Parecer Final de Regularidade do Controle Interno

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1 Parecer Final de Regularidade do Controle Interno PARECER nº 307/2017 PROCESSO Nº 007/2017/0005 REQUERENTE: COMISSÃO DE LICITAÇÃO Assunto: CHAMADA PÚBLICA 0005/ Cumprimento de exigências legais no procedimento de licitação. 1. Considerando a Constituição Federal de 1988, que em seu art. 74, estabelece as finalidades do sistema de controle interno, assim como a Resolução TCM/PA Nº 7739/2005/TCM/PA Art.1 Parágrafo Único, e com fulcro na Lei Complementar Nº 101/2000 Art.59, atribuindo ao Controle Interno, dentre outras competências, realizar acompanhamento, levantamento, inspeção e auditoria nos sistemas administrativo, contábil, financeiro, patrimonial e operacional relativos às atividades administrativas das Unidades da Prefeitura, com vistas a verificar a legalidade e a legitimidade de atos de gestão dos responsáveis pela execução orçamentário-financeira e patrimonial e a avaliar seus resultados quanto à economicidade, eficiência e eficácia e demais normas que regulam as atribuições do Sistema de Controle Interno, referentes ao exercício do controle prévio e concomitante dos atos de gestão, e visando a comunicar o Administrador Público, expedimos o parecer a seguir: Para exame e parecer desta Unidade de Controle Interno, a Comissão de Licitação remeteu o Processo Licitatório acima identificado, versando sobre licitação pública na modalidade CHAMADA PÚBLICA, cujo objeto é; Contratação de empresa prestadora de serviços na área de saúde vinculados ou não ao Sistema Único de Saúde SUS da rede pública, filantrópica ou privada, que tenha interesse em prestar atendimento aos usuários do SUS em média e alta complexidade, em 1

2 procedimentos ambulatoriais, de apoio diagnóstico, terapêutico e hospitalar em regime de plantões, junto á rede pública Municipal de Saúde do Município de Novo Repartimento PA. No âmbito federal, temos a Lei 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências, na qual traz previsão expressa de possibilidade de recorrer aos serviços da iniciativa privada. Vejamos o que dispõe o artigo 24, da Lei 8.080/90: Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a cobertura assistencial à população de uma determinada área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada. Parágrafo único. A participação complementar dos serviços privados será formalizada mediante contrato ou convênio, observadas, a respeito, as normas de direito público. Ademais conforme as justificativas da Secretária de Saúde do Município, a gestão municipal tem necessidade de complementação dos serviços de saúde por insuficiência de rede própria, do Hospital Municipal e nos Postos de Saúde e por esse motivo tem a recorrer iniciativa privada, com preferência para as entidades filantrópicas, para complementar e oferecer atendimento aos usuários do sistema de saúde de Novo Repartimento. Na forma dos dispositivos constitucionais e normas complementares que o ordenamento jurídico pátrio, quando as estruturas públicas são insuficientes para acolher toda a demanda do SUS, admiti que o Poder Público possa COMPLEMENTAR a sua rede própria com serviços privados contratados ou conveniados; Ou seja, instituições particulares podem participar do SUS quando indispensáveis para satisfazer as necessidades sociais. Art. 199, caput e 1º da Constituição Federal: A Assistência à saúde é livre à iniciativa privada. 1º - As Instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência às entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. 2

3 A Lei nº8.080, de , que disciplina o Sistema Único de Saúde, prevê, nos arts. 24 a 26, a participação complementar, só admitindo-a quando as disponibilidades do SUS forem insuficientes para garantir a cobertura assistencial à população de uma determinada área, hipótese em que a participação complementar deverá ser formalizada mediante contrato ou convênio, observadas, a respeito, as normas de direito público( entenda-se especialmente, a Lei nº 8.666/93, pertinente a licitações e contratos). Isto não significa que o Poder Público vai abrir mão da prestação do serviço que lhe incumbe para transferi-la a terceiros; ou que estes venham a administrar uma entidade pública prestadora do serviço de saúde; significa que a instituição privada, em suas próprias instalações e com seus próprios recursos humanos e materiais, vai complementar as ações e serviços de saúde, mediante contrato ou convênio.( DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Parcerias na Administração Pública. 4. Ed. São Paulo: Atlas, P. 186). Evidencia assim que no aspecto legal há plena possibilidade de contratação de particular para complementar o serviço de saúde em face de necessidade e estrutura precária. No aspecto da realidade e caso concreto, de acordo com as justificativas da secretaria municipal de saúde se faz necessária e urgente à contratação complementar. Nota-se, entretanto, que o procedimento adotado pelo Município de Novo Repartimento- Pá, foi o dispensa de licitação com fulcro no art. 24 Inciso XXIV da Lei nº 8.666/93 que assim assevera: art É dispensável a Licitação: (...) XXIV para a celebração de contrato de prestação de serviços com as organizações sociais. Qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão. A matéria é analisada conforme os preceitos da Lei de Licitações e Contratos, a Lei nº 8.666/93, com base no inciso II do Art. 24 para realização de Chamada Pública. Os autos do processo em análise foram paginados, sendo que a devida numeração das páginas serve para situar todos os documentos catalogados no processo. 3

4 O exame dos atos realizados nas fases interna e externa do processo licitatório demonstrou o que segue: a) O procedimento licitatório foi devidamente autuado; b) Houve requerimento e justificativa de necessidade da contratação; c) Há comprovação de dotação orçamentária ou planilha orçamentária; d) Existe Comissão Permanente de Licitação designada na forma da lei; e) Consta Parecer Jurídico; f) O edital está devidamente publicado; g) Os documentos de habilitação foram apresentados devidamente nos termos do Ato Convocatório; h) A ata relata todas as ocorrências do certame e estão assinadas pelo presidente da CPL e membros; i) Todas as folhas de abertura e julgamento dos envelopes foram devidamente assinadas pelos licitantes; j) Não constam nos autos impugnações e recursos; k) Há termo de Homologação assinado pela autoridade competente; l) Foi dada a devida publicação ao extrato do contrato. Conclusão: Concluiu a CPL que a dispensa de licitação é o que melhor enquadra no presente feito. A CPL requer parecer de regularidade final do Processo Licitatório. Diante do exposto, conclui-se que o sistema de credenciamento vem norteando pelos princípios elevados no caput do art. 37, da Constituição Federal, e nos termos da Lei 8.666/93 e suas alterações, o que o reveste de licitude. Em quaisquer das situações, conforme o artigo 26 da Lei Orgânica da Saúde Lei federal nº 8.080/90 os serviços contratados submeter-se-ão ás normas técnicas e administrativas a aos princípios e diretrizes do sistema Único de Saúde - (SUS), mantido o equilíbrio econômico e financeiro do contrato. Deve ser observado, na eventual contratação, que aos proprietários, administradores e dirigentes de entidades ou serviços contratados, é vedado exercer cargo de chefia ou função de confiança no âmbito da secretaria de saúde. 4

5 Recomendação do parecer jurídico nº012/2017-pgm: 1. Na analise do procedimento, verifica-se que se elencou na necessidade a contratação, além de plantões médicos, plantões de enfermeiro. Nesse ponto recomenda-se a retirada dos plantões de enfermeiro, tendo em vista que há no quadro do funcionalismo da secretaria de saúde profissionais enfermeiros e a própria secretaria solicitou a contratação/nomeação de 05(cinco) enfermeiros aprovados no concurso público nº01/2015 para suprir suas necessidades. 2. Para manter os plantões de enfermeiros, na necessidade, a secretaria deverá demonstrar que necessita de enfermeiro com especialidade e que não tenha o profissional no quadro permanente. 3. Da mesma forma recomenda-se adequar a planilha de quantidade de plantões e de necessidade para retirar e/ou diminuir os plantões de clínica médica tendo em vista que a secretaria de saúde já solicitou a nomeação de 02(dois) médicos clínicos geral, aprovados no concurso público 01/ Do mesmo modo deverá ser examinada a quantidade de plantões previstos no pedido para obstetrícia, já que a secretaria esta contratando/nomeando um médico obstetra para o seu quadro permanente aprovado no último concurso nº01/ Recomendo ainda que seja anexado ao processo, parecer do Conselho Municipal de Saúde de Novo Repartimento-Pá. Esta Controladoria entende que: 1. A manutenção da contratação de plantão de enfermeiro não afeta o quadro fixo da SMSS, nem mesmo a efetivação de aprovados em concurso público. A contratação ocorrerá em caráter excepcional e eventual de acordo com a necessidade, ou seja, faz-se necessário a manutenção dessa forma de contratação para eventuais necessidades futuras. 2. Para manter os plantões de enfermeiro no contrato basta existir a possibilidade de não haver profissionais interessados em exercer serviços em caráter e datas excepcionais, como por exemplo: Domingo à noite e/ou véspera de feriado ou em serviços de itinerantes em locais de difícil acesso. Conclui-se que essas contratações eventuais podem ocorrer ou não, e que constando em contrato, o município não fica desassistido do serviço. 3. Conforme já exposto, trata-se de contratações motivadas pela necessidade, portanto, mantém-se no cadastro uma vez que não havendo necessidade, não haverá a contratação. 4. Cabe o mesmo entendimento do item anterior(3). 5

6 5. Esta controladoria reitera a recomendação nº0012/2017-pgm, quanto ao parecer do Conselho Municipal de Saúde. Orienta esta coordenadoria de Controle Interno que seja anexada ao processo a Portaria de nomeação do fiscal do contrato, a Publicação no Mural de Aviso e a publicação do contrato em imprensa Oficial. O Controle Interno declara, para os devidos fins, junto ao Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Pará, nos termos do 1º, do art. 11, da RESOLUÇÃO Nº /TCM de 25 de fevereiro de 2014, que o referido processo, depois de observados e sanados as recomendações em epígrafe, encontra revestido de todas as formalidades legais, nas fases de habilitação, julgamento, publicidade e contratação, estando apto a gerar despesas para a municipalidade. É o parecer, Novo Repartimento - Pá, 03 de Março de Laércio Donato da Silva Coordenador de Controle Interno Port.0017/2017 6