ESTRATIGRAFIA DE SEQÜÊ CIAS DO I TERVALO APTIA O AO ALBIA O A BACIA DO ARARIPE, E DO BRASIL

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEODINÂMICA E GEOFÍSICA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO ESTRATIGRAFIA DE SEQÜÊ CIAS DO I TERVALO APTIA O AO ALBIA O A BACIA DO ARARIPE, E DO BRASIL Autor: Fábio Enrique Malagón Rojas Orientador: Prof. Dra. Valéria Centurion Córdoba Dissertação n o 73/ PPGG Natal RN, Fevereiro de 2009

2 Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Ciências Exatas e da Terra Programa de Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica Dissertação de Mestrado ESTRATIGRAFIA DE SEQÜÊNCIAS DO INTERVALO APTIANO AO ALBIANO NA BACIA DO ARARIPE, NE DO BRASIL Autor: Fábio Enrique Malagón Rojas Dissertação de Mestrado apresentada em 27 de fevereiro de 2009, ao Programa de Pós- Graduação em Geodinâmica e Geofísica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para a obtenção do título de Mestre em Geodinâmica e Geofísica. Banca Examinadora: Prof. Dr. Valéria Centurion Córdoba (DG/PPGG/UFRN Orientadora) Prof. Dr. Virgínio Henrique Neumann (PGeo/UFPE) Prof. Dr. Francisco Pinheiro Lima Filho (DG/PPGG/UFRN) Natal RN, Fevereiro de 2009

3 Depois de terminar o mestrado fiquei muito tempo pensando sobre tudo o que aconteceu nestes dois anos que transcorreram desde o dia em que cheguei a Natal. Conclui que, mais que um mestrado, foi um tempo de reconhecimento pessoal, onde aprendi muitas coisas tanto pessoais como profissionais. Conheci pessoas simplesmente maravilhosas, as quais vou levar em meu coração por toda a minha vida. Primeiramente quero agradecer à minha família por todo o apoio que recebi nos momentos difíceis e nas alegrias que tive durante este tempo. Aos meus amigos da Colômbia que em todos os momentos estiveram atentos ao que acontecia comigo dia a dia. Obrigado por toda a força que mesmo de longe enviaram para mim. Agradeço especialmente à minha orientadora Profa. Dra. Valéria Centurion Córdoba, por todo o tempo que dedicou a mim e por poder desenvolver este trabalho da melhor maneira. Obrigado pela paciência que teve na parte final, por suas acertadas correções que ajudaram no momento justo para adiantar e terminar com muita qualidade este Mestrado. Ao projeto de Bacias Interiores e à Agência Nacional do Petróleo pelo apoio financeiro. Ao Programa de Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica (PPGG) pela oportunidade de desenvolver meu Mestrado e pela disponibilidade de sua infraestrutura e de materiais. Agradeço ao DNPM pela disponibilidade dos dados de poços do Projeto Santana e ao Professor Dr. Virginio Henrique Neumann, por todo o apoio na cidade de Recife, no acompanhamento das descrições dos testemunhos e por seus valiosos aportes para o presente trabalho. Ao professor Dr. Emanuel Ferraz Jardim de Sá, por seu apoio e sua contribuição nas viagens de campo. Aos demais professores do Programa de Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica (PPGG): professores Dr. Alex Francisco Antunes, Dra. Débora do Carmo Sousa e Dr. Fernando Lins, porque sempre estiveram presentes e foram mais que docentes. Obrigado por todas as aulas, viagens de campo e pela amizade que sempre tiveram comigo. Agradeço também ao Prof. Dr. Claiton Scherer (UFRGS) por todo o seu valioso conhecimento, foi muito importante para este trabalho.

4 Quero agradecer à Filipa Maria, porque com ela estreitei laços de uma forte amizade e porque foi uma verdadeira irmã. Agradeço à Patrícia por sua grande alegria, foi legal mesmo. Ao Hugo por sua amizade e por todo o tempo compartilhado no Brasil. Ao Henio e ao Ajosenildo por todo o apoio e também por ter sido os irmãos que foram. À Fátima, Diogo e Camila por suas amizades e por suas correções do meu português. A Camilla, Luana, Katiane e Axel que sem importar que fossem embora no começo do meu mestrado foram gente fina. Agradeço de todo o coração à Nilda por tudo, foi realmente um anjo para mim. Ao Sr. Emanuel por seu apoio incondicional e por me ensinar muitas coisas do idioma e da cultura nordestina. Ao Sr. Antônio pela companhia nas viagens de campo e por suas aulas informais de português. Finalmente meu maior agradecimento vai para minha namorada Diana, que sem se importar com a distância sempre esteve ao meu lado, com uma ligação, com uma mensagem, com todo o sentimento... Foi a pessoa que mais força me deu e que nunca me deixou ir para o chão. Por isso muito obrigado Diana!!!!!!!!!!!.

5 O presente trabalho tem como objetivo principal realizar uma análise estratigráfica detalhada do intervalo Aptiano ao Albiano na parte leste da Bacia do Araripe, NE do Brasil, o qual corresponde, litoestratigraficamente, às formações Rio da Batateira, Crato, Ipubí e Romualdo. A análise estratigráfica envolveu três etapas distintas, a análise 1D, 2D e 3D, nas quais foram adaptados os conceitos da estratigrafia de seqüências visando elaborar um arcabouço de caráter cronoestratigráfico para a porção estudada da bacia. Tal estudo contou com uma base de dados integrada por informação de campo e de poços pertencentes ao projeto Santana, realizado pelo Ministério de Minas e Energia- DNPM- CPRM nos anos de 1977 e A análise 1D, por meio da análise individual de cada afloramento e poço, permitiu o reconhecimento de 13 fácies sedimentares, individualizadas com base principalmente nas litologias predominantes e nas estruturas sedimentares. Tais fácies são representadas litologicamente por conglomerados, arenitos, pelitos, calcários, margas e evaporitos. As mesmas se associam de forma a caracterizar diferentes sistemas deposicionais, que integram desde o ambiente continental (sistemas fluvial e lacustre), ambiente parálico (sistemas deltaico e lagunar) até o ambiente marinho (sistema plataformal). O primeiro deles, o sistema fluvial, foi dividido em dois sub-tipos: o sistema fluvial meandrante, caracterizado por depósitos de preenchimento de canal e depósitos de planície de inundação, e o sistema fluvial entrelaçado formado principalmente por depósitos de preenchimento de canal; as fácies deste sistema se associam verticalmente segundo ciclos de afinamento textural para o topo (padrão em sino nos perfis geofísicos). O sistema lacustre, relacionado principalmente aos litótipos da Formação Crato, apresenta uma boa distribuição na bacia, sendo composto por depósitos de pelitos verdes e calcários laminados. O sistema deltaico, representado por depósitos de prodelta e de frente deltaica, os quais se dispõem verticalmente em ciclos com granocrescência para o topo (padrão em sino invertido nos perfis geofísicos). O sistema lagunar caracteriza-se pela presença de depósitos de anidrita e gipsita, além dos depósitos de pelitos negros com restos vegetais, os quais não contêm uma fauna tipicamente marinha. O sistema de plataforma marinha é composto por sucessões de pelitos pretos e cinza

6 com faunas fossiliferas de Dinoflagelados (gêneros Spiniferites Mantell, Subtilisphaera Jain e Subtilisphaera Millipied), típicas de este tipo de sistema deposicional. As fácies sedimentares descritas se arranjam verticalmente de forma a compor ciclos com padrões de empilhamento progradacional, os quais formam ciclos com engrossamento textural para o topo, e retrogradacional, representados por ciclos com afinamento textural para o topo. Com base nestes ciclos, em seus padrões de empilhamento e na mudança verticais entre estes padrões, foram reconhecidos os tratos de sistemas e as seqüências deposicionais. Os tratos de sistemas de Nível Baixo e o de Nível Alto são compostos por ciclos com padrão de empilhamento progradacional; o Trato de Sistemas Transgressivo, por sua vez, é formado por ciclos com padrão de empilhamento retrogradacional. A análise estratigráfica 2D foi elaborada por meio da realização de duas seções estratigráficas. Para a escolha do datum foi privilegiada a superfície de máxima inundação mais basal, interna à Seqüência 1. A elaboração destas seções possibilitou compreender o comportamento de seis seqüências deposicionais ao longo da área de estudo, as quais foram interpretadas como ciclos de segunda ordem ou superciclos (ciclos com durações entre 3 e 10 Ma), segundo a classificação de Vail, et al (1977). A Seqüência 1, mais antiga das seis seqüências identificadas, é composta pelos tratos de sistemas de Nível Baixo, Transgressivo e de Nível Alto. Os dois primeiros tratos são formados exclusivamente pelos depósitos fluviais da Formação Rio da Batateira, ao passo que o terceiro inclui depósitos deltaicos e lacustres da Formação Crato. As seqüências 2 e 3 são formadas pelos tratos de sistemas Transgressivo (TST; fase de expansão do lago) e de Nível Alto (TSNA; fase retração do lago). Os TST s destas seqüências são formados por depósitos lacustres, ao passo que os TSNA s contêm depósitos deltaicos, indicando assim condições de alta taxa de suprimento sedimentar na época da deposição deste. A seqüência 4 é formada pelos tratos de sistemas de Nível Baixo (TSNA), Transgressivo e de Nível Alto. O TSNB registra uma queda importante do nível base do lago; este trato se desenvolveu em condições de baixa razão entre a taxa de criação de espaço de acomodação e a taxa de influxo sedimentar. O TST marca a terceira fase de expansão do sistema lacustre na seção pós rifte da bacia; o sistema lacustre implantado no trato anterior inicia uma fase de retração em condições em que a taxa de aporte sedimentar passa a suplantar a de criação de espaço de acomodação. A seqüência 5 desenvolveu-se em duas fases distintas. A primeira relaciona-se com a última etapa de expansão do lago, (TST), trato basal desta seqüência. Nesta fase, o nível base do lago subiu consideravelmente. A segunda fase, relacionada ao TSNA), indica o final do domínio lacustre na Bacia do Araripe e a mudança para sistemas lagunares e de planície de maré, com grande desenvolvimento das porções de

7 supramaré. Estes sistemas eram formados por lagunas restritas, com lâmina de água rasa, e com conexão intermitente com o mar. Esta foi a fase em que a Bacia do Araripe registrou as mais severas condições de aridez de todo intervalo estudado, Aptiano ao Albiano, condições estas que propiciaram a formação de depósitos evaporíticos. A seqüência 6 iniciou sua deposição após uma queda significativa do incipiente mar (TSNB). Esta seqüência é, indubitavelmente, a que contém os depósitos que comprovam a efetiva entrada do mar na Bacia do Araripe. O TST, trato final desta seqüência, representa o momento em que o nível do mar atingiu o seu máximo durante todo o intervalo Aptiano ao Albiano. A análise estratigráfica do intervalo Aptiano ao Albiano permitiu compreender que o controle principal no desenvolvimento das seqüências deposicionais reconhecidas na Bacia do Araripe foram às variações do nível de base local, as quais são controladas, por sua vez, pelas mudanças climáticas.

8 This study has as a main objective to make a detailed stratigraphic analysis of the Aptian- Albian interval in the east part of Araripe Basin, NE of Brazil which correspond, litostratigraphically, to Rio Da Batateira, Crato, Ipubi and Romualdo formations. The stratigraphic analysis was based on three different stages, the 1D, 2D and 3D analysis; these ones were adapted to the sequence stratigraphy concepts in order to create a chronostratigraphic framework for the study area within the basin. The database used in the present study contains field and well information, wells that belong to Santana Project, carried out by the Ministério de Minas e Energia- DNPM- CPRM from 1977 to The analysis 1D, which was done separately for each well and outcrop allowed the recognition of 13 sedimentary facies, mainly divided based on predominant litologies and sedimentary structures. Such facies are lithologically represented by pebble, sandstones, claystones, margas and evaporates; these facies are associated in order to characterize different depositional systems, that integrate from the continental environment (fluvial system and lacustre), paralic system (delta system and lagunar) to the marine environment (shelf environment). The first one, the fluvial system was divided into two subtypes: meandering fluvial system, characterized by fill channel and floodplain deposits; the facies of this system are associated vertically according to the textural thinning upward cycles (dirting-up trend pattern in well logs). Lacustrine environment is mainly related with the lithotypes of the Crato Formation, it shows a good distribution within the basin, been composed by green claystone deposits and calcareous laminated. Deltaic System represented by prodelta and delta front deposits which coarsening upward tendency. Lagunar system is characterised by the presence of anhydrite and gypsum deposits besides the black claystone deposits with vegetal fragments which do not contain a fauna typically marine. The marine platform system is composed by successions of black and gray claystone with fossiliferous fauna of Dinoflagellates (Spiniferites Mantell, Subtilisphaera Jain e Subtilisphaera Millipied genre) typical of this kind of depositional system. The sedimentary facies described are vertically arranged in cycles with progradational patterns which form textural coersening upward cycles and retrogradational, represented by textural thinning dowward cycles. Based in these cycles, in their stack pattern and the vertical

9 change between these patterns, the systems tracks and the depositional sequences were recognized. The Low System Track (LST) and High System Track (HST) are composed by cycles with progradational stack pattern, whereas the Trangessive System Track (TST) is composed by retrogradational stack pattern cycles. The 2D stratigraphic analysis was done through the carrying out of two stratigraphic sections. For the selection of the datum the deepest maximum flooding surface was chosen, inside the Sequence 1, the execution of these sections allowed to understand the behaviour of six depositional systems along the study area, which were interpreted as cycles of second order or supercycles (cycles between 3 and 10 Ma), according to the Vail, et al (1977) classification. The Sequence 1, the oldest of the six identified is composed by the low, transgressive and high systems tracks. The first two system tracks are formed exclusively by fluvial deposits of the Rio da Batateira Formation whereas the third one includes deltaic and lacustrine deposits of the Crato Formation. The sequences 2 and 3 are formed by the transgressive systems tracks (lake spreading phase) and the highstand system track (lake backward phase). The TST of these sequences are formed by lacustrine deposits whereas HST contains deltaic deposits, indicating high rates of sedimentary supply at the time of it s deposition. The sequence 4 is composed by LST, TST and HST, The TST4 shows a significant fall of the lake base level, this track was developed in conditions of low relation between the creation rate of space of accommodation and the sedimentary influx. The TST4 marks the third phase of expansion of the lacustrine system in the section after the basin s rift, the lacustrine system established in the previous track starts a backward phase in conditions that the sedimentary supply rate exceeds the creation rate of space accommodation. The sequence 5 was developed in two different phases, the first one is related with the latest expansion stage of the lake, (TST5), the basal track of this sequence. In this phase the base level of the lake rose considerably. The second phase (related to the TST5) indicates the end of the lacustrine domain in the Araripe Basin and the change to lagunar system ant tidal flat, with great portions in the supratidal. These systems were formed by restricted lagoons, with shallow level of water and with intermittent connections with the sea. This, was the phase when the Araripe Basin recorded the most several arid conditions of the whole interval studied, Aptian Albian, conditions that allow the formation of evaporitic deposits. The sequence 6 began its deposition after a significant fall of the sea (LST6). The sequence 6 is without any doubtlessly, the sequence that has deposits that prove the effective entrance of the sea into the Araripe Basin. The TST6, end of this sequence, represents the moment which the sea reaches its maximum level during the Aptian Albian time.

10 The stratigraphic analysis of the Aptian Albian interval made possible the understanding that the main control in the development of the depositional sequences recognized in the Araripe Basin were the variations of the local base level, which are controlled itself by the climate changes.

11 Figura Localização da área de estudo....2 Figura Localização dos poços estudados e dos afloramentos de referência ao estudo, tendo como fundo o mapa geológico de Ponte & Ponte Filho (1996)....5 Figura Fluxograma que apresenta as etapas metodológicas realizadas nesta dissertação....6 Figura Mapa geológico do Nordeste do Brasil, contextualizando regionalmente a Bacia do Araripe (Jardim de Sá, 2008) Figura 2.2 A) Modelo de extensão NW-SE ao longo de zonas de cisalhamento sigmoidais préexistentes para a origem e evolução das bacias do Vale do Cariri; B) Cenário tectônico pré-rifte, e C) Distribuição dos riftes e cenário tectônico (Matos, 1992)...12 Figura Principais elementos estruturais da Bacia do Araripe e adjacências (Ponte & Ponte Filho 1996) Figura Modelo estrutural subbacia de Feitoria (Ponte e Ponte Filho, 1996) Figura Modelo estrutural subbacia do Cariri (Ponte e Ponte Filho, 1996) Figura 2.6 Carta Estratigráfica simplificada da Bacia do Araripe adotada neste estudo (Ponte & Ponte Filho, 1996)...16 Figura 2.7 Arenitos da Formação Maurití exibindo estratificação cruzada tangencial em sets métricos Figura 2.8 Argilitos vermelhos, característicos da Formação Brejo Santo, em afloramento entre os povoados de Brejo Santo e Milagres, pela via férrea Figura Arenitos da Formação Missão Velha exibindo estratificações cruzadas em afloramento localizado a leste do povoado de Missão Velha Figura Arenitos da Formação Abaiara nas cercanias do povoado de Abaiara...20 Figura Intervalo do perfil Riacho da Batateira, confeccionado neste trabalho, ilustrando fácies e medidas de paleocorrentes da associação que caracteriza a porção inferior da Formação Rio da Batateira. Se necessário, consulte também o perfil completo do Riacho da Batateira apresentado na Figura 4.11 do Capítulo Figura 2.12 Detalhe do Afloramento Minas Caldas, exemplificando o calcário laminado (unidade C4) da Formação Crato....22

12 Figura Depósitos de gipsita da Formação Ipubí em pedreiras nos arredores de Araripina, parte oeste da Bacia do Araripe...23 Figura Depósitos da Formação Romualdo em pedreiras nos arredores de Araripina, parte oeste da Bacia do Araripe...24 Figura Estratigrafia de seqüências no contexto da análise de bacias (Catuneanu, 2002) Figura Representação esquemática de uma seqüência deposicional (Van Wagoner et al., 1990)...29 Figura A) Parasseqüência com engrossamento textural para o topo, e B) Parasseqüência com afinamento textural para o topo (Van Wagoner et al., 1990) Figura Representação do empilhamento nos conjuntos de parasseqüências (Van Wagoner et al.,1990)...30 Figura Trato de Sistemas de Nível de Mar Baixo (Possamentier et al., 1988) Figura Trato de Sistemas Transgressivo (Posamentier et al.,1988)...33 Figura Trato de Sistemas de Nível de Mar Alto (Posamentier et al.,1988) Figura Variações dos padrões estratais e características dos sistemas fluviais em resposta a mudanças no nível de base (Scherer, 2004, traduzido de Van Wagoner, 1995)...37 Figura Modelos que evidenciam os principais componentes dos tratos de sistemas de Lago Alto e de Lago Baixo (Scholz el al., 1990) Figura 3.10 Diagrama para ilustrar os diferentes tipos de deltas segundo sua fisiologia (Emery & Myers, 1996) Figura Diagrama 1D apresentando a análise estratigráfica do Poço Figura Diagrama 1D apresentando a análise estratigráfica do Poço Figura Diagrama 1D apresentando a análise estratigráfica do Poço Figura Diagrama 1D apresentando a análise estratigráfica do Poço Figura Diagrama 1D apresentando a análise estratigráfica do Poço Figura Diagrama 1D apresentando a análise estratigráfica do Poço Figura Diagrama 1D apresentando a análise estratigráfica do Poço Figura Diagrama 1D apresentando a análise estratigráfica do Poço Figura Diagrama 1D apresentando a análise estratigráfica do Poço Figura Diagrama 1D apresentando a análise estratigráfica do Poço Figura Diagrama 1D apresentando a análise estratigráfica do Perfil Riacho da Batateira. 54 Figura Diagrama 1D apresentando a análise estratigráfica do Perfil Minas Caldas...55 Figura Padrões interpretativos típicos para os perfis de raios-gama (Emery & Myers 1996)...58

13 Figura 4.14 A) Intervalo selecionado do Poço 12 para ilustrar exemplos da fácies Conglomerados e Arenitos conglomeráticos (Cep), e B e C) Fotos de detalhe desta fácies na profundidade de 268,20 m sob diferentes ponto de vista...59 Figura 4.15 A) Intervalo do Poço 12 ilustrando a fácies Arenitos com estratificação cruzada acanalada (Aexa), e B) Foto de detalhe desta fácies na profundidade de 151 m...60 Figura 4.16 (A) Arenitos grossos com estratificações cruzadas tabulares tangenciais da fácies Aext (Formação Rio da Batateira na Ponte Salamanca) Figura 4.17 A) Intervalo do Poço 12 ilustrando a fácies Arenitos com estratificação plano paralela (Aep), e B) Foto de detalhe desta fácies na profundidade de 171 m...62 Figura 4.18 A) Intervalo do Poço 7 ilustrando a fácies Arenitos com fluidização (Afl), e B) Foto de detalhe desta fácies na profundidade de 64.5 metros...63 Figura 4.19 A) Intervalo do Poço 12 ilustrando a fácies Pelitos (Pl), e B) Foto de detalhe desta fácies na profundidade de 145 metros...64 Figura 4.20 Intervalo do Poço 11 ilustrando a fácies Pelitos com fluidização (Plf) e o padrão irregular nos perfis de raios gama, 139 m de profundidade Figura 4.21 A) Intervalo do Poço 12 ilustrando a fácies Calcários laminados (Cl); B) Calcário laminado com porosidade vugular, 221,3 m de profundidade, e C) Calcário laminado na profundidade de 230 m...65 Figura 4.22 Calcário exibindo estrutura cone em cone (fácies Cl) na profundidade de 136 m do Poço Figura 4.23 A) Intervalo do Poço 12 ilustrando a fácies Calcarenitos (Cre), e B) Foto de detalhe desta fácies na profundidade de m...66 Figura 4.24 A) Intervalo do Poço 11 ilustrando a fácies Gipsita (Gi), e B) Foto de detalhe desta fácies na profundidade de 71.5 m...67 Figura 4.25 (A) Arenitos grossos com estratificações cruzadas acanaladas da fácies Aext (Formação Rio da Batateira na Ponte Salamanca) interpretados em (B) como barras em pontal de um sistema fluvial meandrante...69 Figura 4.26 Intervalo do Poço 1 ilustrando exemplos do sistema fluvial meandrante (vide também do Diagrama 1D deste poço apresentado na figura 4.1)...70 Figura 4.27 Intervalo do Poço 11 ilustrando exemplos do sistema fluvial entrelaçado (vide também do Diagrama 1D deste poço apresentado na figura 4.8)...71 Figura Marcas de onda nos arenitos calcíferos (fácies Cre) da Formação Rio da Batateira, 86 m acima da base do afloramento, exemplificando o sistema lacustre (vide também o Diagrama 1D deste afloramento ilustrado na figura 4.11)....72

14 Figura Pelitos verdes no Riacho da Batateira, 72 m acima da base do afloramento, ilustrando o sistema lacustre interpretado na área (vide também o Diagrama 1D deste afloramento ilustrado na figura 4.11)...72 Figura 4.30 Intervalo do Poço 11 ilustrando exemplos do sistema deltaico (vide também o Diagrama 1D deste poço ilustrado na figura 4.8)...73 Figura Afloramento de Minas Caldas apresentando estratos da fácies tal com geometria montiforma (base reta e topo convexo) interpretada como lobo deltaico do sistema deltaico Figura Afloramento de Minas Caldas apresentando estratos da fácies (Aext) com geometria montiforma (base reta e topo convexo) interpretada como lobo deltaico do sistema deltaico Figura 4.33 Intervalo do Poço 11 ilustrando exemplos dos diferentes padrões de empilhamento reconhecidos na área de estudo (vide também o Diagrama 1D deste poço ilustrado na figura 4.8) Figura Mapa de isópacas apresentando as variações de espessura da Seqüência 1 na área estudada...79 Figura Mapa de isópacas apresentando as variações de espessura da Seqüência 2 na área estudada...80 Figura Mapa de isópacas apresentando as variações de espessura da Seqüência 3 na área estudada...80 Figura Mapa de isópacas apresentando as variações de espessura da Seqüência 4 na área estudada...81 Figura Mapa de isópacas apresentando as variações de espessura da Seqüência 5 na área estudada...81 Figura Mapa de isópacas apresentando as variações de espessura da Seqüência 6 na área estudada...82 Figura Visualização tridimensional das seqüências deposicionais identificada na área de estudo Figura 5.8 Cenário evolutivo idealizado para a deposição dos tratos de sistemas de Nivel Baixo, Transgressivo e de Nivel Alto da Seqüência 1 na área estudada...86 Figura 5.9 Cenário evolutivo idealizado para a deposição dos tratos de sistemas Transgressivo e de Nivel Alto das Seqüência 2 e 3 na área estudada Figura 5.10 Cenário evolutivo idealizado para a deposição dos tratos de sistemas de Nivel Baixo, Transgressivo e de Nivel Alto da Seqüência 4 na área estudada...89 Figura 5.11 Cenário evolutivo idealizado para a deposição dos tratos de sistemas Transgressivo e de Nivel Alto da Seqüência 5 na área estudada...90

15 Figura 5.12 Cenário evolutivo idealizado para a deposição dos tratos de sistemas de Nivel Baixo e Transgressivo da Seqüência 6 na área estudada Figura Curva global do clima, Figura Variação hipotética do nível de base para o intervalo Aptiano ao Albiano na Bacia do Araripe, com base na análise estratigráfica conduzida neste estudo...95

16 Tabela Principais divisões estratigráficas propostas para a Bacia do Araripe (Neumann, 1999). Tabela Fácies identificadas no intervalo Aptiano ao Albiano da seção pós rifte da Bacia do Araripe. Anexo 5.1 Seção Estratigráfica A, de direção N10W-S10E, paralela ao mergulho regional das camadas sedimentares (sentido dip). Anexo 5.2 Seção Estratigráfica B, de direção N60E-S60W, perpendicular ao mergulho regional das camadas sedimentares (sentido strike).

17 1. INTRODUÇÃO APRESENTAÇÃO LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO OBJETIVOS JUSTIFICATIVA BASE DE DADOS Dados de poços Dados de campo Levantamento bibliográfico geral e específico MÉTODOS EMPREGADOS Análise Estratigráfica 1D BACIA DO ARARIPE ESQUEMA ESTRUTURAL ARCABOUÇO ESTRATIGRÁFICO Formação Mauriti Formação Brejo Santo Formação Missão Velha Formação Abaiara Formação Rio da Batateira Formação Crato Formação Ipubi Formação Romualdo Formação Arajara Formação Exu MARCO CONCEITUAL INTRODUCAO HISTORIA GERAL DA ESTRATIGRAFIA DE SEQÜÊNCIAS...26

18 3.3 DEFINICÕES E CONCEITOS Trato de Sistemas de Nível de Mar Baixo (TSMB) Trato de Sistemas Transgressivo (TST) Trato de Sistema de Nível de Mar Alto (TSMA) ESTRATIGRAFIA DE SEQÜÊNCIAS DE SUCESSÕES FLUVIAIS Tipos de rios Conceitos da Estratigrafia de seqüências aplicados a sucessões fluviais ESTRATIGRAFIA DE SEQÜÊNCIAS EM SUCESSÕES LACUSTRES Depósitos de Evaporitos ESTRATIGRAFIA DE SEQÜÊNCIAS DE SUCESSÕES DELTAICAS MODELOS EMPREGADOS NA BACIA DO ARARIPE ESTRATIGRAFIA DE SEQÜÊNCIAS: ANÁLISE 1D INTRODUÇÃO E APRESENTAÇÃO DOS DIAGRAMAS 1D FÁCIES SEDIMENTARES Conglomerados a Arenitos Conglomeráticos clasto suportados (Cep) Arenitos (Aexa, Aext, Aep, Afl e Am) Pelitos (Pl e Plf) Calcários Laminados (Cl) Arenitos calcíferos a calcarenitos (Cre) Margas (Ma) Gipsita (Gi) SISTEMAS DEPOSICIONAIS Sistema Fluvial Sistema Lacustre Sistema Deltaico Sistema Lagunar (Supramaré) Sistema Plataformal PADRÕES DE EMPILHAMENTO, SUPERFÍCIES-CHAVE E TRATOS DE SISTEMAS ESTRATIGRAFIA DE SEQÜÊNCIAS: ANÁLISE 2D E 3D ANÁLISE ESTRATIGRÁFICA 2D ANÁLISE ESTRATIGRÁFICA 3D HISTÓRIA ESTRATIGRÁFICA EVOLUTIVA DO INTERVALO ESTUDADO...84

19 5.3.1 Início da deposição do Intervalo estudado: Seqüência Seqüências 2 e Seqüência Seqüência Final da deposição do Intervalo estudado: Seqüência SÍNTESE DA ANÁLISE ESTRATIGRÁFICA DO INTERVALO ESTUDADO CONCLUSÕES E SUGESTÕES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

20 1.1 APRESENTAÇÃO Esta dissertação representa parte dos requisitos necessários à obtenção o grau de Mestre em Geodinâmica pelo Programa Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica (PPGG) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A mesma encontra-se inserida no Projeto de Pesquisa Arquitetura e evolução tectono-estratigráfica das bacias interiores do ordeste, a norte do Lineamento Pernambuco, o qual é financiado por um convênio entre a PETROBRAS e a UFRN/PPGG/FUNPEC. O tema deste estudo está centrado na caracterização estratigráfica da seção pós rifte da Bacia do Araripe, situada na porção noroeste da Zona Transversal, imediatamente a sul do Lineamento de Patos. A Bacia do Araripe é uma das principais bacias de idade eocretácea situada no interior do Nordeste brasileiro, estando associada ao rifteamento que moldou a atual margem continental. Em relação a outras bacias desta província, a exemplo das bacias do Rio do Peixe e de Iguatu, a mesma se destaca por apresentar, em adição aos depósitos sinrifte, uma importante seção prérifte preservada no assoalho da bacia, constituída por rochas sedimentares de provável idade eopaleozóica e neojurássica, e uma cobertura pós-rifte, englobando unidades de um contexto lacustre-evaporítico, de idade aptiana, e siliciclásticos continentais de idade albianacenomaniana. 1.2 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO O estudo foi realizado no setor leste da Bacia do Araripe, que está localizada no Nordeste do Brasil, entre os estados de Pernambuco, Ceará e Piauí. Tal bacia recobre uma área de cerca de km 2 e engloba, além do município de Barbalha, as cidades de Juazeiro do Norte, Crato, Nova Olinda e Santana do Cariri, na parte nordeste, e as cidades de Araripina, Ipubí e Marcolandia, na parte oeste (Figura 1.1).

21 2 Figura Localização da área de estudo. A Bacia do Araripe apresenta duas feições geomorfológicas principais, um altiplano que cobre quase 70% da bacia (setores oeste e central) denominado Chapada do Araripe, e um vale localizado na parte leste chamado Vale do Cariri onde se encontram rochas que vão desde o Paleozóico até o Eocretáceo.

22 3 1.3 OBJETIVOS O objetivo principal deste trabalho consistiu em realizar um estudo detalhado, empregandose a estratigrafia de seqüências, da seção pós-rifte, especificamente das rochas do intervalo Aptiano ao Albiano, litoestratigraficamente representadas pelas formações Rio da Batateira, Crato, Ipubí e Romualdo. De forma mais específica, esta dissertação delineou três objetivos, os quais consistem em: (1) Empregar técnicas de análise estratigráfica, envolvendo duas etapas, as análises 1 D e 2D, do intervalo Aptiano ao Albiano da Bacia do Araripe, as quais baseiam-se na caracterização de fácies, interpretação dos sistemas deposicionais, identificação dos padrões de empilhamento e das superfícies-chaves, bem como em correlações estratigráficas entre os diferentes pontos de controle; (2) Estabelecer, com base em seções de campo e perfis de poços, um arcabouço estratigráfico detalhado para o intervalo estudado por meio do reconhecimento de seqüências deposicionais, que correspondem a unidades genéticas separadas por discordâncias ou suas concordâncias correlativas, e (3) Visualizar tridimensionalmente as seqüências deposicionais descritas, mediante uma modelagem computacional. 1.4 JUSTIFICATIVA São muitos os trabalhos realizados na Bacia do Araripe, no entanto, a maioria deles trata de aspectos litoestratigráficos e/ou paleontológicos. A primeira tentativa de classificação estratigráfica das rochas presentes nesta bacia remonta à Small (1913). Nesta classificação, o autor leva em consideração apenas as características litológicas, além de informações quanto ao conteúdo fossilífero das rochas estudadas. A seguir, vieram os trabalhos de outros estudiosos como Moraes (1928), Beurlen (1962, 1963, 1970) e Lima (1978). Mais recentemente, já com uma visão mais moderna da estratigrafia, podem ser ressaltados os trabalhos de Assine (1990, 1994), Ponte & Api (1990), Neumann (1999), entre outros. Todos estes trabalhos têm trazido aportes consideráveis para o avanço do conhecimento estratigráfico das unidades da Bacia. Além dos trabalhos exploratórios, as bacias interiores também foram objeto de interesse por parte de vários grupos de pesquisa em universidades e na PETROBRAS. Deste modo, existe uma significativa parcela de conhecimentos sobre a sua litoestratigrafia e bioestratigrafia,

23 4 todavia, ainda é fraco o quadro de conhecimentos a nível regional, bem como no que tange ao emprego de ferramentas de análise estratigráfica de cunho genético. A estratigrafia de seqüências, desde há algumas décadas, têm sido uma ferramenta poderosa para o entendimento das bacias sedimentares. Na Bacia do Araripe, os conceitos desta metodologia foram empregados nos trabalhos de Scheid et al. (1978), Silva (2003) e Castro et al. (2006). Nestes trabalhos, tais autores, de forma distinta, compartimentaram as seções estudadas em seqüências deposicionais, tentando dar um caráter mais cronoestratigráfico à classificação, no entanto, o fizeram em uma escala muito regional, e muitas vezes, ainda sob forte influência da litoestratigrafia. Assim, por tudo o que foi exposto anteriormente, justifica-se a proposição do presente estudo, que visa realizar uma análise estratigráfica sob a ótica da estratigrafia de seqüências, de forma detalhada, para assim poder fornecer ao final, um melhor entendimento das seqüências depositadas do intervalo Aptiano ao Albiano, bem como compreender a história evolutiva da seção investigada. 1.4 BASE DE DADOS Para o adequado conhecimento e cumprimento dos objetivos propostos anteriormente, a presente dissertação contou com a seguinte base de dados: Dados de poços Para a análise de estratigrafia de seqüências esta dissertação contou com informações de poços selecionados do Projeto Santana (realizado entre os anos de 1977 e 1987 pelo Ministério de Minas e Energia/DNPM/CPRM). Foram priorizados aqueles poços localizados na parte leste da Chapada do Araripe, visto que os mesmos amostram o intervalo de interesse para esta investigação, ou seja, a seção pós-rifte, bem como aqueles que contêm perfis geofísicos mais completos e apresentam alta porcentagem de recuperação. Desta forma, dos 14 furos do Projeto Santana, testemunhados e armazenados na litoteca do DNPM, na cidade de Recife, foram selecionados dez, os quais são assim denominados: PS-1, PS-3, PS-4, PS-5, PS-7, PS-8, PS-10, PS-11, PS-12 e PS-13 (Figura 1.2).

24 Dados de campo A análise estratigráfica também contou com dados de afloramentos. Para a coleta destas informações em campo, foram realizadas duas viagens, totalizando 30 dias de trabalho. A primeira, de caráter preliminar, visou o reconhecimento da área e a seleção dos melhores afloramentos para o levantamento de seções colunares e estudos de detalhe. Na segunda etapa, realizada um mês depois, foram então elaboradas seções colunares, na escala 1:100, e coletados dados de paleocorrentes, acamamentos e dados estruturais nas formações Rio da Batateira, Crato e Ipubi. Figura Localização dos poços estudados e dos afloramentos de referência ao estudo, tendo como fundo o mapa geológico de Ponte & Ponte Filho (1996).

25 Levantamento bibliográfico geral e específico Para dar suporte ao estudo proposto, integra também a base de dados desta dissertação, o acervo bibliográfico pré-existente, que inclui relatórios, artigos e dissertações de mestrado e doutorado. Tais publicações abordam assuntos dos mais variados que vão desde a geologia e a geofísica da Bacia do Araripe, até os aspectos metodológicos empregados nesta dissertação. Além disso, a base de dados conta com mapas topográficos e geológicos, disponíveis em formato digital MÉTODOS EMPREGADOS O estudo estratigráfico aqui realizado baseou-se na proposição metodológica de Kerans & Tinker (1997) que compartimentam a análise estratigráfica nas análises 1D, 2D e 3D. A seguir, e como ilustrado na figura 1.3, serão apresentadas em maior detalhe os procedimentos realizados no decorrer desta dissertação envolvendo cada uma destas etapas. DADOS DE POÇO LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO DADOS DE CAMPO METODOLOGIA ANÁLISE ESTRATIGRÁFICA 1D ANÁLISE ESTRATIGRÁFICA 2D ANÁLISE ESTRATIGRÁFICA 3D DETERMINAÇÃO DAS FÁCIES SEDIMENTARES INTERPRETAÇÃO DOS SISTEMAS DEPOSICIONAIS DEFINIÇÃO DOS PADRÕES DE EMPILHAMENTO RASTREAMENTO DOS TRATOS DE SISTEMAS MAPEAMENTO DAS SEQÜÊNCIAS DEPOSICIONAIS VISUALIZAÇÃO 3D DAS SEQÜÊNCIAS DEPOSICIONAIS IDENTIFICAÇÃO DAS SUPERFICES CHAVES E DOS TRATOS DE SISTEMAS DETERMINAÇÃO DAS SEQÜÊNCIAS DEPOSICIONAIS ANÁLISE ESTRATIGRÁFICA PÓS RIFTE, BACIA ARARIPE Figura Fluxograma que apresenta as etapas metodológicas realizadas nesta dissertação.

26 Análise Estratigráfica 1D A análise estratigráfica 1D baseou-se no estudo individual de cada um dos poços e na análise das seções colunares elaboradas em campo. Nesta etapa, foram identificadas as diferentes fácies, interpretados os sistemas deposicionais e reconhecidos os padrões de empilhamento, as superfícies-chaves e os tratos de sistemas, elementos que forneceram indicações valiosas sobre o posicionamento das seqüências deposicionais. A) Fácies sedimentares: Para a descrição das fácies sedimentares seguiu-se a classificação proposta por Miall (1996), a qual encontra-se explicada de forma detalhada em Scherer (2004). Nesta descrição foram utilizados critérios como a litologia (composição e textura) e os tipos de estruturas sedimentares presentes. Naqueles poucos poços em que os testemunhos não foram disponibilizados ou inexistem, foram utilizados padrões característicos nos perfis de raios-gama e, nestes casos, as fácies passaram a ter um caráter de eletrofácies. B) Sistemas deposicionais: Após a descrição das fácies nos diferentes poços e nas seções colunares elaboradas em campo, as mesmas foram agrupadas em associações faciológicas com o objetivo de se interpretar os diferentes sistemas deposicionais existentes. C) Padrões de empilhamento, superfícies-chave chaves e tratos de sistemas: A análise dos padrões de empilhamento baseou-se nas variações dos perfis de raios-gama, assim como nas mudanças verticais das fácies e dos sistemas deposicionais. Dois padrões de empilhamento se tornaram mais evidentes na análise aqui conduzida, os padrões progradacional e retrogradacional. As superfícies-chaves, representadas pelas superfícies transgressivas, de inundação máxima e pelos limites discordantes, foram identificadas levando-se em consideração as mudanças sistemáticas entre os padrões de empilhamento progradacional e retrogradacional. A seguir, tendo-se como guia o posicionamento destas superfícies, foram identificados os tratos de sistemas.

27 8 D) Seqüências deposicionais: Uma vez identificados os tratos de sistemas, foram definidos conjuntos geneticamente relacionados limitados no topo e base por discordâncias, que se relacionam às seqüências deposicionais identificadas para a seção investigada na área de estudo Análise Estratigráfica 2D e 3D Após a etapa referente à análise estratigráfica 1D, foram elaboradas duas seções estratigráficas, uma delas com direção N10W S10E e a outra N60E S60W. A) Seções estratigráficas: Para a elaboração das seções estratigráficas foi escolhido como datum uma superfície de inundação máxima presente na maioria dos poços e nos afloramentos estudados. Litoestratigraficamente, esta superfície encontra-se próximo ou coincide com o contato entre as formações Rio da Batateira e Crato. A partir daí, as seções colunares dos poços e afloramentos, já devidamente interpretadas à luz da análise 1D, foram alinhadas e as unidades genéticas e superfícies-chaves foram então correlacionadas e rastreadas. B) Mapas de Isópacas e visualização tridimensional: Foram a seguir confeccionados mapas de isópacas para cada uma das seqüências deposicionais reconhecidas. O mapeamento e a visualização tridimensional foram realizados no programa SURFER 8.0. Com base nos dados da tabela 1, foram feitos grids para cada um dos topos das seqüências deposicionais (utilizando a subtração do valor da elevação de cada ponto no terreno do valor da profundidade em que se encontra cada seqüência). Depois foram subtraídos os respectivos grids de topos e bases de cada seqüência para se obter a espessura de cada uma delas. Os grids foram elaborados tendo-se como limite o contorno da seção pós rifte e empregando o método de extrapolação de Minima Curvatura do programa SURFER 8.0, o qual apresentou os melhores resultados depois de varias simulações.

28 9 Tabela Dados de topos das seqüências deposicionais nos diferentes pontos de controle. X Y PONTO DISC. PRE COTA (m) SEQ 1 (m) SEQ 2 (m) SEQ 3 (m) SEQ 4 (m) SEQ 5 (m) SEQ 6 (m) CONTROLE RIFTE (m) PS PS PS PS PS PS PS PS PS PS R.BAT M.CALDAS

29 A Bacia do Araripe é uma bacia de forma alongada, com o eixo em direção W-E, compreendendo uma área de Km 2 aproximadamente, sendo uma das maiores bacias do interior do Nordeste. Tem duas feições geomorfológicas principais, um altiplano que cobre quase 70% da bacia (setores oeste e central), denominada Chapada do Araripe, e um vale localizado na parte leste, chamado Vale do Cariri, onde se encontram rochas que vão desde o Paleozóico até o Eocretáceo. A Bacia do Araripe, junto com as bacias de Iguatu, Rio do Peixe, Icó e Lavras da Mangabeira, fazem parte das bacias interiores do Nordeste do Brasil (Figura 2.1), as quais se encontram na província estrutural Borborema. Durante o Neojurássico e o Eocretáceo iniciou-se a formação das bacias intracratônicas do Nordeste brasileiro, como resultado da separação da América do Sul e África (Berthou, 1990; Matos, 1992). Na historia evolutiva destas bacias foram identificados três principais estágios de subsidência: o primeiro deles, estágio pré rifte, caracteriza-se por uma subsidência regional; o segundo, estágio rifte, relaciona se à fase na qual a subsidência ocorre rápida e de forma local; e, finalmente, o estagio pós-rifte representa o retorno das condições de suave subsidência regional (Matos, 1992). Segundo Matos (1992), a Zona de Cisalhamento ou Lineamento Patos teria sua extremidade oeste terminada em uma série de falhas curvadas formando uma geometria sigmoidal, e que durante o Neocomiano, uma distensão geral de direção NW-SE inverteu as falhas originalmente transpressionais para falhas normais, o que reativou pequenos segmentos da anterior zona de cisalhamento, dando como origem as bacias interiores do Nordeste brasileiro (Figura 2.2). 2.1 ESQUEMA ESTRUTURAL A Bacia do Araripe está limitada a norte pelo Lineamento da Paraíba, a noroeste pela Falha de Farias Brito, a sul pela Falha de Sítio das Moreiras, e a leste pela Falha de Conceição. Internamente, a bacia está separada por grabens e horsts, orientados na direção NE-SW.

30 11 Tal bacia foi dividida em duas sub-bacias pré-aptianas menores, uma a oeste e outra a leste, sendo estas separadas por um alto estrutural denominado Alto de Dom Leme. Rand & Manso (1984), com base em dados gravimétricos e magnetométricos, perceberam pela primeira vez a compartimentação da bacia e as chamaram de sub-bacias de Oeste e Leste. Estes autores também notificaram falhamentos nas bordas da bacia. Depois, Castro & Castelo Branco (1999), com base em modelagem gravimétrica 3D, confirmaram a existência das duas sub-bacias, definindo profundidades de até m para o topo do embasamento. Segundo estes autores, estas duas sub-bacias, chamadas de Feitoria (oeste) e Cariri (leste), são separadas pelo Horst de Dom Leme. Figura Mapa geológico do Nordeste do Brasil, contextualizando regionalmente a Bacia do Araripe (Jardim de Sá, 2008). Ponte (1996), a partir de linhas sísmicas de reflexão e de dados obtidos dos trabalhos realizados por Guerra (1986), Miranda et al. (1986), Crepani (1987) e Brito Neves (1990), propôs um cenário estrutural para a Bacia do Araripe (Figuras 2.3 e 2.4). A seqüência pós-rifte desta bacia repousa discordantemente e de forma horizontalizada sobre os litotipos das

31 12 seqüências pré-rifte e rifte (exceto no Vale do Cariri), e ainda sobre áreas do embasamento adjacente, o que evidencia a baixa atividade tectônica que esta sofreu. Figura 2.2 A) Modelo de extensão NW-SE ao longo de zonas de cisalhamento sigmoidais préexistentes para a origem e evolução das bacias do Vale do Cariri; B) Cenário tectônico pré-rifte, e C) Distribuição dos riftes e cenário tectônico (Matos, 1992). 2.2 ARCABOUÇO ESTRATIGRÁFICO São muitos os trabalhos realizados na Bacia do Araripe no que se refere à paleontologia e de estratigrafia clássica. A primeira divisão das rochas da bacia foi elaborada por Small em 1913; mais tarde, cientistas como, Beurlen (1962, 1963, 1970), Lima (1978), Assine (1990, 1994), Ponte & Appi (1990), Neumann (1999), entre outros, realizaram estudos de cunho estratigráfico que forneceram aportes consideráveis para o avanço da estratigrafia da bacia. A tabela 2.1 sintetiza as diferentes classificações para as unidades litoestratigráficas desta bacia. Esta tabela não inclui, no entanto, a proposta mais atual de classificação estratigráfica para a Bacia do Araripe, de Assine (2007), pelo fato da mesma ter somente sido divulgada recentemente, quando da apresentação ao meio científico, na forma de um artigo publicado no Boletim de Geociências da Petrobrás. Neste trabalho aqui realizado, optou-se por adotar a nomenclatura empregada por Ponte & Appi (1990) e Neumann (1999), por ser a que foi utilizada na fase de campo e por melhor se adequar ao tipo de trabalho aqui desenvolvido (Figura 2.6).

32 13 Figura Principais elementos estruturais da Bacia do Araripe e adjacências (Ponte & Ponte Filho 1996).

33 14 Figura Modelo estrutural subbacia de Feitoria (Ponte e Ponte Filho, 1996). Figura Modelo estrutural subbacia do Cariri (Ponte e Ponte Filho, 1996). A seguir será feita uma breve explanação sobre cada uma das unidades litoestratigráficas da Bacia do Araripe, começando pelas unidades mais antigas Formação Mauriti A Formação Mauriti foi descrita pela primeira vez por Gaspary & Anjos, em 1964, e corresponde à unidade Cariri proposta por Beurlen, em 1962.

34 Tabela Principais divisões estratigráficas propostas para a Bacia do Araripe (Neumann, 1999). 15

35 16 Figura 2.6 Carta Estratigráfica simplificada da Bacia do Araripe adotada neste estudo (Modificada de Ponte & Ponte Filho, 1996). Tal unidade é composta por arenitos quartzosos ou feldspáticos, médios a grossos, muito silicificados, cujas colorações variam desde branca a amarela. Estes arenitos contêm níveis conglomeráticos, cujos seixos são principalmente de quartzo e feldspatos. Segundo Feitosa (1987), a ocorrência de minerais esverdeados, denominados Paligorskita, é um critério diagnóstico para a caracterização desta unidade. Estes litótipos exibem estratificações cruzadas predominantemente tangenciais, que compõem sets decimétricos a métricos (Figura 2.7), cujas paleocorrentes indicam sentido

36 17 principal para N e NW; tal orientação permite concluir que a área fonte dos sedimentos que originaram as rochas desta formação situava-se à sudeste. Figura 2.7 Arenitos da Formação Maurití exibindo estratificação cruzada tangencial em sets métricos Formação Brejo Santo A Formação Brejo Santo apresenta uma espessura de aproximadamente 400m, e sua ocorrência também se restringe às porções norte e nordeste da bacia. Tal unidade foi primeiramente definida por Gaspary & Anjos (1964), sendo caracterizada por conter argilitos de cor marrom (Figuras 2.8), bem estratificados, e margas esverdeadas, com a presencia de ostracodes típicos do Jurásico. Esta unidade representa a porção inferior da sucessão de rochas que foi interpretada como a primeira incursão lacustre na bacia, devido a associação exclusiva não marinha.

37 18 Figura 2.8 Argilitos vermelhos, característicos da Formação Brejo Santo, em afloramento entre os povoados de Brejo Santo e Milagres, pela via férrea Formação Missão Velha A Formação Missão Velha foi inicialmente definida por Beurlen (1962) e depois redefinida por Ponte & Appi (1990), que restringiram sua espessura média a cerca de 200m, modificando também seu alcance estratigráfico. Tal unidade equivale-se à a Formação Sergi de Braun (1966), sendo constituída, basicamente, por arenitos quartzosos médios a grossos, com níveis conglomeráticos, brancos a amarelados; ocorrem, com freqüência, troncos de vegetais superiores fossilizados. Tais arenitos exibem estratificações cruzadas acanaladas e tabulares dispostas em sets decimétricos e, por vezes, métricos (Figura 2.9). Segundo Assine (2007), o contexto deposicional interpretado para os litótipos da Formação Missão Velha é o de planícies de inundação de sistemas fluviais entrelaçados Formação Abaiara As rochas que compõem esta unidade foram depositadas durante a fase rifte da bacia, e tal fato traz uma maior complexidade ao entendimento da evolução sedimentar destas rochas, visto que vários aspectos sedimentológicos encontram-se alterados pela estruturação intrínseca à esta fase tectônica. Tal formação apresenta espessuras de cerca de 400m e dispõe-se em contato

38 19 discordante, tanto com a Formação Missão Velha, inferiormente, como com a Formação Rio da Batateira, superiormente. Figura Arenitos da Formação Missão Velha exibindo estratificações cruzadas em afloramento localizado a leste do povoado de Missão Velha. Esta unidade, definida por Ponte & Appi (1990) no poço 2 AP 1 CE tem associações faciológicas e um contido fossilifero que indica sedimentação em ambientes continentais, onde depósitos lacustres são paulatinamente mudados para planícies fluviais de rios entrelaçados (Assine, 2007), figura As paleocorrentes medidas nas rochas desta unidade mostram um paleofluxo principal para o SSW (Assine, 2007).

39 20 Figura Arenitos da Formação Abaiara nas cercanias do povoado de Abaiara Formação Rio da Batateira A Formação Rio da Batateira como definida por Ponte & Appi (1990), equivale à Formação Barbalha de Assine (1990 e 2007), e representa o início da fase pós-rifte da bacia. Tal unidade apresenta espessura de cerca de 200m, e foi dividida, neste trabalho, em duas associações de fácies a seguir. Em sua porção inferior ocorre uma associação de fácies de caráter predominantemente arenoso composta por arenitos grossos com estratificações cruzadas tangenciais e acanaladas, que se dispõem em sets decimétricos a métricos e, de forma subordinada, por conglomerados; esta associação encontra-se em contato discordante com rochas da Formação Abaiara. No topo, por sua vez, tem-se uma segunda associação, agora de caráter principalmente pelítico, formada por folhelhos escuros e vermelhos com intercalações de arenitos finos a médios, os quais se encontram em contato concordante com os litótipos da Formação Crato. A primeira associação é interpretada como depósitos de sistemas fluviais meandrantes com canais amalgamados, ao passo que a segunda relaciona-se à deposição de

40 21 sistemas fluviais meandrantes com amplias planícies de inundação. As estruturas sedimentares presentes nas rochas que compõem a Formação Rio da Batateiras indicam paleocorrentes principalmente para SE (Figura 2.11). Figura Intervalo do perfil Riacho da Batateira, confeccionado neste trabalho, ilustrando fácies e medidas de paleocorrentes da associação que caracteriza a porção inferior da Formação Rio da Batateira. Se necessário, consulte também o perfil completo do Riacho da Batateira apresentado na Figura 4.11 do Capítulo Formação Crato Esta unidade teve seu status elevado para a categoria de formação primeiramente por Beurlen (1963). Porém, Beurlen (1971) voltou a classificá-la de Membro Crato, até que Martill (1993) e, mais recentemente, Neumann (1999) e Neumann & Cabrera (1999) tornaram a denominá-la de Formação Crato. Ainda hoje persiste certa divisão na literatura sobre a que categoria enquadrar esta unidade, havendo, porém, uma maior tendência para o uso do termo formação. As rochas desta formação estão sendo interpretadas neste trabalho como tendo sido formadas durante uma segunda fase de implantação do lago na Bacia do Araripe (Figura 2.12). A mesma é constituída principalmente por seis unidades carbonáticas denominadas informalmente

41 22 de C1 a C6 por Neumann (1999), separadas entre si, tanto lateralmente como verticalmente, por arenitos, siltitos e folhelhos, alguns dos quais ricos em matéria orgânica (oil shales). Figura 2.12 Detalhe do Afloramento Minas Caldas, exemplificando o calcário laminado (unidade C4) da Formação Crato Formação Ipubi A Formação Ipubi foi descrita primeiramente por Beurlen (1971), que a enquadrou na categoria de membro. Martill, em 1993, propôs sua elevação para a categoria de formação o que, recentemente foi confirmado por Neumann (1999) e Neumann & Cabrera (1999). A Formação Ipubi possui equivalência com a parte superior da Formação Araripina, como definida por Silva (1983). Esta unidade é formada por fácies evaporíticas (Figura 2.13), interpretadas por Assine (2007) como tendo sido depositadas nas regiões de supramaré de um sistema lagunar do Aptiano - Albiano. A mesma é composta essencialmente por corpos descontínuos de gipsita e anidrita intercaladas com folhelhos pretos.

42 23 Figura Depósitos de gipsita da Formação Ipubí em pedreiras nos arredores de Araripina, parte oeste da Bacia do Araripe Formação Romualdo A Formação Romualdo representa o antigo Membro Romualdo de Beurlen, 1970, redefinido por Mabesoone & Tinoco (1973) e a Formação Santana proposta por Martill (1993). Esta unidade é formada por pelitos de cores que variam do cinza ao verde (Figura 2.14), que contêm internamente níveis de concreções carbonáticas, e associam-se a calcários, arenitos finos e alguns níveis de folhelhos pirobetuminosos (Neumann, 1999). Tal formação é conhecida mundialmente pela sua riqueza macrofossilífera, representada principalmente por peixes de várias espécies. Os estudos paleontológicos já realizados não conseguiram definir, até o momento, se o contexto deposicional associado a estas rochas é lacustre ou marinho. No entanto, a presença de dinoflagelados marinhos em rochas da porção inferior, e de equinodermas em calcários da porção superior desta unidade, constitui uma evidência inequívoca de que durante a deposição desta unidade houve uma ou mais incursões marinhas na Bacia do Araripe.

43 24 Figura Depósitos da Formação Romualdo em pedreiras nos arredores de Araripina, parte oeste da Bacia do Araripe Formação Arajara Esta entidade geológica foi nomeada por Ponte & Appi (1990) para representar as rochas sedimentares de natureza essencialmente terrígena que se situam na base da Formação Exu (Beurlen, 1971); tal unidade corresponde ao Membro Inferior de Assine (1990 e 2007). A Formação Arajara foi caracterizada primeiramente por Mabesoone & Tinoco (1973), que a descreveram como uma associação de fácies heterolíticas, caracterizada por uma grande diversidade de litótipos, geneticamente relacionados, Segundo Ponte & Ponte Filho (1996) a Formação Arajara se constituí fundamentalmente de argilitos e arenitos argilosos com cores variando do roxo ao amarelo, com estratificações cruzadas, marcas de ondas e raras estruturas de fluidificação, depositados em um sistema que indica fácies lacustre-rasas, marginais, onde a afluxo de sedimentos terrigenos suplantava as taxas de subsidência, promovendo assim o assoreamento da bacia e o encerramento do segundo ciclo de deposição fluvio-lacustre, na bacia (Ponte & Ponte Filho, 1996). Sua ocorrência se limita a sub-bacia a oeste, não estando presente, portando, na área que se concentra este trabalho.

44 Formação Exu Esta formação foi primeiramente descrita por Beurlen (1971), porém Ponte & Appi (1990) consideraram apenas a parte superior daquela originalmente descrita por Beurlen (1971), que corresponde ainda ao Membro Superior de Mabesoone & Tinoco (1973) e Assine (1990). Tal unidade é formada essencialmente por arenitos grossos e argilosos, intercalados com níveis de arenitos conglomeráticos, com cores variando entre o roxo e o amarelo. Estas rochas apresentamse geralmente friáveis e exibem estratificações cruzadas. As mesmas foraram interpretadas por Ponte & Ponte Filho (1996) como tendo sido originadas a partir de sistemas fluviais com fluxos torrenciais.

45 3.1 INTRODUCAO A estratigrafia de seqüências é uma das mais recentes e revolucionárias ferramentas na análise estratigráfica. Diferentemente de outras disciplinas da análise estratigráfica, tais como a bioestratigrafía, a litoestratigrafía ou a magnetoestratigrafía, as quais principalmente se centram na obtenção de dados, a estratigrafia de seqüências tem um componente de interpretação, no qual os objetivos principais são: a recomposição dos controles alogênicos prevalecentes no momento da sedimentação, e a predição da arquitetura de fácies que, na maioria dos casos, é empregada na exploração e produção de recursos naturais. Esta análise principalmente se relaciona e depende dos controles eustáticos, tectônicos e de sedimentação, parâmetros de suma importância e que tem sido relevantes no desenvolvimento da historia da terra e na formação das diferentes bacias sedimentares. Um adequado e detalhado estudo de estratigrafia de seqüências abrange um excelente conhecimento da sedimentologia, expresso pela análise de fácies, bem como o entendimento e correlação entre a análise de bacias com as outras disciplinas da estratigrafia convencional (Figura 3.1). 3.2 HISTORIA GERAL DA ESTRATIGRAFIA DE SEQÜÊNCIAS A estratigrafia de seqüências é uma ciência relativamente recente e foi impulsionada pelo desenvolvimento de novas teorias, principalmente a sismoestratigrafia, que despontaram na década de 70, em grande parte, pelos estratígrafos da companhia de petróleo Exxon. As idéias expostas por Peter Vail, nesta fase, promoveram uma enorme revolução no conhecimento estratigráfico. Anos mais tarde, a estratigrafia de seqüência, como técnica de análise estratigráfica, ampliou-se com a aplicação em estudos de afloramentos e poços (Posamentier et al., 1988; Posamentier & Vail, 1988; Van Wagoner et al., 1990). Simultaneamente, deu início a outra escola focada no entendimento da tectônica como o controle

46 27 principal na ciclicidade dos pacotes sedimentares; tal ciência recebeu a denominação de Tectonoestratigrafia. Controles Exploração para Recursos naturais Hidrocarbonetos, Carvão e Recursos minerais Dados e técnicas Tectonismo e Geodinâmica Forças Astronômicas Mudanças Globais do Clima ANÁLISE DE BACIAS ESTRATIGRAFIA DE SEQÜÊNCIAS Superfícies, tratos de sistemas e seqüências (Correlação) Análise de subsidência Backstripping Análise sísmica e de poços Bioestratigrafia Magnetoestratigrafia Geoquímica isotópica (Processos) Análise de fácies -Sistemas depocionais -Texturas Sedimentologia -Estruturas -Regimes de fluxo Petrologia sedimentaria (Produtos) -Classificação de rochas Figura Estratigrafia de seqüências no contexto da análise de bacias (Catuneanu, 2002). Os últimos avanços neste campo se relacionam à estratigrafia de seqüências de alta resolução, baseada em estudos de ciclos e seqüências de alta freqüência. Além disso, muitos estudos têm extrapolado as premissas iniciais de aplicação desta ferramenta (em sistemas parálicos e marinhos, depositados em bacias extensionais com taxa de subsidência constante), e têm sido aplicados, com bastante sucesso, em sucessões não marinhas, a exemplo dos sistemas fluviais e lacustres, em sucessões carbonáticas e evaporíticas, como também na análise de bacias geradas em tectônica transcorrente ou compressional.

47 DEFINICÕES E CONCEITOS Diferente das outras disciplinas da estratigrafia, os conceitos da estratigrafia de seqüências ainda não estão incluídos nos códigos de nomenclatura estratigráfica. A principal razão para isso é a grande disparidade de conceitos entre as diferentes escolas, como por exemplo, na definição do termo seqüência, o qual tem possui conotações variadas, dependendo do autor que o define. Em termos gerais, a estratigrafia de seqüências é o estudo de unidades de estratos sedimentares geneticamente relacionados, os quais se relacionam com um arcabouço de superfícies cronoestratigráficas significativas (Posamentier et al, 1988). Tais unidades são limitadas por discordâncias erosionais ou não deposicionais, ou por suas concordâncias correlativas (Van Wagoner et al., 1988). A unidade básica e fundamental da estratigrafia de seqüências é a seqüência deposicional que, segundo Mitchum (1977), corresponde a uma unidade estratigráfica composta por uma sucessão de estratos relativamente concordantes e geneticamente relacionados, cujos limites inferior e superior correspondem a discordâncias ou suas concordâncias correlatas (Figura 3.2). Uma seqüência deposicional também pode ser definida como uma unidade genética composta por uma sucessão de estratos arranjados segundo tratos de sistemas, os quais estão constituídos por um ou mais conjuntos de parasseqüências (Van Wagoner et al., 1990). O termo parasseqüência é definido como uma sucessão relativamente concordante de estratos e conjuntos de estratos relacionados geneticamente, limitados por superfícies de inundação marinha ou suas superfícies correlativas (Figura 3.3; Van Wagoner et al., 1990). Um conjunto de parasseqüências corresponde a uma sucessão de parasseqüências geneticamente relacionadas que apresenta um padrão distinto de empilhamento, encontrando-se, em muitos casos, limitada por uma superfície de inundação marinha de maior expressão ou suas superfícies correlativas (Della Fávera, 2001). A arquitetura dos padrões de empilhamento pode ser progradacional, retrogradacional ou agradacional, a depender da razão entre as taxas de deposição e de acomodação dos sedimentos (Figura 3.4; Van Wagoner et al., 1990). As seqüências podem ser do tipo 1 ou 2 dependendo do tipo de discordância que limita a inferiormente. A seqüência deposicional tipo 1 tem como limite inferior uma discordância erosiva, do tipo 1, que é formada quando há um deslocamento brusco do onlap costeiro em direção à bacia, em resposta a um rápido rebaixamento do nível do mar, ocasionando apreciável rejuvenescimento dos rios e geração de vales incisos na plataforma, além de uma mudança considerável no depocentro da bacia (Posamentier & Vail, 1988).

48 29 Figura Representação esquemática de uma seqüência deposicional (Van Wagoner et al., 1990). Figura A) Parasseqüência com engrossamento textural para o topo, e B) Parasseqüência com afinamento textural para o topo (Van Wagoner et al., 1990).

49 30 Figura Representação do empilhamento nos conjuntos de parasseqüências (Van Wagoner et al.,1990). Por outro lado, a seqüência deposicional do tipo 2 tem como limite inferior uma discordância também erosiva, denominada do tipo 2, originada quando o rebaixamento do nível do mar é menor e a mudança do onlap costeiro não é repentino, ocorrendo apenas exposição parcial da plataforma (Posamentier & Vail, 1988).

50 31 Os tratos de sistemas representam sistemas deposicionais contemporâneos e geograficamente interligados. Os mesmos são definidos com base na sua posição dentro da seqüência deposicional e segundo ao padrão de empilhamento dos conjuntos de parasseqüências (Posamentier & Vail, 1988). De forma principal, três tratos de sistemas têm sido postulados: i) Trato de Sistemas de Nível de Mar Baixo (TSMB), ii) Trato de Sistemas Transgressivo (TST) e iii) Trato de Sistemas de Nível de Mar Alto (TSMA), os quais serão descritos a seguir: Trato de Sistemas de Nível de Mar Baixo (TSMB) O TSMB localiza-se na base da seqüência deposicional do tipo 1, limitando-se abaixo pela própria discordância do tipo 1 e acima pela superfície transgressiva (Van Wagoner et al., 1990). Este trato de sistemas origina-se no início de um intervalo de queda relativa do nível do mar e persiste até uma subseqüente e lenta subida do nível do mar. O TSNB é representado pelos sistemas deposicionais de leques de assoalho de bacia e leques de talude depositados durante uma rápida queda do nível do mar, e uma cunha de nível de mar baixo depositada no momento da subida lenta e relativa do nível do mar; esta última é representada por um ou mais conjuntos de parasseqüências progradacionais (Van Wagoner et al., 1990; Figura 3.5). Estes sistemas deposicionais caracterizam este trato quando a bacia possui a morfologia de plataforma com borda, talude e bacia, já em bacias com morfologia de rampa, este trato apresenta apenas uma delgada cunha de nível de mar baixo (Van Wagoner et al., 1990) Trato de Sistemas Transgressivo (TST) O TST situa-se no meio de seqüências deposicionais do tipo 1 e 2, estando limitado abaixo pela superfície transgressiva (ST) e acima pela superfície de máxima inundação marinha (SIM) ou superfície de downlap (Ribeiro, 2001; Figura 3.6). Os conjuntos de parasseqüências que o compõem apresentam padrão de empilhamento retrogradacional, sendo formados durante a subida do nível do mar, quando a taxa de acomodação excede a taxa de aporte sedimentar (Posamentier et al., 1988). A baixa taxa de sedimentação associada à deposição deste trato de sistemas permite a ocorrência de seções condensadas que ocorrem mais comumente no meio do Trato de Sistemas Transgressivo e, também na porção distal do Trato de Sistemas de Nível de Mar Alto. As seções condensadas estão associadas aparentemente a hiatos marinhos e são formadas por camadas de sedimentos

51 32 marinhos, pelágicos ou hemipelágicos depositados em condições de baixas taxas de sedimentação (Della Fávera, 2001). Figura Trato de Sistemas de Nível de Mar Baixo (Possamentier et al., 1988). Os sistemas deposicionais associados ao TST inclui, do continente em direção ao mar, um delgado intervalo formado por fácies fluviais, amplos e espessos depósitos de planície costeira,

52 33 além de depósitos residuais basais oriundos do retrabalhamento por ondas que podem cobrir a superfície de erosão transgressiva em ambiente marinho costa-afora (Della Fávera, 2001). Figura Trato de Sistemas Transgressivo (Posamentier et al.,1988) Trato de Sistema de Nível de Mar Alto (TSMA) O TSMA localiza-se na porção superior de seqüências deposicionais do tipo 1 e 2 (Figura 3.7) estando limitado abaixo pela superficie de downlap e acima pelo limite da própria seqüência (Ribeiro, 2001). Este trato é inicialmente depositado durante um intervalo de subida lenta do nível do mar e, já na parte final deste trato, a taxa de subida do nível do mar cai lentamente, reduzindo-se a zero e, dessa forma, a agradação dos sedimentos marinhos passa dá lugar à progradação (Posamentier et al., 1988). Neste trato há o predomínio de sistemas deltaicos com parasseqüências progradantes, além de outros sistemas costeiros (Della Fávera, 2001); ocorrendo ainda sistemas plataformais e marinhos profundos.

53 34 Figura Trato de Sistemas de Nível de Mar Alto (Posamentier et al.,1988). 3.4 ESTRATIGRAFIA DE SEQÜÊNCIAS DE SUCESSÕES FLUVIAIS Tipos de rios Um rio é um corpo de água doce que possui uma corrente natural e flui com continuidade por canais bem definidos e que tem dimensões variáveis. Estes corpos desembocam no mar, lago ou em outro rio (afluente). Os principais controles dos sistemas fluviais são de tipo alocíclicos, como o clima e a tectônica (Riccomini et al., 2000). Baseado na sinuosidade e no tipo de carga, os sistemas fluviais têm sido englobados em três grupos principais: i) rios anastomosados, ii) rios meandrantes e iii) rios entrelaçados. Os rios anastomosados apresentam uma rede interconectada de canais de moderada a baixa sinuosidade, profundos e estreitos, os quais são separados por regiões onde se desenvolvem planícies de inundação (Makaske, 2001). São dominados por sedimentos de granulometria fina, podendo ser classificados como rios de carga em suspensão (Scherer, 2004). Os rios meandrantes constituem canais com alta sinuosidade e que apresentam pouca variação na descarga (Scherer, 2004). Segundo a classificação de Schumm (1972), correspondem

54 35 a rios de carga mista. Os canais mostram altas taxas de migração lateral, resultantes das diferenças na velocidade do fluxo no lado interno e externo do meandro (Jackson, 1976). Os rios entrelaçados formam uma rede de canais interconectados separados por barras arenosas ou cascalhosas (Scherer, 2004). Na classificação de Schumm (1972) correspondem a rios de carga de fundo. Estes rios têm como característica uma alta variabilidade da descarga do fluxo ao longo do ano e um alto suprimento sedimentar, sendo formados preferencialmente em contextos de declividade maior (Scherer, 2004) Conceitos da Estratigrafia de seqüências aplicados a sucessões fluviais Os conceitos clássicos de estratigrafia de seqüências (Vail et al., 1977; Posamentier et al., 1988; Posamentier & Vail, 1988; Van Wagoner et al., 1990) foram determinados para sucessões marinhas e costeiras e suas aplicações aos depósitos fluviais começaram ter importância depois do trabalho de Shanley & McCabe (1994), no qual tais autores introduzem os conceitos perfil ou superficie de equilíbrio e nível base, para se referirem ao principal elemento controlador do espaço de acomodação neste sistema deposicional. A superfície de equilíbrio é uma superfície idealizada onde todas as forças atuantes no sistema encontram-se em equilíbrio, não ocorrendo, nem erosão, nem deposição (Ribeiro, 2001). Este conceito está relacionado com o nível base. Segundo Shanley & McCabe (1994), o nível base possui duas conotações principais: i) nível base geomorfologico, o qual corresponde ao limite teórico ou nível mais baixo que a erosão da superfície da terra busca atingir e ii) nível base estratigráfico, que corresponde à superfície acima da qual nenhuma partícula atinge repouso e abaixo da qual a acumulação e soterramento são possíveis Limites de seqüências em sucessões fluviais A interpretação de limites de seqüências em sistemas fluviais é um pouco mais complexa que nos ambientes parálico e marinho e se relaciona com a interpretação de incisões fluviais. Segundo Ribeiro (2001) embora a interpretação de limites de seqüências de extensão regional seja frequentemente feita com base em incisões fluviais, sua interpretação deve ser realizada com a utilização de mais de um critério como se enumeram a seguir: i) identificação de truncamentos erosivos de unidades estratigráficas, de ordem quilométrica; ii) mudanças granulométricas e composicionais abruptas; iii) mudanças nos padrões de empilhamento; iv) variações nos estilos

55 36 dos canais fluviais e no grau de amalgamação dos arenitos; v) reconhecimento de interflúvios; vi) alterações diagenéticas, e vii) lacunas no registro bio ou cronoestratigráfico Superfícies de inundação A identificação de superfícies de inundação de caráter local pode ser obtida através da análise da arquitetura estratigráfica, dos estilos aluviais e da razão entre litofácies de canal e extracanal (Ribeiro, 2001). Nestes casos, o intervalo de máxima acumulação de depósitos de planície de inundação, incluindo os depósitos de leques de extravasamento, poças (pounds), solos mal drenados e camadas de carvão, é indicativo de aceleração na taxa de acomodação subárea, portanto, relacionado a fases de máximo afogamento dos sistemas fluviais (Ribeiro, 2001) Tratos de sistemas O modelo de Van Wagoner (1995) explica de uma forma adequada as relações entre o espaço de acomodação e a influência do nível base (Figura 3.8). Neste modelo, o Trato de Sistemas de Nível de Base Baixo (TSNB) ocorre em áreas restritas sendo caracterizado por depósitos originados por processos trativos, que se dispõem normalmente amalgamados, correspondendo a uma seqüência de preenchimento de canais, que geram ciclos com granocrescência e espessamento dos estratos para o topo (Ribeiro, 2001). O TST é constituído por depósitos mistos (originados por tração e suspensão), com arranjos granodecrescente e afinamento dos estratos para o topo, que indicam um aumento do espaço de acomodação subaéreo, durante a subida do nível de base estratigráfico. O Trato de Sistemas de Nível de Base Alto (TSNA) corresponde à ocorrência de depósitos de suspensão com ampla ocorrência de perfis de solos, características que sugerem limitado espaço de acomodação subaérea e gradiente topográfico reduzido (Ribeiro, 2001). 3.5 ESTRATIGRAFIA DE SEQÜÊNCIAS EM SUCESSÕES LACUSTRES Segundo Porthero & Schwab (1996), um lago é um corpo aquoso permanente, não marinho, desenvolvido no interior do continente, podendo ser de água doce ou salina (salinidade maior a ppm de sólidos dissolvidos). Os lagos podem ter sua origem relacionada a processos glaciais, vulcânicos, tectônicos, entre outros (Riccomini, et al, 2000).

56 37 Figura Variações dos padrões estratais e características dos sistemas fluviais em resposta a mudanças no nível de base (Scherer, 2004, traduzido de Van Wagoner, 1995). Os principais fatores controladores da distribuição dos depósitos lacustres são os fatores climáticos e tectônicos (Riccomini et al, 2000). Em termos gerais os depósitos lacustres são constituídos por folhelhos finamente laminados, margas e calcários de água doce (Prothero & Schwab, 1996). A maioria dos sedimentos siliciclásticos depositados nos lagos é transportada por sistemas fluviais (Talbot & Allen, 1996). Em lagos com altos índices de salinidade é muito

57 38 comum a deposição de seqüências evaporíticas e carbonáticas associadas a estruturas de dissecação (Talbot & Allen, 1996). Segundo Ribeiro (2001), nos sistemas lacustres as variações do nível de base afetam sua estratigrafia, independentemente do sistema ser aberto ou fechado, e controlam não apenas o espaço de acomodação, mas também a distribuição de energia física dentro do ambiente, atuando diretamente sobre os processos de sedimentação. Desta forma, ainda segundo tal autor, a posição do nível do lago afetará não só a faciologia lacustre como também o sistema fluvial adjacente e sua arquitetura estratigráfica, de forma similar à influência marinha nas regiões costeiras. Períodos de incisão e agradação fluvial nas bordas dos lagos podem apresentar clara e direta correspondência com as oscilações do nível dos lagos. As possibilidades de correlação estratigráfica, contudo, diminuem progressivamente com o aumento da distância em relação à linha de costa lacustre (Ribeiro, 2001). O estudo realizado por Scholz el al. (1990) foi à base da estratigrafia de seqüências em sistemas lacustres. O modelo exposto por esses autores está baseado em bacias com influência tectônica e com altas taxas de subsidência ao longo da falha de borde (bacias tipo rifte). Eles caracterizaram dois tratos de sistemas principais: i) Trato se Sistemas de Lago Baixo e ii) Trato de Sistemas de Lago Alto. No Trato de Sistemas de Lago Baixo desenvolvem-se sistemas fluviais em condições de clima árido, principalmente na margem flexural do rifte, ao passo que nas adjacências das falhas de borda, são gerados sistemas de leques deltaicos (Figura 3.9). No Trato de Sistemas de Lago Alto, por sua vez, a sedimentação é controlada por processos turbidíticos, ocorrendo dentro e próximo a canais fluviais na margem flexural, e por fluxos de detritos de escorregamentos na margem falhada, desenvolvendo-se os leques de talus subaquosos (Figura 3.9) Depósitos de Evaporitos Os evaporitos são os depósitos mais susceptíveis às mudanças climáticas estando relacionados principalmente a climas de acentuada aridez (Kendall, 1992), embora, não necessariamente, clima quente. Segundo Kendall (1992), os evaporitos podem ser classificados em três grupos, a saber: i) continentais, ii) de margem de bacia ou de plataforma e iii) de bacia central. Os evaporitos continentais têm relação com as fácies de uma bacia fechada, com o lençol freático raso e centralizado no meio da bacia (Kendall, 1992). Os evaporitos continentais que apresentam um volume substancial estão confinados à parte central dessas bacias e associados a

58 39 playa lakes, panelas de sal e rodeados por planície de lamas salinas (Kendall, 1992). A associação de evaporitos com depósitos de leques aluviais, de canais efêmeros, eólicos, redbeds e carbonatos lacustres sugere fortemente a origem não marinha. Figura Modelos que evidenciam os principais componentes dos tratos de sistemas de Lago Alto e de Lago Baixo (Scholz el al., 1990). Os depósitos de margem de bacia podem apresentar variada extensão e uma lâmina de água bastante rasa. Ocorrem como sabkha costeira ou como salina costeira, as quais são produtos de processos deposicionais e diagenéticos, A ação da água subterrânea torna a concentração de sal maior em direção ao interior da bacia. As sabkhas que se ampliam como resultado de progradação costeira tem uma associação sedimentar característica, consistindo de sedimentos de inframaré (laguna restrita) na base, sedimentos de intermaré, incluindo material algal, crostas cimentadas, e sedimentos de supramaré, com abundante gipsita displaciva (Kendall, 1992). Os evaporitos de bacia central (Kendall, 1992) não apresentam análogo moderno. São compostos exclusivamente pelas fácies de água rasa ou planície lamosa. Os espessos evaporitos de centro de bacia são unidades estratigráficas intercaladas com carbonatos marinhos ou marinhos restritos.

59 ESTRATIGRAFIA DE SEQÜÊNCIAS DE SUCESSÕES DELTAICAS Os depósitos parálicos abrangem uma variedade de sistemas deposicionais originados próximo ou no nível do mar, como deltas, estuários e sistemas de planícies costeiras. Um delta é um prisma de sedimentos que se acumula na região onde os rios ingressam num corpo de água (oceano, lago, laguna, etc.) suprindo tais corpos de sedimento (Emery & Myers, 1996). Os deltas possuem uma porção subaérea e outra subaquosa. A parte subaérea, denominada de planície deltaica, por sua vez, é dividida numa seção superior dominada por rios e outra inferior com influência marinha (Emery & Myers, 1996). A porção subaquosa é formada por uma região mais íngreme e arenosa, denominada frente deltaica, e por uma parte lamosa, denominada prodelta (Emery & Myers, 1996; Figura 3.10). Segundo sua fisiologia, os deltas podem ser classificados em três: i) Deltas de águas profundas; ii) Deltas de águas rasas e iii) Deltas tipo Gilbert (Emery & Myers, 1996). Os primeiros são caracterizados por estar localizados na quebra da plataforma, onde a descarga sedimentar ocorre diretamente no talude (Figura 3.10). Os deltas de águas rasas localizam-se distantes da quebra de plataforma e do talude e, os deltas tipo Gilbert, por sua vez, são leques deltaicos de granulometria grossa, os quais são dominados por fluxos gravitacionais (Emery & Myers, 1996; figura 3.10). Em sucessões parálicas, os limites de seqüências são determinados pelos deslocamentos dos cinturões de fácies em direção a bacia. Os limites de seqüências estão relacionados com quedas do nível de base, as quais podem ser reconhecidas pela presença de vales incisos e por regressões forçadas (Emery & Myers, 1996). É denominada zona de interflúvio aquela região plana que existe entre os vales incisos, a qual numa queda do nível de base fica exposta, sendo submetida à pedogenese (Emery & Myers, 1996). Como resultado do anterior, a zona interfluvio marca uma superfície de erosão abrupta, produto do ravinamento (Emery & Myers, 1996). A superfície transgressiva é a primeira superfície de inundação significativa dentro de uma seqüência. Pelo geral a superfície transgressiva é coincidente com limite de seqüência inter - fluvio e com a superfície que capeia os depósitos de preenchimento dos vales incisos (Emery & Myers, 1996) A superfície de máxima inundação coincide com o momento em que a linha de costa se encontra mais adentro do continente. Esta superfície marca a passagem de um conjunto de pareseqüência retrogradacional para outro progradacional (Emery & Myers, 1996).

60 41 Figura 3.10 Diagrama para ilustrar os diferentes tipos de deltas segundo sua fisiologia (Emery & Myers, 1996). 3.6 MODELOS EMPREGADOS NA BACIA DO ARARIPE No desenvolvimento do presente trabalho, foram empregados modelos estratigráficos para cada um dos sistemas deposicionais identificados na área de estudo. Para o sistema fluvial, foi usado o modelo e a terminologia de Van Wagoner (1995) expostos no Item 3.4 deste capitulo. Os sistemas fluviais foram relacionados a quedas do nível de base e, portanto, interpretados como parte integrante dos tratos de sistemas de nível baixo das seqüências identificadas. O modelo de estratigrafia de seqüências para o sistema lacustre varia do exposto neste capitulo. O modelo de Scholz el al. (1990) é funcional para bacias rifte com bordas falhadas, diferente do caso do presente estudo. É por isso que foram expostas duas etapas evolutivas, uma

61 42 de fase de expansão, caracterizada por aumentos do nível de base e que foi relacionada ao desenvolvimento dos tratos de sistemas transgressivos das seqüências estudadas, e uma fase de retração, onde se formam paraseqüências progradacionais, interpretadas como depósitos deltaicos, gerados durante o desenvolvimento dos tratos de sistemas de nível alto das seqüências identificadas. Já para o sistema lagunar as relações progradacionais dos padrões de empilhamento dos poços 11 e 12 permitem concluir que estes se relacionam ao Trato de Sistemas de Nível Alto. Finalmente, o sistema plataformal claramente foi relacionado com o Trato de Sistemas Transgressivo, dado as relações retrogradacionais dos padrões de empilhamento, assim como pelo mesmo estar capeando depósitos fluviais, indicando condições cada vez mais profundas.

62 4.1 INTRODUÇÃO E APRESENTAÇÃO DOS DIAGRAMAS 1D Este capítulo refere-se à análise estratigráfica 1D do intervalo cronoestratigráfico que se estende do Aptiano ao Albiano da seção pós rifte na parte leste da Bacia do Araripe. Litoestratigraficamente, esta seção é representada por rochas silicicláticas, carbonáticas e evaporíticas que integram as formações Rio da Batateira, Crato, Ipubí e Romualdo. Para a realização desta primeira etapa, denominada de análise 1D, para cada poço e afloramento estudado foi realizada uma análise detalhada de fácies, visando a interpretação dos sistemas deposicionais; foram também identificados os padrões de empilhamento por meio das tendências verticais de mudanças das fácies e, no caso dos poços, também dos valores dos perfis de raios-gama, os quais auxiliaram no posicionamento das superfícies-chaves, ou seja, superfícies de caráter cronoestratigráfico, e por fim, no reconhecimento dos diferentes tratos de sistemas e das seqüências deposicionais. O produto final da análise estratigráfica 1D consiste em diagramas, elaborados para cada poço e afloramento estudado, onde todas as informações sedimentológicas e estratigráficas encontram-se integradas. Estes diagramas estão ilustrados nas figuras 4.1 a 4.12, apresentadas a seguir, as quais constituem fonte de informação para a leitura de todo este capítulo. Dentre todos estes diagramas, aqueles confeccionados para os poços 11 e 12 (Figuras 4.8 e 4.9) foram escolhidos como diagramas de referência e serviram de base para a análise 1D, visto que tais poços perfuraram completamente a seção de interesse. Por fim, cabe mencionar que as seções colunares dos afloramentos e dos testemunhos dos poços do Projeto Santana que constam dos diagramas 1D foram feitos na escala 1:100, mas visando uma melhor visualização quando da editoração desta dissertação os mesmos foram redimensionados para a escala 1:250. Após a apresentação dos diagramas 1D serão discorridas, de forma detalhada, os resultados de cada etapa de estudo, desde a definição das fácies sedimentares até a identificação das unidades e superfícies de caráter cronoestratigráfico, etapas estas que juntas possibilitaram a melhor compreensão do arcabouço estratigráfico da seção estudada.

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75 FÁCIES SEDIMENTARES O termo fácies pode ser definido como um corpo de rochas caracterizado pela combinação particular de litologias e estruturas físicas e biológicas que lhe dão um aspecto diferente dos corpos de rochas adjacentes (Walker, 1992). Neste trabalho, as fácies foram identificadas a partir das descrições dos testemunhos e dos afloramentos em campo, e teve como suporte a proposta classificatória de Miall et al. (1996). Assim, foram identificadas 13 fácies sedimentares que se encontram detalhadas na tabela 1. Naqueles poços sem testemunhos ou quando estes não puderam ser analisados (Poços 1, 3, 4 e 5; Figuras 4.1 a 4.4), foram definidas sucessões de fácies com base nos padrões observados nos perfis de raios-gama. As interpretações destes padrões basearam-se nas informações contidas em Emery & Myers (1996; Figura 4.13). Segundo estes autores o padrão em sino invertido é expresso por uma progressiva diminuição nos valores de raios-gama em direção ao topo, o que reflete uma diminuição ascendente na quantidade de argilominerais contido nas rochas. Este padrão pode significar uma mudança progressiva na litologia ou uma variação gradual de granulometria. Neste último caso, há o predomínio de fácies areníticas mais finas na base e fácies areníticas mais grossas no topo do intervalo. O padrão em sino é representado por um aumento ascendente dos valores de raios-gama, o que, segundo tais autores está relacionado a um aumento gradual em direção ao topo de fácies que contém uma maior quantidade de argilominerais, o que denota uma diminuição da energia deposicional. O padrão em caixa exibe valores baixos e relativamente constantes de raios-gama. Os limites com as fácies sobrejacente e subjacente são abruptos. De acordo com Emery & Myers (1996) este padrão é típico de arenitos fluviais, turbidíticos e eólicos. O padrão em curva consiste numa tendência em sino invertido gradando para uma tendência em sino, com espessuras similares e sem nenhuma mudança abrupta entre os dois. Este padrão é geralmente o resultado de um aumento e posterior diminuição na taxa de sedimentação clástica no ambiente deposicional, onde os sedimentos são controlados pelo nível de base (Emery & Myers, 1996). O padrão irregular caracteriza-se por não apresentar mudanças sistemáticas nos perfis de raios-gama. Este padrão, segundo tais autores, representa a agradação de argilitos ou siltitos e pode ser típico de ambiente plataformal ou ambientes de águas profundas.

76 57 Tabela 1 - Fácies identificadas no intervalo Aptiano ao Albiano da seção pós rifte da Bacia do Araripe. FÁCIES ESTRUTURAS SEDIMENTARES INTERPRETAÇÃO Conglomerados a arenitos conglomeráticos clasto-suportados com Acamamento horizontal, imbricamento dos seixos Fluxo trativo (formas de leito longitudinais) acamamento incipiente Arenitos finos a muito grossos com estratificação cruzada acanalada Estratificação cruzada acanalada Fluxo trativo (depósitos originados pela migração de formas de leito de crista sinuosa Dunas 3D) Arenitos finos a muito grossos com estratificação cruzada tabular Estratificação cruzada tabular Fluxo trativo (depósitos originados pela migração de formas de leito de crista reta Dunas 2D) Arenitos muito finos a grossos com laminação/estratificação planoparalela Laminação/Estratificação plano-paralela, lineação de partição Fluxo trativo em regime de fluxo superior (depósitos de forma de leito plano) Arenitos muito finos a médios Estruturas de fluidização Processos deformacionais Arenitos muito finos a grossos Maciços Extravasamento Arenitos muito finos, siltitos e/ou lamitos Laminações plano-paralelas ou laminações cruzadas Fluxo trativo (depósitos de extravassamento de canais ou depósitos lacustres) Arenitos muito finos, siltitos e/ou lamitos Estruturas de fluiditização Processos deformacionais Arenitos calcíferos e Calcarenitos Maciços, bioturbados ou estratificados Fluxo trativo Margas Maciços ou bioturbados Suspensão Calcissiltitos Laminações plano-paralelas, marcas de onda Fluxo trativo Gipsita e Anidrita intercalada com folhelhos Corpos descontínuos Precipitação e suspensão Paleossolo (Calcrete, silcrete) Pedogênese

77 58 Figura Padrões interpretativos típicos para os perfis de raios-gama (Emery & Myers 1996) Conglomerados a Arenitos Conglomeráticos clasto suportados suportados (Cep) Os litótipos que compõem esta fácies apresentam-se texturalmente mal selecionados, sendo compostos por seixos angulosos a subarredondados de quartzo, feldspatos e fragmentos de rocha de colorações branca, verde acinzentado e rosa. Apresentam matriz arenosa com granulometria fina a grossa (Figura 4.14). Esta fácies é pouco freqüente nos poços e afloramentos estudados, mas quando presente, apresenta-se em corpos com espessuras que variam de 1 a 5 m exibindo, na grande maioria das vezes, acamamento maciço. Esta fácies ocorre associada às fácies areníticas (vide descrições no item 4.2.2) compondo a porção basal da Formação Rio da Batateira (Figura 4.14; vide também como exemplo a cota de 17 m no Diagrama 1D do Perfil do Riacho da Batateira, apresentado na Figura 4.11). Nos perfis de raios-gama, a fácies Cep apresenta principalmente um padrão em caixa (Figura 4.14.A) Arenitos (Aexa, Aext, Aep, Afl e Am) As fácies de arenitos são as fácies mais predominantes, tendo sido identificadas tanto nos poços como nos afloramentos estudados (Figuras 4.1 a 4.12). Em campo são melhor exemplificadas no perfil do Riacho da Batateira (Figura 4.11).

78 59 Figura 4.14 A) Intervalo selecionado do Poço 12 para ilustrar exemplos da fácies Conglomerados e Arenitos conglomeráticos (Cep), e B e C) Fotos de detalhe desta fácies na profundidade de 268,20 m sob diferentes ponto de vista As rochas que compõem a fácies Arenitos com estratificação cruzada acanalada (Aexa) mostram-se texturalmente bem a moderadamente selecionadas, com granulometrias variando entre areia fina a grossa, composição predominantemente quartzosa e micácea e colorações que vão desde branco, amarelo a cinza esverdeado. No perfil do Riacho da Batateira se apreciam as maiores espessuras dos estratos desta fácies, os quais chegam a atingir 4 m (vide, por exemplo, o intervalo de 32 a 36 m deste perfil na Figura 4.11). Nos perfis de raios-gama, esta fácies exibe predominantemente padrão em caixa (Figura 4.15). Os litótipos associados à fácies Arenitos com estratificação cruzada tabular tangencial (Aext; Figura 4.16) mostram-se texturalmente bem a moderadamente selecionados e granulometrias que variam de areia fina a grossa, a semelhança com a fácies Aexa. A

79 60 composição também é predominantemente quartzosa e micácea e as colorações vão desde branco, amarelo a cinza esverdeado. Figura 4.15 A) Intervalo do Poço 12 ilustrando a fácies Arenitos com estratificação cruzada acanalada (Aexa), e B) Foto de detalhe desta fácies na profundidade de 151 m. Esta fácies apresenta uma boa distribuição, ocorrendo na grande maioria dos poços. Ocorre em estratos que exibem espessuras variadas, sendo que os mais espessos atingem cerca de 3 metros (vide, por exemplo, a profundidade de 61 m do Poço 13; Figura 4.10) e os mais delgados não ultrapassam 1 m (vide, por exemplo, a profundidade de 72,5 m do Poço 7; Figura 4.5). Nos perfis de raios-gama, verifica-se que estes arenitos mostram padrões variados, com tendências predominantemente em caixa. As rochas que formam a fácies Arenitos com estratificação plano paralela (Aep; Figura 17A e B) foram reconhecidas em todos os poços estudados, ocorrendo com maior freqüência nos poços 10 e 12 (vide, por exemplo, a profundidade 171 m deste último poço). Texturalmente, esta fácies caracteriza-se por conter arenitos moderadamente selecionados que apresentam granulometrias que variam de areia média a grossa. Apresentam composição quartzosa e colorações que alteram de amarelo a cinza. A espessura dos estratos que contêm esta fácies varia

80 61 entre 1 e 3 m (vide, por exemplo, a profundidade de 80 m do Poço 10; Figura 4.7). Nos perfis de raios gama, tais rochas mostram uma tendência predominantemente em caixa (Figura 4.17 A). Figura 4.16 (A) Arenitos grossos com estratificações cruzadas tabulares tangenciais da fácies Aext (Formação Rio da Batateira na Ponte Salamanca). Os litótipos que caracterizam a fácies Arenitos com fluidização (Afl) constituem em arenitos finos, de colorações cinza, branca ou amarela, e composição quartzosa. No Poço 13 os estratos que exibem esta fácies atingem sua máxima espessura, alcançando valores de 2 m (vide, por exemplo, a profundidade de 51,5 m deste poço; Figura 4.10). As estruturas de fluidização (Figura 4.18) estão relacionadas com a deposição rápida de sedimentos arenosos por sobre sedimentos lamosos contendo muita água; esta água ao tentar escapar da sobrecarga sedimentar produz desde estruturas em pratos e pilares até dobras convolutas. As rochas que compõem a fácies Arenitos maciços (Am) são texturalmente bem a moderadamente selecionados, têm granulometrias que variam de areia fina a grossa, apresentam composição quartzosa e colorações que variam de amarelo a cinza. Esta fácies foi identificada nas descrições dos testemunhos dos poços, e nestes apresentam-se com estrutura maciça,

81 62 provavelmente em virtude da homogeneização dos sedimentos fisicamente ou biologicamente após a deposição. A espessura dos estratos que contêm esta fácies varia entre 2 e 3 m (vide, por exemplo, o intervalo de 195 a 200 m do Poço 12; Figura 4.9). A expressão da fácies Am nos perfis de raiosgama é freqüentemente em caixa. Figura 4.17 A) Intervalo do Poço 12 ilustrando a fácies Arenitos com estratificação plano paralela (Aep), e B) Foto de detalhe desta fácies na profundidade de 171 m Pelitos (Pl e Plf) A fácies de Pelitos (Pl) é caracterizada por agregar rochas de granulação fina, representadas por arenitos muito finos, siltitos, lamitos, argilitos e folhelhos. Na maioria das vezes, tais rochas aparecem bioturbadas e exibem cores bastante variegadas, que vão desde cinza, castanho, vermelho até verde. Apresentam aspecto maciço ou laminado e ocorrem compondo estratos com espessuras superiores a 5 m (Figura 4.19) e inferiores a 1 m (vide, por exemplo, a profundidade de 69 m do Poço 13; Figura 4.10). É comum no intervalo superior de alguns poços (a exemplo dos poços 11 e 12; Figuras 4.8 e 4.9) ocorrerem espessos pacotes de folhelhos negros com alta porcentagem de matéria orgânica pertencentes à fácies Pl (Figura 4.19), os quais são interpretados como indicadores de ambientes aquáticos profundos e de baixa energia. Normalmente esta fácies encontra-se associada às fácies areníticas descritas no item

82 63 anterior, e com a fácies composta por calcários, que será discorrida no item Nos perfis de raios-gama, os litótipos desta fácies são caracterizados por exibirem freqüentemente padrão irregular com o predomínio dos valores altos (Figura 4.19). Figura 4.18 A) Intervalo do Poço 7 ilustrando a fácies Arenitos com fluidização (Afl), e B) Foto de detalhe desta fácies na profundidade de 64.5 metros. A fácies Pelitos com fluidização (Plf) tem como principal característica, da mesma forma que a fácies Arenitos com fluidização (Afl), a presença de estruturas de fluidização, expressa, neste caso, principalmente por estruturas convolutas. As rochas desta fácies ocorrem em estratos com espessura de cerca de 1 m (vide, por exemplo, a profundidade de 58 m do Poço 13; Figura 4.10). Nos perfis de raios gama está fácies caracteriza-se por apresentar, a semelhança da fácies Pl, padrão predominantemente irregular (Figura 4.20) Calcários Laminados (Cl) As rochas que compõem esta fácies são representadas principalmente por calcários de granulação bastante fina, calcissiltitos e calcilutitos, com colorações cinza, creme e branca (Figura 4.21 C). Apresentam-se laminados ou com aspecto maciço e, por vezes, podem exibir estrutura cone em cone (Figura 4.22). Alguns calcários desta fácies podem apresentar, localmente, porosidade vugular (Figura 4.21 B).

83 64 Os estratos desta fácies apresentam espessuras variadas; os mais espessos chegam a atingir cerca de 10 m (Figura 4.21 A) e os mais delgados não ultrapassam 1 m. Comumente, ocorrem associados à folhelhos e siltitos das fácies Pl (Figura 4.20) e, em menor freqüência, da fácies Plf. Nos perfis de raios-gama o padrão mais comum que esta fácies apresenta é o padrão em caixa (Figuras 4.20 e 4.21 A). Figura 4.19 A) Intervalo do Poço 12 ilustrando a fácies Pelitos (Pl), e B) Foto de detalhe desta fácies na profundidade de 145 metros. ESCALA RAIOS LITOLOGIA GAMA - + FÁCIES PADRÕES EMPLIHA. SISTEMA DEPOSI. SUPERF. CHAVE. TRATO SISTEMA. SEQÜÊNCIA DEPOS. Figura 4.20 Intervalo do Poço 11 ilustrando a fácies Pelitos com fluidização (Plf) e o padrão irregular nos perfis de raios gama, 139 m de profundidade.

84 65 Figura 4.21 A) Intervalo do Poço 12 ilustrando a fácies Calcários laminados (Cl); B) Calcário laminado com porosidade vugular, 221,3 m de profundidade, e C) Calcário laminado na profundidade de 230 m. Figura 4.22 Calcário exibindo estrutura cone em cone (fácies Cl) na profundidade de 136 m do Poço 12.

85 Arenitos calcíferos a calcarenitos (Cre) As rochas da fácies Arenitos Calcíferos a Calcarenitos (Cre) apresentam coloração castanha, cinza claro e branca e granulometrias que vão desde areia fina a muito grossa (Figura 4.26). Tais rochas são compostas predominantemente por grãos de quartzo e cimentos calcíticos, sendo assim, sua classificação varia desde arenitos, quando os grãos de quartzo perfazem mais que 50% da rocha, até calcarenitos, quando o cimento calcítico, por sua vez, passa a compor mais de 50% do total dos constituintes. Estas rochas exibem estrutura maciça e, por vezes, estratificada e ocorrem em estratos delgados, cuja espessura não ultrapassa 1 m (Figura 4.23). Nos perfis de raios-gama, esta fácies apresenta freqüentemente padrão em caixa (Figura 4.23). Figura 4.23 A) Intervalo do Poço 12 ilustrando a fácies Calcarenitos (Cre), e B) Foto de detalhe desta fácies na profundidade de m Margas (Ma) Os litótipos pertencentes à fácies Margas (Ma) apresentam coloração cinza claro e aspecto maciço. Localmente, gradam para calcários margosos e, por vezes, podem conter finos veios de calcita. Nos poços estudados, tal fácies apresenta-se como estratos delgados com espessura aproximada de 1 m (vide, por exemplo, a profundidade de 70 m do Poço 11; Figura 4.8). No Poço 7, no entanto, atinge a máxima espessura, alcançando valores de até 8 m (vide o intervalo

86 67 de 4 a 12 m deste poço; Figura 4.5). Em análise aos perfis de raios-gama nota-se que esta fácies apresenta com freqüência padrão irregular Gipsita (Gi) A fácies Gipsita (Gi) é representada por evaporitos, compostos principalmente por gipsita e anidrita, que exibem coloração branca (Figura 4.24 B). Tal fácies foi identificada principalmente nos afloramentos estudados, nos quais apresentam-se em estratos com espessuras superiores a 5 m, como também no Poço 11 (Figura 4.8), onde atinge espessuras máximas de 3 m. Estes litótipos ocorrem normalmente associados às rochas das fácies Ma e Cre, principalmente. Nos perfis de raios-gama, a fácies Gipsita (Gi) apresenta padrão em caixa (figura 4.24 A). ESCALA RAIOS GAMA - + LITOLOGIA FÁCIES PADRÕES EMPLIHA. SISTEMA DEPOSI. SUPERF. CHAVE. TRATO SISTEMA. SEQÜÊNCIA DEPOS. A B LAGUNAR LAGUNAR Figura 4.24 A) Intervalo do Poço 11 ilustrando a fácies Gipsita (Gi), e B) Foto de detalhe desta fácies na profundidade de 71.5 m. 4.3 SISTEMAS DEPOSICIONAIS Com base nas fácies sedimentares definidas bem como nas associações verticais e laterais entre as mesmas foi possível interpretar os sistemas deposicionais presentes na área de estudo. Foram reconhecidos cinco principais sistemas deposicionais, que se distribuem desde o ambiente continental, representado pelos sistemas fluvial (com estilo meandrante e estilo entrelaçado) e

87 68 lacustre; parálico, caracterizado pelo sistema deltaico, até o marinho, expresso pelo sistema plataformal Sistema Fluvial Estilo Meandrante A associação de fácies representativa deste sistema na área é constituído predominantemente por rochas siliciclásticas que variam desde conglomerados até pelitos, maciços a estratificados, pertencentes às fácies Cep, Am, Aext, Aexa, Aep e Pl (Tabela 1). Tais fácies encontram-se arranjadas de forma a compor dois tipos de depósitos principais: (i) depósitos de preenchimento de canal, formados pelo lag residual de fundo de canal e por barras fluviais, e (ii) depósitos de planície de inundação. Os depósitos de preenchimento de canal, expressos normalmente por corpos amalgamados, estão representados pelas fácies de mais alta energia, Cep, Am, Aext, Aexa e Aep, ao passo que os depósitos de planície de inundação caracterizam-se por estratos da fácies Pl. Para se estabelecer o estilo fluvial caracterizado por tais depósitos foram utilizados dois critérios principais: (i) o tipo de barra fluvial, utilizando para isso o ângulo entre o mergulho das superfícies de acreção das barras de preenchimento do canal e o mergulho dos estratos cruzados, bem como (ii) a porcentagem de fácies de granulação fina, se alta ou baixa, existente nos ciclos de afinamento textural para o topo, característico deste sistema. No primeiro caso, o ângulo resultante entre estas superfícies de aproximadamente 90 o permitiu afirmar que as barras fluviais constituem barras de acresção lateral, mais especificamente, barras em pontal (Figura 4.25). Quanto à porcentagem de fácies de granulação fina, a análise dos perfis de raios-gama possibilitou reconhecer que tais depósitos compõem ciclos de afinamento textural para o topo (padrão em sino, figura 4.26), contendo uma porcentagem expressiva de fácies pelíticas. Estes fatos corroboraram para se concluir que o estilo fluvial é o meandrante Estilo Entrelaçado Este sistema deposicional somente foi reconhecido nos testemunhos estudados sendo representado pelas fácies Cep, Am, Aext, Aexa e Aep, (Tabela 1); pelitos da fácies Pl ocorrem de forma bastante esporádica. Tais fácies relacionam-se a depósitos de preenchimento de canal, no entanto, pelo fato dos mesmos não terem sido reconhecidos em campo, não foi possível classificar o tipo de acresção, se frontal ou lateral.

88 69 Figura 4.25 (A) Arenitos grossos com estratificações cruzadas acanaladas da fácies Aext (Formação Rio da Batateira na Ponte Salamanca) interpretados em (B) como barras em pontal de um sistema fluvial meandrante.

89 70 Figura 4.26 Intervalo do Poço 1 ilustrando exemplos do sistema fluvial meandrante (vide também do Diagrama 1D deste poço apresentado na figura 4.1). Apesar disto, as características faciológicas, os padrões em caixa nos perfis de raios-gama (Figura 4.27) e a baixa percentagem de fácies pelíticas no topo dos ciclos permitem interpretar que estes depósitos foram formados a partir de sistemas fluviais entrelaçados Sistema Lacustre Este sistema é composto por rochas siliciclásticas e carbonáticas englobadas nas fácies Pl e Cl (Figuras ). Segundo Neumann (1999) a rica associação fossilifera encontrada nos calcários laminados e nos folhelhos associados a eles (ostracodes, crustáceos e pequenos peixes) são indicadores de ambientes de sedimentação lacustre. Os pelitos da fácies Pl apresentam cores

90 71 predominantemente verdes a verdes cinza, além de serem bastante micáceos, o que indica a deposição em condições redutoras. UNIDADE ESCALA RAIOS GAMA LITOLOGIA - + FÁCIES PADRÕES EMPLIHA. SISTEMA DEPOSI. SUPERF. CHAVE. TRATO SISTEMA. SEQÜÊNCIA DEPOS. MARINHO MARINHO Figura 4.27 Intervalo do Poço 11 ilustrando exemplos do sistema fluvial entrelaçado (vide também do Diagrama 1D deste poço apresentado na figura 4.8) Sistema Deltaico Este sistema é integrado pela fácies Pl, Plf, Af, Am e Aext (Tabela 1) que se associam normalmente de forma a compor ciclos com engrossamento textural para o topo. Neste sistema foi possível reconhecer dois tipos de depósitos: (i) depósitos de prodelta, sendo caracterizados por pelitos verdes claros e escuros, além de pelitos verdes acinzentados, laminados ou contendo estruturas de fluidização, que integram as fácies Pl e Plf, respectivamente; (ii) depósitos de frente deltaica, dentre os quais estão as barras frontais representadas por siltitos e arenitos muito finos a finos, por vezes médios, com laminações

91 72 Figura Marcas de onda nos arenitos calcíferos (fácies Cre) da Formação Rio da Batateira, 86 m acima da base do afloramento, exemplificando o sistema lacustre (vide também o Diagrama 1D deste afloramento ilustrado na figura 4.11). Figura Pelitos verdes no Riacho da Batateira, 72 m acima da base do afloramento, ilustrando o sistema lacustre interpretado na área (vide também o Diagrama 1D deste afloramento ilustrado na figura 4.11).

92 73 cruzadas cavalgantes, estratificações cruzadas e estruturas de fluidização e sobrecarga, como dobras convolutas e estruturas em chama, inclusos nas fácies Af, Am e Aext; além das barras de desembocadura, caracterizadas por arenitos médios a grossos com estratificações cruzadas e, por vezes, com estruturas de fluidização, pertencentes as fácies Af e Aext. A principal característica deste sistema deposicional é a tendência de um aumento gradativo da granulometria em direção ao topo, desde folhelhos de prodelta, passando a siltitos e arenitos finos a médios de barras frontais até arenitos mais grossos de barras de desembocadura. Nos perfis de raios-gama a expressão das eletrofácies deste sistema é principalmente em sino inverso (Figura 4.30). ESCALA RAIOS GAMA - + LITOLOGIA FÁCIES PADRÕES EMPLIHA. SISTEMA DEPOSI. SUPERF. CHAVE. TRATO SISTEMA. SEQÜÊNCIA DEPOS. TRATO DE SISTEMAS DE NIVEL BAIXO (TSNB 1) TRATO DE SISTEMAS TRANSGRESSIVO (TST 1) Figura 4.30 Intervalo do Poço 11 ilustrando exemplos do sistema deltaico (vide também o Diagrama 1D deste poço ilustrado na figura 4.8). Nas figuras 4.31 e 4.32 pode-se apreciar exemplos de lobos deltaicos, caracterizados por depósitos que apresentam geometria em montiforma, com a superfície inferior reta e a superior convexa.

93 74 Figura Afloramento de Minas Caldas apresentando estratos da fácies tal com geometria montiforma (base reta e topo convexo) interpretada como lobo deltaico do sistema deltaico. Figura Afloramento de Minas Caldas apresentando estratos da fácies (Aext) com geometria montiforma (base reta e topo convexo) interpretada como lobo deltaico do sistema deltaico.

94 Sistema Lagunar (Supramaré) O sistema lagunar está representado pela associação de fácies Pl, Ma, Cre e Gi. Este sistema caracteriza-se pela presença de depósitos de anidrita e gipsita (fácies Gi), além dos depósitos de pelitos negros com restos vegetais (fragmentos de troncos). Estes últimos não contêm uma fauna tipicamente marinha. A presença de depósitos evaporíticos e a ausência de uma fauna indicadora de condições marinhas normais conduziram à interpretação preliminar de que estes depósitos possam ter sido formados nas regiões de supramaré (fácies Gi, e possivelmente, Cre) a inframaré rasa (fácies Ma) de um sistema lagunar restrito, o qual devia manter uma conexão intermitente com o mar. Este sistema ocorria associado, em direção ao continente a depósitos de planície costeira (fácies Pl). Estes sistemas se depositaram em fases climáticas de acentuada aridez Sistema Plataformal O sistema de plataforma marinha foi interpretado a partir do reconhecimento de certo litótipos com fauna marinha inclusos na fácies Pl, os quais foram identificados, neste trabalho, nos poços 11 e 12 (figuras 4.11 e 4.12). Estes litótipos consistem de pelitos de cores negra e cinza que contêm concreções fossiliferas as quais, segundo Silva Santos & Valeça (1968) são de origem marinha. Assine (2007) também reportou a ocorrência de pelitos com uma associação fossilífera indicativa de ambiente marinho na porção basal da Formação Romualdo no poço 2-AP-1-CE. Trata-se de um grupo de Dinoflagelados, mais especificamente dos gêneros Spiniferites Mantell, Subtilisphaera Jain e Subtilisphaera Millipied, que com segurança indicam deposição em condições marinhas. 4.4 PADRÕES DE EMPILHAMENTO, SUPERFÍCIES-CHAVE CHAVE E TRATOS DE SISTEMAS. Foram identificados dois tipos de padrão de empilhamento distintos, o progradacional e o retrogradacional. No empilhamento progradacional, as parasseqüências mais jovens depositaram-se em condições cada vez mais rasas resultando em ciclos com uma tendência geral de engrossamento textural para o topo (Figura 3.33). Já, de forma inversa, no empilhamento retrogradacional, as parasseqüências mais jovens depositaram-se em condições cada vez mais profundas, dando origem a ciclos com uma tendência geral de afinamento textural para o topo (Figura 3.33).

95 76 Com base na mudança entre estes padrões de empilhamento, foram posicionadas as superfícies chave, ou seja, as discordâncias, as superfícies transgressivas e as superfícies de inundação máxima, sendo assim possível identificar os tratos de sistemas e as diferentes seqüências deposicionais. ESCALA RAIOS GAMA - + LITOLOGIA FÁCIES PADRÕES EMPLIHA. SISTEMA DEPOSI. SUPERF. CHAVE. TRATO SISTEMA. SEQÜÊNCIA DEPOS. PADRÕES DE EMPILHAMENTO RETROGRADACIONAL PADRÕES DE EMPILHAMENTO PROGRADACIONAL Figura 4.33 Intervalo do Poço 11 ilustrando exemplos dos diferentes padrões de empilhamento reconhecidos na área de estudo (vide também o Diagrama 1D deste poço ilustrado na figura 4.8). Neste trabalho utilizou-se a terminologia da estratigrafia de seqüências empregada no estudo de sucessões parálicas e marinhas (Vail et al. 1977, Posamentier et al. 1988, Posamentier & Vail 1988, Van Wagoner et al e 1990). Para os intervalos representados por sistemas deposicionais interpretados anteriormente, foram reconhecidos tratos de sistemas que receberam a denominação de tratos de sistemas de ível Baixo (TSNA), Transgressivo (TST) e de ível Alto (TSNA), seja com respeito à deposição em ambiência lacustre ou marinha; esta última podendo representar os estágios finais

96 77 da deposição da sucessão estudada. O Trato de Sistemas de ível Baixo reflete a deposição em condições de alta taxa de suprimento sedimentar com relação ao espaço de acomodação que está sendo gerado. O Trato de Sistemas Transgressivo caracteriza-se por conter ciclos com padrão de empilhamento retrogradacional, resultando assim em uma tendência ao afogamento para o topo, o que culmina na Superfície de Inundação Máxima (SIM). Por fim, Trato de Sistemas de ível Alto apresenta ciclos com padrão de empilhamento predominantemente progradacional, formados, na grande maioria das vezes, por depósitos deltaicos; neste trato, por vezes, há a deposição de evaporitos, marcando os estágios finais do mesmo, em que a deposição se dá em condições de lâmina de água bastante rasa.

97 5.1 ANÁLISE ESTRATIGRÁFICA A 2D A análise estratigráfica 1D de todos os poços e afloramentos estudados permitiu que fossem reconhecidas as unidades básicas da estratigrafia de seqüências e posicionadas, ainda que de forma preliminar, as principais superfícies de caráter cronoestratigráfico. A etapa seguinte foi a de correlacionar tais unidades e superfícies entre poços e afloramentos de forma a se compreender o comportamento espacial na área estudada. Para tanto, foram elaboradas duas seções estratigráficas, a Seção Estratigráfica A, com direção N10W S10E, e a Seção Estratigráfica B, com direção N60E S60W (Anexos 5.1 e 5.2). Para a escolha do datum, superfície cronoestratigráfica que melhor evidencia a paleomorfologia da época da deposição, foi adotada a superfície de inundação máxima interna à Seqüência 1. A mesma foi escolhida pelo fato de estar presente na maioria dos poços contidos nas duas seções. Esta superfície tem um caráter cronoestratigráfico, no entanto, coincide, na maioria das vezes, com o contato litoestratigráfico entre as formações Rio da Batateira e Crato. A elaboração das seções estratigráficas permitiu correlacionar e analisar o comportamento das seis seqüências deposicionais (Anexos 5.1 e 5.2) outrora identificadas quando da análise 1D. Tais seqüências em conjunto representam um tempo de duração de aproximadamente 25 Ma (Aptiano ao Albiano) o que permite inferir que as mesmas se relacionam a ciclos de segunda ordem ou superciclos (ciclos com durações entre 3 e 10 Ma), segundo a classificação de Vail, et al (1977). A Seqüência 1, mais antiga das seis seqüências identificadas, é composta principalmente por depósitos fluviais entrelaçados e meandrantes, classificados litoestratigraficamente como Formação Rio da Batateira, além de incluir depósitos lacustres, relacionados à porção basal da Formação Crato. Para esta seqüência foram reconhecidos os tratos de sistemas de Nível Baixo e Transgressivo e de Nível Alto (TSNB, TST e TSNA, respectivamente; Anexos 5.1 e 5.2). Os dois primeiros tratos, TSN e TST, são formados exclusivamente pelos depósitos fluviais da Formação Rio da Batateiras, ao passo que o terceiro, TSNA, inclui depósitos deltaicos e lacustres da Formação Crato. Este último trato assinala a primeira evidência de depósitos lacustres na fase

98 79 pós rifte da Bacia do Araripe. A espessura desta seqüência é variável, oscilando entre 30 e 70 m (Figura 5.1); as maiores espessuras são encontradas nos setores noroeste e sudeste da área de trabalho PS-1 PS-11 PS-10 R.BAT PS-3 M.CALDAS PS-12 SEÇÃO RIFTE E PÓS- RIFTE EMBASAMENTO PS-4 PS-13PS-5 PS-7 PS Q Figura Mapa de isópacas apresentando as variações de espessura da Seqüência 1 na área estudada. N M As seqüências 2, 3 e 5 são, cada qual, formadas por dois tratos, o Trato de Sistemas Transgressivo e o de Nível Alto; o Trato de Sistemas de Nível Baixo de cada uma destas seqüências inexiste, é pouco expressivo ou não foi reconhecido na área estudada. Os Tratos de Sistemas Transgressivos destas seqüências são formados por depósitos lacustres, ao passo que os Tratos de Sistemas de Nível Alto contêm depósitos deltaicos, os quais nas seqüências 2 e 5 exibem espessuras consideráveis, indicando assim condições de alta taxa de suprimento sedimentar. A Seqüência 2, dentre as duas seqüências, é a mais espessa (Figura 5.2) e, tal como ocorre na Seqüência 5 (Figura 5.5), o aumento da espessura se dá em direção ao norte. No caso específico da Seqüência 2, esta chega a atingir valores de 40 m e, para a Seqüência 5, 35 m. De outra forma, a Seqüência 3 (Figura 5.4) evidencia um aumento moderado da espessura para a porção sudeste da bacia estudada.

99 80 A Seqüência 4 é composta pelos tratos de sistemas de Nível Baixo, Transgressivo e de Nível Alto e a Seqüência 6 é composta apenas pelos dois primeiros tratos, o de Nível Baixo e Transgressivo. O trato de sistemas basal destas seqüências, o TSNB, é formado exclusivamente PS PS PS-10 R.BAT SEÇÃO RIFTE E PÓS- RIFTE PS-3 M.CALDAS PS-7 PS-13PS-5 PS-4 PS-8 PS Q EMBASAMENTO N M Figura Mapa de isópacas apresentando as variações de espessura da Seqüência 2 na área estudada.

100 PS-1 PS-11 PS-10 R.BAT SEÇÃO RIFTE E PÓS- RIFTE PS-3 M.CALDAS PS-7 PS-13PS-5 PS-4 PS-8 PS-12 EMBASAMENTO Q N M Figura Mapa de isópacas apresentando as variações de espessura da Seqüência 3 na área estudada PS PS PS-10 R.BAT SEÇÃO RIFTE E PÓS- RIFTE PS M.CALDAS PS-13PS-5 PS PS-12 PS-7 PS-8 EMBASAMENTO Q N M Figura Mapa de isópacas apresentando as variações de espessura da Seqüência 4 na área estudada.

101 PS-1 PS-11 PS-10 R.BAT SEÇÃO RIFTE E PÓS- RIFTE PS-3 M.CALDAS PS-7 PS-13PS-5 PS-4 PS-8 PS-12 EMBASAMENTO Q N M Figura Mapa de isópacas apresentando as variações de espessura da Seqüência 5 na área estudada. por depósitos fluviais, que chegam a atingir 25 m de espessura (Figuras 5.4 e 5.6), o que permite afirmar que o início do desenvolvimento destas seqüências foi marcado por quedas significativas do nível de base. O TST da Seqüência 4 assinala o avanço dos sistemas lacustres por sobre os sistemas fluviais, ao passo que, no caso da Seqüência 6, este trato de sistemas registra o único momento de entrada do mar na bacia.

102 PS PS PS-10 R.BAT SEÇÃO RIFTE E PÓS- RIFTE PS-3 M.CALDAS PS-7 PS-13PS-5 PS-4 PS-8 PS-12 EMBASAMENTO Q N M Figura Mapa de isópacas apresentando as variações de espessura da Seqüência 6 na área estudada. 5.2 ANÁLISE ESTRATIGRÁFICA 3D Após a correlação 2D das seqüências deposicionais identificadas ainda durante a análise 1D dos poços e afloramentos, e o rastreamento das superfícies-chaves pela área de estudo, foi realizada a visualização tridimensional do intervalo cronoestratigráfico investigado, utilizando-se para isso o software SURFER 8.0. A figura 5.7 apresenta a modelagem das seis seqüências deposicionais em diferentes ângulos de observação. A superfície de cor vermelha corresponde ao topo da Seqüência 6, a de cor azul ao topo da Seqüência 5, a de cor verde clara ao topo da Seqüência 4, a de cor verde escura ao topo da Seqüência 3, a de cor verde amarelada ao topo da Seqüência 2 e a de cor roxa a base da Seqüência 1. Esta técnica oferece uma melhor visualização da distribuição e da

103 84 Figura Visualização tridimensional das seqüências deposicionais identificada na área de estudo. continuidade das seqüências identificadas ao longo da área de estudo. Ressalta-se que o limite nordeste das imagens visualizadas na Figura 5.7 representa a borda da Chapada do Araripe e, conseqüentemente, o topo da cuesta que a separa do Vale do Cariri, correspondendo ainda ao

104 85 limite entre as regiões de afloramentos das seções rifte (Vale do Cariri) e pós-rifte (Chapada do Araripe). 5.3 HISTÓRIA ESTRATIGRÁFICA EVOLUTIVA DO INTERVALO ESTUDADO DO Neste item pretende-se tecer, de forma preliminar, a história evolutiva que permeou o desenvolvimento das seis seqüências deposicionais interpretadas para o intervalo Albiano ao Aptiano na porção leste da Bacia do Araripe Início da deposição do d Intervalo estudado: Seqüência 1 A Seqüência 1, seqüência mais antiga e basal do intervalo investigado, teve seu início marcado pelo domínio de sistemas fluviais, cujos depósitos se relacionam à Formação Rio da Batateira. Estes depósitos constituem espessos pacotes de arenitos com estratificações cruzadas predominantemente acanaladas que foram interpretados, com base nas estruturas sedimentares presentes e nos padrões de ciclicidade, como depósitos de preenchimento de canal, mais especificamente, barras de sistemas fluviais entrelaçados. A disposição destes corpos arenosos, de forma intensamente amalgamada, guiou a interpretação de que tais depósitos foram gerados em um momento onde prevaleciam baixas taxas de criação de espaço de acomodação. A partir deste intervalo, onde os corpos arenosos são espessos e se encontram amalgamados, e acima estratigraficamente, ocorre um outro intervalo onde os corpos arenosos já não se dispõem de forma amalgamada, ocorrendo de forma dispersa e encapsulados por depósitos lamosos, interpretados como depósitos de sistemas fluviais meandrantes. Este segundo intervalo esta sendo aqui interpretado como tendo sido depositado em uma fase onde houve um aumento na taxa de criação de espaço de acomodação, a qual propiciaria o desenvolvimento de amplas planícies de inundação. O intervalo basal foi associado ao Trato de Sistemas de Nível Baixo (TSNB1) e o segundo intervalo, onde aumenta a taxa de acomodação, ao Trato de Sistemas Transgressivo (TST1) desta seqüência (Figura 5.8; vide também os Diagramas 1D, apresentados no Capítulo 4 e as seções estratigráficas, Anexos 5.1 e 5.2, deste capítulo). A primeira evidência do estabelecimento de um sistema lacustre no intervalo Aptiano ao Albiano relaciona-se à implantação do trato de sistemas final desta seqüência, o Trato de Sistemas de Nível Alto (TSNA1; Figura 5.8). Neste trato de sistemas há um predomínio de fácies

105 86 pelíticas esverdeadas que indicam condições redutoras de deposição, assim como também ocorrem, entremeados aos pelitos, calcários que exibem marcas de onda. Neste intervalo também são descritas fácies, de menor monta, relacionadas ao desenvolvimento de pequenos deltas (especialmente na região dos poços 10 e 11; Figura 5.8). Durante a deposição desta seqüência é possível que o clima tenha variado desde um clima mais seco onde prevaleciam baixas condições de precipitações pluviométricas, momento em que foi formado o TSNB1, para um clima mais úmido, onde as precipitações de chuva passaram a ser mais significativas e o TST1 foi formado, até tornar-se, por fim, novamente mais seco com a deposição do TSNA1. Tal inferência levou em consideração que durante a deposição do TSNB1 os depósitos de planície de inundação eram poucos e que, hoje, os depósitos de preenchimento de canal se apresentam fortemente amalgamados. Por outro lado, durante a deposição do TST1, a ocorrência de significativos depósitos de planícies de inundação sugerem que deviam prevalecer altas taxas de precipitação pluviométrica. Para o TSNA1, a ocorrência de espessos pacotes de calcários laminados conduz a interpretação de que o clima deve ter voltado a se tornar mais seco, possivelmente semi-árido Seqüências 2 e 3 As seqüências 2 e 3 possuem evoluções semelhantes. Para estas seqüências o sistema lacustre apresentou duas fases principais. A primeira delas foi a fase de expansão, onde a taxa de criação de espaço de acomodação superou a de aporte sedimentar, propiciando a geração de espessos pacotes de lamitos e de calcários laminados; esta primeira fase relaciona-se aos tratos de sistemas transgressivos de ambas seqüências, TST2 e TST3, respectivamente. A segunda fase correspondeu à fase de retração, fase em que a taxa de aporte sedimentar tornou-se maior que a de criação de espaço de acomodação. Nesta fase, a linha de costa do lago foi forçada a regredir em virtude da entrada, de forma progradante, do sistema deltaico (Figura 5.9). Os depósitos relacionados ao sistema deltaico desenvolvido nesta fase foram interpretados na maioria dos poços; na Seqüência 2, tais depósitos chegam a atingir 30 m de espessura (vide os Diagramas 1D dos poços 4 e 13 apresentados no Capítulo 4, figuras 4.3 e 4.10, respectivamente). A esta segunda fase relaciona-se os tratos de sistemas de Nível Alto das seqüências 2 e 3, TSNA2 e TSNA3. Com relação ao clima, o mesmo deve ter se mantido semi-árido durante a deposição de ambas as seqüências, visto que as mesmas ainda apresentam importantes pacotes de calcários laminados.

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108 Seqüência 4 A seqüência 4 é formada por três tratos de sistemas: o Trato de Sistemas de Nível Baixo (TSNB4), o Trato de Sistemas Transgressivo (TST4) e o Trato de Sistemas de Nível Alto (TSNA4). O TSNB4 registra uma queda significativa do nível base do lago, sendo caracterizado por conter espessos pacotes de arenitos, interpretados como originados a partir da deposição de canais fluviais ricos em carga de fundo, em um contexto de baixa razão entre a taxa de criação de espaço de acomodação e a taxa de influxo sedimentar. O TST4 é formado por pelitos verdes e por calcários laminados que se depositaram por sobre os litótipos do trato anterior, TSNB4, desta seqüência. Durante a deposição deste trato, a taxa de criação de espaço de acomodação deve ter superado de aporte sedimentar, permitindo que o sistema fluvial anterior fosse afogado e que se implantasse um sistema lacustre na área de estudo. Este trato de sistemas relaciona-se a terceira fase de expansão do sistema lacustre ocorrido durante a deposição da seção pós-rifte da bacia. O TSNA4 desta seqüência assinala um momento em que a taxa de aporte sedimentar se torna maior que a taxa de criação de espaço de acomodação permitindo a progradação de grandes sistemas deltaicos por sobre o sistema lacustre, o qual nesta fase tende a se retrair. Depósitos deltaicos associados a este trato de sistemas foram interpretados nos poços nos poços 10, 11, 12 e 13 (Figura 5.10; vide também os Diagramas 1D destes poços, figuras 4.7 a 4.9, Capítulo 4) Seqüência 5 A seqüência 5 corresponde litoestratigraficamente à Formação Ipubi e foi interpretada neste trabalho como tendo sido formada durante duas fases distintas de evolução (Figura 5.11). A primeira delas relaciona-se à fase de expansão do lago, cujos depósitos foram interpretados como integrantes do TST5. Nesta fase, o nível de base do lago deve ter subido consideravelmente, inundando novamente a porção leste da Bacia do Araripe. Tal inferência se baseia na ocorrência de espessos pacotes de lamitos esverdeados, os quais indicam deposição sob condições redutoras. O clima deve ter se mantido semi-árido durante este trato de sistemas, fato relacionado com a presença de pacotes de calcários laminados. A segunda fase que norteia a evolução desta seqüência relaciona-se à única, porém importante, fase de incursão marinha ocorrida na Bacia do Araripe. Os depósitos gerados durante esta fase foram relacionados ao Trato de Sistemas de Nível Alto (TSNA5) desta seqüência. Este trato assinala o final do domínio lacustre na Bacia do Araripe e a mudança destes para sistemas lagunares, onde os depósitos de supramaré são os mais expressivos. Estes sistemas

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110 91

111 92 se caracterizavam por constituir lagunas restritas em ambiente parálico, com lâminas de água rasa, e com conexão intermitente com o mar, situação em que as variações relativas do nível do mar passaram a controlar a arquitetura deposicional. Este trato de sistemas registra ainda o momento de maior aridez ocorrido durante todo o intervalo estudado, Aptiano ao Aptiano, o qual é atestado pela presença de depósitos evaporíticos, que atingem de 1 a 5 m de espessura, ocorrendo principalmente na região do Poço 11 (vide o Diagrama 1D deste poço apresentado na Figura 4.8 do Capítulo 4). Lateralmente, e de forma cronoequivalente, os depósitos evaporíticos ocorrem interdigitados com lamitos verdes Final da deposição do Intervalo estudado: Seqüência 6 A Seqüência 6 corresponde litoestratigraficamente à Formação Romualdo e marca o final do intervalo estudado, Aptiano ao Albiano. Tal seqüência iniciou sua deposição após uma queda do nível do então incipiente mar que avançou por sobre a Bacia do Araripe durante a deposição da seqüência anterior. Esta queda permitiu e forçou a entrada de sistemas fluviais entrelaçados, sistemas mais basais desta seqüência, os quais correspondem ao Trato de Sistemas de Nível Baixo da mesma. O sistema fluvial entrelaçado, cujos depósitos integram o TSNB6, foi interpretado com base na ocorrência de pacotes com até 20 m de espessura que representam vários estratos de arenitos conglomeráticos e arenitos finos a médios, estratificados, que foram interpretados como depósitos de canais amalgamados. Como já foi dito anteriormente, em capítulo anterior, a disposição de forma amalgamada destes corpos pressupõe que a deposição ocorreu em condições em que a taxa de aporte sedimentar prevalecia sobre a taxa de criação de espaço de acomodação. Estes depósitos fluviais são sucedidos por pelitos e rochas carbonáticas de origem marinha, que demarcam o trato de sistemas seguinte, ou seja, o TST5. Este trato de sistemas possivelmente deve representar a deposição em condições de lâmina de água mais profunda de todo o intervalo estudado. Tal fato é evidenciado pela espessura que os estratos pertencentes a este trato apresentam, maior que de todos os tratos de sistemas homônimos das seqüências anteriores. Além disso, este trato contém depósitos de folhelhos mais ricos em matéria orgânica que os demais (Figura 5.12). A Seqüência 6 é a seqüência que de forma inequívoca atesta a presença do mar na Bacia do Araripe; as ocorrências fossilíferas já descritas no Capítulo 4 comprovam a deposição em condições marinhas. O momento, no entanto, em que houve esta entrada do mar na bacia ainda constitui tema de discussão.

112 93

113 SÍNTESE DA ANÁLISE ESTRATIGRÁFICA DO INTERVALO ESTUDADO Diferentemente de muitas bacias sedimentares brasileiras, a seção pós-rifte na Bacia do Araripe não apresenta evidências de um forte controle tectônico no arranjo do arcabouço estratigráfico do intervalo estudado. A análise estratigráfica do intervalo Aptiano ao Albiano na Bacia do Araripe, por meio do estudo dos afloramentos e de suas relações de campo, e dos poços selecionados, permitiu compreender que o controle principal no desenvolvimento das seqüências deposicionais reconhecidas foram às variações do nível de base local que afetaram tanto a dinâmica dos sistemas lacustres como a dos sistemas fluviais. Estas variações do nível de base, por sua vez, devem ter sido condicionadas por mudanças climáticas, expressas por fases mais úmidas, o que favorecia a subida do nível de base, e fases mais áridas, onde o nível de base tendia a descer (Figura 5.13). As variações do nível eustático passaram a influenciar e a controlar a sedimentação da área apenas no TSNA5 e no final do intervalo Aptiano ao Albiano (TST6). Finalmente, a figura 5.14 mostra graficamente as relações entre as variações do nível de base, do espaço de acomodação e do aporte sedimentar para cada uma das seqüências deposicionais identificada no intervalo do Aptiano ao Albiano na Bacia do Araripe.

114 Figura Curva global do clima, 95

115 96 Figura Variação hipotética do nível de base para o intervalo Aptiano ao Albiano na Bacia do Araripe, com base na análise estratigráfica conduzida neste estudo.

116 Os resultados obtidos no presente trabalho permitiram concluir que a estratigrafia de seqüências, em um aspecto mais amplo, constitui uma ferramenta muito útil na análise e elaboração do arcabouço cronoestratigráfico da uma bacia. No caso particular do intervalo estudado, Aptiano ao Albiano, da parte leste da Bacia do Araripe, o emprego da estratigrafia de seqüências como instrumento de análise estratigráfica possibilitou alcançar com sucesso todos objetivos inicialmente propostos. A análise estratigráfica da Bacia do Araripe foi focada no estudo 1D, 2D e 3D dos diferentes afloramentos e poços selecionados. A análise 1D teve como objetivo a identificação das diferentes fácies sedimentares, a postulação dos sistemas deposicionais presentes na área de estudo, assim como a identificação de padrões de empilhamento, superfícies chaves, tratos de sistemas e seqüências deposicionais. O estudo individual de cada um dos pontos de controle permitiu identificar 13 fácies sedimentares agrupadas em sete associações principais: Conglomerados a Arenitos Conglomeráticos clasto suportados (Cep), Arenitos (Aexa, Aext, Aep, Afl e Am), Pelitos (Pl e Plf), Calcários Laminados (Cl), Arenitos calcíferos a Calcarenitos (Cre), Gipsita (Gi) e Margas (Ma). Foram interpretados, ao longo da evolução da seção aptiana a albiana da Bacia do Araripe, a ocorrência cinco sistemas deposicionais (sistema fluvial, lacustre, deltaico, lagunar e de plataforma marinha). O primeiro deles, o sistema fluvial, foi dividido em dois sub-tipos: o sistema fluvial meandrante, caracterizado por depósitos de preenchimento de canal e depósitos de planície de inundação, e o sistema fluvial entrelaçado formado principalmente por depósitos de preenchimento de canal; as fácies deste sistema se associam verticalmente segundo ciclos de afinamento textural para o topo (padrão em sino nos perfis geofísicos). O sistema lacustre, relacionado principalmente aos litótipos da Formação Crato, apresenta uma boa distribuição na bacia, sendo composto por depósitos de pelitos verdes e calcários laminados. O sistema deltaico, representado por depósitos de prodelta e de frente deltaica, os quais se dispõem verticalmente em ciclos com granocrescência para o topo (padrão em sino invertido nos perfis geofísicos). O

117 97 sistema lagunar caracteriza-se pela presença de depósitos de anidrita e gipsita, além dos depósitos de pelitos negros com restos vegetais, os quais não contêm uma fauna tipicamente marinha. O sistema de plataforma marinha é composto por sucessões de pelitos pretos e cinza com faunas fossiliferas de Dinoflagelados (gêneros Spiniferites Mantell, Subtilisphaera Jain e Subtilisphaera Millipied), típicas de este tipo de sistema deposicional. Foram identificados dois tipos de padrões de empilhamento ao longo da seção Aptiano ao Albiano da Bacia do Araripe, o padrão progradacional e o retrogradacional, mediante os quais se reconheceram as superfícies-chaves (discordâncias, superfícies transgressivas e superfícies de inundação máxima) e três tratos de sistemas (Trato de Sistemas de Nível Baixo, Trato de Sistemas Transgressivo e Trato de Sistemas de Nível Alto); tais limites constituíram a base para a determinação das seis seqüências deposicionais que constituem o arcabouço cronoestratigráfico da área de estudo. Na análise estratigráfica 2D, a confecção das seções estratigráfica permitiu compreender o comportamento das seis seqüências deposicionais identificadas em cada um dos afloramentos e poços analisados. Tais seqüências em conjunto representam um tempo de duração de aproximadamente 25 Ma (Aptiano ao Albiano) o que permite inferir que as mesmas possam ser relacionadas a ciclos de segunda ordem ou superciclos (ciclos com durações entre 3 e 10 Ma), segundo a classificação de Vail, et al (1977). A Seqüência 1, mais antiga das seis seqüências identificadas, é composta pelos tratos de sistemas de Nível Baixo, Transgressivo e de Nível Alto. Os dois primeiros tratos são formados exclusivamente pelos depósitos fluviais da Formação Rio da Batateira, ao passo que o terceiro inclui depósitos deltaicos e lacustres da Formação Crato. O Trato de Sistemas de Nível Alto desta seqüência assinala a primeira evidência de depósitos lacustres na fase pós rifte da Bacia do Araripe. As seqüências 2 e 3 são formadas pelos tratos de sistemas Transgressivo (fase de expansão do lago) e de Nível Alto (fase retração do lago). Os Tratos de Sistemas Transgressivos destas seqüências são formados por depósitos lacustres, ao passo que os Tratos de Sistemas de Nível Alto contêm depósitos deltaicos, os quais na seqüência 2 exibem espessuras consideráveis, indicando assim condições de alta taxa de suprimento sedimentar na época da deposição deste. A seqüência 4 é formada pelos tratos de sistemas de Nível Baixo, Transgressivo e de Nível Alto. O trato de sistemas mais basal registra uma queda importante do nível base do lago; este trato se desenvolveu em condições de baixa razão entre a taxa de criação de espaço de acomodação e a taxa de influxo sedimentar. O Trato de Sistemas Transgressivo marca a terceira fase de expansão do sistema lacustre na seção pós rifte da bacia, fase esta em que a taxa de

118 98 criação de espaço de acomodação superou a de aporte sedimentar. Finalmente, o sistema lacustre implantado no trato anterior inicia uma fase de retração em condições em que a taxa de aporte sedimentar passa a suplantar a de criação de espaço de acomodação; esta fase se relaciona ao trato de sistemas final desta seqüência, o Trato de Sistemas de Nível Alto. A seqüência 5 desenvolveu-se em duas fases distintas. A primeira relaciona-se com a última etapa de expansão do lago, quando foi desenvolvido o Trato de Sistemas Transgressivo, trato basal desta seqüência. Nesta fase, o nível base do lago subiu consideravelmente, avançando novamente para a parte leste da Bacia do Araripe. A segunda fase, relacionada ao Trato de Sistemas de Nível Alto, indica o final do domínio lacustre na Bacia do Araripe e a mudança para sistemas lagunares e de planície de maré, com grande desenvolvimento das porções de supramaré. Estes sistemas eram formados por lagunas restritas, com lâminas de água rasa, e com conexão intermitente com o mar. Neste momento, as variações relativas do nível do mar passaram a controlar a arquitetura deposicional da bacia. Além disso, esta foi a fase em que a Bacia do Araripe registrou as mais severas condições de aridez de todo intervalo estudado, Aptiano ao Albiano, condições estas que propiciaram a formação de depósitos evaporíticos. A seqüência 6 iniciou sua deposição após uma queda significativa do incipiente mar que se estabeleceu na fase anterior. No início desta seqüência, e representando o Trato de Sistemas de Nível Baixo, há o desenvolvimento de um sistema fluvial entrelaçado em condições de altas taxas de aporte sedimentar e baixas taxas de criação de espaço de acomodação. A seqüência 6 é, indubitavelmente, a seqüência que contém depósitos que comprovam a efetiva entrada do mar na Bacia do Araripe. O Trato de Sistemas Transgressivo, trato final desta seqüência, representa o momento em que o nível do mar atingiu o seu máximo durante todo o intervalo Aptiano ao Albiano. Por fim, conclui-se que o intervalo Aptiano ao Albiano da seção pós- rifte na Bacia do Araripe não apresenta evidências de um forte controle tectônico no arranjo do arcabouço estratigráfico do intervalo estudado. A análise estratigráfica deste intervalo permitiu compreender que o controle principal no desenvolvimento das seqüências deposicionais reconhecidas foram as variações do nível de base local. Estas variações do nível de base, por sua vez, foram condicionadas por mudanças climáticas, expressas por fases úmidas, o que favorecia a subida do nível de base, e fases mais áridas, onde o nível de base tendia a descer. As variações do nível eustático passaram efetivamente a influenciar e a controlar a sedimentação da área apenas no final deste intervalo, no momento da implantação do Trato de Sistemas Transgressivo da Seqüência 6.

119 99 Para uma melhor calibração do modelo estratigráfico é de suma importância e, portanto, é a sugestão que se deixa aqui, de que seja feito um estudo bioestratigráfico atualizado e de detalhe no intervalo em questão, utilizando-se para isso a maior quantidade possível de poços e afloramentos. O fato da Bacia do Araripe englobar depósitos que comprovadamente assinalam a influência marinha na deposição da seção aptiana albiana remete à necessidade de que seja realizado um estudo paleogeográfico mais acurado, com coletas sistemáticas de paleocorrentes, para registrar com precisão o momento exato da entrada do mar na bacia, em que circunstâncias isso ocorreu e qual foi a abrangência desta invasão marinha. Além disso, os resultados destes estudos paleogeográficos devem ser confrontados regionalmente com outras bacias vizinhas, integrantes do NE do Brasil.

120 Assine, M. L Sedimentação e Tectônica da Bacia do Araripe (Nordeste do Brasil). Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual Paulista, Rio Claro-SP. 117 p. Assine, M. L Paleocorrentes e Paleogeografia na bacia do Araripe, Nordeste do Brasil. Revista Brasileira. de Geociências, p. Assine, M. L Bacia do Araripe. Rio de Janeiro. Boletim de geociências Petrobras., v5, n2, p. Beurlen, K A Geologia da Chapada do Araripe. Anais Acad. Bras. Ciências. Rio de Janeiro. 3: Beurlen, K Geologia e Estratigrafia da Chapada do Araripe. In.: XVII Congr. Bras. Geol. Recife. 47p. Beurlen, K As Condições Ecológicas e Faciológicas da Formação Santana na Chapada do Araripe (Nordeste do Brasil). Anais Acad. Bras. Ciências. Rio de Janeiro. 43(supl): Braun, O. P. G Estratigrafia dos Sedimentos da parte interior da Região Nordeste do Brasil (bacias de Tucano-Jatobá, Mirandiba e Araripe). Dep. ac. Prod. Min. Bol nº 236, 75p. Brito Neves, B. B A Bacia do Araripe no contexto Geotectônico Regional. In.: 1º Simp. Sobre a Bc. Araripe e Bc. Inter. do Nordeste. DNPM. Crato-CE., p Castro, D. L. & Castelo Branco, R. M. G Caracterização da Arquitetura Interna das Bacias do Vale do Cariri (NE do Brasil) com base em Modelagem Gravimétrica 3-D. Brazilian Journal of Geophysics. 17(2,3): Catuneanu, O Sequence stratigraphy of clastic systems: concepts, merits and pitfalls. Journal of African Earth Science, p. Crepani, E Análise de fracturas através de imagens fotográficas de baixa resolução da Chapada do Araripe- NE do Brasil. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. 139p. Della Fávera J. C. (Ed) Fundamentos de estratigrafia moderna. Rio de Janeiro, 263 p. Emery D. & Myers K. (Eds) Sequence Stratigraphy. Oxford: Blackwell Scientific Company, 297 p. Gaspary, J. & Anjos, N. F. R Estudo Hidrogeológico de Juazeiro do Norte, Ceará. SUDE E, Série Hidrogeologia, Recife, boletim 3, 25p. Guerra, S. M. S Análise Morfoestrutural da Bacia do Araripe. In: 3º Congr. Bras. do Petróleo. IBP/PETROBRÁS. Rio de Janeiro. TT-119, 12p. Historia del clima de la Tierra. Disponível em Jackson, R.G, Preliminary evaluation of lithofacies models for meandering alluvial streams. In: Miall, A.D. (Ed). Fluvial sedimentology. Can.Soc.Petrol.Geol. Mem., 5, p. Kerans C. & Tinker S. W. (Eds) Sequence stratigraphy and characterization of carbonate reservoirs. Tulsa: SEPM, 165p. (Short Course Notes # 40). Lima, M. R Palinologia da Formação Santana (Cretáceo do Nordeste do Brasil). Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. 335p.

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