COMPLEXO DO SISTEMA FECOMÉRCIO - RS, SESC E SENAC. Porto Alegre - RS

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1 COMPLEXO DO SISTEMA FECOMÉRCIO - RS, SESC E SENAC Porto Alegre - RS

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9 MEMORIAL Proposta Uma ocupação que respeite a lógica do território, do lugar e do clima. Um contraponto a equívocos tão comuns em nossas cidades em situações ribeirinhas, ao longo de nossa historia. O projeto para a nova sede Fecomércio-Senac-Sesc procura implantar os edifícios de maneira a respeitar a cota de alagamento, pressuposto inclusive alertado pelos técnicos pareceristas da Prefeitura de Porto Alegre, que veio a ser uma diretriz fundamental para o projeto. Desta maneira, todo o complexo estará sutilmente elevado do terreno, permitindo que sua superfície atue como um vaso comunicante. Paisagismo como paisagem atuante O trabalho de terraplenagem redesenhará suavemente a topografia, com o objetivo de consolidar a vocação de várzea presente no local. Na estação das chuvas, as águas ficarão retidas nas baixadas do terreno, como nos banhados, e conformarão uma paisagem distinta da estação das secas, permitindo que a natureza atue e conviva de maneira harmônica com o novo equipamento. O Paisagismo não será apenas um elemento de ornamentação no lote, mas sim uma parte ativa do sistema hídrico da região, funcionando em consonância com os regimes do delta do rio Gravataí. Nau flutuante Para uma primeira leitura, este projeto será composto camada a camada e, como uma nau flutuante, desenhará caminhos e espaços de permanência, ora abertos, ora fechados, na justa medida das necessidades do programa e suas fases correspondentes, porém com a liberdade desejada para a riqueza de um espaço de convivência. A cidade e a rua de conexão Acreditamos que por se tratar de um dos primeiros espaços públicos a ser implantado nesta área a ser urbanizada da cidade, terá a responsabilidade de promover um modelo para a expansão urbana consoante com as questões universais de uma sociedade civilizada e contemporânea. Se o terreno alagadiço deve ser interpretado como a camada zero, original, a primeira camada deverá permitir um franco acesso a todos, através da esplanada de acesso principal, ponto de convergência dos diversos tipos de transportes da vida citadina. É a rua que, com a mesma vitalidade com que sai da cidade, penetra o lote para conectar os distintos programas, funcionando como uma extensão aberta do centro de convivência. O usuário poderá escolher entre o trajeto ao sol ou à sobra da marquise que cobre parte deste passeio para acessar os edifícios que compõem o conjunto. Durante o trajeto a paisagem será alternada de um lado por uma impactante imagem de um jardim vertical - fechamento do edifício de estacionamento - e servirá como pano de fundo para o jardim de esculturas que se desenvolverá ao longo de todo o percurso da rua; no outro lado, a paisagem inicial do jardim de juncos dará lugar aos espaços destinados ao edifício administrativo e convivência. Sustentabilidade Outro ponto importante a ressaltar é que esta rua atua como parte de um sistema infraestrutural do conjunto. Por ela deverão passar todas as redes de alimentação elétrica e hidráulica bem como um primeiro sistema de filtragem de esgoto para tratamento de água para reuso. Este sistema deverá passar por tanques de raízes (juncos) filtrantes localizados nas duas extremidades da rua, atendendo às diversas fases de funcionamento do complexo. A ideia é que este sistema de

10 filtragem a céu aberto tenha, além de seu objetivo final, uma ação didática para os usuários, uma vez que será possível acompanhar a água em todo seu trajeto, da filtragem à praça de água, da praça de água ao reservatório localizado no edifício de estacionamento. O excedente será escoado para o futuro canal que conduzirá toda água de volta para o rio Gravataí. Edifícios: Estacionamentos Este edifício além de desenhar a paisagem descrita anteriormente, servirá de anteparo para o forte sol poente. Deverá funcionar também como parte do sistema infra-estrutural do complexo. Lá estarão os reservatórios d água (uso e reuso), bem como todo o sistema de placas solares responsáveis pelo aquecimento de água, geração e armazenamento de energia elétrica. Será construído em estrutura de concreto aparente fechado com uma trama metálica para suporte do já mencionado jardim vertical. Na área de recuo em sua face posterior (oeste) uma rua dará acesso ao estacionamento. Esta rua de acesso cruza longitudinalmente o terreno conectando as duas futuras importantes vias de acesso. O fato deste edifício estar disposto acompanhando de forma paralela a rua de acesso (pedestre), permite que ele seja construído conforme as fases sugeridas e ao mesmo tempo atuar, desde o inicio do funcionamento das atividades na primeira fase como parte do organismo infraestrutural sem conflito com a futura ampliação. Centro Administrativo Será um prisma de vidro com lajes em balanço, protegido da ação dos raios do sol por uma trama de aço inoxidável desligada do caixilho que deverá atuar como uma segunda pele. Um generoso vazio interior com forma de polígonos irregulares desenha o espaço interno. Este vazio, terá o papel de facilitar a visualização entre os pavimentos - interação - e criar um ambiente de circulação de ar por convecção ascendente. Consequentemente, além de aliviar a frequência do uso do sistema de ar condicionado, proporcionará uma intrigante luz indireta que deverá banhar todo o vazio através da grande parede do volume de circulação central; que liga todos os pavimentos do edifício através de elevadores e escadas de segurança. O programa está distribuído conforme a lógica de ocupação dos usos, ou seja, o térreo com pé direito duplo abrigará a recepção conectada diretamente com a área de convivência. Uma ampla escada no vazio central, levará usuários e visitantes ao primeiro e segundo pavimento destinados ao café e refeitório. Estes ambientes se abrirão para a área externa, para a varanda e jardim sobre a laje de cobertura da área de convivência. Os demais pavimentos intermediários, de planta livre, estarão destinados ao uso de escritórios. O antepenúltimo e penúltimo pavimentos serão destinados à diretoria e à presidência do setor, que terão acesso e estacionamento autônomos, desenhados como um desdobramento posterior da laje de cobertura da rua de acesso, no térreo. A conexão entre os pavimentos de escritório também será feita por escadas estrategicamente localizadas no vazio central. No ultimo pavimento do edifício estará o restaurante para uso restrito da diretoria, presidência e convidados. Este ambiente com a vista privilegiada, também recebe como no andar do refeitório, uma ampla varanda perimetral conectada ao jardim da laje de cobertura. SENAC Com um desenvolvimento semelhante ao edifício do Centro Administrativo, ou seja, um prisma de vidro de forma retangular, também protegido com uma trama de aço inoxidável e vazio

11 interno de polígonos irregulares. Ou seja, um edifício que procura trabalhar a circulação de ar com circulação de ar ascendente para melhor performance térmica. A circulação principal também se dará pelo vazio interno, transformando toda a circulação interna, conformada por varandas, em generoso espaço de convívio entre todos os pavimentos. O térreo receberá a biblioteca e o café e terá seu espaço de convivência ou pátio coberto estendido até a praça de água, local que deverá também articular o acesso para escola. No primeiro pavimento estarão contidas a administração e apoio para funcionários. As salas de aula estarão localizadas nos andares intermediários, ficando para a cobertura dois auditórios que deverão se abrir para vista da cidade. Uma circulação, através de um jardim de cobertura, coberta por uma marquise faz a conexão entre os dois espaços. As escadas, elevadores e sanitários estarão localizados em um volume único na parte posterior do edifício, voltado para oeste. Duas escadas de segurança, abertas e externas, redefinem o perímetro do edifício e fazem o papel de condutores da infra estrutura hidráulica dos sanitários do edifício. SESC Este edifício, que também possui seu acesso articulado pela praça de água, tem em sua estrutura uma conformação destinada a atender à principal demanda do programa, ou seja, um espaço com grandes vãos para abrigar arquibancadas e quadras. Seis pares de grandes pilares de concreto em linha são responsáveis por sustentar as arquibancadas e a cobertura, que deverá vencer o vão com cabos de aço tracionados, dando à cobertura, que será executada em filmes de ETFE, leveza, eficiência e aparência translúcida, na forma de arco pleno. CENTRO DE CONVIVÊNCIA E PRAÇA DE ÁGUA O Centro de Convivência será o coração do conjunto, atuando como um espaço centralizador conectado à Praça de Água, articuladora dos acessos a todos os equipamentos, além de funcionar como um agradável espaço aberto de permanência. Seu programa, que deverá ser avivado por lojas, café, lanches,creche e exposições, além da academia localizada em seu mezanino, será conformado por um espaço com pé direito duplo, fechado por caixilhos de vidro que se abrirão para a recepção do edifício administrativo e área destinada ao memorial, para a rua de conexão e para o jardim de juncos.

12 IMPLANTAÇÃO

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14 CENTRO DE CONVIVÊNCIA SENAC

15 SESC CORTE_AA CORTE_BB CORTE_CC

16 Ficha técnica _ Complexo do Sistema Fecomercio- RS, Sesc e Senac Localização Porto Alegre, Rio Grande do Sul Ano do projeto 2011 Status Concurso Classificação Edifício _ institucional Área m² Escritórios Apiacas Arquitetos Brasil Arquitetura Autores Acácia Furuya Anderson Freitas Francisco Fanucci Marcelo Carvalho Ferraz Pedro Barros Colaboradores Anne Dieterich Anselmo Turazzi Beatriz Marques Caroline Endo Chloé Morin Cibele Mion Cícero Ferraz Cruz Fabiana Paiva Felipe Zene Francisco Veloso Fred Meyer Gabriel Grinspum Gabriel Mendonça Laura Ferraz Luciana Dornellas Natalia Coachman Otávio Filho Pedro Del Guerra Victor Gurgel Yuri Faustinoni