A G O S T O D E N º
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1 NOTAS TECNICAS A G O S T O D E N º 0 6 Análise do Índice FIRJAN de Gestão Fiscal (IFGF 2017) de São Luís, anobase 2016 Autores: VÂNIA CRISTINA OLIVEIRA COELHO LAURA REGINA CARNEIRO SEPLAN
2 PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO LUÍS EDIVALDO HOLANDA BRAGA JÚNIOR - PREFEITO SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO (SEPLAN) JOSÉ CURSINO RAPOSO MOREIRA - SECRETÁRIO DEPARTAMENTO DA INFORMAÇÃO E INTELIGÊNCIA ECONÔMICA (DIIE) LAURA REGINA CARNEIRO COORDENADORA-GERAL VÂNIA CRISTINA OLIVEIRA COELHO ESTAGIÁRIA DEPARTAMENTO DA INFORMAÇÃO E INTELIGÊNCIA ECONÔMICA (DIIE) END.: SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO SEPLAN RUA DO SOL, Nº 188 CENTRO - SÃO LUÍS/MA - CEP.: FONE: (98) /3671/3674/3675 FAX: (98) Esta publicação tem por objetivo a divulgação de estudos desenvolvidos por pesquisadores do Departamento da Informação e Inteligência Econômica (DIIE), da Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento (SEPLAN). Seu conteúdo é de inteira responsabilidade do(s) autor(es), não expressando, necessariamente, o posicionamento da Prefeitura Municipal de São Luís (PMSL). diie@diie.com.br 2
3 RESUMO Esta nota técnica apresenta os resultados do Índice FIRJAN de Gestão Fiscal (IFGF) e seus 5 indicadores, para a cidade de São Luís, comparando dados de 2006 a O IFGF é calculado pelo SISTEMA FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), que acompanha anualmente o desenvolvimento socioeconômico de mais de 4 mil municípios brasileiros, a fim de contribuir com uma gestão pública eficiente e democrática. O IFGF traz o debate sobre um tema de grande importância para o país: a forma como os tributos (pagos pela sociedade) são administrados pelos gestores municipais. 1. INTRODUÇÃO O Índice FIRJAN de Gestão Fiscal (IFGF) é uma ferramenta simples, disponível para consulta pública, com o objetivo de estimular a cultura da responsabilidade administrativa, possibilitando maior aprimoramento da gestão fiscal dos municípios, bem como o aperfeiçoamento das decisões dos gestores públicos quanto à alocação dos recursos. Composto por cinco indicadores Receita Própria, Gastos com Pessoal, Investimentos, Liquidez e Custo da Dívida, o IFGF tem uma metodologia que permite tanto comparação relativa quanto absoluta, isto é, o índice não se restringe a uma fotografia anual, podendo ser comparado ao longo dos anos. Assim, o IFGF de um município consolida em um único número o nível de desenvolvimento socioeconômico local, através dos resultados obtidos em cada um dos seus indicadores. O IFGF tem uma leitura dos resultados bastante simples: o índice varia entre 0 e 1, sendo que, quanto mais próximo de 1, melhor a gestão fiscal do município (Quadro 1). Quadro 1 Categorias de classificação do IFGF 3
4 O IFGF foi criado em 2012 e acompanhou a evolução de municípios brasileiros, com base em dados de 2006 até 2016, sua última versão, publicada em Agosto de METODOLOGIA O IFGF busca retratar os desafios da gestão municipal na alocação dos recursos, tendo em vista as restrições orçamentárias com as quais se deparam as prefeituras brasileiras. Pelo lado da receita, a problemática consiste na dependência das transferências intergovernamentais. Pelo lado do gasto, o desafio é a gestão das despesas correntes (principalmente gastos com pessoal e encargos da dívida), uma vez que a rigidez orçamentária decorrente do seu elevado peso no orçamento pode comprometer os recursos programados para outros fins, em especial os investimentos. Por fim, identificou-se que muitas prefeituras postergam despesas via inscrição de restos a pagar, sem cobertura de caixa, como uma forma alternativa de endividamento, gerando, assim, um problema de liquidez. Com base nessa análise, foram construídos os cinco indicadores que compõem o IFGF, são eles: Receita Própria, Gastos com Pessoal, Investimentos, Liquidez e Custo da Dívida. Os quatro primeiros têm peso de 22,5% sobre o resultado agregado. O Custo da Dívida, por sua vez, tem peso de 10%, haja vista o baixo grau de endividamento dos municípios brasileiros. (Quadro 2). 1 A LRF, em seus artigos 48 e 51, determina que até 30 de abril de cada ano os municípios devem encaminhar suas contas referentes ao exercício anterior para a STN, que tem 60 dias para disponibilizá-las ao público. A despeito disso, até o dia 3 de julho de 2017, os dados de municípios não estavam disponíveis ou apresentavam inconsistências que impediram a análise. Esse número representa 18,4% das prefeituras brasileiras e é o maior observado desde o início da publicação do estudo. Sendo assim, foram avaliadas apenas as contas de municípios, onde vivem 177,8 milhões de pessoas, 87,5% da população brasileira. 4
5 Quadro 2 Indicadores que compõem o IFGF, e seus pesos. RECEITA PRÓPRIA O indicador de Receita Própria mede a dependência dos municípios em relação às transferências dos estados e da União. Ou seja, mede o total de receitas geradas pelo município, em relação ao total da receita corrente líquida (RCL). GASTOS COM PESSOAL Mostra quanto as cidades gastam com pagamento de pessoal em relação ao total da Receita Corrente Líquida (RCL). Tendo em vista que esse é o gasto com maior participação na despesa total de um município, este indicador mede o grau de rigidez do orçamento, ou seja, o espaço de manobra da prefeitura para execução das políticas públicas, em especial dos investimentos. INVESTIMENTOS Acompanha o total de investimentos em relação à RCL. Ruas pavimentadas, iluminação pública de qualidade, transporte eficiente, escolas e hospitais bem equipados são exemplos de investimentos municipais capazes de aumentar a produtividade do trabalhador e promover o bem-estar da população. LIQUIDEZ Verifica se os municípios estão deixando em caixa recursos suficientes para honrar os restos a pagar acumulados no ano, medindo a liquidez do município como proporção das receitas correntes líquidas; CUSTO DA DÍVIDA 5
6 Correspondente às despesas de juros e amortizações em relação ao total das receitas líquidas reais. O índice avalia o comprometimento do orçamento com o pagamento de juros e amortizações de empréstimos contraídos em exercícios anteriores. 3. RESULTADOS O gráfico 1 mostra a evolução anual do IFGF Brasil, de 2006 a Gráfico 1 Evolução anual do IFGF Brasil Na sua última avaliação, o IFGF 2017 () do Brasil foi de 0,4655, mostrando que a situação das contas públicas municipais melhorou em relação ao IFGF 2016 (ano-base 2015). Porém, o IFGF Brasil atingiu seu terceiro menor nível desde 2006, com 85,9% (3.905) dos municípios analisados em situação fiscal difícil ou crítica (conceitos C e D no IFGF). Apenas 13,8% das cidades brasileiras (626) apresentaram boa situação fiscal (conceito B), e tão somente 13 (0,3%) apresentaram excelente gestão fiscal (conceito A). Em resumo, 2016 foi o ano com o maior percentual de prefeituras em situação fiscal difícil e com o menor número em situação excelente de toda a série do IFGF, iniciada em O município de São Luís registrou IFGF de 0,5135 em 2016, avaliado no conceito C (gestão em dificuldade). Além disso, apresentou uma redução do IFGF: queda de 2,8% em comparação à avaliação anterior, conforme gráfico 2. 6
7 Gráfico 2 Evolução do IFGF São Luís Os indicadores componentes do IFGF também mostram os resultados para o município de São Luís. O gráfico 3 apresenta a situação da capital maranhense em 2016, nas faixas de classificação. Gráfico 3 IFGF e Indicadores de São Luís nas Faixas de Classificação IFGF RECEITA PRÓPRIA O IFGF Receita Própria mostra um quadro de significativo desequilíbrio entre o volume de receitas e a arrecadação própria na grande maioria das prefeituras brasileiras. Em 2016, 81,7% das cidades brasileiras ficaram com Conceito D no IFGF Receita Própria, ou 7
8 seja, não geraram nem 20% de suas receitas em Apenas 136 municípios em todo o país obtiveram Conceito A no IFGF Receita Própria por terem arrecadado com tributos municipais mais de 40% de suas receitas. O município de São Luís, por sua vez, foi classificado no conceito B, com índice de 0,7094, o que significa boa gestão. IFGF GASTOS COM PESSOAL O IFGF Gasto com Pessoal revelou que 406 prefeituras já atingiram o limite prudencial de 57% da receita corrente líquida RCL definido pela LRF. Em situação ainda pior, outras 575 prefeituras ultrapassaram o limite legal de 60% da RCL e receberam nota zero e Conceito D neste indicador. Em todo o Brasil, apenas 144 municípios (3,2%) ficaram com Conceito A por gastarem menos de 40% do orçamento com pessoal. Apesar do cenário de alerta, aproximadamente 30% do total de prefeituras (1.322) apresentou boa gestão de gastos com pessoal (Conceito B). O município de São Luís registrou IFGF Gastos com Pessoal de 0,4705, situado no conceito C, gestão em dificuldade. INVESTIMENTOS O último ano de mandato é tipicamente aquele em que os municípios mais investem, em média 20% a mais do que nos três anos anteriores. Contudo, em 2016, a crise econômica inverteu essa lógica e exigiu um grande corte dos investimentos: apenas 6,8% do orçamento das cidades foi destinado aos investimentos, o menor percentual desde Em comparação com o ano anterior, os municípios deixaram de investir R$ 7,5 bilhões. Na distribuição por conceitos, quatro em cada cinco municípios (80,6%) receberam Conceito C ou D no IFGF Investimentos isso significa que cidades não investiram sequer 12% do orçamento. A capital maranhense registrou, em 2016, o índice de 0,3168. Avaliada no conceito D, a situação do município foi classificada como gestão crítica em investimento. LIQUIDEZ O IFGF Liquidez verifica se os municípios têm recursos suficientes em caixa para cobrir as despesas postergadas para o exercício seguinte. Por ser o último ano de mandato municipal, houve grande esforço dos gestores para entregar as prefeituras com caixa suficiente para cobrir as despesas postergadas. Isso ocorreu em 84,3% dos municípios analisados. Ainda assim, 715 municípios (15,7%) encerraram 2016 sem caixa para 8
9 cobrir restos a pagar deixados para o ano seguinte, e por isso ficaram com nota zero no IFGF Liquidez (Conceito D). São Luís, por sua vez, registrou em 2016 um grau de liquidez de 0,4608 pontos (conceito C), sinalizando gestão em dificuldade. Porém, a cidade apresentou melhora no índice em relação à avaliação anterior: crescimento de 11% no grau de liquidez, de 2015 para CUSTO DA DÍVIDA No que diz respeito ao IFGF Custo da Dívida, as prefeituras brasileiras continuaram bem avaliadas, sendo este o melhor dos indicadores acompanhados (0,8306 pontos). São Luís é um exemplo disso, alcançando em 2016 o índice de 0,7304 no IFGF Custo da Dívida. Este foi o melhor resultado dentre os 5 indicadores do IFGF no município, que foi classificado como boa gestão (conceito B). 4. RANKING O gráfico abaixo mostra o melhor e o pior resultado dos municípios brasileiros, bem como a média e a colocação de São Luís na avaliação IFGF 2017 (referente ao ano 2016). Gráfico 3 Máxima, média, mínima e São Luís, por faixa de classificação. No ranking geral do IFGF 2017, os municípios brasileiros mais bem avaliados são Gavião Peixoto (SP), que com 0,9053 pontos ocupa a primeira posição. O pior resultado no ranking nacional foi pontuado em Riachão do Bacamarte (PE) com IFGF de 0,0858. Na primeira posição do ranking das capitais está Manaus, que obteve 0,7651 pontos, 9
10 seguido de Rio de Janeiro, com 0,7329. Os dois municípios apresentaram maior capacidade de arrecadação e destinaram boa parcela da receita para investimentos. Entre as capitais do Brasil, Campo Grande foi a última no ranking (0,3985). No ranking maranhense, o município de Santo Antônio dos Lopes apresentou o melhor resultado (0,7669) e Graça Aranha apresentou o menor índice (0,1175). O município de São Luís está situado na 1639ª posição dentre os municípios brasileiros analisados no IFGF No ranking das capitais, São Luís caiu da 20ª (2015) para a 22ª posição, em Na classificação estadual, a capital maranhense ocupa o 21º lugar. A tabela 1 apresenta a evolução do município, comparando os resultados de 2015 aos anos 2013 e Tabela 1 IFGF São Luís no ranking nacional e estadual ( ). No IFGF Receita Própria, São Luís permanece como o município de melhor resultado do estado; no ranking dos municípios brasileiros, porém, perdeu 34 posições em relação a São Luís IFGF 0,4834 0,4337 0,5284 0,5135 Ranking Nacional 2306º 3398º 1308º 1639º Ranking Estadual 33º 121º 9º 21º São Luís IFGF Receita Própria 0,7355 0,7020 0,7547 0,7094 Ranking Nacional 172º 200º 180º 214º Ranking Estadual 1º 1º 1º 1º Entre 2013 e 2016, a capital maranhense registrou melhores resultados no primeiro ano, no quesito Gastos com Pessoal. Mas o ano de 2016 foi marcado pelo menor índice da gestão neste quesito. São Luís IFGF Gastos com Pessoal 0,7249 0,5475 0,4963 0,4705 Ranking Nacional 500º 2807º 2797º 3439º Ranking Estadual 10º 113º 101º 112º No indicador Investimentos, apesar dos resultados não muito satisfatórios, em 2016 houve um bom avanço de posições no ranking em relação aos anos anteriores, ainda que o índice registrado tenha sido menor que em São Luís IFGF Investimentos 0,3079 0,3151 0,3459 0,3168 Ranking Nacional 3308º 4062º 2574º 2462º Ranking Estadual 135º 177º 83º 75º 10
11 Por sua vez, o IFGF Liquidez não pontuou em 2013 e Mas entre 2015 e 2016, apresentou melhora no índice. Em 2016, porém, houve perda de posições na classificação nacional e estadual. São Luís IFGF Liquidez 0,0000 0,0000 0,4143 0,4608 Ranking Nacional 3843º 3606º 3109º 3370º Ranking Estadual 97º 100º 77º 106º Finalmente, o indicador de Custo da Dívida na capital maranhense foi o que garantiu as melhores classificações nos conceitos do IFGF, apesar da queda relativa aos anos anteriores. A posição do município nos rankings, aparentemente desfavoráveis, pode ser explicada pelo crescimento geral de todos os municípios brasileiros. São Luís IFGF Custo da Dívida 0,8550 0,8163 0,7585 0,7304 Ranking Nacional 2660º 3500º 3582º 3657º Ranking Estadual 140º 169º 137º 137º 4. CONCLUSÃO A partir da disposição dos dados e do acompanhamento feito para o município de São Luís, foi possível observar que a capital maranhense apresentou índice acima da média brasileira e registrou evolução diversificada para cada indicador do IFGF. Os melhores resultados são observados no IFGF Receita Própria (situando São Luís no conceito B, de 2006 a 2016) e no IFGF Custo da Dívida (o único indicador a classificar São Luís no conceito A, que representa uma Gestão de Excelência). Apesar dos resultados não muito favoráveis no indicador de Investimentos a gestão da capital foi conceituada como crítica nos primeiros e últimos 4 anos houve uma evolução, ainda que tímida, nesse período. Além disso, registrou-se o aumento da arrecadação própria e São Luís conseguiu recuperar-se da crise de liquidez dos anos anteriores. Com o Índice FIRJAN de Gestão Fiscal, o cidadão ludovicense também pode inserir-se na discussão sobre a situação fiscal da sua cidade e acompanhar o rendimento da gestão municipal. 11
12 Gráfico 4 Evolução de São Luís nos indicadores do IFGF ( ) REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN). IFGF Índice FIRJAN de Gestão Fiscal. Disponível em: Acesso em: 29 ago
A G O S T O D E Nº04. de São Luís LAURA REGINA CARNEIRO WILSON FRANÇA RIBEIRO FILHO SEPLAN
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