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1 editorial. Estamos próximos da data de realização do V Congresso Internacional de Convergencia; portanto, dedicamos este número do Correio a textos relativos ao Movimento (Convergencia, Movimento Lacaniano para a Psicanálise Freudiana) e ao tema do Congresso propriamente dito O ato psicanalítico, suas incidências clínicas, sociais, políticas e criativa. Nessa Seção Temática, reunimos textos tanto de autores membros da APPOA como de colegas de outras instituições da Convergencia, que, como nós, têm trabalhado preparando o Congresso, seja em cartéis ou em eventos. Para situar melhor a amplitude desse Congresso, publicamos na Seção Notícias informações sobre os vários encontros preparatórios que tomaram lugar em diversas cidades brasileiras e fora de nosso país. A escolha da cidade de Porto Alegre como sede para o Congresso, indicação feita em reunião da Comissão de Enlace Geral de Convergencia, está articulada com o trabalho da APPOA no Movimento. O que promove sediarmos o evento, entre outras razões, é o reconhecimento de um estilo de trabalho que tem permitido laços interessantes entre psicanalistas e entre instituições. Um congresso é também oportunidade de nos encontrarmos com a alteridade necessária à construção de um trabalho sério e abrangente, bem junho 2012 l correio APPOA.1

2 editorial. como conhecer outros aos quais endereçar transferências. Num exemplo simples, o fato de saber em que instituição um autor que lemos inscreve seu trabalho permite ampliar a rede que construímos para tecer nosso trabalho e alargar o horizonte de possibilidades de intervenção analítica. Em uma perspectiva mais ambiciosa, é possível dizer que partilhamos da escrita da história da psicanálise, num movimento cuja consistência e vigor tem-se demonstrado ao longo de catorze anos. Boa leitura! 2. correio APPOA l junho 2012

3 notícias. V Congresso Internacional de Convergencia O ato psicanalítico e suas incidências clínicas, políticas e sociais 22, 23 e 24 de junho de 2012 Porto Alegre/RS Brasil A Psicanálise é uma prática discursiva cujos efeitos podem ser observados na clínica e também na vida cotidiana há mais de um século. Suas posições inovadoras, mesmo subversivas, sempre foram objeto de discussão dentro e fora das instituições psicanalíticas. As incidências do trabalho com o inconsciente mostram que a escuta do sintoma é possível considerando que este é sinal do sujeito e não manifestação de doença. Ora, nestes tempos de exigência de gozo imediato e de discursos fundamentalistas, face ao inevitável mal-estar na cultura, um tratamento que não ofereça cura milagrosa ou consolo permanente coloca-se como referência ética de que os atos de palavra são transformadores. junho 2012 l correio APPOA.3

4 notícias. As associações e os psicanalistas reunidos em Convergencia movimento lacaniano para a psicanálise freudiana consideram que as articulações entre o sujeito e sua polis são indissociáveis; pois o psicanalista é permeável aos discursos e, para que a psicanálise possa avançar em sua prática e teoria, faz-se necessário um exame permanente das consequências de seus atos. No V Congresso Internacional de Convergencia que acontece em Porto Alegre, teremos oportunidade de renovar esta aposta. Um momento de encontro e debate sobre os efeitos do ato psicanalítico na clínica das neuroses, das psicoses e das perversões. Acontecimento onde os psicanalistas podem dar conta da sustentação de seu ato nos mais diversos âmbitos consultórios, ambulatórios, hospitais e outros cujo lugar de reunião é uma oportunidade para compartilhar a experiência. Além disto, temos espaço para verificar os efeitos do ato no social, a experiência do encontro do discurso psicanalítico com as políticas públicas, sejam elas educacionais, culturais, ou de saúde mental. Um significante lançado ao mundo não é mais individual, afirmava Jacques Lacan em diversos momentos ao retomar o legado de Freud. Cada analista tem responsabilidade com a psicanálise ao sustentar em sua escuta os desdobramentos do fantasma na atualidade. Ao mesmo tempo, interrogar a política dos enlaces no campo psicanalítico faz parte de sua formação. Além disto, a transmissão do discurso psicanalítico está aberta às incidências do ato criativo, fazendo eco à potência do discurso em seu esburacamento do real. Convidamos a participar deste evento, no qual psicanalistas de diferentes línguas, formações e transferências estão dispostos ao diálogo e a relançar o ato inaugural que nos faz sustentar o que é a psicanálise. Eixos de trabalho As formas do tratamento psicanalítico na atualidade o ato analítico. (Incidências Clínicas) 4. correio APPOA l junho 2012

5 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. A intervenção clínica da psicanálise nas políticas públicas; a política das instituições psicanalíticas; a política do desejo in-mundo. (Incidências Políticas) Como formular o mal-estar na cultura hoje? O ato analítico frente ao mal-estar contemporâneo. O laço social frente ao individualismo, gozo e sofrimento. (Incidências Sociais) O ato e a criação do novo na cultura. Instituições convocantes Apertura(Espanha), Après-Coup Psychoanalytic Association (EUA), Acte Psychanalytique (Bélgica), Analyse Freudienne (França), Associação Psicanalítica de Porto Alegre (Brasil), Círculo Psicoanalítico Freudiano (Argentina), Cartels Constituants de L Analyse Freudienne (França), Centre Psychanalytique de Chengdu (China), Colégio de Psicanálise de Bahia (Brasil), Corpo Freudiano do Rio de Janeiro Escola de Psicanálise (Brasil), Dimensions de la Psychanalyse (França), Escola Lacaniana de Psicanálise do Rio de Janeiro (Brasil), Escuela Freud-Lacan de La Plata (Argentina), Escuela de Psicoanálisis Lacaniano (Argentina), Escuela de Psicoanálisis de Tucumán (Argentina), Escuela de Psicoanálisis Sigmund Freud-Rosario (Argentina), Escuela Freudiana de Buenos Aires (Argentina), Escuela Freudiana de la Argentina (Argentina), Escuela Freudiana de Montevideo (Uruguai), Escuela Freudiana del Ecuador (Equador), Espace Analytique (França), Espaço Psicanálise (Brasil), Fédération Européenne de Psychanalyse et École Psychanalytique de Strasbourg (França), Grupo de Psicoanálisis de Tucumán (Argentina), Insistance (França), Intersecção Psicanalítica do Brasil (Brasil), Laço Analítico Escola de Psicanálise (Brasil), Lazos Institución Psicoanalítica (Argentina), Le Cercle Freudien (França), Letra, Institución Psicoanalítica (Argentina), Maiêutica Florianópolis (Brasil), Mayeutica- Institución Psicoanalítica (Argentina), Nodi Freudiani Associazione Psicanalítica (Itália), Praxis Lacaniana Formação em Escola (Brasil), Psychanalyse junho 2012 l correio APPOA.5

6 notícias. Actuelle (França), Seminario Psicoanalítico (Argentina), Trieb Institución Psicoanalítica (Argentina), Triempo Institución Psicoanalítica (Argentina). Realização: Convergencia, Movimento Lacaniano para a Psicanálise Freudiana Informações e inscrições: Associação Psicanalítica de Porto Alegre APPOA ( Participantes Para participar do V Congresso Internacional de Convergencia deverá ser feita inscrição através do site preenchendo o formulário de acordo com a sua categoria, conforme o quadro abaixo. Lembramos que para inscrever trabalhos é necessário, antes, efetuar sua inscrição como participante. Prazo Profissionais (Brasil) Profissionais * (exterior) Até 3 anos de formação (Brasil) Até 3 anos de formação * (exterior) Estudante de Graduação (Brasil) Estudante de Graduação * (exterior) De 14 de Abril a 22 de Junho de 2012 R$ 380,00 U$220,00 R$ 250,00 U$140,00 R$ 180,00 U$90,00 Forma de pagamento: No momento, está disponível a inscrição por depósito, transferência bancária e cartão de crédito. PROGRAMAÇÃO DO V CONGRESSO DE CONVERGENCIA Mesa de abertura: 21 de junho (quinta-feira), 19h30min Local: Salão de Eventos do Plaza São Rafael (Av. Alberto Bins, 514) A mesa de abertura O Ato Psicanalítico: suas incidências clínicas, políticas e sociais contará com a participação do Governador Tarso Genro, do Secretário Municipal de Cultura, Sergius Gonzaga, e dos Psicanalistas Maria Rita Kehl (Comissão da Verdade) e Enéas Costa de Souza. 6. correio APPOA l junho 2012

7 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. 22 DE JUNHO SEXTA-FEIRA Local Horário Atividade Tradução Salão Imperatriz 8h às 9h Credenciamento Salão Salão José 9h às 10h30 Plenária 4 idiomas Salão Imperatriz 10h30 às 11h Coffee Break Il n y a pas d acte, de l acte. RENÉ LEW (Dimensions de la Psichanalyse). Reflexões sobre a bulimia. TERESA NAZAR (Escola Lacaniana de Psicanálise) Acte analytique, acte poétique. FREDERIC DE RIVOYRE (Espace Analytique) Wo es war. SANDRA WALTER (IPB) Debate Salão Salão José 11h às 12h30 Plenária Semblante, letra e passagem ao ato na psicose. SANDRA DIAS (Espaço Psicanálise) Pulsaciones. RUBEN GOLDBERG (Lazos) Ato Analítico Ato Psicanalítico. Aproximações. INEZINHA B. LIED (Maiêutica Florianópolis) Algunas consideraciones sobre el acto analítico. MOISES AZARETZKY (Trieb) Debate 4 idiomas Livre 12h30 às 14h Almoço 14h às 15h Grupos de Trabalho 1. Salão São José - CE Grupo 1 - Infancia, adolescencia y duelos Marta Pedó (APPOA), Nora Markman, Liliana Donzis (EFBA), Franca Brena (Nodi Freudiani), Celia Calvo, Claude Rabant 2. Auditório Grupo 2 - Plus de gozar. Itapema - CE Daniel Paola (EFBA), Edgardo Feisilber (Mayeutica), Moises Azaretzky (Trieb), Osvaldo Arribas (EFA) Port/Esp Port/Esp junho 2012 l correio APPOA.7

8 notícias. 3. Sala Cambará - CE Grupo 3 - Clínica y pulsión de muerte. Carmem Gomez (Sigmund Freud Rosário), Ilda Rodrigues (Mayeutica), Maria Cristina del Villar (EFBA) e Mercedes Moresco (Analyse Freudienne) 4. Sala Painera - CE Grupo 4 - Cuestiones de pasaje. Paulina Labovsky (EPLA), Cecilia Domijan (Letra), Marta Garber (Escuela de Psicoanalisis Lacaniano), Marta Mor Roig (Circulo Psicoanalítico Freudiano), Alejandra Rodrigo (EFBA), Alejandra Ruiz (EFBA) 5. Salão de Eventos Grupo 5 - Liberman, Garma, nuestra São Rafel - H lectura. Diana Voronovsky (Mayéutica), Enrique Tenenbaum (Letra), José Zuberman (EFBA), Silvia Wainstein (EFBA), Sergio Staude (EFA) 6. Salão Nobre - H Grupo 6 - Acto analítico: lógica de un caso. Hector Depino (Letra), Elisa Marino (Letra) y Zulema Lagrotta Port/Esp Port/Esp Port/Esp Port/Esp Trabalhos Individuais 1. Salão São José 15h às 16h Trabalhos Individuais 1/2/3/4 Itapema - CE 2. Auditório - CE Trabalhos Individuais 5/6/7/8 3. Sala Cambará - CE Trabalhos Individuais 9/10/11/12 4. Sala Painera - CE Trabalhos Individuais 13/14/15/16 5. Salão de Eventos Trabalhos Individuais 17/18/19/20 São Rafel - H 6. Salão Nobre - H Trabalhos Individuais 21/22/23/24 Port/Esp Port/Esp Port/Esp Port/Esp Port/Esp Port/Esp Salão Imperatriz 16h às 16h30 Coffee Break Salão São José 16h30 às 18h Plenária 4 idiomas The Subject Supposed to Know and the Analytic Act. HELENA GIBBS (Aprés-Coup) Acto psicoanalitico - Incidencias del Psicoanálisis. HUGO RUDA (EPlA) Acto Político. PURA CANCINA (EFBA) El acto Psicoanalítico. Sus incidencias clínicas políticas y sociales. ALFREDO YGEL (Escuela de Psicoanalisis de Tucuman) Debate 8. correio APPOA l junho 2012

9 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. Grupos de Trabalho 1. Salão São José - CE 18h às 19h Grupo 7 - Acto, sinthome, interpretación. Adelfa Jozami (EPLA), Liliana Donzis (EFBA), Diana Voronovsky (Mayeutica), Marta Nardi (EFA) 2. Auditório Grupo 8 - El odio en la transferencia y Itapema - CE en el lazo social. Marta Garber (Escola de Psicanálise Lacaniana), Marta Rietti (EFBA), Monica Morales (EFBA), Liliana Estela Garcia (EFBA) 3. Sala Cambará - CE Grupo 9 - El amor como signo de cambio de discurso. Cristina Maria Calcagnini (EFBA), Alejandra Rodrigo (EFBA), Noemi Sirotta (EFA), Cecilia Domijan (Letra) 4. Sala Painera - CE Grupo 10 - O ato analítico é não regulamentável - Antônia Portela Magalhães (Práxis), Francisca Abreu Senra (Laço Analítico), Rosane Monteiro Ramalho (APPOA) 5. Salão de Eventos Grupo 11 - Consecuencias psiquicas São Rafel - H dela diferencia sexual anatómica. Silvia Sigal (Letra), Edgardo Feinsilberg (Mayeutica), Graciela Berraute (EFA), Alba Flesler (EFBA) 6. Salão Nobre - H Grupo 12 - Unheimlich. Lucia Serrano Pereira (APPOA), Alejandra Ruiz (EFBA), Daniel Zimmerman (EFBA), Ilda Rodriguez (Mayéutica), Robson de Freitas Pereira (APPOA) Plenária Port/Esp/ Fran Port/Esp Port/Esp Port/Esp/ Fran Port/Esp Port/Esp 4 idiomas Salão São José - CE 19h às 20h30 Classificação de comportamento ou clínica do sujeito: that is the question. Alfredo Nestor Jerusalinsky (APPOA), BenjaminDomb (EFBA); Norberto Ferreyra(EFA); Gérard Pommier (Espace Analytique); Isidoro Vegh (EFBA) junho 2012 l correio APPOA.9

10 notícias. 23 DE JUNHO SÁBADO Local Horário Atividade Tradução Salão Imperatriz 8 h às 9 h Credenciamento Salão São José 9h às 10h30 Plenária 4 idiomas Salão Imperatriz 10h30 às 11h Coffee Break L Acte analytique aurait-il quelque incidence sur le social? / O ato analitico teria alguma incidência no social? ROBERT LÉVY (Analyse Freudienne) La tyrannie de l`homogène, (titre provisoire) a propos de la mise en cause en France des pratiques psychanalytique et de la psychothérapie institutionnelle. MICHELE SKIERKOWSKI (Cartels Constituants de l`analyse Freudienne) O mal estar na cultura e a função paterna, no princípio, agora e sempre. RONALD DE PAULA ARAÚJO (Corpo Freudiano) Incidencias del análisis en el lazo social. ISIDORO VEGH (EFBA) Debate Salão São José 11h às 12h30 Plenária 4 idiomas Síntoma social, síntoma analítico. ANABEL SALAFIA (EFA) Ato analítico e mal-estar na contemporaneidade. ISABEL CONSIDERA (Práxis Lacaniana) Incidencias sociales del acto analítico. FELISA PUSZKIN (Escuela de Psicoanalisis de Tucumán) Ato psicanalítico: suas incidências clínicas, políticas e sociais. MARÍA BORGATELLO DE MUSOLINO (Mayéutica) Debate 10. correio APPOA l junho 2012

11 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. Livre 12h30 às 14h Almoço 14h às 15h Grupos de Trabalho 1. Salão São José - CE Grupo 13 - Clínica psicoanalítica con niños y Adolescentes. Guillermina Díaz (Sigmund Freud Rosário), Aida Dinerstein (Letra), Liliana Donzis (EFBA), Mara B. De Musolino (Mayéutica), Héctor Yankelevich 2. Auditório Grupo 14 - Perspectiva en psicoanálisis Itapema - CE Presentación de Lapsus Calami nº 2. ILDA RODRIGUES (Mayéutica), Veronica Cohen (EFA), Alejandra Ruiz (EFBA), Daniel Zimmerman (EFBA) 3. Sala Cambará - CE Grupo 15 - Lacan y lo político. Cristina Irene Ochoa (EFA), Susana Stanicio (EFA), Liliana Lamovsky (EFBA), Cintia Ini (EFA) 5. Salão de Eventos Grupo 16 - Letras e imagens, a cena em São Rafel - H psicanálise. Lucia Serrano Pereira (APPOA), Alba Flesler (EFBA), Isidoro Vegh (EFBA), Paola Mieli (Après-coup), Regina Sarmento (Colégio de Psicanálise da Bahia), Robson de Freitas Pereira (APPOA), Urânia Tourinho Peres (Colégio de Psicanálise da Bahia) 6. Salão Nobre - H Grupo 17 - Abarrancamientos de la escritura. Silvana Tagliaferro (Escuela Freud Lacan de La Plata), Gabriela Aristegui (Escuela Freud Lacan de La Plata), Adrian Dambolena (EFBA), Liza Alberti Trabalhos Individuais 1. Salão São José - CE15h às 16h Trabalhos Individuais 25/26/27/28 2. Auditório Trabalhos Individuais 29/30/31/32 Itapema - CE 3. Sala Cambará - CE Trabalhos Individuais 33/34/35/36 4. Sala Painera - CE Trabalhos Individuais 37/38/39/40 5. Salão de Eventos Trabalhos Individuais 41/42/43/44 São Rafel - H 6. Salão Nobre - H Trabalhos Individuais 45/46/47/48 Port/Esp Port/Esp Port/Esp Port/Esp Fran Port/Esp Port/Esp Port/Esp Port/Esp Port/Esp Port/Esp Port/Esp junho 2012 l correio APPOA.11

12 notícias. Salão Imperatriz 16h às 16h30 Coffee Break 4 idiomas Salão São José 16h30 às 18h Plenária Incidencias políticas del discurso del analista. HÉCTOR CARLOS RUPOLO (Triempo Institucion Psicanalítica) Indeterminación y Certeza. ELISA MARINO (Letra) O que pode o analista na política com seu ato? NYMPHA AMARAL (Laço Analítico Escola de Psicanálise) El acto psicoanalítico y la transmisión: transferencia analítica-transferencia de trabajo. GUILLERMO FERREIRO (Círculo Psicanalítico Freudiano) Debate Grupos de Trabalho 1. São José - CE 18h às 19h Grupo 18 - Nominaciones Designaciones. Cuestiones de Escuela. Mara Musolino (Mayéutica), Dora Nilda Daniel (EFA), Pura Cancina (Esc. Psic. Sigmund Freud - Rosario), Veronica Cohen (EFA), Liliana Donzis (EFBA), 2. Auditório Grupo 19 - El objeto en el lazo social. Itapema - CE Marta Silvia Nardi (EFA), Sergio Boggio (Círculo Psicanalítico Freudiano), Eva Lerner (EFBA) e Daniel Zimmerman (EFBA) 3. Cambará - CE Grupo 20 - Goce, saber y verdad. Silvia Capdepon (Mayeutica), Maria Cristina del Villar (EFBA), Susana Staniciu (EFA) Trabalhos Individuais Port/Esp Port/Esp Port/Esp Port/Esp 4. Sala Painera - CE Trabalhos individuais 49/50/51/52 24 DE JUNHO DOMINGO Local Horário Atividade Tradução 4 idiomas Salão São José - CE 9h30 às 11h Plenária As incidencias do ato. ROBSON DE FREITAS PEREIRA (APPOA) 12. correio APPOA l junho 2012

13 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. Psicanálise e Poesia. URANIA TOURINHO PERES (Colégio de Psicanálise da Bahia) Acte analytique et Acte de création - Du man que à jouir au plus de jouir. JEAN CHARMOILLE (Insistance) El acto psicoanalitico: la interpretación. SILVANA TAGLIAFERRO (Escuela Freud Lacan de La Plata) Debate Salão Imperatriz 11h às 11h15 Coffee Break 11h15 às 12h15 Trabalhos Individuais 1. Salão São José - CE Trabalhos Individuais 53/54/55/56 2. Auditório Trabalhos Individuais 57/58/59/60 Itapema - CE 3. Sala Cambará - CE Trabalhos Individuais 61/62/63/64 4. Sala Painera - CE Trabalhos Individuais 65/66/67/68 5. Salão de Eventos Trabalhos Individuais 69/70/71/72 São Rafael - H 6. Salão Nobre - H Trabalhos Individuais 73/74/75/76 Livre 12h15 às 14h Almoço 14h às 15h Trabalhos Individuais 1. São José - CE Trabalhos Individuais 77/78/79/80 2. Auditório Trabalhos Individuais 81/82/83/84 Itapema - CE 3. Cambará - CE Trabalhos Individuais 85/86/87/88 4. Sala Painera - CE Trabalhos Individuais 89/90/91/92 5. Salão de Trabalhos Individuais 93/94/95 Eventos - H Port/Esp Port/Esp Port/Esp Port/Esp Port/Esp Port/Esp Port/Esp Port/Esp Port/Esp Port/Esp Port/Esp/ Ing 15h Encerramento CE = Centro de Eventos H = Hotel Informações detalhadas sobre os trabalhos individuais estão disponíveis no site junho 2012 l correio APPOA.13

14 notícias. Reuniões preparatórias ao Congresso de Convergencia Em 9 de dezembro de 2011 os membros da APPOA em São Paulo estiveram reunidos na atividade preparatória ao Congresso de Convergencia. Na ocasião Jorge Broide apresentou o trabalho A construção de uma política pública para a juventude em situações sociais críticas no município de Osasco, e a colega Marta Azzolini foi a debatedora. A discussão propiciou pensar sobre a inserção do psicanalista na construção de políticas públicas para as cidades, particularmente no que tange a questão das juventudes nas periferias. No dia 30 de março de 2012 fizemos mais um encontro em São Paulo com a apresentação do trabalho Ato e nomeação de Emília Estivalet Broide, e a participação de Sidnei Golberg como debatedor. A partir da consultoria realizada pela autora junto a Fundação de Assistência Social e Cidadania (FASC) e da escuta de pessoas em situação de rua da cidade de Porto Alegre, debateu-se as diferenciações e aproximações quanto ao ato psicanalítico e o ato na cultura. Em 17 de março último, em Buenos Aires, durante a Jornada Preparatória ao V Congresso de Convergencia O ato analítico: suas incidências clínicas, políticas e sociais, estiveram reunidas as instituições Círculo Psicoanalítico Freudiano, da Escuela de Psicoanálisis Lacaniano, da Escuela Freudiana de Buenos Aires, da Escuela Freudiana de la Argentina, letra Institución Psicoanalítica, Mayéutica Institución Psicoanalítica e Triempo Institución Psicoanalítica, parte das instituições convocantes de Convergencia Movimento Lacaniano pela Psicanálise Freudiana, de Buenos Aires. Realizou-se em Florianópolis em 13 de abril, sob responsabilidade de Maiêutica Florianópolis Instituição psicanalítica, a atividade preparatória ao V Congresso Internacional de Convergencia. Intersecção Psicanalítica do Brasil realizou em 14 de abril, em Recife, sua reunião preparatória ao Congresso de Convergencia. 14. correio APPOA l junho 2012

15 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. Jean Laplanche ( ) Em uma pequena sala no Centro Censier, no histórico quartier latin em Paris, Jean Laplanche durante muitos anos reuniu seu grupo de alunos para uma leitura dos textos de Freud em alemão com comentários, linha por linha, de traduções possíveis. Entre 1988 e 1989 acompanhei estes encontros na Universidade de Paris 7, podendo entrar em contato com a grande polêmica que agitava o mundo psicanalítico francês, em função do estilo laplanchiano de conceber esta tradução. Ele buscava uma certa literalidade na tradução tentando criar uma terminologia tipicamente freudiana. Portanto, forçava o francês nos seus limites, ousando furar algumas regras da língua, criando por vezes alguns neologismos para dar conta da especificidade de determinado conceito. Por vezes, a tradução resultava em longas frases e que, segundo alguns, já não era propriamente o francês. Mas, era isto mesmo que Laplanche tinha em mente. Como ele disse certa vez, seu desafio era verter o alemão de Freud em um francês freudiano. Foi justamente nesta época, em 1989, junto com André Bourguignon e Pierre Cotet, parceiros na direção da coleção das obras completas de Freud pela editora PUF (Presses Universitaires de France), que publicaram o livro Traduzir Freud. Em seu seminário, havia um clima de oficina e todos eram convidados a opinar, mesmo os ditos estrangeiros, alunos de tantos lugares do mundo, que vez por outra, talvez até pela condição de estranhos a língua francesa, conseguiam propor alternativas que o entusiasmavam. Na verdade, tínhamos a chance ali de aprender que é impossível ler sem reinventar a língua. No dia de aniversário do nascimento de Sigmund Freud, 6 de maio, Jean Laplanche morreu. Ainda muito jovem, com 19 anos, participou do movimento de resistência contra o nazismo na França e entrou em 1944 na Escola Normal Superior, seguindo os seminários de Gaston Bachelard e Maurice Merleau-Ponty. Nesta época, militou na esquerda francesa fundando, em 1948, junto com Cornelius Castoriadis e Claude Lefort, a revista Socialismo ou Barbárie. Fez por quase dez anos uma análise com Jacques junho 2012 l correio APPOA.15

16 notícias. Lacan e foi durante muito tempo um dos seus alunos mais brilhantes. Vem a se afastar de Lacan em 1964 quando funda junto Jean-Bertrand Pontalis, Didier Anzieu e Wladimir Granoff a APF (Associação Psicanalítica da França filiada a IPA). Isto se deu no momento em que Lacan é obrigado a se afastar da IPA, fundando então a Escola Freudiana de Paris. Em 1967, publicou junto com Pontalis o famoso e sempre clássico Vocabulário de Psicanálise, que durante muito tempo era uma das únicas referências mais completas de um dicionário no campo da psicanálise. Em 1969 criou na Universidade de Paris 7, o Laboratório de Psicanálise e Psicopatologia, um dos primeiros laboratórios que sustentava oficialmente a palavra psicanálise nos departamentos de psicologia. Como lembra Elizabeth Roudinesco, foi neste mesmo momento que Serge Leclaire fundou em Vincennes, na Universidade de Paris 8, o primeiro departamento de psicanálise em uma universidade francesa. Durante décadas Laplanche dividia seu trabalho no campo da psicanálise com a atividade de viticultor que o apaixonava. Até 2003 produziu no seu Château de Pommard um dos vinhos mais sofisticados da região da Bourgogne. Deixou dezenas de publicações além do clássico dicionário: Holderlin e a questão do pai (1961), Vida e Morte em Psicanálise (1970), Novos fundamentos para a psicanálise (1987), A revolução coperniciana inacabada (1992), Entre sedução e Imaginação, o Homem (1999), entre muitos outros. Edson Luiz André de Sousa 16. correio APPOA l junho 2012

17 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. Tesouraria A Associação Psicanalítica de Porto Alegre informa que, a partir do mês de junho, haverá um acréscimo nas mensalidades de Associados e Percursos, em função da inflação acumulada no último ano. Seguem, abaixo, os novos valores: CATEGORIA VALOR Membros R$ 235,00 Participantes R$ 180,00 Membros a distância R$ 355,00* Participantes a distância R$ 270,00* Percurso de Escola XI R$ 350,00 * Semestralidades junho 2012 l correio APPOA.17

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19 temática. História do Movimento de Convergencia Marta Pedó Em sua fala para a abertura do Primeiro Congresso de Convergencia (Paris, 2001) Jean Szpirko 1 descreveu a história do movimento 2. Abaixo publicamos seu texto na quase totalidade dele e algumas notas sobre o desenrolar do movimento desde então, que acompanhamos. Quarenta e cinco associações de psicanalistas, essencialmente europeias e sul-americanas, fundaram o movimento de Convergencia. Este Congresso será a ocasião de colocar em questão e em ato seus laços de trabalho e seu engajamento na política da psicanálise. 1 Este texto publicado no boletim da SPF de maio-junho de 2000 formaliza as informações transmitidas por Maryse Martin, Nora Markmann e Jean Szpirko e debatidas por ocasião na reunião dos Psicanalistas Praticantes da Sociedade de Psicanálise Freudiana em 29 de fevereiro de In: junho 2012 l correio APPOA.19

20 temática. O Movimento de Convergencia ainda não é suficientemente conhecido, nem por parte do conjunto dos membros das associações que o fundaram, nem por parte dos numerosos psicanalistas concernidos pelas questões da psicanálise, particularmente em face do cientificismo que, a partir de enunciados tomados de empréstimo às ciências, tenta validar crenças como se elas fossem universalmente compartilhadas. O cientificismo promove ideologias, concepções do mundo, que desconhecem, todas, o laço indefectível entre linguagem, saber, desejo e sexualidade. Nem todos os psicanalistas estão preocupados com esta política da psicanálise. Alguns dela se afastaram pela violência das querelas que, desde as reuniões da quarta-feira em torno de Freud, não cessaram de se reavivar. As tensões engendradas por ocasião das tramoias da IPA para excluir Lacan, por um lado, os acontecimentos entabulados pelo genro de Lacan para inscrever na história a destruição da EFP, por outro, deixaram suas feridas. Lacan, em uma leitura feita fora de seu último seminário, anunciou, por um lado, a dissolução da EFP 3, e, por outro, seus votos de receber demandas de filiação para uma associação que seria criada sob o nome de Causa Freudiana. Inúmeros psicanalistas, bem como outras pessoas de todas as áreas responderam: mais de mil! A Causa Freudiana foi rapidamente transformada em Escola da Causa Freudiana, da qual o genro de Lacan instaurou-se como diretor. Na época, muitos psicanalistas não queriam contrariar um velho homem cansado e doente em relação ao qual eles tinham uma dívida opondo-se a propostas talvez ainda investidas por ele, mesmo se o seu autor e beneficiário fosse seu genro. A dívida dos psicanalistas para com Lacan não concernia mais a seu genro do que a dívida de Lacan para com Freud não concernia a sua filha Anna. A dissolução da EFP foi assimilada por J. A. Miller à de Cartago, e, em nome do significante Delenda, ele instaurou um verdadeiro tribunal de inquisição em relação àqueles que não lhe manifesta- 3 École Française de Psychanalyse. 20. correio APPOA l junho 2012

21 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. vam os sinais de devoção que ele esperava. E neste contexto que a Causa Freudiana foi afetada por um novo nome, o de Escola da Causa Freudiana. Refazer uma escola permitia retomar os títulos da antiga (AE: Analista da Escola, AME: Analista Membro da Escola), sobre a base de uma confusão que Lacan havia denunciado entre gradus e hierarquia. Os processos de inquisição e de desvio da psicanálise provocaram a debandada de quase todos os psicanalistas das gerações anteriores que até então haviam acompanhado Lacan: Jenny Aubry, René Bailly, Louis Beirnaert, Jean Clavreul, Françoise Dolto, Solange Faladé, Patrick Guyomard, Serge Leclaire, Pierre Legendre, Lucien Israël, Maud e Octave Mannoni, Charles Melman, André Rondepierre, Moustapha Safouan, Christian Simatos... A lembrança desses acontecimentos permanece bastante dolorosa e explica, em parte, a persistente reserva de alguns psicanalistas perante a atualidade, quando esta interpela a posição da psicanálise na cidade: na política da psicanálise. A palavra política, por outro lado, é ao mesmo tempo valorizada e conotada negativamente a partir de suas origens gregas: é em nome dos assuntos da cidade que Sócrates foi condenado. Estas conjunturas políticas são incontornáveis, e importa que hoje, através de Convergencia, elas sejam entendidas e sustentadas por psicanalistas que, de perto ou de longe, tomam parte do ensino de Freud e de Lacan, que nodula: teoria, prática e transmissão, conferindo ao saber um estatuto absolutamente específico. Em todas as outras disciplinas, quem detém o saber são especialistas que o aplicam; os especialistas psi não escapam a este modelo, nem mesmo aqueles que afirmam levar em conta a dimensão do inconsciente. Em contrapartida, só pode sustentar a função de psicanalista aquele que sabe que seu saber suporta uma função particular: a de fazer emergir um saber que ele não conhece, que se encontra em estado latente para retornar viçoso na palavra do analisante. Este saber específico sustenta uma outra função original: a de permitir a demarcação de funções subjetivas que tramam os saberes, as crenças. A asserção segundo a qual não há metalinguagem junho 2012 l correio APPOA.21

22 temática. o ilustra bem. Sustentar esta posição, muitas vezes dolorosa, implica encontros, debates, confrontações, tentativas renovadas de teorizações e de publicações. Para melhor compreender o projeto de Convergencia, inseparável de suas origens sul-americanas, um breve retorno histórico é necessário. Os diferentes movimentos psicanalíticos da América do Sul não poderiam ser confundidos com o que se conhece acerca do lugar da psicanálise na América do Norte, do qual os filmes hollywoodianos propõem uma espécie de modelo universal A Casa do doutor Edwards, de Alfred Hitchcock, o ilustra particularmente bem. Este filme desconhece radicalmente a dimensão do fantasma, e anuncia, por este fato, a decrepitude do movimento psicanalítico norte-americano face ao sucesso, em certos meios da psiquiatria, do DSM, cujos enunciados referem-se a uma teoria dos fatos há muito obsoleta em outras disciplinas. O DSM propõe repertórios de signos que têm o estatuto de fatos, coletados em versões sucessivas: DSM III, DSM IV, DSM V, etc. Afirmando apoiar-se em fatos empíricos, validados segundo critérios objetivos, conformes às exigências da estatística, esses repertórios respondem, de fato, a uma lógica do fiado só amanhã: remetendo sempre ao depois as validações experimentais, que permanecem em suspenso e nunca realizadas, tal como as promessas oferecidas pelas religiões que anunciam amanhãs encantadores. Histórico O projeto de Convergencia prolonga o do Lacano-americano. Para uma melhor compreensão, convém situar a origem deste nome: lacano-americano, o movimento ao qual ele deu lugar na América do Sul, e sua articulação com a história da psicanálise na Europa, e em particular com a França. Consideraremos sucessivamente: a psicanálise na América do Sul; a dissolução da Escola Freudiana de Paris, o Discurso de Caracas e a eclosão, na América do Sul, de grupos lacanianos, que 22. correio APPOA l junho 2012

23 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. se dissociaram, de forma mais ou menos rápida, da Escola da Causa; a constituição do Lacano-americano e seu dispositivo, o projeto de Convergencia que, vindo da América do Sul, encontra-se, contudo, desde sua origem, ligado aos movimentos que se desenvolveram na Europa. A psicanálise na América do Sul Com Freud ainda em vida, a América do Sul sofreu rapidamente a influência da práxis psicanalítica. O desenvolvimento da psicanálise na Argentina, no Brasil e no Uruguai antecipou-se inclusive àquele que teve lugar na França; Freud e Melanie Klein, em particular, foram lá traduzidos muito cedo, e influenciaram numerosos discípulos. Atualmente, o movimento psicanalítico permanece extremamente vivo nos países de língua espanhola e portuguesa. É neste terreno que o ensino de Lacan suscitou um interesse que se reforçou incessantemente, a ponto de constituir objeto de grupos de estudos no seio do tronco sul-americano da I.P.A., no momento em que Lacan e seu ensino estavam excluídos da instituição internacional. Se Freud foi mais estudado em francês do que em alemão, Lacan foi sem dúvida mais estudado em espanhol e em português do que em francês. Entretanto, a notícia da dissolução da EFP semeou menor desnorteamento na América do Sul do que entre os franceses. A dissolução da EFP Este desnorteamento causado pela dissolução da EFP foi atenuado, na América do Sul, como que por antecipação, graças aos efeitos do Discurso de Caracas, lido por Lacan diante de um auditório que, enfim, descobria o mestre sem se dar conta de que o mestre não lia sua própria partitura, mas a de um outro. Neste discurso, que cria o significante lacano-americano, é dito que estes últimos beneficiaram-se de seu ensino sem terem junho 2012 l correio APPOA.23

24 temática. sofrido os inconvenientes de sua pessoa, e muitos sul-americanos reconheceram-se então como leitores de Lacan em uma relação com a transmissão diferente daquela em que se encontravam os auditores. Junto aos estudantes que se interessavam pela psicanálise, tanto na América do Sul como na França, uma consequência da dissolução foi a de promover a Escola da Causa. Pelo artifício que consiste em entreter uma confusão entre dois registros da transmissão o de um patrimônio e o de um discurso a ECF pareceu, por algum tempo, a herdeira legítima, até o momento em que ela sofreu, por sua vez, as divisões implicadas pelo seu modo de direção. Na América do Sul, numerosos grupos cindiram-se, outros criaram-se. Alguns grupos viram-se isolados, não tendo outro recurso, outros isolaram-se por aspiração a uma pureza de doutrina, esquecendo-se de que pureza e abjeção andam de mãos dadas. Outros ainda preservaram laços de troca e de trabalho, entre seus membros e com convidados externos chamados a testemunhar de sua práxis. Neste leque, alguns analistas consideraram necessário constituir laços entre diferentes grupos que tinham textos comuns como referência. Nesta ótica, foi criado um dispositivo de congregação que tomou o nome de Lacano-americano. O Lacano-americano O Lacano-americano cujo nome pode ser escrito de diferentes maneiras é, assim, uma das primeiras tentativas de agrupamento dos psicanalistas na América do Sul. Este agrupamento visava a estabelecer laços de trabalho, confrontações, debates entre psicanalistas membros de diferentes associações, e não associados. Sabemos desde sempre que cada grupo humano engendra suas próprias senhas, seus rituais. No seio de todo grupo que se pereniza sem trocas com outros semelhantes ou diferentes a dogmatização e a ortodoxia andam juntas, em um desconhecimento da dimensão do desejo, o que para a psicanálise é, no mínimo, para- 24. correio APPOA l junho 2012

25 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. doxal. Ora, a ortodoxia, para alguns psicanalistas, é edificada como um selo de nobreza, o que vai de encontro àquilo mesmo que constitui a especificidade da disciplina em nome da qual eles reivindicam falar. O primeiro Lacano transcorreu em 1987 em Punta del Este, no Uruguai, e foi regularmente reeditado a cada dois anos, em um outro país da América do Sul, em uma outra cidade. Indico aqui esquematicamente os elementos do dispositivo, que susteve a missão que lhe havia sido outorgada, a saber, a de oferecer a todos uma modalidade de funcionamento que exclui a frerocidade 4 que se exerce sempre em nome de um mestre imaginário que se trata de fazer gozar. Todo dispositivo comporta um certo número de regras, que podem ser assimiladas a rituais a partir do momento em que não tem outra função senão a de instaurar um modo de relação que dissipa a noção de diferença entre os membros de uma comunidade. No caso do Lacano, o dispositivo instaura uma lei pacificadora, que modera as compulsões à violência ao mesmo tempo que permite trocas muitas vezes bastante vivazes. Até o presente momento ninguém pode prever o futuro o dispositivo sustentou uma função simbolizadora: constituiu um lugar onde teses puderam ser formuladas e encontrar eco junto a pessoas que até então se ignoravam. Este dispositivo oferece a cada associação uma responsabilidade igualitária, não normativa, para um projeto comum: O Lacano é dirigido pela assembleia convocante constituída por representantes de cada associação, que arca financeiramente com três ou cinco inscrições em cada Lacano. No momento dos votos, cada associação membro da assembleia convocante conta um voto. A assembleia convocante designa uma comissão organizadora, que prepara e gere a infra-estrutura do Lacano, dis- 4 Frérocité, jogo de palavras que o autor emprega em francês para condensar os sentidos de ferocidade e fraternidade, indicando a ferocidade própria às rivalidades fraternas. Em português, a condensação seria impossível, razão pela qual optamos por frerocidade. junho 2012 l correio APPOA.25

26 temática. solve-se após o evento e a apuração das contas. A assembleia convocante se dissolve, ela própria, após cada Lacano. Uma outra deverá ser constituída especificamente para o próximo Lacano. A assembleia convocante do Lacano coloca em votação, no momento de sua conclusão, propostas para a escolha do local em que ocorrerá o próximo Lacano, e do nome da associação (ou associações) que, neste lugar, encarregar-se-á de coordenar e de gerir o evento. Nenhum tema geral é proposto. O Lacano é a oportunidade de um tempo e de um lugar onde pessoas membros ou não de associações possam ir testemunhar, um por um, de seu trabalho sem demandar crédito, sem seleção de títulos, dos trabalhos e das pessoas. Para cada exposição, sala e horário são sorteados: não se leva em conta, de forma alguma, o prestígio ou a reputação do conferencista. Só influem na organização e na alocação, o número de oradores inscritos e o número de salas disponíveis. Não há presidente de sessão. Duas pessoas ocupam a tribuna: o conferencista precedente, encarregado de zelar pelo respeito aos horários e por introduzir seu sucessor, bem como o título de sua exposição, e o orador que apresenta seu trabalho em um tempo cuja duração é estritamente limitada a trinta minutos. Insistamos: não há ultrapassamento do horário, nem mesmo negociação para casos particulares. O conferencista decide pela duração de sua exposição em relação ao tempo para debate que deseja ter com a audiência. Preservar a relação de alteridade é uma função essencial do dispositivo do Lacano, que impõe limites àqueles que têm dificuldade de conceber que a função do ao-menos-um é uma função simbólica que não necessita de que alguém seja ou se sinta na missão de encarná-lo. Este dispositivo não é engessado: ele é reavaliado a cada encerramento de um Lacano pela assembleia convocante, que se interroga sobre o interesse de sua manutenção ou de sua modificação. É sempre possível que um conferencista seja interpelado e convidado a intervir em um outro espaço onde será escutado mais longamente e onde suas proposições poderão ser mais longamente debatidas. Trata-se, neste caso, de atividades paralelas. 26. correio APPOA l junho 2012

27 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. O Projeto de Convergencia em face do Lacano e do interassociativo Se o projeto de Convergencia prolonga o Lacano, ele é também inseparável de outros movimentos que visam aos mesmos objetivos na Europa, em particular o do Inter-associativo. Este Inter-associativo, Inter-associativo de Psicanálise (estatutos votados em 4 de fevereiro de 1991), depois Inter-associativo Europeu de Psicanálise (janeiro de 1994), agrupou associações cujos membros fundadores, muitas vezes egressos da dissolução da EFP, haviam desejado restabelecer laços de trabalho entre si, entre os membros de suas associações, independentemente das clivagens institucionais. O Primeiro Colóquio do Inter-associativo de Psicanálise, em janeiro de 1991, foi um sucesso que antecipou a votação dos estatutos. O segundo colóquio acolheu, em janeiro de 1993, as contribuições e a participação de numerosos sul-americanos. Novos laços (de trabalho, de estima recíproca, de amizade) criaram-se na surpresa de constatar que, apesar da barreira das línguas, certas referências comuns permitiam falar-se e sustentar apaixonantes debates. Sul-americanos estavam presentes no ano seguinte à fundação do Inter-associativo de Psicanálise, em Bruxelas. Uma das diferenças entre o Lacano e o Inter-associativo Europeu de Psicanálise deve-se ao fato de que os laços institucionais do primeiro são incessantemente instaurados e dissolvidos, enquanto que para o segundo esses laços foram formalizados para durar - ainda que sejam frágeis. Nem o Lacano nem o IAEP têm secretariado permanente: os membros dos secretariados mudam periodicamente, e aqueles que são encarregados de organizar os colóquios ou jornadas de estudo veem suas missões terminarem após cada evento realizado.( Convergencia, que retoma, por sua conta, algumas opções fundamentais do IAEP por um lado, e do Lacano por outro, amplia no mundo inteiro opções até então limitadas seja à Europa, seja à América do Sul, e dispõe, assim, de uma dinâmica original. O Movimento de Convergencia concerne a todos aqueles que psicanalistas ou não estão em dívida para com os ensinos de junho 2012 l correio APPOA.27

28 temática. Freud e de Lacan. Entre Freud e Lacan, é hoje possível estabelecer algumas pontes: em quê determinadas concepções lacanianas prolongam, precisam ou contradizem certos enunciados freudianos. Tais referências são fecundas para tentar pensar, ainda que este exercício seja desconfortável porquanto exige, de cada um, que questione determinados enunciados tentando situar diferenças. Se não é forçosamente pertinente querer colocar em foco os efeitos respectivamente específicos de um ensino para auditores ou para leitores, é contudo interessante ouvir colegas de outro hemisfério, formados através das mesmas referências, aplicar estas referências de modo diverso daquele conforme a antigos hábitos... Seria desejável que, por ocasião do próximo congresso de Convergencia, na UNESCO, o interesse dos sul-americanos por relação aos franceses e aos europeus pudesse encontrar uma atenção idêntica para enriquecer os confrontos, para apoiar novos pontos de vista, para apoiar, deslocar certas convicções, ou reavivar questões deixadas em suspenso... O projeto de Convergencia não nasceu de forma inteiramente constituída pela imaginação de algumas pessoas. Ele exigiu numerosas reuniões de trabalho dos dois lados do Atlântico e foi pontuado por duas grandes manifestações em Barcelona. A primeira, em fevereiro de 1997, abriu o debate sobre as condições teóricas a partir das quais fundar teria algum sentido. Este encontro foi concluído com uma decisão das associações convocantes: a de se dar um prazo de um ano para fundar. Isto oferecia aos delegados das associações o tempo para consultar seus colegas, trabalhar o texto de fundação e propagar as informações em torno de si. Em outubro de 1998, graças à retomada do fôlego por parte de associações catalãs (Apertura e Invenció Psicoanalitica), na presença de muitas centenas de psicanalistas, os representantes das associações convocantes decidiram votar o texto dos estatutos que oficialmente fundavam Convergencia. Com o texto acima Szpirko abria o primeiro Congresso, em fevereiro de 2001, que inaugurou o trabalho que vem acontecendo. 28. correio APPOA l junho 2012

29 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. Desde então, Convergencia reúne as instituições que participam do Movimento, periodicamente e aperiodicamente. Os Comitês de Enlace, compostos de dois delegados de cada instituição membro, se reúnem anualmente a nível regional e a nível geral (Comitê de Enlace Geral). As reuniões acontecem em diferentes cidades e países, de modo a promover a circulação transferencial na difusão da psicanálise, e preveem, além do momento de trabalho institucional e do movimento, a interrogação teórica através de um colóquio geralmente aberto ao público. Os Congressos, a cada três anos em geral, mantiveram sua regularidade 5, e as reuniões ganharam em produtividade à medida que a confiança nos laços estabelecidos em Convergencia permitiu o dialogar menos permeado por posições a defender. O segundo Congresso aconteceu no Rio de Janeiro, em 2004, e após sua realização também houve iniciativas de novos de enlaces. Começaram a acontecer colóquios menores, com a participação de algumas instituições interessadas em compartilhar interrogantes sobre um mesmo tema. Também foram criados os grupos de trabalho, que reúnem psicanalistas de diferentes instituições para aprofundar algum assunto de interesse comum. Nestes casos, é frequente que a interlocução se dê à distância, via correio eletrônico, mas também há encontros presenciais durante os eventos. Há um crescimento fácil de observar no número de enlaces de trabalho que faz um efeito de rede de interlocução e que, apesar de se tornar mais complexo, mantém a simplicidade de uma proposta para encontro de trabalho ao redor de questões comuns e/ou propostas por um de seus integrantes. Na Argentina, o movimento ganhou alcance no Comitê de Enlace Regional, as principais instituições argentinas, representativas da psicanálise lacaniana e próximas em geografia porém distantes do compartilhar 5 Congressos de Convergencia: 2001, Paris, O Inconsciente; 2004, Riode Janeiro; 2007, Paris, Testemunhar a Experiência do Inconsciente; 2009, Buenos Aires, A experiência da psicanálise O sexual: Inibição, Corpo e sintoma. junho 2012 l correio APPOA.29

30 temática. os seus escritos, se reuniram e testemunharam dos efeitos dessa nova aproximação. Um evento a demarcar foi a escrita, em 2011, de um documento oficial de Convergencia sobre o DSM durante a última reunião do Comitê de Enlace Geral, em Buenos Aires. O texto estabelecido está também publicado nesta edição do Correio. A escolha de Porto alegre como sede para o próximo, quinto Congresso, não se desvincula do trabalho da APPOA no Movimento. Apesar de ser uma cidade pouco turística e não central no Brasil e/ou América, com apenas uma instituição membro do movimento, o que promove sediarmos é o reconhecimento de um estilo de trabalho que tem permitido laços interessantes. Um congresso é também oportunidade de nos encontrarmos com a alteridade necessária à construção de um trabalho sério e abrangente, bem como conhecer outros aos quais endereçar transferências. Num exemplo simples, o fato de saber em que instituição um autor que lemos inscreve seu trabalho permite agrandar a rede que construímos para tecer nosso trabalho e alargar o horizonte de possibilidades de intervenção psicanalítica. Em uma perspectiva mais ambiciosa, é possível dizer que partilhamos da escrita da história de um movimento, cuja consistência e vigor para permanecer e aumentar tem-se demonstrado. 30. correio APPOA l junho 2012

31 temática. Manifesto DSM A Comissão de Enlace Geral de Convergencia, Movimento Lacaniano para a Psicanálise Freudiana: 1. Manifesta sua oposição a que o Manual conhecido como DSM, em suas diferentes versões, apresente-se como o único instrumento e único discurso frente ao sofrimento do sujeito. 2. Interroga sua pretensa cientificidade, que encobre interesses de mercado. 3. Opõe-se à prescrição indiscriminada de psicofármacos,sobretudo seu uso pseudo preventivo na mais tenra infância. 4. Compromete-se a produzir um trabalho coletivo que amplie os fundamentos e o alcance desta posição. 5. Decide dar a conhecer ao conjunto das instituições-membro de Convergencia a à opinião pública as considerações aqui propostas. 6. Convida todas as instituições-membro a aprofundarem os documentos existentes sobre o tema e a pronunciarem-se no prazo de um mês a contar da presente data. junho 2012 l correio APPOA.31

32 temática. Buenos Aires, 3 de Junho de 2011 Convergencia, Movimento Lacaniano para a Psicanálise Freudiana Reunião do Comitê de Enlace Geral La Comisión de Enlace General de Convergencia, Movimiento Lacaniano por el Psicoanálisis Freudiano: 1. Manifiesta su oposición a que el Manual conocido como DSM,en sus diferentes versiones, se presente como instrumento y discurso único frente al padecimiento del sujeto. 2. Interroga a su pretendida cientificidad que encubre intereses de mercado. 3. Se opone a la prescripción indiscriminada de psicofármacos y, aún más al uso pseudo preventivo desde la más temprana infancia. 4. Se compromete a producir un trabajo colectivo que amplíe los fundamentos y alcances de esta posición. 5. Se decide dar a conocer estas consideraciones al conjunto de las Institucions Psicoanalíticas y a la opinión pública. 6. Esta Comisión de Enlace General invita a todas las Instituciones Miembro a profundizar los documentos ya existentes al respecto y a expedirse en el lapso de un mes a partir de la fecha. Buenos Aires, 3 de junio de 2011 Convergencia, Mouvement Lacanien pour la Psychanalyse Freudienne Réunion du Comité de Liaison Générale Le Comité de Liaison Générale de Convergencia, Mouvement Lacanien pour la Psychanalyse Freudienne: 1. Manifeste son opposition à ce que le Manuel nommé DSM, dans ses différentes versions, se présente comme l instrument et discours uniques au regard de la souffrance du sujet. 2. Interroge sa prétendue scientificité, qui recèle des intérêts de marché. 3. S oppose à la prescription indiscriminée des psychopharmacos, surtout son usage pseudo-préventif depuis la plus petite enfance. 32. correio APPOA l junho 2012

33 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. 4. S engage dans le compromis de produire un travail collectif qui puisse élargir les fondements et la portée de cette position. 5. Prend acte de donner à savoir à l ensemble des institutions membre de Convergencia et à l opinon publique ces considérations-ci. 6. Invite toutes les institutions-membre à approfondir les documents existants sur ce sujet et à se prononcer là-dessus dans le délai d un mois à compter de cette date. Buenos Aires, le 3 Juin 2011 Convergencia, Lacanian Movement for Freudian Psychoanalysis Le Comité de Liaison Générale The General Liaison Committee of Convergencia, Lacanian Movement for Freudian Psychoanalysis: 1. Manifests its opposition to the fact that the DSM manual claims to be, in its different versions, the unique instrument and discourse regarding the subjective suffering. 2. Challenges the so-called scientific nature of the DSM which serves to conceal the interests of the pharmaceutical market. 3. Opposes the indiscriminate prescription of psychotropic drugs, especially their alleged preventive use starting in early childhood. 4. Commits itself to producing a collective work aimed at widening the foundations and the scope of its position. 5. Resolves to make these considerations known to all member institutions of Convergencia and to the public. 6. Invites all member institutions to expand their knowledge of the the existing documents on this issue and to express their opinion within one month of the following date. Buenos Aires, June 3d 2011 Convergencia, Lacanian Movement for Freudian Psychoanalysis General Liaison Committee junho 2012 l correio APPOA.33

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35 temática. Nuances e consequências do ato diagnóstico contemporâneo Alfredo Jerusalinsky Quantos cerébros são necessários para que um cerébro funcione? Esta é uma pergunta que, curiosamente, nem a psiquiatria biologicista nem a neurologia reducionista tem se formulado. Porém, é evidente que a rede de cérebros 1 necessária para que o cérebro de um indivíduo da espécie humana funcione adequadamente excede folgadamente a unidade e, para sustentar sua complexidade, requer um sistema externo a seu corpo orgânico para organizar seu funcionamento: a linguagem (no sentido mais amplo de sistema linguístico e não limitado à expressão verbal fonatória, embora seja esta a privilegiada nos conjuntos sociais humanos mais diversos). 1 As aspas se devem a que em determinadas espécies os complexos ganglionares de que estão dotadas não alcançam para merecer estritamente o título de cérebros. Mas, elas também se devem ao caráter metafórico que aqui assume a palavra cérebro. junho 2012 l correio APPOA.35

36 temática. Quantos genes são necessários para que um gene funcione? De um modo geral, a pesquisa genética tem se orientado na procura do gene causal para cada transtorno mental. Essa inclinação metodológica foi inspirada no sucesso obtido no achado de determinadas alterações cromossômicas como causadoras de determinados quadros sindrômicos caracterizados por disfunções neuropsicológicas (cognitivas, intelectivas, psicomotoras e perceptivas) e por notórias alterações fenotípicas (por exemplo, síndromes, de Down, de Angelman, de Prader-Willis, de Rett, de X Frágil, entre outros). Tal orientação, além de não ter tido o sucesso esperado, tem favorecido um significativo acúmulo de confusões no plano psicopatológico. Principalmente a atribuição de causas genéticas não verificadas a uma grande variedade de sintomas psíquicos, com a consequente suposição de hereditariedade biológica, de cronicidade patológica, e de medicalização dos tratamentos. As mais recentes descobertas operadas na genética demonstram a improbabilidade de uma causalidade uni genética ou genética bi-unívoca para as doenças mentais. Em primeiro lugar pelas contribuições da epigenética (disciplina surgida em 1969 para o estudo da incidência do meio ambiente no grau de determinação das condições constitucionais gênicas), que demonstram, por exemplo, a existência de mutações genéticas significativas posteriores ao nascimento, sejam espontâneas, sejam induzidas pelas condições ambientais em que ocorre o desenvolvimento de cada indivíduo. Em segundo lugar, porque quando têm aparecido variantes genéticas associadas a quadros de perturbações mentais, essas variantes têm se registrado numa diversidade numérica e combinatória tal que impede estabelecer uma relação causal 2. 2 Em artigo publicado no blog.uniararas.br/psicologia, em 15 de junho de 2011,p. 450, Ricardo Zorzetto comenta: [...] até o momento alterações em mais de 200 genes, distribuídos por quase todos os cromossomos humanos, já foram associadas ao autismo [...] Apesar de haver um certo padrão entre os sinais clínicos, do ponto de vista genético cada paciente parece ter uma forma de autismo própria. Zorzetto inicia seu artigo assinalando que Desde que o autismo foi descrito nos anos de 1940, o diagnóstico continua clínico. 36. correio APPOA l junho 2012

37 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. Quantas sinapses são necessárias para que uma sinapse funcione bem? Que aqui acrescentemos a palavra bem às nossas interrogações se deve a que toda clínica que pretende se articular com uma ciência abandona algo de sua neutralidade e introduz um critério de quando algo está funcionando bem e quando está funcionando mal, critério inevitavelmente arbitrário numa certa proporção 3. Tal o caso da psiquiatria e da neurologia. Mas, o que principalmente queremos assinalar é que a rede nervosa em que se apoiam os supostos que orientam os atos diagnósticos e as condutas clínicas funciona num nível de diferenciação, combinatória e variabilidade que não somente permite a singularidade, senão que necessariamente a impõe. Tal circunstância resiste, então, a toda e qualquer tendência à tipificação que, inevitavelmente, um diagnóstico propõe. Por exemplo: quando se fala em transtornos mentais (no original em inglês: disorders), além de se supor uma ordem correta que não está sendo observada, a categoria mentais favorece uma confusão entre estruturas de lógica muito diferentes, cujas particularidades ficam enuviadas e, portanto, entorpecidas as tentativas de elucidar suas articulações. Grande parte das torpezas terapêuticas e diagnósticas que se cometem nesses territórios clínicos se devem, por exemplo, à indiferenciação no ato diagnóstico entre estruturas psíquicas e funções psicológicas, entre disfunções nervosas e sintomas psíquicos, estabelecendo uma suposta equivalência através da categoria uniformadora de transtorno mental. Se a isto acrescentamos que a ordem correta suposta é construída estatisticamente, estabelecendo então como parâmetro de normalidade aquilo que se registra como sintoma da maior parte da população, teremos um quadro onde se sanciona qualquer tendência a singularidade, pelo qual o sujeito fica acuado e confinado a uma anormalidade crônica. O sofrimento pessoal passa, então, à mesma 3 Foucault, Michel. Resumo dos Cursos do Collège de France ( ). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997, p junho 2012 l correio APPOA.37

38 temática. condição que tinha a histeria na época vitoriana: ou é uma condição constitucional incurável (e por isso somente objeto de controle medicamentoso na atualidade e vigilância, no melhor dos casos, tolerância), ou é uma expressão de teimosia e fingimento que não merece tratamento nem compreensão nenhuma, mas, simplesmente, uma prática de domesticação. Quais são os indicadores biológicos confiáveis para um diagnóstico psi? Em 12 de fevereiro de 2010 a revista Science publicava: Quando a primeira conferência de preparação do DSM V aconteceu em 1999, os participantes estavam convictos que seria seguramente possível estabelecer o diagnóstico de numerosos problemas mentais por indicadores biológicos tais como testes genéticos ou observação por imagens cerebrais. Porém, enquanto a redação do DSM V está em curso, os responsáveis pela APA (American Psyquiatric Association) reconhecem que nenhum indicador biológico é suficientemente confiável para merecer figurar nessa nova versão (Miller e Holden, 2010). No total, a genética não tem identificado mais do que algumas anomalias genéticas nas quais as alterações somente explicam uma pequena percentagem de casos e unicamente para os problemas psiquiátricos mais severos: autismo, esquizofrenia, retardo mental e transtorno bipolar de tipo um (quer dizer com episódio maníaco que requer hospitalização). De fato, a percentagem de casos explicados pelas anomalias genéticas é mais elevado para o autismo, e ela não é mais do que de 5 %. Fora desses raros casos de ligação causal, a genética não tem identificado outra coisa senão fatores de risco que são sempre falíveis. A contribuição dessas observações, tanto do ponto de vista do diagnóstico quanto da pesquisa sobre novos tratamentos, é certamente limitada (Gonon, 2012, p. 57). 4 4 Francoise Gonon é pesquisador de nível I em neurobiologia no CRFr. 38. correio APPOA l junho 2012

39 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. Essas referências demonstram que as certezas com que o campo neuropsiquiátrico aborda o sofrimento psíquico distam muito dos verdadeiros resultados obtidos pelas ciências neurobiológicas, e, sobretudo, que as tentativas de substituir ou suprimir a clínica do sujeito não passa de uma proposta ideológica desprovida de qualquer fundamento científico. Precisamente tais certezas na prática diagnóstica funcionam como sentenças e excluem o sujeito de qualquer tentativa de ser protagonista de sua própria cura. Estabelecem, desse modo, uma dependência absoluta e interminável a seu médico e a seu fármaco supostamente específico; como complemento será oferecido um assessoramento que irá instruí-lo para o melhor controle de seus excessos sintomáticos. A substituição de categorias psicopatológicas, que atentam para o deciframento das formas singulares do psiquismo, por composições estatísticas derivadas da frequência de manifestações fenomenológicas tem como consequência a criação de castas psicopatológicas, que anulam o reconhecimento das diferenças que inspiram e permitem o desejo singular de cada um. Referências bibliográficas GONON, F. La psyquiatrie biologique: une bulle speculative? Revue de Nevrociences, p.57, MILLER, G; HOLDEN, C. Proposed Revisions to Psyquiatriy s Canon Unveiled. Science. v.327, p , junho 2012 l correio APPOA.39

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41 temática. Jornada Preparatória ao V Congresso de Convergencia Em Buenos Aires, Círculo Psicoanalítico Freudiano, Escuela de Psicoanálisis Lacaniano, Escuela Freudiana de Buenos Aires, Escuela Freudiana de la Argentina, letra Institución Psicoanalítica, Mayéutica Institución Psicoanalítica e Triempo Institución Psicoanalítica, instituições convocantes de Convergencia Movimento Lacaniano pela Psicanálise Freudiana, realizaram a Jornada Preparatória ao V Congresso de Convergencia O ato analítico: suas incidências clínicas, políticas e sociais. Os textos que seguem, em espanhol, apresentam algumas das proposições discutidas naquela ocasião e que serão objeto de trabalho durante o Congresso que se aproxima. Hacemos llegar algunas puntualizaciones e interrogaciones 1 surgidas a partir de la Discusión y el Debate en Plenario, que tuvo lugar en las Salas 1 Han participado con su producción para la realización de este escrito, los siguientes psicoanalistas, miembros de Círculo Psicoanalítico Freudiano: Carolina Fábregas, Marta Mor Roig, Claudia Messer, Miriam Britez e Guillermo Ferreiro. junho 2012 l correio APPOA.41

42 temática. Alfonsina Storni, Pablo Picasso y Pablo Casals, y que han sido reformuladas y aportadas por algunos psicoanalistas, miembros de Círculo Psicoanalítico Freudiano: Cúal es la especificidad del acto psicoanalítico? Está solo referido a la experiencia psicoanalítica? Hay un dentro y fuera del consultorio, ya que como sujetos parlantes estamos inmersos en el lenguaje? Dónde ubicar el acto psicoanalítico en la cura? En las entrevistas preliminares, en la repetición en la cura, al final del análisis? Qué supone la afirmación de Lacan que el analista tiene horror al acto? El hacer del analizante tiene que ver con la tarea psicoanalizante, y el hacer del analista, con el programa de esa tarea y con el acto analítico. Hay en el acto psicoanalítico, la dimensión del de-ser, de la destitución de la función del sujeto supuesto saber, de la idealización, y esto trae como efecto, la caída del analista como objeto a. El analista en la cura, pone en juego su relación a su deseo de analista y a su castración, y soporta el acto analítico. Qué implica el concepto de soportar, es sinónimo de aguantar? Es un trabajo forzado el del analista? El analista en su caída como objeto a, da cuenta de un descompletamiento de goce en el campo del Otro. Ahora bien, si la cura está en relación al síntoma, y Lacan afirma que para el psicoanálisis, la política es la del síntoma, es desde esta óptica que se debería abordar la política dentro de las instituciones y fuera, es decir, entre las instituciones? Cómo articular la incidencia en la polis de un deseo decidido (que está en relación al acto psicoanalítico), y es producción de fin de análisis? Cómo se manifiesta, cuales son los impasses del deseo del analista, entre la intensión-extensión? Qué de la operatoria del analista, en el lazo social, es decir, en instituciones como el hospital, el centro de salud, la obra social, ó la universidad? 42. correio APPOA l junho 2012

43 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. Se menciona el accidente ferroviario que ocurrió recientemente en la Estación de Once, en Buenos Aires, en el que fallecieron 51 personas. Surge la pregunta acerca de como pensar este accidente: fue un acting, un pasaje al acto, ó, una brutal tragedia? Se concluye que solo cada sobreviviente, con su relato de lo acontecido, podrá historizar lo sucedido. Se señala el riesgo de un desplazamiento analógico de conceptos psicoanaliticos, a otros campos y ámbitos de lo social. Aquí el debate toma un cariz interesante, ya que si bien, efectivamente es un riesgo, tal vez seria un riesgo que valdria la pena correr, hasta tanto los psicoanalistas no podamos encontrar y conceptualizar, el modo de incidir en lo social y lo político, a través de significantes y conceptos que son a advenir. Se habla de la tarea de psicoanalistas, que se encuentran trabajando con investigadores de historia, acerca del concepto de repetición, y surge la interrogación de si es posible pensar cuestiones de la historia, de lo político, y de lo social, desde este concepto. Se debate también acerca de la diferencia entre liberación y emancipación, planteando a la emancipación, como emancipación del goce que parasita al sujeto, y a la liberación, como concerniente a lo social. Hay una relación lógica que está articulada entre el Acto analítico y la Etica del deseo. Solo hay que volver al Seminario de Lacan, y a sus formalizaciones sobre la Etica, para poder retomar las vicisitudes y las encrucijadas, que entre la ley y el goce, se debate Antígona, al desafiar la ley impuesta a la ciudad por Creonte. Una cuestión fundamental para el psicoanálisis, es hacer frente al discurso de la ciencia y el psicoanálisis puede hacerlo, en tanto no pierda de vista, que es una praxis de lo real, un decir de lo imposible. junho 2012 l correio APPOA.43

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45 temática. Palabras de apertura Carolina Fábregas Solsona 1 La posibilidad de decir algo sobre el Acto Analítico, me sugirió una primera asociación que remitía a las intervenciones del analista que tocan lo real. A esta asociación, le siguió una serie de lecturas y el bucear en mi práctica intentando rastrear alguna intervención que pudiera dar cuenta de esa idea. Encontré entre otras, una frase de las muy conocidas de Lacan, que ubica el acto del lado del analista y el hacer del lado del analizante. Así fue como com estos primeros hilvanes aparecieron algunos interrogantes que hoy orientan este escrito Qué es lo especifico de este accionar del lado del analista, en este acto que no tiene que ver con la motricidad? Qué función tiene este acto en la cura? 1 Psicanalista do Circulo Psicoanalítico Freudiano, Buenos Aires. junho 2012 l correio APPOA.45

46 temática. A que alude este hacer del lado del analizante? Hablar de acto analítico no solo invita a pensar en las intervenciones del analista sobre lo Real, sino que también, el Acto Analítico anuda la posición del analista y la producción del inconciente. Me resultó interesante pensarlo no solo como intervención que será siempre leída a posteriori, si no también como aquello que esta desde el principio, como acto inaugural que marca esa primera llegada de un sujeto portando su sufrimiento, y que se encuentra con un analista que desde el momento que se dispone a escuchar está soportado en el acto analítico. Es decir el acto que apuesta al inconsciente, a autorizar a que ese hable y eso hable en el. El acto analítico crea las condiciones fundacionales para que el desarrollo de una cura sea posible. Comprende la posición del analista, que aún sabiendo del destino de su caída, acepta jugar la partida, lo cual implica autorizar la tarea psicoanalizante, su apuesta al inconsciente. Poder soportar este acto implica no solo la marca de la castración sino su asunción como propia, es decir aceptar su acto a sabiendas que no es el único, que en el y cada vez algo se escapa, que no todo puede ser dicho. Entonces decimos que el acto analítico tiene la particularidad de constituir un instante de corte, que marca un antes y un después, como fue aquel espectacular acto en que Freud le anuncia al hombre de los lobos el final de su tratamiento com él. Pero también, es un acto que paradojalmente se sostiene durante el recorrido de una cura, encontrando su culminación si se puede decir mas acabada y en el mejor de los casos en la ribera de la obtención del objeto a. Esto abre una nueva pregunta: Podemos pensar que lo que sostiene a este acto es el deseo del analista? Transitar un concepto, para dar cuenta de el, teorizando la práctica, pienso que ahí también se juega el acto analítico. Se juega cuando un psicoanalista se enfrenta con un concepto e intenta decir lo propio al respecto, que no es, sin los otros. Por lo tanto y sin pretender lograr la espectacularidad de Freud con su famoso paciente que ponía fin a ese análisis 46. correio APPOA l junho 2012

47 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. y en un tiempo distinto ya que será el del inicio, es que les ofrezco este relato 2. Se trata de una paciente en los primeros tiempos de la consulta, en los que su malestar era atribuido al amor que sentía por un chico con el que nunca lograba un encuentro. La historia era la historia de cada día, un relato detallado de su hacer cotidiano. Un desencuentro en relación al horario de la sesión la enoja en exceso, e instala un decir querellante. A partir de ahí se produce un viraje. Relata que esta muy mal que no le encuentra ningún sentido a la vida, que para que? Que cual seria el gusto por vivir? Que es lo mismo si ella esta o no está. Después de su larga exposición al respecto le digo que se esta haciendo una pregunta y que estoy dispuesta a acompañarla en el recorrido hasta que pueda contestarse. A la próxima viene exultante y con algo de aquella querella que en un principio se había hecho escuchar. En ese momento mi intervención alude directamente a una parte de su cuerpo (los ojos) recorte que de una u otra manera se daba a ver en las sesiones. Ella se ríe y asiente. A la siguiente sesión retomará una pregunta que le había hecho sobre un familiar y de la que ella subrayará la sorpresa que le causó y su asociación con outra pregunta que en su infancia le había hecho su niñera. A posteriori podemos leer algunas cuestiones que quedan inauguradas: el analista ubicado en el lugar de supuesto saber, le preguntó algo que ella nunca había pensado ni se había preguntado, pero que a la vez le trae un recuerdo infantil, que ni mas ni menos aludía al origen y a la sexualidad. Rescato la sorpresa que me produjo ya que quizás con cierta fascinación mi lectura avanzaba por la vertiente de la mirada. Pero Violeta inauguraba otra cosa; frente a esa pregunta no calculada de la analista, ella recuerda una sensación, la sorpresa que le había procurado otra 2 Para la publicación de este comentario, no incluiré la viñeta que fue leída en la actividad preparatoria para el Congreso, pero intentare transmitirles algunos hilvanes de la misma. junho 2012 l correio APPOA.47

48 temática. pregunta en su infancia. En este punto algo de la dimensión inconciente irrumpe, algo queda inaugurado. Ahora bien, Esta intervención es del orden del Acto? El acto fue la pregunta? Creo que en esta oportunidad la pregunta toma valor de acto en tanto instala la tarea del analizante. El acto analítico, vía su lectura, ubica este recuerdo en su dimensión subjetiva. Si pensamos que el no recordar esta al servicio de no perder, el recordar nos anuncia que algo se ha perdido. En el recorte se puede ubicar el acto inaugural de un análisis posible, con lo de imposible que este tiene. 48. correio APPOA l junho 2012

49 temática. Algunas consideraciones en torno al acto analítico Cristina Capurro 1 El psicoanálisis diferencia lo que el lenguaje corriente homologa: acto y acción. El acto analítico es una noción lacaniana crucial a la hora de inteligir qué es el psicoanálisis, cómo opera, a qué debe su eficacia. Lacan aborda la cuestión a propósito de una preocupación que formularíamos más o menos así: cómo construir un efecto de conocimiento inherente a nuestro específico obrar? El acto analítico es patrimonio del analista; es él quien lo realiza, y constituye uno de los modos con que le es dable operar cuando ocupa su función dirigiendo la cura. Claro, es su asunto dirigir la cura, y allí su modo de decir algo que importe en lo Real (Lacan, 1991) no podría limitarse a la interpretación; 1 Mayéutica Institución Psicoanalítica. junho 2012 l correio APPOA.49

50 temática. hay también la incidencia, la vacilación calculada de la neutralidad del analista, el desdén, el acto analítico. Ahora bien, a qué nos referimos cuando afirmamos, de una intervención del analista (intervención en sentido genérico), que se trató de un acto. Nótese que digo se trató, con lo cual ya afirmo sobre él que no es anticipable siendo la anticipación el tiempo de lo Imaginario, que se produce sin pensar pensar en el sentido clásico, esto es, como representación, al modo cartesiano, y que será après-coup, nachträglich, efecto de recobro (Harari, 2007) es decir, a partir de la lectura que vuelve y se detiene en el efecto, en las consecuencias de lo sucedido, que se lo podrá sancionar como acto o no. De ser un acto, se tratará de un acontecimiento, no por su grandiosidad o magnificencia, sino por el corte que posibilita la mudanza irreversible de la posición subjetiva en la que se estaba cautivo. Paulatina sesión del objeto a, al unísono, afirmación de la castración. Acaso será necesario recordar que no hay acto analítico fuera de la manipulación maniement de la transferencia? Y que esto implica la instauración y las caídas del Sujeto-supuesto-Saber, no sin transitar por las vueltas que la repetición ofrece para ser leídas en diferencia, todo ello a partir de la puesta en acto del sujeto de lo inconsciente, que lo es en tanto determinado por el lenguaje? En su seminario, Lacan contextúa en Freud el tema que lo ocupa: la psicopatología de la vida cotidiana y, de allí, las torpezas, los actos sintomáticos y casuales, los errores. A estas aparentes nimiedades, tonterías o boludeces tal su calificación les otorga el estatuto y la plena jerarquía del acto. Vamos a diferenciar lo que determina al acto, el operador en juego, de los efectos que produce en el sujeto la lectura analítica de aquel. Pero en primer término, recurriremos a dos apólogos, uno de Freud y otro de Lacan. Freud (1993) nos cuenta que, con una hábil torpeza, tira al suelo no cualquiera de los elementos que estaban sobre su escritorio, sino justa- 50. correio APPOA l junho 2012

51 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. mente ese tintero que, al decir de su hermana, era lo único que desentonaba un poco en su mesa de trabajo, la cual ahora sí, gracias a los arreglos por él introducidos (entre los que se cuentan esas estatuillas de terracota y bronce que rodeaban al tintero en cuestión, pero a las que, por la eficacia de los Gedanken, nada les ocurrió), presenta un precioso aspecto. Aquí Freud desecha la explicación vigente: deficiencias atribuibles a la ataxia, especialmente la ataxia cortical; por el contrario, se dedica a investigar su significación, con lo cual tira de la punta significante que acompaña a todo acto. Por su parte, Lacan (1983) se detiene para mostrarnos, en esos tres errores a los que alude Freud en el capítulo X de su texto, que estos eran causados siempre por la retención de alguna verdad. Y a esta observación suya que compara y pregunta la califica de acto. Efectivamente, para nosotros, se trata de un acto de lectura, y en esto reside la diferencia entre un profesor y un maestro; entre el conocimiento referencial y adocenado que circula sin traer consecuencias y ese saber subversivo propio del acto analítico, que arroja un sujeto advertido. El operador en juego al momento de cometer el acto es la Verleugnung, la renegación. Al producir el acto, es imposible (nombramos lo Real) ubicarse al mismo tiempo pudiendo dar cuenta de lo que acontece. Antes bien, se trata de un momento de máxima división; coloquialmente, y con sorpresa, podríamos decir: perdió la cabeza! Por obra de la Verleugnung, el sujeto a un mismo tiempo reconoce y desconoce, menciona aquello que afirma omitir y si se le pretende hacer notar esta contradicción, que muestra sin tapujos su Ichspaltung, reacciona con mécconnaissance, con algo que no es tan solo desconocimiento, sino una posición activa de no querer saber, de rechazar saber. Obviamente, no se trata de mala voluntad, sino de una cuestión constitutiva frente a la cual el manejo transferencial, el saber-hacer del analista en tanto soporte, pivote de la transferencia vendrá a tener su oportunidad. junho 2012 l correio APPOA.51

52 temática. No vamos a hablar del acting out y su mostración del a subiéndolo a la escena; tampoco del pasaje al acto allí donde el a atraviesa la escena y cae al mundo; ni del pasaje al acto esclarecido, patrimonio del sujeto advertido; menos aún de las dos tópicas freudianas y la lectura lógica (teniendo en cuenta las operaciones de un grupo de Klein) que de ellas hace Lacan para afectarnos, mostrándonos lo imposible (Real) de elegir, de evitar, de no perder (Harari, 2000) y así ubicar al acto en ese tiempo que le es propio, el mismo que pone en juego Freud en la célebre afirmación: Wo es war, soll Ich werden; pretérito imperfecto, aunado con el futuro anterior (Harari, 1990), el habrá sido. Únicamente vamos a decir que ese sujeto advertido (Lacan, 1983) está advertido de que es insalvable la división que lo constituye, ha hecho experiencia de la imposibilidad, no de conocer, sino de saber; imposibilidad de saber respecto del otro sexo; con lo cual ha quedado morigerado el desconocimiento que lo funda, y desde allí está mejor posicionado no solo para hacer lugar a ese obrar propio del acto analítico, sino para soportar sus consecuencias. Referencias bibliográficas FREUD, S. Psicopatología de la vida cotidiana, Obras completas, t. VI. Bs. As.: Amorrortu, HARARI, R. Fantasma: fin del análisis? Bs. As.: Nueva Visión, Palabra, violencia, segregación y otros impromptus psicoanalíticos. Bs. As.: Catálogos, Qué sucede en el acto analítico? La experiencia del psicoanálisis, Bs. As.: Lugar Editorial, LACAN, J. Seminario 14. La lógica del fantasma. Versión mimeografiada conocida como El tren fantasma para circulación interna de EFBA, Bs. As., Seminario 15. El acto psicoanalítico. Clase II ( ). Versión mimeografiada para circulación interna de EFBA, Bs. As., correio APPOA l junho 2012

53 temática. Intervenção de Osvaldo M. Couso 1 Olvidemos las palabras, las palabras: Las tiernas, caprichosas, violentas, Las suaves de miel, las obscenas, Las febriles, las sedientas, las hambrientas. Dejemos que el silencio dé sentido Al latir de mi sangre en tu vientre: Qué palabra o discurso lograría Decir amar en la lengua de la semilla? José Saramago Muchos años le llevó a Lacan poder plantear el nudo y con él escribir la relación de los tres registros. En un comienzo Lacan acentuaba la carencia instintiva y la prematuración del viviente, que hacían necesaria para éste la 1 Psicanalista da Escuela Freudiana de Buenos Aires. junho 2012 l correio APPOA.53

54 temática. aparición de una fuerza exterior sin la cual no podría sobrevivir. En ese momento el significante queda idealizado como mediación, como recurso que posibilita sortear la dificultar real. Un reflejo de ello se conserva en un matiz que tiñe la función paterna: la idea de protección, de extracción de una situación predominantemente imaginaria o dual, de salvación de las mandíbulas temibles del cocodrilo (Lacan, 1992, p. 118). No quita, por supuesto, que el concepto es de importancia esencial para el psicoanálisis, ya que los cocodrilos existen pero es excesiva, en un primer tiempo de la enseñanza de Lacan, la idea de lo simbólico como morada y protección. Posteriormente, él podrá postular que es el lenguaje mismo quien implica dos lógicas diferenciables. No tiempos cronológicos, sino lógicas diferentes. Brevemente: puede pensarse que aunque todo decir implica un imposible de decir, ese vacío que habita (en su centro mismo) al lenguaje no siempre está funcionando a pleno. Siempre es inquietante encontrarse con un agujero qué se puede hacer com él? antes que él haga demasiado con nosotros, se despierta el empuje a rellenarlo, taparlo, obturarlo, para impedirle su función principal: castrar al Otro, hacer imposible cualquier totalización. El lenguaje es capaz de un arrasamiento subjetivo, ya que en ese tiempo lógico el significante no funciona como tal, predominando un efecto de intimación sobre el viviente. Es cuando el significante es rebelde a la metaforización, hace signo, se pretende real (como si una palabra pudiera decir lo que dice ), niega que el Uno no encierra más que un agujero (Lacan, 1981, p. 153). Si psicoanalíticamente llamamos madre a ese estado de la lengua en que el amor puede resultar sofocante y arrasador, la función paterna (de allí el matiz protector) es restituir el agujero del Uno, introduciendo al sujeto en otra lógica diferente. Desde entonces cualquier dicho podrá ser metaforizado, podrá no-ser tomado em su literalidad, ser leído como pedido y, entonces, el sujeto podrá 54. correio APPOA l junho 2012

55 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. o no responder a él. Se abre un clivaje entre lo que se dice y lo que se quiere. Apertura al mundo simbólico, al semblante, a la relatividad de todo decir y al deseo, que hace entrar la demanda (en la que predomina el signo y el plano de la realidad) en la equivocidad significante. Esa torsión aparta al sujeto de tener que responder (y unívocamente) a lo que se le pide. Pero es sabido que la función paterna implica un exceso, que toda versión del adre es père-versión. Si bien a partir del padre hay otra lógica, ya que la totalización ha sido herida de muerte, algo hace que el agujero constituido tienda a ser (nuevamente) obturado. Desde entonces se llama falo aquello que empuja a llenar ese agujero. Su lógica es menos arrasadora, porque se liga más al desfallecimiento y la castración. Pero tiende a cierta absolutización, a los fetiches que retienen al sujeto en un modo de goce idiotizante, atado a brillos y fascinaciones, esclavo de las exhibiciones de potencia. Algo de un incesto mortífero con la lengua-madre retorna, ya sea como rivalidad con el padre (lucha a muerte sin muerte, sin fin) o como sometimiento al mismo. Ambas eternizan una lógica donde reina el falo. El retorno es diferente, porque el niño ya ha aprendido que puede (y hasta debe) dejar al Otro sin respuesta ni satisfacción. Pero eso sólo puede hacerlo valer cuando hace el duelo por el padre imaginario. Duelo muy difícil ( o imposible?) si no se atraviesa la experiencia de un análisis. Aunque el deseo es sostén del sujeto y está ligado a su desprendimiento, también participa en parte de las alucinaciones fálicas del poder. Por eso con los discursos, Lacan podrá enseñarnos que el sujeto está determinado por la estructura discursiva (aún en lo que cree que son deseos propios). Así, cuando predomina el discurso del Amo, por ejemplo, el deseo del sujeto se extravía em exceso en los espejismos del prestigio, la vanidad y los oropeles. No quiere decir que se pueda aplastar totalmente la dimensión del objeto a, pero sí que no es la que predomina. Lacan llega así a una idea central (1977): todo discurso es, por definición, sugestivo e hipnótico, promueve el adormecimiento, invita al ronroneo junho 2012 l correio APPOA.55

56 temática. estupidizante. Y hará falta un nuevo paso, una nueva lógica, para lograr algunos desprendimientos de tal servidumbre. Queda así presentada como cuestión lógica ineludible, inherente al significante mismo, la promoción del dormir antes que la del despertar. Las frases hechas, los sentidos masivos y coagulados y las prestancias que los acompañan, suceden tanto en la cultura y en las sociedades como en el interior del psicoanálisis mismo. La tendencia a la religiosidad del sentido es de estructura. Toda institución alberga la tendencia a la comunidad, a la comunión, al sometimiento masoquista (es decir: no-inocente, sino gozoso) a la autoridad opresiva y a los ideales que terminan siendo aplastantes. Tampoco es positiva la ausencia de ideales, pero vale acentuar el desprendimiento de los mismos (para lo cual, ellos deben estar establecidos). La excomunión o el exilio espera a quienes se oponen a la comunión religiosa. Por eso siempre será necesaria, tanto en el psicoanálisis en intensión como en la extensión, en la enseñanza, en las sociedades y en la cultura misma la dimensión del acto. Un acto que no es oposición al significante, es lo que determina un cambio de discurso. Lacan decía (1968) que hay dos actos: el psicoanalítico y otro que llama a secas o sin cualificación, que propongo pensar respectivamente para el psicoanálisis en intensión y para el psicoanálisis en extensión. Para finalizar, les leo un breve fragmento de otro poema (Murena, 2011) que, al menos en un aspecto, resume magistralmente estas cuestiones del acto y el sujeto que planteamos: [ ] hay momentos como aquellos, por ejemplo, en que de improviso alguien con un nombre que no es nuestro 56. correio APPOA l junho 2012

57 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. nos llama y nos desnuda, nos da un atisbo de inenarrables dimensiones, de nosotros mismos nos separa y cada cual se pregunta entonces qué es quién lo forjó, para qué le infundieron el latido de estrella con que sobresale en un caos gastado y oscuro. Referências bibliográficas LACAN, J. El Seminario, Libro XVII: El reverso del psicoanálisis, Bs. As: Ed. Paidós, El Seminario, Libro XX: Aún, Barcelona: Paidós, El Seminario, Libro XXIV: L insu, inédito, clase del El Seminario, Libro XV: El acto psicoanalítico, inédito, clase del MURENA, H. Pulsaciones, en Ñ, suplemento de cultura, nº 381, junho 2012 l correio APPOA.57

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59 temática. El acto analítico. Sus incidencias clínicas, sociales y políticas Adriana Hercman 1 Del título de la convocatoria al Congreso se desprenden algunas afirmaciones: que el acto analítico posee alguna especificidad y que este acto tiene consecuencias. Esto solo ya abre a varios problemas, porque: qué especifica al acto analítico?, cuáles serían las consecuencias o incidencias del mismo? A esto podemos agregar el problema de la verificación o constatación de estas incidencias en lo clínico, lo social y lo político. En su Seminario, Lacan circunscribe el acto analítico al marco de la transferencia, definida anteriormente como la puesta en acto de la realidad sexual del inconsciente. Entonces, si algo especifica este acto es que sólo se concibe en el interior de la experiencia del análisis. Experiencia que impli- 1 Psicanalista da Escuela Freudiana de la Argentina. junho 2012 l correio APPOA.59

60 temática. ca al sujeto, que en el análisis es puesto en acto, y al analista en tanto que es quien inaugura y sostiene este acto dando lugar al hacer analizante. Será también el acto en el que el analizante deviene analista. Desde Psicopatología de la vida cotidiana, sostenemos que el síntoma cifra un saber no sabido y que este saber sólo se comprueba por ser legible. El síntoma entonces es montaje de saber y el desciframiento de la letra que lo sostiene lee la articulación de ese saber que se hace sensible como verdad, liberando en ese acto al sujeto del goce que implica encarnar esa verdad. Desde esa lógica, cuando Lacan dice que la dimensión propia del acto es el fracaso o que el acto fallido es el acto logrado es porque en él se trata de una verdad que subvierte el orden de la intención. Es la verdad que interesa al psicoanálisis: la relativa a la falta, a la castración. El acto analítico es incitación al saber en la medida en que el analizante se dirige al analista en su búsqueda. Pero la paradoja que entraña al acto encuentra al analista haciendo de soporte de la ficción del Sujeto supuesto Saber aún sabiendo por su propia experiencia- cuál es su destino: el de ser evacuado en el lugar de objeto a, que representa el hiato de la verdadficción que cae como resto de esa operación. Ahora, si el acto analítico se circunscribe a la transferencia y ésta no se juega in absentia o in effigie, esto nos envía al problema de la presencia del analista, a su captura en la oquedad del objeto a, donde Lacan ubica lo que es del orden de lo ininterpretable. El analista va al lugar del objeto a, saldo de la operación, y el sujeto que al fin del análisis se reconoce causado por este objeto, se realiza en el punto mismo de su división, al tiempo que conquista una verdad de la que será desde entonces incurable. El acto analítico se soporta entonces de esa ficción que lleva al analista a hacer de analista al precio de mostrar la fractura del Sujeto supuesto Saber y su efecto es del orden de una verdad que conmueve la referencia al Otro de la filosofía y de la religión, produciendo un corte en el discurso común y su ilusión de que se es donde se piensa. 60. correio APPOA l junho 2012

61 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. Subrayemos que la noción de éxito queda fuera del campo del análisis así como queda fuera la comprensión, cualquiera sea la perfección de los diagnósticos o la experiencia clínica del analista. El acto no es calculable ni verificable según la lógica de mercado que sostiene el discurso del Capitalismo, esa torsión del discurso del Amo, del cual el discurso del analista es el revés. Hacer del acto profesión es salirse del acto analítico y hacer del analista un experto más, un funcionario de la política de las cosas. Recordemos además que el problema de la verificación del acto analítico llevó a Lacan a un verdadero acto político en que, a falta de un Otro que garantice la legalidad y los efectos del acto, propone los dispositivos del pase y la escuela. Otra cuestión que quiero plantear es por el lugar del analista en la escena social y política. Cómo pensar allí las incidencias de su acto? Para responder a este problema, es necesario advertir que el acto es la lectura del acto y solo una vaga intuición psicológica puede desconocer esa discontinuidad subjetiva según la cual no hay sujeto responsable del acto más que el sujeto que es efecto del mismo. Un sujeto que, además, es del orden de una existencia que carece de esencia. Este orden de temporalidad que es propio del acto hace que el acto inaugural del psicoanálisis no esté acabado con el gesto fundador y que entonces la pervivencia de la apuesta freudiana y el llamado de retorno a Freud hecho por Lacan dependa de la renovación de la apuesta hecha cada vez y por cada analista. El acto sostenido en el discurso del analista constituye una apuesta, donde la postura es el objeto a, aquello que hace agujero en el discurso corriente. Una nada que causa, encausa, y orienta el discurso. A diferencia del objeto convertido en mercancía, este objeto que es una nada no es intercambiable, no tiene reflejo especular, no hace comunidad. Si el acto es acto de decir y el acto de decir es lo que hace existir, el acto analítico es el acto que lleva al decir lo que se tiende a rechazar. Comandado por el objeto a, el discurso del psicoanálisis buscará producir una junho 2012 l correio APPOA.61

62 temática. enunciación que logre cavar una falta, una diferencia, allí donde reine el fantasma y cualquier política que no lea en el síntoma una cifra de existencia y atente así contra la singularidad del sujeto. Esto solo es posible en la medida en que cada analista renueve cada vez la apuesta del discurso cuya ética es el deseo. 62. correio APPOA l junho 2012

63 temática. Intervenção de Mónica Soledad Vidal 1 Hay una dimensión constitutiva de todo acto, que es la dimensión significante, estar aquí, hablar frente a Uds. es un acto. Hay sujetos cuyo acto es ser psicoanalistas, es decir que sobre esto organizan, agrupan, persiguen una experiencia, toman sus responsabilidades en algo que es de otro registro que aquél del acto, a saber un hacer. Ese hacer no es el suyo. (J. Lacan.Seminario El acto analítico) Un acto está ligado a la determinación de un comienzo, y es muy especialmente allí donde hay una necesidad de hacer uno precisamente porque no lo hay. Comenzar un análisis es sí o no un acto? Sí quién es el que hace este acto? Si no está del lado del psicoanalizante está del lado del analista. Este 1 Psicanalista de Triempo, Institución Psicoanalítica. junho 2012 l correio APPOA.63

64 temática. initium está definido por tres operaciones: de la alienación, de la transferencia y de la verdad. En el tetraedro producido por Lacan ubicamos el punto de partida de la directriz de la alienación O no pienso o no soy alienación forzada, perdedora en caso de realizar una elección. Ese lugar del No pienso o no soy, que se da en el inicio de un análisis en la posición del analizante, allí donde no puede reconocerse siquiera. Es en el recorrido, en el trayecto que podrá salirse de ésa alienación forzada, y ubicarse em el No pienso y allí donde era, marcado por sujeto como falta, lo que al fin del análisis encarna la castración. (-Φ) A su vez, en lado opuesto del tetraedro: allí donde era, el lugar del nacimiento del inconciente queda ligado al No soy como objeto perdido, causa de deseo. En el camino a recorrer por el analizante, va desde ese sujeto ingenuo, no advertido que es el sujeto alienado, al sujeto como falta, que está en el origen, y que es la esencia de su deseo, ésta es la tarea del analizante, ése es el hacer además de asociar sin preocuparse por estar ahí como sujeto. Por otra directriz, está la transferencia, aquí el acto analítico se plantea consistiendo en soportar la transferencia- no decimos que la soporte el que hace el acto, el psicoanalista- sino en la función del SsS. El soporte al SsS, al que el analista sabe que está destinado al des-ser y que constituye un acto falso puesto que él no es el SsS puesto que no puede serlo y no hay nadie que lo sepa mejor que el analista. El SsS al final del análisis se reduce al mismo No ser allí, (no soy) que es lo que caracteriza al inconciente, y éste descubrimiento forma parte de la operación de la verdad, recorrido de ésa directriz que se inicia en el punto de la alienación. La verdad es la inscripción del significante en el lugar del A. De la práctica clínica con púberes y adolescentes surgen interrogantes que quisiera plantear para compartir y debatir con Uds. Cómo ubicar el comienzo, el acto que da inicio, cuando generalmente 64. correio APPOA l junho 2012

65 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. el analizante es traído al análisis, ya sea por ser soporte de los síntomas en la estructura familiar o por ocupar el lugar de objeto en el fantasma materno? Cómo se instala el SsS en la transferencia? Teniendo en cuenta la dimensión de la transferencia que incluye la presencia de los padres reales. Cuál es la tarea del analizante en el acto analítico? Guiados por el objeto a, al finalizar el análisis, aunque siempre ha estado allí, a nivel del acto analítico, será arrojado el analista como objeto a por el psicoanalizante. Ése a es el psicoanalista, desde el punto de vista de la tarea esta vez del psicoanalizante, es él quien es producido. No hay psicoanalista sin psicoanalizante, en el campo del acto analítico. Ahora bien, cómo articular en la praxis con púberes y adolescentes en relación al acto que instituye al analista como a, y a la vez como a- arrojado al finalizar un análisis? Hay fin de análisis en la clínica llevada a cabo con pacientes jóvenes? Se puede dar ése pasaje del analizante traído por los síntomas, representantes de la verdad de los padres al análisis elegido por el analizante mismo? Hay un nuevo comienzo, hay en acto un cambio tal vez en relación al eje de su verdad y un intento de articular la castración (- Φ)? El acto analítico, es por su propia dimensión un decir, hay alguna diferencia cuándo ése decir se direcciona al analizante, y cuándo a la posición que asuma cada uno de los padres en ese análisis? El analista no deja de tener necesidad de justificarse ante sí mismo en cuando a lo que se hace en un psicoanálisis: se hace algo y se trata de la diferencia del hacer a un acto. El analista hace algo. Es más, si el analista no hace nada, hay que dar algún peso a la presencia del acto (J. Lacan). junho 2012 l correio APPOA.65

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67 temática. Intervenção de Patricia Werfel 1 Hoy hemos cumplido holgadamente con nuestro objetivo de que este encuentro entre analistas sea ocasión para poner a trabajar la especificidad del acto analítico. Renovando así nuestra apuesta por la práctica del psicoanálisis como una experiencia de discurso y por las incidencias de dicho acto en la clínica, en lo social y en lo político. Sabemos que la práctica del psicoanálisis es posible en determinadas condiciones de legalidad, por lo tanto la responsabilidad indelegable de los practicantes del psicoanálisis es promover la necesidad de discurso, es decir de un lazo social ordenado por la alteridad. El psicoanálisis se especifica por su práctica de discurso, y por lo tanto se lee em los efectos que produce. Poniendo el acento en poner a trabajar entre analistas como sucedió hoy aquí y con este espíritu dejo planteada una cuestión para seguir 1 Psicanalista, membro de letra Institución Psicoanalítica, BsAs. junho 2012 l correio APPOA.67

68 temática. trabajando en el próximo V Congreso Internacional de Convergencia a realizarse en Porto Alegre el próximo mes de junio: Cuál es el discurso que se espera que sostenga alguien que ha advenido analista cuando no está en función de conducir una cura? Ya que es importante no confundir el discurso del analista con el discurso que sostienen los practicantes del psicoanálisis cuando no están en función de analistas. A qué lazo social nos referimos: al que posibilita el acto analítico o al que el practicante del psicoanálisis puede promover como efecto de su acto? 68. correio APPOA l junho 2012

69 temática. Intervenção de Adelfa Jozami 1 Comienzo con lo que podría llamarse una anécdota transcurrida en el Seminario del Acto, de J. Lacan. Un grupo de jóvenes ingresa en la sala en la que Lacan da su seminario y convoca a los estudiantes a retirarse, a ir afuera donde suceden las cosas. Lacan los interpela y pregunta: acaso están fuera del lenguaje? Planteo esto porque esta frase de Lacan como muchas otras a las que llamo frases maestras me abrió la cabeza sobre la dimensión del acto; un acto que emancipa. Emancipación no implica salirse del lenguaje, esto es la psicosis. Emancipación implica atravesamiento del fantasma, de los discursos dominantes en un sujeto, esto es, lo dirigen aunque crea que se autodetermina. No tiene esto una dimensión política? Básicamente me enseñó que el modo de definir lo que está adentro y lo que está afuera, ya que estamos dentro del lenguaje, es un corte, un acto, un decir que es política, ya que distribuye los goces, los cuerpos, ordena el 1 Psicanalista, membro da EPLA. junho 2012 l correio APPOA.69

70 temática. campo. Esto tiene muchas consecuencias, por qué si no la topología? Para cambiar nuestra cabeza del adentro y afuera euclidiano, del espacio a priori kantiano. En el principio está el acto. Lacan nunca habló de una clínica o una práctica dentro del psicoanálisis, habló de psicoanálisis en intensión y extensión, términos que aún nos trabajan. Los post freudianos no tomaron éste carácter emancipador del análisis. La identificación al ideal del yo del analista, cuando no también del yo ideal, se trata de fumar en pipa o habanos el psicoanálisis? O advertir la capacidad de corte, con qué? Con una estructura de pensamiento que nos domina hasta dirigir nuestros impulsos, no incide esto en lo social? Flaco favor hicieron los analistas post freudianos que encaminaron su clínica a adecuar al sujeto al discurso de la época. El sujeto es, en el corte; no es habitable ese lugar, pero libera el pensamiento y la creatividad. El sujeto sufre de ser humano parlante, parletre, de no ser, más que en el decir. Es imposible que nuestra práctica sea ajena a la época en que transcurre. El campo del psicoanálisis surge a partir del acto producido por Freud al desarrollar el concepto de inconsciente, esto a su vez pone en evidencia que el acto no se realiza hasta que se escribe. Es la escritura la que efectúa el acto. Antes que Newton escribiera la teoría de la gravedad los cuerpos se caían, esto se sabía, pero no se podía operar, es la escritura la que permite operar y modificar la realidad produciendo otro real. Era imposible que el hombre volara, sin embargo esas letras lo hicieron posible. Las letras promovidas en el avance del psicoanálisis, operan sobre saberes cerrados, abriéndolos. Freud nos mostró el carácter liberador del chiste, luego el avance de los psicoanalistas a partir de la enseñanza de Lacan, mostró que esa estructura es la estructura del sujeto. Lacan nos enseña que el acto es corte de los sentidos que dominan al parletre-esto no implica tomar la palabra dominio 70. correio APPOA l junho 2012

71 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. ideológicamente sino en tanto es el significante el que domina atravesar estos sentidos es emancipador. Es por esto que no creo en el fin del psicoanálisis que se pronostica, a diferencia de las religiones que sí perdurarán. Si se busca el sentido supremo, seguramente no marchará, si em cambio, se acentúa su carácter emancipador, su potencia transformadora, seguirá. junho 2012 l correio APPOA.71

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73 temática. Desilusão e ato na cultura contemporânea 1 Luciano Mattuella Leopardos irrompem no templo e bebem até o fim os jarros de sacrifício; isso se repete sempre, sem interrupção; finalmente podese contar de antemão com esse ato e ele se transforma em parte da cerimônia (Kafka, 2011, p. 192). O aforisma de Kafka com o qual iniciamos este texto nos parece particularmente pertinente para pensarmos as formas de enlace dos sujeitos com a Cultura nos tempos em que vivemos. Qual o estatuto do ato quando o novo é já de antemão esperado, quando perde a sua força irruptiva e o seu poder de tensionar as formas dadas e de suspeitar dos discursos sedimentados? Nos acostumamos com os leopardos. Ao longo deste escrito, procurarei trabalhar melhor esta ideia. 1 Trabalho a ser apresentado no V Congresso Internacional de Convergência - O Ato Psicanalítico: suas incidências clínicas, políticas e sociais que ocorrerá entre de junho de 2012 em Porto Alegre. junho 2012 l correio APPOA.73

74 temática. Freud deixou bastante clara a sua opinião de que o progresso esta crença moderna de que o aperfeiçoamento da técnica e a totalização do processo racional levam à uma vida cada vez melhor, seja isso o que for opera de forma paradoxal na Cultura 2 : ao mesmo tempo em que, sim, o progresso técnico traz benefícios, como a capacidade de falarmos com quem está longe, ele também cria problemas com os quais temos de lidar, como a produção de substâncias nocivas ao meio-ambiente e, em outro nível, a produção de pobres e miseráveis sujeitos que habitam às margens do discurso hegemônico. O diagnóstico de Freud vai além: a fantasia de progresso é sustentada pelo discurso científico tradicional, um modo de ver o mundo que opera pela via da ordenação e da limpeza um discurso que teme os leopardos, seguindo a metáfora kafkiana. Este discurso carrega consigo algo que gostaríamos de chamar de imperativo da ordem, uma injunção que, segundo Freud, é uma espécie de compulsão à repetição que, uma vez instituída, decide quando, onde e como alguma coisa deve ser feita, de modo que se poupam dúvidas e hesitações em todos os casos idênticos (2010, p. 93). Mas o sujeito do inconsciente não se apresenta justamente nas hesitações e nas dúvidas? A certeza, valor tão importante para o racionalismo moderno, não é justamente o campo do emudecimento do sujeito? O ato, como sabemos, é avesso às certezas. Eis a importância das histéricas à época de Freud: ao entregarem ao saber científico um corpo que não podia ser reduzido às teorias deste saber, denunciavam a fragilidade das certezas que estruturavam um modo de pensar e faziam resistência ao assujeitamento ao imperativo da ordem. Além disso, explicitavam o reprimido na Cultura, como se dissessem: mas não veem, no fim das contas é tudo sobre sexo. Neste sentido, a histeria na virada do século retrasado era um antídoto contra a hipocrisia. Assim, não é de se estranhar que a Psicanálise fosse entendida como um modo de desmascaramento da verdade inconsciente a máxima de 2 O leitor pode remeter-se a Sigmund Freud, O mal-estar na Cultura, especialmente a parte III. 74. correio APPOA l junho 2012

75 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. tornar consciente o que é inconsciente, mesmo que ainda um resquício do modo científico de pensar, tem o grande mérito de evidenciar a dupla estrutura do discurso. Pensar que a verdade não está na superfície implica que um trabalho de fragilização das certezas se faça necessário. Que a verdade não seja auto-evidente parece-nos premissa fundamental para que um ato propriamente dito tenha lugar. Este cenário de euforia científica que Freud denuncia sofreu, como sabemos, um grande abalo com a eclosão da Primeira Guerra: em retrospecto, podemos narrar uma versão da história universal na qual todo o progresso científico e técnico culminou, mesmo que involuntariamente, em morte e violência. Como que em um retorno no real do imperativo da ordem, aquilo que não estava em seu lugar deveria ser exterminado. Nas palavras de Freud: Esperávamos, das nações de raça branca que dominam o mundo, às quais coube a condução do gênero humano, sabidamente empenhadas no cultivo de interesses mundiais, e cujas criações incluem tanto os progressos técnicos no domínio da natureza como os valores culturais artísticos e científicos, desses povos esperávamos que soubessem resolver por outras vias as desinteligências e os conflitos de interesses (2010, p. 212). [Mas a] guerra na qual não queríamos acreditar irrompeu, e trouxe a... desilusão (idem, p. 215) (grifo nosso). É como se a Cultura tivesse silenciado frente à guerra. Freud é muito perspicaz ao perceber que a guerra não foi causada por uma suposta falta de Cultura, mas, pelo contrário, os conflitos foram a encenação no mundo de uma lógica totalizante implícita ao próprio pensamento racional: o estrangeiro é inimigo e deve ser eliminado. A Primeira Guerra, assim, pode ser entendida como um momento traumático: ela evidenciou de forma brutal algo que habitava as entranhas de uma forma de pensar ou seja, ela materializou na cena do mundo algo que estava no regime da fantasia. junho 2012 l correio APPOA.75

76 temática. A partir desta inspiração freudiana, podemos pensar também a Segunda Grande Guerra: o que era o programa nazista senão uma hipérbole do imperativo da ordem e da limpeza? A eugenia como uma forma de homogeneização pelo extermínio do diferente: o estrangeiro é aquele que coloca a exclusividade da filiação sob suspeita. Em certa medida, o ideário nazista estava tomado por esta fascinação pela forma perfeita, pela raça sem dissidências, pela hereditariedade como um processo de purificação. Assim, propomos que, enquanto o homem pré-grandes Guerras podia olhar para o passado como um repositório de grandes feitos científicos, avanços técnicos que apresentavam um mundo cada vez mais civilizado, os filhos da guerra (como todos nós somos) já não partilham mais desta visão de mundo: os eventos de maio de 68 são um exemplo emblemático disso em vez da ciência, o sexo, em vez do futuro utópico, o presente carnal. Ganha forma a figura do desiludido, aquele sujeito que faz enlace com o passado pela via do contraste, denunciando, assim, os efeitos terríveis do imperativo da ordem. Renúncia à filiação como uma forma de não compactuar com um discurso violento. Entretanto, o desiludido parece ter se maravilhado com o reflexo que viu no espelho: ao tornar-se o leopardo, apaixonou-se pela sua própria imagem. Desta forma, o self made man, tradicional figura do capitalismo tardio, pode ser entendido como um desiludido que, para fazer resistência a um passado violento, sonha com uma origem em si próprio, sem passado, filiado efemeramente a um presente que nunca chega a ganhar contornos. No lugar do ideal do eu este horizonte desenhado pela tentativa de decifração do desejo dos antepassados estão os role models, ideais culturais prêt-à-porter que convidam à mimetização. Os role models carregariam em si o segredo da felicidade, um bem hoje em dia tão em alta: Freud já apontava nesta via quando falava do imperativo da felicidade, este que é um programa que o princípio do prazer nos impõe, um imperativo que não é realizável, mas não nos é permitido ou melhor, não nos é possível renunciar aos esforços de tentar realizá-lo de alguma maneira (2010, p. 76). 76. correio APPOA l junho 2012

77 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. Gozar da posição de desilusão, supor que não se deve (simbolicamente) nada a ninguém, ou seja, perversamente fazer como se a castração não operasse é o mecanismo do cínico: esta figura que esvazia o lugar de enunciação ao procurar elevar ao estatuto de ato qualquer enunciado que mantenha as coisas como estão 3 um domador de leopardos. Uma pergunta, no mínimo: uma vez que a Cultura de hoje herda uma palavra tão despotencializada, como pensar um resgate da posição de enunciação, condição que supomos essencial para qualquer ato propriamente dito? Referências bibliográficas FREUD, Sigmund. Considerações atuais sobre a guerra e a morte. In:. Obras Completas Volume 12: Introdução ao Narcisismo, Ensaios de Metapsicologia e outros textos ( ). São Paulo: Companhia das Letras, O mal-estar na Cultura. Porto Alegre: L&PM, KAFKA, Franz. Essencial Franz Kafka. São Paulo: Penguin Companhia, SAFATLE, Vladimir. Cinismo e Falência da Crítica. São Paulo: Boitempo, Sobre a questão do cinismo, convido o leitor a conferir: SAFATLE, Vladimir. Cinismo e Falência da Crítica. São Paulo: Boitempo, junho 2012 l correio APPOA.77

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79 temática. O mal-estar no laço social capitalista Cleuza Maria de Oliveira Bueno Freud sublinhou que a causa maior de sofrimento está nos vínculos humanos. O mal-estar freudiano coloca ênfase na coerção pulsional, que opera por obra do recalque, como o preço que se paga para o acesso e a manutenção da cultura. Em Lacan o mal-estar continua sendo questionado através de uma vertente ética, ao trabalhar a noção de discurso como laço social, uma vez que se trata da relação ao outro, num discurso sem palavras, em busca do gozo. O reconhecimento do sujeito do inconsciente inaugura os discursos da histérica e do analista, discursos não dominantes, discursos do avesso da civilização que levam a pulsão em consideração, como verdade no primeiro e como agente no segundo. O gozo não alcançado modula diferentemente o laço social a partir dos quatro discursos, correspondendo aos atos junho 2012 l correio APPOA.79

80 temática. de governar, educar 1, se fazer desejar e psicanalisar. Os discursos do mestre e da universidade exerceram sua dominância até surgir um quinto discurso que se expressa no ato de consumir/consumir-se, do qual resulta a singularidade do mal-estar contemporâneo. A produção e a dominação dos discursos na história acompanharam os deslocamentos dos campos de onde tem emergido os mestres na cultura, grandes Outros simbólicos. A modernidade substituiu a dimensão divina pela humana, afirmando a mestria no campo do pensamento filosófico e científico, momento em que o discurso dominante é o discurso do mestre. Esse discurso fundador, civilizador sustenta a ilusão de constituição de um discurso unificante, totalizante, recalcando a verdade da castração do sujeito e a inevitável perda resultante da renúncia ao gozo, condição da civilização e produz o seu sujeito, o sujeito neurótico. Mas, algo da ordem do impossível, de uma verdade que fica comprimida, retorna e fissura essa ilusão de totalidade e de autonomia: o sujeito da ciência surge como um sujeito dividido, como aquele que não consegue tudo o que deseja e que crê poder alcançar. Na pós-modernidade o discurso do mestre cede sua dominância ao discurso da universidade, e o saber científico adquire valor de troca em práticas submetidas ao Estado e ao capital, campos aos quais o saber passa a servir. Esse deslocamento faz com que o mestre contemporâneo, enquanto figura da cultura, sem encarnar nenhuma pessoalidade, como o mestre antigo, esteja mais do que nunca reafirmado, ainda que alhures, assumindo mimeticamente formas dos dispositivos criados pelo capitalismo. Capitalismo que, como diz Lacan, não é idiota, ao contrário, é loucamente astucioso e hoje consome o próprio homem. Creio que os discursos podem ser considerados dispositivos, uma vez que operam os vínculos entre os viventes, através da linguagem, segundo as leis do inconsciente na relação do sujeito com seus objetos pulsionais, 1 Embora o educar decorrente do discurso universitário seja apenas uma forma de educar. 80. correio APPOA l junho 2012

81 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. produzindo subjetivação. No dispositivo discursivo capitalista é do lugar da verdade que o capital, enquanto significante, tem poder de injunção ao que se deve ser, ter ou fazer, determinando a posição do sujeito que, por desconhecê-lo, se coloca imaginariamente como agente do processo. O discurso do capitalista é uma subversão do discurso do mestre através de uma inversão que passa $ ao lugar do agente e S 1 ao lugar da verdade. Desde essa posição desaparece a impossibilidade do encontro do $ com o objeto a que, ao ocupar o lugar da produção, é suposto numa condição ideal para ser consumido. Essa pequena inversão, diz Lacan 2, basta para que isto ande às mil maravilhas, não pode andar melhor, mas justamente anda demasiado rápido, se consome 3, consome-se tão bem que se consume 4. O laço social passa a ser regido pela relação com os objetos produzidos pela ciência e elevados à condição ilusória de objeto de desejo, sonho de consumo e não pelo (des) encontro entre as pessoas. Nessa transformação, o sujeito imaginariamente dribla a condição de impossibilidade estrutural de ter acesso à verdade, gerando a fantasia de saber sobre o real do gozo numa rejeição da castração. Essa parece ser a grande ilusão contemporânea, a apreensão do objeto, via objeto de consumo. No laço social capitalista, diferente do histérico, não há um desejo inalcançável a impulsionar a busca de saber, o sujeito quer ser satisfeito sem buscar, donde resulta uma das formas de mal-estar. Esse sujeito que se pensa mestre de si mesmo, iludido, eclipsado pelo Eu, desconhecendo a verdade de sua determinação, numa posição hedonista julga-se capaz de saber fazer o objeto adequado ao gozo, acredita poder decidir sobre o seu destino e mesmo evitar a morte. Essa nova forma de relação social centrada na manipulação de objetos ato de consumir e 2 Discours de Jacques Lacan à l Université de Milan le 12 mai 1972, paru dans l ouvrage bilingue: Lacan in Italia En Italie Lacan, Milan: La Salamandra, 1978, p Ça se consomme (consommer): os objetos são consumidos, usados. 4 Ça se consume (consumer): os objetos se consomem, são destruídos, viram dejeto. junho 2012 l correio APPOA.81

82 temática. não nos laços com outros homens, leva a esse mal-estar que parece predominar hoje e que se expressa como decepção, tristeza, tédio ato de consumir-se, tanto no registro da psicose e da neurose como em manifestações depressivas da vida cotidiana. A sintomatização pode acontecer quando o sujeito entra numa busca compulsiva dos objetos como na toxicomania; tomando o semelhante como objeto em alternativas perversas; quando se deixa tomar pela ilusão de completude, numa saída maníaca, ou mesmo, paranoica, ou, quando cai diante dessa impossibilidade. Como o Um não se realiza, o efeito pode ser a melancolia ou uma depressão neurótica. Ainda, além de quadros psicopatológicos, há nuances determinadas pelo dispositivo capitalista em manifestações cotidianas. Exigências do mercado competitivo, ideais de saúde e beleza, podem gerar perdas ou contribuir para uma diminuição do valor de si mesmo e produzir sofrimento, o que é inevitável. Isso, aliado à grande dificuldade, que parece ser característica destes tempos, de aceitação e confrontação com perdas inerentes à existência, gera o que se poderia chamar de manifestações depressivas banais da vida cotidiana, para as quais há sempre a oferta de alívio por medicamentos desenvolvidos pelo saber científico estimulado por interesses capitalistas. O mal estar decorrente da inflação do Eu, da supervalorização da imagem corporal também se expressa em sintomas hipocondríacos, psicossomáticos ou no dito estresse. São inúmeros modos de extravasamento corporal pela pressão da máquina discursiva capitalista que requer uma otimização do tempo, mas convoca permanentemente à atividade. Mas, cabe ressaltar, nem tudo o que o dispositivo produz resulta em mal-estar ou sintomatização. É possível não se deixar tomar nessa ilusão de completude ou de redução do gozo ao consumo e tirar um bom proveito dos objetos disponíveis. Além disso, apesar do dispositivo tentar fixar o sujeito nesse lugar, há sempre a possibilidade de mudança de posição, de responder singular- 82. correio APPOA l junho 2012

83 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. mente, de girar o discurso e de renovação do laço social. O mal-estar é inerente ao humano, comporta uma nuance própria a cada laço discursivo, mas não é exclusividade do império do discurso do capitalista. Também cabe lembrar que não é possível uma forma de viver restrito a um só laço discursivo, mesmo que haja tendência de dominância de um deles. Persiste o mal-estar, sobretudo dada nossa incompletude pela condição de seres de linguagem. A tentativa pertinente à ética da psicanálise de aceitar a falta, as perdas e o conflito como inevitáveis, pode servir para o laço social. Sobretudo porque leva à renúncia da garantia de um grande Outro, um grande mestre, o que pretensamente isentaria cada um de sua responsabilidade. Assim, a persistência do discurso do analista, com o consequente reconhecimento do inconsciente e da dignidade do sujeito dividido, por si só pode ser um ato analítico na cultura. junho 2012 l correio APPOA.83

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85 temática. Quando os atos se tornam formas 1 Edson Luiz André de Sousa Paisagens inânimes uma fiação retesa: atrito de fios contíguos no azul: persegue o que não se diz 2. Tarso de Melo Lacan abre seu Seminário O Ato Analítico em 15 de novembro de 1967 aproximando o ato analítico do ato poético. O que está em causa segundo Lacan é que se tratam de práticas que colocam o Sujeito em questão. O ato vem a desequilibrar as imagens que construímos para dar conta deste fora de lugar que é o inconsciente. O conceito de Ato nos indica um movimento 1 Trabalho apresentado no evento, organizado pela Práxis Lacaniana, A Psicopatologia de nossa época precisa do discurso do analista?, em 27 de outubro de 2001, Niterói, RJ. 2 Fragmento do poema Paisagem publicado no livro Carbono de Tarso de Melo, São Paulo: Nankin Editorial, junho 2012 l correio APPOA.85

86 temática. de ultrapassagem. Contudo, estas ultrapassagens podem ter muitos destinos. Nem todos os atos produzem formas essenciais, ou seja, formas que permitam um deslocamento em nossa posição de sujeito como efeito de linguagem. A psicopatologia de nossa época está mergulhada em um savoir-faire: técnicas que tem a pretensão de nos poupar da dimensão do trágico. Vivemos um declínio do trágico, protegidos pelo que Hans Gumbrecht chama de artifícios de desparadoxificação instrumentos que permitem ao sujeito remover todo e qualquer potencial de tragédia do espaço público. Lembra ele, por exemplo, que a práxis legal corrente substituiu a questão da responsabilidade moral em casos de divórcio por intermédio de técnicas que produzem fixações financeiras. A única limitação trágica que ainda não desapareceu é realmente a morte. Se opondo, portanto a um saber fazer, o discurso do analista propõe uma abertura à possibilidade de desfazer. Aqui uma pergunta surge e parece ser este o ponto de partida de Lacan em seu Seminário O Ato Analítico: em que medida o trabalho do analista tem a ver com o trabalho do artista? O artista é aquele que oferece ao olhar de todos um detalhe do mundo. Sem o ato de criação do artista, tais detalhes permaneceriam na obscuridade. Por esta razão, tal ato sempre guardou, em toda a história da arte, uma dimensão de sagrado. Sabemos que a palavra criação teve de enfrentar os cânones religiosos, para que pudesse ser aceita dentro do espectro do fazer humano. Durante muito tempo, a ideia de criação não podia ser atribuída ao trabalho dos homens, pois criar era um privilégio divino. Esta era a preocupação de Santo Agostinho: diferenciar com veemência o que seria permitido aos homens e o que era devido a Deus no plano da arte. Sabemos que uma certa autonomia no processo de criação foi conquistada desde então, contudo a atualidade de Santo Agostinho se mantém viva na medida em que chama atenção para a singularidade da pulsão criadora no homem. O filósofo discorre sobre essa pulsão inquieta na alma de alguns seres que se lançam na aventura da produção de obras. Interessa-nos 86. correio APPOA l junho 2012

87 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. pensar aqui sobre a instigante passagem da fantasia à matéria. Que natureza teria essa matéria construída pela fantasia? Poderíamos propor, como início de resposta, que a sensibilidade (os sentidos do corpo) vem operar como motor de um processo de apreensão do mundo. São interpretações sempre equívocas, abertas ao sentido, pois acredito ser consenso que só podemos pensar em obra de arte se esta dimensão é atingida. A arte toca a fantasia de todos e implica inevitavelmente o espectador na função de intérprete e leitor do mundo. Tais efeitos podem ser percebidos quando a arte permite que alguns sentimentos, lembranças, pensamentos adquiram um pouco mais de densidade, por mais singulares e únicos que sejam. Também se constatam tais efeitos quando os objetos de arte conseguem propor à sensibilidade em geral formas compartilhadas de apreensão e visibilidade do real. O artista é um tradutor que não só precisa construir seus instrumentos de leitura, suas gramáticas e dicionários de mão, como precisa também fundar o texto que vai traduzir. Não podemos negar que há algo de divino nesta produção. A obra de arte produz um nada, origem de tudo, espaço de convite à presença do outro. Um dos pontos cruciais de encontro entre a arte e a psicanálise é em torno do nada que se produz como efeito de um ato (o ato analítico e o ato criativo). René Passeron procura criticar a clássica formulação da criação ex nihil que sempre nos emudece, pois, o que podemos dizer sobre um nada que nos antecede? Seria possível falar da origem nesta perspectiva? O autor demonstra que temos, neste ponto, um impasse epistemológico que poderia ser facilmente resolvido se nos guiássemos pela ideia de que o nihil da criação não está atrás, não vem antes, mas esta à frente. Ora, esse nada é horizonte, é perspectiva, pois, como ele mesmo nos diz, criar é sempre criar um futuro (Passeron, 1996, p. 27). A obra de arte gera um lugar de respiração, um espaço de presença dando, muitas vezes, sentido e visibilidade à realidade. Sua operação, portanto, é dupla: dar forma a mundos informes e desfocar, por este mesmo movimento, certos vícios interpretativos, deslocando pensamentos cansa- junho 2012 l correio APPOA.87

88 temática. dos e interpretações repetitivas. Por esta razão, só podemos pensar a produção artística como fundamentalmente crítica e tendo, portanto, um compromisso com os laços sociais de seu tempo. O processo do fazer artístico que vai da ideia e do projeto da obra à sua realização, passa inevitavelmente por uma experiência do informe, no sentido em que Santo Agostinho dava a este termo, ou seja, transição de uma forma para outra. Suspeitei de que esta transição duma forma para a outra se fazia por meio de qualquer ser informe, e não pelo nada absoluto (1984, p. 236). É aqui que encontramos o ato como produtor de novas formas. Esse informe, portanto, diz respeito a uma passagem fundamental na apreensão de uma experiência do fazer artístico. Foi neste espírito que os críticos de arte Rosalind Krauss e Yves-Alain Bois organizaram em Paris, em 1996, uma grande e histórica exposição que tinha como título O Informe instruções de uso. 3 Essa importante mostra nos permitiu percorrer inúmeras obras produzidas no século XX, que construíram formas que buscaram seus próprios limites, deslocando o pensamento de alguns dogmas estabelecidos pela história da arte como beleza, ordem, sentido e harmonia. O ato, por conseguinte, revela o sujeito. A autoria é deduzida do fazer. Há, no ato artístico, uma produção de um outro lugar de enunciação do sujeito que só pode ser deduzido daquilo que é produzido. Ora, se de certa forma a arte contemporânea parece acentuar este aspecto, não podemos esquecer que a história da arte desde sempre se orienta a partir desses princípios. Os atos que se tornam formas procuram, portanto, dar visibilidade ao processo de produção de uma obra, e esta não deve esquecer a memória de suas origens. Encontramos em muitos artistas que participaram da exposição L Informe a alusão ao conceito de experimental. Tais artistas aceitam o desafio de transmitir, através de suas obras, uma experiência. O desafio é responder a seguinte questão: Como transmitir uma experiência? 3 Bois, Yves-Alain; Krauss, Rosalind. (1996) L informe mode d emploi. (Catálogo) Paris: Editions du Centre Georges Pompidou, correio APPOA l junho 2012

89 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. O ato criativo vem, assim, revelar uma experiência que não é pura continuidade do vivido. Poderíamos mesmo propor que essa experiência surge como interrupção do vivido. Agrada-me muito o argumento de Philippe Lacoue-Labarthe quando questiona o ar romântico do entendimento da expressão experiência poética. Se não há experiência poética é, em suma, porque a experiência é a falta mesmo do vivido (1997, p. 34). Podemos afirmar, desde a psicanálise, que é a experiência construída num processo de relação ao outro e ao mundo que dá consistência ao vivido. O vivido, pois, adquire uma densidade no momento em que é inscrito numa narrativa que se propõe a nobre função de transmissão. Lacoue-Labarthe vai preferir o termo existência poética. Sabemos que a existência é aquilo que esburaca a vida e a rasga, colocando-nos em algum fora de lugar. A obra, portanto, aponta sempre mais para um horizonte de possibilidades do que para uma simples radiografia do que aí está. Pensando tanto no ato artístico quanto no ato psicanalítico, vemos que o ato vem revelar o contorno do objeto e do sujeito que é revelado. Teríamos ainda que fazer decantar desse objeto os últimos resquícios de subjetivismo e psicologismo. Esse objeto enuncia a complexidade da relação ao mundo. A obra serviria, então, como uma espécie de testemunho de uma nova atitude diante da vida. Podemos encontrar nesses objetos artísticos traços da história que lhes deu origem e a pulsão de pensar armazenada nas formas visíveis. A arte desvela sua dimensão de pensamento, mesclando de forma única os planos da racionalidade e da sensibilidade. Contudo trata-se aqui de um pensamento que se movimenta quase contra si mesmo, não se esquivando de suas pretensões absolutistas. Esse pensamento busca sempre uma autocrítica, enfrentando seus impasses e fraquezas, num compromisso sem tréguas com a verdade. Mesmo que possa parecer mais evidente o resgate do ato como forma artística, dentro da perspectiva da arte contemporânea do século XX, podemos perceber que esse resgate é, em certa medida, constitutivo do processo de produção em arte. O que de fato se radicalizou no século XX foi uma junho 2012 l correio APPOA.89

90 temática. preocupação em dar mais visibilidade ao plano do fazer (poïen) 4 indo ao extremo de buscar invisibilidade e imaterialidade nos objetos produzidos. Desta forma se conseguia direcionar o olhar para outros lugares 5. Os exemplos, poderíamos citar às centenas: dos monocromos de Alexandre Rodtchenko, no início do século, às construções luminosas de James Turrell; do quadrado branco sobre fundo branco de Kasimir Malevitch às intervenções urbanas de Jenny Holzer e Barbara Kruger. Há alguns movimentos na arte contemporânea, como a arte conceitual, que radicalizaram este ponto e que exigem do espectador um outro olhar 6. Este olhar vai buscar mais a ação que faz do que a coisa feita (Valéry, 1999, p. 181). Paul Valéry, em sua aula inaugural no Collège de France em 1938, já se preocupava em recolocar no cenário da pesquisa e reflexão estética o conceito de poïética, que irá abrir um campo promissor de análise da produção criativa. Como o fazer está no centro do processo, uma série de elementos, que antes ficavam em segundo plano, serão agora imprescindíveis na compreensão de uma obra: os projetos iniciais, os esboços recusados, as rasuras, as hesitações, os tropeços. Interessa, portanto, poder saber um pouco sobre as condições de realização do ato. Vejamos o que diz Valéry neste ponto: A obra do espírito só existe como ato. Fora desse ato, o que permanece é apenas um objeto que não oferece qualquer relação particular com o espírito. Transportem a estátua que vocês admiram para o país de um povo suficientemente diferente do nosso e ela não passa de uma pedra insignificante (Valéry, 1999, p. 185). 4 Termo grego que deu origem ao conceito de Poïética. 5 Christian Schlatter nos esclarece em relação a este ponto discorrendo sobre o lugar que a arte conceitual tem na produção contemporânea: A arte perdeu sua dimensão de evidência e, com ela, seu direito imediato a existência. Esta constatação acompanha as aventuras das vanguardas do século XX e da história do modernismo. Desta forma pode-se falar da perda ou da recusa dos poderes miméticos da arte. Tal como um imenso ponto de interrogação se constrói o por que não? experimental da arte conceitual. In: Schlatter, Christian. (1990) Art conceptuel, formes conceptuelles. Paris: Galerie 1900 & 2000, 1990, p Remeto o leitor para o livro de FREIRE, Cristina. Poéticas do processo arte conceitual no museu, São Paulo: Iluminuras, correio APPOA l junho 2012

91 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. Pontos promissores de diálogo podem ser encontrados entre a reflexão que aqui introduzimos a partir da inspiração na poïética e o princípio motor da psicanálise. O ato criativo e o ato analítico se inscrevem ambos como produtores de rupturas e descontinuidades na construção do sujeito. Dito de outra forma, esses atos apontam para a divisão subjetiva, para as tensões, as ambivalências, os paradoxos, as oposições que animam o espírito humano. Freud mostrou, com muita clareza, várias destas dualidades: desejo e lei, repetição e criação, vida e morte. As obras de arte funcionam, pois, como polos de desequilíbrio na relação entre o eu e o mundo. Podemos pensar aqui a arte como intérprete do movimento mimético que nos harmoniza com o mundo. Esses atos, tanto artísticos como analíticos, fazem resistência à inércia que alimenta os ideais de completude. Assim se consegue recuperar a oposição constitutiva da relação do sujeito à linguagem, dando visibilidade a uma experiência de vazio que é constitutiva e necessária. Como lembra René Passeron (2000, p. 15): O ato artístico é uma prática de enfermeiro do vazio, de um vazio que jamais cicatriza. Esta ferida aberta talvez seja uma das maiores riquezas que a arte pode transmitir-nos. É aqui também que o discurso analítico vem abrir fissuras nas evidências compartilhadas de cada época. Quando nos referimos à transmissão, não estamos pensando em comunicação. Arte não é comunicação. Psicanálise não é comunicação. Não se trata de uma mensagem, na perspectiva de um sentido antecipado do emissor e na espera de uma reciprocidade de interlocução. De que transmissão, portanto, se trata? Para tentar esboçar um princípio de resposta a esta pergunta vou discorrer brevemente sobre um trabalho do artista brasileiro Paulo Bruscky 7, intitulado Sem Destino ( ). Esse trabalho demonstra, com todas as letras, o desenho das formas nos atos produzidos. 7 Paulo Brucky nasceu em 1949 em Recife. É um dos nomes importantes da arte conceitual brasileira. Foi um dos fundadores no Brasil do movimento de arte postal e arte xerox. Agradeço a Paulo Bruscky a gentileza do envio de material de seus trabalhos e os preciosos momentos de interlocução. junho 2012 l correio APPOA.91

92 temática. O projeto Sem destino/unknown destination estendeu-se de 1975 a O artista enviava envelopes selados onde constavam seu nome e endereço como remetente e endereçados para sem destino. Esses envelopes eram encaminhados, dentro de outros envelopes comuns, esses sim endereçados a pessoas de contato do artista em vários lugares, solicitando que fossem colocados em caixa de coletas. Todos os envelopes, ou quase todos, voltavam ao remetente, pois, de acordo com as normas do correio, não se localizando o destinatário, a correspondência deve retornar ao remetente. Dentro desses envelopes sem destino, Paulo Bruscky incluía textos sobre arte postal como também questionamentos sobre a burocracia dos correios. Nas diversas exposições em que participou com este projeto, Bruscky reenvia uma série de envelopes e os apresenta na exposição. O espectador se encontra com uma proliferação de trânsitos materializados em carimbos, anotações, riscos nos envelopes. Muitas correspondências voltavam violadas ou simplesmente não retornavam. Este trabalho circulou também por outros países e, muitas vezes, o envio para determinado lugar tinha uma motivação clara de denúncia político-institucional. É curioso, por exemplo, ver os envelopes enviados para o que era na época a Alemanha Ocidental e Alemanha Oriental. O artista selou o envelope depositado numa caixa de coleta na Alemanha Ocidental com um selo da Alemanha Oriental e outro envelope postado na Alemanha Oriental com selo da Alemanha Ocidental. A eloquência dos envelopes é estarrecedora, pois vemos um risco em torno do selo da Alemanha Oriental, tendo sido o envelope devolvido ao endereço do artista sem, nem ao menos, ter sido carimbado, o que seria o esperado. Bruscky, com esse trabalho, toca a questão do processo mesmo da comunicação humana, da qual vou sublinhar alguns aspectos. Não seria legítimo interrogarmos sobre o endereçamento de nossas mensagens? Quem é o destinatário dessas mensagens? Neste ponto, a prática psicanalítica traz valiosas contribuições, pois quase sempre temos apenas uma vaga ideia do Outro a quem dirigimos, o tempo todo, nossas palavras. Os mal-entendi- 92. correio APPOA l junho 2012

93 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. dos naturais e inevitáveis de nossa comunicação nos mostram o desafio que é, para cada um, saber um pouco sobre o endereçamento preciso de suas mensagens. Outro aspecto que poderíamos sublinhar se refere à mensagem que retorna ao seu lugar de origem. Esse retorno não nos revela a estrutura mesma da comunicação, uma vez que o espírito humano se guia pela escuta de sua própria voz, num espelhamento narcísico desesperado e limitador? Na impossibilidade de encontrar o bom destino para as palavras dirigidas ao Outro, ele tem de suportar o eterno retorno de suas mensagens 8. Para sair, portanto, desta repetição, do círculo vicioso das ladainhas queixosas e paralisantes, nada melhor que os atos se tornem formas. Precisamos de atos que corram o risco de redirecionarem o destino de uma mensagem. Os atos efetivamente criativos e que geram obras de arte seriam, pois, aqueles que, em alguma medida, ajudam-nos a dar um pouco de forma aos destinatários informes. Graças ao trabalho destes artistas, podemos saber um pouco mais sobre os Outros (destinatários), que num determinado tempo e espaço, organizam os discursos. Podemos deduzir, então, que alguns destinatários mudam conforme o tempo e o lugar, e é na medida em que as obras continuam a produzir efeitos (interpretativos) que elas continuam vivas na história. Trata-se, por conseguinte, de um diálogo promissor e que é, a cada época, reatualizado. Consequentemente, podemos compreender a responsabilidade do espectador/leitor das obras, pois é neste ponto preciso que ele se torna responsável pelo destino dos atos já que, em certa medida, são estes que darão lugar e vida às formas, são eles que fazem a obra 9. E o discurso analítico surge aí para garantir a necessária legitimida- 8 Poderíamos lembrar aqui a formulação de Jacques Lacan no seu clássico texto Função e campo da fala e da linguagem em psicanálise (1953), onde escreve a propósito de uma concepção de comunicação vista sob o prisma da psicanálise: O emissor recebe do receptor sua própria mensagem invertida. Ver em LACAN, Jacques. (1966) Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, Poderíamos evocar aqui a clássica formulação de Marcel Duchamp: São os espectadores que fazem o quadro. Dentro desta perspectiva, Marcel Duchamp em seu texto O ato criador, de 1957, nos diz: O ato criador não é executado pelo artista sozinho; o público estabelece o contato entre a obra de arte e o mundo exterior, decifrando e interpretando suas qualidades intrínsecas e, desta forma, acrescenta sua contribuição ao ato criador. Isto torna-se ainda mais óbvio quando a posteridade dá o seu veredicto final e, às vezes, reabilita artistas esquecidos. In: Battcock, Gregory. (1973) A nova Arte. São Paulo: Perspectiva, 1975, p. 74. junho 2012 l correio APPOA.93

94 temática. de para estes atos, já que nossa época, como sabemos, cada vez mais tenta excluir estes atos de seu horizonte. Referências bibliográficas LACAN, J. L acte psychanalytique, ( ). Paris: Association Freudienne Internationale, publicação para circulação interna. LACOUE-LABARTHE. La poésie comme experience. Paris: Christian Bourgois Editeur, MELO, T. Carbono. São Paulo: Nankin Editorial, PASSERON. R. La naissance d Icare éléments de poïétique générale. Valenciennes: ae2cg, PASSERON, R. Por uma poïanálise. In: Correio da APPOA. Porto Alegre, n. 78, abril, ano IX, SANTO AGOSTINHO, Confissões. Coleção Os pensadores. São Paulo: Ed. Abril, Livro XI, VALÉRY, P. Primeira Aula do Curso de Poética. In: Valéry, Paul. Variedades. São Paulo: Iluminuras, correio APPOA l junho 2012

95 temática. Pourquoi Convergencia? 1 Alain Didier-Weill Les 2,3,4 février 2001, se rencontreront à l UNESCO, des psychanalystes élèves de Freud et de Lacan, issus d une cinquantaine de groupes européens, américains et sud-américains. Qu il ait fallu près de 20 ans de rencontres préliminaires, pour que s institue cette convergencia, nous interroge sur l histoire du mouvement psychanalytique. Comment devons-nous en effet comprendre la divergence des destins qui oppose, celui des psychanalystes affiliés à l IPA à celui de ceux qui s affilient à l enseignement de Lacan? Le fait que les premiers, contrairement aux seconds, soient, malgré les conflits rencontrés, toujours parvenus à rester au sein d une association 1 Disponível em Acesso em maio junho 2012 l correio APPOA.95

96 temática. homogène et centralisée pose cette question: la tendance à la dispersion des groupes lacaniens serait-elle un effet de l enseignement de Lacan? Il y a là une question de fond dont l examen préalable est nécessaire avant de pouvoir porter un regard sur l étrange mouvement de balancier qui a poussé, dans un premier temps, les élèves de Lacan à se disperser dans de nombreux groupes avant qu ils ne se décident, dans un deuxième temps, à inventer un mode original de retrouvaille. Il s agit de reconnaître qu il y eut dans le style même par lequel Lacan a transmis la psychanalyse un point de réel qui mit en demeure, ses auditeurs et élèves, de choisir une position assez radicale: dans ce qu ils entendirent, quelque chose incita les uns à répondre un par un et inversement, incita d autres à répondre collectivement dans le 1+1, comme si, dans un cas c était l analyste dans sa singularité qui était sollicitée et dans l autre l analyste se saisissant en tant que membre d un groupe de semblables. Si schématique fut-il, le clivage entre ceux qui, dans cet enseignement, privilégiaient ce qui contribuait à éclairer la pratique analytique dans ce qu elle a de singulier et ceux qui se percevaient comme constitués en groupe ayant à soutenir un maître par le militantisme, orienta 2 modes de pensée. La première, tournée vers la théorie lacanienne de la subjectivité, la seconde s attachant à ce qui dans l enseignement du maître (la logique, les mathemes) permettait l unification dogmatique du groupe par la vision rationnelle, unifiante, qui était proposée. Ces 2 orientations de pensées s incarnèrent dans 2 types d organisations très différentes: ceux qui choisirent comme impératif l appartenance à une communauté dogmatique et homogène (l Ecole Une) s opposèrent nécessairement à ceux qui, renvoyés à leur division de sujet plutôt qu à un moi unifié, récusaient l idée d une pensée unique qui aurait pu satisfaire cette poussée à l identification que le moi cherche passionnément dans l autorité d un maître voir, parfois, dans celle d un contremaître. Ceux ci furent soumis, les uns par rapport aux autres, à un double mouvement: d un côté ils se séparèrent instituant une sorte de diaspora 96. correio APPOA l junho 2012

97 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. lacanienne entre l Europe et l Amérique alors que d un autre côté un lien profond se maintenait. Toutes ces associations, si différentes soient-elles, gardaient, en effet, par dévers elles, un lien de fidélité radicale envers ce paradoxe éthique qu avait soutenu Lacan, et qui n avait pas été étranger à son excommunication par l IPA: l analyste ne saurait s autoriser que de lui-même. Cette petite phrase était un véritable brandon mettant le feu à toutes structures institutionnelles fondées sur la hiérarchie car elle indiquait, non seulement que l acte analytique ne se prête pas à pouvoir être autorisé par une autorité mais aussi que cet acte ne peut pas advenir, sans tromperie, au sein d une structure régie par l autorité. Un des paradoxe auquel le s autoriser de soi-même expose est celuici: comment l analyste peut-il assumer de demeurer un pionnier ayant, dans sa pratique à réinventer, sans garantie, la psychanalyse et demeurer, en même temps, un praticien dont la pratique peut être garantie par l affiliation à son groupe. Dans cette division par laquelle il est d une part clivé entre une pratique clinique qui conteste toute identité définitive puisqu elle le met en demeure de devenir et redevenir, séance après séance, et d autre part une pratique institutionnelle qui tend, au contraire, à attester une identité permanente à laquelle il peut croire, l expérience montre que l attrait pour l appartenance institutionnelle peut devenir l élément dominant d une subjectivité. A cet égard, si les analystes de la cinquantaine d associations qui ont été conduits à penser et à réaliser Convergencia ne mettent pas en question, par définition même, l appartenance aux institutions, ils ont cependant en commun l intention d inventer un rapport de l analyste à sa communauté qui ne soit pas de l ordre d une jouissance fusionnelle. Le prix à payer pour quiconque se laisse envahir par cette jouissance d appartenance à l homogène est, bien sûr, de renoncer aussitôt à s autoriser de penser. Est-il possible de ne pas renoncer? La Convergencia en fait le pari en posant que l inévitable jouissance d appartenance à un groupe pourrait ne junho 2012 l correio APPOA.97

98 temática. pas être recherchée pour elle même mais, au contraire, tempérée, altérée, du fait même du désir d être mis en rapport par l altérité incarnée par les autres associations. Ce désir, causé par la différence, s inscrit dans une temporalité dialectique: à un premier temps où l hétérogénéité des groupes s est affirmée dans le souci de soutenir des différences, a succédé un deuxième temps où fût dépassé le à chacun sa vérité. Cessant dès lors d être affirmation de la petite différence narcissique, l enjeu primordial devenait la prise en charge de cette grande différence qui n est plus celle régi par l imaginaire mais par le réel. Qu elle s exprime par la différence des sexes ou celle des langues, cette grande différence est la marque même de l empreinte réelle laissée dans le sujet par le fait que, s il est parlant, c est que le langage structuré par la différence signifiante, parle en lui en le différenciant. Ainsi cette différence qui produit, quand elle est imaginaire, une séparation immediate tend à induire, dans l après coup, un désir de rencontre quand elle est devenue réelle: n a-t-il pas fallu Babel pour que surgisse, après la séparation des langues, le désir inédit de traduire? Un tel désir produit un effet dialectique: en produisant une traductibilité qui établit un pont entre 2 altérités il laisse apparaître une zone d intraductibilité qui nous avertit de cette différence absolue d où existe un réel humain. Que nous vivions dans un monde qui, aujourd hui, pretend pouvoir maîtriser, par la science ou par n importe quel discours totalisant, ce réel immaîtrisable, est sans doute au principe du malaise moderne de notre civilisation. Dans un monde où ce n est plus l oeil de Dieu mais celui de la science qui nous scrute de partout, que ce soit par l intermédiaire des caméras qui naviguent dans le ciel portées par des satellites ou encore, par celui des caméras endoscopiques qui, enfouies dans nos viscères, peuvent filmer le secret des corps, l homme est progressivement exposé à une transparence folle à laquelle seule la parole peut le soustraire. 98. correio APPOA l junho 2012

99 V Congresso Internacional de Convergencia O Ato Psicanalítico. Cette parole différenciante récuse, comme Freud le faisait déjà, toute vision totalisante du monde. Elle est celle que la psychanalyse, plus que jamais, peut contribuer à soutenir en trouvant les moyens de continuer à ce que s entende, dans un monde de plus en plus gouverné par le regard, la question inouïe, ouverte par l ouïr de Freud, d un sujet de l inconscient. Cette question que nulle réponse savante ne peut étancher, à laquelle il est impossible de s habituer car elle est à chaque fois aussi nouvelle, fait trou dans le savoir. C est autour de ce trou, topologisé par l oevre de Lacan, que des psychanalystes issus d associations sud-américaines, américaines et européennes se sont proposés de converger. La particularité de cette association d associations, Convergencia, est d être tissée, sans point central, comme un filet évoquant celui du langage: filet à la fois consistant et inconsistant car, par ses fils noués, il déssine autant de trous capables de saisir des objets (les poissons) qu incapables de retenir cet insaisissable fluide qu est l eau. junho 2012 l correio APPOA.99

100

101 resenha. Para compreender a criança: chaves psicanalíticas JERUSALINSKY, Alfredo Editora Instituto Langage, 2011, 186 p. A infância é o tempo da construção do crivo com que interpretamos o mundo durante toda a extensão posterior de nossa existência (p. 9). O presente título, lançado inicialmente em espanhol, constitui versão modificada e ampliada a partir de seminários proferidos na Universidade Politécnica Salesiana e faz parte da Coleção Começos e tropeços na linguagem, cuja proposta encontra na extensa prática e produção de Alfredo Jerusalinsky um entrelaçamento com seus objetivos de ampliar e problematizar o campo de compreensão, investigação e intervenção junto ao infans, nas relações que ele estabelece com o outro e com seu corpo. junho 2012 l correio APPOA.101

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