Materiais de Construção
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- Flavio Cesar Marchesoni
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1 Materiais de Construção conceitos básicos de caracterização e de escolha dos materiais constituintes de um espaço construído Centro Universitário Barão de Mauá Curso de Arquitetura e Urbanismo Programa de Pós-graduação em Arquitetura Sustentável Profª MSc. Érica Cunha e Prof. MSc. Flávio Marchesoni
2 Definição: Entende-se por Material de Construção: Todo e qualquer elemento que confere materialidade aos espaços construídos; Todo material que contribui ou que auxilia a edificação desse espaço; Todo elemento que, por intermédio de sua utilização, possibilita a construção dos espaços edificados.
3 Materiais de Construção Conceitos de sistema e de sub-sistema
4 Tecnologia das Construções Estado da arte sobre todos os métodos e processos construtivos e materiais de construção. Esfera que envolve os conhecimentos científicos e empíricos, pertinentes a um modo específico de se construir um edifício (ou sua parte) Sabbatini, F. H.
5 Edifícios e Sistemas EDIFÍCIO: conceitualmente é o abrigo que protege contra intempéries e invasores SISTEMA: é um grupo de coisas ou partes interrelacionadas ou interdependentes que formam um complexo ou um todo unificado, para servir a um propósito comum.
6 Os edifícios e suas partes COBERTURA Laje impermeabilizada ou telhado (estrutura + telhas) FECHAMENTOS: Alvenaria, painéis pré-moldados, caxilharia, vidro, polímeros, solo ESTRUTURA Concreto, metálica, madeira FUNDAÇÃO Concreto moldado in loco, estacas metálicas, madeira, pedra
7 Os edifícios e suas partes VÃOS E CAIXILHOS: Portas e janelas REVESTIMENTOS Interno e externo Pisos / paredes / forros ACABAMENTOS Forros, corrimãos, maçanetas, sancas, cantoneiras, ornamentos, rodapé... INSTALAÇÕES Hidráulica, Elétrica, Iluminação, Gás, Elevadores, Incêndio, Ar Condicionado, Aquecimento, Telefones, Dados, Alarmes...
8 Sistemas e Sub-Sistemas Construtivos As partes que compõem o edifício (um sistema) são chamadas de SUB-SISTEMAS Os Sub-Sistemas são formados por um conjunto de MATERIAIS de CONSTRUÇÃO utilizados com determinadas TÉCNICAS CONSTRUTIVAS e MÉTODOS CONSTRUTIVOS
9 Processo de Formação do Sistema O edifício, então, é um SISTEMA, formado por um conjunto de SUB-SISTEMAS, constituídos de MATERIAIS. Os materiais são aplicados / executados com o uso de determinadas TÉCNICAS e MÉTODOS CONSTRUTIVOS que, em conjunto, formam um PROCESSO CONSTRUTIVO.
10 Processos Construtivos As técnicas e métodos construtivos, que formam os PROCESSOS CONSTRUTIVOS, geram demandas técnicas, materiais e de mão de obra, além do uso de ferramentas e procedimentos que os caracterizam, dependendo do grau de sua utilização.
11 Processos Construtivos Maneira de se construir; Estratégia organizacional das diretrizes que irão gerir uma obra; Métodos que irão impor uma determinada forma de se construir uma edificação.
12 Processos Construtivos Fatores determinantes: Tipo / Partido arquitetônico; Disponibilidade de materiais; Disponibilidade de recursos técnicos e/ou ferramental; Disponibilidade de mão de obra; Cronograma; Recursos financeiros.
13 Processos Construtivos Um Processo Construtivo pode, dependendo das suas características, ser classificado em: Vernacular / Artesanal Tradicional / Regular / Ordinário Racionalizado Industrializado
14 Processo Tradicional
15 Processo Vernacular / Artesanal Faz parte da tradição cultural de um povo;
16 Processo Vernacular / Artesanal É transmitido oralmente;
17 Processo Vernacular / Artesanal Utiliza materiais naturais e locais;
18 Processo Vernacular / Artesanal Baseado totalmente no trabalho manual;
19 Processo Vernacular / Artesanal Mão de obra não especializada (muitas vezes o próprio usuário)
20 Processo Vernacular / Artesanal Não possui projeto formal, entretanto segue muitas vezes um desenho característico.
21 Processo Tradicional / Regular / Ordinário
22 Processo Tradicional / Ordinário É o processo normalmente empregado nas obras e que caracteriza a tipologia de uma região.
23 Processo Tradicional / Ordinário É transmitido formalmente através do aprendizado prático;
24 Processo Tradicional / Ordinário Utiliza materiais regionais e baixa complexidade;
25 Processo Tradicional / Ordinário É grandemente baseado em manufatura;
26 Processo Tradicional / Ordinário Mão de obra pouco qualificada;
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30 Processo Tradicional / Ordinário Possui projeto formal pouco detalhado e, muitas vezes, impreciso. Não raro, é terminado em obra.
31 Processo Tradicional / Ordinário É amplamente responsável por um índice enorme de desperdício.
32 Resíduos
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34 Resíduos
35 MATERIAIS ENCONTRADOS PESAGEM (Kg) Reboque / demolição / Areia / Brita 591,00 Resíduos Pedra Ardósia 57,00 Tintas e massas para vidro 20,00 Gesso 2,50 Embalagens de papelão para tintas 21,00 Vidros, PVC, arames, lamina de estilete 2,00 Latas de tintas, massa corrida, solvente 19,00 Tecidos 18,00 Embalagens térmicas de isopor 0,50 Plásticos 20,50 Lonas plásticas e embalagens 14,00 TIPO / CLASSE Qtd (Kg) % Total CLASSE A 611,0 72,96 CLASSE B 73,5 8,78 CLASSE C 2,5 0,30 CLASSE D 39,0 4,66 ORGÂNICO 50,5 6,02 NOVOS 61,0 7,28 Embalagens plásticas (PET) 1,00 Madeiras 2,50 Papéis 32,50 Lixo orgânico (folhas e alimentos) 32,50 Pisos, revestimentos e materiais cerâmicos 20,00 Total 837,50
36 Resíduos Caracterização da produção de resíduos Município de Santo André - SP Fonte: TARCÍSIO DE PAULA PINTO Tese / Doutorado
37 Resíduos Fonte: TARCÍSIO DE PAULA PINTO Tese / Doutorado
38 Processo Racionalizado
39 Processo Racionalizado Busca o aumento da eficiência da construção;
40 Processo Racionalizado Demanda recursos para a organização da obra;
41 Processo Racionalizado Só utiliza materiais que ajudam na eficiência da construção;
42 Processo Racionalizado Utilização regular de maquinários;
43 Processo Racionalizado Mão de obra treinada formalmente e especializada.
44 Processo Racionalizado Projeto formal e bastante detalhado.
45 Processo Racionalizado Controle de resíduos pela não geração, pelo reuso, beneficiamento ou reciclagem
46 waste fix Flávio C. Mirabelli Marchesoni Arquiteto e urbanista Projeto de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos da Construção Civil ESTUDO DE CASO Memorial Parque Jardim dos Girassóis Material para análise, retirado do relatório de obra
47 Panorama inicial: Exigências legais da Resolução nº do 307 CONAMA Obrigações Reutilização Beneficiamento Reciclagem DESTINAÇÃO
48 Panorama inicial: Exigências legais da Resolução nº do 307 CONAMA OBRIGAÇÕES LEGAIS Reutilização Beneficiamento Reciclagem DESTINAÇÃO
49 Panorama inicial: Exigências legais da Resolução 307 CONAMA VI - Reutilização: é o processo de reaplicação de um resíduo, sem transformação do mesmo; VII - Reciclagem: é o processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter sido submetido à transformação. VIII - Beneficiamento: é o ato de submeter um resíduo à operações e/ou processos que tenham por objetivo dotá-los de condições que permitam que sejam utilizados como matéria-prima ou produto; Encaminhamento: Todo resíduo proveniente do empreendimento deverá ser encaminhado para local licenciado.
50 Panorama inicial: Início do PGR 04/07/09
51 Panorama inicial:
52 Panorama inicial:
53 Panorama inicial:
54 CONSTRUTORA PROCESSOS OBRA Cadeia tradicional de produção dos espaços construídos. ENTULHO BOTA-FORA
55 CONSTRUTORA PROCESSOS OBRA ECONOMIA Materiais ainda úteis ENTULHO TRIAGEM NO LOCAL Cadeia racionalizada, onde se procura recuperar parte dos materiais descartados BOTA-FORA
56 CONSTRUTORA OBRA $$ Materiais Úteis RECICLADOR DA OBRA PRÉ TRIAGEM NO LOCAL ENTULHO CAÇAMBAS ATERRO RECICLÁVEIS TRIAGEM GESSO BAGS? ATERRO? EPS FARDOS? RECICLAGEM? MATÉRIA ORGÂNICA SACOS ATERRO SANITÁRIO MADEIRA FARDOS? DOAÇÃO (LENHA) PAPEL FARDOS PLÁSTICO FARDOS RECICLAGEM $$$ METAL VIDRO FARDOS? BAGS? Modelo ideal
57 Passo 1: Organização do canteiro de resíduos Organização de local de fácil acesso e próximos dos postos de trabalho para encaminhamento de materiais excedentes.
58 Passo 2: Determinação da logística de fluxos Logística de entrada, distribuição e saída de materiais.
59 Passo 3: Treinamento de mão de obra
60 Passo 4: Recolhimento de material disperso
61 Passo 4: Recolhimento de material disperso
62 Passo 5: Ajustes de procedimentos Análise dos dados obtidos Peso líquido/recipiente 2,9 Kg. Peso bruto/recipiente 23,9 Kg. Peso líquido/material 21,0 Kg. Área de aplicação 2,40 m² Material sem aderência 3,6 Kg. Índice/ reutilização 17,15% Área de cobertura/obra m² Total material estimado Índice de reaproveitamento (17,15 %) (aproximado) Kg 2,4 Toneladas PROCEDIMENTOS BASEADOS NA REUTILIZAÇÃO DOS MATERIAIS
63 Passo 5: Ajustes de procedimentos PROCEDIMENTOS BASEADOS NA RECICLAGEM DOS MATERIAIS Tabela de qualificação e pesagem Sacarias (cimento e cal) 418,0 kg Metais 61,8 kg Plásticos 200,0 kg
64 Passo 5: Ajustes de procedimentos MADEIRAS: PROCEDIMENTOS DE QUANTIFICAÇÃO, QUALIFICAÇÃO E REUSO
65 Passo 5: Ajustes de procedimentos A quantidade de madeiras requalificadas, e passiveis de serem reincorporadas ao ciclo construtivo foi estimada em 3 m³ (cerca de Kg)
66 Passo 5: Ajustes de procedimentos Reuso do material em formas para concretagem, formas para elementos Arquitetônicos, pontaletes e gravatas.
67 Passo 5: Ajustes de procedimentos PROCEDIMENTOS BASEADOS NO BENEFICIAMENTO DOS MATERIAIS
68 Passo 5: Ajustes de procedimentos Balanço em 20 de agosto de Material bruto 15 m³ Material que já passou pelo processo de beneficiamento 60% Material produzido 7 m³ O material beneficiado neste processo esta sendo reincorporado à obra em forma de Sub-base. O processo de beneficiamento dos resíduos Classe A, deve ser efetuado de maneira contínua
69 ANTES: Início do PGR 04/07/09
70 DEPOIS: Implantação de primeira etapa / PGR 22/07/09
71 Processo Industrializado
72 Processo Industrializado Busca o máximo de eficiência;
73 Processo Industrializado Transmitido academicamente;
74 Processo Industrializado Utiliza materiais pré-fabricados;
75 Processo Industrializado Atende à cronogramas reduzidos;
76 Processo Industrializado Fortemente baseado em maquinofatura;
77 Processo Industrializado Largo emprego de mão-de-obra altamente especializada;
78 Processo Industrializado Projeto totalmente detalhado.
79 Quadro comparativo Características Artesanal Tradicional Racionalizado Industrializado Materiais empregados Naturais Locais ou regionais Racionalizados, certificados Pré-fabricados Mão de obra (número) Intensa Intensa Pouca (auxílio de máquinas) Pouca e especializada Mão de obra (técnica) Empírica Equipes de trabalho Equipes especializadas Equipes terceirizadas Ferramental Rudimentar Básico Especializado Muito especializado Uso de máquinas Não Guincho, betoneira e vibrador Intensivo e várias portáteis Grande porte e portáteis Organização Pouca ou nenhuma Zoneamento simples Zoneamento hierárquico Estações de trabalho Resíduos Reincorpora Produz muito! Reusa / recicla Não produz Segurança Pouca Tapume Vigilância Ostensiva Projeto Inexistente Apenas o lay-out Detalhado Muito detalhado
80 Exemplos de Sistemas, Sub-sistemas e de Materiais de Construção
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