CONSELHO LOCAL DE COCHABAMBA - BOLIVIA IV CONFERÊNCIA BRASILEIROS NO MUNDO SALVADOR NOV. 2013

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Vagner Conceição Neiva
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1 CONSELHO LOCAL DE COCHABAMBA - BOLIVIA IV CONFERÊNCIA BRASILEIROS NO MUNDO SALVADOR NOV Senhoras e senhores, Membros do Conselho de Representantes de Brasileiros no Exterior, Sou Humberto Madeira, natural de Barra do Corda, Maranhão, estudante de medicina do último ano de faculdade, aqui representando o Conselho Local de Cochabamba, capitaneado pelo Ministro Fernando de Mello Vidal. Trago comigo a mensagem de mais de 20 mil brasileiros que estudam naquele país, uníssonos em tom e ideais. Senhoras e senhores, Devo à Bolívia a realização do meu sonho. Devo a um país vizinho a oportunidade de poder cuidar de vidas, de aprender a responsabilidade de tratar de seres humanos, de despertar o melhor em mim. Devo a um país extrangeiro a formação profissional, a capacidade de diminuir a dor de quem dela padece, e muitas vezes curá-la. Conselho Local de Cochabamba - Bolivia Página 1

faculdade, aqui representando o Conselho Local de Cochabamba, capitaneado pelo Ministro Fernando de Mello Vidal.

2 Esse país forma milhares de brasileiros que não tiveram a oportunidade de estudar nas melhores escolas, para passar numa Universidade Pública, e a maioria não possui recursos para pagar até seis mil reais de mensalidade, mas que transpassam fronteiras desfazendo-se do medo, enfrentando a solidão para levantar o troféu da formatura. Devo a este país a concretização do sonho da minha família, que projeta em mim as melhores intenções, obedecendo aos preceitos de Asclépio, que todos os dias me pergunta: queres ser médico filho meu? Sim, eu quero! E soa como um vaticínio quando diz: Até a própria beleza das mulheres, consolo dos homens, se desvanecerá para ti. As verás pelas manhãs, desgrenhadas, desprovidas de maquiagem, com parte dos seus atrativos espalhados pelos móveis do quarto. Deixarão de ser deusas para se converterem em seres afligidos pela miséria, sem graça. Só sentirás por elas compaixão. E conclui dizendo: Essa aspiração é digna de uma alma generosa, de um espírito ávido pela ciência, e ainda assim haverá os que desconfiarão de ti. Sim Asclépio, eu quero ser médico! Entendo que a medicina é universal, que o respeito e dedicação pelos estudos, e por àqueles que de ti se aproximam, muitas vezes com chagas verdes de pus, não se aprende somente aqui ou naquele país. Conselho Local de Cochabamba - Bolivia Página 2

Devo a este país a concretização do sonho da minha família, que projeta em mim as melhores intenções, obedecendo aos preceitos de Asclépio, que todos os dias me pergunta: queres ser médico filho meu?

3 É verdade que não existe exame de ingresso, mas existe o pior dos vestibulares, na saída; onde temos que provar para uma banca de professores-doutores do Colégio Médico, técnicos do Ministério da Saúde e para a sociedade, que estamos aptos a exercer a medicina. Mas ainda assim, ao retornar ao Brasil nos submetemos ao Revalida, método injusto, reserva dos que se proclamam melhores, encharcados pela xenofobia e pelo preconceito. Processo apresentado aos de fora, somente, pois os mesmos que elaboram não gostariam de se submeterem ao exame. Submetemo-nos a provas para especialistas, subespecialidades que esnobam o conhecimento técnico de um clínico geral recém-formado. Provas parciais, com as digitais daqueles que se dizem donos da verdade e do conhecimento absoluto. Mas hoje entendemos porque, ao ver a lamentável cena, quando companheiros médicos cubanos foram vaiados. Como brasileiro senti vergonha daquele episódio que foi destaque em todo o mundo. Propostas 1- Defendemos a adequação do Revalida, semestralizado, provas para clínicos gerais, e não para especialistas, elaboradas por técnicos do Ministério da Saúde, isentos do processo, assim como o controle de ensino e acompanhamento das instituições estrangeiras. 2- Defendemos a criação de uma Comissão Mista Permanente na área da educação, que permita o acesso às informações de cada aluno brasileiro matriculado em instituições bolivianas. Conselho Local de Cochabamba - Bolivia Página 3

Mas ainda assim, ao retornar ao Brasil nos submetemos ao Revalida, método injusto, reserva dos que se proclamam melhores, encharcados pela xenofobia e pelo preconceito.

4 3- Que os Ministérios da Educação e da Saúde, além de órgãos de fiscalização como o Ministério Público possam estreitar os laços com as instituições daquele país, conhecendo de perto a qualidade de ensino de muitas universidades e, anulando a possibilidade de desvios por parte de alguns poucos delinquentes. 4 - Solicitamos uma reconsulta aos órgãos bolivianos pelo Ministério da Saúde brasileiro, e detectaremos que hoje a Bolivia possui mais de 2,0 médicos por grupo de mil habitantes, o que permitiria a entrada de muitos médicos brasileiros no programa Mais Médicos. Informamos que há um forte indício que a Bolívia possui um índice maior que o informado pelo Ministério da Saúde, pois como não há emprego para todos os profissionais, apenas uma parte dos médicos está colegiada, evitando assim a anuidade das instituições. Mas ainda assim não se entende porque os médicos brasileiros formados na Bolívia ficaram de fora do programa Mais Médicos, visto que o cidadão brasileiro não é médico boliviano, é profissional brasileiro que foi apenas se formar lá fora, e está aqui, de volta em busca de trabalho na terra natal. Essa medida, de excluir do programa Mais Médicos o profissional brasileiro formado na Bolivia, estimula tão somente a CLANDESTINIDADE, combatida por nós do Conselho e pelas autoridades. Mas quem tem fome tem pressa, corre atrás de meios para trabalhar, ainda que em condições não permitidas, lamentável. Conselho Local de Cochabamba - Bolivia Página 4

4 - Solicitamos uma reconsulta aos órgãos bolivianos pelo Ministério da Saúde brasileiro, e detectaremos que hoje a Bolivia possui mais de 2,0 médicos por grupo de mil habitantes, o que permitiria a

5 Solicitamos uma imediata reconsulta às instituições que formam médicos na Bolivia, pois La Paz não obtém a informação atualizada. Os números atuais não condizem com a verdade. 5 - Igualmente convidamos as autoridades do Ministério da Educação, do Ministério da Saúde, a Comissão de educação da Câmara dos deputados e do Senado a visitarem as universidades bolivianas, e deixemos que o preconceito desabe diante dos olhos. 6 - E por tanto, em relação aos problemas experimentados pela comunidade brasileira em território boliviano, de caráter político e diplomático, entendemos que é chegada a hora de se fazer nova reunião de COMISSÃO MISTA para tratar de acordos que afetam diretamente a população brasileira em território boliviano. Por um Revalida justo; Pela abertura de mais vagas para complementação de diplomas; Pela criação de um só bloco econômico e social na América do sul; Abaixo as fronteiras físicas e preconceituosas; Por um Brasil melhor. Cochabamba, 14 de Novembro de Conselho Local de Cochabamba - Bolivia Página 5

deixemos que o preconceito desabe diante dos olhos.

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