FEMINISMOS PLURAIS E FEMINISMOS EM ÁFRICA
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- Thais Amaro Bardini
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1 FEMINISMOS PLURAIS E FEMINISMOS EM ÁFRICA
2 FEMINISMO Filosofia de vida da qual deriva uma atitude crítica frente aos factos e perante a sociedade Tomada de consciência Resposta que conduz à mudança, a partir da transformação das próprias mulheres Método de acção e de reflexão Que as mulheres vão elaborando a partir das suas variadas situações sociais
3 FEMINISMO Movimento Social com uma componente ética e moral Movimento Social que implica mudanças estruturais com estratégias de longo prazo Movimento civilizacional, federativo, transnacional
4 DIFERENTES NÍVEIS DO FEMINISMO A CONSCIÊNCIA factor indispensável O DISCURSO TEÓRICO que se elabora ao longo do percurso O MOVIMENTO instrumento de luta ou grupo de pressão
5 NÍVEIS DO FEMINISMO FEMINISMO como filosofia, forma de vida, que nasce do nível de consciência e pensamento das mulheres Movimento social, conjunto de grupos organizados e de pressão social
6 FEMINISMO Diversidade de teorias e movimentos que criticam o preconceito masculino e a subordinação das mulheres Que se comprometem com a eliminação da desigualdade de género Perspectiva transformadora sobre qualquer assunto que diga respeito às mulheres e homens e que desafia o modo como as relações de género são socialmente construídas
7 FEMINISMOS - ÁFRICA Movimento de Mulheres Africanas, e os debates em torno do feminismo em África, emergem historicamente de quatro frentes:
8 FEMINISMOS - ÁFRICA Do movimento endógeno de mulheres que teria caracterizado grande parte das sociedades Africanas; Da resistência anti-colonial; Como produto directo do movimento de libertação nacional, que criou espaços para as mulheres transformarem as posições anteriormente defendidas sobre a mulher na sociedade, nos seus papéis de mãe, esposa e filha subserviente e obediente;
9 FEMINISMOS - ÁFRICA Como resultado do grupo de mulheres profissionais e outras educadas nas universidades, tanto em África, como no estrangeiro, mulheres independentes do ponto de vista económico e que foram gradualmente adquirindo visibilidade pela sua participação também em organizações de diverso tipo (Jirira, 1995; McFadden, AWLI, 1997; Amadiume, 1997).
10 FEMINISMOS - ÁFRICA Estas quatro fontes donde emergem os movimentos de mulheres Africanas e os movimentos feministas em África, representam uma mistura de correntes feministas: endógena, liberal, radical, socialista, marxista e feminismo negro da diáspora, todas propondo-se lutar, por diversas formas, pela libertação da mulher nas suas sociedades.
11 FEMINISMOS - ÁFRICA A participação das mulheres, em vários tipos de movimentos, tem a ver com: Os momentos históricos, As características diferenciadas dos países, dos grupos étnicos, das classes, da cor da pele, do estatuto, da idade, da religião.
12 FEMINISMOS - Moçambique Luta Armada de Libertação Nacional (LALN) , dirigida pela FRELIMO, Frente de Libertação de Moçambique LIFEMO, Liga Feminina de Moçambique DF, Destacamento Feminino OMM, Organização da Mulher Moçambicana A EMANCIPAÇÃO DA MULHER É UMA NECESSIDADE DA REVOLUÇÃO, GARANTIA DA SUA CONTINUIDADE, CONDIÇÃO DO SEU TRIUNFO. Samora Moisés Machel
13 FEMINISMOS - Moçambique Tomada de posição mais avançada que a de outros movimentos de libertação e mesmo de partidos de esquerda no mundo A REVOLUÇÃO DAS MULHERES PODE ESPERAR Mas, ao mesmo tempo, A CRÍTICA SEVERA DE SAMORA E DA FRELIMO feminismo entendido como um grupo de mulheres liberais e que confunde os propósitos da libertação (Machel, 1973).
14 FEMINISMOS - Moçambique Situação idêntica à que se verificou nos países latino-americanos feminismo apresentado como um fenómeno importado, meios de comunicação caricaturavam mulheres feministas, como sinónimo de mulheres amarguradas, anti-homem e mesmo considerando a prática feminista um perigo porque "dividia a luta de classes" (Portugal, Ana María 1996, "LatinoAmerica Pasado y Presente". In: Perspectivas (Feminismos), ISIS Internacional, Santiago de Chile, pp : 12-13).
15 FEMINISMOS - Moçambique 1975 Independência conceito de emancipação da mulher mulher garante do lar; integração da mulher na produção sem desafiar a divisão sexual do trabalho a nível do lar Finais 1980 antes da nova constituição de 1990 que adopta o multipartidarismo criação de organizações de mulheres, as primeiras a surgirem fora do Partido Frelimo
16 FEMINISMO Consciência política pelas mulheres que leva a um sentimento forte de auto-consciência, auto-solidariedade feminina e, por conseguinte, a questionar e a desafiar as desigualdades de género nas instituições sociais. Ifi Amadiume, 1987
17 FEMINISMOS - ÁFRICA Luta popular das mulheres pela libertação das várias formas de opressão a que estão sujeitas Movimento político que procura transformar as relações de género que são opressivas para as mulheres Algumas feministas africanas avançam que o feminismo tem as suas raízes na realidade africana consciência sobre a opressão desafio das mais diversas formas (Mannathoko, 1992)
18 FEMINISMOS - ÁFRICA Organizações 'endógenas' de mulheres Mulheres mantêm diversas formas organizativas tradicionais, em meio rural e urbano, que se foram transformando e recriando, ao longo dos anos, mas que continuam a constituir bases fundamentais de apoio para si e para as comunidades; Sua importância na criação de organizações
19 FEMINISMO TERCEIRO MUNDO DAWN-MUDAR (Development Alternatives with Women for a New Era/Mulheres por um Desenvolvimento Alternativo), criada 1985: Existe e deve existir diversidade de feminismos resposta às diferentes necessidades e preocupações de diversas mulheres e homens, definido por e para elas Tendências diversas: explicação sobre a opressão das mulheres, visão de libertação, quadro epistemológico em que se inserem
20 FEMOCRACIA GABINETES DAS PRIMEIRAS DAMAS Estrutura de poder feminino antidemocrático proclama a defesa da mulher, mas não a realiza na prática; dominada por pequena elite: autoridade deriva mais do facto de se relacionarem com homens do poder do que pelas ideias e projectos libertadores Aproveita compromissos internacionais pela igualdade de género para servir interesses da elite (Amina Mama, 1995)
21 MOVIMENTOS DE MULHERES E PARTIDOS POLÍTICOS "...O partido: um grande corpo com inúmeros braços, capazes de os cobrir - e conduzir. - A colectivização total da vida: a quotidiana, a mental, a afectiva. Nunca estiveram sozinhos: pensavam por eles, decidiam por eles, estruturavam as suas vidas. Laços muito fortes uniam-nos, como em qualquer seita ou gueto.
22 MOVIMENTOS DE MULHERES E PARTIDOS POLÍTICOS (...) Aprenderam o integrismo e o colectivo como antídotos ao "veneno" do individualismo. (...) uma entrega quase total. (...) mas tinham ao fim e ao cabo uma razão de existir, uma justificação permanente. E uma coluna vertebral que articulava cada resposta.
23 MOVIMENTOS DE MULHERES E PARTIDOS POLÍTICOS Sintetizando, o partido cumpria para elas o papel tradicional da família, na sua estrutura patriarcal completa: o partido como a mãe afectuosa com o seu regaço protector, o partido como o pai monolítico com as suas garras opressoras" (o sublinhado é meu) (Marcela Serrano, 1998, Tão Amigas Que Nós Somos. Quetzal Editores, Lisboa: 170).
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