Produtos para laringoscopias, desinfecção e esterilização
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- Diogo Coelho
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1 Produtos para laringoscopias, desinfecção e esterilização Enfª Doutoranda: Elaine F. Lasaponari Escola Enfermagem da Universidade de São Paulo 30 de agosto
2 Declaração de ausência de conflito de interesses Declaro não possuir qualquer tipo de vínculo ou interesse conflitante com instituições, organizações ou pessoas que possam de alguma forma se beneficiar com as informações aqui apresentadas. 2
3 Introdução O processamento de materiais em unidades de saúde complexa objetivo evitar qualquer evento adverso relacionado ao seu uso... Na atualidade...não somente a transmissão... Microrganismos causadores de infecções Eventos adversos associados a resíduos de material imunológico de um paciente para outro Produtos Tóxicos (Padoveze;Graziano,2011) 3
4 Conceitos microbiológicos Endotoxinas- bactérias gram-negativas-> possuem uma parede celular composta de multicamadas. Reações pirogênicas-> devido a presença de endotoxina que não foi inativada Reduzir no máximo a quantidade de microrganismos presentes no material=>limpeza eficiente e qualidade da água Ruptura da parede celular bacteriana e o lipopolissacarídioé liberado para o ambiente ENDOTOXINA (febre e resultar na lise de células sanguíneas) Lipídio A tóxico 4 (AAMI,2007)
5 Conceitos microbiológicos Biofilmes- comunidade séssil(vivem fixos, sem locomoção) caracterizada por células que são aderidas irreversivelmente a um substrato- matriz de substâncias extracelulares poliméricas. Adesão Multiplicação e Produção da matriz Aumento da diversidade microrganismo ->Impede a ação de detergente, desinfectantes, esterilizantes; ->Auxilia na resistência microbiana; ->Difícil remoção na prática do processamento A eficácia dos detergentes avaliam ação= sujidade ressecada Fonte: imagem do google 5 (Donlan,2006; Vickery,2004)
6 Classificação do Produto Para Saúde: segundo Spaulding Material crítico: entra em contato com os vasos sanguíneos ou tecidos Livres de microrganismos. Exemplo: instrumental Esterilização Material semicrítico: entra em contato com a mucosa ou pele não íntegra. Exemplo: materiais de assistência ventilatória Desinfecção Material não crítico: entra em contato com a pele íntegra. Exemplo: manguito de P.A Limpeza Spaulding,1968
7 Parágrafo único- Produtos para saúde semicríticos utilizados na assistência ventilatória, anestesia e inaloterapia devem ser submetidos à limpeza e, no mínimo, à desinfecção de nível intermediário, com produtos saneantes em conformidade com a normatização sanitária, ou por processo físico de termodesinfecção, antes da utilização em outro paciente; Art.13- Produtos para saúde utilizados na assistência ventilatória e inaloterapia, NÃO poderão ser submetidos à desinfecção por métodos de imersão química líquida com a utilização de saneantes a base de aldeídos. RDC Nº 15, de 15 de março 7 de 2012
8 Ordem decrescente de resistência intrínseca dos microrganismos aos germicida Resistente Príon (encefalopatias espongiformes) Esporos ( Bacillus, C. difficile) Processamento de Príons Esterilização Coccidia( Cryptosporidium) Micobactérias(M.tuberculosis,M avium) Desinfecção de alto nível ( Aldeídos e Ácido Peracético) Cistos (Giárdia) Vírus pequenos,não envelopados( poliovírus) Trofozoítas(Acanthamoeba) Bactérias Gram-negativas (Pseudomonas) Desinfecção de nível intermediário (Álcool 70%, Hipoclorito de Sódio 1%, Cloro Orgânico e Fenol Sintético) Susceptível Fungos (Candida, Aspergillus) Vírus grandes, envelopados (enterovírus,adenovírus) Bactérias Gram-positivas ( S.aureus, Enterococos) Vírus lipídicos envelopados(hiv, HBV) Desinfecção de baixo (Quartenário de Amônia, Hipoclorito de Sódio 0,2%) (Modificado a partir de Rutala e Weber,2008, MacDonnel e Russel,1999) 8
9 Produtos utilizados na laringoscopia Broncofibroscópio flexível Broncofibroscópio rígido Laringoscópio convencional lâminas retas e curvas Lâmina descartável Airtraq Glidescope Fonte: Imagens google Lâmina flexível Laringoscópio óptico Tru View 9
10 Laringoscópios Os laringoscópios são dispositivos constituídos por aço inoxidável e/ou latão, termorresistentes, que são utilizados na laringoscopia para obtenção de uma via aérea definitiva. A laringoscopia é um procedimento invasivo em que há contato com mucosas, saliva, e, por diversas vezes, sangue, que causam não apenas a contaminação da lâmina, mas também do cabo do laringoscópio. BrunaCQM,etal.2016;TelangR,etal
11 Laringoscópios Diversos estudos evidenciaram contaminação cruzada, crescimento de microrganismos potencialmente patogênicos, presença de sangue oculto em lâminas de laringoscópios consideradas prontas para uso. Detectou-se que o procedimento operacional padrão (POP) realizado nos laringoscópios de desinfecção com álcool a 70% p/v, após limpeza com detergente não havia sido executado de forma correta, uma vez que foram encontradas secreções secas em torno da lâmpada e na lâmina do laringoscópio. Rutala WA, et al. 2008; Welch Allyn, 2014; Phillips RA, Monaghan WP
12 Cabos são semicríticos Limpeza e desinfecção de alto nível Rev SOBECC,
13 Comparação de eficácia e custo-efetividade de 0,55% de Ortoftaldeído e 2% de Glutaraldeído para desinfecção de laringoscópios: um estudo piloto prospectivo Método : -> 160 pacientes IOT; -> alocados em 2 grupos aleatoriamente; Método : -> Após IOTlâminas limpeza com água de torneira; ->Glutaraldeído 2%= 20 min. -> OPA 0,55%=10min. -> cabos limpeza com clorexidina 0,5%. Amostras : -> coletadas (4 pontos) e cultivados em sangue e ágar Mc Conkey. Resultados : -> 240 amostras: 2 (0,8%) para cada grupo= crescimento de Stafilococcos coagulase-negativos e Enterobacter. Conclusão: Sugerido a utilização do OPA, pois é igualmente eficaz em comparação com o Glutaraldeído, com um menor tempo de contato.
14 Detecção de contaminação nos equipamentos de anestesia Objetivo: Avaliar a presença de contaminação nos equipamentos anestésicos em S.O Hospital do México Método: Cada superfície ( aparelho de anestesia, monitor e laringoscópio), durante os períodos da manhã e tarde. Foi submetida em 04 coletas para detecção de contaminação visível de sangue, com adenosina trifosfato(atp). Resultados: Presença de Stafilococcus, sendo: 52% período da manhãe67%noperíododatarde. Conclusão: Avaliar políticas de limpeza, evitando os riscos de exposição desnecessários; Modificar condutas de educação- treinamentos 14
15 Desinfecção de laringoscópios: levantamento da prática Índia, 2017 Índia, 2017 Em um Congresso de Anestesiologia foi aplicado um questionário com 13 perguntas aos anestesiologistas: 250 congressistas=> 150 preencheram o questionário: (12%)- utilizam apenas água torneira; 132(88%)- utilizam agente, após enxague com água: 132(51%)- solução com detergente; 132(19%)- desinfectante ou germicida; 132(12%)- toalha descartável embebida com álcool 70% 70%- utilizam álcool 70% 18%- não utilizam nenhum agente 9%- desconheciam o método utilizado 3%- não responderam Conclusão: variação no método de descontaminação. A consciência é significativa em relação a fonte potencial de 15 infecção. Padronizar e implementar diretrizes!!!
16 Objetivo: identificar as taxas de contaminação bacteriana das lâminas e cabos nos carros de emergência. Método:140 cabos e71 lâminas (considerados pronto uso ). Estudo em 02 hospitais-korea. -Swabs-> considerados negativos: sem presença colônias na placa ágar-sangue, após 18h de incubação. Resultados: encontradas diferenças significativas de níveis de contaminação microbiana nos cabos. Conclusão: protocolos e políticas deverão ser revisados para padronização dos procedimentos. 16
17 Novas recomendações para limpeza e desinfecção Lâminas, recomenda-se a desinfecção de alto nível ou esterilização de lâminas, de acordo com as recomendações do fabricante. Os cabos, devem ser limpos e no mínimo, desinfecção de baixo nível, podendo também, ser submetidos a desinfecção de alto nível ou esterilização de acordo com as recomendações do fabricante. AORN, 2014
18 Desinfecção e Esterilização em Serviços de Saúde Diretrizes diferentes em cada Instituição. 40% dos cabos contaminados com sangue oculto; 86% dos cabos prontos para uso ->contaminados com patógenos S. aureus e Acinetobacter. O ideal é que a lâmina e o cabo sejam submetidos a uma desinfecção de alto nível ou esterilização, mesmo se utilizado capas protetoras. Em 2007, no estado da California-> exigia-se que a lâmina e o cabo (sem baterias) fossem esterilizados em Peróxido de Hidrogênio. É preciso garantir que os métodos sejam compatíveis, conforme recomendação do fabricante. Teste de funcionalidade-> antes e após o processamento, sendo acondicionados em embalagens apropriadas, evitando assim, a recontaminação. Rutala, Weber,
19 Recomendações do fabricante 19
20 Recomendações do fabricante 20
21 Recomendações do fabricante 21
22 Referências 1. Bruna CQM, de Souza RQ, dos Santos Almeida AG, Suzuki K, Turrini RNT, Graziano KU. Laryngoscope handles reprocessing: integrative review. Rev SOBECC. 2016; 21(1): Telang R, Patil V, Ranganathan P, Kelkar R. Decotamination of laryngoscope blades: is our practice adequate? J Postgrad Med. 2010;56: Rutala WA, Weber DJ, et al. Guideline for disinfection and sterilization in healthcare facilities. Centers for Disease Control and Prevention(CDC) Atlanta, USA Welch Allyn. Standard laryngoscope blade and handles assemblies: directions for use. New York, USA Phillips RA, Monaghan WP. Incidence of visible and occult blood on laryngoscope blades and handles. AANA J 1997; 65(3): Qureshi T, Barbut F, Pernet P, Neyme D, Maury E, Offenstadt G. Laryngoscope handles in a medical intensive care unit: the level of bacterial and occult blood contamination. J Hosp Infect 2008; 68(1): Association for the Advancement of Medical instrumentation Technical Information (AAMI). Report n.34. Water for the reprocessing of medical devices Arlington, Virginia; Donlan RM, Costerton JW. Biofilms:survival mechanisms of clinically relevant microorganisms. Clin Microbiol Rev 2002; 15(2): Vickery K, Pajkos A, Cossart Y. Removal of biofilm from endoscopes: Evaluation of detergent efficiency. American Journal Infection Control 2004;32(3): Brazilian National Agency of Sanitary Surveillance (ANVISA). Respiratory Tract Infections Guidelines for 22 Prevention of Infections Related to Health Care.
23 Contato: 23
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