João Gomes Cravinho. Ministro da Defesa Nacional

Transcrição

1 João Gomes Cravinho Ministro da Defesa Nacional Intervenção do Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, por ocasião da tomada de posse do Subdiretor da Direção-Geral de Política de Defesa Nacional Lisboa, 29 de janeiro de

2 As minhas primeiras palavras, nesta cerimónia de tomada de posse do novo subdiretor de Política de Defesa Nacional, são para o Coronel Lemos Pires, para lhe agradecer a disponibilidade em aceitar o convite que lhe dirigi e para lhe desejar as melhores felicidades nas novas funções. É um cargo cujo preenchimento é de grande importância, por isso, é um motivo de grande satisfação vê-lo agora ocupar por alguém que é simultaneamente um militar e um académico com um percurso notável em ambos os campos. Considero que a política de Defesa Nacional encontra-se num momento complexo. É confrontada por desafios de grande monta e que ao longo dos próximos anos devemos estar preparados para tomar decisões difíceis neste contexto de rápida mutação. Os fenómenos globais, a partir dos quais, as ameaças reais ou potenciais ao nosso país se podem materializar, requerem uma atenção muito especial e muito detalhada, sejam questões identitárias, ciberameaças, alterações climáticas ou configurações geopolíticas de grande fluidez e incerteza. Nenhuma área de conhecimento, nenhum setor de atividade, por si só, consegue dar resposta a desafios desta amplitude e a Direção-Geral de 2

3 Política de Defesa Nacional tem a necessidade e a capacidade de interpretar, acompanhar, gerar diálogos e convocar parcerias. Por outro lado, há um conjunto de oportunidades de afirmação dos nossos interesses que exigem visão rasgada e prospetiva. Seja no âmbito da definição de prioridades de atuação para a Aliança Atlântica e para a Defesa Europeia, seja na criação de capacidade interna de atuação em espaços regionais considerados cruciais à nossa segurança e à nossa política externa, Portugal e o Ministério da Defesa Nacional devem estar na linha da frente nessas matérias e a Direção-Geral de Política de Defesa Nacional é o órgão central para assegurar que assim seja. O trabalho da Direção-Geral de Política de Defesa Nacional tem estado e continuará a estar no epicentro da formulação das grandes linhas de ação e do planeamento estratégico da política de defesa. A isso, somam-se responsabilidades de planeamento, de estudo, de elaboração de propostas de orientações, de acompanhamento e de ponderação da execução. Era, por isso, imperativo reforçar este importante serviço do MDN e com isso alavancar o trabalho que o Dr. Nuno Pinheiro Torres e a sua equipa estão a 3

4 desenvolver. Esta nomeação, estou certo, permitirá um olhar novo, dinâmico e crítico características charneiras neste século XXI, sobre todos os vetores de desenvolvimento da Política de Defesa Nacional. Neste momento da sua posse, meu Coronel, estou convicto que a sua trajetória profissional, durante a qual se destacou como um profundo conhecedor das questões complexas do nosso tempo, o qualifica para desempenhar de forma cabal o cargo de subdiretor de Política de Defesa Nacional do Ministério da Defesa Nacional. Foi portanto com grande confiança e entusiasmo que estou aqui para dar posse. O trabalho crucial que se avizinha para a Defesa Nacional exige-nos que valorizemos as ideias e as atitudes críticas. As exigências do nosso tempo não se coadunam com a simples repetição esgotada de modelos pré-definidos. Às estruturas sólidas que constituem a Defesa Nacional e das quais fazem parte a instituição militar e as estruturas civis deste ministério, teremos de acrescentar uma dose de criatividade, uma dose de adaptabilidade, e estou certo que o novo subdiretor, agora nomeado, saberá trazê-las para o seu trabalho diário. 4

5 O trabalho do Ministério da Defesa é alicerçado numa interação próxima entre as nossas Forças Armadas e as estruturas civis que com elas trabalham. A nomeação de um subdiretor cujo percurso se tem feito de forma igualmente prestigiante, quer ao nível militar, quer ao nível civil, não poderá deixar de ser vista como um reforço dessa interação profícua e necessária. Dela resulta o reforço da relação de confiança entre as Forças Armadas e o povo português e a afirmação da Defesa Nacional como um pilar essencial do nosso Estado Democrático. As responsabilidades que todos temos na afirmação de Portugal como um parceiro de confiança ao nível regional, ao nível global, continuarão no cerne da nossa atividade diária. A Defesa Nacional tem, e continuará a ter, um contributo fundamental para a segurança regional e para a política externa portuguesa. Nós contamos com todos na persecução desses objetivos nacionais e faço votos que o novo subdiretor de Política de Defesa Nacional seja bem-sucedido nas complexas funções que agora inicia. Muito obrigado. 5

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