PROCESSAMENTO DE ENDOSCÓPIO. Nome do autor. Patrícia M.T.
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- Cláudia Regueira Carvalho
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2 PROCESSAMENTO DE ENDOSCÓPIO Nome do autor Patrícia M.T. Abib
3 Os Procedimentos Endoscópicos são métodos utilizados para diagnósticos precisos e terapias invasivas de várias especialidades, incluindo gastroenterologia, oncologia, obstetrícia, ginecologia e pneumologia. Em virtude disso, o risco de infecção é bastante presente no ambiente hospitalar e depende muito da susceptibilidade do paciente, do tipo de procedimento, do tipo de microrganismo e principalmente da eficácia e da adesão dos produtos químicos no processo de limpeza. Os endoscópios apresentam estrutura interna complexa composta por canais longos com lúmens estreitos, permitindo a aderência de matéria orgânica e microrganismos, favorecendo a formação de biofilme. O biofilme dificulta o processamento eficaz e cria um desafio.
4 Processamento é o processo de limpeza, desinfecção ou esterilização a ser aplicado a produtos médicos, que garante segurança na sua utilização, incluindo controle de qualidade em todas suas etapas. Para garantir a segurança no processo de limpeza deve-se realizar todas as etapas do processamento de endoscópios: pré-limpeza, limpeza, desinfecção de alto nível, enxague, secagem e armazenamento de forma correta. Pré-limpeza: remoção da sujidade visível presente nos produtos para a saúde.
5 Limpeza: remoção de sujidades orgânicas e inorgânicas, redução da carga microbiana presente nos produtos para saúde, utilizando água, detergentes, produtos e acessórios de limpeza, por meio de ação mecânica (manual ou automatizada), atuando em superfícies internas (lúmen) e externas, de forma a tornar o produto seguro para manuseio e preparado para desinfecção ou esterilização. Desinfecção de alto nível: processo físico ou químico que destrói a maioria dos microrganismos de artigos semicríticos, inclusive micobactérias e fungos (processo manual ou automatizado).
6 Enxague: com água filtrada. Secagem: ar comprimido medicinal com pistola de ar sob pressão. Armazenagem: preferencialmente na posição vertical em armário com controle de temperatura e umidade.
7 Como garantir a limpeza eficaz?
8 Existem várias variáveis que influenciam na qualidade do processamento de endoscópios: Local adequado Planta física adequada, RDC N 6 de 10/03/2013. Profissionais. Protocolo Operacional Padrão (POP). Processo de Rastreabilidade.
9 Local adequado: Planta física adequada: RDC N 6 de 10/03/2013. Sala de processamento: Sujo e Limpo. Pressão negativa entre os ambientes adjacentes: exaustores.
10 Local adequado: Bancadas de inox. Paredes laváveis. Ambiente com pistolas pressurizadoras e máquina lavadoras.
11 Profissionais: Treinados e especializados. Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI s). Higienização das mãos.
12 Profissionais: Processo de limpeza, desinfecção, esterilização, armazenamento, transporte, funcionamento e manuseio dos equipamentos e acessórios. Monitoramento da eficácia dos saneantes. Gerenciamento de resíduos.
13 Protocolo Operacional Padrão (POP):
14 Protocolo Operacional Padrão (POP):
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16 Protocolo Operacional Padrão (POP): Limpeza do endoscópio Pré-lavagem Para a realização da pré-lavagem é obrigatório a utilização de Equipamentos de Proteção Individual. Retirar o excesso de secreção do endoscópio com uma gaze umedecida com detergente enzimático (colocar o detergente enzimático em recipiente individual, diluído conforme recomendação do fabricante) imediatamente após o término do procedimento em sala.
17 Protocolo Operacional Padrão (POP): Limpeza do endoscópio Pré-lavagem Acionar o canal de ar/água, alternadamente, por aproximadamente 15 segundos. Aspirar detergente enzimático através do canal de biópsia/aspiração para remover resíduos grosseiros. Conectar a tampa protetora do aparelho no tubo conector, após retirá-lo da fonte de luz. Colocar o aparelho em bandeja com tampa (bandeja com identificação/sujo S), e levá-lo para o expurgo.
18 Protocolo Operacional Padrão (POP): Limpeza do endoscópio Lavagem manual em cuba para todos os aparelhos endoscópios Essa etapa do procedimento é realizada na sala de processamento 1 (S). Obrigatório a utilização de EPI s. Fazer o teste de infiltração manual.
19 Protocolo Operacional Padrão (POP): Limpeza do endoscópio Lavagem manual em cuba para todos os aparelhos endoscópios Remover todas as válvulas, escovar e limpar as mesmas adequadamente. Injetar detergente enzimático nos 3 canais com a pistola ou seringa de 10 ml. Escovar com escova apropriada os 03 canais (ar, água e biópsia) até a escova emergir da porção distal fazer este processo 03 vezes em cada canal e repetir a escovação quantas vezes forem necessárias até remover toda sujidade dos canais.
20 Protocolo Operacional Padrão (POP): Limpeza do endoscópio Lavagem manual em cuba para todos os aparelhos endoscópios Injetar água nos canais com a pistola (S) ou enxaguar em água corrente. Secar o aparelho externamente e os canais internamente lavagem manual. com a pistola de ar comprimido (S) antes da Imergir totalmente o aparelho no saneante.
21 Protocolo Operacional Padrão (POP): Limpeza do endoscópio Lavagem manual em cuba para todos os aparelhos endoscópios Colocar os conectores apropriados nos canais para vedação e as mangueiras nos pinos e injetar o saneante com seringa de 10 ml sob pressão, fazer o processo por 03 vezes em cada canal; deixar o aparelho conforme recomendação do fabricante. Nos equipamentos da linha 180 colocar adaptador plástico no canal acessório e injetar o saneante com seringa de 10 ml sob pressão, repetir o processo por 03 vezes.
22 Protocolo Operacional Padrão (POP): Limpeza do endoscópio Lavagem automatizada para todos os aparelhos endoscópios Essa etapa do procedimento é realizada na sala de processamento 1 (S). Para a realização da lavagem automatizada é obrigatório a utilização de EPI s. Fazer o teste de infiltração manual.
23 Protocolo Operacional Padrão (POP): Limpeza do endoscópio Lavagem automatizada para todos os aparelhos endoscópios Remover todas as válvulas, escovar e limpar as mesmas adequadamente. Injetar detergente enzimático nos 3 canais com a pistola ou seringa de 10 ml. Injetar detergente enzimático nos 3 canais com a pistola ou seringa de 10 ml.
24 Protocolo Operacional Padrão (POP): Limpeza do endoscópio Lavagem automatizada para todos os aparelhos endoscópios Escovar com escova apropriada os 03 canais (ar, água e biópsia) até a escova emergir da porção distal fazer este processo 03 vezes em cada canal e repetir a escovação quantas vezes forem necessárias até remover toda sujidade dos canais.
25 Protocolo Operacional Padrão (POP): Limpeza do endoscópio Lavagem automatizada para todos os aparelhos endoscópios Injetar água nos canais com a pistola (S) ou enxaguar em água corrente. Secar o aparelho externamente e os canais internamente com a pistola de ar comprimido (S) antes da lavagem automatizada. Colocar os conectores apropriados nos canais para vedação e as mangueiras nos pinos necessários.
26 Protocolo Operacional Padrão (POP): Limpeza do endoscópio Lavagem automatizada para todos os aparelhos endoscópios Iniciar a lavagem automatizada com os cinco ciclos: link test, enzimático, saneante, enxágue e secagem. Tempo de lavagem com enzimático e com saneante, seguir recomendações do fabricante.
27 Protocolo Operacional Padrão (POP): Limpeza do endoscópio Enxágue e secagem para todos os aparelhos endoscópios Essa etapa do procedimento é realizada na sala de processamento 2 (L). Para a realização do enxágue e secagem é obrigatório a utilização de EPI s.
28 Protocolo Operacional Padrão (POP): Limpeza do endoscópio Enxágue e secagem para todos os aparelhos endoscópios Fazer 3 enxágues com duração no mínimo de 1 minuto cada. Enxaguar com água corrente todo o aparelho externamente e internamente. Secar o aparelho com ar medicinal internamente e externamente. Secar externamente com compressa macia e descartável externamente.
29 Protocolo Operacional Padrão (POP): Limpeza do endoscópio Armazenamento Armazenar os equipamentos em caixa plástica limpa com tampa (durante o período de rotina do setor). Lavar as caixas plásticas com água e sabão, após utilização e lavar em água corrente, secar e armazenar em local limpo.
30 Protocolo Operacional Padrão (POP): Limpeza do endoscópio Armazenamento Após términos dos exames os equipamentos deverão ser armazenados no armário para guarda dos endoscópios sem as válvulas conectadas. Os equipamentos deverão ficar armazenados em posição vertical em armário apropriado, com controle de temperatura entre 18 C e 24 C, deverá ter o registro das temperaturas em planilha apropriada no período da manhã e tarde.
31 Protocolo Operacional Padrão (POP): Desinfetante Eficaz contra uma ampla gama de microrganismos, incluindo vírus de transmissão sanguínea e príons. Tem que ser compatível com endoscópios. Deve ser não irritante e inócuo para os operadores. Sua eliminação não pode causar danos ao meio ambiente.
32 Protocolo Operacional Padrão (POP): Desinfetante Os desinfetantes devem ser utilizados na temperatura correta, segundo as instruções do fabricante. Devem ser testados regularmente com fitas reagentes ou kits para garantir ótima atividade do produto (perda de eficácia e estabilidade da solução).
33 Protocolo Operacional Padrão (POP): Glutaraldeído a 2% Vantagens: Ainda é muito utilizado; é barato; Não danifica os endoscópios; Deve ser monitorado quanto a eficácia e estabilidade a cada uso (diário) apesar da indicação do fabricante.
34 Protocolo Operacional Padrão (POP): Glutaraldeído a 2% Desvantagens: Pode ser danoso à saúde se não forem utilizados os cuidados de biossegurança na manipulação (EPIs) e no ambiente de trabalho (exaustão); meio ambiente (descarte inativado bissulfeto ou hidróxido de sódio). Fixa a matéria orgânica e permite formação de biofilme. Requer ativação, estabilidade de 14 dias. Tempo de imersão: 30 min. Conforme fabricante.
35 Protocolo Operacional Padrão (POP): Ortoftaldeído Vantagens: Mais estável que o glutaldeído, com menor pressão de vapor e não emite vapores nocivos. Não agride aparelhos com óticas mais sensíveis. Melhor atividade micobactericida. Tempo de contato mais curto de 08 min. Não requer ativação.
36 Protocolo Operacional Padrão (POP): Ortoftaldeído Desvantagens Como outros aldeídos pode manchar o equipamento se houver resíduo de proteína. Custo mais elevado. Desativação do produto para ser descartado.
37 Protocolo Operacional Padrão (POP): Ácido peracético Vantagens: É eficaz mesmo na presença de matéria orgânica, tem ação rápida contra os microorganismos. Causa menor dano ao meio ambiente. Não requer ativação. Tempo de contato mais curto de 10 min. É menos prejudicial à saúde do funcionário.
38 Protocolo Operacional Padrão (POP): Ácido peracético Desvantagens Alguns fabricantes de equipamentos não permitem a desinfecção com ácido peracético por causar dano ao equipamento.
39 Processo de Rastreabilidade:
40 Processo de Rastreabilidade: Conceito: Capacidade de traçar o histórico, a aplicação ou a localização de um item por meio de informações previamente registradas. Monitoramento de limpeza de endoscópios realizado através de testes utilizados para equipamentos canulados (lúmen interno). Esse teste permite identificar a eficiência do processo de higienização e limpeza por meio do ATP. O resultado é fornecido em segundos após leitura no luminômetro. E não deve ultrapassar 200 RLU s (unidade relativa de luz). ATP: Trifosfato de adenosina, adenosina trifosfato ou simplesmente ATP, é um nucleotídeo responsável pelo armazenamento de energia em suas ligações químicas.
41 Processo de Rastreabilidade: Histórico: Foram coletadas 855 amostras de Janeiro 2013 a Agosto Metodologia: Selecionar um equipamento endoscópio pós processamento, nos períodos da manhã e tarde. Colher do canal de sucção do equipamento o líquido do lavado (parte interna) com o tubete apropriado.
42 Processo de Rastreabilidade: Metodologia: Fazer ativação do reagente conforme orientação fabricante. Fazer a leitura no Luminômetro e registrar o resultado obtido. O resultado não deverá ultrapassar 200 RLUs. Nos casos em que o resultado exceda esse valor o equipamento deverá ser processado novamente.
43 Processo de Rastreabilidade: Resultados Obtidos 2013: Foram coletados 518 amostras com os seguintes resultados: Valor mínimo 1 RLU e valor máximo 100 RLUs. Números de Coletas 2013 Total Ano Gastro Colono 237; 46% 281; 54% Gastro Colono 5 0 jan/13 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13 jun/13 jul/13 ago/13 set/13 out/13 nov/13 dez/13
44 Processo de Rastreabilidade: Resultados Obtidos 2014: Foram coletados 337 amostras com os seguintes resultados: Valor mínimo 1 RLU e valor máximo 35 RLUs Números de Coletas 2014 Total Ano 2014 Gastro 139; 41% Colono 198; 59% Gastro Colono
45 Bibliografia: 1. RESOLUÇÃO - RDC Nº 15, DE 15 DE MARÇO DE 2012 ( 2. RESOLUÇÃO-RDC Nº 6, DE 1O- DE MARÇO DE 2013 ( 3. American Journal of Infection Control 41 (2013) Validation of adenosine triphosphate to audit manual cleaning of flexible endoscope channels - Michelle J. Alfa PhD, Iram Fatima MSc, Nancy Olson BSc. 4. American Journal of Infection Control 41 (2013) The adenosine triphosphate test is a rapid and reliable audit tool to assess manual cleaning adequacy of flexible endoscope channels - Michelle J. Alfa PhD, Iram Fatima MSc, Nancy Olson BSc. 5. WGO/WEO Global Guideline Endoscope disinfection. 6. Sociedade Brasileira de Enfermagem em Endoscopia Gastrointestinal SOBEEG Manual de Limpeza e Desinfecção de Aparelhos Endoscópicos (SOBEEG).
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