TRÁFICO DE ENTORPECENTES: ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA E DESCLASSIFICAÇÃO PARA CONSUMO.

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1 TRÁFICO DE ENTORPECENTES: ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA E DESCLASSIFICAÇÃO PARA CONSUMO. Ana Paula Werlang 1 André Cezar 2 RESUMO: O artigo aborda a denúncia por crime de tráfico de entorpecentes, a absolvição sumária, a exceção de incompetência do juízo pela existência de condições de desclassificação para a conduta de consumo de entorpecentes. PALAVRAS-CHAVES: Entorpecentes. Crime. Tráfico. Consumo. Denúncia. Exceção de Incompetência. INTRODUÇÃO O crime de tráfico de entorpecentes está previsto no artigo 33 da Lei de 26 de agosto de 2006, regulamentada pelo Decreto 5.912, de 27 de setembro de 2006, através da qual, além da previsão das condutas de tráfico (artigo 33), também previu a conduta do consumo (artigo 27), sob a seguinte rubrica: Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências. Definido o procedimento pela lei especial, diferenciou o tratamento para o crime de tráfico e de uso de entorpecentes, descrevendo, em suma, que o magistrado, para o caso de tráfico, ao receber a denúncia do Ministério Público, ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias (artigo 54), consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado poderá argüir preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos e justificações, 1 Advogada. 2 Especialista e Mestre em Direito Penal e Processo Penal. Advogado, professor e coordenador do Curso de Direito da Ulbra, Guaíba, RS.

2 2 especificar as provas que pretende produzir e, até o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas. (artigo 54, 1º). O legislador adotou previsão semelhante nas alterações do Código de Processo Penal determinou que oferecida Denúncia pelo Ministério Público, por ser crime de ação penal pública incondicionada, o juiz determinará a citação para que o acusado ofereça resposta escrita, no prazo de 10 dias (artigo 395 do CPP), alegando tudo que entender cabível, na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário (artigo 396-A). Em comum com a lei especial de tóxicos o CPP prevê a obrigatoriedade de apresentação da defesa preliminar, com a nomeação de defensor para tal fim, respectivamente nos termos do artigo 55, 3º, da Lei /06 e 396-A, 2º, do CPP. Muito embora a Lei /06 não faça previsão expressa sobre a rejeição da denúncia após a resposta escrita, permite e aplicação subsidiária do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal (artigo 48, caput), o que determina a aplicação da absolvição sumária prevista no artigo 397 do Código de Processo Penal, no qual constam a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato (inciso I); a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade (inciso II); que o fato narrado evidentemente não constitui crime (inciso III); ou extinta a punibilidade do agente (inciso IV). Importa ressaltar que a antiga previsão de rejeição da denúncia na forma do artigo 43 do CPP está afastada, considerando a revogação do dispositivo pela Lei /08, o que determina, tecnicamente que não haverá rejeição da denúncia e, sim, absolvição sumária do acusado, nos termos do artigo 397, do Código de Processo Penal. Há entre os crimes de tráfico e consumo, elementares idênticas, a exemplo dos verbos ou núcleos adquirir, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar (artigo 33 da Lei /06); e, adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo (artigo 28 da Lei /06), e, para determinar se a droga destinava-

3 3 se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente (artigo 28, 2º, da Lei /06). Portanto, mesmo que preliminarmente, poderá o magistrado, enfrentando ou limitando a aplicabilidade do in dúbio pro societate, definir, quando entregue a resposta escrita, que não se trata de conduta de tráfico mas de conduta de consumo, nos termos do artigo 28, 2º, da Lei /06, o que poderá ser feito através da própria resposta escrita, com a rejeição de denúncia por atipicidade da conduta de tráfico (artigo 397, inciso III, do CPP), ou de exceção de incompetência por se tratar de conduta passível do procedimento do Juizado Especial Criminal (artigo 48, 1º, da Lei /06). Importa, como fundamental, portanto a verificação dos elementos que determinam a diferenciação entre a conduta de tráfico e consumo de entorpecentes para que, desde logo, haja declaração de atipicidade ou desclassificação, com o consequente reconhecimento de incompetência do juízo. ATIPICIDADE DA CONDUTA A primeira questão diz respeito à desconstituição do crime de tráfico previsto no artigo 33 da Lei /06, considerando a inexistência de materialidade com a conseqüente absolvição sumária do acusado, nos termos do artigo 397, inciso III, do Código de Processo Penal, já que a previsão de rejeição da denúncia na forma do artigo 43, inciso I, do CPP está afastada pela Lei /08. A configuração da tipicidade do crime de tráfico, no momento de oferecimento da Denúncia até poderia ser considerada como questão afeta ao mérito, e dependeria da instrução para sua confirmação, pendente da análise das provas, cuja análise somente seria feita quando da sentença, na forma do artigo 386, inciso III, do CPP. Por mais que represente haver necessidade de dilação probatória, certo é que o magistrado, nesse momento processual, pode (e deve), manifestar-se sobre elementos técnicos que devem ser atendidos para o regular processamento do feito,

4 4 fundamentalmente os pressupostos de existência e validade, que diretamente estão vinculados à materialidade do delito, sob pena de falta de justa causa 3 e afronta ao princípio da legalidade 4. Além do que, a partir do momento em que há possibilidade de reconhecimento da absolvição sumária, a decisão de recebimento da denúncia passa a exigir que o magistrado fundamente sua decisão, mesmo que, para o recebimento, pelo princípio da necessidade de fundamentação das decisões, nos termos do artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal 5. O direito de ação 6 é constitucional e ilimitado, sendo garantia de todo cidadão pleitear a apreciação do Judiciário sobre determinada causa, desde que atendidas certas condições mínimas para o exercício da ação penal, dentre as quais a delimitação da tipicidade do delito, de forma imparcial, fundamentalmente quando o Ministério Público é o titular da ação penal. Antes, ainda vigente o artigo 43 do Código de Processo Penal haveria inépcia da inicial pela falta de correspondência entre os fatos apurados e a descrição na peça acusatória, o que determinaria vício de origem, permitindo a rejeição da denúncia, nos termos do artigo 43, inciso III, do CPP, pois são elementos de cuja existência depende o nascimento da relação processual; sem os quais, portanto, não surge o poder-dever do juiz de emitir uma decisão. 7 Entretanto, não se trata tão somente da falta de correspondência entre os fatos apurados e a narrativa, não permitindo a ampla defesa e o contraditório, mas a criação da conduta de tráfico, firmado por verbos comuns ao uso de entorpecente e que somente 3 Combatido através de Hábeas Corpus, na forma do artigo 647 e 648 do CPP. 4 Artigo 5º, inciso XXXIX, da Constituição Federal e artigo 1º do Código Penal. 5 todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação 6 Artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal. 7 BARROS, Romeu Pires de Campos. Lineamentos do direito processual penal brasileiro. Goiânia: Editado pela imprensa da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás, 1967, volume 1, p. 126.

5 5 não seriam caracterizadores de tráfico pelas circunstâncias objetivas definidas no artigo 28, 2º da Lei /06. Tecnicamente, a configuração da materialidade de tráfico implica na determinação de todos os elementos da tipicidade, ou seja, da descrição da conduta ilícita conforme a determinação do artigo 33 da Lei /06, inclusive quanto aos elementos do tipo, como o fim a que se destina e o dolo genérico e específico. A atribuição da conduta ilícita de tráfico ao acusado, por força dos núcleos adquirir, ter em depósito e guarda, que são idênticos à conduta prevista para o consumo pessoal, no artigo 28 da Lei /06, não permite que a denúncia seja oferecida e recebida na forma mais gravosa para o acusado, por conta dos elementos de prova produzidos e que determinariam a diferença entre as condutas, mas fundamentalmente pelas conseqüências determinadas pelo tipo penal, que estão em extremos entre a privação da liberdade 8, prestação de serviço à comunidade 9 e o tratamento do viciado 10. É pensamento comum no meio jurídico: No atual quadro social de concretização de políticas penais de emergência 11, em que se nota um incansável furor punitivo patrocinado pelos movimentos da lei e ordem que buscam, através da exploração do medo, atropelar as garantias constitucionais sob a desculpa de que algo deve ser feito. 12 O problema está na atribuição do crime de tráfico, em flagrante tipificação mais gravosa por mero subjetivismo, ou seja, apesar de estar delimitada pelos verbos adquirir, guarda ou ter em depósito para uso, a denúncia que narra os mesmos núcleos do tipo do tráfico e do consumo deve, necessariamente portar elementos concretos para 8 Artigo 33, caput, da Lei /06. 9 Artigo 28, 5º, da Lei /06 10 Artigo 28, 7º, da Lei / SICA, Leonardo. Direito Penal de emergência e alternativas à prisão. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, CHOUKR, Fauzi Hassan. Processo Penal de Emergência. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, BIZZOTO, Alexandre e Andréia de Brito Rodrigues. Nova Lei de Drogas Comentários à Lei n de 23 de agosto de Rio de Janeiro: Lúmen Júris Editora, 2007, p. 159.

6 6 demonstração de qualquer esboço de traficância, sob pena de estar, tanto o Ministério Público quanto o magistrado, excedendo os limites do chamado in dúbio pro societate: a simples posse de drogas para uso pessoal, ou seu consumo em circunstâncias que não envolvam perigo concreto para terceiros, são condutas que, situando-se na esfera individual, se inserem no campo da intimidade e da vida privada, em cujo âmbito é vedado ao Estado e, portanto o Direito penetrar. Assim como não se pode criminalizar e punir, como, de fato não se pune, a tentativa de suicídio e a autolesão; não se podem criminalizar e punir condutas, que menos danosas que aquelas podem encerrar, no máximo, um simples perigo de autolesão 13. Trata-se de preceito constitucional a defesa da dignidade da pessoa humana, para o que a criminalização de conduta penal exige, além dos elementos objetivos 14, que esta cause dano social relevante para que não haja a violação da norma e das prerrogativas fundamentais do indivíduo. Em havendo a configuração do delito pelas condutas comuns entre a traficância e o consumo, cumpre ao Ministério Público e, mais ao magistrado, o dever de individualizar tal conduta com as elementares do crime mais gravoso, sob pena de estar sendo principiada ação penal sem justa causa, pois firmada em conduta atípica para tráfico, passível de absolvição sumária ou, em grau mais ameno, o reconhecimento imediato de incompetência do juízo. Tanto assim, que confronto entre a tipicidade do artigo 33 com o artigo 28, ambos da lei, não cabe ao acusado produzir qualquer espécie de provas de que é usuário, cabendo ao Estado todo o ônus probatório, atendendo-se ao princípio constitucional da presunção da inocência. A situação duvidosa perante a autoridade policial ou judicial necessariamente deve funcionar a favor da versão de quem está em situação de se envolver com a droga e que alega o consumo pessoal. 13 Maria Lúcia Karam. Revisitando a sociologia das drogas. Verso e Reverso do Controle Penal. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora. Ano 2002, p Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente (artigo 28, 2º, da Lei /06)

7 7 ATIPICIDADE DA CONDUTA POLÍTICAS PÚBLICAS Alguns doutrinadores a nível nacional e, principalmente oriundos do Rio Grande sustentam com sabedoria, a distinção entre a produção de tipos penais que, mesmo de forma abstrata atingiriam a ordem pública, como é o caso do tráfico em relação à saúde pública, e condutas que não devem ser tipificadas por conta da omissão do próprio Estado nos procedimentos para prevenção e terapia dos usuários. Ou seja, a tipificação da conduta e respectiva punição do consumidor, nos termos do artigo 28 serviria como forma de suprir a deficiência, inércia e inaptidão do Estado para com essa conduta tipificada indevidamente. A fim de evitar tautologia, segue transcrição parcial do acórdão, cuja cópia integral segue em anexo, proferido pelo Desembargador JOSÉ HENRIQUE TORRES, na Apelação Criminal / , proferida junto à 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo: Todavia, a criminalização primária do porte de entorpecentes pra uso próprio é de indispensável insustentabilidade jurídicopenal, porque não há tipificação de conduta hábil a produzir lesão que invada as limites da alteridade, e viola frontalmente os princípios da igualdade e da inviolabilidade da intimidade da vida privada, algemados pelo artigo 5º da Constituição Federal como dogmas da garantia individual. Como observa Salo de Carvalho a permanência da lógica bélica e sanitarista nas políticas de drogas no Brasil é fruto da opção por modelos punitivos moralizadores e que sobrepõe a razão de Estado à razão de Direito, pois desde a estrutura do Direito Penal Constitucional, o tratamento punitivo do uso de entorpecentes é injustificável. O argumento de que o artigo 28 da lei /06 é de perigo abstrato, bem como a alegação de que a saúde pública é o bem tutelado, não é sustentável juridicamente, pois contraria inclusive a expressão típica desse dispositivo criminalizador, lavrado pela própria ideologia proibicista, o qual estabelece os limites de sua incidência pela elementares elegidas, que determinam expressamente o âmbito individualista da lesividade e proíbem o expansionismo desejado.

8 8 Basta ler o tipo penal em menção que descreve, para incidência da conduta que pretende criminalizar, exclusivamente aquela de quem adquire, guarda, tem em depósito, transporta ou porta, para consumo pessoal, drogas proibidas. O elemento subjetivo do tipo evidenciado pela expressão para consumo próprio, delimita com exatidão o âmbito de lesividade e impede qualquer interpretação expansionista que extrapasse os lindes da autolesão. Com efeito, como assevera Maria Lúcia Karam, é evidente que na conduta de uma pessoa, que, destinando-a a seu próprio uso, adquire ou tem a posse de uma substância que causa ou que pode causar mal à saúde, não há como identificar ofensa à saúde pública, dada a ausência daquela expansibilidade do perigo (...). Nesta linha de raciocínio, não há como negar incompatibilidade entre aquisição e posse de droga para uso pessoal - não importa em que quantidade e a ofensa à saúde pública, pois não há como negar que a expansibilidade do perigo e a destinação individual são antagônicas. A destinação pessoal não se compatibiliza com o perigo para interesses jurídicos alheios. São coisas conceitualmente antagônicas: tem algo para difundir entre terceiros, sendo totalmente fora de lógica sustentar que a proteção à saúde pública envolve a punição da posse de drogas para uso pessoal. Dessa forma, no entendimento lastreado, o usuário de drogas não ofende ao bem juridicamente tutelado, que é a saúde pública, restando como simples autolesão, nos limites da sua individualidade, onde o Estado não interfere, tampouco pode punir, servindo como caso de atipicidade da conduta, nos termos do artigo 386, inciso III, do CPP. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA E EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA A Lei /06 não faz previsão expressa sobre a rejeição da denúncia mas o artigo 397 do Código de Processo Penal, em substituição ao artigo 43 (causas de rejeição da denúncia), define as causas de absolvição sumária, no qual constam a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato (inciso I); a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade

9 9 (inciso II); que o fato narrado evidentemente não constitui crime (inciso III); ou extinta a punibilidade do agente (inciso IV). Antes, porém, no mesmo sentido do Código de Processo Penal, a Lei /06 dispõe que a resposta escrita do acusado consistente em defesa preliminar e exceções, poderá trazer toda matéria de defesa que entender pertinente, sobretudo a atipicidade da conduta do crime de tráfico, o que seria causa de absolvição sumária (artigo 397, inciso III), e a exceção de incompetência (artigo 95, inciso II, do CPP), que seria processada em apartado, conforme disposição expressa do artigo 55, 2º, da lei especial. Considerando que a exceção de incompetência, em procedimento próprio 15 não suspende a ação penal 16, poderá o feito ter andamento normal, com a designação de instrução, sem que, obrigatoriamente tenha ocorrido a decisão do magistrado, o que permite que se prolongue o feito, sem decisão sobre incompetência até a sentença do mérito. Verificada a conduta do artigo 28 da Lei /06, o magistrado está diante do necessário reconhecimento de que a competência é do juizado especial criminal, nos termos do artigo 48, 1º, da referida lei, motivo pelo qual, deveria remeter o feito a quem de direito, para as providências cabíveis àquele que cometeu a conduta como usuário Código de Processo Penal - Art A exceção de incompetência do juízo poderá ser oposta, verbalmente ou por escrito, no prazo de defesa. 1o Se, ouvido o Ministério Público, for aceita a declinatória, o feito será remetido ao juízo competente, onde, ratificados os atos anteriores, o processo prosseguirá. 2o Recusada a incompetência, o juiz continuará no feito, fazendo tomar por termo a declinatória, se formulada verbalmente. 16 Código de Processo Penal Art As exceções serão processadas em autos apartados e não suspenderão, em regra, o andamento da ação penal. 17 Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal. 1o O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais. 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários. 3o Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no 2o deste artigo serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a detenção do agente.

10 10 CONSIDERAÇÕES FINAIS A dúvida sobre a materialidade existe (tráfico ou uso), o que, por ser matéria de mérito, não poderia ser antecipada no ato de recebimento da denúncia, motivo pelo qual, a denúncia seria recebida de acordo com a tipificação atribuída pelo Ministério Público e, posteriormente aferida e comprovada para eventual condenação, uma vez que a dúvida que nesse momento favorece a sociedade, é a mesma dúvida que, persistindo, implica em favor do réu, resultando na absolvição por falta de provas, no termos do artigo 386, inciso VII, do CPP. A dúvida sobre a materialidade (tráfico ou uso), não poderá gerar qualquer prejuízo ao acusado, por conta de raciocínio subjetivo do Ministério Público, principalmente no que diz respeito à liberdade; ou seja, além da materialidade como pressuposto de aplicação da pena, numa eventual condenação, desde logo, a discussão (dúvida) gera prejuízo irreparável ao acusado que pode estar preso por conta de materialidade dúbia que ainda será aferida e poderá ser confirmada, ou não; motivo pelo qual, a simples condição preliminar de tráfico, isolada de outros elementos indicadores de traficância, permitiria a desclassificação para o uso, que mesmo tipificado, não permitiria, sequer a privação da liberdade, caso o acusado estivesse preso. A dúvida, no momento preliminar favorece a sociedade, porém, limita-se ao oferecimento e recebimento da denúncia, em atendimento do principio de indisponibilidade da ação penal pública, decorrente dos indícios de autoria e materialidade. 4o Concluídos os procedimentos de que trata o 2o deste artigo, o agente será submetido a exame de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária entender conveniente, e em seguida liberado. 5o Para os fins do disposto no art. 76 da Lei no 9.099, de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta.

11 11 Assim, pela dúvida que se vincula à definição exata de que se trata de consumo e não tráfico, mesmo que haja o recebimento formal da denúncia, tal dúvida antecede o juízo conferido às provas que serão colhidas no decorrer da instrução e, que na insuficiência, levarão à absolvição do acusado da prática do crime de tráfico, nos termos do artigo 33 da Lei /06; ou, a desclassificação da conduta para o consumo próprio, nos termos do artigo 28 da referida lei. Tal raciocínio passa pela aplicação de princípios e regras processuais penais. A regra é que o Ministério Público, pelo princípio da obrigatoriedade e indisponibilidade da ação penal, a ofereça pela existência de indícios de autoria e materialidade e mantenha o seu curso até final sentença, o que acarreta a aplicação do princípio in dubio pro societate, que não favorece o acusado, mas que deverá ser confirmado na instrução criminal, sob pena de, ao final, a mesma dúvida favorecer o acusado e restar absolvido pelo in dubio pro reo, nos termos do artigo 386, inciso VI, do CPP. Ou seja, a dúvida sobre ser tráfico ou consumo próprio, firmada por núcleos idênticos, deve ser analisada em dois sentidos, obrigatoriamente, pela preservação dos direitos da sociedade e das garantias constitucionais do acusado, fundamentalmente a liberdade. Da sociedade, pelo princípio do Livre Acesso á Justiça, em face do oferecimento e recebimento da denúncia; o acusado, pelo direito constitucional de liberdade, do devido processo legal, do Contraditório e Ampla Defesa e, principalmente pelo, hoje, menos difundido, princípio da presunção de inocência. É questão técnica fixada sobre os mesmos núcleos de duas condutas que, embora tipificadas resultam em conseqüências extremas como restrição de liberdade pelo tráfico, com pena de reclusão de 5 a 15 anos, e na aplicação da justiça terapêutica, que vai da advertência sobre os efeitos das drogas (artigo 28, inciso I, da Lei /06), passando pela prestação de serviços à comunidade (artigo 28, inciso II, da Lei /06), para, no máximo determinar medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo (artigo 28, inciso III, da Lei /06).

12 12 Sendo assim, por haver soluções viáveis para, desde logo impedir o prosseguimento da ação penal com base em denúncia por crime de tráfico, sem definição dos elementos objetivos para a conduta do artigo 33 da Lei /06, haverá o encaminhamento para a absolvição sumária (artigo 397, inciso III, do CPP), exceção de incompetência (artigo 55, 2º, da Lei /06 c/c artigo 95, II, do CPP); ou, até mesmo a via do Hábeas Corpus, por falta de justa causa para a ação (artigo 647 e 648, I, do CPP). REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS ARRUDA, Samuel Miranda. Drogas aspectos penais e processuais penais (Lei /2006). Editora Método BARROS, Romeu Pires de Campos. Lineamentos do direito processual penal brasileiro. Goiânia: Editado pela imprensa da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás, 1967, volume 1, p BIZZOTTO, Alexandre e Andréia de Britto Rodrigues. Nova Lei de Drogas Comentários à Lei , de 23 de agosto de Lumen Júris BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. Volume 1. Editora Saraiva CHOUKR, Fauzi Hassan. Processo Penal de Emergência. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, KARAM, Maria Lúcia. Revisitando a sociologia das drogas. Verso e Reverso do Controle Penal. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora. Ano 2002, p LOPES JR., Aury. Introdução Crítica ao Processo Penal Fundamentos da Instrumentalidade Garantista. Lúmen Juirs editora NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 4ª edição. Editora Revista dos Tribunais SICA, Leonardo. Direito Penal de emergência e alternativas à prisão. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2002.

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