Rio Grande do Sul, ocorrendo em Florestas Ombrófilas Mistas (Pabst & Dungs 1975; Kew 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Selected Plant Families 2009; F. Barros, com. pess.). O espécime Barberena 41 constitui o primeiro registro da espécie para o PARNA Itatiaia, onde está restrita à Floresta Montana e pode ser encontrada na trilha do Último Adeus, na trilha atrás do Abrigo IV, no Lago Azul e no Lote 50. Ocorre como ciófila e raramente como semi-heliófila, entre 750 e 850 m de altitude, nos estratos basais e intermediários (2-4 m, 4-6 m e 6-8 m alt.) de Dendropanax sp. (Araliaceae) e Myrcia tenuivenosa Kiaersk. (Myrtaceae). Floresce em dezembro, abril e junho e foi encontrada com frutos de abril a agosto. Foram observadas até 15 flores por haste e 3 a 8 frutos por infrutescência. A espécie é categorizada como Vulnerável para o estado de São Paulo, uma vez que possui distribuição restrita e não é econtrada em Unidades de Conservação (Mamede et al. 2007). Pode ser reconhecida pelas seguintes características: inflorescências comumente em racemos compostos e labelo trilobado, com ápice emarginado. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975) e Stancik et al. (2009). 3.8 Epidendrum latilabre Lindl., Edwards's Bot. Reg. 27 (misc.): Fig. 4g-i Ervas ca. 22 cm alt., eretas. Raízes relativamente espessas. Rizomas não observados; caulomas cm compr., não ramificados, homoblásticos, eretos, subcilíndricos, achatados lateralmente, estreitos na base e espessados para o ápice, recobertos por bainhas paleáceas, 4-foliados, pseudobulbos ausentes. Folhas 5,2-7,5 x 1,2-3 cm, as do ápice do cauloma mais longas que as da base, verdes, dispostas ao longo de todo o cauloma, não imbricadas, planas, subcoriáceas, elípticas a levemente ovadas, alternas, dísticas, suberetas, levemente sulcadas ao longo da nervura mediana na face adaxial, ápice levemente emarginado a emarginado. Inflorescências 2-3-floras, sésseis. Brácteas espatáceas, brácteas não espatáceas e bractéolas ausentes. Flores verdes, ressupinadas, pediceladas; pedicelo+ovário 4,5-5,4 cm compr., cilíndrico; sépala dorsal 75

86 ca x 5-6 mm, oblonga a levemente oblanceolada, ápice agudo a acuminado, margem inteira, sépalas laterais x 6-7 mm, oblanceoladas, ápice agudo a acuminado, margem inteira; pétalas x 3-4 mm, oblanceoladas, ápice agudo a arredondado, margem inteira; labelo x mm, trilobado, revoluto, transversalmente elíptico, estriado, lobos laterais ca x 9 mm, obliquamente elípticos, ápice arredondado, margem inteira, lobo mediano ca. 8 x 9-10 mm, suborbicular, ápice emarginado, margem inteira, calos basais ausentes. Coluna mm compr., levemente curva a curva, subcilíndrica, ápice irregularmente denticulado; antera ca. 1,8 x 1,1 mm, subquadrática; polínias ca. 1 x 0,9-1 mm, ovadas a obovadas. Frutos não observados. Material examinado: IV.1926, fl., A.J. Sampaio 4150 (R). Epidendrum latilabre ocorre em Honduras, Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Peru, Bolívia e no Brasil, onde é encontrada no Amazonas, Pará, Pernambuco, Bahia, Distrito Federal, Goiás e em todos os estados das regiões Sudeste e Sul (Pabst & Dungs 1975; Kew 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Selected Plant Families 2009). De acordo com F. Barros (com. pess.), em território brasileiro, vegeta em Florestas Ombrófilas Densas, Abertas ou Mistas, como epífita. No PARNA Itatiaia, a espécie foi coletada apenas uma vez, no sítio do Valter, há mais de 80 anos. Devido à inexistência de coletas recentes, sua ocorrência atual na área pode ser questionada, contudo, indivíduos epifíticos dessa espécie foram recentemente observados na zona de amortecimento do Parque, durante a realização deste estudo. Esse fato representa um indício de que a espécie ainda possa ser encontrada na área dessa Unidade de Conservação, principalmente, em localidades limítrofes. Porto (1915) relata a coleta de espécimes na área, a ca m de altitude. Kersten & Silva (2001) indicam a ocorrência da espécie em cinco estratos (0-2 m, 2-4 m, 4-6 m, 6-8 m e 8-10 m alt.) e a preferência pelos estratos basais (2-4 m e 4-6 m alt.) das espécies forofíticas. Epidendrum latilabre é muito semelhante vegetativamente a E. pseudodifforme Hoehne & Schltr., com a qual pode ser facilmente confundida. Apesar de compartilharem características vegetativas, como os caulomas subcilíndricos, achatados lateralmente e recobertos por bainhas paleáceas, E. latilabre pode ser reconhecida das demais espécies de Laeliinae no PARNA Itatiaia pelo seguinte conjunto de 76

87 características: caulomas estreitos na base e espessados para o ápice, folhas do ápice do cauloma mais longas que as da base, inflorescências sésseis, com x mm e ausência de calos basais no labelo. Stancik et al. (2009), analisando o gênero Epidendrum no Paraná, destacam que a época de floração constitui um outro fator que auxilia na diferenciação das duas espécies, pois neste estado E. pseudodifforme floresce em janeiro e E. latilabre, predominantemente, em abril e maio. No PARNA Itatiaia, as espécies também florescem em épocas diferentes - E. latilabre em abril e E. pseudodifforme em dezembro. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975) e Stancik et al. (2009). 3.9 Epidendrum mantiqueiranum Porto & Brade, An. Prim. Reun. Sul-Amer. Bot. 3: 38, t Fig. 4j-k Ervas 16,5-26,5 cm alt., epífitas, cespitosas, eretas. Raízes espessas. Rizomas curtos, inconspícuos; caulomas 9,7-20,5 cm compr., não ramificados, homoblásticos, eretos, cilíndricos, não achatados lateralmente, recobertos por bainhas paleáceas, 2-5- foliados, pseudobulbos ausentes. Folhas 4-8 x 0,5-1,4 cm, subcartáceas, dispostas no 1/2-1/3 superior do cauloma, alternas, dísticas, raramente subopostas, subereteas, não imbricadas, planas, oblongo-lanceoladas a lanceoladas, ligeiramente sulcadas ao longo da nervura mediana na face adaxial, ápice agudo a acuminado. Racemos 2-4 cm compr., eretos ou pendentes, paucifloros, congestos; pedúnculo cilíndrico; brácteas espatáceas ausentes; brácteas não espatáceas 1,6-3,5 cm compr., amplectivas, lanceoladas, ápice agudo; bractéolas 3,3-5 x 1,5-2,5 mm compr., côncavas, adpressas, lanceoladas, ápice agudo. Flores verdes, ressupinadas, pediceladas; pedicelo+ovário 4,3-4,6 mm compr.; sépala dorsal 5,1-5,4 x ca. 2,6 mm, elíptico-oblonga, ápice agudo, margem inteira, sépalas laterais 5,4-5,7 x 2,8-3 mm, oblongas a elíptico-oblongas, ápice agudo, margem inteira; pétalas 4,8-4,9 x 1,5-1,6 mm, oblanceoladas, ápice agudo, margem inteira; labelo ca. 3,3 x 3,5 mm, inteiro, suborbicular, ápice agudo, margem inteira, lamela longitudinal presente na porção central, dois calos basais; calos ca. 0,9 x 0,4 mm, ovados, divergentes. Coluna ca. 3 mm compr., subcilíndrica, reta; antera ca. 0,7 x 0,9 mm, sub-globosa; políneas ca. 0,5 x 0,2 mm, subobovadas. Frutos não observados. 77

88 Material examinado: 28.V.1935, fl., A.C. Brade (RB, holótipo); VII.1938, fl., L. Lanstyack s.n. (RB 44229). Epidendrum mantiqueiranum ocorre em todos os estados da região Sudeste, em Florestas Ombrófilas Mistas (CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; Pabst & Dungs 1975, 1977; World Checklist of Selected Plant Families 2009; F. Barros, com. pess.). No Parque está restrita à Floresta Alto-Montana e foi coletada no Pinheiral, ocorrendo como epífita sobre araucária, a ca m de atitude, florescendo em maio e julho. A espécie não é recoletada na região há 70 anos e, por isso, é considerada extinta localmente. Distingue-se das demais Laeliinae do Parque pelas inflorescências em racemos, curtas e com flores densamente agrupadas. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975) e Forster (2002). 78

89 Figura 4 Epidendrum filicaule Lindl. a. ramo florífero; b. flor; c. segmentos florais; d. antera e políneas, vistas pela face que se une à coluna; Epidendrum henschenii Barb.Rodr. e. hábito; f. segmentos florais; Epidendrum latilabre Lindl. g. hábito; h. flor; i. segmentos florais; Epidendrum mantiqueiranum Porto & Brade j. inflorescência; k. segmentos florais. [a-d: Barberena 83; e-f: Barberena 148; g-h: Lanstyack s.n. (RB 44229); i-k: Sampaio 4150]. 79

90 3.10. Epidendrum ochrochlorum Barb.Rodr., Gen. Sp. Orchid. 2: Figs. 1c; 5a-c Ervas epífitas, cm alt., pendentes. Raízes relativamente pouco espessas. Rizomas curtos, inconspícuos; caulomas 9-17,3 cm compr., verdes, ramificados na porção superior, homoblásticos, recobertos por bainhas paleáceas, multifoliados, pseudobulbos ausentes. Folhas 2,5-13 x 0,8-2,5 cm, verdes, membranáceas a subcartáceas, dispostas na metade-superior do cauloma, alternas, suberetas a patentes, estreito-oblongas a estreito-elípticas, raro oblanceoladas ou ovadas, sulcadas ao longo da nervura mediana na face adaxial, ápice agudo a acuminado, margem plana. Racemos 3,1-7,3 cm compr., pendentes, paucifloros; pedúnculo verde, cilíndrico; espata 0,7-2,7 cm compr., amplectiva, membranácea, lanceolada, ápice agudo; brácteas ausentes; bractéolas 8,3-10,6 x 2,6-3,8 mm compr., verde-claras, triangulares, côncavas, adpressas, ápice agudo a acuminado, recobrindo parcialmente o pedicelo+ovário. Flores verde-amareladas, ressupinadas, pediceladas; pedicelo+ovário 12,3-29,1 mm compr., sépalas verde-claras, elípticas, ápice acuminado, margem inteira, sépala dorsal ca. 12,1-20,1 x 3,7-6,7 mm, sépalas laterais 11,8-20,7 x 3-7,5 mm; pétalas 10,7-17,5 x 1,6-5,4 mm, verde-claras, oblongo-oblanceoladas, ápice agudo, margem com 2/3 basais inteiros, 1/3 superior levemente serrulado; labelo ca. 14 x 19,9 mm, verde-amarelado, trilobado, revoluto, transversalmente elíptico, base cordada, margem ondulada e levemente crenulada, lobos laterais ca. 11,2 x 8,5 mm, lobo mediano ca. 10,7 x 11,7 mm, ápice arredondado, dois calos basais; calos 2,4-2,6 x ca. 1,4 mm, alvos, paralelos, oblongos. Coluna ca. 10,4 x 4 mm, verde-clara, subcilíndrica, reta. Antera ca. 1,2 x 0,8 mm, creme, subglobosa; políneas ca. 1,1 x 0,7-0,9 mm, amarelas, obovadas a subovadas. Frutos não observados. Material examinado: 21.II.1942, fl., A.C. Brade (RB); 14.II.2009, fl., F.F.V.A. Barberena & L.A.F. Ferreira Filho 143 (RB). Epidendrum ochrochlorum distribui-se na Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, ocorrendo em Florestas Ombrófilas Densas ou Abertas e Mistas (CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; Pabst & Dungs 1975, 1977; World Checklist of Selected Plant Families 2009; F. Barros, com. pess.). Recentemente, Stancik et al. (2009) observaram que a citação de ocorrência desta 80

91 espécie para o estado do Paraná foi um equívoco de identificação, conforme já abordado nos comentários de E. ecostatum. No PARNA Itatiaia, a espécie restringe-se à formação montana, ocorrendo na trilha do Último Adeus, a ca. 750 m de altitude, onde foi coletada apenas em flor, em fevereiro. Não era recoletada no Parque há mais de 65 anos e somente um indivíduo foi encontrado, refletindo a necessidade de ações conservacionistas para a preservação da espécie. Epidendrum ochrochlorum ocorre como ciófila, às margens de rios, no estrato basal (2-4 m alt.) dos forófitos. Vegetativamente, a espécie assemelha-se muito a E. ecostatum e E. proligerum, apresentando o mesmo número de folhas e a ramificação do cauloma na parte superior. Entretanto, diferencia-se pelo tamanho das flores, em particular do labelo, comumente maior, além das flores serem muito grandes para o gênero. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975) Epidendrum paranaense Barb.Rodr., Gen. Sp. Orchid. 2: Figs. 1d; 5d-f Ervas cm alt., epífitas ou mais raramente rupícolas, cespitosas, pendentes. Raízes não vistas. Rizomas curtos, inconspícuos; caulomas 6,5-26 cm compr., ramificados, ramificações na base ou em direção à porção superior, homoblásticos, pendentes, subcilíndricos, levemente achatados lateralmente, recobertos por bainhas castanhas, 2-8-foliados, pseudobulbos ausentes. Folhas 3,5-14 x 1,1-2,3 cm, verdes, alternas, dispostas no ápice ou nos 2/3 superiores do cauloma, patentes, coriáceas, oblongas, ápice obtuso, margem plana, levemente sulcadas ao longo da nervura mediana na face adaxial. Racemos 5-6,5 cm compr., eretos, paucifloros; pedúnculo subcilíndrico, levemente achatado lateralmente; brácteas espatáceas ausentes; brácteas não espatáceas ca. 20,9 x 9,7 mm, amplectivas, côncavas, elípticas, ápice retuso; bractéolas 17,6-21 x 13,5-16,2 mm, amplectivas, côncavas, dísticas, elípticas, ápice emarginado, recobrindo totalmente o pedicelo+ovário. Flores alvas, ressupinadas, pediceladas; pedicelo + ovário 15,9-17,2 mm compr., cilíndrico, glanduloso; sépalas oblongas, convexas, ápice agudo, margem inteira, sépala dorsal ca. 10,5 x 4,7 mm, sépalas laterais 10,3-11,2 x ca. 5,2 mm; pétalas 9,3-9,4 x 2,9-3,5 mm, oblongas, convexas, ápice arredondado, margem inteira; labelo ca. 7 x 7,8 mm, inteiro, cordiforme, ápice arredondado, glanduloso, margem inteira, um calo basal; calo ca. 2,2 x 1,6 mm, suborbicular. Coluna ca. 4,6 mm 81

92 compr., subcilíndrica, reta; antera ca. 1,5 x 1 mm, subglobosa; políneas amarelas, ca. 0,9 x 0,50-0,55 mm, oblongas. Cápsulas ca. 19,8 x 11,1 mm, verdes, subglobosas. Material examinado: XII.1918, fl., P.C. Porto s.n. (RB 7744); 2.III.1945, fl., F. Segadas-Vianna s.n. (R 712); 13.XI.1954, fr., G.F.J. Pabst s.n. (HB 2571); 15.II.1958, fl., M. Emmerich 43 (R); 3.II.1967, fr., H. Strang & A. Castellanos 959 (HB); 21.II.1968, est., S.V. Andrade s.n. (RB/ITA 1111); 26.VI.2008, fr., F.F.V.A. Barberena 32 (RB); 13.II.2009, fl. e fr., F.F.V.A. Barberena 142 (RB). Epidendrum paranaense apresenta distribuição relativamente ampla, ocorrendo no Caribe, na Costa Rica e nos estados brasileiros da Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, onde vegeta em Florestas Ombrófilas Densas, Abertas ou Mistas (CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; Pabst & Dungs 1975, 1977; World Checklist of Selected Plant Families 2009; F. Barros, com. pess.). No PARNA Itatiaia, a espécie ocorre apenas na Floresta Montana, como ciófila, raramente semi-heliófila, no Último Adeus, Cachoeira Poranga, Piscina do Maromba e trilha para a Cachoeira Véu da Noiva e Cachoeira Itaporani, entre 750 e m de altitude, sempre próximo a cursos d água. Pode ser observada nos estratos basais e intermediários (0-2 m, 2-4 m e 6-8 m alt.) em forófitos correspondentes a espécies de Annonaceae e Myrtaceae. Floresce em dezembro e fevereiro, formando de 5 a 7 flores por inflorescência, e sendo freqüente a formação de frutos, que se encontram bem desenvolvidos de junho a novembro. Observou-se que a quase totalidade das flores desenvolvem-se em frutos. A espécie é listada como Em Perigo para o estado do Espírito Santo (Simonelli & Fraga 2007). Diferencia-se das demais espécies da subtribo ocorrentes no Parque pelas grandes bractéolas dísticas que recobrem totalmente o pedicelo+ovário, pelas flores alvas e labelo cordiforme. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975) e Stancik et al. (2009). 82

93 3.12. Epidendrum proligerum Barb.Rodr. Gen. Sp. Orchid. 1: Fig. 5g-h Ervas ca. 33 cm alt., pendentes. Raízes relativamente pouco espessas. Rizomas curtos, inconspícuos; caulomas 7,5-10 cm compr., ramificados na porção superior, pendentes, homoblásticos, subcilíndricos, recobertos por bainhas paleáceas, 3-5- foliados, pseudobulbos ausentes. Folhas 3-11 x 0,7-1,9 cm, alternas, dispostas na metade-superior do cauloma, suberetas, subcartáceas, oblongas, ápice agudo a acuminado, margem plana, levemente sulcada ao longo da nervura mediana na face adaxial. Racemos ca. 6,3 cm compr., pendentes, paucifloros; pedúnculo cilíndrico; brácteas espatáceas ausentes; brácteas não espatáceas ca. 6,8 x 4,2 mm, amplectivas, côncavas, adpressas, triangulares, ápice acuminado; bractéolas ca. 6,7 x 1,9 mm, côncavas, adpressas, triangulares, ápice acuminado, recobrindo parcialmente o pedicelo+ovário. Flores verdes, ressupinadas, pediceladas; pedicelo+ovário ca. 28,9 mm compr., cilíndrico; sépala dorsal ca. 16,1 x 3,8 mm, elíptica, ápice acuminado, margem inteira, cinco nervuras longitudinais, tênues; sépalas laterais 16,1-16,7 x 5,1-5,2 mm, elípticas, ápice acuminado, margem inteira; pétalas 13,8-14,1 x ca. 3,1 mm, oblanceoladas, ápice acuminado, margem com 2/3 inferiores inteiros, inconspicuamente serrilhada para o ápice; labelo ca. 10,9 x 14,2 mm, plano, inteiro, estriado, transversalmente elíptico, ápice arredondado, dois calos basais; calos 1,2-1,7 x 0,5-0,7 mm, oblongos, paralelos. Coluna ca. 7,3 mm compr., curva, subcilíndrica; antera, políneas e frutos não observados. Material examinado: 11.III.1921, fl., P.C. Porto 1044 (RB). Epidendrum proligerum ocorre em Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina (CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; Pabst & Dungs 1975, 1977; World Checklist of Selected Plant Families 2009). De acordo com F. Barros (com. pess.), essa espécie é endêmica da Mata Atlântica, onde vegeta em Florestas Ombrófilas Densas, Abertas ou Mistas, como epífita. A etiqueta do espécime Porto 1044 não traz informação alguma sobre a localidade, altitude e forma de vida da espécie, apenas indicando a época de floração, em março. No Parque, E. proligerum não é recoletada há mais de 85 anos e, portanto, é considerada presumivelmente extinta nesta Unidade de Conservação. 83

94 Epidendrum proligerum pode ser confundida com E. ecostatum e com E. ochrochlorum, pois são idênticas vegetativamente, contudo diferencia-se das duas, e das demais espécies de Epidendrum ocorrentes na área, pelo formato do labelo, que é inteiro. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975) e Stancik et al. (2009) Epidendrum pseudodifforme Hoehne & Schltr., Repert. Spec. Nov. Regni Veg. Beih. 35: Fig. 5i-k Ervas 10-17,5 cm alt., epífitas, eretas. Raízes relativamente espessas. Rizomas curtos, inconspícuos; caulomas 3-13,5 cm compr., não ramificados, homoblásticos, eretos, subcilíndricos, achatados lateralmente, com a mesma espessura da base ao ápice, recobertos por bainhas paleáceas, 3-7-foliados, pseudobulbos ausentes. Folhas 2,8-5 x 0,7-1,2 cm, de comprimento semelhante ao longo do cauloma, verdes, dispostas ao longo de todo o cauloma, não imbricadas, planas, subcoriáceas a coriáceas, oblongas a elípticas, alternas, dísticas, patentes a suberetas, sulcadas ao longo da nervura mediana na face adaxial, ápice obtuso a obtuso-emarginado. Inflorescências sésseis. Brácteas espatáceas ausentes; brácteas não espatáceas 10,8-29 x 9-13,8 mm, morfologia semelhante à das folhas; bractéolas ausentes. Flores verdes, 2-3(-4), ressupinadas, pediceladas; pedicelo+ovário 2,3-2,6 cm compr., cilíndrico; sépala dorsal ca. 11,7 x 4,2 mm, elíptica, ápice obtuso, três nervuras longitudinais de desenvolvimento imperfeito, margem inteira, sépalas laterais 11,5-11,7 x 4,8-5,1 mm, oblongo-elípticas, ápice acuminado, cinco nervuras longitudinais de desenvolvimento imperfeito, margem inteira; pétalas 11-11,2 x 1,8-2,1 mm, oblanceoladas, ápice agudo, uma nervura longitudinal, margem inteira; labelo ca. 8 x 12 mm, trilobado, revoluto, transversalmente elíptico, estriado, lobos laterais ca. 6,8 x 4,6 mm, suborbiculares, ápice arredondado, margem inteira, lobo mediano ca. 6,8 x 6,6 mm, transversalmente elíptico, ápice emarginado, margem levemente ondulada, com dois calos basais; calos ca. 0,7 x 0,5 mm, ovados, divergentes. Coluna ca. 7,7 mm compr., levemente curva, subcilíndrica, ápice da coluna irregularmente denticulado; antera ca. 1,5 x 1,3 mm, suborbicular, levemente rostrada; políneas 0,5-0,8 x 0,6-0,7 mm, ovadas. Cápsulas verdes, 2-2,2 x 0,9-1 cm, subglobosas a elípticas, 6-costadas, margens das costelas crenuladas. 84

95 Material examinado: 13.IV.2008, fr., F.F.V.A. Barberena 20 (RB); 19.XII.2008, fl., F.F.V.A. Barberena 95 (RB); 20.XII.2008, fl., F.F.V.A. Barberena 99 (RB). Epidendrum pseudodifforme é encontrada no Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul (CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Selected Plant Families 2009). De acordo com F. Barros (com. pess.), essa espécie é endêmica da Mata Atlântica, onde vegeta em Florestas Ombrófilas Densas ou Abertas e Mistas. O espécime Barberena 20 constitui o primeiro registro da espécie para o PARNA Itataia, onde está restrita à formação montana, entre 815 e 915 m de altitude, sendo encontrada na trilha para o Lago Azul e ao longo da BR-485, nas proximidades do Centro de Proteção Ambiental, do km 9 e da Cachoeira Poranga. Ocorre como ciófila nos estratos basais e intermediários (0-2 m, 2-4 m e 4-6 m alt.) em Sorocea sp. (Moraceae) e em outros forófitos de angiospermas. Floresce em dezembro e pode ser observada em fruto de abril a junho. Epidendrum pseudodifforme pode ser confundida com E. latilabre, conforme já abordado nos comentários desta espécie. Porém diferencia-se das espécies de Laeliinae ocorrentes na área, pelo seguinte conjunto de características: caulomas com a mesma espessura da base ao ápice, folhas de comprimento semelhante ao longo do cauloma e labelo ca. 8 x 12 mm. Ilustrações adicionais em Stancik et al. (2009). 85

96 Figura 5 Epidendrum ochroclorum Barb.Rodr. a. hábito; b. flor; c. segmentos florais; Epidendrum paranaense Barb.Rodr. d. ramo florífero; e. flor; f. segmentos florais; Epidendrum proligerum Barb.Rodr. g. flor (vista lateral); h. segmentos florais; Epidendrum pseudodifforme Hoehne & Schltr. i: hábito; j: flor (vista lateral); k: segmentos florais (a-c: Barberena & Ferreira Filho 143; d: Barberena 32; e-f: Barberena 142; g-h: Porto 1044; i:. Barberena 95; j-k: Barberena 99). 86

97 3.14. Epidendrum ramosum Jacq., Enum. Syst. Pl., p Fig. 6a-d Ervas cm alt., epífitas, raramente rupícolas, eretas a pendentes. Raízes relativamente espessas. Rizomas curtos, inconspícuos; caulomas 8-41 cm compr., ramificados na porção superior, homoblásticos, eretos a pêndulos, subcilíndricos, recobertos por bainhas paleáceas, 3-16-foliados, pseudobulbos ausentes. Folhas 1,9-7,3 x 0,3-1,3 cm, verdes, alternas, dispostas ao longo de todo o cauloma ou restritas à metade-superior, suberetas a patentes, coriáceas, oblongas a oblanceoladas, raro lanceoladas, ápice emarginado, não mucronado, margem freqüentemente revoluta, às vezes plana, sulcadas ao longo da nervura mediana na face adaxial. Racemos 1-3,2 cm compr., eretos, paucifloros; pedúnculo cilíndrico; brácteas espatáceas ausentes; brácteas não espatáceas ca. 5,5 x 4 mm, oblongo-triangulares, ápice agudo, recobrindo parcialmente o pedúnculo; bractéolas ca. 7,4 x 5,4 mm, amplectivas, côncavas, oblongotriangulares, ápice agudo, recobrindo totalmente o pedicelo+ovário. Flores verdes, ressupinadas, pediceladas, simultâneas; pedicelo+ovário ca. 6 mm compr.; sépala dorsal ca. 6,2 x 1,4 mm, oblonga, ápice mucronado, margem inteira; sépalas laterais ca. 6 x 1,9 mm, lanceoladas, ápice acuminado, margem inteira; pétalas ca. 5,8 x 0,8 mm, oblanceoladas, ápice obtuso, margem inteira; labelo ca. 4 x 2 mm, inteiro, cordiforme, ápice agudo, margem inteira, duas lamelas longitudinais na base; lamelas ca. 0,8 x 0,01 mm, estreitamente lineares. Coluna ca. 2,3 mm compr., subcilíndrica, reta; antera ca. 0,7 x 0,7 mm, subglobosa; políneas 0,29-0,33 x 0,14-0,18 mm, obovadas. Cápsulas 9,3-11,3 x 4,3-6,5 mm, verdes, globosas, parcialmente recobertas por bainha paleácea. Material examinado: 20.VII.1902, fl., P. Dusén 769 (R); 29.I.1943, fl., J.J. Sampaio 1075 (RB/ITA); 24.IV.1954, fl., N. Welter 52 (HB); 13.XI.1954, fr., G.F.J. Pabst s.n. (HB 2570); 25.XI.2008, fl., F.F.V.A. Barberena 84 (RB); 4.V.2009, fr., F.F.V.A. Barberena et al. 168 (RB). Epidendrum ramosum possui ampla distribuição pelo território brasileiro, ocorrendo no Amazonas, Roraima, Amapá, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e nos estados da Região Sul, em Florestas Ombrófilas Densas, Abertas e Mistas ou em mangues, como epífita (Pabst & Dungs 1975; CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Selected Plant Families 2009; F. Barros, com. pess.). 87

98 No PARNA Itatiaia está restrita à formação montana, entre 750 e m de altitude, sendo encontrada na região do Último Adeus, trilha para o Lago Azul, Lago Azul, Lote 50, Cachoeira Poranga e Piscina do Maromba. Ocorre como ciófila ou semiheliófila, nos estratos basais e intermediários (0-2 m, 2-4 m, 4-6 m e 6-8 m alt.) de Annonaceae, Cupressaceae, Cupania sp. (Sapindaceae) e em outros forófitos de angiospermas. Floresce em dezembro e janeiro e pode ser encontrada com frutos de maio a novembro. Ressalta-se que a espécie não era recoletada há mais de 65 anos. A espécie pode ser identificada pela intensa ramificação na parte superior do cauloma e pela folha com ápice emarginado e margem freqüentemente revoluta. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975) e Stancik et al. (2009) Epidendrum rigidum Jacq., Enum. Syst. Pl., p Fig. 6e-f Ervas ca. 9 cm alt., eretas. Raízes relativamente espessas. Rizomas curtos, inconspícuos; caulomas 3-6,7 cm compr., não ramificados, homoblásticos, eretos, subcilíndricos, achatados lateralmente, recobertos por bainhas paleáceas, 2-3-foliados, pseudobulbos ausentes. Folhas 2-3,7 x 0,8-1,1 cm, dispostas por todo o cauloma ou restritas à metade-superior, alternas, suberetas, não imbricadas, planas, coriáceas, oblongas a elíptico-oblongas, sulcadas ao longo da nervura mediana na face adaxial, ápice agudo ou obtuso. Racemos 5,7-6,7 cm compr., eretos, paucifloros, pedunculados; pedúnculo subcilíndrico, achatado lateralmente; brácteas, espatáceas ou não, ausentes; bractéolas 7,1-11,5 x 3,2-6 mm, lanceoladas, fortemente amplectivas e côncavas, envolvendo completamente o pedicelo+ovário, ápice agudo. Flores ressupinadas, pediceladas, simultâneas, pedicelo+ovário ca. 11,2 mm compr.; sépala dorsal 4,9-5,4 x 2,3-3,1 mm, oblongo-lanceolada, ligeiramente côncava, ápice agudo, sépalas laterais 5,3-5,4 x ca. 3,1 mm, elípticas, convexas, ápice agudo; pétalas 4,7-5,4 x 1,3-1,4 mm, oblongas, convexas, ápice agudo; labelo 3,2-3,3 x 3,7-4 mm, inteiro, estriado, suborbicular, ápice arredondado, com um calo longitudinal na base; calo ca. 1,1 x 0,3 mm, oblongo. Coluna ca. 2,9 mm compr., sub-cilíndrica, reta, achatada lateralmente, margem do ápice denteada. Antera, políneas e frutos não observados. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975), Cunha & Forzza (2007) e Stancik et al. (2009). Material examinado: XI.1914, fl., P.C. Porto 72 (RB). 88

99 Epidendrum rigidum distribui-se pelos Estados Unidos, México, Guatemala, Caribe, Belize, El Salvador, Costa Rica, Honduras, Nicaragua, Panamá, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Bolívia, Equador, Venezuela, Peru e Brasil, onde é encontrada nos estados do Amazonas, Roraima, Amapá, Pará, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia e nos estados das Regiões Sudeste e Sul. Vegeta em Florestas Ombrófilas Densas, Abertas ou Mistas, e em mangues e restingas, como epífita (Pabst & Dungs 1975; Cunha & Forzza 2007; CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Selected Plant Families 2009; F. Barros, com. pess.). No PARNA Itatiaia, a espécie restringe-se à formação montana e foi coletada apenas uma vez, em torno de 900 m, em localidade desconhecida, há mais de 95 anos, sendo, portanto, considerada presumivelmente extinta no local; floresce em dezembro. Kersten & Silva (2001) apontam a ocorrência dessa espécie em quatro estratos (0-2 m, 2-4 m, 4-6 m e 6-8 m alt.) nas espécies forofíticas, mas preferencialmente nos estratos 2-4 m e 4-6 m de altura. A espécie é identificada pelos caulomas subcilíndricos, achatados lateralmente, inflorescências pedunculadas e em racemos, e labelo inteiro. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975), Cunha & Forzza (2007) e Stancik et al. (2009) Epidendrum saxatile Lindl., J. Bot. Hooker 3: Fig. 6g-h Ervas ca. 18 cm alt., eretas. Raízes e rizoma não observados. Caulomas ca. 7,5 cm compr., ramificados, homoblásticos, eretos, subcilíndricos, recobertos por bainhas paleáceas, 2-foliados, pseudobulbos ausentes. Folhas 11-11,5 x 1,4-1,5 cm, verdes, apicais, subopostas, suberetas, subcartáceas, estreito-elípticas, sulcadas ao longo da nervura mediana na face adaxial, ápice agudo. Panículas ca. 35,5 cm compr., eretas, multifloras (mais de 50 flores); pedúnculo cilíndrico; brácteas espatáceas ausentes; brácteas ca. 33 x 8,8 mm, amplectivas, côncavas, adpressas, lanceoladas, ápice obtuso; bractéolas ca. 5,9 x 2,9 mm, amplectivas, côncavas, adpressas, triangulares, ápice acuminado. Flores arroxeadas, ressupinadas, pediceladas; pedicelo+ovário ca. 18,4 mm compr.; sépala dorsal ca. 9,7 x 3,6 mm, oblanceoladas, ápice agudo, margem inteira, sépalas laterais 9,4-9,8 x 3,6-3,7 mm, oblongo-oblanceoladas, ápice agudo, margem 89

100 inteira; pétalas 11,2-11,3 x ca. 1 mm, lineares, ápice obtuso, margem inteira a levemente ondulada; labelo trilobado, estriado, lobos laterais 7-8,4 x 6-6,6 mm, suborbiculares, ápice arredondado, margem ondulada e denticulada, lobo mediano 9,5-10 x 9,8-10,2 mm, ápice profundamente emarginado, margem denticulada, dois calos basais; calos ca. 1,4 x 0,3 mm, oblongos, paralelos. Coluna ca. 6,4 mm compr., subcilíndrica, reta. Antera ca. 1 x 0,3 mm, oblonga; políneas 1-1,1 x ca. 0,5 mm, amarelas, obovadas. Frutos não observados. Material examinado: III.1938, fl., L. Lanstyack 143 (RB). Distribui-se pela Guiana, Venezuela, Paraguai e Brasil, onde é encontrada no Ceará, Pernambuco, Bahia e em todos os estados da Região Sudeste (Pabst & Dungs 1975; CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Monocotyledons 2009), ocorrendo em Florestas Ombrófilas Mistas, cerrados e campos rupestres, como epífita ou rupícola (F. Barros, com. pess.). No PARNA Itatiaia, Epidendrum saxatile encontra-se restrita à formação montana e foi coletada somente na Maromba, em março e com flores. Porém, como a espécie não é recoletada no Parque há mais de 70 anos, presume-se estar extinta no local. Ressalta-se que o material analisado apresenta cauloma incompleto, razão pela qual se supõe que possua um porte maior do que o descrito. Epidendrum saxatile é considerada Presumivelmente Extinta no estado de São Paulo, pois não se tem novo registro há mais de 50 anos, nem mesmo em cultivo ex-situ. Devido à coloração semelhante da flor e ao lobo mediano do labelo com ápice emarginado, E. saxatile pode ser confundida com E. secundum, porém diferencia-se desta e das demais espécies de Epidendrum da área pelas flores ressupinadas. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975), Forster (2002) e Barbero (2007) Epidendrum secundum Jacq., Enum. Syst. Pl., p Figs. 1e; 6i-m Epidendrum crassifolium Lindl., Gen. Sp. Orchid. Pl., p Epidendrum ellipticum Grah., Exot. Fl. 3, t Epidendrum elongatum Jacq., Collectanea 3: Epidendrum versicolor Hoehne & Schltr., Arch. Bot. São Paulo 1:

101 Ervas cm alt., rupícolas, terrestres ou mais raramente epífitas, eretas a pendentes. Raízes espessas. Rizomas curtos, inconspícuos; caulomas 8,8-125 cm compr., verdes, não ramificados, homoblásticos, eretos ou pendentes, subcilíndricos a cilíndricos, recobertos por bainhas paleáceas, multifoliados, pseudobulbos ausentes. Folhas 3,1-14,5 x 0,8-3,5 cm, verdes, alternas, dispostas ao longo de todo o cauloma ou restritas a 1/2-2/3 superiores, patentes a suberetas, não imbricadas, planas a subplanas, oblongas, ovadas ou estreito-elípticas, raro elípticas, ápice agudo a obtuso, sulcadas ao longo da nervura mediana na face adaxial. Subcorimbos, simples ou compostos, cm compr., eretos, multifloros, raro paucifloros; pedúnculo cilíndrico, flexuoso, geralmente ramificado; brácteas espatáceas ausentes; brácteas não espatáceas 2,2-4 x ca. 0,5 cm, numerosas, paleáceas, amplectivas, côncavas, oblanceoladas, ápice agudo, recobrindo parcial ou totalmente o pedúnculo; bractéola 1, 3-11 x 1-1,5 mm, verde quando jovem, castanha quando senescente, côncava, adpressa, triangular, ápice acuminado. Flores róseas a liláses, não ressupinadas, pediceladas; pedicelo+ovário 2,4-2,5 cm compr., sépalas elípticas, convexas, margem inteira, sépala dorsal 9-10,4 x 4,1-4,8 mm, ápice agudo, sépalas laterais 9,6-10,7 mm, ápice acuminado; pétalas 9,4-9,7 x 4-4,2 mm, oblanceoladas, ápice agudo, margem inteira; labelo 6,7-6,9 x 9,1-9,4 mm, trilobado, suborbicular, ápice emarginado; lobos laterais ca. 4,4 x 4 mm, suborbiculares, margem denticulada; lobo mediano ca. 4,5 x 6,7 mm, transversalmente elíptico, ápice emarginado, margem denticulada, calosidades de forma variável, dispostas desde a base dos lobos laterais até o lobo mediano. Coluna ca. 6 mm compr., róseo-escura, reta, subcilíndrica. Antera ca. 1,4 x 0,6 mm, verde, ovada; políneas 0,7-0,8 x 0,14-0,22 mm, oblanceoladas. Cápsulas 4,7-4,9 x ca. 0,6 cm, verdes, elípticas a subglobosas. Material examinado: s.d., fl. e fr., A.J. Sampaio s.n. (R 35853); 22.VII.1901, fl., E. Huemendorff 509 (R); 22.I.1902, fl., P. Dusén 726 (R); 20.V.1902, fl., P. Dusén 752 (R); 1914, est., P.C. Porto s.n. (RB 14854); 1917, est., P.C. Porto 652 (RB); 21.I.1921, fl., P.C. Porto 1882 (RB); 1926, fl., A.J. Sampaio 4074 (R); 21.V.1935, fl. e fr., A.C. Brade (RB); 21.V.1935, est., A.C. Brade (RB/ITA); III.1937, fl., A.C. Brade (RB); 25.II.1940, fl., S.Mello & P. Occhioni s.n. (RB/ITA 446); 10.IV.1942, est., W.D. Barros 783 (RB/ITA); VI.1943, fl., F. Segadas-Vianna s.n. (RFA 22817); VI.1945, fl., 2º ano da Escola Nacional de Agronomia s.n. (RBR 1740); XII.1952, fl., N. Welter 49 (HB); 19.II.1954, fl., H. Monteiro 104 (RBR); 19.IV.1959, 91

102 fl. e fr., C. Peres 42 (R); VII.1959, est., H.E. Strang 120 (R); 13.I.1961, fl., J.P. Lanna Sobrinho 59 (GUA); 14.I.1961, fl., H.E. Strang 259 (GUA, ITA/RB); 21.IV.1962, fl., H.E. Strang 420 (GUA); 9.VIII.1965, est., S.V. Andrade s.n. (RB/ITA 446); 3.II.1967, fr., H. Strang & A. Castellanos 958 (HB); 13.VIII.1977, fl. e fr., Cézio 749 (RFA); 10.X.1977, fl., G. Martinelli 3200 (RB); IV.1980, est., A.L.V. Toscano de Brito 17 (HB); 22.XI.1994, fl., J.M.A. Braga et al (RB); 24.I.2008, fl., F.F.V.A. Barberena et al. 3 (RB); 15.III.2008, fl. e fr., F.F.V.A. Barberena 13 (RB); 5.V.2009, fl. e fr., Barberena et al. 171 (RB). Espécie de ampla distribuição geográfica, E. secundum ocorre nos Estados Unidos, México, Caribe, Jamaica, República Dominicana, Belize, Trinidad, Guiana, Bolívia, Colômbia, Venezuela, Equador, Peru e Brasil, onde vegeta no Amazonas, Amapá, Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e nos estados do Sul, em Florestas Ombrófilas Densas, Abertas ou Mistas, em restingas e afloramentos rochosos (Pabst & Dungs 1975; Batista & Bianchetti 2003; CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Selected Plant Families 2009; F. Barros, com. pess.). No PARNA Itatiaia, a espécie foi coletada sistematicamente ao longo do século XX, principalmente pela abundância de indivíduos e distribuição ampla na área, ocorrendo nas margens do rio Campo Belo, em diferentes trechos da BR-485, Picada Barbosa Rodrigues, Monte Serrat, trilha para o Lago Azul, Lago Azul, Lotes 25, 27 e 50, Hotel Donati, proximidades do Abrigo Lamego, Macieiras, na trilha Macieiras- Massenas, Massenas, Registro, Pedra da Divisa e ao longo da estrada para o Planalto, entre 750 e m de altitude. Na área, E. secundum é encontrada nas formações florestais montana e alto-montana, como ciófila a heliófila, preferencialmente, nas margens de rios ou em barrancos na beira das estradas. Os indivíduos epifíticos vegetam nos estratos basais (0-2 m e 2-4 m alt.) em Arecaceae e em outros forófitos de angiospermas. No Parque, a espécie floresce todos os meses do ano e foi coletada com frutos em fevereiro, março, maio e agosto. Verificou-se que as inflorescências apresentavam botões florais e flores em diferentes estágios de desenvolvimento e que, freqüentemente, novos sub-corimbos ou mesmo um novo indivíduo se originava a partir de gemas do pedúnculo do racemo senescente. 92

103 Diferencia-se das demais Laeliinae da região pela inflorescência em subcorimbo e flores não ressupinadas. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975), sob os sinônimos E. crassifolium, E. ellipticum, E. elongatum e E. versicolor, e em Forster (2002) e Stancik et al. (2009). 93

104 Figura 7 Epidendrum ramosum Jacq. a. ramo florífero; b. flor (vista lateral); c. segmentos florais; d. fruto; Epidendrum rigidum Jacq. e. hábito; f. segmentos florais; Epidendrum saxatile Lindl. g. ramo florífero; h. flor; Epidendrum secundum Jacq. i. hábito; j-l. variação morfológica da flor; m. fruto (a-b: Porto 172; c-e: Barberena 84; f: Barberena 168; g-h: Lanstyack 143; i: Barberena 171; j: Barberena 13; l-m: Barberena 171). 94

105 3.18. Epidendrum strobiliferum Rchb.f., Ned. Kruidk. Arch. 4: Fig. 7a-b Ervas 6,5-8,3 cm alt., eretas. Raízes e rizoma não observados. Caulomas 1,7-4,1 cm alt., ramificados, homoblásticos, eretos, subcilíndricos, levemente achatados lateralmente, com ramificações no ápice ou ao longo do cauloma, recobertos por bainhas paleáceas, 4-7-foliados, pseudobulbos ausentes. Folhas 1,1-2,3 x 0,4-0,7 cm, dispostas por todo o cauloma, alternas, patentes, coriáceas, oblongas a elípticas, sulcadas ao longo da nervura mediana na face adaxial, ápice emarginado-mucronado. Racemos 1,7-1,8 cm compr., paucifloros, eretos; pedúnculo subcilíndrico, achatado lateralmente; brácteas espatáceas ausentes; brácteas ca. 6,7 x 2,2 mm, amplexicaules, oblongas, ápice obtuso; bractéolas ca. 8,8 x 3,7 mm, côncavas, adpressas, elípticas, ápice agudo. Flores alvas, ressupinadas, pediceladas, simultâneas; pedicelo+ovário ca. 7,3 mm compr.; sépala dorsal ca. 6,1 x 1,8 mm, oblonga, ápice agudo, margem inteira, sépalas laterais 5,9-6,2 x 2-2,1 mm, lanceoladas, ápice agudo, margem inteira; pétalas 5,7-5,9 x ca. 1 mm, oblanceoladas, ápice arredondado, margem inteira, levemente ondulada no ápice; labelo ca. 4 x 2,7 mm, inteiro, cordiforme, estriado, ápice arredondado, lamela central da base até a porção mediana. Coluna ca. 2,3 mm compr., subcilíndrica, reta. Antera, políneas e frutos não observados. Material examinado: III.1942, fl., A. C. Brade s.n. (RB ). Epidendrum strobiliferum distribui-se dos Estados Unidos até a América Tropical, e no Brasil, ocorre no Acre, Amazonas, Roraima, Amapá, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Goiás e nos estados do Sudeste e do Sul, exceto no Rio Grande do Sul (Pabst & Dungs 1975; Barros 2009; CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Monocotyledons 2009), vegetando em Florestas Ombrófilas Densas, Abertas ou Mistas, como epífita (F. Barros, com. pess.). A espécie consta também no Checklist das Plantas do Nordeste Brasileiro (Barros & Felix 2006). No PARNA Itatiaia, a espécie está restrita à Floresta Montana e floresce em março. Contudo, informações sobre forma de vida inexistem para esta espécie, que possui apenas um registro para a área e não é recoletada há mais de 65 anos, podendo ser considerada presumivelmente extinta no Parque. Porto (1915) cita a coleta de espécimes a ca. 900 m de altitude. 95

106 Assim como para E. latilabre, Kersten & Silva (2001) destacam a ocorrência da espécie em cinco estratos (0-2 m, 2-4 m, 4-6 m, 6-8 m e 8-10 m alt.) e a preferência pelos estratos basais e intermediários 2-4 m e 4-6 m de altura. Diferencia-se das demais espécies de Epidendrum no Parque principalmente pelas folhas com ápice emarginado-mucronado. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975) e Stancik et al. (2009) Epidendrum tridactylum Lindl., Edwards s Bot. Reg. 24(46): Amblostoma tridactylum (Lindl.) Rchb.f., Ann. Bot. Syst. 6: Fig. 7c-e Ervas epífitas, cm alt., eretas, cespitosas. Raízes espessas. Rizomas curtos, inconspícuos. Caulomas 12,5-32,5 cm compr., homoblásticos, eretos, fusiformes, recobertos por bainhas paleáceas, 4-5-foliados, pseudobulbos presentes, não sobrepostos. Folhas 7-19,5 x 0,6-1,1 cm, dispostas no 1/3-1/2 superiores dos caulomas, alternas, dísticas, suberetas a eretas, subcartáceas a cartáceas, lineares, sulcadas ao longo da nervura mediana na face adaxial, ápice obtuso a emarginado. Panículas, raramente racemos, 11,3-26 cm compr., multifloras, eretas ou pendentes, glabras; pedúnculo cilíndrico; espata ausente; brácteas ausentes; bractéola 1, 2,2-2,4 x 0,9-1,2 mm, amplectiva, ligeiramente côncava, adpressa, triangular, ápice agudo, recobrindo parcialmente o pedicelo+ovário. Flores ressupinadas, pediceladas, simultâneas; pedicelo+ovário 3,8-42 mm compr.; sépala dorsal ca. 3,5 x 2,1 mm, côncava, elíptica, ápice agudo, margem inteira, sépalas laterais 3,3-3,5 x 2,2-2,3 mm, elípticas a ligeiramente obovadas, ápice agudo, margem inteira; pétalas 3,5-3,7 x ca. 1,1 mm, côncavas, oblongo-oblanceoladas, ápice arredondado, margem inteira; labelo nitidamente trilobado, lobos laterais 1,5-1,6 x ca. 0,6 mm, oblongos, ápice arredondado, lobo mediano ca. 1,7 x 0,7 mm, triangular, ápice retuso, lamelas e calos ausentes. Coluna ca. 2,1 mm compr., subcilíndrica, reta. Antera ca. 0,9 x 0,5 mm, subglobosa; políneas 0,22-0,24 x 0,16-0,17 mm, obovadas. Frutos não observados. Material examinado: 5.III.1942, fl., W.D. Barros s.n. (RB/ITA 429); s.d., fl., W.D. Barros s.n. (RB/ITA 430); 20.IV.1962, fl., A. Castellanos (GUA); 27.XI.2008, est., F.F.V.A. Barberena 91 (RB); 18.IV.2009, fl., F.F.V.A. Barberena 162 (RB). Epidendrum tridactylum ocorre na Bolívia, Equador, Peru e no Brasil, em Pernambuco, Bahia e nos estados do Sudeste e do Sul, e, ainda, na Argentina (Pabst & 96

107 Dungs 1975; CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Selected Plant Families 2009), em Florestas Ombrófilas Densas ou Abertas e Mistas (F. Barros, com. pess.) No Parque, E. tridactylum encontra-se restrita às formações de Floresta Montana e foi coletada na picada Barbosa Rodrigues, na área do Hotel Donati e ao longo da BR- 485, nas proximidades do antigo Hotel Simon, hoje denomianado Itatiaia Park Hotel, ocorrendo entre 800 e m de altitude e somente nos estratos intermediários de 4-6 m e 6-8 m de altura. Foram observados apenas quatro indivíduos na área, evidenciando a necessidade de proteção da espécie no local. Floresce em novembro, março, abril e maio; não ocorreu formação de frutos in-situ e nem em cultivo ex-situ. Destaca-se que a espécie não era recoletada há mais de 45 anos. O espécime Barberena 91 (RB) floresceu em cultivo em , permitindo a confirmação da ocorrência da espécie para a área e indicando que os exemplares in-situ possivelmente estariam floridos, fato comprovado a posteriori. Ressalta-se a importância do cultivo ex-situ, funcionando como uma estratégia adicional para o aumento do conhecimento sobre a espécie. A espécie é considerada, sob o nome Amblostoma tridactylum, como Criticamente em Perigo no estado do Espírito Santo (Simonelli & Fraga 2007). Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975), sob o nome Amblostoma tridactylum Epidendrum vesicatum Lindl., Edwards s Bot. Reg. 24, Misc Fig. 7f Ervas ca. 41 cm alt., pendentes. Raízes espessas. Rizomas não observados; caulomas cm compr., não ramificados, homoblásticos, pendentes, subcilíndricos, achatados lateralmente, estreitos na base e espessados para o ápice, recobertos por bainhas paleáceas, 6-foliados, pseudobulbos ausentes. Folhas 6,3-15,5 x 2,5-8 cm, as do ápice mais longas que as da base, verdes, dispostas ao longo de todo o cauloma, imbricadas, côncavas, cartáceas, elípticas, alternas, dísticas, suberetas, sulcadas ao longo da nervura mediana na face adaxial, ápice acuminado. Brácteas espatáceas ausentes. Brácteas não espatáceas 3-5,5 cm compr., bractéolas 3-4 mm compr, lanceoladas, cobrindo a base do pedicelo, ápice agudo. Flores (de acordo com Stancik et al. 2009) verdes, ressupinadas, pediceladas; pedicelo+ovário 2-3 cm compr; sépala dorsal 7-8 x ca. 3 mm, ovada, plana, ápice arredondado a agudo, sépalas laterais ca. 7 x 97

108 3 mm, oblanceoladas, subfalcadas, levemente côncavas, ápice agudo; pétalas 6-8 x ca. 1 mm, linear-oblanceoladas, margem inteira, ápice arredondado; labelo ca. 8 x 3,5 mm, inteiro, plano, oblongo, margem interia, ápice mucronulado, com dois calos basais; calos verdes, ovados e próximos entre si. Coluna ca. 0,5 cm compr. Antera, políneas e frutos não observados. Material examinado: 18.VII.1902, est., P. Dusén 720 (R). Epidendrum vesicatum ocorre em Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e em todos os estados da Região Sul (Pabst & Dungs 1975; CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Selected Plant Families 2009). De acordo com F. Barros (com. pess.), essa espécie é endêmica da Mata Atlântica, onde vegeta em Florestas Ombrófilas Densas, Abertas ou Mistas, como epífita. A ocorrência de E. vesicatum no PARNA Itatiaia foi registrada uma única vez, há mais de 105 anos, podendo ser considerada presumivelmente extinta no local. No Parque, sua ocorrência está restrita à Floresta Montana, onde foi coletada estéril, a m de altitude. A espécie consta na lista de espécies ameaçadas de extinção do Espírito Santo, sendo considerada Vulnerável (Simonelli & Fraga 2007). A descrição da parte floral foi retirada de Stancik et al. (2009) e adequada aos padrões das demais descrições do presente trabalho. Diferencia-se das demais Laeliinae do PARNA Itatiaia principalmente pelas folhas imbricadas e côncavas. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975) e Stancik et al. (2009). 4. Hadrolaelia (Schltr.) Chiron & V.P.Castro, Richardiana 2(1): Ervas epífitas, eretas. Raízes alvas e espessas. Rizomas curtos ou alongados. Caulomas heteroblásticos, eretos, subcilíndricos ou fusiformes, raro ovados, 1-foliados, pseudobulbos presentes. Folhas terminais, suberetas, raro patentes, coriáceas, sésseis. Racemos ou inflorescências unifloras, raro bifloras; pedúnculo cilíndrico; espata presente ou ausente. Flor ressupinada, pedicelada. Políneas 8. 98

109 O gênero está constituído por ca. 20 espécies, anteriormente incluídas em Sophronitis e Laelia sect. Hadrolaelia Schltr., e amplamente distribuídas pelo território brasileiro, ocorrendo da Bahia ao Rio Grande do Sul, e também na Argentina e no Paraguai (Chiron & Castro 2002; Pridgeon et al. 2005). Após Van den Berg et al. (2000a) destacarem as posições filogenéticas distintas das lélias brasileiras e das lélias mexicanas, impossibilitando a utilização do nome genérico Laelia para as espécies brasileiras, Chiron & Castro (2002) evidenciaram a forte congruência entre caracteres morfológicos, ecológicos e moleculares que as lélias brasileiras possuem. No estudo destes autores, o gênero Hoffmannseggella H.G.Jones foi reestabelecido e nele foram incluídas as espécies rupícolas; o gênero monotípico Microlaelia (Schltr.) Chiron & V.P.Castro foi estabelecido, com base em peculiaridades morfológicas de Laelia lundii Rchb.f., e dois novos gêneros foram propostos para as espécies restantes, Dungsia Chiron & V.P.Castro e Hadrolaelia (Schltr.) Chiron & V.P.Castro. Conforme destacado anteriormente (vide Abordagem histórica da subtribo Laeliinae), Van den Berg & Chase (2000) propuseram a transferência de todas as espécies brasileiras do gênero Laelia para Sophronitis e, mais recentemente (Van den Berg 2008), para Cattleya. Porém tais mudanças nomenclaturais ainda não foram incorporadas pela comunidade científica (F. Barros, com. pess.) e não foram adotadas no presente estudo. No PARNA Itatiaia, o gênero está representado por cinco espécies. Chave para a identificação de espécies de Hadrolaelia ocorrentes no PARNA Itatiaia 1. Caulomas 0,6-2,4 cm compr.; folhas 0,8-6,6 x 0,5-1,8 cm; sépalas laterais 0,9-2,1 cm compr. 2. Pétalas com ápice arredondado; labelo triangular... H. mantiqueirae 2. Pétalas com ápice agudo, raro arredonado; labelo lanceolado... H. coccinea 1. Caulomas 14,9-40 cm compr.; folhas 21,6-40 x 3,9-8 cm; sépalas laterais 5-7,4 cm compr. 3. Sépalas laterais 0,7-0,9 cm larg., oblongas... H. perrini 3. Sépalas laterais 1,9-2,5 cm larg., elípticas ou levemente elípticas. 4. Pétalas 1-1,1 cm larg., oblongas... H. crispa 4. Pétalas 4,9-5,6 cm larg., elípticas... H. purpurata 99

110 4.1. Hadrolaelia coccinea (Lindl.) Chiron & V.P.Castro, Richardiana 2: Sophronitis coccinea Rchb.f., Ann. Bot. Syst. 6: Fig. 7g-h Ervas 2,7-10,2 cm compr. Rizomas curtos, inconspícuos ou alongados (0,2-0,5 cm compr.). Caulomas 0,7-2,4 cm compr., subcilíndricos a fusiformes, enrugados, recobertos parcial ou totalmente por bainhas paleáceas. Folhas 0,8-6,6 x 0,5-1,7 cm, côncavas, patentes a suberetas, oblongas a oblongo-lanceoladas, raro levemente ovadas, sulcadas ao longo da nervura mediana na face adaxial, ápice agudo. Inflorescências unifloras 3-6,3 cm compr., suberetas a pendentes; espata e brácteas ausentes; bractéolas ca. 1,9 x 2,4 mm; adpressas, triangulares, ápice acuminado. Flores predominantemente vermelhas, pediceladas, ressupinadas; pedicelo+ovário 1,8-5 cm compr.; sépala dorsal 9-21x 3-6 mm, oblonga, ápice agudo, margem inteira, sépalas laterais 9-21 x 3-7 mm, oblongas, ápice agudo, margem inteira; pétalas x 7-20 mm, ovadas, estriadas, ápice agudo, raro arredondado, margem inteira; labelo x ca. 15 mm, trilobado, lanceolado, estriado, desprovido de calos basais, ápice agudo, lobos laterais ca. 10 x 6 mm, envolvendo completamente a coluna, obliquamente elípticos, margem inteira, ápice arredondado, lobo mediano 8-9 x ca. 3 mm, lanceolado, ápice agudo, margem inteira. Coluna 4,5-5 mm compr., subcilíndrica, levemente curva, sulcada ventralmente; antera ca. 1,8 x 1,5 mm, subquadrática, levemente rostrada; políneas 0,7-0,73 x 0,5-0,63 mm, obovadas. Frutos não observados. Material examinado: VI.1902, fl., C. Moreira & A.M. Ferreira s.n. (R 2982); 13.VII.1930, fl., R.W. Kaempfe s.n. (RB 87280); 1935, fl., A.C. Brade s.n. (RB ); 15.I.1936, fl., L. Lanstyack s.n. (RB ); 25.III.1942, fl., A.C. Brade s.n. (RB 17251); 16.VIII.1969, fl., D. Sucre 5786 (RB); I.2009, fl., F.F.V.A Barberena 127, 128, 129 (RB); IX.2009, fl., F.F.V. Barberena et al. 202 (RB); s.d., fl., s.col. (RB ). Hadrolaelia coccinea ocorre em todos os estados da Região Sudeste e Sul do Brasil e também na Argentina (Pabst & Dungs 1975; CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Selected Plant Families 2009). De acordo com F. Barros (com. pess.), essa espécie é endêmica da Mata Atlântica, onde vegeta em Florestas Ombrófilas Densas ou Abertas. 100

111 No PARNA Itatiaia, a espécie ocorre como ciófila a heliófila, na estrada para o Planalto, na Serra Negra e no Alto dos Brejos, entre e m. Apesar das coletas e observações em campo permitirem concluir que a espécie está restrita às formações alto-montanas, acredita-se que possa ocorrer também nos enclaves de Floresta Alto- Montana existentes nos campos de altitude. Floresce em janeiro, março, julho, agosto e setembro. Vegeta nos estratos basais e intermediários (0-2 m, 2-4 m e 4-6 m alt.), de Myrceugenia cf. campestris (DC.) D. Legrand & Kausel (Myrtaceae). Destaca-se que a espécie não era recoletada há quase 40 anos. É facilmente confundida com H. mantiqueirae, com a qual compartilha inúmeras similaridades morfológicas vegetativas e florais, como o porte relativamente pequeno (igual ou menor do que 10,2 cm compr.) e as flores vermelhas. Diferencia-se desta pelos pseudobulbos subcilíndricos a fusiformes (vs. ovados), folhas oblongas a oblongolanceoladas (vs. ovadas), sépalas com ápice agudo (vs. ápice arredondado), pétalas ovadas (vs. obovadas a suborbiculares) e pelo labelo lanceolado (vs. triangular). Entretanto, como ambas as espécies ocorrem simpatricamente no Parque, acredita-se que híbridos naturais e retrocruzamentos com parentais sejam freqüentes, gerando grande variabilidade de formas de pseudobulbos, folhas e peças florais, dificultando, assim, a identificação das duas espécies. Portanto, é comum encontrar exemplares de H. coccinea com características de H. mantiqueirae (e vice-versa), como, por exemplo, com folhas ovadas. Com base nas observações de campo, destaca-se o formato do labelo como o caráter menos variável e, portanto, o mais confiável para identificação. Dessa maneira, a identificação dos espécimes é baseada no conjunto de caracteres acima discutidos e, principalmente, na forma do labelo. A espécie é considerada Em Perigo, no estado do Espírito Santo (Simonelli & Fraga & Menezes 2000), e Vulnerável em Minas Gerais (Mendonça & Lins 2000), o que reafirma a necessidade da preservação da espécie nos remanescentes florestais. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975), sob o nome Sophronitis coccinea, e em Forster (2002). 101

112 Figura 7 Epidendrum strobiliferum Rchb.f. a. ramo florífero; b. segmentos florais; Epidendrum tridactylum Lindl. c. ramo florífero; d. flor; e. segmentos florais; Epidendrum vesicatum Lindl. f. hábito; Hadrolaelia coccinea (Rchb.f.) Chiron & V.P.Castro - g. hábito; h. segmentos florais [a-b: Brade s.n. (RB ); c: Castellanos 24922; d: Barberena 91; e: Barberena 162; f: Dusén 720; g: Barberena 202; h: Barberena 127]. 102

113 4.2. Hadrolaelia crispa (Lindl.) Chiron & V.P.Castro, Richardiana 2(1): Laelia crispa (Lindl.) Rchb. f., Fl. Serres Jard. Eur. 1(9): Fig. 8a-b Ervas 12,3-15,5 cm compr. Raízes e rizomas não observados. Caulomas 14,9-15,1 cm compr., subcilíndricos, fortemente sulcados, achatados lateralmente, dilatados na porção apical, recobertos totalmente por bainhas paleáceas pelo menos quando jovens. Folhas 21,6-34,8 x 3,9-4,5 cm, suberetas, oblongas, fortemente sulcadas ao longo da nervura mediana na face adaxial, margem revoluta, ápice emarginado. Racemos ca. 28,4 cm compr., paucifloros, eretos; espata ca. 14,3 x 3,4 cm, oblonga, achatada lateralmente, ápice levemente agudo a arredondado; brácteas ausentes; bractéolas ca. 4,7 x 2,5 mm, côncavas, adpressas, triangulares, ápice acuminado. Pedicelo+ovário ca. 7-7,3 cm compr.; sépala dorsal ca. 6,5 x 1,6 cm, oblonga, ápice levemente acuminado, margem inteira, sépalas laterais 6,4-6,6 x 2,4-2,5 cm, elípticas, ápice agudo, margem inteira nos 2/3-basais e levemente ondulada na porção apical; pétalas 6,8-7,1 x 1-1,1 cm, oblongas, ápice agudo, margem inteira; labelo ca. 5 x 4,1 cm, trilobado, suborbicular, estriado, sem calos basais, ápice arredondado, lobos laterais ca. 3,2 x 1,2 cm, envolvendo completamente a coluna, oblongos, ápice arredondado, margem inteira, lobo mediano ca. 5 x 2 cm, oblongo, margem ondulada e crenulada, ápice arredondado. Coluna ca. 2,5 cm compr., subcilíndrica, levemente curva, sulcada ventralmente. Antera, políneas e frutos não observados. Material examinado: 1918, fl., P.C. Porto s.n. (RB ). Material adicional: BRASIL. RIO DE JANEIRO: Santa Maria Magdalena, 1941, fl., J.S. Lima s.n. (RB 48858); Nova Friburgo, 18.VII.2001, fl., M. Moraes et al. s.n. (RB ). Hadrolaelia crispa está restrita aos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro (Pabst & Dungs 1975; CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Selected Plant Families 2009). De acordo com F. Barros (com. pess.), essa espécie é endêmica da Mata Atlântica, onde vegeta em Florestas Ombrófilas Densas ou Abertas. 103

114 No PARNA Itatiaia, foi coletada uma única vez, há mais de 90 anos, em altitude e localidade desconhecidas, razão pela qual se acredita que esteja extinta localmente. As informações fornecidas pessoalmente por F. Barros e aquelas obtidas na etiqueta do espécime Moraes s.n. (RB ) permitem supor que H. crispa ocorra como epífita no Parque. O material Porto s.n. (RB ) é constituído somente por flores e encontrase bastante destruído, o que exigiu a seleção de material adicional. A espécie é considerada Criticamente em Perigo, em Minas Gerais (Mendonça & Lins 2000), e Em Perigo, no município do Rio de Janeiro (Fraga 2000), o que evidencia a necessidade de estudos e ações conservacionistas mais imediatas, como a proteção de hábitats. Pode ser diferenciada das demais Hadrolaelia na área, principalmente pelas sépalas laterais elípticas e pelas pétalas oblongas, com 1-1,1 cm de largura. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975), sob o nome Laelia crispa (Lindl.) Rchb.f Hadrolaelia mantiqueirae (Fowlie) Chiron & V.P.Castro, Richardiana 2: Sophronitis mantiqueirae (Fowlie) Fowlie, Orchid Digest 36(5): Figs. 1f ; 8 c-f Ervas 2-4,5 cm compr. Rizomas curtos, inconspícuos. Caulomas 0,6-2 cm compr., ovados, raro subcilíndricos, enrugados, recobertos parcial ou totalmente por bainhas paleáceas. Folhas 1,7-4,2 x 1,1-1,8 cm, côncavas, patentes a suberetas, ovadas, raro oblongas, sulcadas ao longo da nervura mediana na face adaxial, ápice arredondado. Inflorescências unifloras 3-6 cm compr., suberetas a pendentes; espata e brácteas ausentes; bractéolas ca. 2 x 2,4 mm, adpressas, triangulares, ápice acuminado. Pedicelo+ovário 1,4-3 cm compr.; sépala dorsal x ca. 6 mm, elíptica, ápice agudo, margem inteira, sépalas laterais x 4-6 mm, oblongas, ápice agudo, margem inteira; pétalas x 8-19 mm, obovadas a suborbiculares, estriadas, ápice arredondado, margem inteira; labelo x mm, trilobado, triangular, estriado, desprovido de calos basais, ápice agudo, lobos laterais 8-9 x 3-6 mm, envolvendo completamente a coluna, obliquamente elípticos, margem inteira, ápice arredondado, lobo mediano 3-7 x 4-6 mm, triangular, ápice agudo, margem inteira. Coluna 4-4,5 mm compr., subcilíndrica, levemente curva, sulcada ventralmente; antera e políneas não 104

115 observadas. Cápsulas x 8-11 mm, subglobosas, 6-costadas, margens das costelas crenuladas. Material examinado: 1913, fl., F. Tamandaré s.n. (RB 1688); IX.1934, fl., A.C. Brade (RB); I.1936, fl., P.C. Porto s.n. (RB ); 11.X.1945, fl., Altamiro & Walter 77 (RB); 20.IX.1955, fl., M.E. Kauffmann-Fidalgo & O. Fidalgo 9 (RB); 12.VII.1977, fl., C. Pereira 802 (RFA); 8.X.1981, fl., G. Martinelli 7771 (RB); 27.VII.2008, fr., F.F.V.A. Barberena 47 (RB); 27.VII.2008, fl., F.F.V.A. Barberena 48 (RB); IX.2009, fl., F.F.V.A. Barberena et al. 196 (RB); IX.2009, fl., F.F.V.A. Barberena et al. 201 (RB). Hadrolaelia mantiqueirae ocorre em todos os estados das Regiões Sudeste e Sul do Brasil, exceto no Espírito Santo (Pabst & Dungs 1975; CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Monocotyledons 2009). De acordo com F. Barros (com. pess.), essa espécie é endêmica da Mata Atlântica, onde vegeta em Florestas Ombrófilas Mistas, e também pode apresentar a forma de vida rupícola. No PARNA Itatiaia, H. mantiqueirae ocorre em formações Alto-Montanas e em enclaves de Florestas Alto-Montanas inseridos nos campos de altitude, como ciófila a heliófila, nas Macieiras, no rio das Flores e na estrada para o Planalto, entre e m de altitude, sendo mais frequente entre e m. Floresce em janeiro, julho, agosto, setembro e outubro e pode ser encontrada em fruto em julho; vegeta em seis estratos (0-2 m, 2-4 m, 4-6 m, 6-8 m, 8-10 m e m alt.), nos seguintes forófitos: Weinmannia organensis Gardner (Cunoniaceae), Calypthranthes concinna DC., Myrceugenia cf. ovata (Hook. & Arn.) O.Berg e Myrceugenia cf. campestris (DC.) D. Legrand & Kausel (Myrtaceae); e espécies de Leguminosae, dentre outros. Hadrolaelia mantiqueirae pode ser confundida com H. coccinea, da qual pode ser diferenciada por variações morfológicas do cauloma, folha e peças florais, conforme já abordado nos comentários de H. coccinea. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975), sob o nome Sophronitis mantiqueirae, e em Forster (2002) Hadrolaelia perrinii (Lindl.) Chiron & V.P.Castro, Edwards's Bot. Reg. 24, pl Laelia perrinii (Lindl.) Bateman, Paxton's Mag. Bot

116 Fig. 8g-h Ervas ca. 39 cm alt. Raízes e rizomas não observados. Caulomas ca. 15 cm compr., subcilíndricos, fortemente sulcados, recobertos por bainhas paleáceas, pelo menos quando jovens. Folhas ca. 24 x 4,1 cm, suberetas, oblongas, fortemente sulcadas ao longo da nervura mediana na face adaxial, ápice obtuso. Inflorescências bifloras ca ,3 cm compr., eretas; brácteas espatáceas ausentes; brácteas ca. 3,6 x 1,7 mm, côncavas, adpressas, triangulares, ápice agudo; bractéolas não vistas. Pedicelo+ovário 6,1-7,2 cm compr.; sépala dorsal 4,5-7,1 x 0,8-1 cm, oblonga, ápice agudo, margem inteira a levemente ondulada, sépalas laterais 5-7,1 x 0,7-0,9 cm, oblongas, ápice agudo, margem inteira a ondulada; pétalas 5,1-6,7 x 2,2-2,3 cm, elípticas, ápice agudo a levemente arredondado, margem levemente ondulada a ondulada; labelo trilobado, oblongo, calos basais ausentes, lobos laterais 2,7-3,2 x 0,9-1 cm, envolvendo a coluna, oblongos, ápice arredondado a agudo, margem inteira a levemente crenulada, lobo mediano 4,7-5 x 1,2-1,3 cm, triangular, ápice obtuso, margem crenulada. Coluna 2,8-3,1 cm compr., subcilíndrica, curva, sulcada ventralmente. Antera, políneas e frutos não observados. Material examinado: 1914, fl., P.C. Porto s.n. (RB 8193); s.data, fl., P.C. Porto s.n. (RB ). Material adicional: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Guarapari, 13.IV.2006, fl., A.P. Fontana & F. Bernabe 2073 (RB). Hadrolaelia perrini possui distribuição restrita aos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro (Pabst & Dungs 1975; CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Selected Plant Families 2009). De acordo com F. Barros (com. pess.), essa espécie é endêmica da Mata Atlântica, onde vegeta em Florestas Ombrófilas Densas ou Abertas, como epífita. No PARNA Itatiaia, a espécie está restrita às formações montanas, tendo sido coletada a ca. 600 m de altitude, possivelmente em uma das diversas localidades situadas na parte baixa do Parque e que sofreu inúmeros distúrbios ao longo do século XX (ver comentários de Cattleya bicolor para maiores detalhes). No Parque, H. perrini foi coletada apenas duas vezes, por Campos Porto, há 95 anos, podendo ser considerada presumivelmente extinta no local. 106

117 As amostras examinadas apresentam os pseudobulbos incompletos, razão pela qual se supõe que a espécie tenha um porte maior do que o descrito. Dados vegetativos foram retirados do espécime Fontana & Bernabe 2073 (RB), listado como material adicional. Esta espécie, sob o nome Laelia perrini, consta na lista de espécies ameaçadas de extinção do Brasil, sendo considerada Presumivelmente Extinta, em Minas Gerais, e Criticamente em Perigo, no Espírito Santo (Mendonça & Lins 2000; Simonelli & Fraga 2007). Pode ser diferenciada das demais Hadrolaelia no Parque, principalmente pelas sépalas laterais oblongas, com 0,7-0,9 cm de largura. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975), sob o nome Laelia perrinii Hadrolaelia purpurata (Lindl. & Paxton) Chiron & V.P.Castro, Richardiana 2: Laelia purpurata Lindl. & Paxt. in Paxt., Fl. Gard. 3: Fig. 8i Ervas. Caulomas cm compr., agregados, fusiformes. Folhas x 4-8 cm, suberetas, raro patentes. Racemos cm compr.; espata cm compr. Brácteas 3-4 mm compr., adpressas, triangulares. Pedicelo+ovário 4-6 cm compr.; sépala dorsal ca. 8,5 x 2 cm, elíptica, estriada, ápice agudo, margem inteira, sépalas laterais 7,3-7,4 x ca. 1,9 cm, levemente elípticas, ápice levemente acuminado, margem inteira; pétalas ca. 8,1 x 4,9-5,6 cm, elípticas, estriadas, ápice agudo, margem levemente ondulada e crenulada; labelo ca. 6,9 x 6 cm, trilobado, âmbito suborbicular, estriado, calos basais ausentes, ápice levemente emarginado, margem ondulada e crenulada, lobos laterais ca. 5,1 x 1,7 cm, envolvendo completamente a coluna, oblongos, ápice arredondado, lobo mediano ca. 6,9 x 4,3 cm, oblongo, ápice levemente emarginado. Coluna ca. 3 cm compr., subcilíndrica, curva, sulcada ventralmente. Partes vegetativas, antera, políneas e frutos não observados. Material examinado: 1918, fl., P.C. Porto s.n. (RB ). Hadrolaelia purpurata ocorre no Rio de Janeiro, São Paulo e em todos os estados da Região Sul (Pabst & Dungs 1975; CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Selected Plant Families 2009). De acordo com F. Barros (com. 107

118 pess.), essa espécie é endêmica da Mata Atlântica, onde vegeta em Florestas Ombrófilas Densas ou Abertas, como epífita. A descrição da parte vegetativa foi retirada de Cogniaux ( ), complementada com observações pessoais de indivíduos em cultivo ex-situ, e adequada aos padrões das demais descrições do presente trabalho. No PARNA Itatiaia, foi coletada uma única vez, há mais de 90 anos, em localidade desconhecida, razão pela qual se presume estar extinta localmente. A espécie é considerada, sob o nome Laelia purpurata, como Vulnerável no Rio Grande do Sul (SEMA 2002). Distingue-se das outras Hadrolaelia no PARNA Itatiaia, principalmente pelas pétalas elípticas, com 4,9-5,6 cm de largura. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975), sob o nome Laelia purpurata. 5. Isabelia Barb.Rodr., Gen. Sp. Orchid. 1: Isabelia inclui três espécies, amplamente distribuídas pelo leste do Brasil, e Isabelia x pabstii, híbrido natural, até o momento, restrito ao Paraná (Pridgeon et al. 2005). Durante muito tempo Isabelia foi considerado um gênero monoespecífico, mas Senghas & Teuscher (1968) e Van den Berg & Chase (2001) transferiram, respectivamente, Neolauchea pulchella Kraenzl. e Sophronitella violacea (Lindl.) Schltr. para Isabelia, ampliando a abrangência do gênero. A análise filogenética molecular de Van den Berg et al. (2000a) indicou proximidade de Isabelia com os gêneros Pseudolaelia Porto & Brade, Renata Ruschi e Constantia Barb.Rodr., com os quais forma um clado. O gênero é caracterizado, principalmente, pelos pseudobulbos agregados ou separados por longos rizomas, subglobosos a fusiformes, heteroblásticos, 1-foliados; folhas aciculares ou lineares, inflorescências bifloras ou flores isoladas e pelo labelo inteiro, obovado (Pridgeon et al. 2005). No PARNA Itatiaia, o gênero está representado somente por Isabelia virginalis Barb.Rodr. 108

119 5.1 Isabelia virginalis Barb. Rodr., Gen. Sp. Orchid Fig. 8j Ervas ca. 7 cm alt., suberetas. Raízes alvas, espessas, com diâmetro maior do que a largura das folhas. Rizomas 3,9-5,3 mm, recobertos por bainhas fibrosas, laxas, com aspecto de uma fina rede de estopa; caulomas 6,5-7,6 x 3,7-4,1 mm, heteroblásticos, suberetos, subglobosos a globosos, não sobrepostos, pseudobulbos presentes, 1-foliados, recobertos por bainhas fibrosas, laxas, com aspecto de uma fina rede de estopa. Folhas 3-18 x ca. 0,05 cm, coriáceas, sésseis, no ápice dos pseudobulbos, suberetas, acentuadamente lineares (60:1 360:1), nitidamente sulcadas ao longo da nervura mediana, ápice agudo a acuminado. Inflorescência uniflora, apical; flores ressupinadas, pediceladas; sépalas ca. 0,7 x 0,35 cm, alvas, róseas no ápice, lanceoladas; pétalas de coloração semelhante à das sépalas, mais curtas e estreitas que elas; labelo alvo, ca. 0,6 x 0,5 cm, inteiro, subespatulado, inserido na base do labelo (de acordo com Miller et al. 2006). Pé da coluna ausente. Frutos não observados. Material examinado: 15.II.1945, est., A.C. Brade (RB). Isabelia virginalis ocorre nos estados brasileiros de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, além do norte da Argentina e no Paraguai (Pabst & Dungs 1975; Pridgeon et al. 2005; CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Selected Plant Families 2009). De acordo com F. Barros (com. pess.), vegeta em Florestas Ombrófilas Densas, Abertas ou Mistas. No PARNA Itatiaia, a espécie restringe-se à formação montana, sendo a única coleta feita há mais de 60 anos, na Serra do Taquaral, a ca m. Por essa razão, a espécie pode ser considerada presumivelmente extinta no local, não havendo, inclusive, informações sobre o hábitat e a forma de vida. Entretanto, na Serra do Japi (SP), I. virginialis ocorre como epífita em Floresta Mesófila Estacional Semidecídua e na Serra dos Órgãos (RJ), com ocorrência ocasional, formando grandes colônias, mas somente em florestas primárias ou árvores relíquias (Miller et al. 2006; Pansarin & Pansarin 2008). Pridgeon et al. (2005) destacaram que a espécie ocorre como epífita nas florestas semidecíduas nos estados de São Paulo e Paraná, entre m de altitude, ou como rupícola em áreas montanhosas, de altitude mais elevada, em Minas Gerais. A espécie é apontada como Vulnerável para o estado de São Paulo (Mamede et al. 2007), por ser considerada uma espécie-alvo de coletas predatórias e devido à 109

120 distribuição restrita, e classificada como Em Perigo no Paraná (Hatschbach & Ziller 1995). Isabelia virginalis pode ser facilmente diferenciada das demais espécies de Laeliinae no Parque pela bainha fibrosa, laxa, semelhante a uma fina rede de estopa, e pela folhas acentuadamente lineares. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975). 110

121 Figura 8 Hadrolaelia crispa (Lindl.) Chiron & V.P.Castro a. pseudobulbo, folha e ramo florífero; b. segmentos florais; Hadrolaelia mantiqueirae (Fowlie) Chiron & V.P.Castro c. hábito; d. flor (vista lateral); e. segmentos florais; f. antera e políneas, vistas pela face que se une à coluna; Hadrolaelia perrinii (Lindl.) Chiron & V.P.Castro g. pseudobulbo e folha; h. segmentos florais; Hadrolaelia purpurata (Lindl. & Paxton) Chiron & V.P.Castro i. segmentos florais; Isabelia virginalis Barb.Rodr. j. hábito. 111

122 6. Prosthechea Knowles & Westc., Fl. Cab. 2: Ervas. Raízes alvas e espessas. Rizomas curtos ou alongados; caulomas heteroblásticos, eretos, geralmente fusiformes, às vezes subcilíndricos, pseudobulbos presentes, 1-3-foliados. Folhas apicais, coriáceas, oblongas, raro lineares, suberetas. Espata presente. Racemos. Flores não-ressupinadas, pediceladas. Labelo inteiro ou trilobado. Coluna tridentada na região apical, margens adnadas ao labelo desde a base até sua porção mediana. Políneas 4, obovadas. O gênero está constituído por ca. 100 espécies e se distribui amplamente no Neotrópico, dos Estados Unidos ao sul da América do Sul (Pridgeon et al. 2005). Até recentemente, as espécies de Prosthechea estavam incluídas em Encyclia, constituindo o subgênero Osmophytum (Lindl.) Dressler & G.E.Pollard. Higgins (1997), baseado na análise de características morfológicas do subgênero (principalmente do pseudobulbo, folha, inflorescência, flor, labelo, coluna e cápsula), elevou este táxon ao nível de gênero, tratando-o como Prosthechea. A análise filogenética morfológica realizada pelo autor resultou no posicionamento de Prosthechea como grupo-irmão de Cattleya. Entretanto, posteriormente, Higgins et al. (2003), através de análise filogenética molecular combinada, evidenciaram Euchile (Dressler & G.E.Pollard) Withner como grupo-irmão de Prosthechea, e destacaram, ainda, o forte apoio de bootstrap que os clados apresentaram, respectivamente, 100% e 97%. As espécies de Prosthechea preferem hábitats úmidos em florestas, incluindo regiões alagadiças (swamps), desde o nível do mar até m de altitude, e são, em sua maioria, polinizadas por vespas (Pridgeon et al. 2005). No PARNA Itatiaia, o gênero está representado por quatro espécies. Chave para a identificação de espécies de Prosthechea ocorrentes no PARNA Itatiaia. 1. Caulomas 1-foliados; racemos 6,2-7 cm compr., com até 6 flores. 2. Folhas lineares, 0,4-0,5 cm larg.; sépala dorsal oblanceolada, ca. 9,7 mm compr.... P. calamaria 112

123 2. Folhas oblongas, 1,8-3 cm larg.; sépala dorsal lanceolada, ca. 22,2 mm compr.... P. fragrans 1. Caulomas 2-3-foliados; racemos 13,2-17,8 cm compr., com 8 flores ou mais. 3. Caulomas 2-foliados; sépalas e pétalas com ápice nitidamente acuminado; labelo inteiro, desprovido de calos basais... P. allemanoides 3. Caulomas 3-foliados; sépalas e pétalas com ápice agudo; labelo trilobado, provido de calos basais... P. pachysepala 6.1. Prosthechea allemanoides (Hoehne) W.E.Higgins, Phytologia 82(5): [1998]. Encyclia allemanoides (Hoehne) Pabst, Orquídea (Niterói) 29(6): Figs. 1g; 9a-b Ervas 22,3-33 cm alt., epífitas, eretas. Rizomas 1-2 cm compr.; caulomas 6-11,6 cm compr., fusiformes, sulcados, parcialmente recobertos por bainhas paleáceas, 2- foliados. Folhas 12,5-23,6 x 1,8-3,9 cm, oblongas, sulcadas ao longo da nervura mediana na face adaxial, ápice obtuso. Espata 5,3-7,3 cm compr.; bractéolas ca. 7,7 x 2,2 mm, côncavas, adpressas, triangulares, ápice acuminado. Racemos 13,2-17,8 cm compr., multifloros (8-15 flores). Pedicelo+ovário ca. 10,4 mm compr., cilíndrico; sépalas róseo-claras, sépala dorsal ca. 21,5 x 5,2 mm, lanceolada, ápice acuminado e convexo, margem inteira, revoluta, sépalas laterais 19,9-20,7 x 6,2-6,9 mm, elípticas, ápice acuminado a mucronado, convexo, margem irregularmente ondulada, revoluta; pétalas 22-22,1 x ca. 5,5 mm, alvas na face externa e alvas com listras róseas na face interna, lanceoladas, ápice acuminado, convexo, margem inteira, revoluta; labelo ca. 12,6 x 8,4 mm, alvo com listras róseas próximas da base, inteiro, suborbicular, calos basais ausentes, ápice acuminado, margem levemente ondulada, involuta da porção mediana para o ápice. Coluna ca. 8,5 mm compr., vinosa próxima da base e alva para o ápice, reta, subcilíndrica; antera ca. 2,2 x 1,4 mm, amarela, sub-quadrática; políneas 0,9-1,2 x 0,64-0,7 mm. Frutos não observados. Material examinado: 28.X.1931, fl., J.F. Zikán s.n. (SP 28414); 10.X.1977, fl., G. Martinelli 3210 (RB); 20.IX.2008, fl., F.F.V.A. Barberena 64, 69 (RB). Prosthechea allemanoides está restrita aos estados da Região Sudeste (Pabst & Dungs 1975; CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Selected 113

124 Plant Families 2009). De acordo com F. Barros (com. pess.), esta espécie é endêmica da Mata Atlântica, onde ocorre em Florestas Ombrófilas Densas ou Abertas e Mistas. No PARNA Itatiaia, a espécie pode ser encontrada na estrada para o Lago Azul e no seu entorno, na trilha Museu-Lago Azul, nas margens do Rio Campo Belo e nas proximidades do km 8 da BR-485, na Cachoeira Poranga e Maromba, entre 800 e m de altitude. Na área, a espécie vegeta como semi-heliófila, nos estratos intermediários e superiores (6-8 m, 8-10 m e m alt.) de espécies de Cupressaceae, Alchornea sp. (Euphorbiaceae), Leguminosae, Cupania sp. (Sapindaceae) e de outros forófitos de angiospermas. Pode ser facilmente diferenciada das demais espécies de Prosthechea no Parque, principalmente pelos caulomas 2-foliados e pelas sépalas e pétalas com ápice nitidamente acuminado. Ilustrações adicionais em Hoehne (1933), sob o nome Epidendrum allemanoides Hoehne, e em Pabst & Dungs (1975), sob o nome Encyclia allemanoides. 6.2 Prosthechea calamaria (Lindl.) W.E.Higgins, Phytologia 82(5): [1998]. Encyclia calamaria (Lindl.) Pabst, Orquídea (Niterói) 29(6): Fig. 9c-d Ervas ca. 19,5 cm alt., eretas. Rizomas ca. 2 cm compr.; caulomas 6,7-6,9 cm compr., subcilíndricos a levemente fusiformes, sulcados, parcialmente recobertos por bainhas paleáceas, 1-foliados. Folhas 11-13,3 x 0,4-0,5 cm, lineares, levemente sulcadas ao longo da nervura mediana na face adaxial, ápice agudo. Espata ca. 2,2 cm compr., achatada, ápice agudo; bractéolas ca. 2,1 x 0,3 mm, adpressas, estreito-triangulares, ápice acuminado. Racemos 6,5-7 cm compr., paucifloros (ca. 6 flores). Pedicelo+ovário 9,7-12,9 mm compr., cilíndrico; sépalas e pétalas oblanceoladas, ápice acuminado, margem inteira, sépala dorsal ca. 9,7 x 2,8 mm, sépalas laterais 8,6-9,3 x 2,2-2,9 mm; pétalas 10,1-10,5 x 3-3,3 mm; labelo ca. 5,6 x 4,5 mm, inteiro, suborbicular, ápice agudo, margem inteira, com dois calos basais; calos ca. 2,8 x 0,5 mm, oblongos, ápice arredondado. Coluna ca. 4,5 mm compr., reta, subcilíndrica; antera ca. 1,2 x 1 mm, subquadrática; políneas ca. 0,6 x 0,5 mm. Cápsulas 12,9-18,5 x 10,8-12,5 mm, ovadas. Material examinado: 1914, fl. e fr., P.C. Porto 23 (RB). Prosthechea calamaria ocorre na Guiana Francesa, Guiana, Suriname, Bolívia, Venezuela e no Brasil, no Amazonas, Pará, Bahia e nos estados da Região Sudeste 114

125 (Pabst & Dungs 1975; CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Selected Plant Families 2009). De acordo com F. Barros (com. pess.), ocorre em Florestas Ombrófilas Densas ou Abertas e Mistas. No Parque, verifica-se ausência de informações sobre forma de vida, localidade e fitofisionomia na qual a espécie ocorre. A única coleta foi realizada há mais de 95 anos, indicando grande probabilidade de estar extinta na área. Diferencia-se das demais espécies de Prosthechea do Parque, pelas folhas lineares, com 0,4-0,5 cm de largura. Barbero (2007) destaca que a espécie ocorre como epífita ou rupícola na Serra do Cipó (MG), onde floresce nos meses de abril, maio, julho e setembro. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975), sob o nome Encyclia calamaria, e em Barbero (2007) Prosthechea fragrans (Sw.) W.E.Higgins, Phytologia 82(5): [1998]. Encyclia fragrans (Sw.) Lemée, Fl. Guyane Franç. 1: Fig. 9e-f Ervas 14,1-14,3 cm alt., eretas. Rizomas 1-2,5 cm compr.; caulomas 3,9-5,2 cm compr., subcilíndricos, sulcados, recobertos por bainhas paleáceas, pelo menos quando jovens, 1-foliados. Folhas 10,3-16 x 1,8-3 cm, oblongas, sulcadas ao longo da nervura mediana na face adaxial, ápice obtuso. Espata ca. 2,1 cm compr., achatadas, ápice agudo; bractéolas 3,5-3,7 x 1-2 mm, adpressas, triangulares, ápice acuminado. Racemos ca. 6,2 cm compr., paucifloros (2 flores). Pedicelo+ovário ca mm compr., cilíndrico; sépala dorsal ca. 22,2 x 3,6 mm, lanceolada, ápice acuminado e côncavo, margem inteira, sépalas laterais 21,7-21,8 x 3,6-4 mm, oblongas, ápice acuminado, margem inteira; pétalas 18,9-19,2 x 3,1-3,6 mm, oblongas a oblanceoladas, ápice acuminado e côncavo, margem inteira; labelo ca. 15,1 x 10,1 mm, inteiro, suborbicular, listrado, ápice acuminado, margem inteira, desprovido de calos basais. Coluna ca. 5,5 mm compr., reta, subcilíndrica; antera ca. 2 x 1,5 mm, subquadrática; políneas ca. 1,1 x 0,7 mm. Frutos não observados. Material examinado: 1914, fl., P.C. Porto s.n. (RB 8153); 1933, est., s.col. (RB 4155). A espécie apresenta ampla distribuição geográfica, ocorrendo no México, Antilhas, América Central, em todo o norte da América do Sul, Equador, Bolívia, no Brasil, nos estados do Amazonas, Acre, Pará, Maranhão, Ceará, Paraíba, Pernambuco, 115

126 Alagoas, Sergipe, Bahia, Mato Grosso, e nas regiões Sudeste e Sul, e também na Argentina (Pabst & Dungs 1975; CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Selected Plant Families 2009). Em território brasileiro, vegeta em Florestas Ombrófilas Densas ou Abertas, Florestas Ombrófilas Mistas e restingas, como epífita ( 2009; F. Barros, com. pess.). No PARNA Itatiaia, a última coleta foi realizada há mais de 75 anos, indicando uma provável extinção local. Assim como para P. calamaria, verifica-se ausência de informações sobre forma de vida, porém, quanto à localidade e altitude em que ocorrem, Porto (1915) cita a coleta de espécimes entre m de altitude, na região dos Três Picos. Sob o nome Encyclia fragrans, Kersten & Silva (2001) apontam a ocorrência da espécie em quatro estratos (0-2 m, 2-4 m, 4-6 m e 6-8 m de altura) e a preferência pelo estrato basal de 2-4 m de altura. Distingue-se das demais espécies de Prosthechea no PARNA Itatiaia, principalmente pela sépala dorsal lanceolada. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975), sob o nome Encyclia fragrans Prosthechea pachysepala (Klotzsch) Chiron & V.P.Castro, Richardiana 3: Figs. 1h; 9g-h Ervas ca. 38 cm alt., epífitas, eretas. Rizomas ca. 0,6 cm compr., recobertos por bainhas paleáceas; caulomas ca. 23,7 cm compr., fusiformes, achatados lateralmente, sulcados, parcialmente recobertos por bainhas paleáceas, 3-foliados. Folhas 13,7-20,1 x 2,2-3,1 cm, verdes, oblongas, alternas, dísticas, sulcadas ao longo da nervura mediana na face adaxial, ápice obtuso. Espata ca. 2,4 cm compr.; bractéolas 7,3-13,1 x 3-3,7 mm, adpressas, triangulares, ápice acuminado. Racemos ca. 16,3 cm compr., multifloros (mais de 15 flores). Pedicelo+ovário ca. 19,7 mm compr., cilíndrico; sépala dorsal 12-12,2 x 3,9-5 mm, oblanceolada, ápice agudo, margem inteira, sépalas laterais 11,8-12,8 x 4,9-5,4 mm, oblanceoladas a levemente elípticas, ápice agudo, margem inteira; pétalas 11,1-12,7 x 3,7-4,5 mm, oblanceoladas, ápice agudo, margem inteira; labelo ca. 5,4 x 4,8 mm, trilobado, triangular, ápice agudo, lobos laterais 2,7-3,6 x 1,4-1,6 mm, semicirculares, reflexos, ápice arredondado, margem inteira, lobo mediano ca. 1,5 x 2,8 mm, triangular, ápice agudo, margem inteira, com dois calos basais; calos 2,8-3,9 x 0,8-116

127 1,3 mm, oblongos, ápice arredondado. Coluna 6,2-7,8 mm compr., reta, subcilíndrica; antera, políneas e frutos não observados. Material examinado: 20.XII.1927, fl., P.C. Porto 1623 (RB/ITA); 20.IV.1962, fl., A. Castellanos (GUA); 25.XI.2008, fl., F.F.V.A. Barberena 85 (RB); 26.XI.2008, fl., F.F.V.A. Barberena 87 (RB); 21.XII.2008, fl., F.F.V.A. Barberena 103 (RB); 19.XI.2009, fr., F.F.V.A. Barberena 181 (RB). Prosthechea pachysepala distribui-se por Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro (Pabst & Dungs 1975; Barbero 2007; CRIA 2009; Kew 2009; Tropicos 2009; World Checklist of Selected Plant Families 2009). De acordo com F. Barros (com. pess.), essa espécie é endêmica da Mata Atlântica, onde ocorre em Florestas Ombrófilas Mistas e afloramentos rochosos. Esse é o primeiro registro da espécie no PARNA Itatiaia, onde é encontrada na área do Hotel Donati, na piscina do Maromba, no início da Travessia Rui Braga, nos Três Picos, entre 800 e m, apresentando-se como ciófila a semi-heliófila; foi coletada com flores em novembro e dezembro e com frutos em junho. Vegeta nos estratos basais e intermediários (0-2 m, 2-4 m e 4-6 m alt.), em Calypthranthes grammica (Spreng.) D. Legrand (Myrtaceae) e outras espécies forofíticas de angiospermas. Prosthechea pachysepala é usualmente confundida com P. vespa (Vell.) Higgins, sendo tratada inclusive como sinônimo desta. Porém, segundo Barbero (2007) diferencia-se de P. vespa pelo tamanho da planta e das flores (maiores em P. pachysepala), pelo número de folhas por pseudobulbo (três em P. pachysepala e duas em P. vespa), e pela coloração da flor, que possui linhas longitudinais castanhas ou vinosas nas tépalas em P. vespa, e numerosos pontos uniformemente distribuídos em P. pachysepala. Prosthechea pachysepala é facilmente diferenciada das demais espécies de Prosthechea no Parque pelos caulomas 3-foliados e pelo labelo trilobado. Ilustrações adicionais em Barbero (2007). 117

128 7. Scaphyglottis Poepp. & Endl., Nov. gen. sp. pl. 1: [1836]. Scaphyglottis é um gênero monofilético que abrange ca. 60 espécies, distribuídas desde o México e Índias Ocidentais até o Peru, Bolívia e o sul do Brasil (Pridgeon et al. 2005). Van den Berg et al. (2000a) apontaram a formação de um clado bem distinto dentro de Laeliinae, denominado aliança Scaphyglottis, compreendendo Reichenbachanthus Barb.Rodr., Hexisea Lindl., Platyglottis L.O.Williams e Scaphyglottis Poepp. & Endl., e evidenciaram também que Helleriella punctulata (Rchb.f.) Garay & H.R.Sweet e as espécies dos gêneros Hexadesmia Brongn. e Tetragamestus Rchb.f. fazem parte de Scaphyglottis. Posteriormente, com base em novas análises filogenéticas moleculares, Dressler et al. (2004) sinonimizaram Reichenbachanthus, Hexisea e Platyglottis com Scaphyglottis. Desse modo, com a nova abrangência, a distribuição geográfica do gênero foi ampliada, e passou a incluir também os Andes e países da América Central. Scaphyglottis é caracterizado, principalmente por apresentar pseudobulbos estipitados, geralmente sobrepostos, e a coluna com pé bem desenvolvido. No PARNA Itatiaia, o gênero encontra-se representado por apenas uma espécie Scaphyglottis modesta (Rchb.f.) Schltr., Repert. Spec. Nov. Regni Veg. 23: Tetragamestus modestus Rchb.f., Bonplandia 2(2): Fig. 9i-j Ervas epífitas ou rupícolas, cm alt., cespitosas, eretas. Raízes alvas, relativamente espessas. Rizomas curtos, inconspícuos; pseudobulbos 2-28,5 cm compr., verdes, sobrepostos, homoblásticos, eretos, cilíndricos, 2-foliados; pseudobulbos sobrepostos, originados no rizoma e no ápice de pseudobulbos adultos, recobertos por bainhas castanhas. Folhas 2,2-13,9 0,4-1,2 cm, verdes, subcartáceas, no ápice dos pseudobulbos, subopostas, dísticas, sésseis, suberetas, lineares a estreitamente oblongas, ápice obtuso, às vezes, mucronado, nervura central proeminente. Inflorescência com 2-3 flores ou flores isoladas, 0,9-1,6 cm; bractéolas 9,9-10 mm compr., castanhas, amplectivas, côncavas, oblongas, ápice agudo. Flores ressupinadas, pediceladas; pedicelo+ovário ca. 8 mm compr., verde; sépalas e pétalas similares entre si, verdeclaras, roxo-pontuadas na porção mediana e no ápice da face adaxial, ápice agudo; 118

129 sépala dorsal 5,9-6,3 3,2-3,3 mm, elíptica, sépalas laterais 5,7-6,3 3-3,3 mm, ovadas; pétalas 5,3-5,5 2,1-2,2 mm, elípticas; labelo 5,1-5,4 ca. 2 mm, verde-claro, margem creme, inserido no ápice do pé da coluna, oblongo, subtrilobado; lobos laterais ca. 1,1-1,2 1-1,1 mm, auriculares, ápice obtuso, lobo mediano 1,8-1,9 2,7-2,8 mm, orbicular, ápice obtuso, dois calos basais; calos 1,4-1,5 ca. 1,2 mm. Coluna 4,3-5 ca. 1,4 mm, roxa, pé da coluna 2-2,5 mm compr., asas da coluna ca. 1,4 1 mm, verdeclaras, auriculares, ápice obtuso; antera róseo-arroxeada; polínias 4; rostelo transverso, liguliforme e recurvado. Cápsulas 1-1,2 0,4-0,6 cm, verdes, subglobosas, 6-costadas. Material examinado: 1914, fl., P.C. Porto s.n. (RB 8194); 1914, fl., P.C. Porto 49 (RB); 9.I.1928, fl. e fr., P.C. Porto 1664 (RB); 12.III.1942, fl., W.D. Barros 658 (RB); 12.III.1942, fr., A.C. Brade (RB); 14.I.1997, fl., J.M.A. Braga et al (RB); 15.III.2008, fr., F.F.V.A. Barberena 12 (RB); 19.XII.2008, fl., F.F.V.A. Barberena 96 (RB); 14.II.2009, fr., F.F.V.A. Barberena 146 (RB). Dentre as 15 espécies do gênero ocorrentes no território brasileiro, S. modesta é uma das mais comuns e mais conhecidas na literatura. Apresenta ampla distribuição geográfica, ocorrendo nos Estados Unidos, América Central (Costa Rica e Panamá), Caribe (Cuba, Ilhas Leeward, Ilhas Windward, Porto Rico, República Dominicana e Trinidad-Tobago) e em parte da América do Sul (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Venezuela). No Brasil, ocorre em todas as regiões geopolíticas, com exceção do Centro-Oeste, nos estados de Rondônia, Amazonas, Pernambuco, Bahia e nas Regiões Sudeste e Sul, onde vegeta na Mata Atlântica e no Cerrado (Pabst & Dungs 1975, 1977; Azevedo & van den Berg 2007; CRIA 2009; Kew 2009; TROPICOS 2009; World Checklist of Selected Plant Families 2009). No PARNA Itatiaia, a espécie ocorre apenas na floresta Montana e apresenta-se como ciófila ou semi-heliófila, podendo ser encontrada na estrada para o Hotel Repouso, na trilha para o Lago Azul, no entorno do Lago Azul, em Monte Serrat e na Maromba. No Parque, vegeta em ambientes muito úmidos, próximos a cursos d água, entre 750 e m de altitude. Kersten & Silva (2001) apontam a ocorrência da espécie em quatro estratos (0-2 m, 2-4 m, 4-6 m e 6-8 m alt.) e destacam que a espécie apresenta preferência pelo estrato 2-4 m de altura. Entretanto, no PARNA Itatiaia, os indivíduos epifíticos ocupam 119

130 preferencialmente os estratos intermediários e superiores (entre 4-10 m alt.), raramente vegetando entre 2-4m de altura, em forófitos de espécies de Annonaceae, Clethra ser. Glabrae Sleumer (Clethraceae), Leguminosae, Campomanesia guaviroba (DC.) Kiaersk. (Myrtaceae), Amaioua intermedia Mart. (Rubiaceae) e Cupania sp. (Sapindaceae), dentre outras espécies forofíticas de angiospermas. Floresce e frutifica de dezembro a março. Foi observada, também, a formação de elevada quantidade de frutos na natureza (mais de 50 cápsulas), o que pode explicar o fato de S. modesta ser uma das espécies de Orchidaceae mais freqüentes na região. A espécie pode ser facilmente diferenciada das demais espécies de Orchidaceae no Parque pela ocorrência constante de pseudobulbos superpostos, formando uma planta com hábito muito ramificado. Segundo Reichenbach (1854), o tipo de Tetragamestus modestus Rchb.f. é de local desconhecido. Ilustrações adicionais em Pabst & Dungs (1975), como Tetragamestus modestus, e em Azevedo & Van den Berg (2007). 120

131 Figura 9 Prosthechea allemanoides (Hoehne) W.E.Higgins a. hábito; b. segmentos florais; Prosthechea calamaria (Lindl.) W.E.Higgins c. hábito; d. segmentos florais; Prosthechea fragrans (Sw.) W.E.Higgins - e. hábito; f. segmentos florais; Prosthechea pachysepala (Klotzsch) Chiron & V.P. Castro g. hábito; h. segmentos florais; Scaphyglottis modesta (Rchb.f.) Schltr. i. pseudobulbo; j. segmentos florais [a: Barberena 69; b: Zikán s.n. (SP 28414); c-d: Porto 23; e-f : Porto s.n. (RB 8153); g- h: Barberena 103; i-j: Barberena 96]. 121

132 Táxon Duvidoso 1. Cattleya itatiayae Campos Porto (= C. guttata Lindl. C. loddigesii Lindl.). Arq. J. Bot. Rio Janeiro 2: 63-67, fig De acordo com Porto (1918) e Brade (1956), Cattleya itatiayae (figura XXVII) seria um híbrido primário entre C. loddigesii e C. guttata. Porto (1918) assinala que a forma e a coloração das sépalas e pétalas do único espécime estudado se assemelham às de C. loddigesii, enquanto a consistência das peças florais, a forma do labelo e as máculas das sépalas e pétalas, às de C. guttata. Este autor destaca também que, naquela época, ambas as espécies eram muito freqüentes na encosta do Itatiaia, o que corrobora serem estas os prováveis parentais. A coleção Campos Porto 201 (RB; Fig.10) é o único exemplar disponível para análise, representado apenas por uma flor e identificado pelo próprio coletor como C. itatiayae Campos Porto. Contudo, Porto (1918) não cita qualquer coleção examinada, tendo baseado a descrição em um exemplar cultivado no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, onde floresceu. De fato, esse exemplar pertence ao gênero Cattleya, uma vez que a flor apresenta os lobos laterais envolvendo a coluna e o labelo não adnado à coluna. A possibilidade de Cattleya itatiayae ser um híbrido não é rejeitada no momento, pois o espécime possui características florais distintas e que estão presentes em ambas as espécies parentais. Porém, pela presença de máculas nas sépalas e pétalas, não se enquadra na circunscrição de C. loddigesii, e pelo conjunto de características florais aproxima-se de C. gutatta. Entretanto, esta espécie comumente possui numerosas flores, variando de 5-11 por inflorescência, conforme observado por Cunha & Forzza (2007) para espécimes coletados no município do Rio de Janeiro, diferentemente do que descreveu Porto (1918) para o novo táxon, uma a duas flores. Cattleya guttata ocorre na região central da costa brasileira, do sul da Bahia ao Rio de Janeiro, desde o nível do mar até 300 metros de altitude e geralmente não muito distante do oceano Atlântico (Zaslawski 2008). De acordo com este autor, alguns cultivadores de orquídeas reportam a ocorrência da espécie em direção ao sul do país, até Santa Catarina, e também em direção ao interior do continente, em Minas Gerais, onde as plantas ocorreriam em baixas altitudes e próximas de cursos d água. Tais informações sugerem a possibilidade de C. guttata ocorrer nas proximidades do PARNA Itatiaia. Já C. loddigesii ocorre tanto no estado do Rio de Janeiro quanto em 122

133 Minas Gerais (Pabst & Dungs 1975; CRIA 2009) e foi observada na zona de amortecimento do Parque. No entanto, a ocorrência dessas duas supostas espécies parentais no PARNA Itatiaia é desconhecida e o suposto híbrido não é coletado nessa área há mais de 90 anos. Segundo Porto (1918) e Brade (1956), Cattleya itatiayae teria sido coletada perto de Benfica, a 600 m de altitude, uma região que foi muito alterada ao longo do século XX. Por essa razão, supõe-se que este táxon esteja extinto ou possa ser encontrado em locais ainda inexplorados e/ou de difícil acesso, uma interpretação igualmente relatada no presente estudo para as espécies de Cattleya. Na área de estudo, Cattleya itatiayae diferencia-se das demais Laeliinae pelas sépalas e pétalas maculadas. Entretanto, pelos comentários apresentados anteriormente e pela ausência de exemplares dessas espécies coletados na área de estudo e de informações na literatura sobre esse possível híbrido, é considerada, no presente estudo, como um táxon duvidoso. Material examinado: Rio de Janeiro: Itatiaia, 1916, fl., P.C. Porto 201 (RB). 123

134 Figura 10 - Holótipo de Cattleya x itatiayae Campos Porto. 124

135 Tabela 1: Espécies de Laeliinae do Parque Nacional do Itatiaia, Sudeste do Brasil (Forma de vida: DA = Dados ausentes, E = epífita, R= rupícola, T= terrícola. Fitofisionomia: DA = dados ausentes, FM = Floresta Ombrófila Densa Montana, FAM = Floresta Ombrófila Densa Alto-Montana, EFAM = Enclave de Floresta Ombrófila Densa Alto-Montana nos Campos de Altitude. PNI = Parque Nacional do Itatiaia. Dados de Conservação: AE = Ameaçada de extinção, CR = Criticamente em Perigo, DD = Dados Ausentes, EN = Em Perigo, EX = Presumivelmente Extinta, VU = Vulnerável. Siglas: BRA = Brasil, ES = Espírito Santo, MG = Minas Gerais, SP = São Paulo, PR = Paraná, RJ = Município do Rio de Janeiro, RS = Rio Grande do Sul). Os novos registros para o PARNA Itatiaia estão destacados com o símbolo #. Espécies recoletadas em estão marcadas com um asterisco (*). Espécie Forma de vida Fitofisionomia Altitude Nº espécimes em Dados de Conservação herbários (PNI) Cattleya bicolor Lindl. DA FM 600 m 2 VU (SP) / DD (MG) Cattleya schofieldiana Rchb.f. DA FM 600 m 1 CR (ES) Encyclia patens Hook. # E / R FM m 6 - Epidendrum armeniacum Lindl. * E FM m 9 - Epidendrum avicula Lindl. R FM m 2 - Epidendrum chlorinum Barb.Rodr. * E FM / FAM m 3 VU (ES) Epidendrum cooperianum Bateman E FM DA 2 - Epidendrum ecostatum Pabst # E FM m 4 CR (ES) Epidendrum filicaule Lindl. * E FM m 3 EX (SP) Epidendrum henschenii Barb.Rodr. # E FM m 5 VU (SP) Epidendrum latilabre Lindl. DA FM 1300 m 1 - Epidendrum mantiqueiranum Porto & Brade E FAM m 2 - Epidendrum ochrochlorum Barb.Rodr. * E FM 750 m 2 - Epidendrum paranaense Barb. Rodr. * E / R FM m 8 EN (ES) Epidendrum proligerum Barb.Rodr. DA DA DA 1 - Epidendrum pseudodifforme Hoehne & Schltr. # E FM m 3 - Epidendrum ramosum Jacq. * E / R FM m 6 - Epidendrum rigidum Jacq. DA FM 900 m 1 - Epidendrum saxatile Lindl. DA FM DA 1 EX (SP) Epidendrum secundum Jacq. * E / R / T FM / FAM m 32 EN (ES) Epidendrum strobiliferum Rchb.f. DA FM 900 m 1 - Epidendrum tridactylum Lindl. * E FM m 5 CR (ES) Epidendrum vesicatum Lindl. DA FM m 1 VU (ES) 125

136 Hadrolaelia coccinea (Rchb. f.) Chiron & V.P.Castro* E FAM m 11 EN (ES) / VU (MG) Hadrolaelia crispa (Lindl.) Chiron & V.P.Castro DA DA DA 1 CR (MG) / EN (RJ) Hadrolaelia mantiqueirae (Fowlie) Chiron & E FAM /EFAM m 11 - V.P.Castro * Hadrolaelia perrinii (Lindl.) Chiron & V.P.Castro DA FM 600 m 2 AE (BRA) / CR (ES) EX (MG) Hadrolaelia purpurata (Lindely & Paxton) Chiron & DA DA DA 1 VU (RS) V.P.Castro Isabelia virginalis Barb.Rodr. DA FM m 1 VU (SP) / EN (PR) Prosthechea allemanoides (Hoehne) W.E.Higgins* E FM m 4 - Prosthechea calamaria (Lindl.) W.E.Higgins DA DA DA 1 - Prosthechea fragrans (Sw.) W.E.Higgins DA FM m 2 - Prosthechea pachysepala (Klotzsch) Chiron & E FM m 6 - V.P.Castro # Scaphyglottis modesta (Rchb.f.) Schltr. * E / R FM m 8-126

137 a b c d e f g Figura 11: Fotos das fitofisionomias e de habitats de Orchidaceae no Parque Nacional do Itatiaia, Sudeste do Brasil. a: Campo de altitude, em destaque a Lagoa Bonita e a Pedra da Tartaruga. b: Campo de altitude, em destaque as Agulhas Negras. c: Parte baixa do Parque, Cachoeira Poranga. d: Floresta Alto-Montana. e: Parte baixa do Parque, Cachoeira Véu da Noiva. f: Floresta Montana, em destaque o rio Campo Belo. g: Trecho de Floresta Alto-Montana, proximidades das Macieiras. 127

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