No Centro da Transformação de África Estratégia para
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- Daniel Eger Castelo
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1 Grupo do Banco Africano de Desenvolvimento No Centro da Transformação de África Estratégia para
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3 Sumário Executivo A Estratégia do Banco Africano de Desenvolvimento para reflecte as aspirações de todo o continente africano. Assenta num conhecimento e experiência profundos do percurso de África na última década e dos objectivos traçados para os próximos dez anos. África encetou um processo de transformação económica, com um crescimento sólido e sustentado ao longo de uma década. Porém, este processo foi desigual, não teve uma base suficientemente estável e não se encontra, de modo algum, finalizado. Esta Estratégia foi concebida para colocar o Banco no centro da transformação de África e elevar a qualidade do crescimento africano. Visa alargar e aprofundar o processo de transformação, garantindo sobretudo que o crescimento é partilhado e não isolado, abrangendo todos os cidadãos e países africanos e não somente alguns. Além disso, pretende gerar um crescimento não só ambientalmente sustentável, mas também economicamente potenciador. Quando o crescimento é inclusivo e ecológico, proporciona a criação dos postos de trabalho de que o continente africano necessita e necessitará cada vez mais, com milhões de jovens dinâmicos e ambiciosos a entrar no mercado laboral. A visão do Banco é a visão de África, o seu futuro é o futuro de África. Os inúmeros sucessos do Banco reflectem os sucessos do continente africano, ao passo que os pontos fracos nos êxitos alcançados reflectem os entraves a uma verdadeira transformação nos seus países membros regionais. O objectivo de uma África regionalmente integrada e economicamente diversa, decidida a incluir jovens e idosos, mulheres e homens, comunidades rurais e urbanas de igual modo, apostando cada vez mais no respeito pelo ambiente, fará de África o próximo mercado emergente mundial. O Banco Africano de Desenvolvimento será a voz e o seu parceiro de eleição, neste processo. A Estratégia baseia-se em dois objectivos assentes em cinco prioridades operacionais nas quais o Banco possui vantagem, perícia, acesso e confiança sem paralelo. Dois objectivos Esta Estratégia de dez anos centrar-se-á em dois objectivos para elevar a qualidade do crescimento de África: o crescimento inclusivo e a transição para um crescimento ecológico. Crescimento inclusivo O primeiro objectivo, e o mais abrangente, é atingir um crescimento mais inclusivo. Este não deve apenas conduzir a uma igualdade de tratamento e oportunidade, mas também a uma redução acentuada da pobreza e a um aumento assinalável do emprego. Ao desbloquear o enorme potencial do continente africano e ao aumentar as hipóteses de colher um dividendo demográfico, o crescimento inclusivo trará prosperidade, expandindo a base económica, independentemente da idade, do género ou da geografia. O Banco investirá em infra-estruturas que estimulem o potencial do sector privado, defendendo a igualdade de género e a participação da comunidade. Isso ajudará a elevar as competências para a competitividade, garantindo que se adequam melhor às oportunidades e requisitos dos mercados laborais locais. Crescimento ecológico O segundo objectivo é assegurar que o crescimento inclusivo é sustentável, ajudando África O primeiro objectivo é atingir um crescimento mais inclusivo. O segundo objectivo é assegurar que o crescimento inclusivo é sustentável 1
4 No Centro da Transformação de África Estratégia para A Estratégia delineia cinco vias principais para o Banco cumprir o seu trabalho e elevar a qualidade do crescimento em África 2 a fazer uma transição gradual para um crescimento ecológico que proteja os meios de subsistência, melhore a qualidade da água, da energia e da segurança alimentar, promova a utilização sustentável dos recursos naturais e estimule a inovação, a criação de emprego e o desenvolvimento económico. O Banco apoiará um crescimento ecológico procurando vias de desenvolvimento que aliviem a pressão sobre os recursos naturais e, em simultâneo, gerindo melhor os riscos ambientais, sociais e económicos. As prioridades para obter um crescimento ecológico incluem o aumento da resistência a choques climáticos, o estabelecimento de uma infra- -estrutura sustentável, a criação de serviços ambientais e uma utilização eficiente e sustentável dos recursos naturais (em particular, da água, fundamental para o crescimento, mas muito afectada pelas alterações climáticas). Cinco prioridades operacionais A Estratégia delineia cinco vias principais para o Banco cumprir o seu trabalho e elevar a qualidade do crescimento em África. Recomendadas inicialmente na análise do Painel de Alto Nível e consagradas posteriormente na Estratégia a Médio Prazo para , são áreas em que o Banco demonstra ter maior vantagem comparativa e historial de sucesso comprovado. Ao longo de, pelo menos, uma década, o Banco e outros estudos confirmaram repetidamente que constituem um enquadramento convincente e coerente para as operações do Banco. Em 2011, a análise da Estratégia a Médio Prazo mostrou que a ênfase nestas prioridades servira bem os clientes. Porém, era necessário um planeamento e uma estratégia a mais longo prazo, com planos de acção evolutivos trianuais. Desenvolvimento de infra-estruturas Persiste uma grande necessidade de infra-estruturas em África. O continente investe apenas 4% do seu PIB em infra-estruturas, face aos 14% investidos pela China. Uma melhoria neste sector pode aumentar o PIB em cerca de 2 pontos percentuais por ano. O Banco contribuiu de forma importante para o desenvolvimento de infra-estruturas em África. Actualmente, dezenas de milhões de africanos têm uma qualidade de vida melhor, graças aos investimentos realizados nos transportes, na energia e na água. O Banco pretende aumentar exponencialmente o financiamento de infra-estruturas no continente africano, não só através de crédito, como da mobilização dos recursos financeiros. Integração económica regional A integração é fundamental para que África concretize em pleno o seu potencial de crescimento, participe na economia global e partilhe dos benefícios de um mercado global cada vez mais interligado. Albergar 54 países, muitas vezes sem a estrutura física e económica necessária para agir de forma coordenada, limita fortemente esta possibilidade. O Banco está bem posicionado para desempenhar um papel de liderança no fomento da integração económica de África, de forma a criar mercados mais amplos e apelativos, ligar países interiores, inclusive estados frágeis, aos mercados internacionais e apoiar o comércio intra-africano. Desenvolvimento do sector privado As dinâmicas da riqueza e da criação de emprego em África, e várias funções governamentais, são cada vez mais patrocinadas por fundos privados e não públicos. Ao trabalhar directa e indirectamente com os governos, o Banco continuará a ser um parceiro cada vez mais activo e um facilitador do investimento privado em África. Ao proporcionar financiamento, aconselhamento e assistência técnica, dará origem a actividades que respondam às necessidades, oportunidades e desafios específicos do sector privado. Centrar-se-á no empreendedorismo africano, abordando os constrangimentos com que se deparam mulheres e jovens empresários e apoiando as micro, pequenas e médias empresas. Ao reforçar o sector financeiro, irá estimular o crédito
5 Sumário Executivo às MPME, ajudar a desenvolver os mercados de capitais locais, promover uma melhor governação e gestão de risco das instituições financeiras e fomentar a adopção e implementação dos requisitos e regulamentos financeiros. Governação e responsabilização O crescimento económico só pode ser alcançado com bases sólidas de governação justa, transparente e eficiente e com instituições administradas por um estado capaz. Em resposta às exigências de melhor governação e serviços básicos em África, o Banco auxiliará as instituições que apoiem a inclusão e promovam a responsabilização. Por exemplo, reforçando as competências dos deputados, dos média e de organizações da sociedade civil. Para melhorar a gestão financeira pública, o Banco reforçará o apoio à descentralização fiscal e à mobilização de recursos internos. Competências e tecnologia O desemprego em África é inaceitavelmente alto, sobretudo entre os jovens. Para aumentar a oferta de trabalhadores qualificados, o Banco irá insistir no apoio à formação técnica e profissional ligada a necessidades específicas do mercado laboral. O objectivo é dotar os jovens com as competências adequadas para o sector formal e para o informal, inclusive aptidões para criar pequenas empresas. Três áreas de especial ênfase Na implementação da Estratégia de dez anos e como parte integrante dos dois objectivos, o Banco prestará atenção redobrada às questões de género, aos estados frágeis e à agricultura e segurança alimentar. Estados frágeis O apoio aos estados frágeis pode fortalecer estas economias, pois albergam um quinto da população do continente africano e uma porção considerável da sua pobreza. A fragilidade é contagiosa e episódica. Assim, exige um apoio personalizado para necessidades diversas e uma abordagem regional e contínua baseada no diálogo, no envolvimento local e na celebração do sucesso. Agricultura e segurança alimentar Reforçar a agricultura e a segurança alimentar através de uma abordagem integrada da cadeia de valor pode melhorar os meios de subsistência dos africanos que vivem em zonas rurais. Muitos dependem de uma agricultura de subsistência e um número considerável está cronicamente vulnerável à incerteza climática. África vive da terra e mais de 70% dos africanos trabalham na terra. Contudo, muitas vezes, esta não supre as suas necessidades. Ao continuar a investir em infra-estruturas rurais (tais como estradas, irrigação, electricidade, locais de armazenamento, acesso aos mercados, sistemas de conservação e redes de fornecimento), o Banco auxiliará os países a aumentar a competitividade e a produtividade agrícola. Ao investir nas infra-estruturas regionais e dialogar sobre políticas para eliminar os obstáculos comerciais à importação de alimentos e recursos, tais como fertilizantes, ajudará a limitar a volatilidade dos preços dos alimentos e a reduzir a insegurança alimentar. Género O aumento das competências e oportunidades para mulheres e jovens mulheres pode motivar a produtividade e a participação de metade da população africana. A ênfase no conhecimento, no desenvolvimento de competências e nos direitos legais e de propriedade abre caminho à potenciação da iniciativa feminina. As mulheres e as jovens suportam muito mais de metade do fardo do continente africano, mas também possuem um gigantesco potencial como geradoras de rendimentos. Financiar a Estratégia mobilizar e envolver novas fontes de financiamento para o desenvolvimento Os recursos financeiros do Banco constituirão sempre uma pequena fracção das necessidades de África. Os actuais constrangimentos fiscais nos países doadores sugerem que Na implementação da Estratégia de dez anos, o Banco prestará atenção redobrada às questões de género, aos estados frágeis e à agricultura e segurança alimentar 3
6 No Centro da Transformação de África Estratégia para A Estratégia reflecte a visão de África para si própria, uma visão de transformação que é exequível é provável que o apoio oficial ao desenvolvimento estagne nos próximos anos. Assim, o Banco procurará formas novas e criativas de mobilizar recursos para apoiar a transformação de África, sobretudo envolvendo os seus próprios recursos. Obviamente, o Grupo continuará a aumentar e a expandir o âmbito e as operações práticas do Banco Africano de Desenvolvimento e do Fundo Africano de Desenvolvimento. Porém, com o cenário económico global em mudança, explorará opções para atrair investimento adicional de economias emergentes, tal como novos financiadores e doadores, incluindo fundos soberanos e fundos de pensões. O Grupo utilizará melhor os seus actuais instrumentos, enquanto desenvolve novas formas para garantir que um dólar investido pelo Banco atrai muito mais dinheiro de outros investidores. Além disso, o recurso mais alargado a parcerias público-privadas, acordos de co-financiamento e instrumentos de mitigação do risco cativará novos investidores. Transformar para apoiar a transformação O Banco está numa posição única. Enquanto organização africana que serve os Africanos, constitui um motor de progresso económico e de integração. É, igualmente, a voz de África e do desenvolvimento africano em todo o continente e muito para além dele. Actualmente, já está bem encaminhado no aumento da eficácia de desenvolvimento através de uma maior descentralização para serviços locais, áreas de actuação estrategicamente centradas e uma situação contabilística forte com capacidade para assumir riscos. Tudo isto contribuiu para manter sistematicamente o rating AAA que garante a sua reputação africana e global. O Banco tem de continuar a evoluir para se manter relevante. Tem de se tornar mais descentralizado, integrado, eficiente, eficaz e orientado para os resultados, medindo o progresso através das melhorias reais no terreno. Além disso, tem de continuar a simplificar os processos empresariais operacionais, institucionais e orçamentais. Por fim, tem ainda de reforçar os seus papéis de consultor, intermediário, catalisador e coordenador. Esta é a Estratégia de dez anos do Banco Africano de Desenvolvimento, do banco de África. Reflecte a visão de África para si própria, uma visão de transformação que é exequível. No centro da transformação de África, o Banco irá medir o seu sucesso pelas alterações duradouras que trouxer para a vida do povo africano. 4
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