A INCLUSÃO NO ENSINO SUPERIOR: ESTUDO DE CASO NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS, UNU-IPORÁ
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- Anderson Barreto Figueiroa
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1 A INCLUSÃO NO ENSINO SUPERIOR: ESTUDO DE CASO NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS, UNU-IPORÁ SOUZA, Elizangela Vilela de Almeida¹ Universidade Estadual de Goiás - Unidade Universitária de Iporá ¹eliz.vilela@hotmail.com RESUMO Desde o século XX, a sociedade tem passado por transformações decorrentes de avanços em produções tecnológicas. Este novo paradigma tem alterado o cenário social e cultural onde novos grupos, antes excluídos, tem ocupado seu espaço na sociedade. No entanto, diante de tais inovações e a busca de conhecimento, cada vez mais de novos atores sociais, as universidades se vêem diante da necessidade de constantes atualizações e adequações em sua equipe de profissionais. Neste sentido o objetivo desta pesquisa se insere na necessidade de destacar a experiência vivida pela Universidade Estadual de Goiás/UnU-Iporá, bem como, o desafio na implementação de políticas públicas que asseguram os Direitos dos portadores de necessidades especiais, em meio a sociedade acadêmica. Palavras Chaves: Universidade, Necessidades especiais, leis. INTRODUÇÃO A presente pesquisa tem como objetivo, analisar as conjunturas no meio educacional que envolve a inserção de alunos com deficiência na sala de aula do ensino superior. Diante de tal desafio cabe-nos abordar os processos históricos mediados pelas leis que serviram de embasamento para a implementação das políticas de ações afirmativas as quais decorreram a política de inclusão. Desde os anos 90, a educação formal vem sendo discutida procurando por meios de garantir o ingresso de pessoas com qualquer tipo de deficiência no meio educacional. Essa discussão, segundo Facion (2005), tem provocado um avanço conceitual e metodológico no mundo todo, através de movimentos como a promulgação da Declaração de Salamanca (1994), a Convenção da Guatemala (1998), que se manifesta sobre todo e qualquer tipo de discriminação e de preconceito. Contudo, não podemos deixar de destacar a convenção sobre 70
2 os Direitos das pessoas com Deficiência, ocorrido em Nova York (2007), e sancionado no Brasil através dos decretos nº186 de 2008 e decreto nº em Esse debate no Brasil, vem sendo amparado pela LDBN/96, onde a Educação Inclusiva é contemplada de modo a garantir o ingresso e a permanência das pessoas com deficiência no ensino regular. A LDBN/96 é fundamentada na constituição de 1988 que estabelece no capítulo I art. 5º que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. (BRASIL. CONSTITUIÇÃO, 1989, P. 5). Dentro desses princípios, salienta-se o direito á igualdade, a qual as diferenças devem ser respeitadas por todos, e salvaguardadas pela á educação a que todos têm direito e deve ser proporcionada pelo Estado, como Educação para todos, assim descreve o artigo 205, do capítulo III que se trata Da Educação, da Cultura e do Desporto da constituição vigente: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, CONSTITUIÇÃO, 1989, p.99). No entanto, inclusão não se faz somente por decretos e leis que estabelecem normas de condutas, que devem ser seguidas e abstraídas por uma sociedade. Ou seja, as leis por si só não fazem valer a integridade de cidadãos. Um processo como este deve ser pensando a partir de mudanças estruturais no meio social, cultural e pedagógico. Essas mudanças implicam transformações na mentalidade das pessoas, uma vez que, o imaginário social daqueles que são ditos normais criam estereótipos que enquadra os portadores de necessidades especiais a partir de uma visão pré-conceituosa, ou seja, de pré-noções arraigadas no seio cultural da sociedade. Destarte, para pensar a inserção de alunos especiais na educação, primeiro, é preciso romper barreiras estigmatizadas pelo tempo histórico legadas por uma sociedade tradicional Faz-se necessário, no entanto, não só integrar esses alunos no ensino regular por meio de leis e sim preparar os profissionais da educação para recebê-los. Para tanto, na convenção sobre os direitos dos portadores de deficiência, foi determinado que as instituições de ensino devem 71
3 tomar ações que viabilize o processo de ensino-aprendizagem dos alunos. Segundo Miranda (2012), o professor regente deve trabalhar juntamente com o professor de apoio, para que juntos possam atender as necessidade dos alunos especiais, o material a ser trabalhado precisa ser planejado com antecedência para proporcionar melhor resultado, na construção do conhecimento. A recusa em adaptar-se, modificar-se, procurando ajustes para atender cada caso em sua especificidade configura-se discriminação, Assim, como cita o artigo 2, determinado pela convenção sobre os direitos dos deficientes, homologada na forma de decreto legislativo nº 186 nos termos do 3º do Art. 5º da constituição federal que entra em vigor em pelo Decreto-lei em 2009: Discriminação por motivo de deficiência significa qualquer diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência, com o propósito ou efeito de impedir ou impossibilitar o reconhecimento, o desfrute ou o exercício, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais nos âmbitos político, econômico, social, cultural, civil ou qualquer outro. Abrange todas as formas de discriminação, inclusive a recusa de adaptação razoável; significa as modificações e os ajustes necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional ou indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que as pessoas com deficiência possam gozar ou exercer, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos humanos e liberdades fundamentais. (BRASIL, Decreto-lei, 6949 de 25 de agosto de 2009). Muitas vezes a integração desses alunos no ensino regular provoca evasões dos mesmos, pois são colocados diante de uma realidade totalmente desconhecida por eles, sem que se procurem meios adaptados as suas necessidades, dito de outra forma é preciso preparar os professores e os colegas para recebê-los, pois alguns professores regentes se fecham a realidade, uma vez que, estão acostumados a trabalhar em uma sala de aula regular, ou seja, sem inclusão. Entretanto, é dever da instituição se adaptar a nova realidade e não o aluno deficiente se adaptar a realidade do professor e da instituição de ensino. 72
4 MATERIAL E MÉTODO A base material desta pesquisa se envereda pelo método experimental, baseado em fontes de pesquisas bibliográficas, como estudos de leis, que asseguram a acessibilidade e a integração de alunos com algum tipo de deficiência na sala de aulas. No entanto, cabe nos ressaltar como pesquisa de campo, a experiência de trabalho, vivido na prática atual na sala de aula, a partir do trabalho executado com o aluno invisual, José Ferreira Santana, do 1ª ano do curso de História, da Universidade Estadual de Goiás/Unidade Universitária de Iporá-Goiás. No que se refere, ao material utilizado como fonte de pesquisa, o foco será a constituição de 1988, a LDBN/96, assim como destacar os vários movimentos, ocorridos no âmbito nacional e mundial, em prol a discussão de Direitos das pessoas com Deficiências. DISCUSSÃO E RESULTADOS No âmbito da discussão relacionada à inserção do aluno, José Ferreira Santana, portador de deficiência visual, no ensino superior, torna o objetivo da pesquisa procurar entender os caminhos e desafios percorridos pelo mesmo no processo. Entretanto, cabe-nos ressaltar a necessidade de discutir esse processo conforme a implementação de políticas públicas, fundamentadas em leis. Contudo, podemos constatar que em nossa pesquisa embasada no método experimental e de observação, pois, participamos do processo real em andamento, verificamos de antemão que a Unidade Universitária de Iporá vem desenvolvendo seu papel junto ao aluno deficiente visual do 1º ano de história, José Ferreira Santana, e também no curso de Biologia, embora não seja nosso foco de estudo. A unidade, no entanto, tem feito cumprir a lei que determina o 1º, do art. 58 da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) nº 9.394/96, que determina ao Poder Público, havendo necessidade, a obrigatoriedade de equipar a escola, visando o eficaz atendimento da pessoa com deficiência. Podemos observar que o aluno conta com serviço de apoio especializado e recursos de multimídia, tais como notebook, MP 4 dentre outros materiais que assegure o desenvolvimento tátil. O presente estudo encontra-se em processo de construção e busca de análises, como já mencionado anteriormente, a partir da observação na sala de aula. De outro lado, 73
5 procuraremos observar o papel e desafio desempenhado por parte da instituição de ensino, UEG/UnU-Iporá. CONSIDERAÇÕES FINAIS Em suma, o estudo está em andamento, entretanto, o mais importante diante deste desafio é procurar perceber as amarras da sociedade diante de tal realidade. Contudo, faz-se necessário repensar a prática pedagógica a partir de nossas próprias limitações quando nos deparamos com algo que foge a realidade a qual estamos acostumados na sala de aula. No entanto, a universidade, assim como os professores precisam se preparar para este novo paradigma que vem crescendo a cada dia que se passa, pois, com o avanço da produção tecnológica que a sociedade da modernidade tardia vem sofrendo, cada vez mais o individuo consciente de seus Direitos buscam a sua cidadania. Em fim, o portador de necessidades especiais seja ela de ordem visual, cognitiva, audiovisual, cada vez mais busca seu espaço na sociedade e faz com que ele vá à busca de conhecimento, a qual a Universidade deve ser sua mantenedora. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL, Constituição, Direito Constitucional Brasil. I. Fundação de Assistência ao Estudante, Rio de Janeiro: Editora: FAE, Ed. II. Título. BRASIL, Decreto-lei nº 6.949, de 25 de agosto de Lex: convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência: 4ª Ed., Editora Brasília; FACION, José Raimundo, ett al. Inclusão Escolar e suas Implicações no Ambiente Escolar. Org. Carmem Lúcia Guimarães de Mattos...[et all].- Curitiba: IBPEX, Ed. MIRANDA, Sônia Regina Silva. Formação da Rede de apoio a Inclusão. Capacitação pedagógica em Educação Especial-Inclusão. Subsecretaria de Educação, Iporá,
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