UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Projeto: SUSTENTABILIDADE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA GERAÇÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS QUÍMICOS
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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Projeto: SUSTENTABILIDADE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA GERAÇÃO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS QUÍMICOS Autores: Ligia Cleia Casas Rosenbrock Renata Martins Pacheco Mauro Henrique Dartora Dutra Sara Meireles Prof. Cristiane Luisa Jost Prof. Nito Angelo Debacher Prof. Anita R. Valença Prof. Vera Lúcia Azzolin F. Bascuñan Prof. Dilson Roque Zanette Florianópolis / 6
2 1. INTRODUÇÃO As instituições de ensino superior (IES) foram por muito tempo considerados pequenos geradores de resíduos, raramente fiscalizados quanto ao descarte de seus rejeitos químicos. O gerenciamento de resíduos químicos nas chamadas unidades geradoras das IES esbarra em algumas peculiaridades no tocante aos aspectos de legislação e da responsabilidade educacional, que merecem uma análise mais criteriosa no programa de gestão de resíduos. Considera-se que, para uma IES, o problema dos resíduos pode ser visualizado como um sistema que pode ser constantemente melhorado e avaliado com desenvolvimento constante de métodos mais limpos e seguros, através do compartilhamento de seus próprios conhecimentos e tecnologias. Além da promoção de conhecimento, o uso adequado de métodos de tratamento de efluentes líquidos residuais, pode ser considerado um suporte técnico para um Programa de Gestão de resíduos, facilitando a redução da quantidade de resíduo gerado. Outro ponto importante sobre a questão dos resíduos de laboratório refere-se ao aspecto jurídico da responsabilidade ambiental objetiva: QUEM GEROU O RESÍDUO É RESPONSÁVEL PELO MESMO (Jardim, 1998). Este projeto foi elaborado com objetivo de promover um questionamento sobre a importância de uma IES ter uma equipe preocupada com os próprios resíduos gerados nos seus laboratórios de ensino e pesquisa. O tratamento e disposição segura de resíduos não pode ser simplesmente um pacote pronto de soluções técnicas e comerciais, mas precisa de uma visão mais ampla do problema. A maior função social da universidade é a educação. E, dentro de seu exercício de difusão de conhecimentos, está a função de conscientização de seus alunos sobre o meio ambiente, visando educálos para que levem suas experiências nessa área para suas vidas profissionais e mesmo para suas casas (HEMAIS, 2003). Este projeto apresenta a proposta de formar uma equipe de professores e técnicos para compartilhamento de conhecimentos e tecnologias para promover ensaios, desenvolvimento de novos tratamentos de resíduos químicos e métodos analíticos. Desde 2006 o Departamento de Química da UFSC desenvolve programas de tratamento de resíduos em seus laboratórios de ensino, promovendo o uso de métodos adequados para laboratório e atividades de educação ambiental em tratamento de resíduos químicos e métodos de análise, como prática da responsabilidade ambiental objetiva. Tendo já passado por experiências de realizar os procedimentos de tratamentos de resíduos de laboratório e superado dificuldades iniciais, organizando um conjunto de métodos testados. Com este projeto pretende-se divulgar esta atividade esperando que este trabalho coletivo possa ser promovido continuamente, formando assim uma rede de colaboração para promover o tratamento de resíduos, como ação voltada para a prática da educação ambiental nas atividades de laboratório na UFSC. 2 / 6
3 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo Geral Promover a sustentabilidade através da educação ambiental oferecendo oportunidade para que os laboratórios da UFSC possam fazer seus próprios tratamentos de resíduos químicos Objetivos Específicos Divulgar informações técnicas publicadas por laboratórios de tratamento de resíduos químicos. Adaptar procedimentos simples de tratamento de resíduos que podem ser realizados no próprio laboratório, compartilhando experiência através de consultoria técnica. Auxiliar alunos e professores no tratamento de seus efluentes como parte do seu projeto de pesquisa para graduação e pós graduação. Conscientizar a comunidade acadêmica sobre a importância de tratar e descartar adequadamente os resíduos de laboratório, praticando a responsabilidade ambiental objetiva. Criar uma comissão para compartilhamento de conhecimentos e tecnologias que possam ser aplicados nos tratamentos dos resíduos químicos gerados nos laboratórios da UFSC. 3 / 6
4 3. METODOLOGIA As metodologias usadas no tratamento dos resíduos de laboratório podem ser divididas em três grandes categorias: processos físicos, químicos e biológicos. Estes processos podem ser combinados entre si utilizando uma sequência de etapas: tratamento preliminar, primário, secundário e terciário ou avançado. São utilizados processos físicos de flotação, sedimentação, neutralização de cargas, coagulação, floculação, adsorção e filtração. Assim como processos químicos de precipitação, hidrólise alcalina, reações de redução, oxidação química e processos oxidativos avançados. Estrutura do Grupo Técnico-pedagógico O grupo técnico-pedagógico será formado por pelo menos um professor de cada departamento e por técnicos de seus laboratórios. A atividade técnica deverá estar vinculada com atividades pedagógicas de educação ambiental, envolvendo atuação direta de professores. Todas as atividades e serviços prestados serão por adesão voluntária. A divulgação será veiculada através de um grupo de s e um site próprio do grupo. Reagentes, materiais, vidrarias e equipamentos Os reagentes, materiais e vidrarias serão fornecidos pelos próprios departamentos. São reagentes de uso prático, preferencialmente de baixo custo. As tabelas 1, 2 e 3 relacionam os reagentes, materiais e equipamentos necessários para fazer os tratamentos mais utilizados. Espaço Físico As atividades de tratamento serão realizadas no próprio laboratório gerador que deverá reservar um espaço em bancada com prateleiras para organização dos reagentes, vidrarias e materiais necessários. Escala de trabalho Estão planejadas duas escalas de trabalho, sendo que uma delas consiste no tratamento de resíduos em volumes de 2 a 3 litros, feitos logo após a geração do mesmo, e na própria bancada do laboratório. Uma outra escala de trabalho, consiste em desenvolvimento de tanques ou reatores com capacidade de 20 a 100 litros para operar em tratamentos por oxidação química ou biodegradação, para resíduos gerados constantemente em maior quantidade. Também localizados nos laboratórios geradores. 4 / 6
5 Tabela 1. Lista de reagentes para tratamento de resíduos. Tabela 2. Lista equipamentos para procedimentos Tabela 3. Lista equipamentos para análises e monitoramento Obs. Estima-se que cada 10 litros de efluente tratado, deve utilizar a combinação de no máximo 200g (ou 200 ml) de de reagentes da Tabela 1. 5 / 6
6 4. REFERÊNCIAS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA ANVISA. Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 306, de 7 de dezembro de Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT. NBR : Resíduos sólidos: classificação. Rio de Janeiro, BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA. RESOLUÇÃO nº 430, DE 13 DE MAIO DE 2011 Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA. Diário Oficial [da] Republica Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 13 mai Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Versão de agosto de CETESB, Guia Técnico, Manual de Produtos Químicos. GILONI-LIMA, P. C., LIMA, V. A. Gestão Integrada de Resíduos Químicos em Instituições de Ensino Superior. Quím. Nova, 2008, vol.31, no.6, p ISSN JARDIM, W. F. Gerenciamento de Resíduos Químicos em Laboratórios de Ensino e Pesquisa. Rev. Quím. Nova, v.21, no.5, p , 1998, ISSN HEMAIS, C. A., PACHECO, E. V. Tratamento de Resíduos Gerados em Laboratórios de Polímeros: Um Caso Bem Sucedido de Parceria Universidade-Empresa. Rev. Polímeros: Ciência e Tecnologia, vol. 13, nº 1, p , Disponível em: acesso em maio de Manual de regras básicas de segurança para laboratórios de química, UFSC, Florianópolis, Prof. Nito A Debacher Prof. Almir Spinelli Prof a. Maria da Graça Nascimento Gerenciamento de resíduos químicos normas e procedimentos gerais, Laboratório de Resíduos Químicos, USP- Ribeirão Preto, SP. Normas de procedimentos para resíduos químicos LAQUATEC. Normas de Gerenciamento de Resíduos Químicos do Instituto de Química da UNICAMP. Normas de Procedimentos para Segregação, Identificação, Acondicionamento e Coleta de Resíduos Químicos - UFSCar. Normas De Procedimentos Para Resíduos Químicos INPE. 6 / 6
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