BALANÇO HIDROLÓGICO PARA A BACIA DO RIO PARDO
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1 BALANÇO HIDROLÓGICO PARA A BACIA DO RIO PARDO Lucia Catherinne Oliveira Santos (1) ; Cristiano Tagliaferre (2) ; Jecilene de Jesus Silva (3) ; Lorena Júlio Gonçalves (4) ; José Ilmar Tínel de Carvalho Júnior (5) (1) Mestre em Ciências Florestais pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Estrada do Bem Querer, Km 4, CEP , Vitória da Conquista (BA), Brasil. catherinne.oliveira@hotmail.com (2) Eng. Agrônomo (a), Prof. Adjunto, Depto de Engenharia Agrícola e de Solos, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Estrada do Bem Querer, Km 4, CEP , Vitória da Conquista (BA), Brasil. tagliaferre@yahoo.com.br (3) Eng. Agrônomo (a) pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Estrada do Bem Querer, Km 4, CEP , Vitória da Conquista (BA), Brasil. jecy7.0@gmail.com, (4) Graduanda em Eng. Agronômica pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Estrada do Bem Querer, Km 4, CEP , Vitória da Conquista (BA), Brasil. lorenagoncalves.agro@gmail.com (5) Mestrando em Recursos Hídricos pela Universidade Federal de Sergipe, Avenida Marechal Rondon, s/n, Jardim Rosa Elze, CEP , São Cristóvão (SE), Brasil. jrtinel@gmail.com RESUMO O balanço hidrológico contabiliza a chuva e a evapotranspiração que ocorre em um ecossistema ou bacia hidrográfica. Assim, este estudo teve como objetivo, avaliar o comportamento hidrológico e a variação das vazões média da bacia do rio Pardo através do balanço hidrológico. Para este estudo utilizou-se a precipitação e a evapotranspiração mensal do período de 1984 a 2013 para a bacia do Rio Pardo. Também foi obtida uma base de dados fluviométricos disponíveis na rede hidrometeorológica da Agência Nacional de Águas. O balanço hidrológico foi realizado fazendo-se a contabilização mensal da entrada de água (precipitação) e da saída de água (evapotranspiração). A partir dos resultados conclui-se que o mês de setembro apresenta o maior valor na diferença entre a quantidade precipitada e a quantidade evapotranspirada, considerado o mês mais crítico para as culturas e, consequentemente, o mês de maior demanda de água. As maiores vazões média da bacia do rio Pardo ocorrem nos meses de dezembro a março e os menores nos meses de junho a setembro, seguindo a mesma tendência da precipitação. Palavras-chave: Bacia hidrográfica, evapotranspiração, precipitação. ABSTRACT The hydrological balance accounts for rainfall and evapotranspiration that occur in an ecosystem or river basin. Thus, the objective of this study was to evaluate the hydrological behavior of the Pardo river basin through the hydrological balance. For this study, the monthly precipitation and evapotranspiration of the period from 1984 to 2013 for the Rio Pardo basin were used. A fluviometric database was also obtained from the hydrometeorological network of the National Water Agency. The hydrological balance was carried out by monthly accounting of water intake (precipitation) and water output (evapotranspiration). From the results, it is concluded that the month of September presents the highest value in the difference between the amount precipitated and the amount evapotranspirated, considered the most critical month for the crops and, consequently, the month of higher water demand. The highest average flows of the Pardo river basin occur in the summer months and the lowest in the winter, following the same trend of precipitation.
2 Key words: Hydrographic basin, evapotranspiration, precipitation. INTRODUÇÃO O estudo da disponibilidade hídrica estabelece diretrizes para implementação de políticas de planejamento e execução para o uso racional da água, e uma maneira prática e acessível de se obter essa informação é mediante a estimativa do balanço hídrico ou o hidrológico para uma determinada bacia hidrográfica. D Angiolella et. al. (2005) citam que o balanço surgiu da necessidade de se contabilizar a chuva e a evapotranspiração que ocorre em um ecossistema, com o objetivo de se conhecer a disponibilidade de água para as plantas ao longo do ano ou a vazão que ocorre numa determinada bacia. A irrigação é um dos principais usuários de água da bacia e, dentre as atividades de uso consuntivo, cita-se também o abastecimento humano urbano e rural e a dessedentação animal. O uso irracional deste recurso e a ocupação desordenada do solo geram diversos impactos ambientais negativos, dentre eles o assoreamento e a diminuição das vazões mínimas e o aumento da vazão máxima dos rios que drenam a região. Diante disso, os estudos hidrológicos são fundamentais no manejo de bacias hidrográficas, pois, a partir deles, pode-se controlar e administrar o volume de água captado e armazenado, o período e a finalidade de cada captação. Assim, este estudo teve como objetivo avaliar o comportamento hidrológico da bacia hidrográfica do rio Pardo por meio da elaboração do balanço hidrológico da bacia, identificando e quantificando os meses com excedente e deficiência hídrica. MATERIAL E MÉTODOS O Rio Pardo é considerado um rio federal, pois banha mais de um estado. Nasce no município de Montezuma, na Serra do Espinhaço, no Estado de Minas Gerais e termina seu curso no município de Canavieiras, no Estado da Bahia, desaguando no Oceano Atlântico. Os dados de precipitação (mm) e evapotranspiração (mm) mensal do período de 1984 a 2013, para a área considerada no estudo, foram obtidos a partir do estudo desenvolvido por Xavier et al. (2015), onde os autores criaram uma grade com resolução espacial (0,25 x 0,25 ) e temporal (diária e mensal) para todo o território nacional, com valores dos principais componentes meteorológicos (precipitação, velocidade do vento, radiação solar global, evapotranspiração, umidade relativa e temperatura do ar). Os dados pluviométricos e de evapotranspiração obtidos foram analisados e organizados com o auxílio de planilhas eletrônicas (Excel), de maneira a se obter uma série histórica contínua das precipitações e evapotranspiração. A evapotranspiração de referência foi estimada usando-se a metodologia de Penman-Monteith FAO 56 a partir dos dados desenvolvidos por Xavier et al. (2015). O balanço hidrológico foi realizado fazendo-se a contabilização mensal da entrada de água (precipitação) e da saída de água (evapotranspiração). A vazão média anual de longo período para cada estação estudada foi calculada pela média das vazões médias anuais. Para a obtenção da vazão média utilizou-se o Sistema Computacional para Análises Hidrológicas (SisCAH 1.0), desenvolvido por Sousa et al. (2009), que permite importar dados de arquivos obtidos do site da ANA, e, a partir da geração de funções de distribuição de probabilidade, foi obtida a variável acima citada. RESULTADOS E DISCUSSÃO Ao analisar a distribuição da precipitação média, da evapotranspiração de referência média e o balanço hidrológico médio mensal na área de drenagem da bacia do rio Pardo (Figura 1), pode-se
3 observar que o mês em que apresentou maior déficit entre a quantidade precipitada e a evapotranspirada foi setembro, considerado o mês mais crítico para as culturas e, conseqüentemente, o mês de maior demanda de água. Nota-se que em todos os meses do ano, exceto novembro e dezembro, a evapotranspiração é maior do que a precipitação, caracterizando uma deficiência hídrica na bacia e, conseqüentemente, exige a retirada de água dos mananciais pela prática da irrigação para suprir a demanda das culturas. De acordo com Santos et al. (2013), a partir do balanço climatológico mensal, é possível determinar a gestão integrada dos recursos hídricos de determinada região, definindo sistemas de irrigação que devem ser utilizados, o dimensionamento da lâmina líquida do sistema de irrigação, além de permitir o manejo da irrigação (quanto e quando irrigar) com base em dados históricos de evapotranspiração. Figura 1 Precipitação média, evapotranspiração de referência média mensal e o balanço hidrológico médio mensal na área de drenagem da bacia do rio Pardo. Na Figura 2 encontra-se a vazão média mensal observada na bacia do rio Pardo. Nota-se que, enquanto há um acréscimo da precipitação a partir do mês de setembro, a vazão média começa a crescer apenas em outubro. Isso ocorre porque durante esse período o solo apresenta baixa umidade, alta capacidade de infiltração e retenção de água; logo, as primeiras chuvas ficam retidas no solo, não alimentando as vazões nesse primeiro mês. A vazão média mensal, para a bacia do rio Pardo, variou de 10,8 m 3 s -1 (setembro) a 55,6 m 3 s -1 (dezembro), sendo a vazão média anual de 22,9m 3 s -1. Os meses de novembro, dezembro e janeiro foram os que apresentaram maiores valores de precipitação e de vazão, com exceção do mês de novembro, que apresentou valor de vazão menor que o mês de fevereiro, fato também observado por Pereira et al. (2007). Os autores afirmam que devido à alta umidade do solo e ao grande abastecimento do lençol freático, provenientes das precipitações anteriores, há maior contribuição do escoamento subterrâneo e maior propensão para a ocorrência do escoamento superficial neste mês.
4 Figura 2 - Vazão média mensal na área de drenagem da bacia do rio Pardo. CONCLUSÕES O mês de setembro apresenta maior valor na diferença entre a quantidade precipitada e a quantidade evapotranspirada, considerado o mês mais crítico para as culturas e, consequentemente, o mês de maior demanda de água. As maiores vazões média da bacia do rio Pardo ocorrem nos meses de verão e os menores no inverno, seguindo a mesma tendência da precipitação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS D ANGIOLELLA, G.; VASCONCELLOS, V. L. D.; ROSA, J. W. C. Estimativa e especialização do balanço hídrico na mesorregião sul da Bahia. Anais. XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Goiânia, Brasil, 16-21, p , INPE, Abril, PEREIRA, S. B.; ALVES SOBRINHO, T.; FEDATTO, E.; PEIXOTO, P. P. P.; BONACINA, R. Variação temporal do comportamento hidrológico na bacia do Rio Dourados no período de 1973 a 2002, Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v. 27, n SANTOS, G. O.; HERNANDEZ, F. B. T.; ROSSETTI, J. C. Balanço hídrico como ferramenta ao planejamento agropecuário para a região de Marinópolis, noroeste do estado de São Paulo-DOI: /rbai. v4n Revista Brasileira de Agricultura Irrigada - RBAI, v. 4, n. 3, SOUSA, H.T.; PRUSKI, F. F.; BOF, L. H. N.; CECON, P. R.; SOUZA, J. R. D. C. SisCAH 1.0: Sistema Computacional para Análises Hidrológicas. Brasília, DF: ANA; Viçosa, MG: UFV, 2009 XAVIER, A. C., KING; C. W. & SCANLON, B. R. Daily gridded meteorological variables in Brazil ( ). International Journal of Climatology, AGRADECIMENTOS
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