MACROTENDÊNCIAS MUNDIAIS

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "MACROTENDÊNCIAS MUNDIAIS"

Transcrição

1 MACROTENDÊNCIAS MUNDIAIS Equipe Técnica Setembro de 2018

2 FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO Presidente em exercício José Ricardo Roriz Coelho DEPARTAMENTO DE ECONOMIA, COMPETITIVIDADE E TECNOLOGIA Diretor titular José Ricardo Roriz Coelho Diretores Titulares Adjuntos Antonio Carlos Teixeira Álvares Nilton Torres de Bastos Pierangelo Rossetti Diretores Alfried Karl Plöger Andrea Park Carlos Eduardo Marchesi Trombini Cássio Jordão Motta Vecchiatti Cláudio Grineberg Cleiton de Castro Marques Dan Ioschpe Daniela Gil Rios Daniele Pestelli David Taff Denis Perez Martins Domingos Moreira Cordeiro Eduardo Berkovitz Ferreira Eduardo May Zaidan Fernando Bueno Henrique Petersen Paiva Irineu Govêa Jorge Eduardo Suplicy Funaro José Gianesi Sobrinho José Ricardo Sukadolnik José Romeu Ferraz Neto Jovelino Antonio Vanzin Julio Diaz Levi Ceregato Luiz Arthur Pacheco de Castro Luiz Carlos Tripodo Manoel Canosa Miguez Marco Aurélio Militelli Milton Sobrosa Cordeiro Narciso Moreira Preto Nelson Antunes Nelson Marconi Nivio Machado Rigos Paulo de Tarso Petroni Paulo Henrique Rangel Teixeira Paulo Vieira Rafael Cervone Netto Renato Endres Ricardo Alexandre Caruso Pazzianotto Pinto Ricardo de Oliveira Selmi Roberto Aluisio Paranhos do Rio Branco Roberto Musto Rogério Payrebrune St. Séve Marins Ronald Martin Dauscha Ronald Moris Masijah Shotoku Yamamoto Walter Bartels Representante do CJE: Robert Willian Velásquez Salvador EQUIPE TÉCNICA Gerente Renato Corona Fernandes Equipe técnica Adriano Giacomini Morais Albino Fernando Colantuono André Kalup Vasconcelos Anelise Pianna Débora Bellucci Modolo 2

3 Denilson Torcate Lopes Érica Marques Mendonça Fernando Momesso Pelai Gabriela Uieda Juliana de Souza Leonardo Kiyoshi Kinoshita Assahide Paulo Sergio Pereira da Rocha Ricardo Vieira Santana Tamy Carolina Tanikawa Estagiário Gustavo Crecidio de Azevedo Gonzaga Lucas Amici Della Rocca Aprendiz Lucas Pinheiro Apoio Maria Cristina Bhering Monteiro Flores 3

4 Caro leitor, O Brasil vive um momento muito difícil por conta da crise, das incertezas políticas e do elevado desemprego, mas isso não pode paralisar nossa indústria porque o resto mundo segue avançando em tendência contrária, retomando com força suas políticas industriais para garantir solidez às suas economias e se preparando para os desafios da inexorável quarta revolução industrial. Assistindo a vultosidade dos investimentos em reindustrialização e em novas tecnologias que têm ocorrido pelo mundo, assumimos na FIESP que o Brasil não pode ser mero espectador desse fenômeno, o que nos trouxe um senso de urgência e preocupação com a necessidade de identificar nosso potencial e definir caminhos para a indústria. Isto significou deixar de lado, por um momento, as turbulências do curto prazo para olhar o longo prazo, algo raro em nosso país. Tendo em vista essa preocupação, este trabalho buscou essencialmente responder as seguintes perguntas: por quais transformações o mundo irá passar até 2030? Quais serão os setores e os produtos mais demandados? Quais as oportunidades para o Brasil? Respondê-las com um olhar mais atento sobre a dinâmica produtiva nos permitiu abrir uma agenda de possibilidades para o setor, e quiçá para o país, além de contribuir para a estruturação de ações de longo prazo, que é parte fundamental da busca por mais competitividade internacional. É indiscutível que, chegando ao fim deste ciclo econômico de crise, as empresas brasileiras retomarão seus investimentos. Por isso, em linhas gerais, nosso objetivo é dar subsídios para essa tomada de decisão e estimular o aprofundamento de mais pesquisa nas suas respectivas tendências. Nossa pretensão não é esgotar o tema, ao contrário, devido a sua complexidade, esperamos tê-lo em constante aperfeiçoamento por meio de feedbacks e atualizações. Boa leitura a todos. José Ricardo Roriz Coelho Presidente em exercício da FIESP e do CIESP 4

5 Sumário Executivo A demanda por este trabalho surgiu no contexto de uma das maiores, e mais recente, crise econômica do nosso país. Isto pode soar estranho à primeira vista, mas o objetivo era um só: definir quais são os caminhos que a indústria brasileira tem que percorrer quando a crise acabar e em qual velocidade. Em termos práticos, buscamos responder as seguintes perguntas com um olhar rumo a 2030: por quais transformações o mundo vai passar? Quais serão os setores e os produtos mais demandados? Quais os setores de produtos de maior destaque internacionais? Como tem sido o desempenho do Brasil nesses segmentos? Foi um exercício de extrema relevância porque, por um momento, deixamos de lado nossos problemas de curto prazo e passamos a olhar o longo prazo, algo raro nas instituições brasileiras, mas já consolidado nos países que competem conosco. Prova disto é que tão logo a crise acabe, as empresas e o setores que resistirem irão perceber que o contexto internacional está muito diferente daquele que se encontravam anteriormente à crise. Enquanto discutimos os problemas do elevado custo de capital, da tributação (complexa e excessiva), instabilidade do câmbio e uma série de et ceteras, o resto do mundo está implementando políticas de reindustrialização focadas em Indústria 4.0, com destaque para robótica, inteligência artificial, e internet das coisas, por exemplo. Portanto, para sair da inércia em que a crise nos colocou, a finalidade deste trabalho foi, primeiro, identificar quais são as principais transformações que acontecerão espontaneamente pelo mundo e sob as quais não é possível exercer qualquer controle (doravante denominados drivers) para, em seguida, chegar ao cerne do trabalho, que é discernir quais serão as principais tendências e, por consequência, os setores e produtos demandados. O que os drivers mostram? O panorama internacional deixa claro que o impacto das transformações se dará de forma heterogênea pelo mundo, e que a mudança na estrutura e na intensidade da demanda serão mais importantes do que a velocidade das transformações. No mundo, a renda e a população vão crescer num ritmo mais lento, com taxas semelhantes as do século passado, mas com uma distribuição geográfica diferente. A América e a Europa, por exemplo, devem ter baixas taxas de crescimento, mas, exceto a América Latina, demandarão mais produtos sofisticados e complexos pelo fato de já apresentarem elevada renda per capita. Em contraposição, a África subsaariana e o Sul da Ásia irão demandar principalmente 5

6 bens de consumo e insumos básicos (destacadamente alimentos, energia e minerais para construção civil) devido ao seu elevado crescimento populacional e aumento de renda partindo de um nível mais baixo. Por sua vez, as regiões que mais vão contribuir para o aumento da demanda e da produção mundial são o leste e o sul da Ásia. Juntas, responderão por mais de dois terços do crescimento do PIB mundial até São regiões onde parte da população tem baixa renda e parte tem renda similar a dos desenvolvidos, o que levará a um mix de produtos que vai desde os mais sofisticados até os mais básicos. E quais são as tendências? Posterior a esse panorama internacional dos drivers, o trabalho considerou a avaliação de estudos internacionais e realizou entrevistas com especialistas para verificar quais tendências estão em curso pelo mundo e que devem se destacar até A despeito da complexidade da análise, chegou-se a delimitação de nove tendências mundiais que estão listadas a seguir. Intensificação da demanda por alimentos Demanda por novas fontes de energia Expansão do entretenimento e turismo Mudança do padrão de produção Novas tecnologias Urbanização e emergência de megacidades Infraestrutura moderna e competitiva Envelhecimento da população Aumento das tensões geopolíticas Além das tendências acima, há duas outras horizontais que merecem menção: uma é a crescente preocupação com o uso racional de recursos naturais e a outra é a emergência cada vez mais rápida de tecnologias disruptivas que impactam a produção, o consumo e o cotidiano das pessoas. Também não se pode ignorar que muitos setores podem ser impulsionados por mais de uma tendência. Para solucionar essa problemática, o trabalho considerou apenas os setores onde o impacto será maior, ainda que no anexo tenha sido disponibilizada uma tabela que resume as possibilidades de cruzamento entre eles. A seguir há um breve resumo das nove tendências e de seus respectivos impactos setoriais, lembrando que as perspectivas tiveram como referência o ano de

7 Intensificação da demanda por alimentos: impulsionada diretamente pelo acréscimo de 1,35 bilhão de pessoas no mundo e pelo aumento de 75% na renda per capita (de US$ 14 mil para US$ 21 mil). As regiões mais vulneráveis serão os maiores demandantes de alimentos básicos e os países riscos de alimentos processados e proteínas. Setores: Oportunidades para o Brasil: segmento onde o país encontra-se melhor posicionado e em condições de absorver o aumento da demanda mundial porque há muito investimento e empresas líderes, ainda que seja mais em agronegócio do que em alimentos. A tecnologia precisa ser prioridade dos investimentos nos próximos anos para que o país consiga desenvolver competências na área. Demanda por novas fontes de energia: impulsionada principalmente pelo crescimento econômico dos países não-membros da OCDE (destaque para China e Índia), que desde 2007 já demandam mais energia do que os países-membros, que são economias mais maduras e com uma demanda por energia relativamente estabelecida. A despeito da enorme expectativa sobre as energias renováveis, os combustíveis fósseis manterão a liderança respondendo por 2/3 do fornecimento mundial de energia nas próximas décadas. No entanto, as energias renováveis continuarão crescendo a taxas elevadas, exceto as hidroeletricas. Atualmente, a energia eólica é uma das que mais cresce, mas no longo prazo espera-se que a fotovoltaica seja a líder. O setor de armazenamento de energia é de onde se espera as maiores inovações disruptivas. Setores: 7

8 Oportunidades para o Brasil: o país já é um dos expoentes em geração de energia renovável, principalmente, em hidroelétrica (terceiro maior do mundo) e biomassa. Também está entre os dez maiores produtores de energia eólica. Para todos esses segmentos, há expertise no desenvolvimento de tecnologias, máquinas e equipamentos. Uma oportunidade que não está sendo bem aproveitada no país é a geração de energia fotovoltaica, que é a mais promissora no longo prazo. Expansão do entretenimento e turismo: o número de turistas no mundo deve sair de 1,2 bilhão em 2016 para 2 bilhões em 2030, como resultado da combinação de duas variáveis: a) o relativamente pequeno crescimento da renda nos países desenvolvidos que tem um impacto mais do que proporcional na demanda por esses serviços e, b) a disseminação de tecnologias poupadoras de trabalho que permitirão mais tempo de lazer aos trabalhadores. Setores: Oportunidades para o Brasil: aproveitar nosso enorme potencial turístico e rever os investimentos em museus e galerias haja vista o triste aprendizado com o ocorrido no Museu Nacional. No âmbito da economia criativa, o Brasil já emprega cerca de 1 milhão 8

9 de pessoas e demonstra bom desempenho internacional em publicidade, arquitetura, novas mídias, design e moda. Mudança do padrão de produção: é obrigatória uma vez que o crescimento econômico, principalmente dos países em desenvolvimento, pode levar ao colapso do meio ambiente. Também ganhará força pela pressão de países e sociedade. Setores: é uma tendência horizontal pois afeta todos os setores e se resume à busca por maior eficiência energética e diminuição da emissão de poluentes (deve-se fazer mais com menos ). O mundo tem avançado positivamente nessa área: em 1990, para produzir um dólar eram necessários 181 gramas de óleo, hoje são necessários 131 gramas, e a expectativa é chegar a 115 gramas em Oportunidades para o Brasil: há muito o que avançar pois está na contramão da tendência mundial de redução de gramas de óleo para produção de um dólar (aumentou de 91 para 94 gramas) e pode ser prejudicado pelas restrições comerciais a serem impostas pelos países desenvolvidos. Também deve aproveitar a crescente demanda por tecnologias nessa área. Novas Tecnologias: tendência horizontal que ganhará força com a chegada da quarta revolução industrial (Indústria 4.0), que terá o maior nível de complexidade tecnológica da história. Ela terá como principal característica o desenvolvimento de novos produtos e serviços a partir da integração das seguintes tecnologias: internet das coisas (IoT), robótica, realidade aumentada, manufatura aditiva, materiais avançados, design digital, simulação, computação de alto desempenho, Big Data, cloud computing, cibersegurança. Setores: afeta mais intensamente os setores de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e bens de capital, mas há uma forte característica horizontal em suas aplicações, que perpassam todos os setores e há um forte componente de customização em todas elas. Oportunidades para o Brasil: aproveitar o momento de reindustrialização do mundo para renovar sua indústria. Conta a nosso favor a diversificação e internacionalização do parque fabril com a presença dos principais players mundiais da Indústria 4.0. Já temos ótimos exemplos de empresas funcionando no modelo 4.0, mas comparado a outros países é preciso avançar ainda mais, e um dos primeiros trabalhos envolve difundir conhecimento e mobilizar governo e empresas. 9

10 Urbanização e emergência de megacidades: do 1,35 bilhão de pessoas que existirá a mais no mundo em 2030, 96% estarão nas cidades. Nos anos 2000, foi a primeira vez no mundo que a população urbana foi maior que a rural. Entre 2015 e 2030, a taxa de urbanização deve aumentar de 54% para 60% e o número de megacidades (acima de 10 milhões de habitantes) deve sair de 12 para 41. Por consequência, haverá mais pressão por melhores serviços públicos, smart transportation, infraestrutura, entretenimento, segurança, habitações de baixo custo e uma estrutura adequada para o tratamento do lixo. Setores: Oportunidades para o Brasil: deve-se se preocupar com a elaboração de um planejamento pois o número de pessoas vivendo nas cidades irá aumentar em 20 milhões, saindo de um grau de urbanização já elevado (86%) para 89% em Comparada ao resto do mundo, a urbanização brasileira tem uma especificidade que é o predomínio das cidades médias (até 500 mil habitantes) e, por isso, pode ser uma referência no desenvolvimento tecnologias para esse segmento. É preciso garantir a mobilidade das 10

11 pessoas ao mesmo tempo em que se aproveita as oportunidades trazidas pelas novas tecnologias, a exemplo de big datas e veículos elétricos. Infraestrutura moderna e competitiva: resulta da necessidade de se modernizar portos e ferrovias que estão obsoletos nos países desenvolvidos, e da necessidade de expansão nos países em desenvolvimento. Metade do investimento de US$ 15 trilhões previstos para 2030 virá da Ásia e terá como alvo principal as rodovias (US$ 9 trilhões). Outros destaques: investir em infraestrutura de comunicação é fundamental para a viabilização da Indústria 4.0 e igualmente importante é investir no tratamento da água e esgoto enquanto a demanda por insumos minerais tem ênfase em águas profundas e florestais. Setores Oportunidades para o Brasil: o investimento em infraestrutura pode ser a principal alavanca para o crescimento do país no curto e no médio prazo, pois é imprescindível para o desenvolvimento das tecnologias da Indústria 4.0 (infraestrutura de energia elétrica e de comunicações) e também para maior eficácia e redução do custo de logística das exportações de produtos manufaturados e também do agronegócio e minerais. Água e esgoto também merecem destaque em termos de expansão da capacidade e tecnologia: hoje metade dos brasileiros não tem acesso à coleta de esgoto e 38% da água potável é desperdiçada. A retomada das parcerias público-privadas pode ajudar nessa tarefa. Envelhecimento da população: até 2030, a população mundial de idosos (acima de 65 anos) deve aumentar 37% (enquanto a população mundial 18%). Serão 254 milhões 11

12 a mais, como resultado do aumento da qualidade de vida e queda da natalidade. A expectativa de vida média do mundo deve chegar aos 70 anos até 2030 e não será raro pessoas com mais de 100 anos. Setores: Oportunidades para o Brasil: sua taxa de envelhecimento (3,6% ao ano) é maior do que o resto do mundo (1,1% ao ano), saindo de 16 milhões para 30 milhões em 2030, o que vai exigir um robusto planejamento, e políticas públicas de saúde e infraestrutura adequadas para essa mudança demográfica. O setor de equipamentos médico hospitalares do país demostra elevado potencial para atender a demanda e as compras públicas do SUS também podem incentivar a indústria nacional. Empresas também devem estar atentas ao elevado potencial de consumo dessa faixa etária que, em geral, tem maior acúmulo de riqueza. Aumento das tensões geopolíticas: é uma consequência da escassez de recursos naturais (petróleo e água), guerras civis e crises econômicas que aumentam o fluxo migratório entre os países. Em 2017, os gastos militares já atingiram US$ 1,7 trilhão no mundo, equivalente a US$ 230 por habitante. 12

13 Setores Oportunidades para o Brasil: o país deve criar sua própria indústria de defesa uma vez que os países desenvolvidos não comercializam as tecnologias de ponta do setor. O Brasil tem se destacado em uniformes para o exército, mas é preciso avançar para outras áreas de maior robustez tecnológica. Investimentos em big datas para gerenciamento do fluxo migratório na fronteira do país também se mostram essenciais frente à crise na Venezuela. Finda a etapa de análise das tendências, pode-se dizer que as transformações que acontecerão no mundo também serão uma grande oportunidade de diversificação da indústria brasileira, que tem capacidade de se integrar tanto às cadeias fornecedoras de alimentos e insumos básicos, quanto as de bens e serviços sofisticados. A despeito de haver segmentos com diferentes níveis de intensidade tecnológica, há no país uma ampla gama de setores modernos e com capacidade real de competir internacionalmente que não decorre apenas da abundância de recursos naturais, mas do fato das empresas serem produtoras de tecnologia e estarem adequadas ao padrão de concorrência e práticas internacionais. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é dar subsídios para a tomada de decisão das indústrias sobre o caminho que vão seguir tendo em vista a urgência dessa preparação e o aumento da concorrência internacional. Ainda que o cenário do país não seja o mais favorável, tendo em vista a lenta retomada da atividade econômica e a incerteza no quadro político-eleitoral, é preciso correr. 13

14 Sumário Sumário Executivo... 5 Sumário Apresentação Estrutura do Estudo Panorama internacional: população e renda em Crescimento econômico Crescimento da população mundial Crescimento da renda per capita Síntese e conclusões Tendências, demandas e setores impulsionados Maior demanda por alimentos Aumento da demanda por energia Entretenimento e Turismo Mudança no padrão de produção Novas tecnologias Urbanização e megacidades Infraestrutura moderna e competitiva Envelhecimento da população Aumento das tensões geopolíticas Anexos

15 Apresentação A indústria brasileira vem perdendo competitividade e relevância internacional desde a década de No entanto, a partir de meados da década passada, esse processo se intensificou caracterizando um claro fenômeno de desindustrialização. Se em 2004 a indústria de transformação representava 17,8% do PIB, em 2016, esse setor passou a representar apenas 11,7%, o que deixa evidente a perda de relevância da manufatura no país. Em termos internacionais, o processo é semelhante: enquanto as exportações de produtos primários brasileiros saltaram de 1,93% das exportações mundiais em 2004 para 3,13% em 2016, as exportações de produtos manufaturados, que representavam 0,95% das exportações mundiais em 2004, ficaram estagnadas, passando a representar 0,90% em Correntemente, esse processo de desindustrialização é associado à falta de capacidade da indústria brasileira de modernizar e se adequar às novas tendências e demandas mundiais. Argumenta-se que os processos produtivos da indústria brasileira são ainda defasados tecnologicamente e estão em situação oposta ao que acontece nos países de ponta, como Estados Unidos, Japão e Alemanha. É necessário ponderar, no entanto, que a indústria brasileira é bastante diversificada e, a despeito de haver segmentos com diferentes níveis de intensidade tecnológica, há uma ampla gama de setores modernos e com capacidade real de competir internacionalmente. Em alguns setores, a importância internacional da indústria brasileira não decorre apenas da abundância de recursos naturais, mas do fato das empresas serem produtoras de tecnologia e estarem adequadas ao padrão de concorrência e às práticas internacionais. A crise atual da economia brasileira tem prejudicado especialmente o setor manufatureiro, que se encontrava em posição vulnerável diante, entre outros fatores, da elevada taxa de juros praticada domesticamente e o câmbio apreciado e volátil fatores que retiram a competitividade dos produtos comercializáveis internacionalmente. É importante considerar, porém, que, uma vez que essa crise passar, as empresas e os setores que resistirem terão que estar preparados para um contexto internacional muito diferente daquele que se encontravam anteriormente à crise. A dinâmica produtiva e as demandas da população mundial estão se transformando em uma velocidade cada vez maior. Portanto, é fundamental que a indústria esteja em condições de 1 Dados do Banco Mundial para a participação da indústria no PIB e da base de dados da U.N. COMTRADE para informações sobre as exportações (foram considerados primários os produtos classificados nas seções 01 a 15 (agrícolas) e 25 a 27 (minerais) do Sistema Harmonizado; o restante foi classificado como manufaturado. 15

16 enfrentar essa concorrência com empresas do mundo inteiro. Neste contexto, é essencial que sejam discutidas essas transformações a fim de que se projetem quais serão os setores e produtos com maior demanda no futuro e como Brasil tem se posicionado nesses segmentos. Portanto, compreender essas novas tendências e o novo contexto mundial será essencial no processo de reindustrialização do país porque ajuda a direcionar iniciativas do setor privado e públicas de fomento à competitividade internacional. Estrutura do Estudo Com a finalidade de contribuir para essa análise, este trabalho busca identificar quais são as principais transformações que acontecerão espontaneamente pelo mundo, e sob as quais não é possível exercer qualquer controle (doravante denominados drivers) para, em seguida, discernir quais serão os setores e produtos estimulados por essas transformações. O trabalho será, então, dividido em duas seções além desta apresentação. Na primeira, serão discutidos os drivers das transformações, com destaque especial para a sua distribuição geográfica. Busca-se, com isso, mostrar que o impacto das tendências setoriais, que virão mais a frente, não se dará de forma homogênea pelo mundo. A seção seguinte tem o objetivo de identificar essas tendências principais e os setores mais promissores. 1. Panorama internacional: população e renda em A fim de compreender as transformações pelas quais a demanda mundial irá passar nos próximos anos, é importante dimensionar o contexto em que isso ocorrerá. Nesse sentido, esta seção apresenta os drivers desse processo para que seja possível avaliar, na seção seguinte, quais serão as principais tendências até Foram identificados três drivers principais: a) o crescimento econômico, com especial destaque para o crescimento das economias de renda média; b) o crescimento da população mundial, que se dará principalmente nas regiões mais pobres; e c) o crescimento da renda per 16

17 capita, que deve alterar o padrão de consumo e criar oportunidades e desafios para mudanças substanciais nos padrões de produção. Buscar-se-á, adicionalmente, compreender em quais regiões do globo esses drivers se apresentarão de forma mais intensa. Isso é relevante porque as principais tendências afetarão de forma distinta cada região e, portanto, configuram um processo de transformação heterogêneo pelo mundo Crescimento econômico Atualmente se produz no mundo mais de 100 trilhões de dólares por ano. Essa produção se distingue entre produtos manufaturados, serviços, produtos agrícolas, entre outros. Apesar de tamanha escala, a produção mundial deve continuar se expandindo de forma bastante intensa nos próximos anos. No total, o PIB mundial (em PPC, preços de 2011) deverá aumentar US$ 80 trilhões, saltando de US$ 107 trilhões em 2015 para US$ 187 trilhões em A tabela a seguir mostra os principais resultados desse desempenho por região. Vale observar que esta primeira parte do trabalho utilizou a classificação regional do Banco Mundial 2 e a lista dos países que contemplam cada uma está disponível no anexo. Tabela Projeções para o crescimento do PIB , por região Participação em 2030 Variação anual Total em 2030 (US$ tri, PPC) Contribuição para o acréscimo Leste Asiático e Pacífico 38,1% 5,1% 71,4 46,9% Europa e Ásia Central 17,8% 1,8% 33,3 9,7% América do Norte 12,7% 1,7% 23,8 6,7% Sul da Ásia 13,5% 6,9% 25,3 20,1% América Latina e Caribe 7,4% 2,7% 13,9 5,8% Oriente Médio e Norte da 12,6 África 6,8% 3,6% 6,5% África subsaariana 3,7% 4,8% 7,0 4,4% Brasil 2,1% 1,8% 3,9 1,1% Fonte: Banco Mundial e FMI (projeções); Elaboração: FIESP 2 Fonte: 17

18 Participação no PIB mundial em 2030 (%) Nota-se que, embora a taxa de crescimento mundial (3,6% ao ano) deva se manter próxima às taxas verificadas nas últimas décadas do século XX, a distribuição desse crescimento ao redor do globo apresentou significativas modificações. Dos US$ 187 trilhões que serão produzidos em 2030, 38,1% serão no Leste-asiático e Pacífico, e 13,5% no Sul da Ásia. Europa, América Latina e América do Norte, que representavam 67,7% do PIB mundial em 1990 e hoje representam 49,6%, deverão reduzir sua participação para 37,9% em Europa e Ásia Central representarão 17,8%, América do Norte, 12,7% e América Latina e Caribe, 7,4%. África e o Oriente Médio representarão apenas os restantes 10,5%. Desses US$ 80 trilhões adicionais que serão produzidos no mundo até 2030, US$ 37,5 trilhões estarão concentrados no Leste da Ásia e Pacífico (46,9% do aumento total) e US$ 16,1 trilhões no Sul da Ásia (20,1% do aumento total). Essas duas regiões terão as maiores taxas de crescimento do mundo, com destaque para o Sul da Ásia, que deve crescer em média 6,9% ao ano até Isso significa que haverá um generalizado aumento da demanda nessas regiões, que envolverá tanto bens de consumo e insumos básicos, como produtos mais sofisticados. O gráfico a seguir ajuda a ilustrar esse reposicionamento das regiões. Gráfico Crescimento do PIB de 2015 a 2030, por região. 44,0% 39,0% 34,0% 29,0% Leste Asiático e Pacífico 24,0% 19,0% Europa e Ásia Central Sul da Ásia 14,0% 9,0% 4,0% Brasil América do Norte América Latina e Caribe Oriente Médio e Norte da África África Subssariana -1,0% 0,0% 1,0% 2,0% 3,0% 4,0% 5,0% 6,0% 7,0% 8,0% 9,0% Taxa de crescimento anual do PIB (2015 a 2030) Fonte: Banco Mundial e FIESP; Elaboração: FIESP 18

19 Pelo gráfico, chama atenção o excelente posicionamento da Ásia (Leste e Sul) e o desempenho moderado de regiões que historicamente impulsionaram a economia mundial, como a América do Norte e Europa. A América Latina deve contribuir com 5,8% desse crescimento de US$ 80 trilhões. Além de ter uma participação pequena no PIB mundial, a região deve apresentar taxas de crescimento semelhantes às taxas das regiões desenvolvidas, que serão bastante inferiores às asiáticas. Se analisado separadamente, o Brasil será responsável por 18,6% da contribuição da América Latina e, sozinho, deve contribuir com 1,1% do crescimento do PIB mundial. Finalmente, é importante destacar que a África subsaariana, embora deva crescer a taxas anuais próximas às taxas do sul e leste asiático, contribuirá apenas com US$ 3,5 trilhões para o aumento da renda, o que significa 4,4% do aumento total. Isso porque a região apresenta uma participação muito restrita no PIB mundial, o que não deve se alterar significativamente até 2030, quando se espera que essa região represente 3,7% da produção total Crescimento da população mundial Em 2015, a população mundial atingiu 7,35 bilhões de pessoas. Apesar de haver uma desaceleração da taxa de crescimento, a população ainda está crescendo significativamente e, espera-se que, em 2030, sejam 8,7 bilhões de pessoas, ou 1,35 bilhão a mais com relação a De acordo com dados do Banco Mundial, a população do mundo cresceu a uma taxa de 2,07% ao ano no final da década de 1960, decaiu para 1,19% ao ano no início da década de 2010, e para 2030 espera-se que não ultrapasse 1,09%. Isso significa que a população continuará crescendo, mas de forma lenta. Embora o crescimento da população mundial seja relevante para se começar a compreender como isso afetará a demanda mundial, é importante destacar que esse crescimento não é homogêneo, basta analisar a próxima tabela. 19

20 Tabela Projeções para população , por região Participação em 2030 Variação anual Total em 2030 (bilhões) Contribuição para o total Leste Asiático e Pacífico 28,5% 0,6% 2,5 15,1% Sul da Ásia 24,2% 1,3% 2,1 26,6% África subsaariana 16,9% 2,6% 1,5 34,7% Europa e Ásia Central 11,1% 0,4% 1,0 4,5% América Latina e Caribe 8,4% 0,9% 0,7 6,9% Oriente Médio e Norte da África 6,4% 1,8% 0,6 9,7% América do Norte 4,5% 0,6% 0,4 2,5% Brasil 2,6% 0,6% 0,2 1,4% Fonte: Banco Mundial e FIESP; Elaboração: FIESP A tabela reforça que a taxa de crescimento da população mundial entre 2015 e 2030 será baixa como um todo, mas principalmente na América do Norte e Europa, enquanto as maiores variações se concentrarão na África Subsaariana, Oriente Médio e Sul da Ásia. Sobre este tema, é importante destacar a África Subsaariana pois é a região que mais vai crescer em termos populacionais entre 2015 e 2030, sendo responsável por 34,7% do 1,35 bilhão de pessoas a mais no mundo. Por consequência, isto levará a uma expansão significativa da demanda regional por bens de consumo e insumos básicos. O próximo gráfico mostra como ficaria o posicionamento dos países correlacionando a taxa de crescimento e a participação no total. 20

21 Participação no total do mundo em 2030 Gráfico Crescimento da população de 2015 a 2030, por região. 35% 30% Leste Asiático e Pacífico Sul da Ásia 25% 20% África Subssariana 15% 10% 5% Europa e Ásia Central América Latina e Caribe América do Norte Oriente Médio e Norte da África Brasil 0% 0,0% 0,5% 1,0% 1,5% 2,0% 2,5% 3,0% 3,5% Taxa de crescimento anual da população (2015 a 2030) Fonte: Banco Mundial e FIESP; Elaboração: FIESP Percebe-se pelo gráfico que, além da África subsaariana, o Leste Asiático e Pacífico e o Sul da Ásia serão os principias responsáveis pelo crescimento absoluto da população mundial. Atualmente, estas duas regiões somadas representam mais da metade da população global. Ou seja, apesar de se esperar que a taxa de crescimento do Leste Asiático e Pacífico seja bastante próxima à da Europa e da América do Norte, e que a taxa de crescimento do Sul da Ásia seja inferior à do Oriente Médio, por terem populações muito grandes em termos absolutos essas duas regiões manterão uma participação extremamente relevante no total. A América Latina apresenta baixas taxas de crescimento se comparada às regiões compostas predominantemente por países em desenvolvimento. A população latino-americana cresceu 1,12% ao ano entre 2010 e 2015 e deve crescer a menos de 0,9% ao ano entre 2015 e 2030, e a sua contribuição para o crescimento da população global será bastante reduzida (94 milhões de pessoas, o que significa 6,9% do aumento total). O Brasil apresenta taxa de crescimento populacional ainda inferior à taxa da sua região. Entre 2010 e 2015 o país cresceu 0,91% ao ano e, espera-se que sua população cresça 0,6% ao ano entre 2015 e Neste período, o país deve aumentar em 15 milhões sua população. 21

22 1.3. Crescimento da renda per capita Apesar de ter ocorrido uma desaceleração da taxa de crescimento da renda mundial desde que a crise internacional de 2008 eclodiu, espera-se que, entre 2015 e 2030, a renda per capita total volte a crescer a taxas semelhantes ao período pré-crise puxada principalmente pelos países em desenvolvimento da Ásia, superando 2,5% ao ano. De acordo com o Banco Mundial, em 2015, a renda per capita mundial era de US$ 14,6 mil (em PPC, a preços de 2011). Com base em projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), espera-se que a renda per capita média no mundo atinja US$ 21,5 mil (em PPC, a preços de 2011) até Isso significa que a renda per capita será 47,5% superior e, considerando o crescimento da população, o PIB mundial será 74,5% maior. Assim como se verificou para os outros drivers, o crescimento da renda per capita não é homogêneo entre as regiões do globo. A próxima tabela mostra essa distribuição. Tabela Projeções para o PIB per capita , por região PIB per capita em 2015 (US$, PPC, 2011) PIB per capita em 2030 (US$, PPC, 2011) Variação anual América do Norte ,1% Europa e Ásia Central ,3% Leste Asiático e Pacífico ,5% Oriente Médio e Norte da África ,7% América Latina e Caribe ,8% Sul da Ásia ,6% África subssariana ,1% Brasil ,2% Fonte: Banco Mundial e FIESP; Elaboração: FIESP O Leste da Ásia e Pacífico e o Sul da Ásia, terão as maiores taxas de crescimento médio da renda per capita entre as regiões. Em seguida, está a África subsaariana, que, a despeito do crescimento ser relevante, apresenta valores relativamente baixos. Ela deve sair de uma renda per capita de US$ 3,5 mil em 2015 para US$ 4,8 mil em

23 PIB per capita em 2030 (US$, PPC de 2011) A despeito das regiões mais desenvolvidas do mundo (Europa e América do Norte) estarem apresentando baixo crescimento da renda o que deve se manter nos próximos anos sua demanda deve ficar ainda mais sofisticada, o que levará a uma transformação muito relevante na oferta de produtos. Ademais, essas regiões devem contribuir significativamente para transformações nas formas de produção. Em outras palavras, ainda que não haja um aumento quantitativo da demanda relevante nessas regiões, como acontecerá na Ásia e África, tem havido uma modificação qualitativa muito importante. O próximo gráfico busca ilustra como fica o posicionamento das regiões nesse novo cenário. Gráfico Crescimento da renda per capita de 2015 a 2030, por região América do Norte Europa e Ásia Central Leste Asiático e Pacífico Oriente Médio e Norte da África América Latina e Caribe Brasil África Subssariana Sul da Ásia 0 0,4% 1,4% 2,4% 3,4% 4,4% 5,4% Taxa de crescimento anual da renda per capita (2015 a 2030) Fonte: Banco Mundial e FMI (projeções); Elaboração: FIESP (*) Tamanho da bola: PIB total em 2030 (US$ PPC) O gráfico reforça que as regiões de maior crescimento serão o Leste da Ásia e Pacífico e o Sul da Ásia, onde o crescimento do PIB per capita deve ser superior a 5,0% ao ano, mas a América do Norte e Europa manterão os maiores níveis de renda per capita do mundo. 23

24 Com relação ao Brasil, nossa renda per capita já chegou a ser superior à média mundial. Em 2014, enquanto a renda per capita brasileira era de US$ 15,2 mil (em PPC, a preços de 2011), a renda per capita mundial era de US$ 14,3 mil (em PPC, a preços de 2011). Porém, como a taxa de crescimento da renda per capita dos demais países, entre 2000 e 2015, foi de aproximadamente 2,5% ao ano, enquanto a brasileira foi de 1,65% ao ano, a renda per capita mundial ultrapassou a brasileira. Se se considerar as projeções de crescimento do FMI, a renda per capita do Brasil deverá crescer 20% até 2030 atingindo US$ 17,5 mil (em PPC, a preços de 2011), enquanto a renda per capita mundial deverá atingir US$ 21,5 mil no mesmo ano. Assim, a renda brasileira deverá ser 19,7% inferior à renda mundial Síntese e conclusões As transformações pelas quais o mundo vem passando dizem menos respeito a uma mudança na velocidade do crescimento da renda e da população e mais a uma alteração na sua estrutura. Ainda que tenha havido uma desaceleração, as taxas de crescimento mundiais da renda e da população não divergem muito do que foi verificado nas últimas décadas do Século XX. No entanto, a distribuição desse crescimento entre as diversas regiões se alterou substancialmente. Tanto o crescimento da renda per capita, quanto o crescimento da população e do PIB devem apresentar características muito específicas em cada região, o que implica em especificidades relevantes com relação às transformações que a demanda e a produção mundial irão passar nos próximos anos. A América do Norte e a Europa devem apresentar baixas taxas de crescimento populacionais e econômicas nos próximos anos. Porém, devido a sua alta renda per capita, um pequeno crescimento tem um impacto muito relevante na demanda de produtos mais sofisticados. Ademais, mesmo a demanda atual tem passado por importantes transformações qualitativas. O mix de produtos demandados por essa população tem crescido e se diversificado, o que tem gerado uma ampliação substantiva da oferta de produtos mais complexos e cujo fornecimento envolve cadeias de desenvolvimento, produção e logística bastante integradas e mais eficientes. Apresenta-se, nesse contexto, uma grande oportunidade de diversificação da indústria brasileira, que tem capacidade de se integrar a essas cadeias como um importante fornecedor de bens e serviços sofisticados. 24

25 Em oposição ao grupo dos países desenvolvidos, encontra-se a África subsaariana e, em alguma medida, o sul da Ásia. Ambas regiões devem apresentar elevado crescimento populacional nos próximos anos, ainda que, principalmente na África subsaariana, isso não se reverta em uma elevada renda per capita. Nesse sentido, essas duas regiões devem contribuir principalmente para o aumento da demanda de bens de consumo e insumos básicos, destacadamente para a demanda de alimentos, energia e minerais para construção civil. Para o fornecimento desses bens básicos, uma alteração relevante nos métodos de produção deve ocorrer, uma vez que, se mantida a mesma lógica de produção que sustentou o crescimento dos países desenvolvidos, o meio ambiente pode entrar em colapso. O leste da Ásia é a região do mundo que mais deve contribuir para o aumento da demanda e da produção. Se considerado em conjunto com o sul da Ásia, que ainda apresenta nível de renda mais baixo, mas que deve se aproximar da média mundial, essas regiões explicarão mais de dois terços do crescimento do PIB mundial. Como essas regiões são compostas principalmente de países de renda média, em que parte da população tem baixa renda como a África subsaariana, e parte da população tem renda similar a dos desenvolvidos, espera-se que tanto a demanda por produtos sofisticados, quanto a demanda por bens de consumo e insumos básicos deva aumentar substancialmente. A heterogeneidade da expansão da renda e da população mundial, portanto, é fator chave para compreensão das transformações da estrutura de demanda mundial. Se por um lado o crescimento populacional levará a um aumento muito relevante da demanda por produtos básicos principalmente por se dar em regiões menos desenvolvidas, o aumento da renda impulsionará também a demanda de manufaturados, com especial destaque para produtos mais sofisticados. 2. Tendências, demandas e setores impulsionados Conforme destacado na seção anterior, a economia mundial está passando por transformações que tem impactos relevantes sobre a demanda e a produção ao redor do mundo. Enquanto algumas regiões apresentarão elevado crescimento populacional com baixa renda, o que elevará bastante a demanda por insumos e bens de consumos básicos, outras apresentarão expansão econômica, levando ao aumento da demanda de produtos mais sofisticados. Somam- 25

26 se a isso mudanças na forma de produção e nos padrões de consumo, impulsionadas principalmente pela emergência de novas tecnologias e pela viabilização econômica da adoção de tecnologias já desenvolvidas, mas cuja viabilidade econômica de sua adoção era baixa 3, além de mudanças relevantes nas relações entre os países que têm culminado em uma nova geopolítica internacional. Esse conjunto de transformações é extremamente relevante para se compreender quais serão os setores e produtos com maior destaque e espaço internacionais, assim como, aqueles em que o Brasil poderá se lançar como relevante produtor. Para chegar a essa etapa, o trabalho se baseou no panorama internacional do capítulo anterior, em outros estudos internacionais e em entrevistas com especialistas. Com isso, foi possível verificar que estão em curso pelo mundo nove tendências principais. São elas: 1. Intensificação da demanda por alimentos 2. Demanda por novas fontes de energia 3. Expansão do entretenimento e turismo 4. Mudança do padrão de produção 5. Novas tecnologias 6. Urbanização e emergência de megacidades 7. Infraestrutura moderna e competitiva 8. Envelhecimento da população 9. Aumento das tensões geopolíticas As quatro primeiras tendências, junto de urbanização, emergência de megacidades e envelhecimento da população, refletem diretamente as transformações apontadas na seção anterior. Como destacado, o crescimento populacional em regiões de baixa renda amplia a demanda por insumos básicos e por alimentos, assim como a demanda por energia para se produzir esses insumos. As regiões mais desenvolvidas, ainda que não apresentem um crescimento econômico significativo, demandarão produtos e serviços mais sofisticados, o que é destacado pelas tendências de entretenimento e turismo, novas tecnologias e o envelhecimento da população. Já o leste e o sul da Ásia (regiões de renda média) assistirão especialmente ao aumento da urbanização mais intensa, além das tendências já destacadas. 3 A exemplo de sensores e robôs. 26

27 Diferentemente dessas tendências, que refletem os drivers apresentados no panorama internacional da seção anterior, a demanda por infraestrutura competitiva não acontece espontaneamente. Na medida em que as condições de produção se alteram, fica cada vez mais latente a necessidade de modernizar a infraestrutura. Finalmente, é importante destacar o aumento das tensões geopolíticas, que está ligado à mudança na forma como os países se relacionam, com especial ênfase nos países centrais, como os Estados Unidos, a China e as principais nações europeias. Distinguir a intensidade com que essas tendências ocorrerão pelo mundo também é uma etapa importante do presente trabalho, pois é notório que se difundem de forma heterogênea. Baseada na mesma divisão regional utilizada na primeira seção, a Tabela a seguir sistematiza como algumas dessas tendências se distribuem pelo mundo: Tabela 2.1 Tendências e demandas sociais por região: taxa de crescimento médio anual* Demanda por alimentos Demanda por energia Urbanização e megacidades Envelhecimento da população África subsaariana 2,6% (1º) 2,6% (4º) 1,35% (1º) 0,2% (7º) América Latina 0,9% (4º) 2,2% (5º) 0,28% (5º) 1,7% (2º) América do Norte 0,6% (5º) 0,0% (7º) 0,21% (7º) 1,3% (3º) Europa e Ásia Central 0,4% (7º) 0,8% (6º) 0,23% (6º) 0,9% (5º) Leste da Ásia e Pacífico 0,6% (6º) 4,4% (2º) 1,31% (2º) 1,7% (1º) Oriente Médio e Norte da África 1,8% (2º) 4,3% (3º) 0,35% (4º) 0,5% (6º) Sul da Ásia 1,3% (3º) 4,9% (1º) 1,29% (3º) 1,3% (4º) Brasil 0,6% 1,9% 0,24% 2,5% (*) Crescimento anual projetado entre 2015 e Para maior demanda por alimentos foi utilizado crescimento da população como proxy. A tabela apresenta as principais tendências e a intensidade com que elas ocorrerão em cada região. Conforme será apresentado, o envelhecimento da população terá relativamente mais efeitos sobre a demanda dos países desenvolvidos ou de renda média, podendo-se destacar regionalmente a América do Norte e a Europa, a América Latina (com especial destaque para o Brasil) e o Leste da Ásia. O crescimento da população deve ampliar significativamente a demanda por alimentos nas regiões menos desenvolvidas, como a África subsaariana e o Sul da Ásia. O Oriente Médio 27

28 e Norte da África também é uma região que deve ampliar bastante a demanda por esses recursos devido ao aumento populacional, embora não se espere um crescimento da renda tão elevado quanto nos demais asiáticos. A urbanização e a maior demanda por energia serão especialmente relevantes para os países do Leste da Ásia e Pacífico e para o Sul da Ásia, pois essas regiões serão as que apesentarão maior crescimento da produção e da população urbana. No caso da urbanização, a África subsaariana também deve ser bastante afetada e, no caso da demanda energética, podese destacar o Oriente Médio e Norte da África. Para as demais tendências, uma avaliação quantitativa pode levar a conclusões equivocadas, pois seus principais dinamizadores são mudanças qualitativas. A demanda por infraestrutura competitiva tem certa peculiaridade porque envolve duas problemáticas: uma relacionada à necessidade de se criar infraestrutura onde ela não existe, que é o caso dos países mais pobres, e outra que é a necessidade de modernização de uma infraestrutura que já pode ser considerada relativamente antiga, como acontece nos países desenvolvidos. Essa será uma questão relevante especialmente para o Brasil e para a América do Norte (com destaque para os EUA). As maiores tensões geopolíticas, por seu turno, continuarão a ser uma questão central para os países do Oriente Médio e Norte da África, e para a Europa e Ásia Central. Questões como imigração tendem a ganhar espaço em meio a um mundo cujas barreiras territoriais têm se tornado cada vez mais contraditórias frente à velocidade que conhecimento e informação são transmitidos. Além dessas tendências, é importante destacar ainda algumas tendências horizontais que também são fatores autônomos de transformação das demandas sociais; exemplo disto é a crescente preocupação com o uso racional de recursos naturais. Se por um lado, esta tendência deriva da necessidade de atender o aumento da população e o crescimento da renda afinal os recursos são escassos, por outro, não há garantia de que os mesmos sejam utilizados de forma mais racional, sendo necessário, portanto, incluir essa temática na agenda política para que ocorra essa transformação. Outra transformação autônoma que também se relaciona horizontalmente com todas as tendências destacadas acima é a emergência cada vez mais rápida de tecnologias disruptivas, que têm alterado a forma como se produz e se consome e estão cada vez mais presentes no 28

29 cotidiano das pessoas. Ademais, tecnologias desenvolvidas há algum tempo, mas utilizadas antes apenas nas áreas militares, têm se tornado economicamente viáveis e seu uso comercial tem se expandido. Finalmente, é importante destacar que, principalmente nos países desenvolvidos, haverá uma transformação relevante na estrutura de consumo. Entretenimento e turismo se tornarão ainda mais relevantes na medida em que, com a substituição do trabalho humano por tecnologia, haverá um aumento da ociosidade que, se bem administrada, levará ao maior consumo de bens e serviços ligados à indústria da cultura e diversão. Com a finalidade de discutir e compreender como essas tendências poderão determinar quais setores se destacarão na próxima década, cada uma delas será analisada separadamente a partir do próximo item tendo em vista as principais transformações horizontais e sem ignorar que muitos setores podem ser impulsionados por mais de uma tendência. Nestes casos, a despeito de serem analisados a partir de uma única tendência, eles podem ser considerados como derivados de mais de uma tendência. A Tabela A.1, que está no anexo, resume as possibilidades de cruzamento entre eles Maior demanda por alimentos Conforme analisado na primeira seção, dois importantes fatores de transformação da demanda mundial serão o crescimento da população e o aumento da renda. Embora a taxa de crescimento esteja desacelerando, espera-se que entre 2015 e 2030 se somarão à população mundial mais 1,35 bilhões de pessoas. No mesmo período, a renda per capita deve sair de US$ 14,6 mil para US$ 21,5 mil, um aumento de 74,5%. A população deverá crescer principalmente nos países mais vulneráveis (principalmente na África subsaariana) e em países em desenvolvimento, o que ampliará substancialmente a demanda por produtos básicos, como alimentos, exigindo um crescimento significativo da produtividade agrícola e a expansão da fronteira agrícola para regiões desérticas. Conforme pode-se verificar na Figura 2.1.1, os países com menor renda per capita tendem a ser aqueles com maior demanda por alimentos. Enquanto os países mais ricos, como Estados Unidos, Reino Unido e Suíça gastam menos de 10% da sua renda com alimentos em casa, em países da África subsaariana, como Nigéria, Quênia e Camarões, a população gasta pelo menos 40% da sua renda com produtos alimentícios. 29

30 Figura Parcela do consumo dispendida em alimentos em casa* (%), Fonte: Fórum Econômico Mundial 4 A partir dessas informações, é possível identificar que o impacto do crescimento da renda e da população dos países mais pobres (principalmente da África subsaariana) terá um impacto bastante relevante na demanda por alimentos. Como parte relevante da renda desses países é gasto com insumos básicos, espera-se que seu crescimento acima da média mundial possa elevar substancialmente sua demanda por produtos alimentícios. O aumento da renda também impacta diretamente a estrutura de consumo de alimentos. A parcela dos nutrientes extraídos de cereais tende a diminuir com o aumento da renda, dando espaço principalmente para alimentos ricos em proteína, como carnes e peixes. Um estudo realizado em 2009 para os países da Europa identificou que nas regiões da Europa que mais cresceram entre os anos 1960 e os anos 2000, houve um substancial aumento da parcela de calorias obtidas a partir do consumo de carnes e uma redução do consumo da parcela obtida a partir dos cereais. Essa alteração, porém, percebida em menor escala no Norte da Europa, região que já estava em um grau de desenvolvimento elevado nos anos

31 A tabela apresenta essas informações. Conforme pode-se verificar, na Europa Mediterrânea, enquanto a relevância dos cereais se reduziu de 52,7% para 38,4% entre os anos 1960 e os anos 2000, a relevância das carnes mais do que dobrou, saltando de 6,1% para 12,6%. Situação semelhante pode-se verificar na Europa Central, onde a relevância dos cereais caiu de 51,0% para 39,3% e a das carnes de 10,3% para 13,5%. No caso da Europa do Norte, que já tinha altos níveis de desenvolvimento nos anos 1960, os cereais mantiveram quase que estáveis sua participação, pois já no início do período analisado encontravam-se na casa dos 30%. As carnes aumentaram sua participação, saltando de 12,2% para 16,8%, porém, substituindo principalmente açúcares e peixes como fontes de caloria. Tabela Distribuição da disponibilidade de alimentos por grupo (kcal por pessoa) Europa Mediterrânea Norte da Europa Europa Central 1961/ / / / / /04 Cereais 52.7% 38.4% 35.2% 34.9% 51.0% 39.3% Carnes 6.1% 12.6% 12.2% 16.8% 10.3% 13.5% Peixes e frutos do mar 1.0% 1.6% 1.8% 0.9% 0.5% 0.7% Açúcares e adoçantes 9.3% 11.7% 20.2% 16.6% 13.2% 15.4% Frutas 4.9% 4.8% 3.4% 4.2% 4.0% 3.8% Vegetais 3.0% 3.9% 1.2% 2.4% 2.0% 2.8% Azeite 4.8% 4.5% 0.1% 0.5% 0.1% 0.3% Legumes 3.0% 1.7% 0.6% 0.8% 1.0% 0.7% Oleaginosas 1.2% 1.2% 0.4% 0.7% 0.6% 0.8% Óleos vegetais 10.0% 14.9% 7.5% 13.2% 6.8% 14.0% Gordura animal 3.9% 4.7% 17.4% 9.0% 10.5% 8.7% Fonte: da Silva R., Bach-Faig A., Raidó Quintana B., Buckland G., Vaz de Almeida M. D., Serra-Majem L. (2009), Worldwide variation of adherence to the Mediterranean diet, in and Public Health Nutr. 12, Elaboração: FIESP Essas informações são relevantes para compreender o impacto que o crescimento dos países em desenvolvimento (principalmente do Sul e do Leste asiático) podem ter sobre a demanda de alimentos. Esses países têm hoje renda similar a dos europeus dos anos 1960, o que significa que, se seguirem a mesma tendência, deve haver um aumento do consumo de carnes e peixes associado a uma redução do consumo de cereais. A Figura apresenta quais serão os setores mais impulsionados pelo aumento da demanda por alimentos e insumos básicos, e os produtos e tecnologias associados. 31

32 Aumento da demanda por alimentos Figura Setores impulsionados e produtos associados ao aumento da demanda por alimentos e insumos básicos Insumos do agronegócio Agricultura de precisão Biotecnologia US$ 4,5 bi (2020) US$ 604 bi Plasticultura Água Dessalinização Saneamento para reutilização Equip.: US$ 15,3 bi Alimentos processados Alimentos funcionais Alimentos com maior validade US$ 377,8 bi A figura mostra que o aumento da demanda por alimentos e insumos básicos impulsionará principalmente setores associados à disponibilidade de recursos, tais como recursos hídricos e minerais, setores ligados ao consumo de alimentos processados, além do agronegócio, que fornece insumos principalmente para setor de alimentos, ainda que não exclusivamente. Podem se destacar quatro atividades específicas que serão impulsionadas pela demanda mundial: (i) insumos do agronegócio, (ii) insumos minerais, (iii) água, e (iv) alimentos processados Insumos do agronegócio Os insumos do agronegócio devem ter sua demanda ampliada significativamente nos próximos anos diante do crescimento da renda dos países em desenvolvimento. A agricultura do futuro está associada aos extraordinários avanços científicos em diferentes campos do 32

33 conhecimento, como a genômica, a nanotecnologia, a automação e a robótica, além das tecnologias da informação e da comunicação (TICs). Os métodos de manejo da produção agrícola, o acesso ao mercado, a logística, e as relações entre produtores e consumidores estão se transformando diante desses avanços científicos. A agricultura de precisão, por exemplo, que se estima que atingirá um mercado de US$ 4,5 bilhões em 2020 cumpre papel chave nesse processo, pois permitirá a redução do uso de agrotóxicos e garantirá um melhor aproveitamento do solo. A chamada digitalização do campo, em que dados sobre as áreas de produção agropecuária são gerados e processados em larga escala, evitará perdas de safra e garantirá maior qualidade dos insumos produzidos. A plasticultura, por seu turno, permite contornar problemas causados pelas intempéries, como variações climáticas bruscas ou pelos inconvenientes que climas muito frios podem causar. Esse segmento tem se expandido muito e hoje já cumpre papel fundamental na produção agropecuária, levando ao aumento da produtividade da terra e garantindo estocagem adequada, o que possibilita um aumento substancial da produtividade agrícola e melhoria da qualidade dos produtos. Finalmente, é importante destacar a relevância da biotecnologia, cujo mercado pode chegar a mais de US$ 600 bilhões nos próximos anos. A modificação genética organismos para se tornarem mais resistentes às pragas e aos intemperes climáticos e a sua adequação a diferentes ambientes que antes eram improdutivos, tem permitido a expansão da fronteira agrícola para regiões semiáridas e possibilitando a redução do uso de agrotóxicos prejudiciais ao meio ambiente e à saúde do consumidor. Nesse sentido, há uma ampla gama de avanços relevantes no agronegócio que visam mitigar os efeitos negativos climáticos e associados a pragas, e que permitem utilizar os recursos disponíveis de forma muito mais eficiente, aumentando de forma substancial a capacidade de produção agropecuária de regiões antes improdutivas Água Os recursos hídricos são outro foco de atenção diante do aumento da população mundial. A água é o cerne do desenvolvimento sustentável. Os recursos hídricos e a gama de serviços que eles prestam estão na base da redução da pobreza, do crescimento econômico e da sustentabilidade ambiental. Da segurança alimentar e energética à saúde ambiental, a água 33

34 contribui para a melhoria do bem-estar social e para o crescimento inclusivo, afetando os meios de subsistência de praticamente toda a população mundial. No entanto, em regiões como a Ásia Central, o Oriente Médio e o Norte da África, esse recurso é escasso e, em outras regiões, como a África subsaariana e o Sul da Ásia, a escassez já causa graves restrições ao crescimento econômico. Nesse sentido, o mercado de equipamentos para dessalinização da água está em franca expansão e deve atingir US$ 15,3 bilhões em 2018, assim como os investimentos em saneamento para reutilização desse recurso. Além da escassez, o tratamento da água potável também deve estar na ordem do dia, uma vez que atividade agrícola e a falta de tratamento de rejeitos domésticos têm poluído superfícies subterrâneas e encarecido o custo de recomposição. Novas tecnologias serão importantes aliadas para a solução desse problema. Soluções tecnológicas como a digitalização e integração de sistemas são capazes de reduzir o desperdício da coleta e na distribuição, além de permitir o reaproveitamento da água tanto no campo, quanto nas cidades Alimentos processados Associado às restrições ao aumento da produção, como o acesso limitado à água, um setor que deve se expandir muito nos próximos anos é o de alimentos processados, com especial destaque para aqueles com maior validade e alimentos funcionais. O aumento do tempo médio de vencimento dos alimentos é essencial no processo de torná-los transacionáveis e, portanto, capaz de atingir mercados mais distantes. A indústria de embalagens tem inovado bastante buscando reduzir a quantidade de conservantes dos alimentos diante da pressão dos consumidores e de agências reguladoras sem que isso concorra para redução da validade desses produtos. Paralelamente, há uma crescente demanda por alimentos funcionais, compostos de ingredientes que, além de suas funções nutricionais básicas, produzem efeitos benéficos à saúde. Estima-se que até 2020 o mercado para esse tipo de alimento atinja US$ 377,8 bilhões. Trata-se de um mercado com bastante relevância principalmente em países desenvolvidos, cuja sofisticação dos produtos é fator decisivo. Nos países de renda mais baixa, por outro lado, a demanda por alimentos tradicionais, como o arroz e o trigo, cria oportunidades para que os produtores tradicionais expandam sua produção. No entanto, conforme destacado anteriormente, a biotecnologia, a plasticultura e a agricultura de 34

35 precisão serão muito relevantes para o controle de pragas, além de possibilitar um aumento substancial da produtividade da terra e a utilização de terras originalmente não agricultáveis Posicionamento do Brasil: Apesar de a renda brasileira estar estagnada e não se esperar um aumento tão grande quanto se verificará no resto do mundo, o Brasil se encontra em uma condição mais confortável nesses setores do que em praticamente qualquer outro que será analisado neste estudo. O país realizou investimentos relevantes no agronegócio e tem empresas entre as líderes mundiais nesse segmento, assim como no setor de alimentos. Desta forma, o país tem grandes condições de absorver a demanda mundial. A geração e adoção de tecnologias capazes de reduzir custos e expandir as oportunidades de penetração do produto nacional no exterior (por exemplo, usar nanotecnologia para ampliar a validade dos alimentos) são essenciais para essa estratégia. O país tem um potencial muito grande no agronegócio por ser um dos líderes mundiais na produção, mas muitas dessas tecnologias utilizadas são importadas. Para além de grande produtor, é necessário que o país se coloque em condições de desenvolvedor dessas novas tecnologias. Importantes regiões do Brasil estão passando por desertificação. Regiões que antes eram agricultáveis estão se tornando semiáridas, dificultando o acesso à água, principalmente no Nordeste, onde já se produz frutas com água fóssil. Técnicas para dessalinização estão sendo desenvolvidas em conjunto com outros países, o que é fundamental, pois tanto a água do mar, quanto a água fóssil demandam isso antes do uso. Novas tecnologias que permitem a reutilização da água, tais como o desenvolvimento de novos equipamentos, no entanto, são o principal foco das políticas atuais e, provavelmente, onde o Brasil tem oportunidades de concorrer internacionalmente Aumento da demanda por energia O crescimento econômico é um determinante do crescimento da demanda de energia. Por isso, ela irá aumentar principalmente em países em desenvolvimento, como China, Índia e nos países do sudeste asiático, pois são eles que devem puxar o crescimento do mundo nas próximas décadas. 35

36 Aumento da demanda por energia Estimativas da OCDE mostram que entre 2012 e 2040, o PIB (em paridade do poder de compra) do mundo deve crescer 3,3% ao ano, puxado principalmente pelos países emergentes que não são membros da OCDE (4,2% ao ano), enquanto o crescimento dos países-membros deve ser de 2% ao ano em razão da maturidade das suas economias e pela tendência de crescimento demográfico lento ou em declínio. Em termos de consumo de energia, desde 2007, os países de fora da OCDE superam o de países-membros e essa tendência deve se manter nas próximas décadas. Entre 2012 e 2040, os países não-ocde devem aumentar a demanda por energia em 71%, liderados principalmente pela China e Índia, enquanto nos países-membros deve aumentar 18%. Em 2040, quase dois terços da energia consumida no mundo será em países de fora da OCDE. A Figura 2.2 apresenta um panorama dos principais setores que serão impulsionados pelo aumento da demanda energética e os principais produtos e tecnologias associadas. Figura 2.2 Setores impulsionados e produtos associados a maior demanda energética Eólica maq/eq: 79,5GW Geração de energia renovável Fotovoltaica Hidroelétrica US$ 140 bi US$ 75bi Geração de energia não renovável Biomassa e resíduos Petróleo, gás natural e gás de xisto Nuclear geração: 600 TWh/ano Combustíves fósseis: US$ 4 tri geração, maq/eq e etc.: US$677bi Distribuição de energia Distribuição inteligente: smart grid US$65,4 bi Armazenamento de energia Baterias e capacitores Formas alternativas (ex.: armazenamento químico H 2 ) US$400bi (excl. carros) 36

37 Conforme apresentado na figura, o aumento da demanda por energia terá efeitos diretos sobre a geração, a distribuição e o armazenamento de energia. Será estimulado tanto o desenvolvimento de novas tecnologias, quanto a utilização de recursos mais eficientes e menos prejudiciais ao meio ambiente. Dentro do setor de geração de energia é possível distinguir entre dois setores com características e dinâmicas bastante distintas: o setor de geração de energia renovável e de energia não renovável Geração de energia renovável O setor de geração de energia renovável é o que se apresenta com maior expectativa de expansão, pois há uma demanda mundial por formas mais limpas de se produzir energia e com menor impacto ambiental: O segmento de energia eólica deve apresentar uma taxa de crescimento muito elevada, se consolidando como uma das principais fontes. Estima-se que a capacidade dobrará até 2020, atingindo 792 GW no mundo. Espera-se que até 2030 essa tendência se intensifique, uma vez que o setor tem se mostrado cada vez mais capaz de substituir fontes não renováveis diante da queda de preço dos equipamentos. A energia fotovoltaica é outro segmento que deve apresentar uma grande expansão e, possivelmente, se configurará como principal fonte num prazo mais longo. Estima-se que serão investidos US$ 140 bilhões em 2023 e que sua capacidade de oferta deve atingir 600 GW nesse ano. O segmento é muito provavelmente o mais promissor dentre os renováveis, mas ainda figura como coadjuvante em termos mundiais, com potencial energético inferior ao eólico e ao hidrelétrico. Ainda dentro do setor de energia renovável, dois outros segmentos com bastante importância, mas já mais consolidados, são: A geração hidroelétrica: apesar de se esperar um investimento bem menor em hidrelétricas nos próximos anos do que em fotovoltaica, estima-se que o investimento anual no setor deve chegar a US$ 75 bilhões em Além disso, esse segmento se destaca pela atual capacidade de geração, que, atualmente, supera 1000 GW, e deve chegar a 1400 GW em Trata-se, portanto, de uma importante oportunidade, uma vez que o setor ainda é o principal fornecedor de energia renovável no mundo. 37

38 Biomassa/resíduos: este segmento de geração de energia, apesar de importante, tem bem menos relevância do que os demais. Atualmente, são gerados no mundo 464 TWh/ano por meio dessa fonte e, em 2020, deve-se chegar a aproximadamente 600 TWh/ano (o que equivale a aproximadamente 70 GW de capacidade sendo utilizada 100% do tempo, ou seja, aproximadamente 5% da capacidade das hidroelétricas). Embora menor que os demais, trata-se de um segmento que não pode ser ignorado, pois cumpre função estratégica em países cujo agronegócio gera muitos resíduos Geração de energia não renovável Apesar de haver muita pressão para redução da utilização de fontes energéticas não renováveis, dificilmente elas perderão espaço nos quinze anos diante da elevada demanda oriunda do crescimento dos países em desenvolvimento. Ainda nos próximos anos os combustíveis fósseis serão os principais responsáveis pelo aumento da oferta. Estima-se que dois terços do fornecimento de energia virão de combustíveis fósseis, impulsionados pelo gás natural e pelo consumo de petróleo. Petróleo e gás: espera-se que a demanda por petróleo cresça a uma taxa de 0,9% ao ano até 2030 e que sejam acrescidos à produção atual 16 milhões de barris/dia até esse ano. A demanda por gás, por seu turno, irá evoluir a uma taxa ainda superior: 2,0% ao ano até 2030 e estima-se que, em quinze anos, 16% da produção total de gás do mundo será de gás de xisto. Energia nuclear: outra fonte energética que ainda terá muita presença no futuro é a energia nuclear. Os países não abandonam esse tipo de energia porque é muito eficiente e os problemas com segurança e lixo atômico já foram minimizados. Não por acaso, espera-se que o investimento anual no segmento seja de US$ 300 bilhões em Em suma, em termos de geração a principal tendência é a convivência de diferentes paradigmas, pois será preciso combinar várias formas de energia a fim de que se garanta um sistema seguro e estável Transmissão e distribuição de energia Um setor que deve se desenvolver muito nos próximos anos e que passará por importantes transformações é o de distribuição de energia. Diante da possibilidade de se gerar energia em 38

39 menor escala, redes interconectadas permitirão que consumidores de energia se tornem também vendedores. A relação entre geração e consumo vai mudar, pois a descentralização da geração e os smart grids vão permitir que consumidores se tornem prosumers produtores e consumidores simultaneamente. Para isso, porém, os equipamentos de geração terão de ser mais leves. Estima-se que os investimentos em distribuição inteligente ( smart grid ) devem atingir U$S 65 bilhões em 2022, sendo que o segmento de energia é o principal motor desse investimento no mundo. A atuação pública no segmento é fundamental para garantir que isso ocorra. Novos investimentos em infraestrutura energética urbana deverão ser feitos para evitar que a distribuição energética encontre limitantes para além da capacidade de geração. Nesse sentido, o segmento de distribuição, que tem se modificado muito, apresenta-se como uma relevante oportunidade para o desenvolvimento de novas tecnologias que associam sistemas digitalizados com linhas de transmissão e distribuição tradicionais Armazenamento de energia O maior desafio do setor energético é o armazenamento, mas também é de onde podem sair as inovações mais disruptivas. Atualmente, há menos de 1GW de potencial de armazenamento no mundo, o que é incomparável à capacidade de geração e a demanda. Porém, estima-se que o mercado de armazenamento represente US$ 250 bilhões em 2040, o que significa que essa capacidade deve crescer muito nos próximos anos. A bateria de lítio é a forma mais comum de armazenamento de energia. Porém, a dificuldade de aumentar significativamente sua eficiência é notoriamente reconhecida. Nesse sentido, novas formas de se estocar energia estão sendo pensadas e desenvolvidas nas principais universidades do mundo a fim de se criar possibilidades para um mercado que está demandando fortemente alternativas Posicionamento do Brasil O Brasil apresenta algumas especificidades no setor energético que podem lhe garantir alguma inserção internacional. O país tem elevado potencial energético em fontes renováveis, podendo-se destacar hidroelétrica, a qual já se tem uma elevada capacidade instalada. O país é o terceiro mais importante do mundo no segmento, perdendo apenas para China e Canadá, o 39

40 que o coloca como um dos países cuja participação de energias renováveis está entre as maiores do mundo (aproximadamente 75% da energia gerada no país é renovável, da qual 83% é hidroelétrica). Como há uma perspectiva de demanda crescente para os investimentos no setor, e o Brasil tem um elevado potencial de produção de máquinas e equipamentos para geração e distribuição nesse segmento, há uma grande oportunidade do país se inserir internacionalmente nessa área. Nas demais fontes renováveis o Brasil apresenta algum destaque, ainda que incomparável à hidrelétrica. Apesar do potencial técnico, o país praticamente não utiliza energia solar. Porém, o país conta com tecnologias já desenvolvidas em biomassa para substituir o petróleo, como o etanol, que tem servido como alternativa à volatilidade de preço dos hidrocarbonetos no mercado internacional. Além disso, o país está entre os dez maiores produtores de energia eólica do mundo e conta com conhecimento tecnológico no desenvolvimento e produção de turbinas. 2.3 Entretenimento e Turismo O mercado de trabalho tem passado por uma grande reestruturação que somente encontra precedentes na época da revolução industrial. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, mais de 7,0 milhões de empregos serão perdidos no mundo até 2020 devido à automação industrial, e dependendo do ritmo dos avanços tecnológicos, entre 400 e 800 milhões de pessoas serão afetadas até Funções administrativas e industriais serão as mais afetadas negativamente, muito embora funções ligadas à computação, matemática, arquitetura e engenharia deverão ganhar espaço. O desenvolvimento de novas tecnologias poupadoras de trabalho impõe, portanto, um conflito social bastante relevante, pois não haverá emprego para toda população. Como forma de resolução desses conflitos, soluções como a renda mínima para toda população já estão em fase de experimentação em países como a Finlândia. Por outro lado, essas transformações colocam oportunidades relevantes para os setores de entretenimento, cultura e turismo, pois as pessoas terão mais tempo para desenvolverem essas atividades. Segmentos como esses ganharão espaço principalmente nos países desenvolvidos, em que a demanda por produtos industriais tradicionais tem se deparado com uma saciedade cada vez mais relevante. 40

41 Entretenimento e turismo A Figura 2.3 apresenta uma sistematização dos setores que serão impulsionados pela intensificação da demanda por entretenimento e turismo, assim como os produtos e tecnologias associados. Figura 2.3 Setores impulsionados e produtos associados à urbanização Acomodação e alojamento US$ 1 tri Turismo Museus e galerias Ecologia e aventura US$ 1,3 tri (2023) Espaços culturais e para eventos Economia criativa Audiovisual e demais mídias Softwares, jogos e design US$ 2,2 tri (games) em 2021 US$ 25,8 bi (software) em 2021 Conforme apresentado na Figura 2.3, os setores ligados ao entretenimento e turismo são bastante variados e, embora muitas vezes se inter-relacionem, podem ser classificados em dois grupos: os setores diretamente ligados diretamente ao turismo e os setores ligados à economia criativa. Estima-se que o número de turistas no mundo deve quase dobrar nos próximos anos, saltando de 1,2 em 2016 para cerca de 2,0 bilhões em Isso exigirá uma estrutura de acomodações capaz de suprir essa demanda, além de investimentos significativos em atividades culturais urbanas, como museus e galerias de arte, e não urbanas, como turismo ecológico e o turismo de aventura. Além disso, o setor de economia criativa deve se expandir muito nos próximos anos. A demanda por produtos como softwares, jogos, audiovisual e espaços culturais tem crescido muito principalmente nos países desenvolvidos devido à já citada saciedade dos produtos industriais. Se no Século XX a demanda cresceu principalmente na indústria, puxada pelos setores automotivo, químico e eletrônico, neste século a demanda por serviços tecnológicos, como 41

42 design, videogames e aplicativos deve se apresentar como principal alavanca do crescimento do consumo urbano Turismo O turismo é um dos maiores setores mundiais. Responde por cerca de 9% do PIB mundial e um em cada onze empregos. Somente a indústria hoteleira faturou mais de US$ 500 bilhões em Estima-se que mais de um bilhão de turistas viajaram para fora de seus países nesse ano. Além disto, é um dos setores que mais crescem no mundo. Segundo medição do Conselho Mundial de Viagens e Turismo, a indústria mundial de viagens cresceu mais que a economia global no período de 2011 a E a projeção da entidade para os próximos dez anos permanece otimista. Nos próximos anos, ele deve dobrar de tamanho e se aproximar de US$ 1 trilhão em 2030, com destaque para valorização de mercados em desenvolvimento como Azerbaijão, Costa Rica, Tailândia, Sri Lanka e Índia. As chegadas de turistas em países emergentes crescerão duas vezes mais que os países desenvolvidos, segundo estimativas da Organização Mundial de Turismo. Por ser uma atividade que movimenta diversos segmentos do setor terciário, como comércio e restaurantes, trata-se de um setor bastante atrativo e fundamental no desenvolvimento de regiões menos industrializadas. De acordo com o Relatório da ONU sobre o tema, um a cada onze empregos no mundo se relacionam com o setor, o que permite inferir sua relevância tanto para as economias desenvolvidas, quanto para as economias em desenvolvimento. Atualmente, a Europa é o principal destino turístico no mundo: quase metade das vagas de hotel estão no velho continente. Estima-se que 5% do PIB da União Europeia tenha origem em atividades turísticas direta ou indiretamente. Tem havido, porém, uma crescente diversificação do turismo no mundo em termos da localização. Regiões onde a natureza é fator de atração, como o Sudeste da Ásia, tem cada vez mais ampliado sua relevância no turismo mundial. Em 2015, 23% dos destinos turísticos foram na Ásia e Pacífico. Diante dessa expansão, é fundamental garantir a atratividade turística das regiões, com especial destaque para as menos industrializadas, pois o financiamento ao desenvolvimento desse setor é fator-chave de sucesso para seu crescimento ordenado e, portanto, para geração de renda e empregos qualificados. 42

43 As mudanças demográficas, sociais, econômicas e tecnológicas afetarão em grande medida o setor de acomodação e alojamento, que é responsável por cerca de 20% do turismo total, segundo a OCDE. As plataformas digitais serão crescentemente utilizadas para marcar e planejar viagens. Em particular, as mídias sociais influenciarão cada vez mais a escolha de lugares para ficar. Estima-se que a digitalização tenha gerado aproximadamente US$ 305 bilhões em valor para o setor entre 2015 e As plataformas compartilhadas de acomodação privada, como Airbnb, já são competidoras da indústria hoteleira. Para se ter uma dimensão, o valor estimado da Airbnb é de US$ 30 bilhões, enquanto a rede de hoteis Hilton é avaliada em US$ 19 bilhões. E o crescimento deste tipo de acomodação tem sido vertiginoso: enquanto um em cada dez viajantes americanos utilizaram acomodação privada em 2011, em 2015, este número saltou para um em cada três. Isto reflete uma mudança de visão a respeito do turismo como simples fato de viajar, e sim, como experiências de vida, o que envolve experimentar culturas, modos de vida, culinárias e ambientes. Trata-se de viver como um local e se sentir pertencido àquela região, o que significa gastar menos em objetos e mais em experiências. Isto coloca desafios para os operadores e agentes de viagens. Um nicho a ser explorado pode ser o segmento de luxo. Além disto, as empresas do setor de turismo utilizarão big data e análise preditiva para aumentar o conhecimento a respeito do comportamento do consumidor e customizar as experiências de viagem. A indústria já tem desenvolvido assistentes virtuais dotadas de inteligência artificial para auxiliar os viajantes a marcar a viagem mais facilmente. Outra macrotendência que tem aplicações em diversos setores é a tecnologia de blockchain, que pode fazer com que as transações se tornem mais seguras e eficientes. No setor de turismo, ela terá uma gama de aplicações, das companhias aéreas a programas de fidelidade. Ainda, a tecnologia de realidade virtual permitirá que hotéis e companhias aéreas ofereçam simulações prévias ao seu serviço, dando aos clientes a oportunidade de experimentar a viagem antes de comprá-la. Além disto, é preciso considerar que o perfil do viajante será diferente, principalmente se considerarmos que a população mundial com mais de 60 anos irá dobrar nos próximos 35 anos, segundo a OCDE. Isto abre um mercado para atendimento deste perfil de viajante e demanda serviços de infraestrutura e acessibilidade que precisam ser adaptados. Os museus e galerias também são espaços em transformação, refletindo as mudanças nas sociedades e culturas. Com o avanço da tecnologia, eles ampliarão sua capacidade de atuação através dos meios digitais (o museu virtual ) e esta é uma mudança bastante sensível para tais 43

44 instituições. Para se ter uma ideia, o MASP recebeu cerca de 410 mil pessoas no ano de 2016, enquanto o site do museu, mais de um milhão e meio de acessos no mesmo período. No mundo, 43% das visitas a museus em 2006 já foram remotas, segundo pesquisa do Instituto para Serviços de Museus e Livrarias. Algumas coleções já virão inteiramente em formatos digitais. Indo além, a presença da inteligência artificial, assim como em outros setores, fará com que algumas funções sejam preenchidas por robôs, principalmente as de atendimento ao público ajudando a responder dúvidas de visitantes ou auxiliando os funcionários em seus trabalhos de pesquisas. Mas os museus serão também espaços híbridos, que reunirão diversos espaços para conectar públicos diversos com interesses em comum, incluindo áreas para práticas de bemestar ou mesmo apresentação de desfiles de moda. As preocupações com a interação entre natureza e comunidade têm sido crescentes e a conservação do patrimônio natural. Por isto, o segmento de ecologia e aventura tem crescido de forma exponencial globalmente. O segmento foi avaliado em US$ 444 bilhões em 2016 e pode chegar a US$ 1,3 trilhão em As atividades relacionadas ao ecoturismo incluem a exploração de áreas exóticas ou remotas e englobam escalada, ciclismo, caça, rafting, entre outras. Uma tendência tem sido a desintermediação, ou seja, à medida que o consumidor posse acessar informações confiáveis online a respeito de seu destino, ele deixa de contratar um agente de viagens ou operador de turismo. Esta é uma tendência mais proeminente em mercados maduros. Nos Estados Unidos, as estimativas são de que 71% dos turistas de aventura organizem sua viagem sozinhos. Um segmento onde esta tendência é crescente é o ciclismo Economia criativa As atividades diretamente relacionadas à cultura e às artes (edição de livros, rádio, televisão, teatro, música, bibliotecas, museus e patrimônio histórico) já somavam US$ 547 bilhões no mundo em E com o aumento da urbanização, do acesso à infraestrutura de tecnologia da informação e as mudanças de estilo de vida, este é um segmento com alto potencial de crescimento. Em audiovisual e demais mídias, que incluem TV, vídeo, games e internet, o setor já movimenta anualmente mais de um trilhão de reais no mundo e bilhões de reais no Brasil. E este é outro segmento que tem sentido diversas transformações na forma de produzir e transmitir 44

45 conteúdo. Uma das maiores transformações têm sido as assinaturas de Video on Demand, como o Netflix, Amazon Prime, HBOgo, entre outros que se contrapõem a canais de TV. Atualmente, qualquer dispositivo conectado à internet pode exibir conteúdo audiovisual. Estima-se que a receita do setor tenha sido de R$ 42,7 bilhões no Brasil em 2015, sendo que o crescimento de obras produzidas e registradas na Ancine entre 2008 e 2014 tenha sido de 153%. À TV, caberá criar o conteúdo e disponibilizar em diferentes plataformas ( TV everywhere ). Os investimentos em distribuição de conteúdo para multiplataformas respondeu por mais da metade das empresas americanas e europeias em pesquisa da International Association of Broadcasting Manufacturers, que sinaliza tendências. Em segundo lugar, os investimentos em gerenciamento de arquivos digitais (workflow), seguidos dos investimentos em produção com tecnologia 4k. Consequência do desenvolvimento tecnológico, as câmeras já têm ficado menores e melhores e, com o passar do tempo ganharão novos equipamentos que facilitem seu movimento. É o caso dos drones, veículos aéreos não tripulados e controlados remotamente. A despeito da grande utilização, ele possui limitações, então a tendência é que cresçam setores de equipamentos que possibilitem a melhor movimentação das câmeras, como estabilizadores de câmeras ou lentes contendo estabilizadores internos. Por fim, em softwares, jogos e design, as mudanças de comportamento do consumidor e o crescimento da banda larga móvel tem feito com que as pessoas tenham mais tempo e condições de lazer. O mercado global de mídia e entretenimento 5 crescerá a uma média anual de 4,2% nos próximos cinco anos e, em 2021, chegará a US$ 2,23 trilhões. No Brasil, a expectativa é que o faturamento do setor cresça à taxa ligeiramente superior, de 4,6% a.a. até Entre os principais segmentos, o mercado mundial de games foi estimado em US$ 75 bilhões em E ele deverá crescer 13,4% ao ano até 2020, considerando-se a venda de jogos (softwares), a publicidade e as chamadas microtransações, que são os gastos dos consumidores dentro dos jogos. Segundo dados da consultoria PWC, no mercado de entretenimento e mídia, ele é o segundo que mais cresce, atrás apenas da publicidade na internet. Por isso que ele acaba sendo maior do que o seu irmão, o cinema. Vale lembrar que, em 2016, cerca de 60% do crescimento do mercado de games no mundo veio da região da Ásia. 5 Considerando 54 países que representam cerca de 80% da população mundial. 45

46 As mudanças no mercado de redes sociais, computação em nuvem e as plataformas móveis estão modificando a cadeia de valor do setor. A internet em banda larga criou nos últimos anos novas possibilidades de distribuição, interação, e consequentemente, novos modelos de negócio. Por conta disto, a distribuição digital tende a substituir a distribuição física de jogos para computadores e consoles (Nintendo, etc), diminuindo a importância da distribuição física (que ainda possui importância), mas ressaltando a presença do download digital e do cloud gaming. Os jogos dirigidos às plataformas móveis (mobile) e online passaram a ser o segmento com maior receita em No mercado de software, um dos principais tópicos será a necessidade de se terem medidas de cibersegurança em todos os elos da cadeia produtiva, além da preocupação em se produzirem aplicações eficientes. E para se produzir de forma ágil e segura, ganha relevância o machine learning, que usa métodos estatísticos para ensinar um computador a ler dados. Outra tendência é o open source, isto é, códigos com fontes abertas, porque o mercado de software também foi aberto e compartilhado. No passado, 90% deles era criado por empresas, mas hoje a maioria é feita por desenvolvedores. A discussão volta à questão da segurança: como usar estes códigos, afinal, de forma segura? Posicionamento do Brasil Embora o Brasil não figure entre os principais exportadores de bens e serviços criativos, esse setor representa parcela importante da economia brasileira. Em 2015, o setor representava aproximadamente 2,5% do PIB, sendo responsável por quase 1 milhão de ocupações formais. O segmento de consumo, com especial destaque para publicidade e arquitetura, é o que tem maior representatividade em termos de empregos gerados. O segmento de tecnologia, por seu turno, é o que apresenta maior representatividade em termos da massa salarial, representando cerca de metade dos salários pagos no setor. Conforme é apresentado na tabela abaixo, a indústria criativa emprega 851 mil trabalhadores, dos quais 376 mil, ou seja, 44,2%, estão no segmento de consumo. Os segmentos de publicidade (15,5%) e de arquitetura (13,3%) são os mais relevantes dentro do segmento de consumo. 46

47 Tabela Mercado formal de economia criativa no Brasil, Empregos Massa salarial (R$ milhões) TOTAL % do setor TOTAL % do setor Indústria Criativa ,3 Consumo ,2% 2.036,0 38,1% Publicidade ,5% 826,7 15,5% Arquitetura ,3% 878,0 16,5% Design ,6% 246,4 4,6% Moda ,8% 84,8 1,6% Cultura ,8% 192,8 3,6% Expressões culturais ,2% 49,7 0,9% Patrimônio e Artes ,9% 70,1 1,3% Música ,4% 34,3 0,6% Artes cênicas ,4% 38,7 0,7% Mídias ,2% 341,4 6,4% Editorial ,7% 212,0 4,0% Audiovisual ,4% 129,5 2,4% Tecnologia ,8% 2.767,1 51,8% P&D ,3% 1.841,5 34,5% TIC ,2% 770,2 14,4% Biotecnologia ,3% 155,4 2,9% Fonte: FIRJAN, Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil. Elaboração: FIESP Há, nesses segmentos, um enorme potencial para a economia brasileira crescer e ganhar mercados internacionais. Embora as importações desses bens e serviços estejam se expandindo, ainda há muitas limitações para o comércio desse tipo de produto. Desta forma, o mercado interno brasileiro tem muito potencial para servir de alavanca para diversos desses setores. Se por um lado os segmentos de publicidade, TIC, biotecnologia e P&D podem se expandir aproveitando do crescimento das empresas brasileiras, por outro, os segmentos de arquitetura, design, moda e aqueles ligados à cultura e às mídias têm oportunidades crescentes com o aumento do consumo. Com relação ao turismo, espera-se que, em 2030, 57% das chegadas de turistas de aventura aconteçam em países emergentes. Para acomodar esta demanda, o segmento, que é formado de pequenos negócios, terá de se adaptar e buscar conhecimento a respeito. Por parte dos governos, o desafio é criar infraestrutura que permita ampliar as possibilidades de exploração. O Brasil tem potencial turístico inequívoco. É o primeiro país do mundo no quesito recursos naturais e oitavo em recursos culturais, de acordo com o ranking de competitividade do Fórum 47

48 Econômico Mundial. Mas algumas necessidades terão de ser supridas. De uma pequena hospedagem a grandes hotéis, o turismo precisa de conexão de internet robusta, um website e outras plataformas online para atender ao cliente. Na área de economia criativa, por sua vez, tem-se uma necessidade crescente de produção e de que a oferta de conteúdo se diversifique para atender as novas demandas. A produção e a distribuição são cada vez mais customizadas, dando espaço para os mercados de nicho. Estes mercados propiciam chances de vida longa às obras audiovisuais. Com o crescimento das tecnologias de informação e comunicação, as receitas foram pulverizadas mas, em contrapartida, a fidelização e a rentabilidade ganharam força. Além disto, elas fizeram com que a oferta de conteúdo não seja condicionada ao espaço físico limitado, o que permite que os riscos do negócio diminuam e as possibilidades de rentabilidade aumentem (como os museus virtuais, por exemplo). A expansão do mercado de vídeo on demand também pode contribuir significativamente para a área audiovisual, pois abre oportunidades para projetos do cinema nacional em parceria com a Netflix, por exemplo. Vale lembrar que a produção de audiovisual em formato de seriado já é uma grande tendência no Brasil. Outro segmento de destaque são os games. Somente os jogos online, movimentaram US$ 1,3 bilhão em 2017 no Brasil, e o país tem a liderança do mercado na América Latina, que tem 32,6% da população jogando em algum dispositivo. No mundo, o Brasil é o 12º na lista dos maiores consumidores. São 59,2 milhões de jogadores online, o que representa 28% da população. Os estilos de jogos preferidos são os de estratégia (54,7%) e de aventura (49%). E a maioria dos jogadores já prefere os smartphones (34,4%). Do lado dos desenvolvedores, o número é igualmente impressionante, já que registrou crescimento de 600% nos últimos 8 anos. O crescimento do mercado de games também alavanca outros setores, como publicações de livros e revistas especializadas, eventos e competições esportivas, venda de produtos como camisas e objetos de decoração, criação de canais de Youtube. São os chamados mercados satélites dos jogos online. A indústria de games e de vídeo por demanda são novas fronteiras que podem contribuir muito com o crescimento do mercado brasileiro e a consolidação de uma indústria. Há um número de novos modelos de negócios emergindo, num cenário ainda indefinido, que podem se tornar novos canais de distribuição de jogos digitais e via streaming, abrindo novas 48

49 oportunidades em curtos espaços de tempo. É possível vermos em breve, por exemplo, o surgimento de jogos inseridos em plataformas como o WhatsApp. E uma das primeiras alternativas de monetização está na receita com publicidade. Há também oportunidades no crescimento do mercado de suporte à transmissão em broadcasting de partidas de jogos, em que já há empresas apostando na audiência de grupos interessados em assistir partidas de gamers famosos. Trata-se quase de uma rede social, para uma comunidade com interesses específicos. As empresas certamente deverão se especializar cada vez mais em marketing e novos formatos de divulgação, como forma de garantir a adesão das pessoas aos games, já que com a produção facilitada (que dá oportunidades para pequenos e médios desenvolvedores criarem seus jogos), houve aumento na concorrência. 2.4 Mudança no padrão de produção O aumento da demanda mundial tem gerado várias dúvidas com relação à sustentabilidade dos modelos atuais de consumo e produção adotado pela maioria dos países. Nesse sentido, diversos investimentos têm sido feitos no sentido de reduzir a emissão de poluentes e melhorar a eficiência energética da produção. Desde 1990, o consumo energético e de gás carbônico por unidade de produto tem reduzido. Se a trajetória se mantiver, a expectativa é que se reduza ainda mais. Em 1990 eram necessários 181g de óleo equivalente para se produzir US$ 1,00 (em PPC, preços de 2011), atualmente são necessários 131g para se produzir a mesma quantidade de produto, e espera-se que em 2030 sejam necessários 115g. Isso significa que serão necessários 12,5% menos energia para se produzir a mesma quantidade de produto. Em termos de emissão de gás também se verifica uma redução relevante. Em 1990, emitiase 473g de CO2 para produzir US$ 1,00 (em PPC, preços de 2011). Em 2011, eram emitidos 367g para se produzir a mesma quantidade e, em 2030, serão emitidos apenas 299g, o que caracteriza uma redução de 18,4% nesse período. 49

50 Gramas Gráfico Intensidade energética e emissão de CO2 mundo, ,00 400,00 300,00 200,00 100,00 0,00 Gramas de óleo equivalente para produzir US$ 1.00 Gramas de CO2 emitidos para produzir US$ 1.00 Fonte: Banco Mundial; Elaboração: FIESP Isso não significa, porém, que haverá redução do consumo energético e das emissões. Como visto anteriormente, o PIB mundial deverá crescer 74,5% entre 2015 e Assim, a demanda energética vai aumentar cerca de 62% entre 2015 e 2030, exigindo que novas fontes sejam utilizadas de modo a evitar que os desastres ambientais se intensifiquem. Entre 1990 e 2013, as regiões que mais reduziram a intensidade energética foram o Sul da Ásia (36,1%), a Europa e Ásia Central (35,5%) e a América do Norte (33,8%). Enquanto isso, o Oriente Médio e Norte da África foram as regiões que apresentaram aumento da intensidade energética no mesmo período (23%). Na mesma direção do Oriente Médio e Norte da África, e ao contrário da tendência mundial, a intensidade energética da produção brasileira apresenta um leve aumento. Se em 1990 eram necessários 91g de óleo equivalente para se produzir US$ 1,00, atualmente são necessários 94g para produzir a mesma quantidade de produto. Se o Brasil continuar aumentando sua intensidade energética nessa mesma taxa, a demanda total por energia deverá crescer 32,8% até 2030, tendo como principal explicação o crescimento da renda (28,4 pontos percentuais). É inevitável, portanto, que a produção mundial passe por transformações relevantes tanto em termos do consumo energético, quanto em termos das emissões geradas no processo produtivo. Isso terá, certamente, um importante impacto sobre a estrutura da demanda mundial, que precisará ser qualitativamente diferente para garantir sua sustentabilidade. 50

51 Diferentemente das demais tendências, que apresentam setores e produtos relacionados, essa tendência tem características mais horizontais, podendo-se incluir nela praticamente todos os setores analisados. A maior demanda energética, por exemplo, exigirá um aumento da oferta. A questão central é: qual será a fonte dessa oferta? Até que ponto será possível substituir, senão completamente, pelo menos com bastante relevância, os combustíveis fósseis pelos renováveis? A busca por um modelo de produção mais limpo e com menor consumo energético é tanto uma demanda dos países, quanto uma demanda dos consumidores, que cada vez mais exigem produtos que respeitem o meio ambiente. Restrições comerciais cumprirão papel chave no desenvolvimento de tecnologias não poluentes, pois o acesso ao seu mercado é o principal poder de barganha dos países desenvolvidos empenhados na reversão do aquecimento global. Finalmente, há uma crescente demanda por novas tecnologias de controle ambiental. Esse segmento assume diversas formas e penetra outros setores na medida em que deve se adaptar às especificidades de cada sistema produtivo. Porém, com a digitalização, torna-se viável a padronização desse tipo de tecnologia, possibilitando sua produção em maior escala. 2.5 Novas tecnologias 6 A tendência das novas tecnologias ganhará força com a chegada da quarta revolução industrial, que terá o maior nível de complexidade tecnológica da história. Também conhecida como Indústria ela terá como principal característica o desenvolvimento de novos produtos e serviços a partir da integração das seguintes tecnologias: internet das coisas (IoT), robótica, realidade aumentada, manufatura aditiva, materiais avançados, design digital, simulação, computação de alto desempenho, Big Data, cloud computing, cibersegurança. Haverá uma massificação no uso dessas tecnologias e um crescimento exponencial na geração de dados e estatísticas. Principais características da quarta revolução industrial: 6 Esse capítulo pode ser complementado com os Cadernos da Indústria 4.0 que a FIESP já elaborou. Disponíveis em: 7 O termo Indústria 4.0 é de origem alemã e foi o que mais se difundiu pelo mundo principalmente após o encontro anual do World Economic Forum de 2016 que abordou exclusivamente esta temática. Outras denominações utilizadas são: Manufatura Avançada (origem norte-americana), Internet Industrial, Fábricas Inteligentes, Fábricas do futuro, ou até mesmo em sentido mais amplo Economia Digital. 51

52 A maior parte do investimento será do tipo brownfield, que é investir em plantas que já existem; e, neste contexto, o melhor exemplo é tornar fábricas que já existem em fábricas inteligentes. O processo de produção será baseado em tecnologia e dispositivos autônomos que se comunicam entre si ao longo da cadeia de valor. Sistemas de computador monitoram processos físicos, criam uma cópia virtual do mundo físico e tomam decisões descentralizadas baseando-se em mecanismos auto organizáveis. O conceito leva em conta o aumento da informatização na manufatura, onde objetos físicos são perfeitamente integrados em redes de informação. Como resultado, o sistema de manufatura está verticalmente conectado com o processo de negócios dentro das empresas, e horizontalmente conectado às cadeias de valor dispersas geograficamente e que podem ser gerenciadas em tempo real do momento em que o pedido é tomado, até a logística de saída. As diferenças entre indústria e serviços tornam-se menos relevantes conforme tecnologias digitais estão conectadas com produtos e serviços (híbridos), que não são nem bens nem serviços exclusivamente. A quarta revolução industrial traz um novo conceito ou abordagem para alcançar resultados que não eram possíveis há 10 anos, mas que se tornaram factíveis graças aos avanços tecnológicos da última década. Refere-se a uma combinação de tecnologias e não há solução pronta para todas as empresas. Outras características do processo de produção da quarta revolução industrial: Interoperabilidade: sistemas ciberfísicos permitem que seres humanos e fábricas inteligentes se conectem e se comuniquem. Virtualização: uma cópia virtual da fábrica inteligente é criada por meio da conexão entre os dados dos sensores com modelos de plantas virtuais e modelos de simulação. Descentralização: capacidade dos sistemas ciberfísicos de tomar suas próprias decisões e produzir localmente graças a tecnologias como a impressão 3D. Capacidade em tempo real: a capacidade de recolher e analisar dados e fornecer os insights imediatamente. Orientado a serviços: oferta de serviços através da Internet. 52

53 Modularidade: adaptação flexível das fábricas inteligentes aos requisitos para substituir ou expandir módulos individuais. A seguir há uma definição das principais tecnologias: Cloud computing: é a entrega da computação como um serviço ao invés de um produto, onde recursos compartilhados, software e informações são fornecidas, permitindo o acesso por meio de qualquer computador, tablete ou celular conectado à internet. Big Data: análise de grande quantidade de dados, principalmente os não estruturados. Pretende responder perguntas de análise preditiva e prescritiva, como, respectivamente o que vai acontecer?, o que devemos fazer?, além de permitir otimizar a qualidade da produção, economizar tempo e energia, melhorar a performance dos equipamentos, e auxiliar a tomada de decisão em tempo real. Cibersegurança: é o termo que designa o conjunto de meios e tecnologias que visam proteger, de danos de intrusão ilícita, programas, computadores, redes e dados. Internet of Things (IoT): refere-se à fusão de software, sensores e conectividade de rede que permite a interação digital entre objetos e máquinas. Materiais avançados: referem-se à descoberta e fabricação de novos materiais, como metais leves e de alta resistência e ligas de alta performance, cerâmicas avançadas e compósitos, materiais críticos e polímeros bio-based. Design digital, simulação e integração: é a conceitualização e construção digital de um protótipo virtual, ou de um processo virtual, alcançado por meio de simulação computacional de um produto ou processo físicos. Computação de alto desempenho: refere-se à prática de utilizar a capacidade computacional para ter um desempenho maior. São sistemas que normalmente funcionam acima de um teraflop ou 10¹² operações de floating-point por segundo, afim de resolver problemas altamente complexos em ciência, engenharia ou negócios. Robótica Avançada: são máquinas ou sistemas capazes de aceitar comandos de alto nível orientados para missão, por exemplo, navegar para um local de trabalho e executar tarefas complexas em um ambiente com um mínimo de intervenção humana. Uso de Inteligência Artificial e Machine Learning. 53

54 Manufatura Aditiva (Impressão 3D/Scanning): é um processo aditivo de construção de objetos, camada sobre camada, em oposição a metodologias de fabricação subtrativa como usinagem. A digitalização 3D é um método rápido e preciso de transferir as medidas físicas de um objeto para um computador em formato digital e de forma organizada, resultando no chamado 3D scan data. Realidade Aumentada: tecnologia que adiciona visão de computador e reconhecimento de objetos para tornar a informação interativa e manipulável pelo usuário. A realidade aumentada engrandece o mundo ao redor do usuário. Breve histórico sobre o surgimento da Indústria 4.0 O contexto do surgimento das iniciativas para a quarta revolução industrial foi no período posterior a crise econômica mundial do final de 2008/2009, que obrigou os países desenvolvidos a repensarem suas economias. Constatou-se que países com sólida indústria de transformação sofreram em menor intensidade os impactos da crise. Isto provocou um renovado interesse em política industrial nos Estados Unidos, Alemanha, China, França, Reino Unido, Holanda, Índia, entre outros. Mesmo com objetivos relativamente diferentes, os objetivos convergiam para o mesmo rumo: Aumentar a participação da indústria de transformação no PIB (caso do Estados Unidos e da União Europeia), ou; Se a participação da indústria de transformação já é alta (caso da China, Japão e Coreia), buscar formas estratégicas de subir na cadeia de valor. A evolução temporal das medidas: Em 2011, os Estados Unidos lançaram sua primeira política para revitalizar a indústria, o Ensuring American Leadership in Advanced Manufacturing, e na continuidade dela, em anos posteriors, foram incluídas as diretrizes da indústria do futuro. Desde 2012, a União Europeia (UE) publica várias resoluções e estratégias voltadas ao Renascimento Industrial da Europa com o objetivo de aumentar a contribuição da indústria no PIB da UE para 20% até 2020, em vez de 15%. Na esteira dessa tendência, em 2013, a Alemanha divulga suas estratégias de política industrial no documento Recommendations for implementing the strategic 54

55 initiative Industrie 4.0. Esta foi a primeira utilização do termo Indústria 4.0, que anos depois se difundiu pelo mundo. Com o passar dos anos, essas políticas lançadas pelos Estados Unidos e Alemanha se aprofundaram na perspectiva de ter uma nova fronteira tecnológica para a indústria, e é neste momento que as políticas de reindustrialização se fundem à ideia de quarta revolução industrial e ganham dimensão internacional, com iniciativas similares em diversos países. Outras iniciativas de Indústria 4.0 pelo mundo: Em 2015, a China lança um programa agressivo intitulado Made in China, cujo objetivo é estar entre as maiores forças industriais do mundo até Em 2015, o Japão lança o Fórum Industrial Value Chain Initiative para discutir a indústria do futuro e a Robot Strategy. Iniciativas da União Europeia estão no mapa a seguir. 55

56 Mapa Apresentação das principais iniciativas na Europa. Fonte: European Parliament. Directorate General for Internal Policies. Policy Department A: Economic and Scientific Policy. Industry mundo. No quadro a seguir há um overview dos principais investimentos a serem realizados no 56

57 Quadro Investimento em Indústria 4.0 Posicionamento do Brasil O país já possui ótimos exemplos de unidades fabris funcionando no modelo 4.0, mas comparado aos países que estão à frente, como Alemanha, Estados Unidos, China, a indústria brasileira ainda tem um caminho a percorrer. Para se ter ideia, para cada 10 mil trabalhadores da indústria, há apenas 11 robôs no Brasil e 36 na China, enquanto na Coreia do Sul este número é 531, no Japão 305, na Alemanha 301, e nos Estados Unidos 176. Além disso, uma pesquisa realizada pela FIESP identificou que 32% das empresas nunca ouviram falar em Indústria 4.0, o que mostra a necessidade de um trabalho de difusão do conhecimento e de mobilização. A mesma pesquisa também mostrou que 60% ainda não utilizam a metodologia de lean manufacturing que consiste no alicerce para receber as tecnologias da Indústria 4.0. O tem dificultado a reversão desse cenário é a recente crise econômica, incertezas políticas, aumento da ociosidade e a dificuldade das empresas em colocar produtos no mercado. Diferente dos países desenvolvidos, no Brasil, o apoio do governo e as políticas públicas para 4.0 tem sido modestos. São medidas bem intencionadas mas sem a robustez e a ousadia necessárias. 57

58 Em março, o governo lançou a Agenda Brasileira para a Indústria 4.0 que contempla diversos pontos relevantes. Dentre eles, o que tem mais avançado é o trabalho de difusão do conhecimento, implementação do lean manufacturing, pelo programa Brasil Mais Produtivo, e apoio a testbeds. Mas, infelizmente, não foram contemplados subvenção, linhas de financiamento diferenciadas e incentivos fiscais. Mas é preciso reconhecer que, mesmo com suas dificuldades orçamentárias, as principais agências de fomento estão atentas a essa movimentação e vem discutindo cada vez mais a importância desses investimentos. A Finep (em internet das coisas) e a Fapesp (consórcios para Manufatura Avançada) por exemplo já saíram à frente com editais mais específicos. 2.6 Urbanização e megacidades Em meados da década de 2000, a população urbana mundial superou, pela primeira vez, a população rural. Segundo o Banco Mundial, em 2015, 53,9% da população mundial já vivia em cidades, e essa parcela continua se expandindo. Projeta-se que, em 2030, mais de 60% da população esteja vivendo em cidades, o que é quase o dobro do grau de urbanização de 1960, quando 33,4% das pessoas habitavam regiões urbanas. Em termos absolutos, isso significa que a população urbana passará de 3,96 bilhões, em 2015, para 5,25 bilhões, em 2030, ou seja, haverá um aumento de 1,29 bilhão de pessoas vivendo em cidades em 15 anos. Considerando que a população mundial deve aumentar em 1,35 bilhões de pessoas no período, conforme já discutido, pode-se afirmar que quase todo o aumento da população mundial ocorrerá nas cidades (96% do aumento total). As regiões que estão se urbanizando mais rapidamente são as mesmas que estão crescendo mais rápido: Leste asiático e Pacífico, Sul da Ásia e África subsaariana. Atualmente, 57% da população do Leste da Ásia e Pacífico vivem nas cidades. Espera-se que, em 2030, essa parcela aumente para 69%, o que significará 418 milhões de pessoas a mais vivendo em áreas urbanas na região. No Sul da Ásia e na África subsaariana, apesar do baixo grau de urbanização, há uma clara tendência de migração das pessoas para os centros urbanos. Conforme apresentado no Gráfico 1.3.1, em 2015, 33% da população do Sul da Ásia e 38% da África Subsaariana vivia nas cidades. Projeta-se que, em 2030, esses percentuais se ampliem para 40% e 46%, respectivamente, o 58

59 que significa em termos absolutos um aumento de 265 milhões no Sul da Ásia e 300 milhões na África Subsaariana. Em contrapartida, as regiões com maior urbanização são Europa e Ásia central (70,1%), América Latina (79,9%) e América do Norte (81,6%). Apesar do já elevado grau de urbanização, nessas regiões haverá aumento de 205 milhões da população urbana, enquanto que a população rural deverá se manter estável ou até diminuir. O caso brasileiro é semelhante, pois, não obstante o elevado grau de urbanização (85,7%), espera-se que ele aumente ainda mais, chegando em 88,8% em 2030, o que significa que haverá 20 milhões a mais de pessoas vivendo nas cidades. Se se considerar que o aumento total da população será de 15 milhões, verifica-se uma tendência declinante no número de pessoas vivendo em áreas rurais. Destaca-se, porém, que, no Brasil, menos de 40% vivem em grandes cidades (mais de 1 milhão de habitantes), o que indica uma predominância de cidades médias. Nesse contexto, é possível verificar uma transformação relevante na distribuição da população entre o campo e as cidades e compreender a relevância que isso terá para a dinâmica da demanda mundial. Conforme é possível verificar no Gráfico e Tabela 2.6.1, há dois grupos de regiões com características bastante distintas: de um lado, há o grupo composto por América Latina e Caribe, América do Norte, Europa e Ásia Central e Oriente Médio e Norte da África, que apresentam alto grau de urbanização, mas cujo crescimento dessa população não deve ser muito grande. De outro, há o Leste Asiático e Pacífico, o Sul da Ásia e a África Subsaariana, que devem passar por um período de forte urbanização, gerando um crescimento intenso de demanda por produtos e serviços específicos das médias e grandes cidades. 59

60 Grau de urbanização em 2030 (%) Gráfico Taxa de crescimento do grau de urbanização , por região 90,0% Brasil América do Norte 70,0% América Latina e Caribe Europa e Ásia Central Oriente Médio e Norte da África Leste Asiático e Pacífico 50,0% África Subssariana Sul da Ásia 30,0% 0,2% 0,4% 0,6% 0,8% 1,0% 1,2% 1,4% Taxa de crescimento anual da urbanização (2015 a 2030) Fonte: Banco Mundial e FIESP; Elaboração: FIESP Tabela Projeções para urbanização , por região Participação em 2030 Variação anual Total em 2030 (bilhões) Leste Asiático e Pacífico 33% 1,31% 1,708 Sul da Ásia 16% 1,29% 0,841 África subssariana 13% 1,35% 0,678 Europa e Ásia Central 14% 0,23% 0,711 América Latina e Caribe 12% 0,28% 0,605 Oriente Médio e Norte da África 7% 0,35% 0,376 América do Norte 6% 0,21% 0,330 Brasil 4% 0,24% 0,198 Fonte: Banco Mundial e FIESP; Elaboração: FIESP Não apenas a população urbana vem crescendo, mas principalmente a população que vive em megacidades. O número de megacidades triplicou entre 1990 e 2015, saltando de apenas 4 aglomerações urbanas com mais de 15 milhões de habitantes para 12. Em 2030, espera-se que no mundo haverá 41 aglomerações urbanas com mais de 10 milhões de habitantes e, de acordo com o Banco Mundial, cerca de dois terços da população mundial viverá em cidades. 60

61 Ganhará espaço nesse cenário a tendência dual de aumento da urbanização e sofisticação tecnológica para dar origem a muitas cidades inteligentes ( smart cities ) pelo mundo, uma vez que o aumento na dimensão e na escala das cidades gera uma enorme pressão por mais e melhores serviços, infraestrutura, entretenimento e segurança. A estrutura das cidades já existentes passará por importantes transformações ligadas principalmente à automação e integração dos sistemas de transporte, energia, obras de engenharia, prevenção de acidentes, saneamento, água, entre outros 8. Algumas cidades, porém, vão ser mais inclusivas e outras menos. O sistema de transporte, por exemplo, será focado em transporte público, em veículos particulares ou será possível encontrar um equilíbrio? Os desafios da habitação também deverão se intensificar, ao mesmo tempo em que emergirão novas tecnologias para construção de baixo custo. É importante salientar que, conforme destacado na seção anterior, o padrão de produção e consumo atual é insustentável. No caso das cidades, ganha relevância a questão da geração de lixo e de outros dejetos e, portanto, da necessidade de se estruturar sistemas de reciclagem e saneamento adequados. Essa questão será aprofundada na seção seguinte. A Figura apresenta uma sistematização dos setores que serão impulsionados pela intensificação do processo de urbanização e de emergência das megacidades, assim como os produtos e tecnologias associados. 8 Para que isso funcione é preciso que todos os stakeholders colaborem - cidadãos, autoridades municipais e estaduais, e empresas locais pois o principal combustível de uma smart city é a geração de dados e a capacidade de processá-los. 61

62 Urbanização e novas megacidades Figura Setores impulsionados e produtos associados à urbanização Infraestrutura social Sistemas de saúde digitalmente interligados, Plataformas de educação à distância Saúde digital: US$233 bi US$240 bi Segurança Câmeras e estruturas de comando Comunicação militar: US$248 bi Gestão de trânsito com big data Smart transport.: US$139 bi Transporte urbano Transporte coletivo interconectado Smart transport.: US$139 bi Veículos elétricos 80 milhões de veículos: US$ 800bi Reconstrução do espaço urbano Habitação de baixo custo e préfabricada Áreas públicas de lazer Construção: US$8tri A urbanização e emergência de megacidades levará a transformações relevantes que, associadas a tecnologias disruptivas, poderão reconfigurar a forma como se compreende o meio urbano. Conforme apresentado, destacam-se quatro setores específicos cujas transformações impulsionarão mudanças relevantes: (i) infraestrutura social, (ii) segurança, (iii) transporte, e (iv) reconstrução do espaço Infraestrutura Social Em relação à infraestrutura social, os sistemas de saúde e educação estão passando por transformações muito relevantes. Essas duas funções sociais são indispensáveis para o desenvolvimento da população e estão se modificando diante da nova dinâmica das cidades. Estima-se que até 2020 o mercado mundial de saúde digital atinja US$ 233,3 bilhões e o de e- learning US$ 240,0 bilhões. Saúde: Sistemas de saúde digitalmente interligados permitem, por exemplo, que as pessoas possam reduzir significativamente o deslocamento, uma vez que postos de saúde locais estão interconectados com hospitais que passam a atender apenas os casos mais graves. A 62

63 partir dos dados coletados em tempo real, será possível fazer previsões ou identificar pontos críticos da saúde da população (como epidemias ou impactos na saúde durante eventos climáticos extremos), além de fazer registros digitais de saúde, acionar serviços de saúde em casa, diagnósticos remotos, tratamento e monitorização dos cidadãos como um todo ou daqueles que já estão doentes. Deve haver portanto uma mudança na ênfase da saúde pública, que passa a se dedicar mais à prevenção do que à cura, e a ter uma visão mais ampla de vida saudável e bem estar. Educação: com relação ao segmento educacional, o mercado de aprendizado à distância tem se colocado como elemento de transformação principalmente nas etapas mais avançadas do ensino, como o técnico, superior e complementar, e também para aqueles que já têm experiência no mercado de trabalho, mas que precisam continuamente reciclar seus conhecimentos Segurança O setor de segurança é outro que tem crescido muito em razão não só do aumento da urbanização por si só, mas também pela falta de planejamento que por vezes a acompanha, principalmente em países subdesenvolvidos., A falta de controle do Estado sobre a urbanização eleva as tensões sociais na medida em que coloca em contraste pessoas com níveis de vida bastante divergentes e torna o conflito entre elas iminente. Por isso, câmeras e estruturas complexas de comando serão cada vez mais comuns em grandes cidades na medida em que dificultam a ação criminosa, possibilitando, assim, a utilização do espaço público para atividades de recreação e entretenimento. O mercado de comunicação militar, que é parte relevante desse segmento, deve representar US$ 40,8 bilhões até 2020, o que significa que há bastante espaço para o crescimento de empresas ligadas a essa atividade Transporte Possivelmente, o setor com maior capacidade de se beneficiar da intensificação do processo de urbanização é setor de transporte urbano, e, dentro dele, diversos outros segmentos, a exemplo da gestão de tráfego, que objetiva reduzir o tempo de deslocamento dentro das cidades. 63

64 Também associado a isso está a interconexão dos meios de transporte com big datas, os quais já permitem, por parte do usuário, decidir qual o modal e quais as linhas mais adequadas para se chegar ao destino e, por parte dos fornecedores, qual é a maneira mais eficiente de se disponibilizar um veículo. No total, o mercado do setor de smart transportation, que inclui venda de bilhetes, estacionamento, sinalização, gerenciamento de tráfego, sistemas de informação a passageiros, entre outros, deve atingir US$ 139 bi no mundo até Ainda dentro do setor de transporte, um segmento que deve se expandir nos próximos anos é o de veículos puramente elétricos e híbridos. Em 10 anos, de 2005 até 2015, seu estoque saiu de algumas centenas para a casa dos 1,2 milhão, refletindo o significativo aumento das vendas nos últimos anos. Entre 2014 e 2015, as vendas de novas unidades aumentaram 70%, chegando a 550 mil em todo o mundo. Deste total, 90% ocorreram em oito países: China (37%), Estados Unidos (20%), Países Baixos (7%), Noruega (6%), Reino Unido (5%), Japão (5%), Alemanha (5%) e França (5%). Com relação ao tamanho do mercado, estima-se que esses veículos representem US$ 83,5 bilhões em 2019 e que, até 2040, 35% dos veículos sejam movidos a eletricidade. Hoje este percentual é de 1%. Esse crescimento é resultado das políticas ativas adotas em algumas cidades do mundo 9, mas também da escolha com viés mais sustentável dos próprios consumidores Reconstrução do espaço Finalmente, outros segmentos relevantes que passarão por importantes transformações nos próximos anos são aqueles ligados à reconstrução do espaço urbano. Espera-se que o espaço público se torne cada vez mais uma área comum de entretenimento e lazer, especialmente diante da expectativa de melhora na segurança e nas condições de vida da população das cidades. 9 Na China, por exemplo, há concessão de subsídios para adquirir carros elétricos. O subsídio máximo pelo governo central é de cerca de US$ e os subsídios a nível local diferem por cidade, mas o máximo é de cerca de US$ 7.500, totalizando US$ Além disso, muitas cidades oferecem outros incentivos, como placas de licença gratuitas (obter uma placa para um carro à gasolina pode custar até US$ em uma cidade como Xangai) e lugares de estacionamento gratuito. As estações públicas para carregamento das baterias aumentaram de 65% entre 2015 e 2016, chegando a 85 mil. No Brasil, existem cerca de 100 eletropostos e a alíquota do Imposto de Importação caiu de 35% para zero para carros elétricos e movidos a células de combustível (que produzem eletricidade por meio da reação do hidrogênio com o ar). Veículos híbridos também tiveram redução do imposto de 35% para alíquotas que variam de 0% a 7%. 64

65 Além disso, o segmento de habitação também deve passar por importantes transformações, com especial destaque para as casas modulares ou pré-fabricadas. Atualmente, a construção civil é quase exclusivamente um setor de produção local, porém, espera-se que, em 2020, mais de um milhão de casas no mundo sejam construídas a partir de módulos portanto, não necessariamente construídas localmente. Os diferentes perfis de demanda fazem com que os preços desse segmento variem muito, pois as casas modulares podem atender: a) às políticas sociais voltadas a moradias de baixo custo; b) o segmento de alto padrão; c) o público que busca alternativa aos trailer homes, que são comuns nos Estados Unidos e na Europa; d) ativistas ambientais; e) os requisitos de segurança em regiões de inverno muito rigoroso 10 e/ou sujeitas a terremotos. No Japão, por exemplo, 15% das novas residências construídas em 2015 eram pré-fabricadas, e na Alemanha 9%. Por essas razões, seus custos sofreram leve aumento nos últimos anos. Uma casa modular simples poderia ser construída nos Estados Unidos por US$ 856 o metro quadrado no ano de 2011, e em 2015 por US$ Na Alemanha e Reino Unido, o custo médio é de aproximadamente o metro quadrado Posicionamento do Brasil Com relação à distribuição demográfica, a população urbana brasileira apresenta uma característica muito específica se comparada aos países asiáticos: enquanto no Brasil as cidades que apresentam maior taxa de crescimento são as médias cidades, na Ásia, crescem muito cidades de grande porte. Números divulgados pelo IBGE em 2014 mostraram que São Paulo foi a cidade que mais cresceu (em números absolutos) no Brasil entre julho de 2013 e julho de 2014, ganhou mais 74 mil habitantes, com isto, atingiu a marca de quase 12 milhões de moradores, praticamente o dobro do tamanho da segunda maior cidade do Brasil, Rio de Janeiro. Proporcionalmente, no entanto, as cidades de médio porte são as que mais cresceram no país durante o período analisado. Nos municípios que têm entre 100 mil e 500 mil habitantes, a taxa geométrica de 10 Cerca de 84% das moradias da Suécia utilizam vigas de madeira pré-fabricadas; na Holanda 20% de todas as novas habitações usam madeira ou concreto pré-fabricados. Nos Estados Unidos, Austrália e Reino Unido, esse percentual não chega a 5%. 65

66 crescimento é de 1,12%, enquanto nos locais com mais de meio milhão de moradores, a taxa cai para 0,84%. A urbanização brasileira, portanto, tem certas peculiaridades que podem gerar demandas específicas. Diferentemente dos países em desenvolvimento do leste e sul da Àsia e até mesmo dos demais latino-americanos, no Brasil predominam cidades médias, cujas demandas são mais específicas e a escala é menor. Nesse sentido, há uma grande oportunidade para o Brasil desenvolver tecnologias específicas à população dessas cidades, pois o país pode se colocar internacionalmente como uma referência nesse contexto. Os sistemas rodoviários e ferroviários, por exemplo, devem estar adaptados às características das médias cidades, assim como os sistemas de gestão de tráfego e de segurança. Isso não significa, porém, que não seja possível concorrer internacionalmente nesses segmentos. Ao contrário, isso garantirá um mercado com características diferentes que pode configurar um nicho específico para empresas brasileiras. Além disso, outra peculiaridade das cidades brasileiras é a falta de ligação adequada entre o centro e a periferia. Diferentemente das cidades chinesas, por exemplo, cujo processo de urbanização foi planejado considerando não apenas as regiões mais centrais, mas todo o perímetro urbano, no Brasil, a maior parte das cidades não cresceu de forma planejada, resultando em grandes problemas de mobilidade. Isso certamente se coloca como uma demanda adicional e, portanto, uma especificidade do mercado que tem que lidar não apenas com o processo de construção, mas também com a realocação de grandes contingentes de pessoas. 2.7 Infraestrutura moderna e competitiva Nos países em desenvolvimento do Leste da Ásia houve forte investimento nesse setor para garantir redução dos custos e melhora da qualidade logística, no entanto, nos Estados Unidos, e em muitos países da Europa (principalmente do Sul), ferrovias e portos estão obsoletos e precisam ser modernizados. Na América Latina, além de obsoletos, eles precisam se expandir para que os países possam competir internacionalmente. De uma forma geral, pode-se dizer que na última década um desinvestimento em infraestrutura em diversas partes do mundo. O índice de infraestrutura do Fórum Econômico Mundial ilustra bem esta situação: os países que lideram o ranking são Hong Kong e Cingapura, seguidos por Holanda, Japão, Emirados Árabes e Suíça. Os Estados Unidos, maior potência econômica e militar do mundo, se encontram apenas na nona colocação, embora sejam responsáveis pelo desenvolvimento de grande parte 66

67 das tecnologias empregadas no setor. Quando se trata de infraestrutura de eletricidade e telecomunicações, essencial para o desenvolvimento das novas tecnologias, os Estados Unidos se encontram em posição ainda pior, que não reflete em nada sua posição econômica: a infraestrutura americana é apenas a décima-oitava melhor do mundo, atrás de países como Uruguai e Portugal. Com novas tecnologias emergindo, há uma demanda muito grande por modernização no setor de transportes e de comunicações. A exportação de produtos do agronegócio e de minerais, por exemplo, depende praticamente só da infraestrutura. Apesar de ser importante considerar o custo de produção, o custo logístico tem um peso muito mais relevante, além de ser determinante no acesso e no desenvolvimento. Ademais, infraestrutura de comunicações eficiente é a base para o desenvolvimento da Manufatura Avançada (ou Indústria 4.0), pois dependem essencialmente da interconexão entre fábricas e entre produtores e consumidores. A Figura apresenta os principais setores impulsionados pela demanda e os segmentos que mais podem se beneficiar disso. Podem-se destacar três setores principais: sistemas de transporte, sistemas de comunicação e sistemas de abastecimento de água e esgoto. 67

68 Infraestrutura competitiva Figura Setores impulsionados e produtos associados à demanda por infraestrutura Rodoviário US$ 8,5 tri (ac.) Sistemas de transporte integrados Ferroviário Hidroviário e Portuário US$ 3,0 tri (ac.) US$ 3,0 tri (ac.) Aeroviário US$ 1,0 tri (ac.) Sistemas de comunicação Novas redes de comunicação (5G) Banda larga mais potente e ubíqua US$ 65,0 bi Integração de regiões hidrográficas Sistema de abastecimento de água e esgoto Distribuição inteligente Construção / Modernização da estrutura de saneamento Insumos minerais Mineração em áreas de difícil acesso Reutilização e reciclagem de material Sistemas de transporte integrados Estima-se que, no mundo, serão investidos cerca de US$ 15 trilhões em infraestrutura até 2025 cumulativamente (ou seja, somando-se os investimentos dos próximos anos). Destes, US$ 8,5 trilhões serão investidos em rodovias, US$ 3,0 trilhões em ferrovias, US$ 1,5 trilhão em portos e US$ 1,0 trilhão em aeroportos. Mais da metade desses investimentos serão feitos na Ásia e Pacífico (US$ 8,3 trilhões), enquanto que América do Norte e América Latina somados devem representar US$ 2,6 trilhões nesse período. Os principais investimentos serão para o fortalecimento e modernização de sistemas inteligentes de infraestrutura de transporte interconectados. Isso porque os sistemas de transporte estão passando por uma modernização que será capaz de aumentar radicalmente sua eficiência Sistemas de Comunicação 68

69 Um setor chave para o desenvolvimento das demais atividades produtivas é o setor de comunicação. Conforme foi destacado, a manufatura avançada (ou Indústria 4.0) depende essencialmente de uma infraestrutura capaz de armazenar, processar e comunicar elevadas quantidades de dados e que sejam acessíveis de qualquer lugar, ou seja, depende de uma infraestrutura de internet robusta e disseminada por todo o país. Não por acaso, haverá um grande investimento nesse segmento em todas as regiões do mundo. Estima-se que até 2020 o investimento em 4G LTE 11 seja de US$ 3 bilhões e, até 2025 sejam investidos US$ 25 bilhões em 5G Sistemas de abastecimento de água e esgoto Outro setor que também será muito demandado diante da necessidade dos países de melhorarem sua infraestrutura são os sistemas de abastecimento de água e esgoto. Os países que mais crescem no mundo têm um percentual relativamente baixo de saneamento básico e, muitos deles, enfrentam problemas hídricos relevantes. A integração de regiões hidrográficas com a transposição de rios e a construção de sistemas de distribuição inteligentes, que sejam capazes de reduzir a intermitência no fornecimento de água é uma questão chave no desenvolvimento dos países. Ademais, a construção e modernização de estruturas de saneamento trazem uma demanda adicional dentro desse setor. No caso brasileiro, por exemplo, para que se chegue a 99% de cobertura de água e esgoto até 2033, será necessário investir R$ 300 bilhões, o que demonstra o tamanho do déficit do país no setor. Segundo os dados mais recentes do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), referentes a 2015, apenas 50,3% dos brasileiros têm acesso à coleta de esgoto, o que significa que mais de 100 milhões de pessoas utilizam medidas alternativas para lidar com os dejetos seja através de uma fossa, seja jogando o esgoto diretamente em rios Insumos Minerais Com a ampliação da demanda por investimentos em infraestrutura de transporte e comunicações, outro segmento que deve assistir sua demanda crescer é o de insumos minerais. 11 O LTE (Long Term Evolution) é uma tecnologia móvel de transmissão de dados que foi criada com base no GSM e WCDMA. A diferença é que ela prioriza o tráfego de dados em vez do tráfego de voz. 69

70 Ainda que haja muitas reservas minerais pelo mundo, cada vez mais a mineração em áreas de difícil acesso, como em águas profundas e em áreas florestais, deve ganhar importância. Empresas líderes mundiais de mineração estão cada vez mais investindo nesse segmento. A criação de novas tecnologias, como sistemas autômatos ou controlados a distância, e máquinas que compilam diversas funções, estão levando a mineração para o nível subaquático. Apesar disso, há um problema muito relevante que emerge dessa tendência: os impactos ambientais. Os efeitos danosos dessa atividade não podem ser descartados. Não por acaso, a reutilização de recursos e a reciclagem de materiais também devem se colocar na fronteira do setor de insumos minerais, uma vez que seus impactos sobre o meio ambiente são bem menores e a questão do lixo, que cada vez mais ganhará força na agenda dos países, é mitigada por essas atividades Posicionamento do Brasil O Brasil apresenta algumas especificidades nesse setor que podem servir como alavanca para empresas nacionais, mas que, por outro lado, podem limitar a expansão dessas empresas para áreas mais distantes. Assim como nos EUA e em muitos países da Europa, a infraestrutura de transportes brasileira se tornou cada vez mais precária e desatualizada pela falta de investimentos. Ademais, o sistema de comunicação está se modernizando, mas há áreas remotas sem acesso, o que dificulta bastante sua interconexão com as regiões mais desenvolvidas do país. Coloca-se, portanto, para o Brasil, uma oportunidade relevante de desenvolvimento de tecnologias auxiliares na expansão de sistemas de infraestrutura de telecomunicações em áreas remotas, que é muito pouco explorada por países desenvolvidos. O país, atualmente, já desenvolve, ainda que em conjunto com potências internacionais, algumas dessas tecnologias, e, utilizando o mercado interno para alavancar seu desenvolvimento, isso pode ser intensificado para garantir ao país uma posição como um importante player internacional. As principais restrições para o país desenvolver essa infraestrutura de telecomunicações e de transporte, porém, vêm do lado fiscal. O investimento em infraestrutura é geralmente feito por empresas privadas em conjunto com os governos, pois os riscos costumam ser bastante elevados para que as empresas os realizem sem o apoio do setor público. Porém, dado o déficit público brasileiro e sua dívida, o setor público não tem tido condições de contribuir diretamente 70

71 com recursos para esse tipo de investimento, tornando alternativas como as Parcerias Público- Privadas (PPPs) ferramentas chave para execução de obras de infraestrutura. 2.8 Envelhecimento da população Devido ao aumento da expectativa de vida e redução da taxa de fertilidade, a população idosa tem aumentado tanto em termos absolutos como em termos relativos. Conforme apresentado por da ONU 12, a taxa de fertilidade (medida em número de crianças por mulher), que era superior a 5,0 em 1950, deve ser inferior a 2,5 em 2030, estando abaixo do nível mínimo de reposição em muitas regiões do mundo. Soma-se a isso o fato de que a expectativa média de vida da população, que estava entre 40 e 50 anos ao nascer em 1950, deve superar 70 anos em A população jovem (até 14 anos) de todas as regiões deverá diminuir proporcionalmente, enquanto a população idosa (65 anos ou mais) deverá aumentar. Espera-se que a população total de idosos, que atualmente é de 608 milhões, aumente para 836 milhões, o que significa que haverá 254 milhões de idosos a mais no mundo em 2030, ou seja, um crescimento de 37,5% - variação muito maior do que a da população mundial, que, conforme visto anteriormente, deve crescer 18,4% entre 2015 e Um olhar regional sobre esse aspecto permite compreender melhor quais são os principais determinantes dessa mudança na estrutura etária da população. Em 2015, a América do Norte e a Europa eram as regiões com maior parcela da população acima de 65 anos, representando 14,9% e 15,6%, respectivamente. Essas parcelas devem aumentar na mesma ordem para 18,2% e 17,7% em Isso significa que serão 243 milhões de idosos nessas duas áreas. Nas demais regiões, a parcela de idosos deve continuar crescendo, mas abaixo do nível verificado nas regiões mais desenvolvidas. Espera-se que, em 2030, no Leste asiático essa população represente 12,4%, na América Latina, 9,7%, no Sul da Ásia, 6,6%, na África subsaariana, 3,2%, e no Oriente Médio e Norte da África, 5,2. No total, serão 593 milhões de pessoas idosas vivendo nessas regiões, das quais 309 milhões estará no Leste Asiático e Pacífico. 12 World Population Aging , Capítulo 8. 71

72 % da população acima de 65 anos em 2030 (relativo à região) A população idosa no Brasil, que atualmente representa 7,8% da população, deve atingir mais de 11,4% em Em 2015, eram 16,3 milhões de pessoas acima de 65 anos vivendo no país, e, em 2030, serão 30 milhões, quase 15 milhões a mais. O país se caracteriza por um crescimento da taxa de envelhecimento superior à todas as regiões do mundo. Enquanto o Leste Asiático e Pacífico e a América Latina e Caribe, deverão apresentar uma taxa de crescimento anual da população acima de 65 anos de 1,7%, o Brasil apresentará uma taxa de crescimento de 3,6%. O envelhecimento da população será, portanto, um fator determinante das transformações da demanda mundial. A população idosa apresenta uma grande especificidade nos produtos e serviços demandados e, por ser uma população com renda maior do que a população mais jovem, isso terá impacto mais do que proporcional na estrutura de produtos e serviços que os países produzirão. Destaca-se a relevância do Brasil nesse processo, país que apresenta uma população acima de 65 anos relativamente baixa, mas que deverá apresentar uma taxa de expansão superior a todas regiões do mundo. Gráfico Taxa de crescimento da população acima de 65 anos, 2015 e 2030, por região. 20% 18% 16% Europa e Ásia Central América do Norte 14% 12% Leste Asiático e Pacífico Brasil 10% 8% 6% 4% Oriente Médio e Norte da África América Latina e Caribe Sul da Ásia 2% África Subssariana 0% 0,0% 0,5% 1,0% 1,5% 2,0% 2,5% 3,0% 3,5% 4,0% Taxa de crescimento anual do envelhecimento (2015 a 2030) Fonte: Banco Mundial e FIESP; Elaboração: FIESP 72

75,2% 0,3 p.p. no mês

75,2% 0,3 p.p. no mês VISÃO GERAL DO SETOR QUÍMICO INDUSTRIAL DE SÃO PAULO Fevereiro de 2019 ESTADO DE SÃO PAULO PRODUÇÃO* 5,2% no mês 4,5% no ano Variações em relação a mesmo período do ano anterior * inclui os segmentos de

Leia mais

VISÃO GERAL DA ECONOMIA

VISÃO GERAL DA ECONOMIA VISÃO GERAL DA ECONOMIA Destaques Positivos Inflação esperada controlada Menor taxa de juros Criação de empregos formais Destaques Negativos Desemprego ainda elevado Elevada ociosidade na indústria Incerteza

Leia mais

DECOMTEC ÍNDICE FIESP DE COMPETITIVIDADE DAS NAÇÕES IC-FIESP José Ricardo Roriz Coelho

DECOMTEC ÍNDICE FIESP DE COMPETITIVIDADE DAS NAÇÕES IC-FIESP José Ricardo Roriz Coelho Departamento de Competitividade e Tecnologia ÍNDICE FIESP DE COMPETITIVIDADE DAS NAÇÕES E OS FATORES-CHAVE PARA O BRASIL AVANÇAR EM COMPETITIVIDADE IC-FIESP 2014 José Ricardo Roriz Coelho PARTE IV Novembro

Leia mais

VISÃO GERAL DA ECONOMIA

VISÃO GERAL DA ECONOMIA VISÃO GERAL DA ECONOMIA Destaques Positivos Geração líquida de empregos formais em agosto Destaques Negativos Fraco desempenho da atividade econômica Desemprego ainda elevado Quadro externo menos benigno

Leia mais

CONTRIBUIÇÃO DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO PARA O EQUILÍBRIO FISCAL DO PAÍS

CONTRIBUIÇÃO DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO PARA O EQUILÍBRIO FISCAL DO PAÍS DECOMTEC Departamento de Competitividade e Tecnologia CONTRIBUIÇÃO DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO PARA O EQUILÍBRIO FISCAL DO PAÍS José Ricardo Roriz Coelho Vice Presidente da FIESP Diretor Titular do Departamento

Leia mais

VISÃO GERAL DA ECONOMIA

VISÃO GERAL DA ECONOMIA VISÃO GERAL DA ECONOMIA Destaques Positivos Aumento das exportações Geração de empregos formais Otimismo da indústria com as vendas de final de ano Destaques Negativos Taxa de desemprego elevada Aumento

Leia mais

VISÃO GERAL DA ECONOMIA

VISÃO GERAL DA ECONOMIA VISÃO GERAL DA ECONOMIA Destaques Positivos Menor endividamento do brasileiro Geração de empregos formais Aumento das exportações Crescimento da produção industrial Destaques Negativos Taxa de desemprego

Leia mais

DECOMTEC Departamento de Competitividade e Tecnologia. Nota Técnica: PAC Equipamentos. Equipe Técnica

DECOMTEC Departamento de Competitividade e Tecnologia. Nota Técnica: PAC Equipamentos. Equipe Técnica DECOMTEC 5.5.1.1.1.1.1.1 Departamento de Competitividade e Tecnologia Nota Técnica: PAC Equipamentos Equipe Técnica Junho de 2012 Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - FIESP PRESIDENTE Paulo

Leia mais

Influência do aumento do desemprego na Política Fiscal em 2015 e 2016

Influência do aumento do desemprego na Política Fiscal em 2015 e 2016 Influência do aumento do desemprego na Política Fiscal em 2015 e 2016 Abril de 2016 José Ricardo Roriz Coelho Vice Presidente da FIESP Diretor Titular do DECOMTEC Federação das Indústrias do Estado de

Leia mais

Macrotendências mundiais

Macrotendências mundiais Macrotendências mundiais José Ricardo Roriz Coelho Agosto 2018 Apresentação Já que o mundo passa por grandes transformações que vão do crescimento da renda e das populações à mudanças no modo de produzir,

Leia mais

VISÃO GERAL DOS SETORES REPRESENTADOS PELO SICONGEL

VISÃO GERAL DOS SETORES REPRESENTADOS PELO SICONGEL VISÃO GERAL DOS SETORES REPRESENTADOS PELO SICONGEL SUMÁRIO COMÉRCIO EXTERIOR DOS PRODUTOS DO SINDICATO Resultado do Mês 2 Acumulado no Ano 3 ARRECADAÇÃO DE ICMS DOS SETORES DO SINDICATO Arrecadação de

Leia mais

A importância da indústria de transformação na ótica do emprego

A importância da indústria de transformação na ótica do emprego Departamento de Competitividade e Tecnologia A importância da indústria de transformação na ótica do emprego José Ricardo Roriz Coelho Janeiro de 2015 1 Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

Leia mais

A Indústria Química em 2020 Um novo Rumo é possível. Marilane Oliveira Teixeira

A Indústria Química em 2020 Um novo Rumo é possível. Marilane Oliveira Teixeira A Indústria Química em 2020 Um novo Rumo é possível Marilane Oliveira Teixeira Trata-se de um dos maiores setores industriais No Brasil ocupa a 3ª posição no PIB industrial, representando 11,2% da indústria

Leia mais

A ECONOMIA MUNDIAL E NA AMÉRICA DO SUL E O AGRONEGÓCIO 3 FORO DE AGRICULTURA DA AMÉRICA DO SUL. Eugenio Stefanelo

A ECONOMIA MUNDIAL E NA AMÉRICA DO SUL E O AGRONEGÓCIO 3 FORO DE AGRICULTURA DA AMÉRICA DO SUL. Eugenio Stefanelo A ECONOMIA MUNDIAL E NA AMÉRICA DO SUL E O AGRONEGÓCIO 3 FORO DE AGRICULTURA DA AMÉRICA DO SUL Eugenio Stefanelo ECONOMIA MUNDIAL PIB em % ao ano: Média de 50 anos: 3,5% 2004 a 2007: 5% 2008 e 2009: 3,1%

Leia mais

PROJETO DE PESQUISA INDÚSTRIA E DESENVOLVIMENTO PRODUTIVO DO BRASIL: QUAL DEVE SER A ESTRATÉGIA DO GOVERNO PARA ?

PROJETO DE PESQUISA INDÚSTRIA E DESENVOLVIMENTO PRODUTIVO DO BRASIL: QUAL DEVE SER A ESTRATÉGIA DO GOVERNO PARA ? PROJETO DE PESQUISA INDÚSTRIA E DESENVOLVIMENTO PRODUTIVO DO BRASIL: QUAL DEVE SER A ESTRATÉGIA DO GOVERNO PARA 2015-18? Introdução A indústria é um setor vital para o desenvolvimento do Brasil. Mesmo

Leia mais

DESAFIOS COMPETITIVOS E A POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO PRODUTIVO

DESAFIOS COMPETITIVOS E A POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO PRODUTIVO DESAFIOS COMPETITIVOS E A POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO PRODUTIVO PDP 2011-2014 PDP 2008-2010: RESULTADOS PDP 2008-2010: RESULTADOS (1 de 2) 425 MEDIDAS IMPLANTADAS ATÉ SETEMBRO DE 2010: 99% OPERACIONALIZADAS

Leia mais

VISÃO GERAL DOS SETORES REPRESENTADOS PELO SICONGEL

VISÃO GERAL DOS SETORES REPRESENTADOS PELO SICONGEL VISÃO GERAL DOS SETORES REPRESENTADOS PELO SICONGEL COMÉRCIO EXTERIOR DOS PRODUTOS DO SINDICATO 1 Resultados de Outubro de 2017 Em outubro, o saldo da balança comercial dos produtos SICONGEL foi um superávit

Leia mais

Carga Extra na Indústria Brasileira Parte 3 Custos de serviços providos a funcionários devido a deficiências dos serviços públicos

Carga Extra na Indústria Brasileira Parte 3 Custos de serviços providos a funcionários devido a deficiências dos serviços públicos 77 DECOMTEC Departamento de Competitividade e Tecnologia Carga Extra na Indústria Brasileira Parte 3 Custos de serviços providos a funcionários devido a deficiências dos serviços públicos Equipe Técnica

Leia mais

PRONUNCIAMENTO DO PRESIDENTE DA CNI, ROBSON BRAGA DE ANDRADE, NA REUNIÃO- ALMOÇO PROMOVIDA PELA EMBAIXADA DA ALEMANHA, EM BRASÍLIA

PRONUNCIAMENTO DO PRESIDENTE DA CNI, ROBSON BRAGA DE ANDRADE, NA REUNIÃO- ALMOÇO PROMOVIDA PELA EMBAIXADA DA ALEMANHA, EM BRASÍLIA PRONUNCIAMENTO DO PRESIDENTE DA CNI, ROBSON BRAGA DE ANDRADE, NA REUNIÃO- ALMOÇO PROMOVIDA PELA EMBAIXADA DA ALEMANHA, EM BRASÍLIA. 20.03.2012. Senhoras e Senhores, Boa tarde a todos, Inicialmente gostaria

Leia mais

Grandes tendências globais de empreendedorismo

Grandes tendências globais de empreendedorismo Grandes tendências globais de empreendedorismo Seminário Brasil/Portugal A inovação e o empreendedorismo como desafio comum de transformação São Paulo, 10 de junho de 2016 Conteúdo dessa apresentação Importância

Leia mais

FACT SHEET. BP Statistical Review of World Energy 2016

FACT SHEET. BP Statistical Review of World Energy 2016 FACT SHEET BP Statistical Review of World Energy 2016 Page 1 Destaques - Desenvolvimentos no setor energético O consumo global de energia primária aumentou apenas 1% em 2015, valor semelhante ao crescimento

Leia mais

Envelhecimento elevará o total de internações de beneficiários em mais de 30% até 2030, aponta IESS

Envelhecimento elevará o total de internações de beneficiários em mais de 30% até 2030, aponta IESS Envelhecimento elevará o total de internações de beneficiários em mais de 30% até 2030, aponta IESS Projeção do Instituto prevê que, para faixa etária de 59 anos ou mais, o total de internações vai mais

Leia mais

BOLETIM: Outubro/2016. Como a produtividade tem afetado a competitividade internacional PESQUISA DE PRODUTIVIDADE

BOLETIM: Outubro/2016. Como a produtividade tem afetado a competitividade internacional PESQUISA DE PRODUTIVIDADE BOLETIM: Outubro/2016 Como a produtividade tem afetado a competitividade internacional PESQUISA DE PRODUTIVIDADE SOBRE A EQUIPE TÉCNICA DA FUNDAÇÃO DOM CABRAL (FDC) COORDENAÇÃO TÉCNICA DA PESQUISA DE PRODUTIVIDADE:

Leia mais

Nível de Atividade: Redução da Atividade Econômica no Início de 2015 e Futuro Ainda Muito Nebuloso (Especialmente Para o Setor Automobilístico)

Nível de Atividade: Redução da Atividade Econômica no Início de 2015 e Futuro Ainda Muito Nebuloso (Especialmente Para o Setor Automobilístico) 6 análise de conjuntura Nível de Atividade: Redução da Atividade Econômica no Início de 2015 e Futuro Ainda Muito Nebuloso (Especialmente Para o Setor Automobilístico) Vera Martins da Silva (*) Como esperado,

Leia mais

Mercado global de mídia e entretenimento vai movimentar US$ 2,14 trilhões em 2020

Mercado global de mídia e entretenimento vai movimentar US$ 2,14 trilhões em 2020 Mercado global de mídia e entretenimento vai movimentar US$ 2,14 trilhões em 2020 Enviado por DA REDAÇÃO 10-Jun-2016 PQN - O Portal da Comunicação A receita global do setor de mídia e entretenimento deve

Leia mais

PERSPECTIVAS DA ECONOMIA BRASILEIRA. Gustavo Loyola

PERSPECTIVAS DA ECONOMIA BRASILEIRA. Gustavo Loyola PERSPECTIVAS DA ECONOMIA BRASILEIRA Gustavo Loyola Cenário Internacional 3 Desaceleração suave nos próximos anos, mas ainda com crescimento em ritmo elevado Crescimento moderado, limitado pela necessidade

Leia mais

Cenário Macroeconômico Brasileiro

Cenário Macroeconômico Brasileiro SWISSCAM Cenário Macroeconômico Brasileiro Antonio Delfim Netto 31 de Outubro de 2011 São Paulo, SP 1 I. Mundo: Passado e Presente 2,9% 1,6% 30% 23% 31% 24% 37% 22% 8% 2,4% 1,4% 7% 4,2 % 4% 3,3 % 3,7 %

Leia mais

Perspectivas para 2012

Perspectivas para 2012 Abiplast Perspectivas para 2012 Antonio Delfim Netto 2 de Dezembro de 2011 São Paulo, SP 1 I.Mundo: Década de 80 e 2010 (% do PIB) 30% 23% 31% 24% 37% 22% 3,7% 3,3% 8% 7% 4,2% 4,0% 1,5% 1,2% Fonte: FMI,

Leia mais

Estudo Executivo Sobre Transformação Digital

Estudo Executivo Sobre Transformação Digital Estudo Executivo Sobre Transformação Digital O Imperativo da Transformação para Pequenas e Médias Empresas de Tecnologia A tecnologia está transformando o modo pelo qual pequenas e médias empresas fazem

Leia mais

Relações Econômicas Brasil-China: Oportunidades de Investimentos na Indústria Brasileira

Relações Econômicas Brasil-China: Oportunidades de Investimentos na Indústria Brasileira Relações Econômicas Brasil-China: Oportunidades de Investimentos na Indústria Brasileira Jorge Arbache Universidade de Brasília Seminário Empresarial 40 Anos de Parceria Brasil-China Brasília, 16 de julho

Leia mais

Controle de natalidade e estrutura etária

Controle de natalidade e estrutura etária Controle de natalidade e estrutura etária GG.10 PAG.06 Teorias o Malthus o Neomathusiana o Reformista As ideias de Malthus 1798, Thomas Malthus alertou que as populações tenderiam a crescer em progressão

Leia mais

O Futuro da Indústria e a Empregabilidade em Engenharia

O Futuro da Indústria e a Empregabilidade em Engenharia 27 de setembro de 2016 XLIV Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia - COBENGE O Futuro da Indústria e a Empregabilidade em Engenharia Zil Miranda Diretoria de Inovação-CNI Mudança de paradigma:

Leia mais

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Setembro 2011

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Setembro 2011 Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Setembro 2011 As exportações em setembro apresentaram redução de 10,11% em relação a agosto, atingindo o valor de US$ 1,638 bilhão, e situaram-se 21,74% acima

Leia mais

ILAESE. ANÁLISE ECONÔMICA Janeiro de 2015

ILAESE. ANÁLISE ECONÔMICA Janeiro de 2015 ILAESE ANÁLISE ECONÔMICA Janeiro de 2015 CONJUNTURA ECONÔMICA ECONOMIA MUNDIAL CONTINUA A DESACELERAR Todas as projeções econômicas realizadas por entidades burguesas até o presente momento apontam para

Leia mais

DESEMPENHO DA INDÚSTRIA NO MUNDO

DESEMPENHO DA INDÚSTRIA NO MUNDO Indicadores CNI DESEMPENHO DA INDÚSTRIA NO MUNDO Produtos manufaturados brasileiros recuperam participação no mercado mundial Em 2016, os produtos manufaturados brasileiros recuperam competitividade no

Leia mais

MB ASSOCIADOS. SERASA A Reconfiguração da Estrutura Industrial Brasileira. 06 de dezembro de 2007

MB ASSOCIADOS. SERASA A Reconfiguração da Estrutura Industrial Brasileira. 06 de dezembro de 2007 MB ASSOCIADOS SERASA A Reconfiguração da Estrutura Industrial Brasileira 06 de dezembro de 2007 1 Tendências Mundiais Vencedoras 1 - Tendências mundiais vencedoras 1.1 - Melhor gestão de políticas mais

Leia mais

Portfólio de Projetos Brasil

Portfólio de Projetos Brasil Portfólio de Projetos Brasil Oportunidades Empresariais e Profissionais Aguinaldo Diniz Filho Presidente da Associação Brasileira da Industria Têxtil e de Confecção Presidente da Cia de Fiação e Tecidos

Leia mais

WEG S.A. Expectativas para Desempenho em Dezembro 2008

WEG S.A. Expectativas para Desempenho em Dezembro 2008 WEG S.A. Expectativas para Desempenho em 2009 Dezembro 2008 Exoneração de Responsabilidade As eventuais declarações que possam ser feitas durante essa teleconferência relativas à perspectiva dos negócios,

Leia mais

Estrutura etária e bônus demográfico nos BRICs. Gráfico 1: Idade mediana (em anos) de Brasil, Rússia, Índia e China:

Estrutura etária e bônus demográfico nos BRICs. Gráfico 1: Idade mediana (em anos) de Brasil, Rússia, Índia e China: Estrutura etária e bônus demográfico nos BRICs José Eustáquio Diniz Alves 1 A transformação da estrutura etária é um processo que ocorre concomitantemente ao fenômeno de transição demográfica. Na medida

Leia mais

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Secretaria de Comércio Exterior

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Secretaria de Comércio Exterior Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Secretaria de Comércio Exterior O comércio exterior brasileiro e o desempenho do setor industrial Welber Barral Secretário SÃO PAULO (SP), 27

Leia mais

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Novembro 2011

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Novembro 2011 Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Novembro 2011 As exportações em novembro apresentaram redução de 1,60% em relação a outubro, atingindo o valor de US$ 1,373 bilhão. Situaram-se 16,98% acima das

Leia mais

TENDÊNCIAS DE DISTRIBUIÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO DE INVESTIMENTOS

TENDÊNCIAS DE DISTRIBUIÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO DE INVESTIMENTOS TENDÊNCIAS DE DISTRIBUIÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO DE INVESTIMENTOS Jorge Sierra, Diretor do Allfunds Bank Brasil O ambiente de investimentos está mais desafiador, fazendo com que a alocação internacional

Leia mais

Agenda 2017 Ano novo, novo ciclo as visões das empresas para um mundo de transformações aceleradas

Agenda 2017 Ano novo, novo ciclo as visões das empresas para um mundo de transformações aceleradas Agenda Ano novo, novo ciclo as visões das empresas para um mundo de transformações aceleradas Agenda Pergunta a responder... Para onde vão a economia, o ambiente de negócios e a gestão empresarial em?

Leia mais

O futuro da economia e o papel das TICs

O futuro da economia e o papel das TICs O futuro da economia e o papel das TICs Apresentação do Prof. Luciano G. Coutinho 54º Encontro Tele.Síntese Brasilia 11 09-2018 1- Envelhecimento da população mundial vs áreas de expansão (Africa, India);

Leia mais

PERSPECTIVAS DO SETOR EXTERNO CATARINENSE DIANTE DA CRISE ECONÔMICA INTERNACIONAL

PERSPECTIVAS DO SETOR EXTERNO CATARINENSE DIANTE DA CRISE ECONÔMICA INTERNACIONAL PERSPECTIVAS DO SETOR EXTERNO CATARINENSE DIANTE DA CRISE ECONÔMICA INTERNACIONAL Mohamed Amal 1 INTRODUÇÃO O setor exportador de Santa Catarina apresentou um desempenho relativamente linear durante o

Leia mais

Nível de Atividade: Finalmente Economia em Recuperação

Nível de Atividade: Finalmente Economia em Recuperação 10 análise de conjuntura Nível de Atividade: Finalmente Economia em Recuperação Vera Martins da Silva (*) Normalmente se pensa em atividade econômica como cíclica e vem à mente o ciclo matemático, ou seja,

Leia mais

IATA prevê 8,2 bilhões de passageiros aéreos em Maiores mercados concentrados na região Oriental na previsão para os próximos 20 anos.

IATA prevê 8,2 bilhões de passageiros aéreos em Maiores mercados concentrados na região Oriental na previsão para os próximos 20 anos. NEWS No: 62 IATA prevê 8,2 bilhões de passageiros aéreos em 2037 1. Maiores mercados concentrados na região Oriental na previsão para os próximos 20 anos. 2. O protecionismo pode reduzir os benefícios

Leia mais

Balanço 2016 Perspectivas Aves

Balanço 2016 Perspectivas Aves Aves 129 130 Balanço 2016 Perspectivas 2017 Perspectivas 2017 OFERTA E EXPORTAÇÃO EM CRESCIMENTO E QUEDA DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO A produção brasileira de frango continuará crescendo em torno de 5% ao ano

Leia mais

Balanço 2016 Perspectivas PIB e Performance do Agronegócio

Balanço 2016 Perspectivas PIB e Performance do Agronegócio PIB e Performance do Agronegócio 15 16 Balanço 2016 Perspectivas 2017 Perspectivas 2017 MESMO COM A ECONOMIA BRASILEIRA VOLTANDO PARA OS EIXOS EM 2017, O AGRONEGÓCIO NOVAMENTE DEVERÁ SER O SETOR COM MAIOR

Leia mais

ENCONTRO COM O PRESIDENTE Dan Ioschpe 6/12/2017

ENCONTRO COM O PRESIDENTE Dan Ioschpe 6/12/2017 ENCONTRO COM O PRESIDENTE Dan Ioschpe 6/12/2017 Desempenho do Setor de Autopeças Perspectivas para o setor de autopeças Indicadores 2015 Var.% 2016 Var.% 2017e Var.% 2018p Var.% Faturamento Em R$ bilhões

Leia mais

OPORTUNIDADES E DESAFIOS PARA ALC E CHINA

OPORTUNIDADES E DESAFIOS PARA ALC E CHINA O DESENVOLVIMENTO NO SECULO XXI: OPORTUNIDADES E DESAFIOS PARA ALC E CHINA Cuarto Seminario Internacional America Latina y el Caribe y China : condiciones y retos em el siglo XXI 28 a 30 de mayo de 2018

Leia mais

TEXTO PARA DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA

TEXTO PARA DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA TEXTO PARA DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA 19 BRASIL 2014: DESAFIOS E OPORTUNIDADES Daniela Gorayeb Beatriz Bertasso Rodrigo Sabbatini Thatiana Marjorie Lazzaretti Darci Pereira Corsi Campinas, janeiro de 2019 1

Leia mais

RELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA MENSAL

RELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA MENSAL RESUMO EXECUTIVO Este relatório apresenta pontos relevantes, levantados pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) sobre as perspectivas para o vestuário em 2011. O documento

Leia mais

Produtividade ainda menor: eficiência do trabalho no Brasil cai 3% em 2015

Produtividade ainda menor: eficiência do trabalho no Brasil cai 3% em 2015 O Globo, 12 de maio de 2016 Produtividade ainda menor: eficiência do trabalho no Brasil cai 3% em 2015 É o segundo maior recuo da América Latina, atrás apenas da Venezuela Por: Lucianne Carneiro RIO -

Leia mais

Apresentação de Resultados 4T10 e 2010

Apresentação de Resultados 4T10 e 2010 JBS S.A. Março 211 Apresentação de Resultados 4T1 e 21 Perspectivas do mercado de proteína animal JBS bem posicionada para suprir demanda global por proteínas Um cenário promissor para investir O mundo

Leia mais

4ª CNCTI Seminário Temático

4ª CNCTI Seminário Temático 4ª CNCTI Seminário Temático Desenvolvimento Econômico e Sustentabilidade Pedro Luiz Passos Co-presidente do Conselho da Natura 8 de abril de 2010 Índice 1. Cenário do Mundo 2. Posição do Brasil 3. Oportunidades

Leia mais

COMPETITIVIDADE E PRODUTIVIDADE. Setembro

COMPETITIVIDADE E PRODUTIVIDADE. Setembro COMPETITIVIDADE E PRODUTIVIDADE Setembro - 2015 INTRODUÇÃO A indústria brasileira de transformação tem perdido competitividade, de forma contínua, há mais de uma década. Este fato é comprovado pela forte

Leia mais

Análise da Balança Comercial Brasileira jan-set/2011

Análise da Balança Comercial Brasileira jan-set/2011 Análise da Balança Comercial Brasileira jan-set/2011 Exportação mantém crescimento acelerado puxado pelas commodities No ano de 2011, até setembro, as exportações estão crescendo a uma taxa de 31,1%, em

Leia mais

Tendências de gastos até 2025

Tendências de gastos até 2025 1Minutos Infraestrutura Infraestrutura e grandes projetos Tendências de gastos até 225 Destaques Na América Latina, a previsão é de que os gastos no setor de extração ultrapassem US$ 14 bilhões em 225.

Leia mais

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL INDICADORES CONJUNTURAIS - JANEIRO/19

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL INDICADORES CONJUNTURAIS - JANEIRO/19 INDÚSTRIA BRASILEIRA DE BENS DE CAPITAL INDICADORES CONJUNTURAIS - JANEIRO/19 RESUMO DE DESEMPENHO eiro 2019 Variáveis R$ milhões constantes Variação percentual sobre Mês/Ano mês anterior mês do ano anterior

Leia mais

A Crise Econômica e o Futuro do Mundo

A Crise Econômica e o Futuro do Mundo A Crise Econômica e o Futuro do Mundo Marcio Holland Secretário de Política Econômica Ministério da Fazenda Diálogos Capitais - Fórum de Economia Carta Capital 7 de Maio de 2013 2 Política Econômica nas

Leia mais

Bem-estar, desigualdade e pobreza

Bem-estar, desigualdade e pobreza 97 Rafael Guerreiro Osório Desigualdade e Pobreza Bem-estar, desigualdade e pobreza em 12 países da América Latina Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, El Salvador, México, Paraguai, Peru,

Leia mais

IDH e Globalização. Uma longa viagem começa com um único passo (Lao Tsé).

IDH e Globalização. Uma longa viagem começa com um único passo (Lao Tsé). IDH e Globalização. Uma longa viagem começa com um único passo (Lao Tsé). O termo está vinculado à situação econômica e social das nações ricas ; Para atingir este estado, um país precisa de: 1. Controle

Leia mais

Maxi Indicadores de Desempenho da Indústria de Produtos Plásticos do Estado de Santa Catarina Relatório do 2º Trimestre 2011 Análise Conjuntural

Maxi Indicadores de Desempenho da Indústria de Produtos Plásticos do Estado de Santa Catarina Relatório do 2º Trimestre 2011 Análise Conjuntural Maxi Indicadores de Desempenho da Indústria de Produtos Plásticos do Estado de Santa Catarina Relatório do 2º Trimestre 2011 Análise Conjuntural Não há mais dúvida que a economia brasileira entrou em um

Leia mais

POPULAÇÃO DO BRASIL NO CONTEXTO MUNDIAL

POPULAÇÃO DO BRASIL NO CONTEXTO MUNDIAL ARGUMENTO 2017 2º ANO E.M. MÓDULO 2 POPULAÇÃO DO BRASIL NO CONTEXTO MUNDIAL INTRODUÇÃO O estudo da população de qualquer área deve ser iniciado com a obtenção de informações sobre os valores de sua POPULAÇÃO

Leia mais

Agenda 2019 Expectativas do empresariado para o País e os seus negócios. Novembro, 2018

Agenda 2019 Expectativas do empresariado para o País e os seus negócios. Novembro, 2018 Headline Agenda 2019 Verdana Bold Expectativas do empresariado para o País e os seus negócios Novembro, 2018 Agenda 2019 Perfil da amostra 826 empresas Soma das receitas totaliza R$ 2,8 trilhões (2017)

Leia mais

Desempenho do Setor de Autopeças

Desempenho do Setor de Autopeças Desempenho do Setor de Autopeças Dan Ioschpe Presidente do Sindipeças São Paulo, setembro de 2018 Elaboração: Assessoria de Economia Perspectivas para o setor de autopeças Indicadores 2015 Var.% 2016 Var.%

Leia mais

Mercado Brasileiro de Software e Serviços Jorge Sukarie Neto Panorama e Tendências

Mercado Brasileiro de Software e Serviços Jorge Sukarie Neto Panorama e Tendências Mercado Brasileiro de Software e Serviços - 2013 Jorge Sukarie Neto jorge.sukarie@abes.org.br Panorama e Tendências A ABES PERFIL DAS EMPRESAS ASSOCIADAS - 1.478 Associados (*) - US$ 19,8 bilhões de dólares

Leia mais

REDAÇÃO Caminhos Para Diminuição Da Pobreza No Brasil

REDAÇÃO Caminhos Para Diminuição Da Pobreza No Brasil REDAÇÃO Caminhos Para Diminuição Da Pobreza No Brasil INSTRUÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo

Leia mais

O Peso da Burocracia Tributária na Indústria de Transformação 2012

O Peso da Burocracia Tributária na Indústria de Transformação 2012 DECOMTEC 5.5.1.1.1.1.1.1 Área de Competitividade O Peso da Burocracia Tributária na Indústria de Transformação 2012 Equipe Técnica Setembro de 2013 Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - FIESP

Leia mais

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Setembro 2013

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Setembro 2013 Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Setembro 2013 As exportações em setembro apresentaram redução de -13,62% em relação a agosto. O valor exportado superou novamente a marca de US$ 1 bilhão, atingindo

Leia mais

Megatendências 2050 e seu impacto no BRASIL

Megatendências 2050 e seu impacto no BRASIL Megatendências 2050 e seu impacto no BRASIL 2018 Ingo Plöger e Equipe Presidente doa IPDES e do Conselho Estratégico do - CEAL investimentos@ipdes.com.br www.ipdes.com.br MEGATENDENCIAS DEMOGRAFIA TURBULÊNCIAS

Leia mais

2.5 Desenvolvimento de Mercados

2.5 Desenvolvimento de Mercados 2.5 Desenvolvimento de Mercados Por que Desenvolvimento de Mercados? O mercado influencia a competitividade das empresas. A dimensão do mercado doméstico gera escala, permite a existência de uma base industrial

Leia mais

A indústria brasileira do aço e a infraestrutura

A indústria brasileira do aço e a infraestrutura A indústria brasileira do aço e a infraestrutura Marco Polo de Mello Lopes Presidente Executivo do Instituto Aço Brasil São Paulo 04.10.2017 I N S T I T U T O A Ç O B R A S I L ESSENCIAL INOVADOR DURÁVEL

Leia mais

Indústria 2027: Riscos e Oportunidade para o Brasil diante Inovações Disruptivas

Indústria 2027: Riscos e Oportunidade para o Brasil diante Inovações Disruptivas Indústria 2027: Riscos e Oportunidade para o Brasil diante Inovações Disruptivas PEDRO WONGTSCHOWSKI VICE-PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO GRUPO ULTRA LÍDER DA MEI 01 de setembro de 2017 Objetivos

Leia mais

PERSPECTIVAS DA ECONOMIA BRASILEIRA

PERSPECTIVAS DA ECONOMIA BRASILEIRA PERSPECTIVAS DA ECONOMIA BRASILEIRA Gustavo Loyola XII CONGRESSO BRASILEIRO DE FOMENTO COMERCIAL Foz do Iguaçu (PR), abril de 2016 Estrutura 2 Cenário Internacional Cenário doméstico Conclusão Cenário

Leia mais

BALANÇO DE 2008 E PERSPECTIVAS PARA 2009 SETOR DA BORRACHA Rio Grande do Sul

BALANÇO DE 2008 E PERSPECTIVAS PARA 2009 SETOR DA BORRACHA Rio Grande do Sul Janeiro de 2009 BALANÇO DE 2008 E PERSPECTIVAS PARA 2009 SETOR DA BORRACHA Rio Grande do Sul SINBORSUL Sindicato das Indústrias de Artefatos de Borracha no Estado do Rio Grande do Sul PERSPECTIVAS PARA

Leia mais

Análise econômica e suporte para as decisões empresariais

Análise econômica e suporte para as decisões empresariais Cenário Moveleiro Análise econômica e suporte para as decisões empresariais Númer o 05/2006 Cenário Moveleiro Número 05/2006 1 Cenário Moveleiro Análise econômica e suporte para as decisões empresariais

Leia mais

Resumo Aula-tema 09: Evolução dos Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação nos BRICS

Resumo Aula-tema 09: Evolução dos Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação nos BRICS Resumo Aula-tema 09: Evolução dos Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação nos BRICS Esta aula tratará da análise e comparação dos indicadores de Ciência Tecnologia e Inovação nos BRICS. Vimos nas

Leia mais

TEMAS. Habitação e crescimento sustentado. Prof. Fernando Garcia. Fundação Getulio Vargas. O Crescimento Brasileiro. Necessidades de Moradias

TEMAS. Habitação e crescimento sustentado. Prof. Fernando Garcia. Fundação Getulio Vargas. O Crescimento Brasileiro. Necessidades de Moradias Habitação e crescimento sustentado Prof. Fernando Garcia Fundação Getulio Vargas TEMAS O Crescimento Brasileiro Necessidades de Moradias Desafios e propostas O crescimento brasileiro Destaques O processo

Leia mais

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Julho 2012

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Julho 2012 Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Julho 2012 As exportações em julho apresentaram redução de 2,93% em relação a junho. Continuam a superar a marca de US$ 1 bilhão, agora pela décima-oitava vez

Leia mais

Indústria 4.0 A nova fronteira da competitividade

Indústria 4.0 A nova fronteira da competitividade Indústria 4.0 A nova fronteira da competitividade João Emilio Gonçalves Gerente Executivo - Unidade de Política Industrial Diretoria de Desenvolvimento Industrial - DDI CNI - Confederação Nacional da Indústria

Leia mais

Os desafios do desenvolvimento brasileiro e a inovação

Os desafios do desenvolvimento brasileiro e a inovação Federação das Indústrias do Estado do Ceará Sistema FIEC Fortaleza, 18 de novembro de 2011 Os desafios do desenvolvimento brasileiro e a inovação João Carlos Ferraz Vice-Presidente 1 Mundo 2 Crise de longa

Leia mais

Plano Brasil Maior 2011/2014. Inovar para competir. Competir para crescer.

Plano Brasil Maior 2011/2014. Inovar para competir. Competir para crescer. Plano Brasil Maior 2011/2014 Inovar para competir. Competir para crescer. Foco e Prioridades Contexto Dimensões do Plano Brasil Maior Estrutura de Governança Principais Medidas Objetivos Estratégicos e

Leia mais

O Envelhecimento Populacional da América Latina e dos Países da Organização Iberoamericana e os Desafios para as Políticas Públicas

O Envelhecimento Populacional da América Latina e dos Países da Organização Iberoamericana e os Desafios para as Políticas Públicas Brasil 20 O Envelhecimento Populacional da América Latina e dos Países da Organização Iberoamericana e os Desafios para as Políticas Públicas Texto Rogério Nagamine Costanzi, Julimar da Silva Bichara e

Leia mais

TEXTO PARA DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA

TEXTO PARA DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA TEXTO PARA DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA 20 Brasil 2014: Desafios e Oportunidades Daniela Gorayeb Beatriz Bertasso Rodrigo Sabbatini Thatiana Marjorie Lazzaretti Darci Pereira Corsi Campinas, janeiro de 2019 1

Leia mais

A indústria canavieira do Brasil em clima otimista

A indústria canavieira do Brasil em clima otimista A indústria canavieira do Brasil em clima otimista Mirian Rumenos Piedade Bacchi Professora ESALQ/USP Pesquisadora do Cepea/Esalq/USP mrpbacch@esalq.usp.br www.cepea.esalq.usp.br Artigo publicado na revista

Leia mais

Economia Brasileira cresce 0,8% no terceiro trimestre de 2018 com crescimento em todos setores e componentes da demanda

Economia Brasileira cresce 0,8% no terceiro trimestre de 2018 com crescimento em todos setores e componentes da demanda Economia Brasileira cresce 0,8% no terceiro trimestre de 2018 com crescimento em todos setores e componentes da demanda De acordo com os dados das Contas Nacionais Trimestrais do IBGE, a economia brasileira

Leia mais

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Fevereiro 2013

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Fevereiro 2013 Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Fevereiro 2013 As exportações em fevereiro apresentaram aumento de +12,01% em relação a janeiro. O valor exportado superou novamente a marca de US$ 1 bilhão,

Leia mais

PROGRAMA 1º CONGRESSO DE MANUFATURA AVANÇADA

PROGRAMA 1º CONGRESSO DE MANUFATURA AVANÇADA PROGRAMA 1º CONGRESSO DE MANUFATURA AVANÇADA No Dia Nacional da Inovação esta apresentação focará a Indústria 4.0 seus desafios, oportunidades e ameaças para o Brasil. A Indústria 4.0: Conceito: abrange

Leia mais

Perspectivas para o Brasil no Cenário Internacional da Borracha Natural - Parte I

Perspectivas para o Brasil no Cenário Internacional da Borracha Natural - Parte I Perspectivas para o Brasil no Cenário Internacional da Borracha Natural - Parte I Augusto Hauber Gameiro e Mariana Bombo Perozzi Sistema de Informações Agroindustriais da Borracha Natural Brasileira Esta

Leia mais

CHINA atual superpotência???

CHINA atual superpotência??? CHINA atual superpotência??? A economia chinesa experimentou, a partir da década de 80 (1979-1980), depois de passar séculos dependendo quase inteiramente de seu setor agrícola e de experimentar as mudanças

Leia mais

Seminário. A retomada da indústria: uma estratégia de longo prazo. Como fazer o upgrade das exportações brasileiras

Seminário. A retomada da indústria: uma estratégia de longo prazo. Como fazer o upgrade das exportações brasileiras Seminário A retomada da indústria: uma estratégia de longo prazo Como fazer o upgrade das exportações brasileiras Cláudia Prates Diretora de Empresas Agenda Evolução recente da indústria brasileira Como

Leia mais

9. Em Foco IBRE: A Desaceleração do Crescimento Chinês

9. Em Foco IBRE: A Desaceleração do Crescimento Chinês 9. Em Foco IBRE: A Desaceleração do Crescimento Chinês Como é bem sabido, entre 1978, quando foram iniciadas as reformas de Deng Xiaoping, e 12, o PIB chinês cresceu a uma taxa média de 1% ao ano (a.a.).

Leia mais

5.1. Representatividade do comércio exterior do Rio de Janeiro para o comércio exterior brasileiro

5.1. Representatividade do comércio exterior do Rio de Janeiro para o comércio exterior brasileiro 69 5 Resultados Obtidos Utilizando os resultados obtidos com as consultas geradas pelo modelo de sistema de informação Intercomex, diversas análises podem ser feitas sobre as operações de exportação envolvendo

Leia mais

Agenda 2019 Expectativas do empresariado para o País e os seus negócios. Novembro, 2018

Agenda 2019 Expectativas do empresariado para o País e os seus negócios. Novembro, 2018 Headline Agenda 2019 Verdana Bold Expectativas do empresariado para o País e os seus negócios Novembro, 2018 Agenda 2019 Perfil da amostra 826 empresas Soma das receitas totaliza R$ 2,8 trilhões (2017)

Leia mais

A exploração e distribuição dos recursos energéticos

A exploração e distribuição dos recursos energéticos A exploração e distribuição dos recursos energéticos Não renováveis carvão petróleo gás natural Combustí veis fósseis Recursos energéticos urânio solar eólica Renováveis hídrica ondas e marés geotérmica

Leia mais

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Julho 2011

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Julho 2011 Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Julho 2011 As exportações em julho apresentaram redução de 14,10% em relação a junho, atingindo o valor de US$ 1,495 bilhão, e situaram-se 8,35% acima das de

Leia mais

DIÁLOGO DA INDÚSTRIA COM CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

DIÁLOGO DA INDÚSTRIA COM CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA DIÁLOGO DA INDÚSTRIA COM CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA José Rubens De La Rosa Presidente, Marcopolo 30/07/2014 1 O Brasil tem oportunidades, mas para aproveitá-las precisa vencer alguns desafios

Leia mais

8 º D i á l o g o s d a M E I Inserção Global via Inovação: a perspectiva empresarial em relação à parceria BRA-EUA

8 º D i á l o g o s d a M E I Inserção Global via Inovação: a perspectiva empresarial em relação à parceria BRA-EUA 8 º D i á l o g o s d a M E I Inserção Global via Inovação: a perspectiva empresarial em relação à parceria BRA-EUA Ricardo Pelegrini IBM A falta de inovação compromete a inserção global do Brasil Participação

Leia mais