IPAI XX Conferência Anual Auditoria: Tendências Futuras Governo das Sociedades e Controlo de Risco
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1 Lisboa, 21 de novembro de 2013
2 I - Enquadramento Governo das Sociedades (Corporate Governance): Sistema de normas e práticas relacionadas com a estrutura de poderes decisórios e a gestão dos conflitos de interesses numa organização Distribuição de direitos e responsabilidades entre os diferentes membros de uma organização Mecanismo de monitorização da atuação, das políticas e das decisões da organização Controlo de riscos Métodos de identificação de potenciais perdas e de ações destinadas a reduzir essas ameaças Identificação de potenciais fatores de risco (operacionais, financeiros, reputacionais) e aplicação de alterações com vista à redução desses riscos O governo dos riscos (risk governance) Criação e monitorização do funcionamento de estruturas de governo e fluxos funcionais com vista à identificação e mitigação eficiente dos riscos e da sua transformação em valor Objetivo: proteção da organização e dos stakeholders, criação de valor, crescimento sustentado da instituição 2
3 II Âmbito de relevância Imprescindibilidade do Governo de Riscos em todas as formas das grandes organizações: Sociedades comerciais Empresas públicas ou participadas Fundos de investimento Fundos de pensões Entidades reguladoras Institutos públicos Bolsas de valores Especial importância e regulação do controlo de riscos em algumas instituições: Nas instituições financeiras (arts. 305º-A a 305º-D CVM e Aviso 5/2008 BdP) maior complexidade risco sistémico Nas empresas públicas e participadas pelo Estado impacto no equilíbrio financeiro do Estado repercussões nos contribuintes No entanto: ausência de regulação ou menção específica aos mecanismos e funções de controlo de riscos no DL 133/2013 Setor público empresarial 3
4 III Governo das Sociedades e controlo de riscos nas fontes internacionais e no direito comparado Antes da crise financeira: Princípios OCDE sobre Corporate Governance e Controlo de Riscos (2004) Depois da crise financeira: A crise financeira e respetivo impacto no governo do controlo de riscos Desenvolvimentos internacionais e de direito comparado recentes em matéria de governo dos riscos: Relatório OCDE sobre Risk Management and Corporate Governance (2013) Basel Committee 2010 Principles for Enhancing Corporate Governance (2010) Relatório do FSB sobre Risk Governance (2013) UK Corporate Governance Code (revisão 2013) 4
5 VI - Estruturas e funções do governo dos riscos O governo do órgão de administração e o controlo dos riscos Órgão de administração responsável de topo pelas estruturas de controlo de risco Definição clara do papel e funções de gestão do risco Alocação clara e inequívoca de responsabilidades de controlo e gestão do risco Estruturas e responsabilidades de controlo e gestão dos riscos adaptadas à dimensão, complexidade e modelo de negócio da instituição Órgão de administração poder/dever de aprovação das políticas de riscos, de gestão de riscos, de compliance e dos sistemas de controlo interno Comité de riscos: deve Existir Ser autónomo Assegurar os planos estratégicos da instituição no que respeita à gestão dos riscos deles resultantes (risco de crédito, de mercado, operacional, de compliance, reputacional e outros) Fiscalizar a implementação dos planos estratégicos pelas direções 5
6 VI - Estruturas e funções do governo dos riscos O governo do órgão de fiscalização e de supervisão e o controlo dos riscos Independência do órgão como pressuposto do controlo efetivo dos riscos (art. 414º/5 CSC) Dever de fiscalização da eficácia do sistema de gestão de riscos, do sistema de controlo interno e do sistema de auditoria interna, se existentes - arts. 420º/1(i), 432º-F/1 (i) e 441º/1(i) CSC Função de gestão de riscos: Responsabilidade pela gestão horizontal dos riscos da instituição de acordo com o perfil de risco definido pelo órgão de administração Avaliação independente das estruturas e funcionamento da área de gestão de riscos Função independente de auditoria interna Reporte direto da auditoria interna ao órgão de administração Contratação de peritos e auditores externos para a condução de averiguações sobre governo de riscos da instituição e políticas de gestão do risco independente da área ou das atividades internas auditadas Revisão dos relatórios de auditoria pelo órgão de administração Mecanismos de avaliação das qualificações e competências dos diretores da unidade de auditoria interna 6
7 IV Governo das sociedades e controlo de riscos em Portugal Código das Sociedades Comerciais: Regime relativo ao controlo de riscos e seu governo evolução reativa recente determinada pelos escândalos financeiros do início do séc. XXI Introdução dos conceitos de gestão de riscos, controlo interno e auditoria Interna Instrumentos de Soft Law: Mais adequados à especificidade setorial dos riscos que cada organização enfrenta e às diferenças da respetiva capacidade económica para suportar uma estrutura complexa de controlo de riscos One size does not fit all Recomendações da CMVM em matéria de risk governance Marcada evolução a partir da revisão de 2007 Cultura do controlo de riscos em Portugal: pouco significativa Grau de implementação das recomendações sobre controlo de risco em Portugal: 90% em
8 V Expressão regulatória dos princípios sobre o governo dos riscos Direito imperativo (hard law): A cargo do órgão de administração: Divulgação e descrição, no relatório de gestão de cada exercício, dos principais riscos e incertezas com que a sociedade se defronta [arts. 66º/1, 66º/5%h), 508º-C e 508º-C/57e) CSC] A cargo do órgão de fiscalização: Dever de fiscalização da eficácia do sistema de gestão de riscos, do sistema de controlo interno e do sistema de auditoria interna, se existentes [arts. 420º/1(i), 432º-F/1 (i) e 441º/1(i) CSC] Regras de natureza recomendatória (soft law): A cargo do órgão de administração: Fixação dos objetivos em matéria de assunção de riscos e criação de sistemas pata o seu controlo (II.1.5 CGS-CMVM) A cargo do órgão de fiscalização Avaliação dos sistemas de controlo interno e de gestão de risco (II.2.4 CGS-CMVM) Pronúncia sobre os planos de trabalho e os recursos afetos aos serviços de auditoria interna e de compliance (II.2.5 CGS-CMVM) 8
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