PARTE I O CONTEXTO HISTÓRICO, RELIGIOSO E SOCIAL
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- Manuela Camarinho Marroquim
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1 ÍNDICE Dedicatória Agradecimentos Abreviaturas utilizadas Nota do Autor INTRODUÇÃO Definição dos problemas equacionados e das finalidades perseguidas Organização e sumário Âmbito dogmático Relevância prática e teorética do tema PARTE I O CONTEXTO HISTÓRICO, RELIGIOSO E SOCIAL CAPÍTULO I A progressiva separação entre o direito e a religião Enquadramento geral Identificação entre o direito e a religião O início da divisão entre o direito e a religião A emergência do Cristianismo Da cristianização do Império à Idade Média A progressiva autonomização do direito e da religião: a época do direito natural A procura de um fundamento não religioso para o direito A situação atual Caraterização do Estado constitucional contemporâneo As entidades religiosas no contexto do atual Estado Constitucional A contribuição positiva das entidades religiosas As entidades religiosas como fator de desordem O atual cativeiro babilónico das entidades religiosas no Estado constitucional Um caso de estudo: a circuncisão masculina por razões religiosas CAPÍTULO II A mudança do fenómeno religioso na sociedade contemporânea Enquadramento geral... 65
2 6 A Responsabilidade Civil das Entidades Religiosas 2. Secularização e dessecularização Significado dos termos As causas da dessecularização A coabitação entre secularização e dessecularização A sociedade pós -secular Novas manifestações do fenómeno religioso O fundamentalismo Novos Movimentos Religiosos (NMR) Religiões oriundas de outros contextos nacionais: o caso do Islão A perda de autoridade das entidades religiosas O livre mercado das religiões A «Geração Eu» O individualismo religioso O nomadismo espiritual CAPÍTULO III O declínio da reputação do fenómeno religioso Enquadramento geral Influência da perceção social da religião sobre a esfera jurídica Comportamentos desviantes nas entidades religiosas: pastores que devoram as ovelhas Abusos sexuais Os abusos sexuais de menores nas entidades religiosas católicas Abusos sexuais de menores nas entidades católicas portuguesas Exploração económica e fraudes Exercício abusivo de autoridade Ataques ideológicos à religião: como a religião se tornou politicamente incorreta Republicanismo laicista Liberalismo político contemporâneo O liberalismo político como uma das tradições possíveis (breve referência ao pensamento de Alasdair MacIntyre) O feminismo Movimentos em defesa das pessoas LGBT O Novo Ateísmo Os direitos fundamentais da tradição racionalista e liberal CAPÍTULO IV A juridificação do fenómeno religioso Enquadramento geral O que é a juridificação? Avaliação do processo de juridificação A juridificação do fenómeno religioso A necessidade de regular juridicamente alguns aspetos do fenómeno religioso: o conceito de direito eclesiástico
3 Índice O aumento da regulação normativa do fenómeno religioso Avaliação da juridificação do fenómeno religioso Alguns exemplos de juridificação da religião A extensão da responsabilidade extracontratual à religião A dramática expansão do instituto da responsabilidade civil Responsabilidade civil e fenómeno religioso PARTE II DIMENSÃO JURÍDICA GERAL CAPÍTULO V Tópicos problemáticos preliminares Razão de ordem Colocação sistemática do problema Definição de religião utilizada Possibilidade e oportunidade da elaboração de uma definição jurídica da religião Soluções possíveis Critério Substancial -objetivo Conceito funcional -subjetivo Conceito tipológico Solução adotada CAPÍTULO VI Os sujeitos e o objeto das ações judiciais sub judice Introdução Os sujeitos passivos (ou lesantes): as entidades religiosas Primeira abordagem ao conceito Dificuldades definitórias e razão da terminologia adotada Tipologias de entidades religiosas não católicas Igrejas e outras comunidades religiosas A) Aspetos terminológicos B) Caraterísticas essenciais Organizações representativas dos crentes residentes em território nacional Institutos de vida consagrada e outros institutos com finalidades religiosas Federações e associações interconfessionais Estatuto das entidades religiosas não católicas O regime especial das entidades religiosas da Igreja Católica O regime concordatário (breve referência) Tipologia das pessoas jurídicas canónicas Uma entidade religiosa sui generis: o Imamat Ismaili As entidades religiosas à luz do direito associativo comum e da dogmática sobre pessoas coletivas
4 8 A Responsabilidade Civil das Entidades Religiosas Entidades religiosas e direito associativo comum Entidades religiosas e dogmática geral sobre pessoas coletivas. 226 A) Substrato e reconhecimento B) Personalidade de direito público ou de direito privado? C) Outras classificações doutrinárias Agentes e mandatários das entidades religiosas Ministros do culto Critério substancial e critério formal na definição dos ministros do culto A categoria dos «ministros do culto» no direito positivo português Religiosos, missionários e outras figuras confessionais Conclusão Os sujeitos ativos (os lesados) Os crentes Existe uma definição jurídico -positiva de crente? O estatuto jurídico do crente no seio da entidade religiosa Ministros do culto e outras figuras confessionais Outras entidades religiosas O objeto CAPÍTULO VII Sujeitos sui generis: o Estado da Cidade do Vaticano, a Santa Sé e o Pontífice Enquadramento geral A natureza jurídica do ECV, da Santa Sé e do Pontífice Premissa terminológica O ECV O Pontífice A imunidade de jurisdição Noções gerais e recentes desenvolvimentos Diferentes tipos de imunidades A imunidade de jurisdição das organizações internacionais A imunidade de jurisdição da Santa Sé, do ECV e do Pontífice Principais casos ocorridos nos EUA Possíveis soluções na ordem jurídica portuguesa CAPÍTULO VIII Dimensão jurídico -constitucional Enquadramento geral Tópicos preliminares O direito de liberdade religiosa: breve enquadramento dogmático O direito de liberdade religiosa como um feixe de posições jurídicas Reconhecimento jurídico -positivo a diferentes níveis
5 Índice Dimensão subjetiva e dimensão objetiva Dimensão individual e coletiva Direitos afins, conexos e acessórios Estrutura jurídica do direito de liberdade religiosa Importância das questões constitucionais no direito civil e na responsabilidade extracontratual A autonomia confessional Primeira aproximação ao conceito Questões terminológicas Diferentes enquadramentos dogmáticos Dimensões da autonomia confessional Conceito adotado Problemas no reconhecimento normativo da autonomia confessional Dimensão teológico -filosófica Da origem cristã à elaboração católica medieval Visões protestantes e católicas durante a Idade Moderna Dimensão jurídico -histórica Idade Média Do fim da Idade Média à atualidade Atual dimensão jurídico -positiva A autonomia confessional na ordem jurídica portuguesa Breve relance comparatístico Os limites à autonomia confessional Autonomia confessional e responsabilidade extracontratual As recentes evoluções da autonomia confessional Argumentos contra a autonomia confessional Argumentos a favor Posição adotada Restrições ao direito de liberdade religiosa As restrições aos direitos fundamentais na ordem jurídica portuguesa Restrições ao direito de liberdade religiosa na ordem jurídica portuguesa Limites imanentes Restrições de tipo legislativo Restrições derivantes da ponderação entre direitos e interesses constitucionalmente protegidos Liberdade religiosa: liberdade privilegiada ou Cinderela das liberdades? Um caso de estudo: as restrições à liberdade religiosa nos EUA. 354 CAPÍTULO IX Dimensão jurídico -civil Noção de responsabilidade civil extracontratual e breve enquadramento dogmático
6 10 A Responsabilidade Civil das Entidades Religiosas 2. Teorias limitadoras da responsabilidade civil das pessoas coletivas, em geral, e das entidades religiosas, em especial Responsabilidade civil contratual Responsabilidade civil extracontratual A charitable immunity nos países de common law: breve referência A responsabilidade das pessoas coletivas em geral O art.º 165.º do CC Interpretação tradicional do termo representantes Outras posições doutrinárias Resumo do problema e posição adotada O art.º 500.º do CC Responsabilidade objetiva ou presunção ilidível de culpa? A ligação entre os atos ilícitos e as funções dos prepostos Exemplos práticos Posição adotada Resumo do regime de responsabilidade extracontratual das pessoas coletivas A posição do autor do facto ilícito perante o terceiro lesado As relações internas entre a pessoa coletiva e o representante, agente ou mandatário autor do facto ilícito Aplicação do regime geral da responsabilidade extracontratual das pessoas coletivas às entidades religiosas Os elementos da responsabilidade aquiliana nos casos sub judice O facto lesivo Factos lesivos de tipo omissivo Factos lesivos de tipo omissivo no seio das entidades religiosas Ilicitude A ilicitude nos casos sub judice A culpa A apreciação da negligência dos agentes, representantes e mandatários das entidades religiosas O dano Os danos ressarcíveis nos casos sub judice O nexo de causalidade entre a conduta e o dano O nexo de causalidade nos casos sub judice PARTE III SITUAÇÕES AQUILIANAS EM ESPECIAL CAPÍTULO X Expressão e divulgação das próprias convicções religiosas Enquadramento geral Críticas contra outras religiões
7 Índice O plano fáctico O quadro normativo Nota preliminar: das leis sobre a blasfémia ao conceito de discurso de ódio Direito internacional Direito comparado Direito português Solução proposta Crítica teológica das orientações sexuais LGBT O plano fáctico O quadro normativo Solução proposta Casos extremos de expressão das próprias convicções por parte de entidades religiosas O plano fáctico Solução proposta CAPÍTULO XI O segredo religioso Enquadramento geral Situações aquilianas relacionadas com o segredo religioso O plano fáctico O plano normativo geral A violação do segredo religioso A violação do segredo religioso enquanto ilícito criminal A violação do segredo religioso enquanto ilícito civil Desobediência à ordem de quebra do segredo religioso O plano normativo nacional A obrigação de quebra do segredo religioso no direito estrangeiro Argumentos contrários e a favor Posição adotada CAPÍTULO XII Conversão, lavagem cerebral e programas de desprogramação Enquadramento geral O plano fáctico A conversão É possível elaborar uma noção jurídica da conversão? Existe um padrão normal de conversão? Alguns casos de estudo Lavagem cerebral: explicação simplista do incompreensível ou ameaça real? Posições favoráveis à narrativa da lavagem cerebral
8 12 A Responsabilidade Civil das Entidades Religiosas Posições contrárias à narrativa da lavagem cerebral A chamada «desprogramação» O plano normativo A lavagem cerebral no direito estrangeiro e internacional Ordem jurídica norte -americana A jurisprudência do TEDH Ordem jurídica italiana Solução proposta CAPÍTULO XIII Disciplina religiosa e sanções eclesiásticas Enquadramento geral O plano fáctico O plano normativo Considerações gerais O consentimento do lesado Exemplos de sanções eclesiásticas e problemas normativos suscitados Repreensões públicas Expulsão e ostracização Recurso para os tribunais seculares para resolução de disputas internas (intra-church disputes) ou para revisão de decisões eclesiásticas CAPÍTULO XIV Outras situações aquilianas (breves referências) Razão de ordem Aconselhamento pastoral Abuso sexual de menores por parte de ministros do culto Promessa de curas e benefícios milagrosos PARTE IV CONCLUSÕES Síntese dos principais resultados obtidos A responsabilidade extracontratual das entidades religiosas: que futuro? BIBLIOGRAFIA IMPRENSA E OUTRAS FONTES NÃO ESPECIALIZADAS
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