VARIABILIDADE TEMPORAL DA PRECIPITAÇÃO SOBRE A BACIA DO RIO SAPUCAÍ - MG
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- Raphaella Vidal Olivares
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1 VARIABILIDADE TEMPORAL DA PRECIPITAÇÃO SOBRE A BACIA DO RIO SAPUCAÍ - MG Anderson Pereira de Paula 1 e Jaidete Monteiro de Souza 2 RESUMO. O estudo da variabilidade temporal da precipitação sobre a Bacia do Rio Sapucaí tem grande importância na caracterização do clima desta região, principalmente na influencia sobre o rendimento das culturas. Foi analisada uma série histórica de 27 anos (19 21) de dados mensais. Foram analisadas 16 estações pluviométricas distribuídas na Bacia do Rio Sapucaí. Os resultados foram analisados através de gráficos de barras. Calculou-se também a precipitação média sobre a bacia, através da média aritmética. ABSTRACT. The study of precipitation temporal variability Sapucai River has great importance in the climate characterization of this area, mainly in it influences on the income of the cultures. A 27 year-old historical monthly data series was analyzed (19-21). 16 rain measure stations distributed in on Sapucaí River were analyzed. The results were analyzed through bar graphs. It was also calculated the medium precipitation on the basin, through the arithmetic average. Palavras chave: Precipitação, Variabilidade temporal, Rio Sapucaí. INTRODUÇÃO A precipitação pode ser considerada uma das variáveis meteorológicas de fundamental importância para os recursos hídricos, e conseqüentemente para os seres vivos. Como parte do ciclo hidrológico a precipitação devolve a superfície à água perdida para a atmosfera por meio da evaporação e da evapotranspiração. A análise da variação temporal da precipitação é de grande importância. Nas chuvas intensas a chuva pode causar alagamentos, enchentes, danos à agricultura e em períodos de estiagem pode causar diminuição da vazão de rios, rebaixamento do nível dos reservatórios, redução da disponibilidade de água para abastecimento, irrigação e geração de energia. O estudo da variabilidade temporal da precipitação permite definir o grau de correlação temporal das amostras e 1 Engenheiro Hídrico, formado pela Universidade Federal de Itajubá. anderson_hidrica@yahoo.com.br 2 Bolsista DCR-CNPq/Funcap. Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos - FUNCEME. Av. Rui Barbosa, 1246, Aldeota, Fortaleza-Ceará. CEP: jaidete@funceme.br
2 tem mostrado ser poderosa ferramenta de aplicação prática, permitindo estimar precipitações com variância mínima (SILVA et al., 23). A análise temporal da precipitação tem grande aplicabilidade na construção civil e principalmente, na agricultura, apresenta uma literatura ainda carente e pouco explorada, mas certamente, é um assunto que se tornará de grande importância em produções científicas (SILVA et al., 23). As anomalias da precipitação constituem a principal causa das oscilações da produção e da produtividade anual das culturas segundo QUEIROZ et al. (21). Diante disto o objetivo do trabalho é calcular a precipitação média sobre a bacia e verificar a variabilidade temporal da precipitação sobre a bacia do rio Sapucaí localizada na região Sudeste do Brasil. DADOS E METODOLOGIA A bacia do Rio Sapucaí (Figura 1) pertence à bacia do Paraná e a sub-bacia do Rio Grande, localizando-se na região sudeste do Brasil, possui uma área de drenagem de aproximadamente 9561 Km 2, atravessando dois estados, onde abrange 44 cidades do estado de Minas Gerais e 3 do estado de São Paulo. 1 - Rio Sapucaí 2 - Rio Sapucaí Mirim 3 - Rio Lorenço Velho FIGURA 1: Bacia do Rio Sapucaí MG. Os dados foram obtidos no banco de dados da ANA (Agência Nacional de Águas). Foram analisadas 16 estações pluviométricas, distribuídas sobre a Bacia do Rio Sapucaí, mostradas na TABELA 1. Os dados correspondem ao período de 19 até 21, os anos com falhas não foram considerados para os cálculos. Vale ainda ressaltar que as estações São Bento do Sapucaí (224511) e C. Ouros (224566) pertencem ao Rio Sapucaí Mirim e as estações Itajubá (224583) e Delfim Moreira (2245) pertencem ao rio Lourenço Velho, ambos os rios afluentes do rio Sapucaí. Os períodos considerados para cada estação estão presentes na Tabela 1.
3 Foi calculada a precipitação média, através do método da média aritmética e posteriormente fez-se a construção dos gráficos, relacionando a altura da precipitação em milímetro e o tempo. No método da média aritmética é admitido que todas as estações têm o mesmo peso. Assim a precipitação média será a média aritmética dos valores de precipitação medidos na área da bacia (TUCCI, C. E. M., 21). Para esse cálculo utilizou-se à expressão: n hi _ i= P = 1 Onde: n (1) _ P = Precipitação média da bacia hi = altura de precipitação de cada posto n = número de postos RESULTADOS E DISCUSSÃO Feito a escolha dos períodos a serem estudados de cada estação, foi realizada a soma dos dados diários, para que se pudéssemos obter a precipitação mensal, de todos os meses, de janeiro a dezembro, dos anos escolhidos. Realizada a soma da precipitação mensal das estações, o próximo passo, foi realizar a soma para a precipitação anual das estações, utilizando as somas das precipitações mensais de cada ano. Com as precipitações anuais, foi realizada a média da precipitação anual de cada posto, utilizando a expressão: P Médiaanual n Panual i= = 1 n (mm) (2) Sendo que n varia de 1 à 27 anos, referente ao período de 19 à 21. A quantidade de anos utilizado para calcular a média variou de acordo com a estação, devido aos períodos com falhas, como já citado anteriormente. Os resultados obtidos estão presentes na Tabela 1. Calculado a precipitação média de cada posto, calculou-se então a precipitação média da bacia pelo método da média aritmética obtendo-se P = 1539, mm/ano. As figuras 2 à 15 mostram a distribuição da precipitação média para cada estação em relação ao período estudado.
4 TABELA 1: Relação dos postos pluviométricos, incluindo o ano e média anual. Código Cidade estudado Brasópolis Média do Posto (mm/ano) Código Cidade estudado Média do Posto (mm/ano) -, 89, -99, , Silvianópolis -95, , Maria da Fé -88, , Borda da Mata 76-88, , Conc. das Pedras , M. Paulo -, , C. Jordão -88, 9-17, Paraguaçu, 77-79, -82 -, , S.A. Pinhal -99, 1 219, S. Bento do Sapucaí -89, -, - 11, C. Jordão -99, 1 1, C. Ouros -88, -, ,26,77-85, -89, 2245 S.Rita Sapucaí , Itajubá -79, , P.Alegre , Delfim Moreira 76-88, , FIGURA 2 - Posto Brasópolis. FIGURA 3 - Posto Maria da Fé FIGURA 4 - Posto Conceição das Pedras. FIGURA 5 - Posto Campos de Jordão FIGURA 6 -Posto Santo Antônio do Pinhal. FIGURA 7 - Posto Campos de Jordão.
5 FIGURA 8 - Posto 2245 Santa Rita do Sapucaí. FIGURA 9 - Posto Pouso Alegre FIGURA 1 - Posto Monsenhor Paulo FIGURA 11 - Posto Paraguaçu FIGURA 12: Posto São Bento do Sapucaí. FIGURA 13: Posto Conceição dos Ouros FIGURA 14 - Posto Itajubá. FIGURA 15 - Posto 2245 Delfim Moreira. Observou-se que postos pluviométricos localizados próximos, como o caso do posto da cidade de Santo Antônio do Pinhal e da cidade de São Bento do Sapucaí, apresentou precipitações médias bem diferentes. Isso pode estar ocorrendo devido a diferença no relevo, já que esta região onde se localiza as duas cidades é uma região montanhosa, ou as medidas possuir erros. Os valores de precipitação dos diversos postos e dentro da bacia não apresentaram grandes variações temporais da
6 precipitação, com algumas variações ocorrendo isoladamente em alguns anos e alguns postos. Um ano que se destaca é o de 13 que apresentou uma altura de chuva elevada praticamente para toda bacia. Alguns anos também apresentaram alturas de chuva altas em relação aos demais anos, como os anos de 16 e 19. Um ano também chuvoso foi o ano de 1992, apresentando irregularidades na distribuição da chuva para o posto da cidade de Monsenhor Paulo. Outro ano que se destaca é o ano de 19 que aparece como um ano seco em vários postos pluviométricos. Outro ano que apareceu como um ano seco para alguns postos foi o ano de 17. O ano de 19 também aparece como um ano seco para a estação 2245 (Santa Rita do Sapucaí) inclusive com irregularidades na distribuição de sua chuva. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SILVA, J. W. et al. (23). Ciência Agrotécnica. In: Variabilidade Temporal da Precipitação Mensal e Anual na Estação Climatológica de Uberaba MG. Lavras. v. 27, n. 3, p , maio/junho. QUEIROZ, E.F. et al. (21). Pesquisa Agropecuária Brasileira. In: Modelo de análise de regressão periódica da precipitação mensal, da bacia atlântico sudeste, no Estado do Paraná. Brasília. v. 36, n. 5, p , maio. DOS SANTOS, I. et al. (21). Hidrometria Aplicada. Curitiba. CEHPAR. 372 p. TUCCI, C. E. M. (21). Hidrologia: Ciência e Aplicação. 2. ed. Porto Alegre. Editora da UFRGS. 25, 27, 28, 35, 26p. WANIELISTA, MARTIN P. (199). Hydrology and Water Quantity Control. Florida. Editora John Wiley & Sons. 49,5,51,52,53p. WANIELISTA, MARTIN P. et al. (19). Hydrology: Water Quantity and Quality Control. 2ªed. Florida. Editora John Wiley & Sons.,92,,,95p. AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS ANA. (25). Disponível em: < Acesso em abril de 25. Centro de previsão de tempo e estudos climáticos CPTEC. (25). Disponível em: < Acesso em 26 de maio de 25. Comitê da Bacia Hidrográfica do Sapucaí - CBH Sapucaí. (25). Disponível em: < Acesso em 18 de maio de 25. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais INPE. (25). Disponível em: < Acesso em 3 de junho de 25. Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais SIMGE. (25). Disponível em: < Acesso em 26 de maio de 25.
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