FILOSOFIA MEDIEVAL (2º / 2018)

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1 FILOSOFIA MEDIEVAL (2º / 2018) Prof. Marcos Aurélio Fernandes EMENTA: Estudo do pensamento filosófico de protagonistas da filosofia medieval latina no seu contexto histórico e em relação à influente produção intelectual anterior de origem grega. OBJETIVO: Objetivo Geral: Investigar o todo essencial da compreensão do ser do pensamento medieval implícito numa obra exemplar de um dos pensadores fundamentais da escolástica, Tomás de Aquino, a saber, o De ente et essentia. Objetivos específicos: 1. Investigar o ontológico (a compreensão do ser) vigente no De ente et essentia (Do ente e da essência). 2. Introduzir o estudante nos problemas da ontologia medieval. 3. Perceber a posição metafísica fundamental de Tomás de Aquino: compreensão de ser e ente; de verdade; de homem, de mundo, de Deus. 4. A partir de Tomás de Aquino tentar captar a identidade do pensamento medieval bem como as diferenças para com outros pensadores medievais. 5. Compreender o modo de filosofar e a linguagem próprias do pensamento escolástico.

2 6. Apreender como se dá a vigência da tradição filosófica, especialmente, como a filosofia medieval promove a mediação entre a filosofia antiga e a filosofia moderna. CONTEÚDO: a. O ente como o primeiro concebido b. O conceito de ente: ente e ser; transcendentalidade do ente; analogia do ente; modos do ente; ente e nada; as propriedades transcendentais do ente; os princípios do ente. c. O conceito de essência: essência, substância composta (de matéria e forma) e princípio de individuação. d. Essência e intenções lógicas. O problema dos universais. e. Essência e substâncias simples (separadas). Potência e ato. Distinção de ser (da existência atual) e essência. f. Fundamento e fundação. g. O ser divino. h. A essência dos acidentes. AVALIAÇÃO A média final resultará de exercícios de avaliação: 1) Nota 01: PROTOCOLO DA SESSÃO DO SEMINÁRIO. O curso será dado em forma de Seminário de Leitura de Texto. Este consiste, fundamentalmente, no diálogo/confronto entre um texto e as pré-compreensões dos leitores. Constitui-se num exercício de hermenêutica (interpretação que deixa aparecer a vigência sub-reptícia da realidade nas realizações do real).

3 Cada sessão terá um protocolo escrito por um aluno. Este protocolo será lido na sessão seguinte 1. O aluno terá no máximo 15 minutos para apresentar o protocolo. Um bom protocolo traz: a) a data; b) o tema principal do que foi trabalhado; c) os principais pontos de consideração e discussão, teses e argumentos levantados; d) resultados. É importante que o protocolo não se limite a apresentar uma transcrição ou um resumo do conteúdo da aula anterior. Para além disso, é desejável que o autor do protocolo dê especial atenção a: problemas novos; novos enfoques dos problemas; novas tentativas de solução; novas sugestões; problemas que ficam abertos. É importante, sobretudo, mostrar um fio crescente na compreensão do tema geral do seminário. O aluno deverá entregar uma cópia para o professor no início da aula e enviarlhe o texto para que seja disponibilizado para todos. - O protocolo valerá 10,0 pontos. 1 Cada aula começará com um protocolo. O protocolo acadêmico é um texto que documenta e dá a conhecer o conteúdo de uma reunião (aula, sessão de seminário, de pesquisa científica, etc.). O conjunto dos protocolos devem poder documentar o processo do ensino-aprendizagem no decorrer de um tempo. Os protocolos servem para: 1) oferecer informações sobre as reuniões (no nosso caso, aulas); 2) Documentar os resultados do processo ensino-aprendizagem; 3) Sistematizar o conteúdo trabalhado; 4) constituir e guardar a memória do processo; 5) ajudar a recuperar o conteúdo para aqueles que se ausentaram; 6) Apresentar indicações de questões e de problemas que vão emergindo no decorrer do curso. Em cada aula se determinará o protocolante da aula seguinte. O protocolo não precisa ser literal e exaustivo (conter tudo o que se passou na reunião). Ele tem a função de dar continuidade e síntese do problema em questão para a reunião seguinte. Não se trata, portanto, de uma documentação da exposição do professor, embora seja útil resumir em poucas palavras os pensamentos centrais da sua exposição. É um trabalho muito difícil, e, por isso, o protocolante deve gastar um bom tempo para elaborar o protocolo.

4 2) Nota 02: DIÁRIO DE BORDO - Conteúdo: registros reflexivos filosóficos sobre a experiência de aprendizagem realizada pelo estudante em cada aula. - Por se tratar de experiência e reflexão, é preferível que o estudante escreva na primeira pessoa do singular ( eu ). - Com vistas à realização da tarefa, pode-se tem em mente as seguintes perguntas: a) Qual foi o conteúdo da aula? b) Como foi o processo da aula? c) O que lhe chamou a atenção ou lhe impactou? d) A sua pré-compreensão (posição prévia, visão prévia, conceituação prévia) chegou a ser modificada? e) Foi exercitado um confronto com o texto a partir do questionamento da précompreensão? f) Você conseguiu vincular o horizonte de compreensão do texto com o seu horizonte de compreensão do real? g) Novos horizontes de compreensão foram abertos? h) Algumas questões ficaram abertas e demandam ser mais aprofundadas por você? - Duas entregas: uma, no dia ; a outra, no dia Cada uma vale 5,0 pontos. 3) Nota 3: FICHAMENTO DO TEXTO O ENTE E A ESSÊNCIA - De cada parte do texto apresentar: 1) Um levantamento das palavras-chave; 2) O significado dessas palavras-chave (consultar: glossário, dicionário, enciclopédia filosófica); 3) Apresentar um mapa conceitual ou um esquema do texto; 4) Elaborar um resumo e um comentário.

5 A menção será obtida pela média aritmética das três notas, transformada em conceito. ATENDIMENTO O professor está disponível para atendimento em horários que devem ser previamente agendados pessoalmente ou pelo maffernandes69@gmail.com BIBLIOGRAFIA BÁSICA TOMÁS DE AQUINO. O Ente e a Essência. Tradução Carlos Arthur do Nascimento. 2ª ed. Petrópolis: Vozes, SECUNDÁRIA AQUINO, Tomás de. O ser e a essência. In: Opúsculos Selectos da Filosofia Medieval. Braga: Faculdade de Filosofia, Comentário ao Tratado da Trindade de Boécio. Questões 5 e 6. São Paulo: UNESP, Commenti a Boezio. Milano: Rusconi, Escritos Políticos. Tradução: Francisco Benjamim de Souza Neto. Petrópolis: Vozes, Suma Contra os Gentios. Porto Alegre: EDIPUCRS, Suma teológica. São Paulo: Edições Loyola, Tratado acerca del Primer Principio. Madrid: BAC, Verdade e conhecimento. São Paulo: Martins Fontes, De Regno. Barcelona: Altaya, Opúsculos Filosóficos. Niteroi: Sita, 2009.

6 BOEHNER, Philotheus & GILSON, Etienne. História da filosofia cristã. Petrópolis: Vozes, BONI, Luís Alberto de (org.). Filosofia Medieval: Textos. Porto Alegre: EDIPUCRS, BOULNOIS, Olivier. Métaphysiques rebelles. Genèse et structures d une science au Moyen Âge. Paris: PUF, CAJETAN. Commentary on being and essence. Milwaukee: Marquete University Press, CAPUTO, John D. Heidegger and Aquinas: an essay on overcoming metaphysics. New York: Fordham University Press, CHENU, M.-D. La teologia come scienza nel XIII secolo. Milão: Jaca Book, CHESTERTON, G. K. S. Tomás de Aquino. Braga: Cruz, DAIBER, Dietrich Lorenz. Los fundamentos de la ontologia tomista: el tratado De ente et essentia. Valparaíso: Ediciones Universitarias de Valparaíso, FERNANDEZ, Clemente. Los filósofos medievales. Selección de textos. Madri: BAC, GARCIA, Antônio (org). Filosofia Medieval: A obra de Raimundo Vier. Editora Vozes: Petrópolis, GILSON, Etiene. A Filosofia na Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, O espírito da filosofia medieval. São Paulo: Martins Fontes, HEINZMANN, R. Philosophie des Mittelalters. Stuttgart; Berlim; Colônia: Kohlhammer, Thomas von Aquin: ein Einführung in sein Denken. Stuttgart/Berlin/Köln: Verlag W. Kohlhammer, HEIDEGGER, M. Geschichte der Philosophie von Thomas von Aquin bis Kant. Frankfurt a. M.: Vittorio Klostermann JOSEPH, Miriam. O trivium: as artes liberais da Lógica, da Gramática e da Retórica. São Paulo: É Realizações, LEÃO, Emmanuel Carneiro. Aprendendo a pensar I: o pensamento na Modernidade e na Religião. Teresópolis: Daimon, LE GOFF, Jacques. Os intelectuais na Idade Média. Lisboa: Gradiva, 1983.

7 LEWIS, C. S. A imagem descartada: para compreender a visão medieval do mundo. São Paulo: É Realizações, LIBERA, Alain de. A Filosofia Medieval. Trad. Lucy Magalhães. Rio de Janeiro: Zahar, Il Problema degli Universali da Platone alla fine del Medioevo. Firenze: La Nuova Italia, Pensar na Idade Media. Trad. Paulo Neves. São Paulo: Editora 34, 1999 b.. A Filosofia Medieval. São Paulo: Loyola, LOYN, Henry R. Dicionário da Idade Média. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, MARTINEAU, John. Quadrivium: as quatro artes liberais clássicas da aritmética, da geometria, da música e da cosmologia. São Paulo: É Realizações, McLUHAN, Marshall. O Trivium clássico: o lugar de Thomas Nashe no ensino de seu tempo. São Paulo: É realizações, MONGELLI, Lênia Márcia (org.) et alii. Trivium e quadrivium: as artes liberais na Idade Média. Cotia: Ibis, MÜLLER, Max. Sein und Geist: systematische Untersuchungen über Grundproblem und Aufbau mittelalterlicher Ontologie. Freiburg/München: Alber, PORRO, Pasquale. Tomás de Aquino: um perfil histórico-filosófico. São Paulo: Loyola, REALE, Giovanni. História da Filosofia Patrística e Escolástica. 2ª ed. São Paulo: Loyola, 2003 (v. II). ROMBACH, Heinrich. Substanz, System, Struktur (Band I) Freiburg i.b. / München: Karl Alber, ROVIGHI, Sofia Vanni. Elementi di filosofia. Volume Secondo: Metafisica. Brescia: La Scuola, SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante. Para ler os medievais: ensaio de hermenêutica imaginativa. Petrópolis: Vozes, STEIN, Edith. Potenza e Atto: studi per una filosofia dell essere. Roma: Città Nuova, STORCK, Alfredo. Filosofia Medieval. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.

8 STEENBERGHEN, F. Van. O tomismo: trajectos. S.l.: Gradiva, s.d. TORREL, Jean-Pierre. La Summa di San Tommaso. Milano: Jaca Book, ÜBERWEG, Friedrich & HEINZE, Max. Grundriss der Geschichte der Philosophie (Zweiter Teil: Geschichte der Philosophie der patristischen und Scholastischen Zeit). Berlin: E.S.Mittler & Sohn, ULLMANN, Reinholdo. A Universidade Medieval. Porto Alegre: EDIPUCRS, VIGNAUX, Paul. O pensar da Idade Media. Trad. Antonio Pinto de Carvalho. São Paulo: Saraiva, ZILLES, Urbano. Fé e razão no pensamento medieval. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1993.