Humor e Música na abertura da Queima das Fitas do ISPAB

Transcrição

1 Estilo e Codificação Jornalística Humor e Música na abertura da Queima das Fitas do ISPAB Guilherme Manuel Azevedo Silva Pinho Pedro Miguel Fonseca Coelho Instituto Superior de Paços de Brandão 2011/2012

2 No passado dia 26 de Abril de 2012, celebrou-se a abertura da Queima das Fitas do ISPAB, com as actuações do humorista Pedro Neves, e do cantor Pedro Piaf, ambos ex-alunos do ISPAB. A noite começou um pouco depois da hora marcada, pelas 22:30 com a primeira actuaçao do Pedro Neves (exaluno), artista que já participou em programas como o Levanta-te e Ri e Sempre em pé. A actuação durou aproximadamente uma hora e animou bastante o público, com histórias antigas que envolviam a instituição e anedotas sobre os mais diversificados temas. A noite continuou com a actuação do Pedro Piaf (ex-aluno), cantor por hobby, convidado por ter sido um membro activo da família do ISPAB. Presenteou o público com alguns covers de êxitos musicais e músicas relativas aos velhos tempos passados no Instituto Superior de Paços de Brandão. Apesar da ligeira dispersão do público,pedro Piaf manteve um grande contacto com o público apelando à sua participação no espectáculo. No fim, assistiu-se a um momento familiar Ispabiano entre os ex-alunos, que se juntaram ao cantor e actuaram com este.

3 Após a actuação do Pedro Piaf, a noite terminou, mas deixou em expectativa os outros dias da Queima das Fitas. Realizado por: Guilherme Pinho e Pedro Coelho

4 Após o término do espetáculo, foi-nos solicitado a realização de uma entrevista aos intervenientes deste dia da queima das fitas, com vista a conhecermos melhor cada interveniente, tanto da sua vida profissional como pessoal. A entrevista só foi possível a Pedro Neves, por impossibilidade de Pedro Piaf. 1 - O que achou do ambiente da queima? Pedro Neves Achei que era genuinamente Ispabiano. O ISPAB mais do que pelo número de pessoas, vale pela atitude que tem. É assim desde 1992, nunca foi das instituições que mais gente teve, mas sempre valeu pelo espírito que tem, pela quantidade de pessoas que se dedicam à causa e que fazem desta uma instituição pela qual vale a pena lutar sempre. Eu saí daqui em 2002 e continuo a ter muito orgulho na malta que tem mantido o ISPAB activo até hoje. 2 - O que achou do cartaz da queima das fitas? Pedro Neves Acho que é um cartaz muito realista, ou seja, não podemos contar com aquilo que não podemos e não temos. Face à dimensão da instituição, é muito interessante e a mim orgulha-me muito principalmente por ter arrancado com a prata da casa. Nós que saímos do ISPAB à muito tempo, gostamos de ser chamados e gostamos de estar com a malta que está hoje no ISPAB. Ter o Pedro Piaf, que é uma das figuras carismáticas da história da instituição, um músico brilhante, genial, a fazer uma abertua e eu ter oportunidade de estar com ele em palco, quando há dez anos que não estamos juntos e ter oportunidade de ter aqui trinta ex-alunos da instituição que vieram fazer um jantar só para podermos estar todos juntos, foi genial e por isso estamos todos muito agradecidos. 3 - O que te levou a querer fazer comédia? Pedro Neves Esta coisa não se parte bem, ou se nasce palhaço ou não vale a pena. Eu nasci um bocadinho, agora confesso que o ambiente académico, as tunas, através da Loco Mui Tuna, de muitos prémios que ganhamos na década de 90 como tuna mais tuna, a diversão e o espírito académico, aguçaram em mim a vontade de querer partir para uma perspectiva pessoal, a solo, de humor, de comédia e depois com o Levanta-te e Ri, que foi um fenómeno nacional, parti por aí fora.

5 4 - Qual a contribuição que o Ispab trouxe para a sua carreira? Pedro Neves Trouxe muita, porque deu-me uma perspectiva muito concreta de como funcionar em hierarquia, respeitar hierarquias. Eramos pequenos, mas tinhamos um respeito imenso pela questão organizacional de hierarquias e temos uma noção de partilha completamente diferente das grandes instituições do país. A minha pós-graduação foi numa instituição de média dimensão do país e o meu doutoramento é numa das maiores instituições do país. Se eu sinto falta do ISPAB, porque nós tinhamos uma ligação muito pessoal e esta forma de poder comunicar com o Presidente da Instituição, com as forças vivas de Paços de Brandão, que sentiam o peso do Ensino Superior na vila, fizeram de mim uma pessoa melhor e consequentemente um humorista também. 5 O que achou de a queima das fitas ter-se mudado novamente para Paços de brandão e ser só o ISPAB a organizar, tendo em conta que nos anos recentes se tem feito com o ISVOUGA e em Santa Maria da Feira. Pedro Neves Essa questão já se colocava em 1999, quando eu era Presidente da Associação Académica. Eu nunca quis uma Queima em conjunto com Santa Maria da Feira. Eu prefiro fazer um jantar só de amigos do que estar numa grande festa com gente que não conheço de lado nenhum e o ISPAB vive de pequenos momentos e esta noite foi isso, não é preciso ter muita gente, é preciso que toda a gente que esteja lá dentro encarne o espírito, interiorize o espírito e se sinta em família, se sinta num conjunto de amigos. Dificilmente conseguiriamos ter o espírito Ispabiano em Santa Maria da Feira. 6 - Sabemos que participa em muitos eventos na sua carreira, o que sente por ter sido convidado para a Queima das Fitas do ISPAB? Pedro Neves Orgulho, Reconhecimento, Satisfação e Responsabilidade. Orgulho porque eu nunca negligencio a instituição que me deu formação académica. Em primeiro lugar, em todos os meus currículos vai o Instituto Superior de Paços de Brandão e depois tudo o resto. Em segundo, satisfação, porque cheguei aqui e encontrei dezenas de amigos. Em terceiro, responsabilidade, porque

6 jamais me poderia passar pela cabeça defraudar expectativas ou deixar mal o nome de uma instituição que sempre me tratou bem. 7 Mediante as condições que foram disponibilizadas, o que acha que está bem e o que melhoraria? Pedro Neves Não melhoria nada. O CIRAC é uma das forças vivas do conselho de Santa Maria da Feira, é uma instituição absolutamente meritória. Estamos a falar de uma instituição que leva cultura ao país e que leva o nome de Santa Maria da Feira e consequentemente Paços de Brandão muito longe. Logo, nesse sentido, eu teria o melhor dos palcos, o coração da cultura de Paços de Brandão. 8 - Qual foi o melhor momento da sua carreira até agora? Pedro Neves O momento mais visivel da minha carreira e que mais satisfação me deu, divido em dois: um deles foi a Queima das Fitas do Porto, eu fazer a mudança do palco entre Blasted Mechanism e Da Weasel, com 80 mil pessoas à minha frente e o segundo foi o penúltimo Levanta-te e Ri. Depois desse meu último Levanta-te e Ri, só houve um, o meu foi em Ceia, tinha 5500 pessoas ao vivo e as audiências nessa noite foram de espectadores, portanto, foi provavelmente o momento mais mediático de toda a minha carreira enquanto humorista. Realizado por: Guilherme Pinho e Pedro Coelho