Coordenação: Profª Vera Rodrigues
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- Matheus Caldeira Cavalheiro
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1 III Oficina Técnica da Chamada CNPq/MDS - 24/2013 Seminário de Intercâmbio de pesquisas em Políticas Sociais, Combate à Fome e à Miséria no Brasil Projeto E agora falamos nós: mulheres beneficiárias do Bolsa Família Redenção-CE Coordenação: Profª Vera Rodrigues
2 INTRODUÇÃO O projeto E agora falamos nós: mulheres beneficiárias do Bolsa Família - Redenção/CE visa problematizar as relações entre condição social (pobreza), gênero e raça/cor por meio de um estudo antropológico realizado com mulheres beneficiárias do Programa Bolsa Família no município nordestino de Redenção.
3 OBJETIVOS Geral Realizar um estudo antropológico sobre rupturas e continuidades nos processos de construção da autonomia social de mulheres beneficiárias do Bolsa Família nas áreas urbanas e rurais do município de Redenção/Ceara. Específicos Evidenciar as representações sociais sobre as beneficiárias do Bolsa Família Retratar o perfil sociocultural dessas mulheres; Colaborar na construção de indicadores da autonomia social e econômica das mulheres que subsidiem políticas públicas.
4 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA População: habitantes Cobertura BF: 3994 Famílias (Fev/2014) Fonte: Relatório Brasil Sem Miséria - Fevereiro 2014.
5 QUADRO SITUACIONAL:DISCURSOS MIDIÁTICO SENSO COMUM Vagabundas que agora não querem exercer o trabalho rural ou doméstico porque possuem o Bolsa Família; mulheres que só querem fazer menino (engravidar) e assim continuar vivendo às custas do governo.
6 METODOLOGIA FASE 1 a) Formação teórica-metodológica do grupo de pesquisa integrado por 07 bolsistas de iniciação científica (04 Cnpq e 03 voluntárias) do curso de bacharelado em humanidades; b) Articulação com CRAS Centro de Referência em Assistência Social e CRM Centro de Referência da Mulher:
7 METODOLOGIA FASE 1 Contexto local do Bolsa Família; Socialização dos resultados do projeto; c Realização de evento de apresentação do projeto à comunidade envolvente; Mediação e contato com as beneficiárias.
8 RESULTADOS FASE 1 Quatorze (14) encontros no período de abril a agosto de 2014; Articulação com os órgãos gestores do Bolsa Família no âmbito municipal; Elaboração do instrumento de coleta de dados; Formação teórico-metodológica da equipe. Início da inserção à campo no universo de 70 (setenta) mulheres da cidade de Redenção e área rural conhecidas como serras.
9 Dificuldades Fase 1 O acesso às áreas rurais; O contexto do ano eleitoral relacionado a uma pesquisa voltada para um programa do governo federal.
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12 METODOLOGIA FASE 2 03 de novembro de 2014 a 31 de março de 2015 Realização do trabalho de campo com entrevistas semiestruturadas com com 70 (setenta) mulheres beneficiárias do Programa Bolsa Família na região serrana de Redenção, no caso Piroás, na sede e no Outeiro. elaboração e entrega das relatorias das bolsistas. 01 abril de 2015 a 01 de junho de 2015 Análise das relatorias e dos dados coletados em campo.
13 Dificuldades Fase 2 Inicialmente, tivemos algumas dificuldades relativas ao acesso às entrevistadas, no tocante ao CRM, por envolver mulheres vítimas de violência doméstica. Isso foi superado com o apoio das profissionais do CRM na área de psicologia e assistência social, via mediação dos contatos iniciais.
14 RESULTADOS O programa Bolsa Família ainda não é visto como um direito social, mas uma ajuda, que oferece mais segurança, já que antes do programa passavam muita necessidade. Por conta disso, entende-se que ainda é preciso investir no tema da cidadania e direitos das mulheres; No tocante às relações de gênero, boa parte dos depoimentos enfatizou que o PBF não havia trazido mudanças para a relação do casal, a não ser o fato de que agora elas os ajudavam com as despesas da casa. No entanto, também ressaltaram que sentiam orgulho de dizerem que agora elas podiam comprar as coisas de casa, que elas cuidavam desse dinheiro.
15 RESULTADOS O processo de construção de uma autonomia feminina, a partir dos depoimentos, indica dois fatores a serem considerados: 1) O retorno aos estudos como parte de uma trajetória de vida interrompida por fatores ligados à pobreza ou mesmo ao casamento; 2) A ruptura com relacionamentos afetivos violentos e/ou desgastados.
16 Em relação ao número de filhos, algumas declarações trouxeram algo interessante: sem bolsa família ou com bolsa família, meu filho vai estudar. Isso indica que para as beneficiárias é muito importante que seus filhos estudem para melhorar de vida e assim ter oportunidades que não tiveram. A maioria não pretendia ter mais filhos, só se Deus mandasse. Isso corrobora recente pesquisa do IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística sobre a estabilidade no número de filhos entre as beneficiárias do PBF, contrariando a pré-noção de estímulo ao aumento do número de filhos ocasionada por programas de transferência de renda.
17 RESULTADOS Acerca do tema do preconceito contra as beneficiárias a maioria (64%) aquele que mais as ofende é o de vagabundas, pois o trabalho possui um valor associado à história de vida familiar. Para algumas isso ocorre por serem nordestinas e o povo do sul desmerecer o nordeste. Ressaltaram o sonho de conseguir um emprego e terminar os estudos. Aqui a educação aparece como um objetivo que surge no horizonte de suas vidas. Em todas, observou-se um incômodo muito grande com as adjetivações de ignorante e vagabunda oriundas dos discursos preconceituosos;
18 - A noção de pobreza, esteve associada ao não acesso a bens de consumo. Algumas das respostas passavam sempre pela questão de querer comprar uma coisa e não poder; precisar de algo e não ter, outras também citaram a fome; - Quando questionadas se já haviam ouvido alguma coisa que não tinham gostado ou não concordavam a respeito do programa, na maior parte dos casos se referiram ao valor do benefício, que ouviam que era baixo, mas que apesar de concordarem com isso acreditavam que as pessoas deveriam agradecer ao invés de reclamar. Outras também manifestaram discordâncias entre os valores pagos às beneficiárias.
19 PERFIL DAS BENEFICIÁRIAS Mulheres na faixa etária entre anos com filhos (em média 2), casadas e moradoras de áreas rurais. Baixa escolaridade (ensino fundamental incompleto). Cor parda.
20 DESDOBRAMENTOS DO PROJETO Trabalhos de conclusão do curso Bacharelado em Humanidades: A Pobreza vem de longe: um estudo interdisciplinar sobre pobreza, preconceito e Programa Bolsa família". Maria de Fátima Souza da Silveira. Autonomia Financeira e Abertura do mercado Econômico paras as Mulheres Beneficiárias do Programa Bolsa Família na cidade de Redenção- CE Tatiana de Lima Sousa (em andamento)
21 DESDOBRAMENTOS Análise do potencial de impacto geracional do Programa Bolsa Família na promoção do acesso de filhos(as) de beneficiárias ao ensino superior (trajetórias); Projeto de pesquisa Brasil-Alemanha para analisar experiências de projetos de transferência de renda em correlação com projetos educacionais e de equidade de gênero.
CATEGORIA DE BOA PRÁTICA:
Nome: Centro de Assessoria do Assuruá- CAA Endereço: Rua Itália, nº 349, Bairro Fórum, CEP 44.900-000- Irecê Bahia. Tel: 74 36411483 Executora da chamada pública de Ater ( x ) Chamada Pública 000087/12
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