THIAGO OLIVEIRA DE MESQUITA A IMPORTÂNCIA DA TRANSPOSIÇÃO E SEUS IMPACTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS

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1 UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL HABILITAÇÃO EM TOPOGRAFIA E ESTRADAS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO THIAGO OLIVEIRA DE MESQUITA A IMPORTÂNCIA DA TRANSPOSIÇÃO E SEUS IMPACTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS JUAZEIRO DO NORTE CE 2017

2 2 THIAGO OLIVEIRA DE MESQUITA A IMPORTÂNCIA DA TRANSPOSIÇÃO E SEUS IMPACTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Comissão Examinadora do Curso Tecnologia da Construção Civil com habilitação em Topografia e Estradas da Universidade Regional do Cariri URCA, como requisito para conclusão de curso. Orientador: Prof. Me Jefferson Luiz Alves Marinho JUAZEIRO DO NORTE CE 2017

3 3 THIAGO OLIVEIRA DE MESQUITA A IMPORTÂNCIA DA TRANSPOSIÇÃO E SEUS IMPACTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Comissão Examinadora do Curso Tecnologia da Construção Civil com habilitação em Topografia e Estradas da Universidade Regional do Cariri URCA, como requisito para conclusão de curso. Aprovada em / /, Nota BANCA EXAMINADORA Prof. Me Jefferson Luiz Alves Marinho (Orientador) Universidade Regional do Cariri (URCA) Prof. Me. Antonio Nobre Rabelo Universidade Regional do Cariri (URCA) Prof. Antonio Costa Sampaio Neto Universidade Regional do Cariri (URCA)

4 A Deus. A meus pais, pelo apoio e compreensão. 4

5 5 AGRADECIMENTOS Inicialmente a Deus por ter conseguido alcançar e concluir essa fase do curso, a meus amigos José Fernandes (chocolate), Jonas e Welinton, e a meu orientador Jefferson Luiz. À Universidade Regional do Cariri URCA, pois é uma instituição que presta significativa contribuição na formação superior desenvolvendo um importante papel no desenvolvimento regional no Cariri. A todos os estudantes que iniciaram o curso e me ajudaram durante os estudos e contribuíram para o meu crescimento como estudante do ensino superior.

6 6 A grande conquista é o resultado de pequenas vitorias que passam despercebidas (Paulo Coelho)

7 7 RESUMO A Transposição do Rio São Francisco é uma obra muito relevante para o nordeste brasileiro visto suas dimensões e as partes que a formam, principalmente, pelos impactos causados e os esperados com a sua conclusão através da distribuição de água para vários municípios do sertão nordestino, que é o principal objetivo do projeto. Seu estudo torna-se interessante por apresentar relatos de uma obra pensada ainda no período do Imperador D. Pedro II. Sua importância para o meio acadêmico será relevante, pois é uma obra com variáveis importantes, já que é formada por canais, túneis reservatórios entre outras estruturas especiais. Em virtude disso, falar sobre o PIRSF tornou-se um tema notável para a conclusão do curso de tecnólogo, enfocando seus principais aspectos, sendo especialmente abordados os principais fatores dos possíveis benefícios que esse projeto trará, dentre eles, a disponibilização de água para os sertanejos, sendo muito esperada pelos municípios de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Assim, este trabalho se apresenta como uma forma de poder contribuir para o senso crítico sobre o assunto. Do ponto de vista social observa-se que o maior impacto social a ser analisado foi o das comunidades afetadas com as desapropriações dos terrenos, como também, os transtornos gerados em decorrência desse processo. Isso se deve em virtude dessas comunidades serem grupos quilombolas ou indígenas, que tiveram suas terras cortadas pelo empreendimento. Com relação aos fatores ambientais afetados em decorrência da obra identificou-se, de forma geral, vários tipos de impactos ambientais causados assim como, o plano ambiental de controle, exigência do licenciamento da obra, e algumas de suas áreas de abordagem, deveres e medidas mitigadoras, as quais apresentam como alternativas de gestão ambiental aos impactos causados. Palavras-chave: Transposição, integração, benefícios e impactos socioambientais

8 8 ABSTRACT The Transposition of the São Francisco River is a very relevant work for the Brazilian Northeast, considering its dimensions and the parts that form it, mainly, by the caused and expected impacts with its conclusion through the distribution of water to several municipalities of the northeastern sertão, which Is the main objective of the project. His study becomes interesting to present reports of a work still thought in the period of the Emperor D. Pedro II. Its importance for the academic environment will be relevant because it is a work with important variables since it is formed by channels, reservoir tunnels among other special structures. Because of this, talking about the PIRSF has become a notable topic for the conclusion of the course of technologist focusing on its main aspects, being especially addressed the main factors of the possible benefits that this project will bring, among them, the provision of water for the sertanejos, Being very expected by the municipalities of Pernambuco, Ceará, Paraíba and Rio Grande do Norte. Thus, this work presents itself as a way of contributing to the critical sense on the subject. Thus, as analyzed, on the social impacts caused, it is observed that the factor of greatest concern to be analyzed were those of the affected communities with the land expropriations as well as the disturbances generated as a result of this process. This is due to the fact that they are communities referring to the quilombola or indigenous groups, that had their lands cut by the enterprise. With regard to the environmental factors affected as a result of the work, it was generally identified several types of environmental impacts caused as well as the environmental control plan, the requirement of the work permit, and some of its areas of approach, duties and measures Mitigating factors, which is presented as an alternative of environmental management to the impacts caused. Keywords: Transposition, integration, benefits and socio-environmental impacts

9 9 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Visão geral do PIRSF Figura 2: Canal do PIRSF construído sobre terras da comunidade quilombola Figura 3: VPR de Sertânia-Pe, Eixo Leste Figura 4: imagem da sexta estação de bombeamento em Sertânia/PE Figura 5: Vista da estrutura do forebay de jusante, parte da estrutura da estação de bombeamento Figura 6: Transição da bacia do reservatório Barro Branco para canal... 42

10 10 LISTA DE SIGLAS CNRH Conselho Nacional de Recursos Hídricos DNOS Departamento Nacional de Obras e Saneamento FUNAI Fundação Nacional do Ìndio FUNCATE Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologias Espaciais IBAMA Instituto Brasileiro de Meio Ambiente MI Ministério da Integração Nacional PIRSF Projeto de Integração do Rio São Francisco PRAD Programa de Recuperação de Áreas Degradadas PAC Plano Ambiental de Construção PCRBHSF Projeto de Conservação e Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco RIMA Relatório de Impacto ao Meio Ambiente SUDENE Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste VPR Vilas de Produção Rural

11 11 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO JUSTIFICATIVA OBJETIVOS OBJETIVOS GERAIS OBJETIVOS ESPECÍFICOS METODOLOGIA ESTRUTURA DO TRABALHO TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO CARACTERÍSTICAS E ESTRUTURAÇÃO DO PIRSF (PROJETO DE INTEGRAÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO) IMPACTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS DA TRANSPOSIÇÃO POVOS INDÍGENAS TRUKAS E O PIRSF POVOS QUILOMBOLAS E O PIRSF DESAPROPRIAÇÕES DESMATAMENTO E ESCAVAÇÕES COMO FATORES CAUSADORES DE RISCOS AMBIENTAIS TRANSTORNOS E INTERFERÊNCIAS DA TRANSPOSIÇÃO PLANO AMBIENTAL DE CONTROLE - PAC SERVIÇOS DE DESMATAMENTO E CONTENÇÃO DE EROSÕES BENEFÍCIOS DO PIRSF VILAS DE PRODUÇÃO RURAL AGRICULTURA, EMPREGO E BACIAS BENEFICIADAS EIXO LESTE RESULTADOS E DISCUSSÕES REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS... 44

12 11 1. INTRODUÇÃO A problemática da seca no semiárido nordestino persiste através dos séculos e, historicamente, impede o desenvolvimento desta região, que vive em sua maior parte da agricultura familiar e da pecuária como, o plantio de milho, feijão e criação de animais como, cabras, ovelhas, gado bovino, criação de suínos, atividades estas que são totalmente dependentes do ciclo das chuvas e vulneráveis à estiagem, que atinge de tempos em tempos o sertão nordestino. A política dos açudes foi e é muito importante para a convivência com a estiagem e a seca no Nordeste, com açudes abastecendo muitos municípios do sertão, assim como, os grandes centros como, a capital cearense Fortaleza, que é abastecida pelo açude Castanhão, localizado no médio Jaguaribe. No entanto, com a seca prolongada esse sistema se torna vulnerável, pois, não há recarga de água. Como comparação, segundo dados oficiais da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), os recursos aplicados entre 1998 e 2000 para atendimento emergencial às consequências dos efeitos da seca foram de R$ 2,2 bilhões (CALVALCANTE, 2013). Assim, a região nordeste apresenta uma grande discrepância entre oferta de água existente e o volume populacional, sendo grande parte da água ofertada por reservatórios em rios temporários. Nesse contexto, o governo federal viu como alternativa a Transposição do Rio São Francisco após longos anos de discussões e retomadas da elaboração do projeto. Na região Nordeste do Brasil a problemática da escassez de água é uma questão secular, marcada na memória social por muitos projetos públicos abandonados e reduzida aos determinantes físico-climáticos (REBOLÇAS, 1997). Este trabalho abordará a questão da transposição do Rio São Francisco mostrando a obra em um panorama geral, assim como, seus aspectos positivos e negativos. A partir de um relatório de estudo ambiental o trabalho enfocará aspectos relativos aos ganhos sociais e ambientais e também perdas e impactos socioambientais. A influência da escolha do tema deveu-se à experiência profissional ao autor iniciada, através de estágio nas obras da Transposição do Rio São Francisco, por ser considerada uma das obras hídricas mais extensas e importante do país.

13 Justificativa O trabalho se justifica pela necessidade de abordar os impactos ambientais e sociais causados pela transposição do rio São Francisco, destacar a população beneficiada e alguns aspectos da transposição, para, com isso, evidenciar a grandiosa importância que essa construção representa para o semiárido nordestino. Ainda constitui objeto do trabalho nortear a população para os impactos ambientais gerados em decorrência de sua implantação, além das medidas mitigadoras que foram utilizadas para corrigir ou minimizar os danos socioambientais. Outro fator motivador, conforme aborda Brito (2013, p. 31) é o fato de que, historicamente, os debates sobre o semiárido nordestino brasileiro sempre tiveram como referência discussões sobre a seca, resultando em importantes publicações as quais deram grandes contribuições para o conhecimento da região. Ainda segundo o autor, ao longo do tempo, pouco se debateu sobre água e recursos hídricos nessa região. Sendo assim, estudar e analisar as questões hídricas do semiárido é uma maneira de contribuir para uma melhor gestão da sua água Objetivos Objetivos Gerais Analisar a amplitude da transposição do Rio São Francisco com base nas questões sociais e ambientais do projeto, evidenciando os seus aspectos positivos e negativos Objetivos Específicos 1. Descrever as características técnicas e esboço geral da obra de Transposição do Rio São Francisco; 2. Identificar os aspectos positivos e negativos, sob a ótica social e ambiental; 3. Mostrar as medidas corretivas que o projeto propõe para mitigar os impactos ambientais provocados.

14 Metodologia Para este trabalho, buscaram-se inicialmente pesquisas que pudessem ser utilizadas no referencial teórico do trabalho, sendo estas feitas através de analises em artigos, monografias e teses já publicadas sobre a amplitude da transposição do Rio São Francisco com base nas questões sociais e ambientais do projeto evidenciando os aspectos positivos e negativos. Sendo assim, a partir desse material se constituiu a parte teórica deste trabalho Estrutura do trabalho Para maior compreensão do conteúdo abordado nesse trabalho uma pequena descrição dos assuntos a serem tradados, conforme pode ser visto a seguir: No capítulo 1: Apresenta-se a primeira parte do trabalho, que visa introduzir os conceitos abordados para apresentação e descrição do tema. Também são expostos os objetivos da pesquisa juntamente com a justificativa para a escolha do tema adotado. No capítulo 2: Abordam-se as características do projeto de transposição do rio São Francisco. No capítulo 3: Trata dos impactos sociais e ambientais causados pelo projeto da transposição. No capítulo 4: Abordam-se os transtornos e interferências causados pelo projeto da transposição. No capítulo 5: Trata do Plano Ambiental de Controle definido para o projeto. No capítulo 6: São abordados os benéficos observados pelo projeto de transposição do rio São Francisco. No capítulo 7: Tratado do Eixo Leste, destacando seu desenvolvimento no projeto. No capítulo 8: São apresentadas as considerações finais do trabalho.

15 14 2. TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO Afim de uma melhor compreensão sobre os assuntos que tratam da transposição do Rio São Francisco, torna-se necessário inicialmente averiguar como se deu o surgimento dessa ideia no país, e a partir dessa análise, identificar se a referida obra apresenta uma origem advinda da época imperial do Brasil, estimada a mais de 100 anos atrás. Além disso, vale ressaltar que o descaso com a região Nordeste transformou o projeto, por décadas, em apenas um sonho ou uma ideia que não ganhou tanta atenção ao longo dos anos, sempre sendo esquecida ou adiada e deixada de lado por falta de interesse governamental, sem justificativas foi apenas um pensamento no imaginário dos nordestinos, sendo algo impossível, segundo o pensamento de muitos sertanejos Histórico da transposição do Rio São Francisco Segundo Ferreira (2013, p. 37), a ideia da transposição de parte das águas da bacia do Rio São Francisco como medida de combate aos efeitos da seca é uma ideia tão antiga quanto o próprio problema da escassez da água no semiárido nordestino brasileiro. Ainda conforme o autor, desde os tempos do Governo Imperial, durante o século XIX, até os dias atuais, o desvio de parte das águas do São Francisco vem sendo cogitado por lideranças das regiões afetadas pelas secas, como uma das alternativas ou principal solução para amenizar a seca. Tomando como ponto de partida a concepção mais recente acerca do Projeto de Transposição do Rio São Francisco, pode-se afirmar: ela tem raízes no governo do presidente João Figueiredo ( ), ainda durante o período do Regime Militar. De alguma forma, isso se deve ao fato de que, somente a partir dos anos 1980, a utilização da energia elétrica se tornou viável como solução tecnológica para permitir o bombeamento de água para as regiões afetadas pela seca (Rima, 2005 apud. Loureiro et al., 2013, p. 13). Um dos primeiros registros a respeito do Projeto de Transposição remete a uma iniciativa do intendente de Crato, Marco Antônio Macedo. No ano de 1847, o intendente informou à Corte Imperial sobre os efeitos da seca para a região, recomendando o desvio de águas do rio São Francisco como a solução para o problema em questão (RIBEIRO, 2010 apud. Ferreira, 2013, p. 37).

16 15 A partir de 1889, já no período republicano, o Projeto de Transposição seria relembrado por diversas vezes. Em 1909, técnicos da Inspetoria de Obras contra as Secas (IOCS) elaboraram um esquema do canal que interligaria os rios São Francisco e Jaguaribe. Em 1919, esse projeto seria reconsiderado pela Inspetoria Federal de Obras contra as Secas (IFOCS). Em ambos os casos, o projeto foi logo arquivado (Castro, 2011, p. 9) Desse modo, conforme Filgueiras (2014, p. 2), a discussão foi retomada em 1943 por Getúlio Vargas. O primeiro projeto consistente surgiu no governo João Figueiredo, após a maior estiagem da história (1979/1983), executado pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca. Ainda de acordo com o autor, em 1994, o presidente Itamar Franco enviou um Decreto ao Senado, declarando ser de interesse da União a realização de estudos sobre o potencial hídrico bacias das regiões Semiáridas dos Estados do Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. Já, Fernando Henrique Cardoso, ao assumir o governo, assinou o documento propondo a revitalização do Rio e a construção dos canais de transposição: o Eixo Norte, o Eixo Leste, Sertão e Remanso (FILGUEIRAS, 2014, p. 2). Assim, ainda conforme o autor, tais projetos não foram adiante, mas foram criados o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco CBHSF e o Projeto de Conservação e Revitalização da Bacia Hidrográfica do São Francisco PCRBHSF. Chega-se então à fase atual de debates sobre a ideia de transposição de parte das águas do rio São Francisco como solução para amenizar os efeitos da seca em parte do Semiárido nordestino. Logo no primeiro mandato do presidente Luís Inácio Lula da Silva, entre 2003 e 2006, a ideia da transposição ressurgiu quando o presidente Lula incumbiu o então ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, de executar a obra (Castro, 2011, p. 10). Sendo assim, a implantação do projeto foi passando pelos governantes como, João Figueiredo, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso até chegar no mandato do presidente Luis Inácio Lula da Silva que, depois de mais de um século, finalmente colocou a idéia em prática, entre polêmicas e críticas, sendo aprovado e iniciado o licenciamento da obra. Hoje este empreendimento é de responsabilidade do Ministério da Integração Nacional, que fiscaliza e define prazos e mudanças em projetos, entre outras atividades que lhe competem.

17 Características e estruturação do PIRSF (Projeto de Integração do Rio São Francisco) Partindo de dois pontos do Rio São Francisco, nos municípios de Cabrobó/PE, no eixo norte e Floresta/PE, no eixo leste, a transposição atravessa vários municípios do sertão nordestino, sendo possível não interferir na vida das pessoas e suas propriedades ao longo do traçado do projeto. O Projeto de Integração do Rio São Francisco (PIRSF) é a maior obra de infraestrutura hídrica do País, dentro da Política Nacional de Recursos Hídricos, com 477 quilômetros de extensão, em dois eixos (Leste e Norte), o empreendimento vai garantir a segurança hídrica de 12 milhões de pessoas em 390 municípios nos estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, onde a estiagem é frequente. O empreendimento engloba a construção de 13 aquedutos, nove estações de bombeamento, 27 reservatórios, nove subestações de 230 quilowats, 270 quilômetros de linhas de transmissão em alta tensão e quatro túneis (Ministério da Integração Nacional, 2013). De acordo com o MI, a integração do rio São Francisco às bacias dos rios temporários do Semiárido será possível com a retirada contínua de 26,4 m³/s de água, o equivalente a 1,4% da vazão garantida pela barragem de Sobradinho (1.850 m³/s), no trecho do rio (CASTRO, 2011, p. 11). Ainda conforme o autor, este montante hídrico beneficiaria 391 municípios do Agreste e do Sertão, dos quatro estados do Nordeste Setentrional. Nos anos em que o reservatório de Sobradinho estiver vertendo, o volume captado poderá ser ampliado para até 127 m³/s. Sendo assim, a transposição se dará com a execucção de dois eixos, Norte e Este, conforme apresentado na figura a seguir. Ressalta-se, contudo, que o PIRSF é formado não só por canais, mas por adutoras e passa por açudes existentes aproveitando vários cursos naturais de bacias existentes.

18 17 Figura 1: Visão geral do PIRSF Fonte: O Eixo Norte, segundo Castro (2011, p. 11) levará água para os sertões de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, e o Eixo Leste, beneficiará parte do Sertão e a região Agreste de Pernambuco e da Paraíba. Conforme Cavalcante (2013), o Ministério da Integração Nacional estabeleceu, em 2011, um novo modelo de licitação, contratação e acompanhamento dos seis trechos de obras denominadas de metas de conclusão (Metas 1N, 2N, 3N, 1L, 2L e 3L), sendo 12 empreiteiras contratadas para realizar os serviços. Quanto às dimensões dos canais, serão em forma trapezoidal com no máximo 25 metros de largura e 5 metros de profundidade. No eixo norte o projeto terá capacidade de vazão de 99m³/s, que será operado considerando uma vazão de 16,4m³/s e no eixo leste com capacidade para vazão de 28m³/s, considerando uma vazão de operação de 10m³/s. Os canais formam a maior parte da obra, interligando túneis e reservatórios que existem entre os segmentos de canais. Desse modo, toda a obra, desde os seus pontos de captação, no Rio São Francisco, até seu destino final nas bacias do Ceará, Rio Grande Norte e Paraíba, contam com estações de bombeamento, canais de enrocamento e canais de concreto, túneis, reservatórios e aquedutos. Já, as estações de bombeamento são estruturas que através de uma forte sucção elevam o volume de água de um segmento do canal ao outro para compensar a diferença de nível entre as parte dos

19 18 canais. Ao todo serão nove estações de bombeamento (EBV), com seis unidades no eixo leste e três unidades no eixo norte. A captação de água no rio São Francisco ocorrerá, no Eixo Norte, na calha principal do rio, no município de Cabrobó/PE, a montante da Ilha Assunção, sendo nesse eixo construídas três estações de bombeamento. No Eixo Leste, com seis estações de bombeamento, a captação ocorre no lago de Itaparica, mais especificamente no braço formado pelo vale do rio Mandante, que divide os municípios de Floresta e Petrolândia, no estado de Pernambuco. As barragens, contudo, são obras recorrentes na transposição do são Francisco, no geral, são obras com maciço de terra, enrocamento e com filtro vertical e horizontal. Essas barragens servem para substituir os canais, já que nos vales e baixadas essa construção demandaria muitos gastos com material e tempo com sua execução ou até mesmo, necessitaria da construção de vários segmentos de canais em encostas, onde sua estabilidade não seria garantida. Assim, é economicamente viável e de mais agilidade construir-se barragens nos trechos em questão. Somando-se os dois eixos, o projeto de integração prevê a construção de 30 barragens entre alguns segmentos de canais. Sobre as barragens vale ressaltar que o projeto da transposição também incluiu em seu traçado barragens existentes, como é o caso do açude Atalho no município de Brejo Santo/CE, onde houve a elevação do nível do coroamento e realizada uma nova estrutura de controle para a água, um pequeno túnel no qual passará água para geração de energia elétrica, uma casa de força e também um reforço com solo compactado no pé da barragem, na parte de jusante. Com essa atividade, praticamente aproveitou-se todo o curso natural entre as Barragens Jati e Barragem Atalho, o que resultou apenas na construção de um canal de enrocamento de 2,50 km para garantir a estabilidade do entorno dos riachos Jati e Atalho. A execução de túneis também pode ser compreendida como uma outra parte interessante do PISRF, onde no total são três túneis no eixo norte: Túnel milagres com 1 quilômetro de extensão, em Penaforte - CE, Cuncas I e Cuncas II, sendo um destes com 15 km e outro com 04 km, entre os estados da Paraíba e do Ceará, nos Municípios de Mauriti - CE e São José de Piranhas - PB.

20 19 Já no eixo leste, tem-se a realização do túnel Engenheiro Giancarlo de Lins Cavalcanti, com seis quilômetros de comprimento. Desse modo, estes se apresentam como uma alternativa para transpor-se o acidentado relevo dos estados de Pernambuco, Ceará e Paraíba, de forma a reduzir os grandes volumes de movimento de terra e rocha, assim como, escavações demasiadamente profundas, apesar do considerável volume de escavação em rocha, que é aproveitado no escoramento dos aterros da parte externa do canal. Os aquedutos são outras estruturas importantes no curso da transposição, pois ligam os segmentos de canais nas depressões e pequenos vales quando não é viável a construção do canal em aterro compactado ou em seção trapezoidal. Nesses casos, dá-se a construção de uma estrutura em concreto armado com seção retangular. Nesse contexto, o PIRSF tem em seu projeto 14 aquedutos, com 9 unidades no eixo norte e 5 no eixo leste. Além disso, deve-se ressaltar que o projeto de Integração do São Francisco cortará vários municípios dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, sendo o processo de licitação da obra efetuado por meio da sua divisão em lotes, no qual geralmente, o vencedor de cada lote é um consorcio entre empreiteiras.

21 20 3. IMPACTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS DA TRANSPOSIÇÃO Um empreendimento de grande porte e extensão como a transposição causa diversos impactos para a região em que esta será inserida, tendo em vista, sua interferência em muitas propriedades, dentre elas terras indígenas e quilombolas, que devido ao grande volume do movimento de terra passa a causar impactos ambientais como, o desmatamento e escavações. Segundo Filgueiras (2014), o RIMA relatou 44 impactos ambientais previstos, devido à obra, dos quais 23 foram considerados os principais sendo 11 são positivos e 12 negativos. Assim, dentre os vários transtornos observados em função dessa obra, têmse, de acordo com Filgueiras (2014): Perda do emprego da população nas regiões desapropriadas e dos trabalhadores ao término das obras. Modificação nos ecossistemas dos rios da região receptora, alterando a população de plantas e animais aquáticos. A criação de ambientes aquáticos distintos dos existentes, a alteração dos volumes de água nos rios receptores promoverá uma seleção das espécies. Peixes e outros organismos aquáticos são importantes na reconstrução da história biogeográfica das bacias hidrográficas. A alteração dos ecossistemas pode impactar no conhecimento da história da região. Risco de redução da biodiversidade das comunidades biológicas aquáticas nativas nas bacias receptoras. A seleção entre as espécies exóticas e nativas das regiões receptoras pode impactar na redução de espécies nativas. Introdução de tensões e riscos sociais durante a fase de obra. No início das obras, prevê-se a perda de emprego e renda nas áreas rurais devido às desapropriações, a remoção da população das regiões onde passarão os canais, imigração para as cidades em busca de emprego nas obras. Ao término da obra, a dispensa de trabalhadores pode ser foco de conflito. A desapropriação das terras e o êxodo das regiões atingidas alterarão o modo de vida e os laços comunitários de parentesco e compadrio, que são muito importantes para enfrentar as condições precárias de vida de muitas comunidades. Circulação de trabalhadores por terras indígenas de duas etnias: Truká e Pipipã, gerando interferências indesejáveis.

22 21 Pressão na infraestrutura urbana nas cidades que irão receber os trabalhadores, aumentando a demanda por moradia e serviços de saúde. O aumento do nível dos reservatórios pode provocar doenças relacionadas à água, como dengue e esquistossomose. O contato com os operários das obras pode aumentar os casos de doenças sexualmente transmissíveis. A região do projeto possui muitos sítios arqueológicos, colocando-os em risco de perda deste patrimônio devido às escavações nas áreas a serem inundadas pelos reservatórios e no curso dos rios, cujo volume será aumentado. Desmatamento de 430 hectares de terra com flora nativa e possível desaparecimento do habitat de animais terrestres habitantes destas regiões. As espécies da flora mais relevantes são a Caatinga Arbórea e a Caatinga Arbustiva Densa. Introdução de espécies de peixe prejudiciais ao homem na região, como piranhas e pirambebas, que se alimentam de outros peixes e se reproduzem em água parada. A diminuição dos volumes dos açudes provocará a redução biodiversidade de peixes. Alguns rios não têm capacidade para receber o volume de água projetado, inundando os riachos paralelos. Assim, para mitigar os impactos ambientais causados foi elaborado o PAC (Plano Ambiental de Controle), o qual orienta medidas ambientais de controle e segurança na execução dos serviços e implantação dos canteiros de obras, que é uma das exigências para o licenciamento da obra do PIRSF. Isso se deve à tentativa de minimizar os impactos de natureza social e ambiental causados pela implantação desse projeto, contudo, além do PAC foram também desenvolvidas ações que visem o conhecimento profundo da fauna e flora do bioma Caatinga, assim como, dos aspectos econômico-sociais e arqueológicos da região. Sendo assim, as 38 ações criadas conforme o Ministério de Integração Nacional (2013) foram as seguintes: Plano de Gestão, Controle Ambiental e Social das Obras - PBA 01 Plano Ambiental de Construção - PBA 02 Programa de Comunicação Social - PBA 03 Programa de Educação Ambiental - PBA 04

23 22 Programa de Treinamento e Capacitação de Técnicos da Obra em Questões Ambientais - PBA 05 Programa de Identificação e Salvamento de Bens Arqueológicos - PBA 06 Programa de Indenização de Terras e Benfeitorias - PBA 07 Programa de Reassentamento de Populações - PBA 08 Programa de Recuperação de Áreas Degradadas - PBA 09 Programa de Supressão de Vegetação das Áreas de Obra e Limpeza dos Reservatórios - PBA 10 Programa de Apoio Técnico às Prefeituras - PBA 11 Programa de Apoio às Comunidades Indígenas - PBA 12 Programa de Compensação Ambiental - PBA 13 Programa de Conservação e Uso do Entorno e das Águas dos Reservatórios - PBA 14 Programa de Implantação de Infraestrutura de Abastecimento de Águas ao Longo dos Canais - PBA 15 Atividades de Irrigação ao Longo dos Canais para as Comunidades - PBA 16 Programa de Apoio às Comunidades Quilombolas - PBA 17 Programa de Apoio e Fortalecimento dos Projetos de Assentamento Existentes ao Longo dos Canais - PBA 18 Programa de Regularização Fundiária nas Áreas de Entorno dos Canais - PBA 19 Programa de Monitoramento de Vetores e Hospedeiros de Doenças - PBA 20 Programa de Controle de Saúde Pública - PBA 21 Programa de Monitoramento de Qualidade da Água e Limnologia - PBA 22 Programa de Conservação de Fauna e Flora - PBA 23 Programa de Prevenção à Desertificação - PBA 24 Programa de Monitoramento do Sistema Adutor e das Bacias Receptoras - PBA 25 Programa de Cadastramento de Fontes Hídricas Subterrâneas - PBA 26 Programa de Monitoramento de Processos Erosivos - PBA 27 Programa de Monitoramento de Cargas Sólidas e Aportantes nos Rios Receptores e seus Açudes Principais - PBA 28

24 23 Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Projetos Implantados, em Implantação e Planejados - PBA 29 Programa de Apoio às Ações de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano - PBA 30 Programa de Apoio à Redução de Perdas no Sistema de Abastecimento Público e Estímulo ao de Água nas Bacias Receptoras - PBA 31 Programa de Apoio ao Saneamento Básico - PBA 32 Programa de Segurança e Alerta Quanto às Oscilações das Vazões dos Canais Naturais que irão receber as Águas Transpostas - PBA 33 Programa de Relocação das Infraestruturas a serem Afetadas pela Implantação do Empreendimento - PBA 34 Programa de Acompanhamento da Situação dos Processos Minerários da Área Diretamente Afetada - PBA 35 Programa de Monitoramento da Cunha Salina - PBA 36 Programa de Corte e Poda Seletiva da Vegetação - PBA 37 Programa de Monitoramento, Prevenção e Controle de Incêndios Florestais na Faixa de Servidão - PBA 38 No entanto, a implantação da transposição do rio São Francisco também proporciona vários benefícios para a região afetada. Desse modo, dentre os pontos positivos destacam-se os seguintes, conforme Filgueiras (2014): Aumento da água disponível e diminuição da perda devido aos reservatórios. Geração de cinco mil empregos durante a construção da obra (quatro anos), sobretudo nas cidades onde serão implantados os canteiros de obras, entretanto, ao término das obras, não haverá um impacto significativo em termos de geração de empregos. Aumento a renda e o comércio das regiões atingidas. Durante a obra, haverá grande incremento no comércio e renda nas cidades que abrigarão os canteiros de obra. A longo prazo, a elevação do emprego e renda virão da agricultura irrigada e da indústria que, serão consequência da transposição. Abastecimento de até 12,4 milhões de pessoas das cidades, através de sistemas de abastecimento urbano já implantados, em implantação ou em planejamento pelas autoridades locais.

25 24 Abastecimento rural com água de boa qualidade. O projeto prevê a construção de chafarizes públicos em 400 localidades urbanas do sertão inseridas na região do projeto que não possuem sistema de abastecimento adequado. Redução de problemas trazidos pela seca, como a escassez de alimentos, baixa produtividade no campo e desemprego rural. 340 mil pessoas seriam beneficiadas, sobre tudo na Bacia do Piranhas-Açu (39%) e na bacia do Jaguaribe (29%). Irrigação de áreas abandonadas e criação de novas fronteiras agrícolas. Pode-se viabilizar, de acordo os estudos realizados, aproximadamente, hectares, em 2025, sendo hectares para irrigação difusa ao longo dos canais e hectares para irrigação planejada. A qualidade da água dos rios e açudes das regiões receptoras será beneficiada com as águas do São Francisco. A oferta de água irá ajudar a fixar cerca de 400 mil pessoas no campo. Redução de doenças e óbitos gerados pelo consumo de água contaminada ou pela falta de água. Estima-se que baixará em cerca de o número de internações provocadas por doenças de associação hídrica no ano de 2025 de uma previsão de 53 mil, na ausência do projeto. Redução da pressão na infraestrutura de saúde devido à diminuição dos casos de doenças trazidas pelas águas impróprias. Vale ressaltar também que os impactos positivos somente serão sentidos após a total conclusão das obras e funcionamento do canal, diferentemente dos efeitos negativos que já afetam as comunidades desde a implantação e início da construção dos canais Povos indígenas Trukas e o PIRSF Uma das questões delicadas do PIRSF é a interferência das obras da integração em terras que são requeridas por povos indígenas, os Truká. Além de já conviverem com o problema da seca e a escassez de recursos naturais, agora estes vivem o dilema de verem suas possíveis terras reviradas com as escavações e intervenções da obra.

26 25 Os Truká vivem na Ilha da Assunção no médio rio São Francisco no município de Cabrobó, estão estimados em e tem seu território com uma superfície de 5.769ha. A aldeia da Assunção foi fundada provavelmente em 1722, e ficava situada em uma grande ilha com esse mesmo nome (Costa Jr. 1942). Os povoados indígenas, contudo nunca tiveram de fato a posse legal e total dessas terras. Sendo assim, convivendo com a falta de apoio do Estado eles disputam as terras com posseiros e vivem de forma perigosa, visto que a região é inserida em território conhecido como polígono da maconha, na realidade vivem em glebas possuindo apenas o direito de posse autorizado por Portarias da FUNAI. Já os aldeões dessa região se mostraram resistentes ao Projeto de Integração Nacional, por causa de dúvidas sobre os possíveis impactos ambientais e por acreditarem que as águas transpostas não seriam apenas 1,4% como apresentado no relatório de impactos ambientais, fato manifestado durante as audiências públicas sobre o PIRSF. Em resposta, a União defendeu-se afirmando que esses povos tiveram o direito de manifestarem-se durante várias audiências públicas e que inclusive a FUNAI, foi ouvida de modo a propor medidas e programas de estudos para as comunidades indígenas que, possivelmente fossem afetadas. Ainda se tratando desse aspecto, ressalta-se que foram movidas ações contra a transposição, dentre elas, a questão sobre terras indígenas já que, no artigo 231 torna obrigatória a consideração da opinião das comunidades afetadas pela utilização dos recursos hídricos que estejam em seu território, o que também não ocorreu (Dourado, 2014, p. 1). Já, o artigo 49, inciso XVI, ainda conforme o autor, estabelece que é competência exclusiva do Congresso Nacional autorizar a utilização de recursos naturais em terra indígena. O desmatamento, as invasões de terra, os problemas com doenças sexualmente transmissíveis e as interferências no habitat de animais silvestres são os problemas mais encontrados no começo da obra do PIRSF, no município de Cabrobó, em Pernambuco onde há terras requeridas pelos povos Truká, na parte do eixo norte. Nesses pontos, a obra segue em atrasos e com interferências, não só nos locais das terras indígenas, mas também, nos territórios quilombolas, conforme apresentado a seguir: 3.2 Povos quilombolas e o PIRSF

27 26 O Projeto da transposição do rio São Francisco, objeto do estudo, tem gerado inúmeras situações de conflitos socioambientais e se apresenta como um dos exemplos de injustiça ambiental que fora registrado pela Rede Brasileira de Justiça Ambiental (BARACHO, 2014). No Eixo Norte, essa situação se evidencia pelas interferências causadas no PIRSF, nos trechos pertencentes às comunidades Truká e quilombolas, o que torna o projeto da transposição cada vez mais polêmico e questionável. Ressalta-se também que essas ocorrências se mostram como um fator de aumento da fragilidade dessas comunidades, devido a perda de território assim como, a todo um conjunto de tradições e convívio entre familiares. No Brasil a existência de povos quilombolas não é uma questão social recente, onde o maior exemplo disso seria o Quilombo de Palmares em Alagoas. Desse modo, observa-se que em 24 dos estados do Brasil existem comunidades quilombolas e, especialmente, no Nordeste situado no município de Salgueiro - PE, apresentam-se algumas que tiveram seu território interferido pela transposição. Na área de abrangência do projeto da transposição, há quinze municípios com presença de comunidades quilombolas. Destes, 11 municípios são em Pernambuco, com 55 comunidades quilombolas; dois municípios são na Paraíba, com três comunidades quilombolas e dois no Rio Grande do Norte, com duas comunidades quilombolas, o que representa 60 comunidades quilombolas vivendo em área diretamente afetada (ADA) pelo projeto. As bacias hidrográficas sob influência do projeto da transposição em Pernambuco são dos rios Moxotó, Terra Nova e Brígida (BARACHO, 2014, p. 47) Conforme Baracho (2014, p. 49), a população quilombola residente em Salgueiro tem em torno de 906 famílias, distribuídas nas comunidades de Conceição das Crioulas (800 famílias), Santana (64 famílias) e Tamboril/ Contendas (42 famílias). Desse modo, na comunidade de Conceição das Crioulas o canal da transposição modificou a paisagem de modo que as terras foram divididas, suas propriedades foram modificadas assim como, o dia-a-dia dos habitantes locais. As interferências da obra nessa comunidade vão desde mudanças nos cursos de riachos para canalização dos cursos d água (Figura 2) até o aumento do trânsito de veículos e caminhões devido a obra. Figura 2: Canal do PIRSF construído sobre terras da comunidade quilombola

28 27 Fonte: Baracho (2009) Na comunidade de Crioulas, segundo Baracho (2014), os grupos focais, grupos de pesquisa para falar sobre os impactos nas comunidades quilombolas, as pessoas encontram-se com dúvidas quanto a serventia do projeto, outras alimentam esperanças de melhoria por consequência da transposição e outras pessoas acham que o projeto foi pensado de forma arbitrária e imposto de cima para baixo. Ainda segundo o autor, a percepção geral dos sujeitos entrevistados é de que o Projeto da transposição é um projeto imposto, que teve que ser aceito sem o devido preparo do município, das suas comunidades quilombolas e população rural, diretamente afetadas. Destaca-se também, de acordo com Baracho (2014, p. 104), há uma queixa contundente de que a população não teve conhecimento do real transtorno e das perdas do dano ambiental que haveria no território, para evitar que a obra não fosse feita. Além disso, a lentidão e interrupção das obras aparecem como mais um fator de descrédito quanto aos benefícios do projeto, aumento de insegurança na vida das populações e prejuízo para comunidade que arca com o dinheiro destinado ao projeto (BARACHO, 2014, p. 65). Outra questão muito importante a ser analisada é a do êxodo dos jovens dessas comunidades para Salgueiro, que por não verem a conclusão do projeto em suas comunidades não retornam para a zona rural, causando inchaço populacional e agravando os problemas sociais no município. No entanto, apesar da interferência negativa, o projeto de integração também prevê ações e medidas mitigadoras para os impactos sociais nessas comunidades, conforme será apresentado no tópico 6 deste trabalho Interferências

29 28 Outro impacto negativo do PIRSF pode ser visto pelas interferências causadas nas pequenas propriedades, onde as pessoas residentes mantêm seus laços de parentesco e subsistem com atividades de criação de animais e agricultura familiar. Para a implantação dos canais e reservatórios previstos na 1ª etapa do Projeto de Integração do rio São Francisco às Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional (trechos 1 e 2 do Eixo Norte e o trecho 5, que é o próprio Eixo Leste) serão atingidos mais de 25 mil hectares de áreas de imóveis rurais, considerando as faixas de 200 metros ao longo dos canais e 100 metros acima da cota máxima dos reservatórios, definidas como aquelas a serem necessariamente desapropriadas para a execução das obras. (Projeto Básico Ambiental, 2015, p. 03). No geral serão atingidas 1889 propriedades nos dois eixos da transposição, entre Cabrobó/PE e São José de Piranhas/PB, Floresta/PE e Monteiro/PB. Assim, ao longo de todo o traçado do canal e na área das bacias dos reservatórios serão atingidas muitas propriedades, sendo elas de pequeno e médio porte, com registros de valores bastante expressivos com indenizações, como exemplo, a Fazenda Tucutu, em Cabrobó-PE e a Fazenda Ribeirão, no município de Brejo Santo-CE, com R$1,02 milhões e R$1,9 milhões respectivamente, sendo Tucutu afeta com área em média 600 hectares e Ribeirão, em média de 540 hectares (SALOMON, 2007, p. 1) O valor total previsto para indenizações no projeto foi orçado em R$35 milhões, no entanto, o pagamento de indenizações nos Eixos Leste e Norte denotam um valor de 59 milhões até o ano de Assim, para efeito de avaliação e conferência de dimensões, identificação de benfeitorias, cobertura vegetal, terras destocadas e emissão de laudo técnico e memorial descritivo pela FUNCATE 1, foram contratadas empresas na modalidade de Convite (Projeto Básico Ambiental, 2015, p. 06). Para emissão do Laudo de avaliação do imóvel, ressalvasse-se que os benfeitores (posseiros, rendeiros ou meeiros) donos de benfeitorias e/ou cobertura vegetal em imóveis alheios dentro da área a ser desapropriada também foram levantados e suas benfeitorias caracterizadas e dimensionadas (Projeto Básico Ambiental, 2015, p. 08) 1 FUNCATE - Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologias Espaciais.

30 29 Os fundamentos da desapropriação podem ser classificados em políticos, jurídicos e infraconstitucionais (Programa Básico ambiental, 2015, p. 11). Ainda segundo o autor, o fundamento político da desapropriação é a supremacia do interesse coletivo sobre o individual, quando incompatíveis. Já, o jurídico teórico consiste na tradução, dentro do ordenamento normativo dos princípios políticos acolhidos no sistema. Afirme-se que é o domínio eminente de que dispõe o Estado, sobre todos os bens existentes em seu território (Programa Básico Ambiental, 2015, p. 11) Antes do início da construção propriamente dita, foram feitas reuniões e avaliações das propriedades afetadas bem como, das benfeitorias causadas, já que, por vezes as terras foram dividas ao meio, fazendo com que os moradores residentes perdessem o acesso e circulação às suas propriedades. Uma questão mais séria a ser tratada, contudo seria o valor indenizatório das terras existentes, pois as terras com maior valor seriam aquelas próximas as fontes de água e as que apresentam menor valor seriam aquelas com relevo em encosta. Segundo Medeiros (2017, p. 1), para o pesquisador Monteiro da Fundação Oswaldo Cruz, em muitos casos moradores foram expulsos com indenizações baixas e que geraram problemas sociais. Ainda segundo Medeiros (2017, p. 1), "encontramos valores absolutamente irrisórios em relação aos valores de bens, da terra, das benfeitorias, afirma, contando que houve caso em que o valor pago não chegou a 7% do real. Outro caso a ser destacado, refere-se a um proprietário do município de Sertânia - PE (área referente ao Eixo Leste), que tinha 200 cabeças de bode e 100 de gado, que eram alimentadas por uma barragem situada em suas proximidades, onde o canal passou por cima da barragem e este perdeu toda água, causando um grande trauma. Para esta indenização o valor pago foi 4.700,00 reais, o que se mostra irrelevante para tamanha perda. No que se refere ao programa de reassentamento para as famílias afetadas o projeto oferece, em alguns casos, a opção dessas famílias mudarem para a cidade, contudo, aquelas que possuem suas vidas pautadas na zona rural essa mudança se apresenta como uma alteração cultural, visto a necessidade de uma mudança completa nos seus hábitos do dia-a-dia.

31 Desmatamento e escavações como fatores causadores de riscos ambientais Nos seguimentos do canal a faixa desapropriada é desmatada com uma largura de 100 metros para cada lado do eixo do projeto. Já nas barragens a área a ser desmatada é variável em função do tamanho da bacia do reservatório a ser construído. Nos locais de extração de argila para a construção das barragens há o desmatamento da área a ser explorada, sendo que não são raros os casos em que as empreiteiras têm que ir além da faixa de domínio para extrair material adequado. Desse modo, ao longo dos canais a camada desmatada é expurgada, onde geralmente as áreas utilizadas referem-se as terras férteis ou aquelas frágeis, do bioma caatinga, o que contribui para uma alteração do habitat de muitos animais como, repteis, pequenos mamíferos e aves. Segundo Filgueiras (2014), conforme o RIMA, o desmatamento será de 430 hectares de terra com flora nativa e possível desaparecimento do habitat de animais terrestres habitantes destas regiões. Além disso, o desmatamento realizado, em muitas vezes, dá-se nas áreas com vegetações e árvores com décadas de idade ou, em casos mais extremos, até centena de anos como, a oiticica, o angico e a ingazeira que são árvores típicas de vales. O PIRSF atravessa muitos riachos e vales e por isso causa a impressão de vasta degradação, já que, atinge áreas com vegetação mais densa. Com relação às barragens, suas bacias são desmatadas para ficarem submersas o que poderiam servir para a agricultura, pois são em sua maioria glebas de terras de vale. No que tange às espécies animais, várias delas sofrem ameaças, tais como a onça vermelha, os saguis, o gato-maracajá, tatu-de-rabo-mole, macaco-prego, porco-do-mato, tatu-bola, entre outras espécies nativas da caatinga. Desse modo, o PIRSF causa uma grande modificação no ecossistema da região receptora, tendo em vista que esta altera a população de plantas e animais terrestre. Nas escavações, nos rios e nos reservatórios há muitos sítios arqueológicos o que representa risco de perda de vestígios históricos naturais, as quais podem ser irreparáveis do ponto de vista da ciência arqueológica. Além disso, o acumulo de água nos rios e açudes trarão a vinda de peixes nocivos a outros peixes ou ao próprio homem, sendo também um problema ao meio ambiente, podendo-se citar como exemplo as piranhas que se alimentam de outros peixes, o que pode promover um desequilíbrio ecológico, por ameaçar as especies locais.

32 31 4. TRANSTORNOS E INTERFERÊNCIAS DA TRANSPOSIÇÃO Conforme se dá a execução da obra observa-se uma grande emissão de poeira, o que se mostra como um risco de acidente para os moradores locais com a circulação de máquinas e caminhões. No município de Brejo Santo - CE, onde passam as obras do eixo norte, expressa-se um bom exemplo de transtrono rodoviário, já que, a estrada que interliga diversos sítios dentre eles, o sítio deserto, vários moradores se vêem em meio a uma estrada com muita poeira e buracos, devido o trânsito de caminhões e carros do lote 05 do PIRSF. Estudantes e moradores dessa região atualmente circulam por um trecho de 15 km, onde antigamente era asfaltado e hoje se mostra em estado de intensa deterioração. A construtora presta alguma manutenção, mas esta não é sufuciente para evitar o levante de poeira em virtude do constante fluxo de transportes que circulam no trecho e que profuzem o levante de poeira e a solta de cascalho. Outro fator de transtorno pode ser visto no acesso de caminhões pesados em rodovias municipais pelos danos causados no pavimento dos acessos aos distritos e regiões das zonas rurais, pois ocorre o acúmulo de solo que caem dos caminhões assim como, a formação de buracos e lama, o que dificulta o acesso de estudantes e trabalhadores. Apesar de ser obrigação de a construtora refazer as rodovias e acessos danificados, isto somente será efetuado após o término da obra, o que se apresenta como um problema, tendo em vista, que a conclusão da obra se encontra em atraso. Ressalta-se também, que o contato com trabalhadores da obra incorre no risco de transmissão de doenças sexualmente transmissíveis, o que resulta numa maior demanda nos serviços de saúde das localidades proximas da execução da obra. Já com relação a água parada em rios e açudes, pode-se ter como consequencia o aparecimento ou aumento de doenças relacionas com a água, tais como febre amarela, esquissostomose, dengue e malária. Além disso, com o término da obra, tem-se a realização de demissões em massa, que é outro caso de impacto negativo já que, incorre na diminuição das atividades e serviços dos comércios locais nessa região.

33 32 5. PLANO AMBIENTAL DE CONTROLE - PAC O PAC, que é uma exigência para o licenciamento da obra, visa a aplicação da Politica Nacional de Meio Ambiente, de forma a implementar ações nas empresas de construção e montagem, que interfiram em menor grau possível no meio ambiente como também proporcione uma melhor qualidade de vida aos colaboradores e comunidades envolvidas no projeto. Os serviços de proteção vegetal, recomposição, revegetação e restauração de áreas impactadas, drenagens superficiais, acessos, áreas de bota-fora e de empréstimo, serão regidos por um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas - PRAD a ser elaborado para cada lote de obra, pelas Empresas Construtoras, de acordo com o termo de referência anexo da Instrução Normativa IBAMA Nº 004/2011. (PBA 09, 2011, p. 06) O PAC é dividido, basicamente, em duas partes: a primeira, com descrição dos componentes e estruturação do projeto, e a segunda, com medidas preservacionistas de caráter geral e específicas para cada elemento do empreendimento (Ministério da Integração Nacional, 2013, p. 4). O PAC se justifica por ser, principalmente, uma exigência da legislação ambiental em vigor, por adotar cuidados e medidas que vão evitar ou corrigir imprevistos tais como, destinar adequadamente materiais de construção, como os restos de concreto usados na construção de barragens e canais. Desse modo, esse programa norteia as construtoras e empresas de montagem, estabelecendo critérios para a execução dos serviços técnicos, detalhando ações ambientais para mitigar ações potencialmente agressoras ao ambiente como: desmatamento, processos erosivos, assoreamento, geração de resíduos, efluentes e de poeira. A cobrança do cumprimento dos princípios estabelecidos pelo PAC é efetuada pelas equipes de supervisão da obra, com indicadores de dias sem acidentes de trabalho, percentual de não conformidade atendidas e reclamações por transtornos advindos da obra. Assim, esse plano prevê normas para o adequado estabelecimento de instalações dos canteiros, treinamento dos funcionários da obra, assim como, para a educação ambiental, saúde e segurança no trabalho.

34 33 Desse modo, a correta execução do Plano Ambiental de Construção garantirá que o PIRSF seja implantado em consonância com os conceitos mais adequados ao seu pleno enquadramento no contexto ambiental da região onde está inserido (Ministério da Integração Nacional, 2013, p. 5). Sendo assim, o projeto contempla ainda 38 ações socioambientais, como o resgate de bens arqueológicos e o monitoramento da fauna e flora, onde o investimento nestas atividades é de quase R$ 1 bilhão (Portal Brasil, 2012). No entanto, uma das críticas que se faz ao projeto é a ausência de estudos sobre os impactos na bacia doadora e seus afluentes e nas bacias receptoras (FILGUEIRAS, 2014) Serviços de desmatamento e contenção de erosões Segundo o PAC, é de responsabilidade das empresas construtoras minimizar ou mitigar os danos ambientais durante todas as atividades de construção, de forma a preservar, tanto quanto possível, as condições naturais da paisagem. Desse modo, para a execução da obra o desmatamento é feito apenas nas regiões necessárias, ou seja, onde precisar de pontos de apoio, sendo feito na largura da plataforma do canal e estrada de serviço, apesar da faixa de domínio do mesmo ser de 200m. No desmatamento dos reservatórios, a área de supressão vegetal é feita na abrangência da curvatura do nível normal da cota de inundação do projeto. Para a limpeza das bacias dos reservatórios é removido o expurgo vegetal, que é a camada orgânica do solo com galhos de árvores e matéria de vales dos riachos. Essa medida serve para melhorar a qualidade da água dos reservatórios cheios. O expurgo retirado é remanejado para as jazidas de extração de solo argiloso para serem espalhados e regularizados, a fim de recompor a fertilidade do solo e evitar erosões. Para combater os processos erosivos nas zonas de risco é feito um tratamento de concreto projetado para a estabilidade desses taludes. Os taludes dos novos acessos deverão ser contidos através do plantio de espécies vegetais mais recomendadas ao local, consorciando gramíneas nativas e leguminosas de rápido crescimento, além do enrocamento dos mesmos (Ministério da Integração Nacional, 2013, p. 7). As áreas de escavação na faixa de domínio do canal são reaterradas com materiais vindos de escavações onde, a seção do canal se aprofunda. As áreas

35 34 de bota-fora, são recobertas com expurgo da limpeza da faixa de domínio do canal, para assim, viabilizar a reconstrução da vegetação nativa, evitar erosões e o carreamento de material para as drenagens e riachos existentes. 6. BENEFICIOS DO PIRSF Dentre os benefícios observados destaca-se o abastecimento dos municípios com água de boa qualidade, o que resulta na diminuição dos casos de doenças relacionadas assim como, a demanda nos serviços básicos de saúde. Segundo o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), divulgado pelo Ministério da Integração Nacional, o projeto visa o fornecimento de água para vários fins, sendo que a maior parte seria dedicada à irrigação: 70% para irrigação, 26% para uso industrial e 4% para população difusa. Prevêse que o sistema de transposição esteja em plena operação entre 15 e 20 anos do início das obras. Além destes, a agricultura familiar e a criação de animais nas vilas de produção rural serão possíveis, o que representa um incentivo à agricultura familiar e uma importante forma de renda e de produção de alimentos das famílias sertanejas Vilas de produção rural Na perspectiva de mitigar os impactos sobre as comunidades que tiveram suas propriedades interferidas pelo PIRSF, o programa de reassentamento das populações dentro do PBA 08 - Projeto Basico Ambiental 08, reassentou as comunidades rurais nas vilas de produção rural. Essas vilas fazem parte do programa de reassentamento das populações atingidas pelo projeto de integração. Vila Produtiva Rural: as áreas rurais adquiridas pela União dotadas de infraestrutura comunitária e de produção, destinadas ao reassentamento das famílias residentes na faixa de obra que atendam aos critérios de elegibilidade estabelecidos pelo empreendedor (Ministério de Integração Nacional, 2015, p. 04). As famílias reassentadas terão sua realocação em uma nova propriedade com uma infraestrutura mínima e documentação da terra, na qual poderão desenvolver uma produção agrícola irrigada e criação de animais como, ovelhas.

36 35 O Cadastro Fundiário e a Pesquisa Socioeconômica, realizados na atual fase de Projeto Básico Ambiental, indicam que serão afetadas pelo projeto, parcial ou totalmente, propriedades rurais, onde residem, nas áreas a serem desapropriadas, 273 famílias proprietárias e 572 famílias não proprietárias, totalizando 845 famílias. (Projeto Básico Ambiental, 2005, p.04). Assim, as vilas de produção irão incluir as famílias reassentadas em uma nova perspectiva de convivência com a agricultura e criação de animais. As comunidades não perderão seu vínculo com o campo e terão direito a melhorias como: posto de saúde, água, esgoto, energia elétrica e campo de futebol. Além disso, as famílias reassentadas terão capacitações e cursos voltados para a educação ambiental e atividades econômicas, para sua melhor inserção na cadeia produtiva da agricultura familiar, com transferência de linhas de crédito como incentivo financeiro nos primeiros anos de realocação, priorizando o apoio às associações comunitárias e rurais. Sendo assim, os beneficiários vão dispor de uma casa com 60 m² com meio hectare de terra localizado em um setor residencial e outra parte com 4 hectares para irrigação, formando assim o setor produtivo. As famílias também terão a garantia da titularidade dos lotes produtivos e/ou residências assim como, a manutenção dos laços de parentescos na distribuição das casas, onde ao todo serão 18 vilas. Até conseguirem a primeira colheita, as famílias também recebem verbas de manutenção do plano de ajuda de transferência temporária. Os agricultores também terão acompanhamento social e passarão por capacitações que estimulam a geração de renda, gestão ambiental e organização social das famílias. A grande maioria das famílias proprietárias afetadas, cerca de 76%, poderão permanecer na propriedade, apenas deslocando-se para áreas remanescentes (Ministério de Integração Nacional, 2015, p. 18). Ainda segundo o autor, o empreendimento já entregou 16 Vilas Produtivas Rurais para 623 famílias nos estados de Pernambuco, Ceará e Paraíba. Ao todo, serão implantadas 18 vilas, que beneficiarão 848 famílias nesses Estados. As duas restantes, localizadas no Ceará, estão previstas para serem entregues até o final deste ano, precisamente nos municípios de Brejo Santo e Mauriti. Além disso, no estado de Pernambuco o governo também substituiu várias casas de taipa em comunidades quilombolas, próximas ao projeto de integração, o

37 36 que se refletirá em melhores condições de moradia e sanitárias, com diminuição no número de doença de Chagas entre essas famílias. O projeto de integração do Rio São Francisco está melhorando a vida de 12 comunidades quilombolas em Pernambuco, vizinhas à região do empreendimento hídrico. Um total de 239 casas de taipa de famílias quilombolas por construções de alvenaria foi entregue desde o início das obras, em 2008 (Portal Brasil, 2015, p. 1) Entre outras ações, também estão inclusas a importância de sistema de abastecimento de água e a oferta de treinamentos e cursos envolvendo atividades agrícolas, e questões de educação ambiental e criação de pequenos animais. As ações para o desenvolvimento das comunidades quilombolas integram os 38 programas ambientais desenvolvidos pelo Ministério da Integração com o objetivo de minimizar, compensar e controlar os impactos ambientais provocados pela implantação e operação do projeto São Francisco (Ministério de Integração Nacional, 2015, p. 04). Entre as vilas já entregues com realocações de moradores, encontra-se a VPR de Sertânia em Pernambuco, pertencente ao eixo leste da transposição, conforme mostrado na figura 3, a seguir. Figura 3: VPR de Sertânia-Pe, Eixo Leste Fonte: O autor (2017) As vilas produtivas podem ser consideradas uma parte de transição dos benefícios considerados, pois para se ter geração de renda é fundamental ter uma casa própria e terras com a devida estrutura para produção agrícola e criação de animais, no caso de produção rural objetivada.

38 Agricultura, emprego e bacias beneficiadas A agricultura irrigada será incrementada com o advento da transposição, tendo em vista que esta provocará a geração de empregos diretos e indiretos, já que, quando se tem uma renda familiar ocorre o estímulo de toda uma cadeia de serviços. Estima-se que o projeto ajudará a manter no campo 400 mil pessoas. Irrigação de áreas abandonadas e criação de novas fronteiras agrícolas. Pode-se viabilizar, de acordo com os estudos realizados, aproximadamente hectares em 2025, sendo hectares para irrigação difusa ao longo dos canais e hectares para irrigação planejada (Costa, 2015) Nos anos de maior ritmo das obras do PIRSF o comércio nas cidades sempre foi beneficiado devido ao aumento do consumo. O setor imobiliário também lucrou com a vinda de trabalhadores de outras cidades, estados ou até mesmo regiões, sem, no entanto, deixar-se de contratar mão-de-obra local para muitos serviços básicos, como motoristas, pedreiros, topógrafos, auxiliares de serviços gerais, borracheiros, técnicos em informática, entre outros. A geração foi de 5000 empregos diretos. Quando concluída, as obras do PIRSF beneficiarão a longo prazo, grandes centros urbanos e cidades do sertão do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco interligando importantes bacias e reservatórios desses estados. No Ceará através do rio Jaguaribe, serão beneficiados os açudes Orós, Castanhão e Banabuiú, os maiores do estado, que operados de forma integrada com os açudes Pacajus, Pacoti, Riachão e Gavião fornecem água para os diversos usos da maior parte da população das Bacias do Jaguaribe e Metropolitanas, 5 milhões de habitantes de 56 municípios. Melhor e mais justa distribuição espacial da água ofertada pelos açudes Orós e Banabuiú, beneficiando populações do Sertão Cearense (Ministério de Integração Nacional, 2015, p. 01). No cariri cearense, através do Rio Salgado a água beneficiará, de forma permanente, toda esta região que é a segunda mais populosa do estado e abrange a região metropolitana do cariri. No Rio Grande do Norte, através dos reservatórios Santa Cruz e Armando Ribeiro Gonçalves, as bacias dos rios Piranhas-açu, Ceará- Mirim e faixa litorânea norte, a transposição atingirá 94 municípios e uma população estimada de 1,2 milhão de pessoas.

39 38 No estado da Paraíba, a maior oferta de água será efetuada nos reservatórios estaduais de Epitácio Pessoa, Acauã, Engenheiro Ávidos, Coremas e Mãe D'água, que são responsáveis pelo abastecimento para diversas atividades. Além disso, ocorrerá uma redução dos conflitos existentes nas Bacias da Paraíba, fundamentalmente, sobre as águas do Açude Epitácio Pessoa, que são insuficientes para o consumo de água, tendo como umas das consequências o estrangulamento do desenvolvimento socioeconômico de Campina Grande, que é um dos maiores centros urbanos do interior do Nordeste com cerca de 400 mil habitantes. Com uma melhor e mais justa distribuição espacial da água ofertada pelos açudes Coremas e Mãe d'água a população da região do Piancó será bastante beneficiada, uma vez que, com o Projeto de Integração do São Francisco, estes reservatórios estarão aliviados da demanda dos trechos do Rio Piranhas, situados à jusante destes reservatórios. Desse modo, a transposição proporcionará o abastecimento seguro para 127 municípios, que corresponde em média a 2,5 milhões de pessoas por meio do aumento da garantia da oferta de água permanente dos açudes Epitácio Pessoa, Acauã, Engenheiro Ávidos, Coremas e Mãe d'água permanente em todos os trechos dos Rios Paraíba e Piranhas, em associação com uma rede de adutoras já implantada há alguns anos. O estado de Pernambuco terá seu território cortado pelos dois eixos da transposição, no sentido sul e norte, o que beneficiará de forma permanente e sustentável, o agreste e o sertão, através de adutoras e/ou canais. Os reservatórios Entremontes e Poço da Cruz beneficiarão, de forma estratégica, as bacias dos rios Pajeú e Moxotó, gerando um abastecimento seguro para 113 municípios, 2,9 milhões de pessoas, do Sertão (Bacias do Brígida, Terra Nova, Pajeú e Moxotó) e do Agreste, pelos Eixos Norte e Leste, pelos seus ramais complementares (Ramal Entremontes e Ramal do Agreste), pelos Açudes Barra do Juá e Poço da Cruz e pelos leitos de rios perenizados, em associação com uma rede de adutoras que poderá ser conectada aos canais do Projeto de Integração. O Projeto de Integração também terá um grande alcance no abastecimento da população rural, seja por meio de quilômetros de canais e de leitos de rios perenizados, seja por intermédio de sistemas de distribuição de água que atenderão as comunidades às margens dos canais. (Ministério de Integração Nacional, 2015, p. 01).

40 39 Além desses beneficios, conforme Castro (2009, p. 71), o projeto prevê a construção de chafarizes públicos em 400 localidades urbanas do sertão, inseridas na região do projeto que não possui sistema de abastecimento adequado. É importante, contudo ressaltar que os benefícios advindos da transposição só serão possíveis com a ação continuada dos governos federal e estaduais, no que se refere à construção de adutoras e no tratamento da água nas zonas urbanas dos municípios beneficiados. 7. EIXO LESTE A partir do Eixo Leste, entre Floresta-PE e Monteiro-PB, compreendendo o trecho já inaugurado pelo Governo Federal, no mês de fevereiro de 2017, com todo o complexo de canais, túnel, galerias, bueiros, pontes, estações de bombeamento e reservatórios em funcionamento, as águas do São Francisco chegaram em Monteiro em direção à Campina Grande, na Paraíba, cruzando o sertão de Pernambuco. As águas deste eixo percorrerão a distância de 220 km, a partir da barragem de Itaparica, no município de Floresta (Pernambuco), alcançarão o rio Paraíba, na Paraíba, e deverão atingir os reservatórios existentes nas bacias receptoras: Poço da Cruz, em Pernambuco, e Epitácio Pessoa (Boqueirão), na Paraíba (Dantas, 2017, p. 1) Desse modo, para dar continuidade a essas atividades, conforme destaca Fialho (2013, p. 1), ramificações serão construídas para transferir parte da vazão para as bacias do rio Pajeú, do rio Moxotó e para a região agreste de Pernambuco, através da construção de um ramal de 70 km que interligará o Eixo Leste à bacia do rio Ipojuca. Com isso, observa-se que após, praticamente, uma década do início das obras da transposição do São Francisco, construído sobre terras áridas e vegetações retorcidas dos sertões pernambucano e paraibano, muitas pessoas ainda não acreditaram e chegaram até pensar ser em decorrência da água da chuva que encheu os reservatórios, principalmente nos locais de mais fácil acesso como, as barragens que estão próximas às rodovias e vilas. No momento atual, os reservatórios estão em nível mínimo de enchimento, onde contam como funcionamento somente no último reservatório, referente ao Barro Branco que estão usando bombas para à água atingir o nível do canal. No

41 40 entanto, antes de chegarem a Barro Branco, a água é bombeada através de seis estações elevatórias, sendo a sexta estação em Sertânia PE já que, tecnicamente não seria possível fazer a transposição em um único segmento de canal com movimentos da água apenas por gravidade. Assim, cada estação elevatória é formada por uma casa de bombas e em cada uma delas é feita uma pequena subestação de energia elétrica, para receber a alta tensão e repassá-la às bombas de alta potência, capazes de bombear 2m³/s. Antes de subir, a água é represada no forebay de montante, que é uma espécie de piscinão acumulando milhares de litros como uma estrutura de transição entre o canal trapezoidal e a estação de bombeamento à frente. Desse modo, foi preciso, vários dias após, o acionamento das bombas para o enchimento dos reservatórios e canais para ter-se água chegando até o município de Monteiro PB, onde fica a última galeria do canal que libera água no Rio Paraíba. Na figura abaixo apresenta-se a parte de entrada da água na estação de bombeamento, ou seja, a parte da casa de bombas, onde a água rompe a uma altura de cerca de 30 metros para chegar ao forebay de jusante. Figura 4: imagem da sexta estação de bombeamento em Sertânia/PE Fonte: O autor (2017) Ao entrar na estrutura onde está a bomba, a água ainda percorre uma certa distância, em um percurso inclinado, por uma tubulação metálica que passa por uma sucção de aproximadamente 200 metros entre entrada e saída dos forebay de montante e jusante, respectivamente. Sendo assim, a água rompe uma altura de 30m para a linha seguinte e percorre uma distância em torno de 200 metros em

42 41 rampa. Assim, para melhor compreensão, na figura a seguir, apresenta-se o forebay de jusante, o compartimento da estação de bombeamento, por onde a água percorre o canal até o Rio Paraíba, em Monteiro, rumo à Campina Grande-PB. Figura 5: Vista da estrutura do forebay de jusante, parte da estrutura da estação de bombeamento Fonte: o Autor (2017) Vale ressaltar que as barragens também se tornaram pontos de lazer e encontro para os habitantes de cidades como Sertânia-PE e Custódia, entre outras cidades do sertão pernambucano. Como exemplo, as barragens Barreiro e Barro Branco em Sertânia-PE reúnem diariamente um grande número de banhistas, o que se apresenta como outra forma de renda para a população regional. Além disso, os locais das barragens se tornaram ponto de admiração para os sertanejos, que ficam encantados com as águas do São Francisco, principalmente, os agricultores e idosos que cresceram em lugares de solo árido e vegetação espinhosa com pouca presença de chuvas. Na figura a seguir, observa-se a saída ou transição da bacia da Barragem Barro Branco, em Sertânia-PE, para o segmento de canal, rumo a Monteiro-PB, portanto, a última barragem do Eixo Leste.

43 42 Figura 6: Transição da bacia do reservatório Barro Branco para canal Fonte: O autor (2017) Por fim, no município de Monteiro-PB dar-se a última etapa do projeto com a execução de uma galeria de concreto relativamente simples sem demais mecanismos para o desemboque da água no Rio Paraíba, situado próximo da sede do município. Daí em diante a natureza faz sua parte e a água segue seu curso natural.

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