Ética Cristã e Planejamento Familiar

Transcrição

1 Ética Cristã e Planejamento Familiar Antônio Vitor

2 O casamento cristão pressupõe a formação de uma nova família e, como resultante, o nascimento de lhos. Está inserida na criação dos lhos, a responsabilidade familiar de prover o sustento e todo o cuidado indispensável para o desenvolvimento do ser humano. Por conseguinte, entre outros deveres e obrigações do casal, inclui-se o planejamento familiar. (BAPTISTA 2018, p. 101) O planejamento familiar deve ser levado como fundamento anterior a qualquer decisão que venha causar um certo impacto na família. Um nascimento de um lho, ou o adiamento deste, qual a época, dentre outros fatores deve ser levado em consideração por muitos cristãos no mundo todo. Nesta lição falaremos a cerca deste nobre assunto. Não pretendemos aqui apresentar alguma posição sobre tal, mas sim, trazer uma visão deste assunto para que possamos ter uma boa direção quando formos realizar o nosso planejamento familiar. O que é planejamento familiar? Entende-se por planejamento familiar, a ação de uma família decidir quando pretendem ter lhos e a quantidade total de lhos que desejam ter. Neste contexto estão inclusos temas como o cuidado da saúde das mulheres e crianças, controle da natalidade, métodos contraceptivos, educação dos filhos, qualidade de vida, dentre outros similares a estes. Podemos falar também a cerca de planejamento familiar, sobre aquilo que está inserido na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, onde prevê mecanismos que garantam direitos básicos a uma vida digna aos seres humanos, os chamados direitos humanos.

3 Na Constituição Federal de 1998 (CF88), no seu artigo 226, 7º, encontramos o seguinte: Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e cientí cos para o exercício para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas. Encontramos também no Código Civil brasileiro de 2002, em seu artigo 1565, 2º, também sobre o planejamento familiar: O planejamento familiar é de livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e nanceiros para o exercício desse direito, vedado qualquer tipo de coerção por parte de instituições privadas ou públicas. Devemos ressaltar aqui que o aborto não tem nada a ver com o planejamento familiar, pelo contrário, muitos tentam consertar a falta de um planejamento com essa prática criminosa e pecaminosa. O planejamento familiar na BíbliaO planejamento familiar não é um tema exclusivo de nossa época. Ele está presente nas páginas do Antigo e do Novo Testamento. E todos os exemplos bíblico rati cam a inviolabilidade da vida e a intervenção divina em favor das famílias de acordo com sua soberana vontade. (BAPTISTA 2018, p. 106) Nas páginas do texto Sagrado, podemos encontrar referências ao planejamento familiar, onde desde a ordem de procriação em Gn. 1.28, acompanhamos nas páginas Sagradas o crescimento populacional estava não só ligado a encher a terra, mas sim também com a conservação da descendência.

4 A família que não possuíra lhos, carregava consigo uma vida cheia de discriminação e vergonha, pois a fertilidade na Antiga Aliança era sinal de benevolência Divina para com aquela família. Temos como exemplo muito claro sobre a importância de uma mulher gerar lhos a seu marido, a história de Ana (1 Sm 1-2), onde ela era constantemente humilhada por sua concorrente Penina, chegando a ponto de muitas vezes deixar de comer por este motivo. Na Antiga Aliança, a fertilidade era vista como uma dádiva: Eis que os lhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre, o seu galardão (Sl 127.3). Nesse contexto, ter muitos lhos era sinal de benevolência do Altíssimo e sinônimo de felicidade (Sl 127.5). A esterilidade era motivo de discriminação (1 Sm 1.6,7), provocava desavenças (Gn 30.1,2) e era vista como vergonha (Gn 30.23). (BAPTISTA 2018, p. 108) Outro motivo também da geração de lhos era a conservação da descendência, conhecida como a lei do levirato, onde a linhagem do falecido permaneceria viva, pois estava sendo continuada por seu irmão, que se casava com a viúva, dando assim a possibilidade de continuidade daquela semente. [ ] O termo levirato deriva-se da palavra latina levir, cunhado. O título aqui dado refere-se ao costume que havia entre os hebreus de que quando um israelita casado morria, sem deixar descendente do sexo masculino, seu parente mais próximo era obrigado a casar-se com a viúva, caso esse parente fosse solteiro, a m de dar continuidade ao nome da família do falecido. O lho primogênito do novo casal tornava-se herdeiro do primeiro marido de sua mãe. (CHAMPLIN 2018, p. 1058)

5 Mas o planejamento familiar na Bíblia também refere-se também a uma boa convivência familiar também infere diretamente em seu planejamento. Nós lemos nas epístolas de Paulo, textos que orientam a o modo de convivência na família (1 Co 11.11; Ef ; 6. 1,2). Uma família que decide junto, ao nal, todos estarão dispostos a batalhar pelo que foi acordado entre as partes. Outro fator que cabe ser analisado biblicamente é a questão do não gerar lhos. Muitos decidem não gerar lhos por motivo de sua situação nanceira. Outros por motivo de querer curtir mais um pouco a vida de casado sem lhos. Contudo devemos entender que, a questão de não ter lhos deve ser relacionada mais ao fato de planejar do que o gozar a vida sem atrapalhos. O homem não peca pela simples limitação ou espacejamento do nascimento de seus lhos. Comete pecado quando suas motivações são presunçosas e utilitaristas. Portanto, postergar o nascimento dos lhos até que se possa cuidar melhor da família, limitar o número dos lhos para que se possa criá-los com dignidade e espaçar mais o tempo de nascimento entre um e outro lho para melhor acolher mais uma criança não podem ser considerados como pecado, pois as Escrituras ensinam ao homem a cuidar bem de sua família (1 Tm 5.8). (BAPTISTA 2018, p. 111) Referências: - BAPTISTA, Douglas. Valores Cristãos, CPAD, 2018; - CHAMPLIN, Russell Norman. Novo Dicionário Bíblico, Hagnos, 2018.

6 EBD em Foco EBD em Foco O EBD em Foco é uma plataforma de slides e cursos para professores da EBD que querem ministrar uma aula diferenciada. Faça agora seu cadastro e tenha acesso a um conteúdo exclusivo: slides das lições em PowerPoint, subsídios extras, comentários das lições, cursos bíblicos e cursos de educação cristã. Acessar agora Whatsapp do EBD em Foco (94) Falar com o Erberson