COMISSÃO DE ESTUDOS DE PERÍCIA CONTÁBIL. Julho/2014

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1 COMISSÃO DE ESTUDOS DE PERÍCIA CONTÁBIL Julho/2014

2 TÓPICOS OBJETIVO Informar aos contadores sobre a construção e o desenvolvimento do precatório e a importância do perito contador na correta elaboração da conta de liquidação.

3 TÓPICOS Precatório Conceito Classificação Legislação Revisão de Cálculos Judiciais Momento da revisão Importância da Revisão Erro Material

4 Vantagens da Revisão Financeiras Éticas

5 PRECATÓRIOS Introdução e Conceito PRECATÓRIOS Introdução e Conceito O pagamento dos precatórios pode ser considerado pelos gestores públicos como um fator limitante às ações de governo; Precatório judicial é uma requisição de pagamento direcionada para algum dos entes federativos; Precatório é uma ordem judicial de pagamento a ser cumprida pelo que o Ente Público.

6 PRECATÓRIOS Introdução e Conceito Art.100 da Constituição Federal 5º (Redação dada pela Emenda Constitucional 62 de º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente. ( Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62 de 2009)

7 PRECATÓRIOS Introdução e Conceito Os precatórios só foram instituídos porque bens públicos são impenhoráveis. Por este motivo, a dívida pública está salvaguardada pela previsibilidade orçamentária de pagamento, ao contrário do que acontece com o cidadão comum cuja dívida está sujeita a um processo executivo com ordem de penhora

8 PRECATÓRIOS Classificação PRECATÓRIOS Classificação ALIMENTÍCIOS Os débitos de natureza alimentícia, conforme 1º art.100 da Constituição Federal, são os decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios e indenizações por morte ou invalidez, fundadas em responsabilidade civil, decorrentes de sentença transitada em julgado.

9 PRECATÓRIOS Classificação NÃO ALIMENTÍCIOS Os débitos de natureza não alimentícia mais conhecidos são os decorrentes de desapropriações, bastante comuns no âmbito municipal. Existem também os decorrentes de prestações de serviços contestadas na justiça, compras cujos valores em notas fiscais foram contestados, e outros.

10 RPV (Requisição de Pequeno Valor) As obrigações de pequeno valor são pagamentos que a Fazenda Pública deve fazer em virtude de decisão judicial transitada em julgado, cujo valor limite é fixado pelo Ente Público de acordo com sua capacidade econômica, através de Lei específica, para pagamento direto sem formação de precatório. ( 3º e 4º art.100 da Constituição Federal)

11 Em nenhuma hipótese este valor poderá ser inferior ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social que atualmente está fixado em R$4.390,24 (Julho/2014)

12 RPV (Requisição de Pequeno Valor) Limites RPV Limites I sessenta salários mínimos nacionais, se devedora for a fazenda pública federal (art. 17, 1º, da lei nº , de 12 de julho de 2001); II quarenta salários mínimos nacionais, se devedora for a fazenda pública do estado art. 87 do ADCT/CF (c/redação dada pela emenda nº 37/2002); III trinta salários mínimos nacionais, ou o valor estipulado pela legislação local, se devedora a fazenda pública dos municípios art. 87 do ADCT/CF (c/redação dada pela emenda nº 37/2002).

13 RPV Tabela de Limites RPV Tabela de Limites Devedora Nº Sal.Mínimo Valor Faz.Federal 60 R$43.440,00 Faz.Estadual 40 R$28.960,00 Faz.Municipal 30 R$21.720,00

14 Caracterização Caracterização Para efeito da caracterização da requisição como de pequeno valor é vedado o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução ou ainda, a expedição de precatório complementar ou suplementar, para que seu pagamento se faça, em parte, na forma de RPV e, em parte, mediante expedição de precatório. (conforme art. 128, 1º, da lei federal nº 8.213, de , c/ redação dada pela lei nº /2000)

15 EXCEÇÃO AO LIMITE DE RPV EXCEÇÃO AO LIMITE DE RPV Em caso de litisconsórcio será considerado, Em caso de litisconsórcio será considerado, para efeito da definição da requisição como de pequeno valor, o valor devido a cada litisconsorte, expedindo-se simultaneamente, se for o caso, requisições de pequeno valor e requisições mediante precatório.

16 Renúncia ao Crédito do Valor Excedente Renúncia ao Crédito do Valor Excedente Se o valor do crédito em execução ultrapassar Se o valor do crédito em execução ultrapassar o valor estabelecido neste artigo, o pagamento far-se-á sempre por precatório, sendo facultada à parte exeqüente a renúncia ao crédito do valor excedente, para que possa optar pelo pagamento do saldo mediante (parágrafo único do art. 87 do ADCT).

17 PRECATÓRIOS Legislação PRECATÓRIOS Legislação Constituição Federal Art.100 Emendas Constitucionais EC instituiu o parcelamento dos precatórios em 10 anos EC estabeleceu valor para as RPVs dos Estados e DF EC Instituiu o regime especial para pagamento de precatórios pela União, Estados e Municípios.

18 PRECATÓRIOS Legislação Ato das Disposições Constitucionais Transitórias Art. 78 (EC ) Art.86 e 87 (EC ) Art.97 (EC ) Resoluções CNJ Nº 92 de Nº 115 de Nº 123 de

19 PRECATÓRIOS EC 62/2009 e Res. CNJ Nº 115 PRECATÓRIOS EC 62/2009 e Res. CNJ Nº 115 Sistema de Gestão de Precatórios Instituído no âmbito do poder judiciário e gerido pelo CNJ, tem por base banco de dados de caráter nacional alimentado pelos Tribunais com as informações relacionadas nos incisos I a X do Art.1º da Resolução CNJ Nº 115

20 PRECATÓRIOS EC 62/2009 e Res. CNJ Nº 115 Cadastro de Entidades Devedoras Inadimplentes CEDIN Apresentação e expedição do Precatório Considera-se como momento de apresentação do precatório o do recebimento do ofício perante o TJ, com os dados e documentos completos e corretos.

21 Compensação de Precatórios Art.100 CF (Redação pela EC 62/2009) 10. Antes da expedição dos precatórios, o 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora, para resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, informação sobre os débitos que preencham as condições estabelecidas no 9º, para os fins nele previstos.

22 Requisição do Precatório à entidade Devedora Momento da requisição 1º de julho para os precatórios apresentados ao TJ entre 2 de julho do ano anterior e 1º de julho do ano da proposta orçamentária. Nos casos de compensação, considera-se como momento de apresentação a data da decisão definitiva de compensação.

23 Gestão das Contas Especiais Compete ao Presidente do TJ, com auxílio do Comitê Gestor Listagem dos Precatórios e Preferências

24 Cessão de Precatórios É permitido ao credor do precatório ceder total ou parcialmente, seus créditos a terceiros, independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário a preferência de que tratam os 2º e 3º do art.100 da CF(preferências por idade e doença). A cessão de créditos não altera a natureza comum ou alimentar do precatório e não prejudica a compensação, sendo considerado, para este fim, o credor originário

25 Regime Especial de Pagamento Instituído pela EC 62/2009 e regulamentado pelas Resoluções Nºs 92, 115 e 123 do CNJ. Ficaram instituídas duas modalidades no regime Especial: -Depósito mensal em percentual sobre a receita corrente líquida; -Depósito anual. Ambos limitados ao prazo de 15 anos

26 Leilões de Precatórios No art.28 da Resolução Nº 115 do CNJ encontram-se fixados os parâmetros para a realização dos leilões. Pagamento em Ordem Crescente de valor

27 Acordo direto A homologação de acordo direto com os credores deve ser realizada perante câmara de conciliação instituída pelo Município (inciso III do 8º do art. 97 do ADCT), deve ser, ainda, condicionada à existência de lei própria e que respeite, entre outros, os princípios da moralidade (percentual de desconto e situação psicológica do credor) e impessoalidade.

28 Obrigações Acessórias Efetuado o pagamento do precatório, observadas as hipóteses, prazos e obrigações previstas na legislação aplicável, o TJ providenciará: I - retenção das contribuições previdenciárias e assistenciais devidas pelos credores, e repasse dos valores retidos aos institutos de previdência e assistência beneficiários; II - recolhimento das contribuições previdenciárias e assistenciais de responsabilidade patronal devidas em função do pagamento, aos institutos de previdência e assistência beneficiários;

29 III - depósito da parcela de FGTS em conta vinculada à disposição do credor; IV - retenção do imposto de renda devido na fonte pelos credores, e seu respectivo recolhimento. O Tribunal de Justiça tem até 30 (trinta) dias da data da efetivação do pagamento, para comunicar à entidade devedora a sua efetivação, indicando o valor pago a cada credor, com individualização das verbas pagas e memória do cálculo de atualização respectivo.

30 Seqüestro e Retenção de Valores Nos casos em que houver a necessidade de seqüestro de receitas conforme previsão do art. 100 da Constituição Federal e no art. 97do ADCT, o Presidente do Tribunal de origem do precatório determinará a autuação de processo administrativo contendo os documentos comprobatórios da preterição de direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do precatório, bem como nos casos de não liberação tempestiva dos recursos de que tratam o inciso II do 1º e os 2º e 6º do art. 97 do ADCT.

31 Revisão e Atualização de Cálculos A atualização dos valores inscritos em precatório, após sua expedição até o efetivo pagamento: Até a EC 62/2009 deverá ser feita na forma das decisões judiciais que os originaram, respeitados os índices de correção monetária, os juros a qualquer título e outras verbas ou penalidades eventualmente fixadas (custas, honorários advocatícios, honorários periciais) A partir da EC 62/2009 será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança e juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança. Excluídos a incidência de juros compensatórios.

32 Disposições Gerais A implementação do Regime Especial de que trata o art. 97 do ADCT não prejudica o cumprimento dos acordos perante juízos conciliatórios(cíveis e trabalhistas) já formalizados na data de promulgação da Emenda Constitucional, porém esta exceção não se aplica aos saldos dos acordos judiciais e extrajudiciais para pagamento de precatórios parcelados na forma do art. 33 ou do art. 78 do ADCT.

33 A entidade devedora que não tenha realizado a opção pelo sistema mensal no prazo do art. 3º da Emenda Constitucional nº 62/09 ou que não tenha efetivado os depósitos mensais até o final de julho de 2010, se submeterá ao regime especial de cumprimento anual.(nr) (Redação dada pela Resolução Nº 115 e alterada conforme Resolução n 123, de 9 de novembro de 2010).

34 REVISÃO DE CÁLCULOS JUDICIAIS REVISÃO DOS CÁLCULOS A conta judicial a ser executada contra o Ente público pode ser revisada em dois momentos: Antes da homologação do cálculo no juízo de origem processo de conhecimento, no momento da manifestação das partes sobre o cálculo de liquidação da sentença

35 REVISÃO DE CÁLCULOS JUDICIAIS apresentado pela contadoria ou perito oficial ou parte adversa. Durante a execução do precatório, ainda não pago integralmente no Tribunal de Justiça. Neste caso serão revisados os critérios utilizados para atualização da conta já homologada.

36 REVISÃO DE CÁLCULOS JUDICIAIS Importância da Revisão Importância da Revisão Inexistência de padronização nas decisões judiciais, ocasionando diferentes critérios de cálculos; Instabilidade econômica do país, em passado recente, provocando entre outros inconvenientes, várias mudanças de padrões monetários;

37 Postergação de pagamentos, instituição de moratórias, etc; Existência de centenas de ações envolvendo servidores em um mesmo litisconsórcio; Heterogeneidade de pleitos de naturezas diversas, movidos por pessoal estatutário e celetista, agravados por situações funcionais díspares;

38 Revisão através de Perícia Contábil Revisão através de Perícia Contábil A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnico-científicos destinados a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar à justa solução do litígio ou constatação de um fato mediante laudo pericial contábil e/ou parecer pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente.

39 A perícia como meio de prova A perícia como meio de prova Art do Código Civil Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode ser provado mediante: I - confissão; II - documento; III - testemunha; IV - presunção; V - perícia.

40 ERRO MATERIAL ERRO MATERIAL Constitui erro material aquele que pode ser verificado e corrigido a partir de critérios objetivos. Trata-se de defeito manifesto, evidente, reconhecível à primeira vista, patente, notório. O erro material reside na expressão do julgamento e não no julgamento em si ou nas suas premissas. Aliás, isso é o que distingue erro material de erro de fato. RMS SP, a em. Relatora Denise Arruda

41 ERRO MATERIAL O erro material é uma inconsistência no cálculo que pode ser apurada de forma clara e direta, verificada pela segurança matemática do cálculo e que não é atribuída ao conteúdo do julgamento e sim à forma como(incorreta) como o julgamento foi exteriorizado(cálculo). O erro de cálculo, caracterizado anteriormente não faz coisa julgada, podendo ser corrigido de ofício, conforme o disposto no art.463, I, do Código de processo Civil.

42 ERRO MATERIAL Art Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: (Redação dada pela Lei nº , de 2005) I - para Ihe corrigir, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais, ou Ihe retificar erros de cálculo; II - por meio de embargos de declaração.

43 ERRO MATERIAL Art. 1 o -E. São passíveis de revisão, pelo Presidente do Tribunal, de ofício ou a requerimento das partes, as contas elaboradas para aferir o valor dos precatórios antes de seu pagamento ao credor. (Incluído pela Medida Provisória nº , de 2001

44 ERRO MATERIAL Art. 35. O pedido de revisão dos cálculos, em fase de precatório, previsto no art. 1º-E da Lei nº9.494/97, apenas poderá ser acolhido desde que: (Redação dada pela Resolução Nº 115 do CNJ) I - o requerente aponte e especifique claramente quais são as incorreções existentes nos cálculos, discriminando o montante que seria correto, pois do contrário a incorreção torna-se abstrata;

45 II - o defeito nos cálculos esteja ligado à incorreção material ou à utilização de critério em descompasso com a lei ou com o título executivo judicial; III - o critério legal aplicável ao débito não tenha sido objeto de debate nem na fase de conhecimento, nem na fase de execução.

46 PROBLEMAS FREQUENTES ENCONTRADOS NA REVISÃO DE Características imprescindíveis ao perito contábil na revisão de precatórios Dominar as normas e procedimentos teóricos e práticos a respeito da matéria a ser periciada, tendo total domínio técnico do assunto; Atualização profissional através de cursos, eventos e estudo aprofundado das matérias abrangidas pelo trabalho pericial;

47 Conduta equilibrada, que denote bom senso e lucidez em suas atitudes mediante pressões oriundas do desempenho da atividade; Dignidade de declarar-se impedido ou suspeito, quando necessário, em sintonia à ética e aos arts. 134, 135 e 138 do CPC; Independência para expressar a sua opinião, devidamente fundamentada nos exames realizados sem a influência por fatores externos, ou seja, eqüidade livre de: preconceitos, fatores materiais ou afetivos que pressupõem perda de sua independência;

48 Dignidade e humildade para recusar a tarefa quando a matéria da lide não for sua especialidade, CPC, art. 423,exceto item 2.8 da Resolução do CFC 857/99, outras áreas do conhecimento humano; Acuidade e precisão em todas as etapas de investigações e conclusões; Consultar todas as fontes de informação necessárias ao pleno conhecimento da matéria em questão; Corrigir imediatamente qualquer erro ou equívoco no laudo pericial.

49 Pautar sua conduta com relação aos colegas peritos assistentes nos princípios da consideração, apreço e solidariedade, em consonância com os postulados de harmonia da classe. O espírito de solidariedade não induz nem justifica a conivência com o erro ou com os atos infringentes das normas éticas ou legais que, regem o exercício da profissão (Resolução 290/70 - Código de Ética, art. 9 ).

50 VANTAGENS DA REVISÃO Rapidez na apuração dos resultados; Segurança e confiabilidade nas informações geradas; Atendimento dos prazos; Possibilidade do credor obter informações precisas e detalhadas a respeito de seu crédito;

51 Transparência dos métodos adotados nos cálculos de atualização e dos descontos legais aplicados; Adequação da conta ao justo valor da condenação, inclusive através da correção de erros materiais encontrados.

52 OBRIGADA! Sandra Rasquin Rabenschlag