DESTINAÇÃO E APROVEITAMENTO DE SUBPRODUTOS NÃO COMESTÍVEIS DE BOVINOS PARA PRODUÇÃO DE BIODIESEL NO MUNICÍPIO DE CAMARGO - RS

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1 DESTINAÇÃO E APROVEITAMENTO DE SUBPRODUTOS NÃO COMESTÍVEIS DE BOVINOS PARA PRODUÇÃO DE BIODIESEL NO MUNICÍPIO DE CAMARGO - RS Sabrina da Silva Bonato Orientadora: Profª Drª Susana Cardoso Coorientadora: Drª Alessandra Matte 06 de Dezembro de 2017

2 INTRODUÇÃO As cadeias da carne bovina e do leite possuem posição de destaque na produção agropecuária brasileira, ocupando vasta área do território nacional e respondendo pela geração de emprego e renda de milhões de brasileiros. A pecuária tem figurado no debate sobre o uso de energias renováveis, uma vez que os resíduos provenientes do abate de animais podem ser utilizados para a produção de biocombustível. A introdução de biodiesel na matriz energética nacional é considerada muito importante por ser um combustível menos poluente que os derivados do petróleo, mesmo que as fontes renováveis de energia não sejam isentas de impactos ambientais. Diante deste contexto, a agricultura familiar possui significativa importância, uma vez que pode ser aliada na produção de biodiesel por meio do fornecimento de rejeitos de bovinos mortos como matéria-prima para esta indústria.

3 PROBLEMA E OBJETIVO GERAL Pergunta: Como ocorre a destinação e o aproveitamento de subprodutos não comestíveis do abate de bovinos e de carcaças de bovinos mortos nas propriedades rurais do município de Camargo RS, como matériaprima em potencial para a produção de biodiesel? Objetivo Geral: Caracterizar a destinação e o aproveitamento de rejeitos de bovinos abatidos ou de bovinos mortos nas propriedades rurais do município de Camargo RS, a fim de compreender as potencialidades para a produção de biodiesel.

4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Descrever o processamento dos subprodutos não comestíveis de bovinos para tornar-se matéria-prima para a produção de biodiesel e as adequações necessárias para cumprir com a legislação ambiental; Mapear a cadeia produtiva do biodiesel e os diferentes atores envolvidos nas distintas etapas; Analisar o funcionamento e condução necessária para o processamento de biodiesel a base de subprodutos não comestíveis de bovino.

5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O rebanho bovino brasileiro é de aproximadamente 208 milhões de cabeças (EMBRAPA, 2016) e o RS detém o sexto maior rebanho do país (FEE, 2015). A maioria dos impactos sobre o meio ambiente provém de dejetos sem tratamento, com grande comprometimento da qualidade principalmente das águas e dos solos. Organização Mundial de Saúde Animal OIE, recomenda a adoção de métodos de descarte de animais mortos e considera a reciclagem como a melhor escolha e a opção mais conveniente para a destinação de animais mortos.

6 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Conforme a OIE (2013), a mortalidade de animais é usual em rebanhos e pode ser importante fonte de proteína, gordura e cinzas (minerais) para a reciclagem solucionando um importante problema ambiental, porque: os resíduos favorecem crescimento bacteriano; a incineração poluiria o ar; o enterramento poderia levar a transmissões de doenças; a reciclagem sanitiza os resíduos, pois a alta temperatura do processamento é suficiente para destruir quase todos os agentes potenciais.

7 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Os biocombustíveis são combustíveis produzidos a partir da biomassa (matéria orgânica), isto é, de fontes renováveis de origem vegetal ou animal, sendo as fontes mais conhecidas a soja, o milho, sementes de girassol, a cana-de-açúcar, a madeira e a celulose. A partir destas fontes é possível produzir biocombustíveis como álcool, etanol e biodiesel. Biodiesel: é o biocombustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento, para geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil. (Art. 6, Lei Nº de 2005). Os biocombustíveis são biodegradáveis, por isso provocam menor impacto à natureza (BIODIESELBR, 2009).

8 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A adoção do Biodiesel 7, ou (B7), levou o setor a um crescimento considerável na sua produção entre os anos de 2014 a Mistura de 8% de biodiesel acrescentado ao óleo diesel. Gráfico 1: Produção de Biodiesel no Brasil no ano de 2017 Adoção do B10 até o ano de 2019.

9 METODOLOGIA Figura 1 Localização dos municípios de Camargo e Vila Maria, no Rio Grande do Sul

10 METODOLOGIA Os principais instrumentos de pesquisa foram, a pesquisa bibliográfica e a entrevista semiestruturada. Foram realizadas entrevistas com: 4 agricultores que trabalhavam produtores de bovino de leite e/ou de corte; 1 representante da empresa recolhedora de animais mortos; 1 representante da indústria de processamento de resíduos de animais mortos; 1 representante da usina de biodiesel. Todas as entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas. Também foram realizados registros fotográficos durante as saídas de campo. A realização desta pesquisa ocorreu de setembro a outubro do ano de 2017.

11 RESULTADOS E DISCUSSÃO AGRICULTORES: Causas e as consequências do risco da ocorrência de mortes de animais são distintos e relatam que já ocorreram situações em que vários animais vieram a morrer na mesma ocasião, seja por questões climáticas, ambientais, doenças ou por mordedura de aranhas e cobras. Novos hábitos e costumes referentes ao descarte dos animais mortos.

12 RESULTADOS E DISCUSSÃO EMPRESA RECOLHEDORA DE ANIMAIS MORTOS: não recolhe bovinos que morreram por doenças infectocontagiosas, pois estes animais contaminados não podem ser aproveitados para a reciclagem na forma de sebo bovino e devendo ser destinados a outra forma de descarte; a empresa que realiza o recolhimento dos bovinos nas propriedades rurais não cobra por esta prestação de serviços, pois estes custos são cobertos pela Prefeitura Municipal de Camargo.

13 RESULTADOS E DISCUSSÃO EMPRESA RECOLHEDORA DE ANIMAIS MORTOS: Figura 2: Sede da empresa recolhedora de animais mortos no município de Camargo-RS

14 RESULTADOS E DISCUSSÃO INDUSTRIA PROCESSADORA DE RESIDUOS DE ANIMAIS MORTOS: esta empresa é conhecida vulgarmente como graxeira e recebe os resíduos da empresa recolhedora de animais mortos no município de Camargo-RS; a sede da empresa está localizada no município de Vila Maria; existem várias etapas tecnológicas até o sebo ser transformado em matériaprima para fabricação de biodiesel.

15 RESULTADOS E DISCUSSÃO INDUSTRIA PROCESSADORA DE RESIDUOS DE ANIMAIS MORTOS: Figura 3: Equipamentos de fabricação do sebo bovino Figura 4: Visor da centrifuga, fase final do processo de refinaria do sebo bovino

16 RESULTADOS E DISCUSSÃO USINA DE BIODIESEL: Figura 5: Usina de biodiesel em Camargo - RS

17 RESULTADOS E DISCUSSÃO Após chegar o sebo bovino na usina de biodiesel, este passa por vários processos até estar pronto para carregamento. Figura 6: Plataforma de Carregamento de biodiesel Subprodutos como: glicerina, ácidos graxos e borra (utilizada para fazer sabão).

18 RESULTADOS E DISCUSSÃO Figura 7: Fluxograma da Cadeia Produtiva do Biodiesel de Camargo - RS

19 CONCLUSÕES Concluiu-se com esta pesquisa que: o descarte e aproveitamento de subprodutos não comestíveis de bovinos são uma novidade entre os agricultores familiares de Camargo RS; trata-se de uma atividade que engloba os produtores rurais, empresa de recolhimento de animais mortos, indústria de processamento de resíduos de animais mortos e as usinas de fabricação de biodiesel; a regulamentação da destinação adequada de carcaças de animais mortos em propriedades rurais, pode significar uma alternativa promissora e um novo salto para a indústria de reciclagem animal brasileira;

20 CONCLUSÕES por se tratar de um sistema novo, a destinação de carcaças de animais mortos, já esta gerando resultados positivos, principalmente em questões ligadas a sustentabilidade e a responsabilidade social tanto para os agricultores como para as empresas que trabalham no segmento de abate, recolhimento de animais mortos, graxaria e usina de biodiesel. pode-se notar também que a articulação estratégica da cadeia produtiva do biodiesel favorece o desenvolvimento local e regional e a inclusão social de agricultores que aderem ao novo sistema, pois conseguem conciliar suas atividades produtivas com a preservação ambiental, como está ocorrendo no município de Camargo/RS.

21 REFERÊNCIAS AGÊNCIA NACIONAL DE PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS (ANP). Informações de Mercado Disponível em: < biocombustiveis/biodiesel/informacoes-de-mercado>. Acesso em: 07 Nov AGÊNCIA NACIONAL DE PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS (ANP). Informações de Mercado. (2017?). Disponível em: < Acesso em: 07 Nov ARCHER, A. M.; PEDROSA, S. M. P. Programa Aí tem química. Rio de Janeiro: PUC RIO, Disponível em: < Acesso em: 24 de Out BARROS, T. JARDINE, J. G. Gordura Animal. Agência Embrapa de Informação Tecnológica Disponível em: < Acesso em: 05 Jun BIODIESEL BR. Agricultura familiar, emprego e o lado social do biodiesel Disponível em: < Acesso em: 05 de Jun BIODIESELBR. Cadeia de biocombustíveis busca certificação Disponível em: < Acesso em: 18 de set BIODIESELBR. História e biodiesel. 2017?. Disponível em: < Acesso em: 22 de Out BIODIESELBR. Óleo de fritura usado Disponível em: < Acesso em: 20 Out BIODIESELBR. 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22 OBRIGADA!!!