A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM E A HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
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1 A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM E A HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA SILVA, D. O. 1 ; OLIVEIRA, A. E. B 1 ; OLIVEIRA, A. P. M 1 ; AMARAL, K. M. M 1 ; BARROS, S. S 1 ; ARAUJO, S. S. F 1 ; SOUZA, M.S 1 ; LIMA, H.A 1 SANTOS, M. R. M 1 RESUMO CHRISTUS FACULDADE DO PIAUÍ 1 Introdução: Quando se fala em humanização, pode-se apontar como um dos processos mais complexos no campo da saúde e dos mais difíceis de ser implementado, pois a rotina diária da UTI faz com que os profissionais que estão ali inseridos esqueçam, por muitas vezes, de atos de carinho e atenção, como conversar, tocar e ouvir. Esse estudo objetivou mostrar o significado da assistência prestada à pacientes na UTI evidenciando o cuidado humanizado. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura e foram utilizados os descritores cadastrados em Ciência da Saúde (DeCS): humanização, enfermagem e terapia intensiva. Selecionaram-se dez estudos publicados entre os anos 2010 a Resultados e Discussão: A UTI é um ambiente insalubre, pois os usuários enfrentam um desgaste emocional por presenciarem situações críticas, somando-se ao constante barulho dos aparelhos, conversas dos profissionais e uma falta de envolvimento da equipe de enfermagem com o paciente e seu familiar deixando de ser uma assistência acolhedora e empática, baseada no diálogo. Conclusão: Diante dos resultados obtidos, observou-se que ainda existe um grande empecilho relacionado ao cuidado humanizado diante da grande implantação tecnológica atual tornando-se um processo mecanizado. Os objetivos do estudo foram atingidos, chegando à conclusão da grande contribuição do cuidado humanizado pelo enfermeiro na melhora do quadro clínico e sobrevida dos pacientes de UTI. Palavras-chave: Profissionais. Pacientes. Saúde. ABSTRACT Introduction: When talking about humanization, it can be pointed out as one of the most complex processes in the field of health and the most difficult to be implemented, since the daily routine of the ICU makes the professionals who are inserted there forget, many times, acts of caring and attention, such as talking, touching and listening. This study aimed to show the meaning of care given to patients in the ICU showing humanized care. Methodology: It is a literature review, the descriptors registered in Descriptors in Health Science (DeCS): "humanization", "nursing" and "intensive care" were used. We selected ten studies published between the years 2010 to Results and Discussion: The ICU is a laborious environment, because users face an emotional exhaustion because they witness delicate situations. In addition, in addition to the constant noise of the handsets and
2 conversations of the professionals and a lack of involvement of the nursing team with the patient and his / her family, it is no longer a warm, empathetic, dialogue-based care. Conclusions: In view of the results obtained, it was observed that there is still a great obstacle related to humanized care in view of the great current technological implantation, becoming a mechanized process. The nurse has effectiveness in the contribution of the planning of a humanized care so that there is an improvement of the clinical picture and the survival of the ICU patients. Keywords: Professionals. Patients. Health. INTRODUÇÃO A enfermagem é uma profissão baseada na arte do cuidar, onde pessoas que possuem afinidade e desejo em prestar assistência à aqueles que necessitam, passam por uma formação acadêmica, buscando profissionalizar-se naquilo que admiram como tarefa a ser exercida. De acordo com Taylor (2007), a enfermagem tem como foco principal o indivíduo que recebe os cuidados, constituindo um conjunto de arte e ciência. Para a autora, a enfermagem como ciência é a base de conhecimentos para se prestar assistência, e a arte de cuidar é a aplicação habilidosa desse conhecimento para auxiliar aqueles que necessitam de assistência para se chegar ao máximo em saúde e qualidade de vida. O presente trabalho trata da Humanização em enfermagem, que consiste num processo de conscientização dos profissionais assim como uma relação aprimorada entre os profissionais de saúde, a comunidade, a família e o paciente. A humanização se faz presente desde a fase acadêmica até o tornar-se profissional, pois o cuidar do outro necessita de uma atenção especial e direcionada às suas necessidades. Quando se volta esse tema ao ambiente de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), fica claro que os pacientes que estão à mercê dos cuidados desses profissionais merecem uma atenção diferenciada, já que o ambiente hospitalar proporciona um estado de fragilidade tanto do paciente e da família, quanto do profissional ali inserido. Considerando todos os aspectos do indivíduo, tendo em vista o trabalho do emocional, fatores físicos e mentais do paciente, o assunto abordado surgiu da seguinte problemática: Por que a humanização no cuidado aos pacientes internados na UTI está sendo desfocada? Quando se fala em humanização, pode-se apontar como um dos processos mais complexos no campo da saúde e dos mais difíceis de ser implementado, pois a rotina diária da UTI faz com que os profissionais que estão inseridos nesse âmbito de trabalho esqueçam, por muitas vezes, de atos de carinho e atenção, como conversar, tocar e ouvir. Diante dessas considerações, vários aspectos fazem com
3 que o estudo da humanização em enfermagem seja de extrema importância. Um deles são os amplos benefícios trazidos para os pacientes que estão passando por esta fase tão difícil de sua vida. Outro motivo seria a melhoria na prestação dos serviços por parte dos profissionais, de modo que estes iriam trabalhar mais relacionados com os pacientes, deixando de lado a alienação teórica e vendo o enfermo como um ser holístico. A relevância da presente pesquisa consiste na síntese do conhecimento sobre a participação humana do profissional na prestação de serviços e a forma como estas atividades influenciam positivamente na melhora do quadro do paciente, com vistas a um plano de cuidados fundamentados na incorporação de resultados de pesquisas à sua prática. Na UTI são implantados cuidados paliativos constantemente, observando todos os aspectos do paciente, desde a posição em que este se encontra no leito até a maneira como a administração dos medicamentos está sendo feita. Por ser um setor onde se encontram usuários em estado crítico, tem-se uma quantidade extensa de aparelhagem de suma importância para os cuidados, o que consequentemente faz com que os profissionais percam de forma parcial a proximidade com o cliente, onde ao invés de conferir sua pulsação, observar sua pele ou mesmo observar sua aparência, o profissional atenta-se direto à tela de monitoramento. Esse estudo objetivou mostrar o significado da assistência prestada à pacientes na UTI evidenciando o cuidado humanizado. METODOLOGIA Este estudo trata-se de uma revisão de literatura. Para a realização do mesmo fezse o levantamento nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando os descritores cadastrados em Ciência da Saúde (DeCS): Humanização. Enfermagem. Terapia intensiva. Com isso, selecionaram-se dez estudos publicados entre os anos 2010 a Além disso, foi realizada uma visita técnica à UTI do Hospital Regional Chagas Rodrigues da cidade de Piripiri-PI onde foi possível observar a atuação da equipe de enfermagem neste setor. Os resultados das análises mostraram que a enfermagem tem um papel fundamental na melhora do quadro dos pacientes de UTI e que sua atuação em aspecto multiprofissional e humanizado torna a prática do cuidar mais eficiente. RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com Taylor (2007), a enfermagem tem como foco principal o indivíduo que recebe os cuidados, constituindo um conjunto de arte e ciência. Para a autora, a enfermagem como ciência é a base de conhecimentos para se prestar assistência, e a arte de cuidar é a aplicação habilidosa desse conhecimento para auxiliar aqueles que necessitam de assistência para se chegar ao máximo em saúde e qualidade de vida.
4 A Política Nacional de Humanização (PNH) foi lançada em 2003, procurando a execução dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) na rotina dos profissionais de saúde, provocando assim, melhorias no modo de gerenciar e cuidar que seria a descentralização das ações, cuidados de saúde abrangente, promoção de equidade e a participação social. Para promover melhorias e mudanças na promoção de saúde, é de extrema importância que haja uma intercomunicação entre gestores, trabalhadores e usuários. Portanto, humanização sugere a inclusão de diferentes formas de cuidar e de organizar o trabalho de uma maneira coletiva por todos os envolvidos, através de palestras ou conferências, mobilizações sociais e gerenciamento de divergências geradas pela inclusão de diferenças. Estes são alguns dos meios experimentados nos serviços de saúde a partir da PNH. Um ambiente calmo e limpo, materiais adequados e recursos tecnológicos contribuem para o bem-estar, conforto e melhor recuperação dos pacientes, entretanto, o cuidado humanizado não deixa de ser essencial neste processo de reestabelecimento dos mesmos, pois a essência humana é capaz de conduzir a equipe, principalmente o enfermeiro para a construção de uma realidade mais humana, menos invasiva e hostil para os pacientes na UTI. De forma geral, a atuação de enfermagem está relacionada com a promoção, recuperação e reabilitação da saúde e prevenção de doenças, sendo de enorme importância que a equipe trabalhe junta, tendo como propósito único: o bem-estar do paciente e da comunidade. Conforme afirmado por Taylor (2007, p.49): Para atingir esses objetivos, o enfermeiro vale-se de conhecimento, habilidades, e raciocínio crítico para prestar cuidado em uma variedade de papéis de enfermagem tradicionais e expandidos [...]. Para tanto, vale-se de competências cognitivas, técnicas, interpessoais e étnicas/legais essenciais à prática de enfermagem. De acordo com o afirmado por Pessini e Bertachini (2011), os feitos da tecnociência são visíveis e fortemente proclamados pela mídia, chegando a ser até mesmo endeusados. O autor debate que deparamo-nos cotidianamente com ambientes tecnicamente perfeitos, mas sem alma e ternura humana, o enfermo deixou de ser o centro das atenções e foi instrumentalizado em função de um determinado fim. A manipulação apresenta-se sutilmente e rouba aquilo que é mais precioso à vida do ser humano: a dignidade. Portanto o cuidado humanizado refere-se a toda assistência prestada ao paciente visando a melhora de seu quadro, em que o cuidar seja diferenciado, de modo a respeitar a integridade do paciente, sua autonomia, envolvendo este cliente em seu tratamento, mantendo-o informado sobre os procedimentos realizados, sendo imprescindível que os cuidados prestados visem o menor sofrimento possível do paciente. Segundo Pessini e Bertachini (2011, p.3), o cuidar humanizado implica, por parte do cuidado, a compreensão do significado da vida, a capacidade de perceber e compreender a si mesmo e ao outro, situado no mundo e sujeito de sua própria história.
5 Conforme Santos et al (2005): O atendimento ao cliente na unidade de terapia intensiva (UTI) é um fator de extrema importância no contexto hospitalar. Através dele, poderá ser avaliada a qualidade de assistência oferecida em uma dada instituição. Por isso, a UTI se constitui em um ambiente que congrega uma equipe multiprofissional a qual utiliza uma tecnologia própria que é uma exigência para o êxito da prática do trabalho, visando com isso acompanhar e assistir o cliente crítico com segurança. No ambiente terapêutico da UTI, inúmeros procedimentos são realizados diariamente, favorecendo muitas vezes o estresse dos clientes, pelo medo da dor e do desconhecido e da equipe de saúde que busca proporcionar, através de seu desempenho, um trabalho de qualidade. Por isso, faz-se necessário que os profissionais vejam e tratem o paciente de forma holística, colocando-se em seu lugar. Desta forma, estes profissionais estarão aptos a cuidar de forma humanizada, buscando sempre o bem-estar do cliente e atendendo suas necessidades humanas básicas. A enfermagem por integrar a equipe de saúde implementa estados de equilíbrio, previne estados de desequilíbrio e os reverte em equilíbrio pela assistência ao ser humano no atendimento de suas necessidades humanas básicas. Procura-se dessa forma, sempre reconduzir o enfermo à situação de equilíbrio dinâmico no tempo e espaço (HORTA, 2011). Quando um paciente passa por um tratamento de longa duração, é provável que além de seu estado físico, o psicológico também seja abalado. Autores como Vasconcelos, Gillo e Soares (2009) defendem que, não basta que especialistas em saúde tenham domínio e apliquem isoladamente os seus saberes profissionais específicos, é preciso somar saberes para dar respostas efetivas e eficazes aos problemas complexos que envolvem a perspectiva de qualidade, incluindo o ambiente de trabalho. Dessa forma, tem-se a atuação do enfermeiro como primordial, indo adiante da assistência, em que o profissional de enfermagem deve realizar o cuidado com humanização. CONCLUSÃO Quando se fala em UTI, fica claro que os pacientes que estão à mercê dos cuidados desses profissionais merecem uma atenção diferenciada, já que o ambiente hospitalar proporciona um estado de fragilidade tanto do paciente e família, quanto do profissional ali inserido. Portanto, cabe ao profissional se colocar no lugar do paciente e prestar cuidados de forma integral e digna aos mesmos, proporcionando todo apoio e acolhimento a eles. Diante dos resultados obtidos, observou-se que ainda existe um grande empecilho relacionado ao cuidado humanizado diante da grande implantação tecnológica atual tornando-se um processo mecanizado. Os objetivos do estudo foram atingidos,
6 chegando à conclusão da grande contribuição do cuidado humanizado pelo enfermeiro na melhora do quadro clínico e sobrevida dos pacientes de UTI. Em suma, pretende-se que o presente estudo venha a proporcionar benefícios para pacientes de UTI e profissionais da área de saúde, uma vez que o mesmo especifica os cuidados que devem ser prestados a esses pacientes que se encontram nesta fase delicada. REFERÊNCIAS HORTA, W. de A.. Processo de Enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, PESSINI, L.; BERTACHINI, L. Humanização e cuidados paliativos. 5. ed. São Paulo: Loyola, SANTOS, I. dos, et all. Enfermagem assistencial no Ambiente Hospitalar: realidade, questões, soluções. São Paulo: Editora Atheneu, TAYLOR, C. Fundamentos de Enfermagem. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, VASCONCELOS, M; GILLO, C; SOARES, M. Práticas Pedagógicas em Atenção Básica à Saúde. Minas Gerais: Vozes, 2009.
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