Platão. Filosofia Antiga. Período Sistemático. Platão. Platão. Platão. Platão 06/08/2018 PLATÃO: O NASCIMENTO DA RAZÃO OCIDENTAL

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1 Filosofia Antiga Período Sistemático PLATÃO: O NASCIMENTO DA RAZÃO OCIDENTAL ( a.c. ) Ateniense nato, recebeu a educação clássica dos jovens aristocratas ( o ginásio - os sofistas) Aos vinte anos, começou a frequentar o círculo de Sócrates. estava com 28 anos quando Sócrates morreu. A morte de seu mestre marcou-o profundamente a ponto de enchê-lo de desprezo pela democracia. Assim, a preocupação de sua vida passou a ser a procura de um método pelo qual os mais sábios e melhores pudessem ser descobertos e, depois, habilitados e persuadidos a governar. Após a morte de Sócrates, por medo de represálias, correu o mundo; onde conhece a comunidade pitagórica, e entra em contato com a filosofia de Parmênides e Heráclito. Após 12 anos, voltou a Atenas em 387 a.c., com 40 anos, fundando uma escola de Filosofia chamada Academia, Seus trinta e seis diálogos são agrupados em nove grupos, de acordo com as temáticas trabalhadas: I) Eutífron, Apologia de Sócrates, Críton, Fédon. II) Crátilo, Teeteto, Sofista, Político. III) Parmênides, Filebo, Banquete, Fedro. IV) Alcibíades I, Alcibíades II, Hiparco, Amantes. V) Teages, Cármides, Laques, Lísis. VI) Eutidemo, Protágoras, Górgias. Mênon. VII) Hípias Menor, Hípias Maior, Íon, Menexeno. VIII) Clitofon, República, Timeu, Crítias. IX) Mino, Leis, Epinomis, Cartas. 1

2 a melhor obra de sem menosprezo às demais - é A República: um tratado completo, uma espécie de reduzido a um livro; nele encontramos a sua metafísica, sua teologia, sua ética, sua psicologia, sua pedagogia, sua política, sua teoria da arte. fez oposição aos sofistas, chamados por ele de falsos filósofos. O sofista, segundo, é um mercador, alguém que não entende da verdade e muito menos do bem e que se preocupa somente em agradar as massas, pouco importando se seus argumentos estejam certos ou errados, justos ou injustos. Ao contrário, o filósofo é aquele que se dedica com todo ardor à busca da verdade; pode ele se tornar ridicularizado e antipático porque não adula ninguém, mas oferece conselhos segundo a justiça e a verdade. Para a Filosofia é, concomitantemente, sistema científico e forma de vida. A Filosofia é sistema científico porque conduz à verdade em si mesma e, nesse sentido, é apreensão (conhecimento) da própria forma ou essência do verdadeiro, do bem, do belo, do justo, que se comunica às coisas verdadeiras, boas, belas e justas. A Filosofia, igualmente, é uma forma de vida para assim como foi para Sócrates, visto que possui um fim prático e moral: ela não somente pode nos oferecer uma episteme dos fundamentos e das essências, como também uma conformidade de vida com ela. retoma a discussão justamente onde Sócrates havia terminado: o problema da essência do bem. A abordagem socrática do Sê sábio e serás bom não satisfez o espírito de. 2

3 LINHAS DE PENSAMENTO DA FILOSOFIA PLATÔNICA é um dos primeiros filósofos da Grécia a desenvolver um sistema filosófico completo. Para ele, as coisas concretas desse mundo nada mais são do que sombras, cópias imperfeitas de modelos perfeitos e únicos, as Ideias, que existem eternamente num mundo à parte, superior, o Mundo das Ideias. Como nossa alma, que é inteligente, conviveu com essas ideias antes de se encarnar, ela pode conhecer as coisas deste mundo, reconhecendo, por lembrança, por reminiscência, a Ideia que elas realizavam imperfeitamente. O objetivo, então, de toda Filosofia e, por consequência, do processo educativo é desenvolver um esforço dialético no sentido de elevar a visão das coisas terrenas e atingir a contemplação das ideias. O termo ideia para pode ser traduzido como forma. O plano suprassensível do ser é constituído pelo MUNDO DAS IDEIAS (mundo inteligível). Não são simples conceitos mentais; são entidades ou essências que subsistem em si e por si. No ápice do mundo das ideias se encontra a Ideia dobem, Para, a ideia de Bem é a fonte de ser e da essência de todas as outras ideias; é a mais sublime e mais dominante, a fonte suprema de inteligibilidade para as ideias, sendo a última razão de ser e causa primeira. Argumentos utiliza para provar a existência das ideias? a) Argumento da Reminiscência: temos a ideia de verdade, bondade, igualdade, homem, etc.; ora, essas ideias nós não a tiramos de experiências e, por isso, o conhecimento que delas temos somente pode ser uma recordação de uma intuição que se deu em outra vida. b) Argumento do verdadeiro conhecimento: somente existe conhecimento verdadeiro (episteme) dos conceitos universais; logo, deve existir um mundo inteligível, universal. c) Argumento da contingência: deve existir a ideia necessária, estática, para explicar o nascer e o perecer das coisas: o dois é dois não pela adição de duas unidades, mas pela participação na dualidade. É a isso que chama deinatismodasideias. A Matéria Em, a matéria é um princípio absolutamente privado de qualquer determinação, é um receptáculo privado de todo o bem, porque é o princípio do mal. É privação de toda ordem ou perfeição, é um princípio muito difícil de compreender. É um elemento que está próximo do nada, mas é real; nos dizeres de Aristóteles, como veremos, trata-se de uma potência pura. É para o princípio da corrupção nos corpos. É o receptáculo universal das formas, o lugar onde se refletem as ideias. O MUNDO SENSíVEL são as coisas que vemos e tocamos, que são individuais, mutáveis e perecíveis; ora, mas não sendo ideias, não podem ser a realidade. No fundo, o mundo sensível é um puro vir-a-ser, um devir, como defendia Heráclito. não nega a existência desse mundo sensível, mas o considera como imagem enfraquecida e enganadora da realidade; as coisas são apenas um objeto de opinião (doxa) e não de ciência ou de conhecimento seguro (episteme). 3

4 As Almas Originariamente a alma se encontrava junto aos deuses, vivendo uma vida divina. Em consequência de uma culpa, viu-se sobre a terra, projetada num corpo. A alma que consegue contemplar o Ser e apascentar-se na Planície da verdade (Hiperurânio, local onde as almas se encontram antes de encarnar-se) não cai em um corpo na terra e, de ciclo em ciclo (mil anos) continua a viver em companhia dos deuses e dos demônios. As almas são de natureza espiritual e são eternas. O PROBLEMA ANTROPOLÓGICO De acordo com o pensamento de, a alma humana deve, portanto, libertar-se do corpo, que é tido como o cárcere da alma. Esta libertação, durante a vida terrena, começa e progride mediante a Filosofia, que é a separação espiritual da alma do corpo, e se realiza com a morte, separando-se, então, na realidade, a alma do corpo. O corpo para é visto como algo negativo, inferior à própria alma. Ele é dotado de atividade sensitiva e vegetativa. Segundo, a união da alma espiritual com o corpo é extrínseca, até violenta. A alma não encontra no corpo o seu complemento, o seu instrumento adequado. Mas a alma está no corpo como um cárcere; o intelecto é impedido pelo sentido da visão das ideias, que devem ser trabalhosamente relembradas. E diga-se o mesmo da vontade a respeito das tendências. dizia que a alma humana está dividida em três partes: Alma Concupiscível: é a alma responsável pelos desejos do corpo (nutrição e sexualidade). Alma Irascível: é a alma responsável pelas habilidades de defesa e da autoconservação humana. Alma Racional: responsável pelo controle das atividades das outras almas e, por isso, possui quatro virtudes básicas: temperança, prudência, justiça e coragem. Apenas mediante uma disciplina ascética do corpo, que o mortifica inteiramente, e mediante a morte libertadora, que desvencilha para sempre a alma do corpo, o homem realiza a sua verdadeira natureza: a contemplação intuitiva do mundo ideal. Quanto ao destino das almas depois da morte, pensa o seguinte: o destino da alma depende de sua sabedoria (Filosofia). Em geral, existem dois destinos: a punição eterna e a reencarnação; os que cometem pecados inexpiáveis são condenados eternamente e os que cometem pecados expiáveis ou que vivem a harmonia moral (conforme a justiça) nascem de novo para receber a pena ou o prêmio merecidos. Somente a faculdade racional é imortal. A doutrina da reencarnação das almas, a metempsicose, foi exposta por em diversos diálogos, especialmente em Fedon, Górgias e em A República. O comportamento humano, diz, decorre de três fontes principais (também chamadas de alma por ): Desejo: tem o seu centro no baixo ventre, um reservatório de energia, fundamentalmente sexual. Emoção: tem o seu centro no coração, no fluxo e na força do sangue; é a ressonância orgânica da experiência e do desejo. Conhecimento: tem o seu centro na cabeça; ele é o olho do desejo e pode se tornar o piloto da alma. Essas forças e essas qualidades estão todas em cada indivíduo, mas em graus variados. 4

5 Dependendo da predominância dessas forças e qualidades, o indivíduo tem uma função social: Desejo comércio, trabalho. Emoção exército, coragem. Conhecimento liderança. Para, então, o Estado perfeito é aquele em que as forças industriais iriam produzir, mas não governar; as forças militares iriam proteger, mas não governar; as forças do conhecimento, da ciência e da Filosofia seriam alimentadas e protegidas e iriam governar. Assim, somente um rei filósofo está apto a guiar uma nação. Como, então, chegar a essa Utopia proposta por? O primeiro passo é a EDUCAÇÃO UNIVERSAL. entende que é a sociedade quem corrompe o homem e que as crianças devem ser retiradas de seus pais (para não aprenderem esses vícios) e entregues ao Estado. No processo educacional, cada uma vai descobrindo a que estratificação social pertence: desejo/comércio, emoção/exército, conhecimento/filosofia. Tal processo assim se constituiria: Zero-20 anos: a crianças seriam tiradas de suas mães e educadas comunitariamente; receberiam educação em ginástica (corpo) e música (estética). Os melhores alunos passariam à outra fase e os outros se dedicariam ao comércio anos: estudar-se-ia aritmética, geometria e astronomia. Os melhores alunos passariam à fase seguinte e os demais dedicar-se-iam ao exército anos: a creme de lacreme teria a honra de estudar 05 anos de Filosofia (30-35 anos) e, após 15 anos (35-50 anos) de estudos práticos dos assuntos do governo, mergulhando nos hábitos do mundo, eram considerados aptos a governar. Em síntese: ética é a eficiente harmonia do todo. 5