N Ú M E R O º TllMESRE o

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "N Ú M E R O º TllMESRE o"

Transcrição

1 N Ú M E R O 46 3.º TllMESRE o

2 PREÇÁRIO DA REVISTA Preço avulso,.... Ndmaroo duploe A91ioa.L-.i. (por cn.da e6rie do 4 nllmero$) DEPOSTTARIO GERAL 12$60 20$011 40$00 Crupo Arnigoo do Lisboa.» - Ru Garrett, 62, 2. - Tele! CORRESPOND&NCIA S<cçio de ~ e Tw:iomo da Càmara llnnàdpal de Usbo& Rua. da Boa Vi><&, n. 0 S - Tclef. S il 7t

3 ' REVISTA MUNICIPAL D T R E C Ç A O DR. JAIME LOPES DIAS ASSIST2NCIA CRAFIC... josi? ESPINHO D E 5 E N H O S D E SEBAST IAO RODRIGUES. ROS" DUARTE E JOSC &SPINHO CAPA DE JOSlt ESPINHO a

4 A G. DA ROCHA \ladahil S 0 U S A G O M E S A. VIEIRA DA SILVA EDUARDO DE NORO~HA Do e u JI E.\' T.1 ç.i () A R r Is r l e A Do p I N r u R LISBOXE.VSf;' JOAQU!JI MARQUES (l~l>ti-16u) O T O P ó.v / 1/ O L 1 S R O A O.li O S T H l R O D, 1 E S P E R A.V Ç A O 8:4R.f0 f)f: OLIVHIRA {BARATA LOIRA) 1.V A U C U R A Ç.1 O D O J/ O N U ilj E.V T O.t J O Ã O D O R 1 O GARRETI E HERCULANO HOME.VACEADOS PELA GAMARA.ILU.\'!Cf P.4L o EJIPREGO DA CO.\']USTIV.1 DEn.YA FORMAÇ.ro DOS TOPó.\'IJ!OS COM \'OJJES DE PESSOAS JOSJ:: J O S ~ ESTEVA:\! E S T E V A M AJll~R CO DURÃO ANTôNIO BAPTJSTA BORGES RODRIGO DE MELLO O A QUE D U TO V,l S,{CU.4 S LI V R E S - A CO.VDUÇifO DH íguas AO BAIRRO ALTO O AQUEDUTO DAS AGUAS LIVRES E O CLERO C A N C O.V E 1 R O LISBOA E SUAS PECULIARIDADES. EM TJTULOS DE PEÇAS TEATR.11S S E C Ç.J O JURIDICA 8 8 I. O G R A F A * N :J. T RIM E S T R E õ O * COM POSTO ll IMPRESSO MAS OPICll<AS GRAPICAS DA CAllAJtA Jn'lfJCIPAL DE LISBOA

5 OS ARTIGOS PUBLICADOS NA REVISTA MUNICIPAL" SllO DA RESPONSABILIDADE DOS SEUS AUTORES *

6 DOCUMENTAÇÃO ARTÍSTICA DO PINTOR LISBONENSE JOAQUIM MARQUES ( I 8 2 2) A aqnisiçio casaal, em Lisboa, dum pequeno lote de vclhos d~nboi e gravlll'li. proporciooou-mc o grato ensejo de me documentar directamente a«rca das possibilidades dum artista da Capital que a IOcieda.de do último quartel do século xvm, e do primeiro do imediato, acarinhou, a avaliar por memórias fidedignas da época, mas do qual cu n:io encontram ainda repr~'licntação ph\stica cm Museus ou colecções públicas: - o pintor decorador Joaquim Marques, =ido em Lisboa em 175.'í, ao que 1e presume, e aí scpulll.do cm llw, na Íj,;IT-Jol. d.- São JO!.é. 5 São três Q. cksmh<>s do Artista que a llos60 po&r vieram: du.c; =dum porto de embar que (muito posslwlrnentc, margens do Tejo) e uma alegoria ao Prlnàpe R<-gcnte D. João, interpretando tema que; no verso do dc.enho ficou transcrito.

7 As mari11/ujs estão assinadas e datadas; a alegoria, não; a identidade de traço e de processo é, porem, tão flagrante nos três desenhos que, depois de os oompar.umos, sam a menor hesitação se outorga a Joaquim Marques a a'lltoria dessa composição também, género, aliás, em que parece ter sido exímio e que larga.mente pratioou. E porque da observação atenta desta documentação plástica - a pllímeira, creio eu, que do Artista apare<:e a público - resulta a sua integração em plano que não desmerece daquele em que os bons desenhadores da época se situam, gostosamente trazemos ao convívio dos estudiosos a reprodução gráfica desoes trabalhos, acompanhada dos mais elementos que a propósito conseguimos reunir. Podera este primeiro contributo - se, de facto, o é - despertar o aparecimento de nova, e melhor, documentação do Artista, e todos com isso lucra.remos. A base de quanto de Joaquim Marques se conhece é a valiosíssima Cokcção de Mem6rias do pintor Cirilo Vollc:ma.r Machado('), pela primeira vez publicada em 18'>..3; os dois Artistas foram, portanto, contemporâneos, e desta forma as informações que a obra regista Q$1.IIJ]flm valor de depoimento insubstituível. Vollunar Machado, que reuniu quanto lhe foi poss!vel para a biografia dos Artistas cuja memória se propôs perpetuar, não regateia merecimento a Joaquim Marques; dá--0 cnmo nascido «pelo tempo do terremoto», assinalando-lhe «primeiros estudos nas A'lllas», após os quais se empregou como pintor na Fábrica das cai"as (de cartão, axaroadas, on envernizadas, e pintadas à mão, com paisagens e flores, como as bandejas de folha ele ferro que tamanha voga alcançaram nesse tempo e ainda por todo o século passado), «ramo de que era. director José Francisco dei Cusco11, ou dei Cuôco ('), napolitano que, depois de ter trabalhado em esmalte em ;\!adrid, acabou por se fixar em Lisboa. uot:pois de pa-o;sar os 5 annos da aprendizagem», prossegue Volkmar Machado, 11continuou mais dez, até o de 1784, a empregar-se alli me:;mo como ajudante para pintar scges. bandejas, &e.>. «Por aquelle tempo achava-se Pillement em Lisboa, e era seu vizinho; fez amizade com elle, e entrou no empenho de o imitar nas paisagens, e naquelles agradavw caprichos, a que elle chamava a sua botanica imaginaria, porque se oompunhào de Bores, e plantas idcaes: cousa que pareceo muito bonita em quanto era rara. O nosso Marques soube imita.r tão bem aquellas galantarias, que todos os curiosos quizerão ter alguma cousa da sua mão, ou fosse em tectos, ou em paredes, ou em paincis, ou em carruagens; nem seria facil fazer menção de todas: seu mestre José Franàsco, se valia delle quando tinha a fazer cousas de maior empenho.».... Mais tarde, Joaquim Marques terá colaborado nas obras do Palácio ele Queluz, onde «era como Vke-Inspector, e dirigia tudo, ulilisava frequentemente 12, 16, 20$ rs. cada dia» nmorreo a 21 de Maio de Jaz na Igreja de S. José de Lisboa.» (Jfem6rias cit., págs da 2.ª ed). (') Coll cçj., iu "'º"' ""' relativos d.s 11idas dos ~ l<w s. a.scull01'1s, archil tos, rovadoru port"f""hs, E dos.&tro geiros, q utiv.,ão em Porlugal.. Lisboa, 18!!8. IV edição, que utilízâmos. d& Càmbra. Jmp. da Univ«l!iclade, 1W2 (N. 0 V da colecção Sltbsldws para a História da Arl P"1'twÇ!U$0). ( 1 )' D l C..sro. assim o apelida Volkmu M chado (op. cit.), que o coriheccu. Matoe Sequeira, podm, que compuhou no Aiquivo da Tone do Tombo a abu.nd.-uiioe ckxumcntaçlio que diz respeito à sua época, a ele se n!cre semp~ como Dd Cw~c.:> (D1pois do Te >' moto, IV, 18~ e oeg.).

8 Estas, as notícias mais compendiosas que de Joaquim Marques, ficaram, fonte de quantas referências se lhe foram fazendo; sempre, no enronto. meramente incidcjltais. Apenas de outro escritor contemporã.neo de Joaquim Marques ternos conhecimento de se haver referido a trabalhos seus com individuação: o autor, não declarado, do artigo intitulado «Artes e officios. Da Pintura, sua existcncia em Portugal, e seus mais distinctos Artistas», publicado cm 1817 no n. III, vol. II, do Jornal de BcUas Arles, º" Mncmósine Lusitana. Falando dos Artistas daquele tempo, nota. sem detença. de maior: «Em Paisagens o Senhor Joaquim Marques, discipulo de Pilleman, be singular; e as suas obras são muito e;itímadasn. Todos os restantes historiadores de Arte se farem eco de Vollcmar Machado. Para as Memorias remete o Conde Raczynslci o leitor do seu Dicticn11aire historico-artistiqtre em 1847, e outro tanto faz a Guia do Amador ik Bellas Artes, de D. M. de M. G. (') em Da mesma forma, é Yollcmar Machado a origem das cinco li:nhas, aboolutamcnte impes soa.is, que a Joaquim Marques consagrou o cónego J. M. Pereira Bouo, autor do Promptuario Analytico dos ca"os Nobres da Casa Real Port11grusa e das Carruagens de Gala, em No Diário de Noticias ilustrado, número do Natal de 192"2, Júlio Brandão limita-se a recoroar as suas caixas de rapé excelentemente pintadas. Apenas o historiador de Arte Júlio de Jesus, ao biografar o pintor francês Pillement, e ao comentar o seu trabalho, baseado ainda em Volkmar Machado, ac.rcscenta às ligeiras notas bio gráficas de Joaquim Marques, que declara contí1111ador de Pillement, a referência colhida no es:udo de Garcês Teixeira - A Irmandade de São Lu.:as - segundo o qual Joaquim Marques tera entrado a 21 de Julho de 1793 para aquela confraria, sendo então \'iúvo e habitando ao Salitre ('). Mera curiosidade, como se vê. O que para o presente objectivo, no entanto, tem importante signilicado é o facto deste último historiador. conhecedor, evidentemente, das colecções lisbonenses, acre.cent:ar às suas con siderações, que são de 1003, a declaração expressa de que «tanto de Joaquim Marques como de Domingos Vieiran (ambos trabalhando à maneira de PWement) «dcsconb.ecemos por completo as aptidões artísticas», o que vem corroborar a suposição cm que estamos de serem os descnbos aqui reproduzidos e comentados os primeiros trabalhos do pintor lisbonense trazidos a público. O historiacior Matos Sequeira ( loc. cit.), apoiando-se igualmente na memória biográfica de Volkmar Machado, regista a actividade de Joaquim Marques como pintor de quadros e de cabcas e bandejas, na oficina do napolitano, acrescentando todavia que no leilão das colecções do Conde de Ameai, realizado em Coimbra em 19'24, se venderam duas telas de cenas campestres, ambas assinadas pelo nosso Artista, e uma delas datada de <talcaoçaram elevad0:1 preços», elucida Matos Sequeira, e a informação não é in<liferente para se ajuizar, até certo ponto, dos méritos do Pintor ( 6 ). E pràlica.menle, mais nada se apura. Xavier da Costa, referindo a Arte de Pillement e escrevendo sobre As belas Arles plásticas em Portugal dt<rante o siculo XVIII (págs. 17 e 78), sumaria Volkmar Machado, rc[ere a entrada de Joaquim Marques para a Irmandade de São Lucas em 1793, e nota que o Artista português deixou «t1111íl4$ obras, entre as quais algumas no Palácio de Qcu:luz, que tentam plagiar as do mestre» francês, do qual já tinha afirmado que Marques fora o melhor «imitador e continuador pi:incipalu. (') Domingos Martins de Moura Guimari... (') O Pmtor l n Pillnnent. Lisboa, Tip. Gooçe.Jves, pâg. 17 a. 18. ( 6 ) Em.m (ls n e dó ca.tillogo, :respectivamente de ()m,87 de alto x 0'".60 de largo. e o-,68 x 0-,87. AmOO. clm, pintw-a. a óloo. 7

9 A História do Paldcio Nacional de Queluz, de António Caldeira Pires, de 1925 a 1926, onde seria de esperar que a participação dos diver.;os pintores e decora.dores que trabalhavam no aformoseamento da. casa ficasse discriminada, não regista, porém, Joaquún Marques, a.pesar da declaração expressa de Volkmar Machado relativa à sua colaboração nas referidas obras. únicamente lá o encontro relacionado na. conta das despesas feitas cm 1777 com w:nas festas (Relação da Despeza que se /e:, com a factura da Toirinha, e Ca1Jalinfw, qt.e ha de seroir 110 Touril da Real Quinta de Queluz)...«A Joaquim i\fa.rqucs, Pintar, êj pintou, e fingio, e Ornou a dita toirinha e cavalinho dois dias, a oâ.to centos ncis conforme o q ganha - 1$600» (pág. 169, e referência na pág. HO, 2. 0 volume). O comentador, não declarado, do cat;llogo de Barristas porlug11eses na Exposição Pr<nno1Jida pela Academia Nacional de Belas Artes em Lisboa, no Natal de 1938, admite ainda que Joaquim Marques tenha pintado, a fresco, abóbadas de capclas e bastidores de maquinetas para presépios. Referências de obras gerais, tai$ como o Dicionário Portrigal. o Leio Universal ou a Grande Enciclopédia Porlu~a e Brasikira, nada acrescentam ao que em Vollcmar Machado se colhe, antes, nisso mesmo, estabelecem confusão, tão deficientes são os resumos que os seus redactores elaboraram para não exceder a meia dúzia de linhas consentida pela generalidade da obra. Esgota.do assim (ou pouco menos, seguramente) o contributo bibliográfico em que à pro <tução artística do pintor de alguma. forma se faz referência ('), consegui ainda, da constante e nunca desmentida amabilidade do Ex.'" Sr. Dr. João Couto, dedicado Direotor do Museu Nacional de Arte Antiga e profundo conhecedor das suas colecções. a valiosa informação de que nos depósitos daquele ~useu existe uma pintura, assinada, de Joaquim Ma.rques, e duas oub"as, sem assinatura, (uma. delas por acabar), com caracteres idênticos, e, ainda, que o Sr. Engenheiro Álvaro Ferreira Pinto é possuidor dum quadro do mesmo pintor, assinado, e Ultima.mente em restauro; de quanto às colecções do Museu pertence, não se fizeram esperar as respootivas fotografias, assim se valorizando grandemente as pt"csentes linbas e tornando pos.lvel o conftonto dos trabalhos. Exposto ao público, todavia, nada apurei que e.'<istisse, como acima ficou dito. Forçoso é. por consequfulcia, contenta..nntrnos com os desenhos que a nosso poder vieram, e com as fotografias do Museu Nacional de Arte Antiga, embora tudo junto seja insuficiente, evidentemente, para definir a capacidade e as possibilidades totais dum Al1ista. o São dois, como dissemos, os nossos desenbos datados e assinados ( figs. I e II), e não repugna crer que represen.rem cenas da beira do Tejo, conquanto nelas se não descubra ponto de referência. topográfico seguro. Digna de atenção, em todo caso, a falúa cacilhefra de dois mastros, ao centro da. composição n. I; é típica, ontem como hoje ainda. Toma-se evidente, pois, que se não trata de mera adaptação de velhas estampas estrangeiras, modelos de oficina, como Pillement usava. fazer, com a infajh:el torre cm ruínas, barcos e paisagem puramente convencionais ('), embora primorooa.mente executados. '- (') Pam elabara.r eotn simples resenha. qne nada =-ta. de aubsta<jcibj, ao ~ Vollanar Macbado, """ bca parte me foi forçcgo ocom:imne do magnifico fidl«ro de Artistas clabotado JlO Museu Soares dos Rde pelo seu ot""""'jllíollo e diligente!o.ociooáno Sr. Alborto Moira, a quem tributo pllblicoe e merecldoo agmdecimentm, pois me pcnnitlu complctar " apootamctce que possui&. (') Pa.m. cwiheàmoat.o dos lemos e da 'º""" de Pi!lement, veja-se, a.llm de quanto...una Soou citado, o C9tDdo de Pedro Vitorino, Pilllmn<I " Mu11u do Po to. ele 1936, e a publicação Arl1 "'1 Cftol m 1 d Hoi. do 1948, coro excelentes noproduçõoe.

10 FIG. GRUPO OE SlCIAS E PERALTAS PREPARANDO-SE PARA UM PASSEIO NO TEJO (Desenho com aguede de nanquim, reelçedo e gouache branca e rosa, em papel vergé) o~.220 d e largo por o.145 de alto Au. J. MerqutJ lnv nl. HI F." d FIG. li - CARREGADORES À BEIRA-RIO, E BARQUEIROS (Desenho com aguado de nanquim, reolçedo a gouoehe bronco, em popel vergé) o.232 de largo por 0,125 de alto Au. : J. M rq"tl ifty nt. t m F. ' d (Colocçlo Roc~ Mtdt hllj.

11 FIG. Ili ALEGORIA AO PRINCIPE-REGENTE O. JOÃO (Desenho com aguada de nanquim, realçado a 9ouache branco, em pepel vergé) o,292 de largo por o~.190 de alto s... d.

12 (P1nture a óleo, em tela) o,380 de largo por o,605 de alto N ' de ltw (MuHu Nedon I d A t AnJig, a...,.,..j, s... ' FIG V Pf.S,."''0 A ~l.. A"'nn AS REOES Pintura a 61eo, em tela) o,150 de largo por o,180 de alto M. de lnw tmua1w Nu loft I de Arfe àntl91, lt1aerw1).

13 As naus de alto mar e os botes de carga e de passageiros s.ão perfcitamrntc da época. bem como os trajos masculinos e femininos do gnipo que :1e prepara para embarcar, à direita do obser ~':ldor. na citada compo:>ição de Joaquim Marques. Pode, quando muito, notar-se que o m~ de Fevereiro, declarado na &ta do gracioso quadrinho, seria pauco propicio para d~ pelo Tejo, demais a mais com a ligcirez.a de trajos nele exibida, toda adequada às e.ilidas temperaturas do fatio ou mc:r.cs próximos; io.50 nos levaria a concluir que o Artista n ccm tiluiu de memória a cena que lhe era familiar, mas nada diminuindo a originalidade da produção, que se lhe não deve rcg:itea.r. ~ão é e..te o género de seu mestre, Pilleme:nt; e se prcci'io se toma:.se procurar. entre os pint~ que poderiam ter inílucnciado Joaquim Marques p:im produç&s <k!>tas, alguma fonte de im;plração, ~ dcsneoeaãria, seria nos desenhos de Henry l'evique ou nos de Nod que am dificuldade de maior a encontraríamos. ~las não há nece:sdade difso: &lo cenas de todos os dia:;, da bcirn. rio, e a sua graciosidade impõme imediatamente à o~rvaçiio de qualquer Ar.i>!a, como à de todo o Esteta dotado de acnsibilida.de vis na!. ' O dtsenho da gramra n. Il, de m.tgnlf:ica perspectiva, com bt-llssim.'l gradaçio de planos. é todo ele modelo de naturalidade e de boa. observação; ao centro da composição, o mero aponta ~to dum bote de tran,;porte, movido a!'\.'idos, e apinhado de pa.<;;agcil'o!i. ma.ntf.m permanente actuali<ladc e constitui, por >i só. boa mtodida da reccptividadc do Artista. A oc11a do primeiro plano, bem marcada, também, e bem cxccutad.l, como, aliás, o pescador à linha, da gravura. n. I. Qualquer das composições, bem comprttn~heis e <li>t>oosando maior oomcnt:\rio. :ipresenta fora do lr.\ço que a emoldura, à csqu<'rdn inferior, assinatura: ] JJarqou< invent.; e no mesmo 'l.!inhamento, à direita, a data: em F... de lm!i. Trata o d<senho reproduzido na gravura n. 111 um tema diametralmente oposto: uma alq;oria política, que bem pode t,cr sido destinada para tecto, ou,,.ande decoração parietal, a identificar, ainda hoje, em palãcio de Portugal ou mesmo do Brasil. oode o Principe-R~ente eetcve de 1807 n 18'21, oomo é sabido. O Artista enuncia desta forma o t 'flla, no verso do desenho: «Jli~rva C-Omo Deoza da Sabedoria foi escolhida f>ellos NNMs (sic) para t ír moslrllf' ao Afundo quem foi o Ca,,tadnr d" acabar as disgraças que tanto o flagtlavão, a Deoza pensativa q seria Implora a ] Pilro (sic) lho nomee. entaõ que hum Rayo de Luz lhe discobre o Retrato do Principa Regenlt!. qiu. Rodiado das Virtudes o Ccrcaõ que Saõ. a Fede/idade "a Piedado, e o Valor, da S11a Naçaõ qu~ s,.bjuga o Crime, " tri1mfa dt'llt<.» Como ficou dito, a alegoria n.'ío a.tá datada nem a.~. Pelo que re;peita à determinação da data, é de notar que D. João é ali tratado ainda como Prlncipe-Regente, o que equivale a dedara la anterior a UHS, \Í~to ier deste ano a aclamação dele como Rei, no Brasil. Se considerarmos, 3 0ra, o motivo principal que tera j~tificado esta e.'<llltaç.ão joanina. forçoso é coocluinnos, do teor do tema, que -;e trata, manifestamente, duma vitória militar de de ordem g~ral. com início no nosso Pais (tinham acabado as dt'sgraças que flagelavam o Mundo. e ao Prlncipe se devia tamanha felicidade, SC{;Wldo o enuncia.do tcmitioo): por oo~uência. 9 para ser acontecimento de vulto, anterior a 1818, ou é alusão ao armistício de 1814 que pôs termo à Guerra Peninsular e que foi motivo de frstejos por toda a parte e de grrai regwijo, ou então à Paz Geral, de 1815.

14 Em qualquer dos casos, não nos afastamos sensivelmente da data e."arada nas cenas do Tejo, acima apresentadas, e isso interessa ao problema da autoria pois a identidade de traço, a mareação dos olhos nas figuras das três composições, a maneira de sombrear. o processo de realçar com toques de gouache branca os pontos de incidência de luz mais crua, o tratamento unifonnc de qualquer dos desenhos com aguada de nanquim (até, mesmo, o tipo do papel uergé das três composições, e o emoldruamento de cada uma das cenas em forte tarja negra), são elementos que sooi hesitação nos levam a atribuir ao Pintor Joaquim Marques a autoria do desenho reproduzido na fig. n. III. Podiamo6 acrescentar, ainda que só como argumento sub:.-idiârio, de reduzido peso, a proveniência das ~ obras, que andavam juntas, assim as adquirindo nós também. Destino da alegoria? J1; dífic:il hoje sabê-lo, desconhecendo-se, demais a ma.is, donde tenha vindo o tema, tão ao sabor da época. Tecto ou parede de grande palácio, de Portugal ou do Brasil, a poderá perfeita.mente ter recebido, tratando-se, sobretudo, de Artista tão requestado como de Joaquim Marque. memora Volkmar Machado (cctcdos os curiosos quizerão ter alguma coisa da sua mão, º" fosse em tectos, ou em pareda, ou em paineis, ou em can'u4f:c..s»... ) Uma sondagem pelo que resta das grandes casas senhoriais e dos palácios régios, de Lisboa e do Rio de Janeiro, não seria certamente descabida e poderia dar lugar a uma identificação valiosa para História da Pintura nacional. J1; a este núcleo iniáal, perfeitamente identific:ado, que vem juntar-se, merc! da muita amabilidade e justa compreensão do Ex.'" Director do l'juseu Nacional de Arte Antiga, a reprodução gráfica duma tela assinada por Joaquim Marques, inteiramente ao gosto de Pillement, e mantida, até ao presente, na reserva daquele ~foseu. A sua extraordinária correc:ção de desenho, perspectiva, e notável sentido de oomposição, que a fotografia de que dispomos permite, ainda assim, apreciar, bastariam para consagrar um Artista, embora, oomo acima notámos, a sua capacidade e totais possibilidades necessitem de mais abundante documentação para bem se poderem conhecer e definir (iig. n. IV). Possue ainda o Museu d'uas outras pinturas, não assinadas. e duvidosamente atribuídas àquele Artista nacional; uma delas, por acabar, que não reproduzimos, e na verdade muito discutívcl; outra (fig. n. 0 V), tipo das paisagens convencionais das bandejas de folha de ferro e das caixas envernizadas, aqui se apresenta (quem quer que tenha sido o seu autor) Unicamente para exemplificação dum género de pintura que Joaquim Marques sem dúvida praticou e que, pela sua oonstanle repetição, se ba.nalizou até ao ponto de perder todo o caracter individu.aj e tomar-se tipo acaba.do da perfeita convenção pictural. Não tem, evidentemente, o merecimento da tela reproduzida na gravura n. IV; são géneros mteiramente diftrentes. Para o juízo definitivo que do Pintor Joaquim Marques a crítica moderna venha a estabelecer - e cremos bem que ele só virá. confumar o elevado apreço em que os seus contemporâneo; necesiário se toma procurar maior número de produções suas e reuni-las, temporàriamente ao menos, para comparação e estudo, pois até ao presente, como vemos pelo que acima deixamos, o Artista é a bem dizer desconhecido hoje em dia, memorado apenas pelo que na tradição a seu respeito ficou, da inteira rcsponsablidade de Volkmar Machado. l O o tinham -

15 O que apresentamos a público, através das gravuras que acompanham estas breves ronsidemções, será, quando muito, ponto de partida para o resgate que se impõe desse injusto esquecimento que sobre a obra do Artista o tempo deixou cair. e que importa fazer desaparecer. Prod\Wu muito, ao que parece. Ora nem tudo se tera perdido. Mas é cm Lisboa, muito principalmente, que o remanescente dos seus múltiplos trabalhos deverá ser procurado. Chamando, pois, desta excelente tribuna que é a prestimosa Revista Municipal, a atenção dos estudiosos da Capital para J oaquim Marques, que ao pitoresco das suas embarcaç&s, à e à vida do seu inoomparivel estuário não pennaneoeu indüercn.!c, cremos contribuir quanto em nós cabe para uma obra de recuperação artística de interesse não apenas local, pois o Pintor parece ter honrado a geracrào a que pertenceu e a própria época em que viveu. Lisboa precisa de conhecer melhor, e de valorizar, os seus Artistas plásticos. presentes e passados. São eles, em última análise, pela sua oensibilidade e pela. emoção que transmitem às suas obras, quem m~ concorre para a imortal:iza.r, documentando.a através do Tempo nas infinitas gradações que a sua vida. apresenta ao observador cap:u de as sentir. o4. Ç. da áoclm &f.adali;l. 11

16 , O TOPONIMO LISBOA A origem, ou significado, do nome da nossa capital é um problema que ~a não teve solução, 12 no OODSllllll50 un!nime dos estudiosos da toponímia portuguesa..não venho, também, com a pretensão de o ter resolvfrlo, mas apresentar hipótese do que seja mais provável. Não ponho dúvidas que Lisboa deriva de Olisipo. Após os romanos estiveram na cidade godos e árabes, e a. palavra latina. evolucionou, podemos dizer, em boa regra filológica. Oüsipo não é um vocábulo curto, pois tem quatro silabas, e simplificou-se pela queda do O inicial. Lisipo perdeu o segundo i por f'orça de assimilação da silaba Lis. O p e o b são duas la.biais de fácil mutação. A desinência a é a forma do feminino, porquanto, também se disse Olisijmra. Quanto a Olisipo, o problema transcende o vulgar nestes casos. A pala\'ra. não é simples, mas composta de Olisi e po. Este sufixo aparece noutros l'opónjmos, como em Co!Jippo (Lciria). Po é abreviatura de poprdus, e quer dizer povoação. A dificuldade está em saber o que significa Olisi. Anres dos romanos estiveram por cá os celtas, que tinham os seus totens por que designavam as tribos e os topónimos. Assim, Taurisci ( 1 ) é a gente do touro; e Taroisium, ('), a cidade do touro; Lugudcnum (") a colina do corvo. Olisi poderá ser nome étnico cujo totem fosse Olis; e Olisiu,n a respectiva cidade. Será olis o nome da coruja, ave de rapina noctuma que passa por gostar de azeite, do latim oleum, ;J Na Catalunha dão-lhe o nome de oliva. Em.inglês oui/.et ou /1owld. O fran<:ês tem ho/#r, o piar da coruja. Os alemães têm uma lendária. Frau Holle ou Hokk ('), deusa da lua, identificada à Diana dos romanos, a caçadora nocturna e rainha das feiticeiras. Estas são representadas com uma coruja ('). Diana fazia-se acompanhar duma corça. Mas há uma Artemisa, que é a deusa correspoodcnte do panteão grego, representada com serpentes. Existe uma estátua celta, aparecida nas Ardenas, que é uma amazona montada num jav:ili análoga a Diana ('). Julgo ter havido ama deusa oelta cujo atributo era a coruja, correspondente a Diana, e talvez se chamasse Olisia. Em português temos os nomes de mulher, Elisia e Olivia. A corroborar este ponto de vista, é significativo o facto de se ter encontrado no Castelo de S. Jorge, por certo, o local da acrópole da cidade primitiva, uma lâpida consagrada a Diana - Dianae Sacrum (' ) Em conclu,;ão, Olisipo talvez qucira significar cidade de Dia.na. ( 1 ) O fjltml.s, Salomoo RC>nach, Pans, 1933, pclg ('} /óid., pág (') :Na Gttc:ia era coooagn.da o. Mlncrv... (') O plteus, pág ( 1 ) Ef>ill fi4 dl Olistpo, A Vieir:l da Snva, Lisboa. J9H, pclg. 94. deusa Çomes.

17 O MOSTEIRO DA ESPERANÇA (Co11t1nuafao d.i Revista Alumcipal,., 4.'i / DESCRIÇÃO DO MOSTEIRO Edifício.-(Vcjam-sc os MAPAS}\. fie!l).-1\o terreno em d...ch\'e de6dc o actual Largo das Cort.ee a.lé ao da Esperança cst.wa. a propriedade moruistica., constitulda pelo edifício do mosteiro, parte só com pavimanto térreo, e parte com dois e mais andares, e por terrenos da cerca, cm d1vcrs"" níveis O'tl solcalcos, cult1vad05 com horta e \'inha, e também arávca e... ). Jyeja. -A igreja (20",70xll",45) oom a. capcla mor (11,Q:íx&",60) ocupava a parte meridional do~. rendo aquela a sua porta tnvcsba. (e piincipal) para o Largo da E..~ça. 1 inha um lió nave, com abobada tk larana Ült ra"4 e do1,,ada, as paredes azuleja.das e adornadas com excelentes painéis, com moldw'ili douradas ("). Sofreu a abóbada bastante com o terremoto de 1755, pelo que foi preciso apeoi-la ("), ('" ) Lturo d4 Fudopio, Ampl"'fÕo 6- Sltoo do CO..«lo.U N. 5' tü PoldMU do E /H... fl. 8. ) 3 (") Coto1rofi4 Portvguna, pelo P. A. C. da Coita., tomo m. 1712, plg Em 183 eotava DO tecto da igrej& um quadro de N. S. da P,od.'ldo, qw1 ""º h4 ob11<to moito /Ili (Jl """""'"' Saer.,.U U.boa 1m 1888, por Luls Goouga Pereira, od. do 10~7. pl\g. 803). (") Alappa 41 Portwgal. pelo P. J. 13. de C&ot.ro, tomo ta, 1768, pág. 497.

18 o\pa N. S 14 1.A1'TA DO ANDAR TE.RREO DO r.diflcio DO MOSTEIRC> DA ~J er \NÇA. ES '~ ~ A planta. a tinta enc:arna.da mostm o traçado dn A vmida D. Carlos I. e a sobrepoeição dos edüfcios do Quarl<>I dos Bombeiros. (:Redução de uma planta do Arquivo de Desenhos da CAmara MW>ici.pal, data.da de 16 de Setembro de 1889)

19 MAPA N. 6 ' " 11v ANDAR UPRRIOR DO F.DlFtCI DO MOSntrRO o.. F. PF.R "'\.. RSCALA O ttaçado a tinta eocamnda mootta como!01 o edillcio corto.lo pc4 Avenida D. C.rloo I. (Reduçlo de uma plallta do Arquivo do Deoenbce da Càm.>11> Municlpil, datnda de 16 de Setembro de 1889) 15

20 No altar-mor estava a imagem de madeira da patrona do Mosteiro, N. S. da Piedade, e na parede do lado do Evangelho ficavam S. Domingos e S. Francisco, e na da banda da Epistola, S. José e S... Clara. As capelas colaterais do lado do Evangelho eram de S. ' António, de S. Miguel, de S. Jerónimo, e do Amor Divino; as da banda da Epistola, eram de N. S. da Esperança e de S. João Evangelista.. Coro. - Ao fundo ou ao ocidente da Igreja ficava o coro, separado dela por nma grade. Era dividido em dois andares e um sótão. O coro baixo tinha o pavimento num nível cerca de l'",5 acima do da igreja. Dele se levantam quatro colunas, que em duas filas longitudinais formam duas arcadas com 3 arcos cada fila. O tecto plano, de madeira. apoia-se sobre as duas arcadas, e está ornado, assim como as colunas, com desenhos e dourados. Os do tccto ronda se conservam, mas não à vista, porque se acham protegidos por um forro ou sub-teclo de estuque, que se constnriu, para esse efeito, por baixo e a pequena distância do tecto de madeira ("..). Os das cvlunas estão afogados debaixo da camada de fuligem proveniente da oficina de ferreiro anexa e da própria oficina de sermlheria qne no andar térreo do edillcio do coro foi instalada. No coro baixo havia um presépio numa capela de N. S. da Esperança. No coro alto existiam trl's altares. sendo o do meio de N. S. da Boa Morte, e os dos lados o de N. S. da Soledad:! e o de S. Francisco, com a rcllquia deste santo ("). Diz o P. Baptista de Castro, que pouco tempo antes do terremoto, se construiu, contígua à igreja, uma ermida do Senhor Jesus da Via Sacra, que depois mudou a invocação para Espírito Santo ("). Ignoramos onde fosse a sua situação. Miranle e Torre dos Sinos. - Junto aos extremos nascente e poente da igreja e coro ficavam-lhes contíguos dois corpos de edillcios, sendo o primeiro designado por mirante, e o segundo por t""e; este, rode estavam os sinos, tinha 3 andares ("). Casa e Jardim ao Sul da Igreja. - Ao sul do coro, havia, além dum pequeno jardim com um tanque ao centro. e isolado do Largo da. Esperança por dois altos muros, um corpo de edifício com dois andai:cs, que ainda permanece. Deve ser o anexo mandado construir, no século xvr, pela dama da Rainha D. Catarina, a que atrás nos referimos. Pátio da Portaria. - No canto noroeste do Largo da Esperança abria-se, e ainda se conserva em serviço, a portaria por onde se fazia a comunicação da da= com o mundo exterior, dando entrada pa:ra um pá:tio, pdo qual tinham o acesso vários palratórios, sitos em três andares, e munidos com as competentes grades e as f'odas. Do lado esquerdo deste pátio ficava urn renque de casas, naturalmente arrecadações e moradia da porteira e de outras serventes, cobertas com terraço à altura do primeiro andar. Actualmente, no seu local, foram construidas as cozinhas, o refeitório do quartel dos bombeiros, e outras dependências. 16 ('" ) Este trabalho foi feito qoaodo o Eng. Fr«lerico Vilar foi ColD8.Dda.nte do Corpo de Bombeiros, do--endo-se-lbe tammm a. salvação de muitas ma.ia preciosidades do mosteiro. (") Foram estes 8 altares mandados entrego.r em 18 de Fevcrcito de 1889, conjunta.mente com um oratório e outn.s imagens. à Junta de Paróquia da Freguesia de Alpiarça. (.,) Mappo da Porlugal. tomo m. 1763, pág (H) A tone ac:ha se reprodwdda na cabeça do presente trabalho, extnúda. do: No T mpo rk Franc n. por Franciac:o da Foweca Benevides, 3. cd., 1908, em frente da po\g. ~18.

21 Pintura portu.;ur<;;,,\ do attu)o '\.'ll. Q i.i.dro pto'\.r-n:.,.nte do '.\1mtrl..ro <b ~prrança acn.tilrn. nu no 'Io...eu de A~e.\nU;a

22 au,o rdc\'o t'm lena. cota pnhcromada qu.- e!-!ul\'a. no '.\fu.. l('lr() d.l E~p<'rança..\cha tc. actualment~ no.'.t.tno dn Mu-.eu da~ Jan~latt \'rrtlt9 (1660)

23 Baixo rejevo em terra cota polic.rormula que estava no Mo;teiro da Esperança Acha-se actu31mente no fltrio do ~ luseu das Janelas Verdes (lõgo)

24 Oaustro Grande. - Ao norte da igreja e do coro ficava-lhes contíguo o clausfro granm ajardinado (36,80 x 86"'), com um bmque e seu repuxo ao cenlro. Cada ala. do cla.nstro tinha 9 areos, e as paredes eram forradas com quadros decorativos em azulejo, cujos assuntos au motivos se repetiam ( 01 ). Casas Contíguas ao Oaustro. - Ao nascente do claustro ficava situada, no andar térreo, a sacristia, contígua pelo sul à capela.mor da igreja, o refeitório (18,eo x6"',60) e a cozinha. (1S,65x6'",60), cobertas ambas com um sótão ou terraço. Ao poente do mesmo existiam, no andar térreo, várias casas, capelas e arreca.daçõcs, e no andar superior, 29 celas. JY: S. DA f'red.ade DA.$JPE//.AN ÇA. Reproduzido da obra Monu-ntos SIU1os u Lisboa em por Lu!s Gonzaga Pereira (Edlfâo da Biblioteca Nocional u Lisboa, 19n, pdg. 301} Na ala norte do claustro abria-se a porta da escada nobre de acesso ao 1. 0 andar. Ao lado desta havia um corpo de edifício com vârios andares, e do seu lado ocidental, uma grande casa (16,30x6"',50), provàvelmente a casa de capu11lo, com um altar e uma tribuna. Esta Casa foi feita por D. Joana d'eça, com muito gosto, sumpt11osidade e perfeição(""). (") Sessão camanliia de 8 do Abril do (" ')Livro da Fundação, Ampliaçcio cs- Sitio do Convento d N. s;a da Pi4dad1 da Etpt1'anya, fl 6-v. - D. Joana d'eça fal«eu em 1571, deljmndo a Wça da swi. bemnça ao Mosteiro. 17

25 ~a casa do Capítulo, sobre o arco, hav;a doi.> baixos relevos repre;;entando duas belas figuras de mulheres com ~. tendo uma na mio wn martelo, e a outra alguns preg03. Datavam do aoo 1600 ("..). No andar superior desta ala c..nll\.i.m-se 8 ou 9 ccla.:i. Corpo do Mostaro ao Norte do Oaustro Grande. - Parece que esta pe.rte do most.eiro que acabamos de descrever era a primitiva, e que mali tarde, em época indetermina.da, lhe teria sido acrescentado um corpo de cdiíicío para o norte, com o fim de,;e aumentar a capacidad~ habitável ("). Oawtro Pequeno. - Havia neste corpo adicionado 'Um claustro pequeno (17"' x li'"), com 5 vãos de arcos nos lados maiores, na direcção norte-sul, e 3 vãos nos lados perpendiculares. Foi reformado em Maio (?) de l&io. Cuas e Jardim ao. Lados dei.te Oall$lt0. - ~o lado oriental existia, no andar térreo, uma ~la intermédia e uma cloaca; no Lido ocidental havia 4 celas, e, da banda de fora, um jardim (l:!",ox9",7) com doii tanques, feclu.do com muros. hj norte do claustro, o andar térreo estava, no la.do oriental. ocupado com várias casas, de que parece que uma era cozinha, tendo anexo um grande forno circular. No lado ocidenhl ha \'Ía 1 e celas. O andar superior dc">tc corpo de edifício, além dalguns compartimentos com vá.rias aplicações, tinha, na ala orienta!, 7 latrina~; e na ala ocic!ental havia 18 celas. Parte deste segundo corpo de odifício do mosteiro ainda apresentava, no sítio de wtlão com o primeiro, um terceiro andar, como se mostra nos :\lapas. Celas e Outros J.trdins do Mo.idro. - Havia portanto no mo:.tciro, umas 75 celas, sendo 20 no andar térreo, e 55 no and...r superior. Muitas celas eram de grandes dimensões, e algumas tinham um pequeno compartimento anexo, para arrecadação. Todas as janelas que deitavam para a oerca eram guarnecidas de grades. A lotação foi fixada, em 1504, em 50 freiras e 15 servidoras, e em 1596 ja havia mai3 5 sen~doras ('...). No ano 1712 existiam no mosteiro 70 freiras, S confessores e 2 donatos (º). Al6m das dois claustro.., possuía o moo;teiro os dois jardins cem.do~ ja mencionados, vários quintais, e pátios descobertos. Cerca. - A extensa cerca do mosteiro contornava o edifício pelo norte, poente e nascente, mas penetrava nela a Quinta de D. João, a que já aludimoe, sita no lugar do renque de casas qne a.inda lá se con.<ervam orlando o lado ocidental do troço da Rua de S. Bento, que antigamente se chamava af Rua da Flor da Murta. Horta de Cima. - Confrontando com as vias públicas chamada.s Caminho Novo e Calçada da Estrela, das quais a separava um muro divisório, a Horta de Cima tinha em planta uma forma aproximadatnente trape$0idal n:ctangu!ar. como se pode ver no ~ MAPA N. 3, e confinava do nru.cente com os quintai,. e pati<.a das casas da Rua da Flor da Murta, a que jâ nos referimos. 18 (Ja ) Desta. figunu Coram mllndadas ia.er algumas reproduçõee em ge500 ~lo formador Cuido Lippi. e remotidas para algumu Escolu tadu t.rlt.11. (l\'o TtmJ>o dos Franuiu, por fo' da Fooeeca Beoevides, lll08. p4g. 6~). (U) Sem o corpo anexado 01t4 repreocotado o mosteiro oa vi.ota OlilSippo, dr Jorge Br.iunio, ('L ) L vro da F,.ndar..io,,1mploaçJo 6- Sitio do Conv <o d N. s;., da P.-dad da E'i>"ª"fª CI. 16-v. (") Coropafio Portw1uua, P"lo I' A. Carvalho da Costa, tomo ITf, 171i, pdg. 617.

26 No seu canto superior ou norte havia a habitação do hortelão, uma abegoaria e alpeodre de carroças, e um poço com a sua nora e tanque( ). Ali perto abria-se, no muro do Caminho Novo, o portão da horta, e uma pequena janela, por onde se vendiam ao povo os produtos da quinta {"). Em parte do terreno desta horta é que está implanta.do hoje o quarteirão tria.ngular de casas compreendido entre as Ruas João das Regras (n. ' 1 a 21), dos Ind'ustriais {lado setentrional, n... 2 a 8), da Avenida D. Carlos I (n a 121), e ainda, no lado oriental desta avenida, os prédios n. ' 140 a 14-0, e os n e 41 da Calçada da Estrela. Contíguo a esta horta, ficava, para Q sul, um terreno arável ou de vinha, com dois ou tr~s socalcos, que é o ocupado actualmente com prédios do lado meridional da Rua dos Industriais (n... 1a21); com o campo de jogos do Corpo de Bombeiros, tendo o portão {n. 25) na Rua João das Regrns; com o Lavadouro Municipal n. 0 6 e respectivo eru-<ugadouro; e com a piscina e outras dependências do mencionado Corpo. Horta de Baixo. - Ficava do lado ocidental da Rua da Flor da )farta, e contígua, pelo sul. com prédios da Rua do Poço dos Negros (o a 196), entre o Largo da Eperança e aquela rua. Este terreno é o ocupado hoje pelo Asilo da Esperança e pela Creche, e fiel!: contíguo. pelo poente. ao muro de suporte da Avenida D. Carlos I. Águas Nativas. - A cerca tinha água nativa, que se colhia no poço no extremo norte da horta, onde estava maotada uma nora. Havia ainda outro poço situado no soca.lco cio terreno ao ocidente do claustro grande, do qual corria a água para uma pia, no ítio indicado com a rubrica mina na planta do andar térreo do mosteiro (MAPA N. 0 5). Esse poço fica hoje na parada de exercício dos bombeiro;;, e perto está um <111lro poço, comunicando com aquele por uma galeria. Consta que a galeria que saía deste segundo poço bifurcava-se a uma oerta distâ.ncia, dando um ramal em direcção ao Mosteiro das Inglesinhas (local da EmL"50ra Nacional), e ou.tro em direcção ao Mosteiro das Francesinhas (local ajardinado ao sul do Edifício do Congresso), atravessando por' baixo da Rua João das Regras; estes dois ramais, que eram simplesmente escavados no terreno, sem revestimento das paredes nem do chão, acham-se hoje entulhados, pelo esboroamento das terras. Eram estas águas que abasteciam os repuxos dos tanques dos jaroins do mosteiro. Parece que havia um outro poço na Quinta de D. João, a que já nos referimos. l :\VF\"TAR IO F DJ ~ I R IHl Jç,';0 DO!' UI~;:\~ DO ((J:'\VE:\ IO Riqueza do Mosteiro. - O mosteiro era muito rico {..), e po:;su.idor de várias propriedades urbanas em Lisboa. muitos prazos em diferentes freguesias da capital e da província, consideráveis valores em tltulos de crédito, além do recheio de altares, quadros, mobiliário e obras artísticas e de metais caros. (") Vej""5e o. aguarela de João Lewicki, existente no Palt\cio do Congte!;1!0, que ropnisenta o con ' 'ento de s. Bento, avistando-se também o canto superior da cerca do Mosteiro da Esperança. :E do pedodo de 1858 a (O Paldcio 4" S. B nto. por Joaquim Leitão, 19~6. pág. 17). (.. ) Quando o Estado tomou po!l6<> do mosteiro havia nele uma j1111ta de bois e uma carroça, que foram logo vendidas. assim como os produtos da cerca: uva, hortaliça e canas. (U) Em 1712 o seu rendimento era de cruzados (8.üOOSOOO reis). (Coro1rafia Portugutza, pelo P. A. C. da Costa, tomo ill, pág. 517). 1 fl

27 Mwtas pes;oas que nele proft-,,sa, am pertenciam à primeira nobreza, le"y-avam grandes dotes, e ofereciam muito:o obj.:cta< do culto, além de que tomavam a seu cargo as obras de reparação e de aumento da cua mon!>tica. Entrado o mostciro na posse do Estado, assim como os seus foros e papéis de crédito, começou logo a esíacelar-se e a di&ocminarem-se os seus bens e alfaias. Bem Móveia do Mosteiro. - Os bens ro6veis do recheio do mosteiro furam classifica.dos. oo inventário data.do de 27 de Dezembro de 1888, em lmaa:eos. Alfaias Ornamentos (tecido>. madeiras). Roupa branca, Flores, Armações, Ouro, prata e pedras, Quadros (no total de 181). Livros (no total de 48), ôygão. Foram estes objec:tos solicitad<>:> por diferentes entidades com uma avük.: 11uiu:a vista, dit. o inventariante, e a sua distnõuição consta de documentos existentes no Arquivo Histórico do Ministério das Finanças r ") Disttibuição dos ObjectOs do Culto e Oul:r06. - Os altami, imagens, e outros objectos que podiam ter aplicação ao culto, com exclusão dos que deviam ser recoltüdos no Museu Nacion:ll de Belas Artes e Arqueologia (Museu Nacional de Arte Antiga), foram cedidos às entidades religiosas e de educação da mocidade, que os haviam solicitado. Os sinos, alguns altares, e objoctos de ornamentação, foram cedi&s à Junta de Paróquia de Alpiazça (concelho de Almeirim), por decreto de 24 de Janeiro de 188'J, realizando-se a eirtrega em 16 de Feveniro seguinte. Ao pároco da Igreja de Santn~Velho foi entregue, em U de Outubro de 1888, o órgão fabrica.do em üsboa por Fontana em Estava no coro de baixo, e tinha ornatos de talha dourada na parte»u!x'rior. Foi avaliado em 600$000 réis. À ln.specçào Geral das Bibliotecas e Arquivos Públicos foram entregues os livros em 1.5 de Fevereiro de Entre estes encontrava.se um Livro da /udllção ampliação ó- sitio do Co11~11lo tk.v. s;u da P~datk da Es~ra11ça; o qual mandou escrcuer a Abbatkssa Soror Fra11ci~ca dos A11jos, " a11110 de (está actuoli7.ado até 14 de Março de I7rt0). Acha-se na Biblioteca Nacional de Lisboa (R6$crvados, ilmninado ) ("..). Quadros e Ouirot Objcctos Entregues ao Museu de Bel111 Artes. - Ao Museu Nacion.i.1 de Belas Artes fo~am cntregu"s, em 11 de Fevereiro e 2 de ~!aio de vários quadros e objectos artísticos, de ouro e prata. Dos quadros notaremos, como mai5 importante.>, os seguinte.: Retrato do Rei D. Jo3o UI (o. 969 do id\-entário do m11:1cu), Retrato da Rainha D. Catarina (o. 968 do inventário), (Estes do~ quadro.. são pintados sobre madeira, e atribuídos ao pintor Cristóvão Lopes). 20 (") ()ffdo da Ropattiçlo do F1nanç.aa do Distrito de Lisboa, de O do Maio do 189(), para o Direetor Gert.I d"" Próprioa Nacionais. (".. ) 2 um ma.nuaerito in lôlio com 812 fulbas de P"pel escritas, o li do porgaminho iluminadas: o fron tilplclo. o uma esbmpa qoo re~ta S.16 Clllra rod ada de Lrciru!Atendo-lho aotrega da.s Regras da Ordem ~ daa Chaves do Mooteito.

28 E tá,,fh;;ldô no muro..xhlt m. I dia J1.lf t.j,, inlrriut do Qunm l do-; Bumb~!t 1_1,, pam un11e \t'fo Jo Pal.:ítio rfo Tort I, on1ji 1unci1 nrt o 'lini.. t1'no Ua ~Uuc..iç 10 N.1r1un 11 r..,u\,1fixndo no muro ocidrnt.11 dn pnr;ul.i. iutcvior do Qunrtel do~ Boml1t iro... p.. n,, 1otdt1 vdo do Pn.Jácio do ToreJ, onde- fu11ç:on.j. o.minbtforio da. Educnç-1rJ ~.u.:lc.innl

29 \ 1-.T\ D.\ Rl \ Jl l<l. " l.\i ('O'\-.TRI \\O '"'' 111<\ll\ 1'0 '\llr!l l'\r r ;,( A direita vl-em-<e rest0< do e<ii!lcio do M0<teiro da Esperooça. No primeiro plano algumas das barracas que cxl!;tfarn na Cerca Jc Cima. \fé-~i: o trluru de :!!iu~rt~ <lu l:idu oriental da nova. rua

30 A Familia Sagrada, uma Santa e uma Doadora!Pintura portugue:>a sobre leia do 2. terço do ôt'.'clllo XVI. :-.. l.040 do invcnlãrio. Acha-~ reproduzido em gravura no presente trabalho). As,,unçào de N. Senhora. Casamento de N. Senhora (Pintura i.obre tela. Rolo n. 8 do invenlãrio), Santa Clara ostentando a Custódia (Pintura sobre madeira, escola portuguesa, século XVI. N. 981 do invcntãlio), Trlptico contendo uma Mater Dolorosa, e 7 vinhetas representando passos da Paixão de Cristo (Pintura sobre madeira, i. metade do século xv1. N do invent:\rio), Santa Hdcna descobrindo a verdadeira Cruz de Cristo (Pinhlra sobre madeira, fins do século xv1. N. 106 do inveotârio), Santa 'Or..-ula e as onu mil Virgeng (Pintura sobre tela. Rolo n. 67 do inventário). Mais tarde, em 1891, durante a demolição do edifício, focam também removidos para o MllàCU das Janelas Verdes (..), trl!s retábulos ou quadros com figuras cm baixo relevo, de terra oot.a policromada, um dos quais tinha na parte posterior a data de Estavam ÜICOrlJOrados nas parooes, e foram arrancados intactos. enchumaçando-os pela frente, e desbastando-se pacientemente a alvenaria pela retaguarda. dos mcslll06 (,.). Dois desses q~ acham-se hoje afiiwlos nas paredes do vestibujo do MU$CU, em frente das clw portas de entrada que olham para o Largo do Dr. José de Figueiredo. Distribuição dos Azulejos. - Era imoosa a quantidade de azulejos que ha.via no mosteiro, fonnando qua.dros com figuras, vasos, flol'c'i, e divernos ornatos; alguns pareciam datar do s6culo XVII, Muitos foram nova.mente afixado,; nas paredes do actuaj odillcio do aquartelamento; outros, por dilig&ncia do então Director do Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, foram remetidos para as E.9colas Industriais da Circunscrição do Norte e para os Museus lnduilria.ís e Comerciais de üsboa e Porto ("). RUAS DE D. CARLOS E DOS INDUSTRIAIS Projttto de uma Rua Através do Tft"ttno do Mosteiro. - O projedo de,;e fazer uma comunicação da Rua 24 de Julho oom o Largo das Cortes, e mesmo oom o Largo do Rato, já vinha de bastante longe, o primeiro de 196/i, e o segundo de ("} Selaõee camaráriaa do ~~ de Maio o de 8 do JWlbo de (H) A domolíção do edificio foi ofcctuada oob a direcção do arquit«to munjclptj JoM Lub Mootol.ro, quo linha como encarrogado o P"""lbador LW. Caetano Penrinl de Ca.rvalho, que noe dou.. mformaç&e llqui cooatantes IObre a tramfc~cla doe qu&droe. Eate trabalho, i11teli~temente diri&ido, e caidadou.meate uoc:utado, foi bivez o maia importuite quo deste gme<o 80 ol«:tuou 110 nomo pala. O ret:abulo do lado esquonlo, da P4íxlo d Crilto ou DOS<:imnto do Cnu, mede '1'1,45 (altun.} x x '1'0,40 (largura); o. 671 do in' eot:ario. Dele.rito em Arl Rdi10$a tm Ponugol, por JOOM!o.im de Vucoocelol, f.uelwlo o. 15, Porto, o quadro do lado direito re~ta Salt14 Claro o Extrcito IÜ Frednico 11; mede 'l'l,52 (ojtur ) X x S-,515 (1"'111ro); n do iovenltrlo. Em. dois qu:iocbos :><:b."ud-ee aqui rt'prodmldoe om gr>.y'lllll. por amivel def-ja do l)r. João Conto, 21 dittctor do M.-u Naciooal de Art.e Antiga.. O 8. quadro. que representava S. Fraoc~. foi deteriorado duraotc uma obra do reparaçao. ('º} No Ttmpo dos Fro""'" por Francisco da Fon.eca ~videa, 8. ed., Li.boA, 1908, plg. 6!1. - Acta dr. eeseão cama.r4.ria de 8 de Abril do 1801.

31 Tomada a posae do moslliro pela. Fauoda Nacional em 21 de Agosto de 1888, logo a amara Municipal mandou demolir a parte do edifício do mosteiro que era necessária para a abertura de moa rua, com 259 de bigura, que havia de ligar o Largo da Esperança com o c:b.:. Cortes. (Veja.m-s..: os 005&06 MAPAS ~... 4, 5 e 6). Rua de O. Carl.,.. - Em 29 de Dezembro de dia da aclamação do Rei O. Carlos, foi inaugurada soleoem,,n!e ~ta nova. rua, prolonga.nrento para o nonc da Rua do Duque da Terceira, tendo o conjunto recebido primeiro o nome de Rua de D. Carlos("). depois muda.do para Avenida das Cortes("), mais tarde para Avenida Pr~-sidente Wiboo {"), e por fim, nova mente, para Avenida O. Carlos I ("). Começa Avenida 24 de Julho, e tcnnioa na Calçada da Estrela, cm frente do Palácio do C.OOgresso, tendo incorporada, oom estas várias designações, a via p<iblica que se chamava Rua do Duque de Terceira, a q~i. começando na Rua 24 de Julho, terminava na Calça.da do 1la.rq~ de Abrantes. Pelo ano 1800 plantoo sc no Largo da Esperança uma palmeira, vinda da cerca do Mosteiro da Estrela l "), que ainda \freu alguns amis. Actualmcnte, perto do 9"U local, a.o oone. aclwn-iie oonstroidas umas 9eDâo.1a subterrãneas. Rua dos lndustriaia. - Apcoximada1DOOte a 2/3 do comprimento do seu ooi.'q tramo, abriu-se na. Rua de D. Carla:;, em 18'JO, uma rua transversal ("), que recebeu, não 9e sabe potquê, o nome de R'Ua dos lndwtriaà ("). Ruas Construidas em Atttro. - Estas duas ruas foram quase towmente construidas em atem>, aguentado por muros de suportb latcrn.is, oom cortina ou guarda de alvenaria, com cerca de lª,60 de altura. Esta cortina ainda se conserva no sítio que confina. com o terreno do Asilo da Esperança. e da c.reche da Rua de S. Bento, e na parte restante foi demolida para assentamento dos muros de fachada. dos p~<lio> que ladeiam estas vias públicas. Por isso, quase lodos eales prédios possuem andarea 1ul>-térrcos. O. tem:oos oo~ a esta. duas ruas, que não se consideraram ~os para os estabelecimenlos municipaia, foram pela Càmata. Municipal divididos em lotee, e postos em praça, amdo anemata.da& por diferentes individuos que os povoaram de p~. como ~-emos boje (1950). OUARTEL nnc:. RO:\IBEIROS Passagàn do Sen'iço de l ncindios para o Estado. - Os serviços de incêndios, que desde muitos anos estavam a cargo da Câmara Municipal, passaram para. o Estado, pelo decreto de 17 de Agosto de 1901, com o ~eu pessoal, material e edifícios, sob a. imediata superinteodl;ccja do Govcma.dor Civil, continuando a o;ua dotação a. ser cncaq:o obrigatório do Município {..). 22 (º) Edital de 28 de O,,,embro d 18". (.. ) Edital de 6 dt No-.embro de l.. ) Edital do 9 de Se-i>ro de (.. ) Edital de!13 de Dezembro de 10i8. (.. ) O Ouiü t. vol. xn. 18'JO, P'C V&«na gmvun que ~-ta o t.aqo ela Eepe:tança. (.. ) S-0 C&lll&dria de 95 de ]lljjc&l'o ele ls'jo; a.um d- oova nia rol apn>vado - - ~ o alargamento do Caminbo Novo. (") Seelio c:&mar.uú do 14 d~ Novtmbro de (") Artigo 1. do decreto. Pelo artigo 188. do ~to. o Corpo do Bom~ Municipaia do LilbocL.6coa militarizado.

32 7 PREOIOS DE L CAMPO O! JOCDS l'arllda INfE/llDR o > LAVADD<MO OtS MllNICIPAL PARADA J)AS OrtCINAS l 7 A solr~p<"ll'lo do traçado oolre e. edifícios o (Clfta do ~loot<iro mo&tra.. no llapa ~. 3. Redução <!~ uma planta levantàda polo En11. '!Ário c:.on.-;a d Soma, adjw>to tkuioo do ("orpo de Bombl'irot1 \1unicipn., do Li>Loa, a qul'iti muito agrn<l~moo) 23

33 Nova Transferincia dos Serviços para a Câmara. - Passados alguns anos, por decreto do Ministério do Interior d ao de Junho de 1913, foram novamente transferidos para a Câmara Municipal Oti serviços de inci:ndios, com os seas edificios, pessoal e material.. Mais tarde. o Corpo de Bombeiro., já militarizado, tomou o oome de Batalhão de Sapadores Bombeiros ('"). CUuaula da ConstruÇão duma Padaria. - Segundo uma das cláusulas da enb'ega do mosteiro à Cãmara, devia es1a construir uma Padaria Municipal no sítio do velho edifício do mosteiro. Foi isto dcadi.do num período agudo de greves dos p:l.(j.:iros; passado ele a ideia e:;moreceu, e parece que se oomeçou a pensar em construi.r ali urna estação do serviço ckl indndios. Em 1800 já estava instalada no edifício uma oficína da Inspecção dos lru:êndlos ( 0 ). e projectava-se começar a construção duns armazéns destinados a matorial do lllisijlo serviço ( 11 ). Em lil93 c:oireram boatos de que o Estado desapossaria. a Câmara do mosteiro, a fim de o ceder a uma ins:itnição de beneficência. por ela não ter edificado a Padaria Municipal, a que se tinha obriga.do pela escritura de 16 de '\ovembro de 18.s.s("). Em 1898 já era reconhecido insuficiente o extinto mosteiro para a construção duma padaria municipal ( ''). Consi:rução duma Casttna dos Bombeiros.. - )fa.; o tureno de.;tinado para a Padaria. estava então ocupado provisôriamp.11te com dependencias do serviço de incêndios, enquanto não se adia.atavam as obras duma caserna, que se esta -a constmindo no terreno contiguo àquele {"). Em 1896 a.chava-'5c (:IJl C00$1.ruçào ali uma estação daquele serviço, a qual, em 1897, já e6l:ava a fun. clonar, e chamava-se-lhe Caserna da Esperança(..). Ignoramos se houve qualquer diploma que autorizasse a substituição da construção da padaria pela de um quartd para bombeiros; natur.unente a Câmara julgou~ desobrigada, peta pass:l8em do Sen,;ço de Inc&idios para o Estado em Em 1800 funcionou na caserna d3 Esperança uma instalação balnoo.r, cujo local ignoramos, e propôs-se em sessão da Câmara que se proporcionassem ao público banhos de limpeza gmlui'tos (..). Em 1000 já o posto de incêndios estabelecido no mosteiro era denominado Estação de Bombeiros (ar) Continuavam por esse tempo as grandes obras de construção do actual Quartel do Comando do Batalhão de Sapadores Bombeiros, e sede da 1. Companhia e da Companhia de Reforço (Vejam-se os l\tapas N e 7). Em 1001 já estava conclnído, como hoje se acha. ("). Rcstoe do Mc>stbro. Edilidos. - Exceptuando uma pequena parte ao sul do edifício, todo o mosteiro (oi completament.: a.rraz.ado para a construção do aquartelamento. 24 (") Regulamento apro,-ado pela Clmara ~fwúcipal m -'los do U e 18 de No.-embro de 19t0, e pelo Ministro do ln\trioc, em 6 do Doumbro do mesmo ano. (H) s...ae. cammúiae de li do Maio do 1890 o de 8 do Julho d ( 11 ) s..ão ca.awúria. de 29 do Jalbo de (U) Seuào c:amariria. de 27 de Junho do ( ') S...O camanrla de 6 de Maio do 189S. (") Actaa das -.SOO camajárias de 8 de jolho de 1891, de 27 de Junho de 1898, e on xo da mesma prlmein. &ela. (") 5-õe. cama.r4riu de ~ do llo.io. do 3 de JUDbo da 1896, o de 20 de Maio de (") Acta da "'*'10 c:unaruia & 19 de Outubro de (") Acta da. eesoõ.o caman!.ria de 93 de Agosto de (") V. u fotognllu em Briua-Port 1al, o. 61, do Junho da 1901, plp ~.

34 Fachada ~ul do rdiííc10 guthnr-cirh ttmi (.oluna... arcõ!ll. b.1.jaw.'rcs e outro maltri.tl apf'ov<'ltatjo.ju d~molido )IOFt~1ro A paretle ~t.á quuo comr ltumc"ntc ft'\.f'... tjda. C'Mn.iuul<-Jôt t:uobém do 'l~teiro

35 A igreja e o coro, o jardim e a cas. qoo 6ca.vam ao mi do último, são os único& locais cuja planta se reconhece na nova edificação. Da igreja conservavam-se as pareda. me&uas e a altura primitiva, mas no comprimento foi ampul~da, pela supressão da capela-mor. Serve boje de estação de serviço. O coro diminuiu de altura, e o primeiro andar, reedificado, foi adaptado a casa de habitação. O andar térreo está servindo de oficina de sc:rralharia, e o seu teclo foi cncolxorto por um fulso Wclo, de e;.tuq ue, para proteger as pinturas que nele existiam, oomo já. rru:ncionámos ('...). O jardim, ao sul do coro, foi coberto com telhado, e constitue hoje wn prolongamento da oficina de serralharia. O oorpo de ecliflcio ao lado do jardim, que supuzemos ter sido erigido no século lc\"i pela dama da rainha D. Catarina, onde está. actualmentc a oficina do electricista, conserva num aposento do primeiro andit.í um antigo oratório de patlx!c, cujo \lâo da porta e!i:á guamecido, OO;ck: o chão, até ao teoto, com um frontisplcio de má.nnore:o. em que se acham gravado.; anjo.;, Dores e outros omalo&, obra da época. Dependências Desaparecidas e Ma1etial Aproveitado.-Desapareceram 0s dois clauslros do mosreiro, a.b9orvidos, parte pelas edific:ações do quanrl, e parte pelo leito d1 Avenida D. Carlos I, para onde o quartel tem a frente principal. Algum material do DUJS1ciro foi aplicado no q'u:l.rtel, tal corno, várias colunas e a.roos, e um grande.número de azulejos, na parada inf<"rior nu.norte. Dois quadros em azulejos com assuntos profanos, assim corno a camuica do lago, da parede ocidnnt\l d:l mesma parada, vieram em J!J:j() do Palácio do Torei, no Campo dos Jllártires da P:\tna, onde """' instalado o Ministério de Educaç.io ~acional. Duna estátuas dle mánnore, que estão na mcsrna parada, representando Ba.co e Dia.na, são provonícntc:; do mesmo palácio. Tenaplenos. - (Veja-se o MAPA N.' 7). - O quartcl ficou com dois terreiro.; ou para.das, ao mesmo ruvel: parada inferior. ao norte. e purada das oficinas, ao sul, 9epaladas por uma. aja do corpo principal do edifício, e comunic:ando-o:e por um túnel que cootoma. o topo ocidental dessa ala. :Sa parada do norte, contíguo à parede ocidental, construiu-se um lago que é alimentado QOID água da antiga mina do mosteiro. Ao poente destas paradas. aguentado por um muro de suporte com (l de alt.ura sobre os seus lcrraplenos, estende-se num vasto terreiro com 70"' x 24, parada superior, O'U de instrução e exercício. Ao poente desta parada, num outro socalco aguentado por um muro de suporte também com 6'" de altura, acha-se ao sul uma pi:!cina de:ocoberta e o edifício dwn balneário, e ao norte o c:ampo de jogo;, com a sua tribuna. Estas últimas depend&cias do aquartelamento ficam amtíguas ao Lava.douro Municipal, e l Rua João das Regras, para a qual o campo de jogos tem um portão. Ao norte confina o quartel com quinta.is e casas do lado sul da Rua 00. Industria.ia. (" ) 2 l&mentável que a mia caa ao liv- da.do oma aplicação tio pouco COClaltil>ea com a 111& 25 comcrvação. Depois de reparadas u pilltunu do teet.o o das colunas poderia adaptar«>, por uemplo.,. m'*" do material do mc6odi0$. ou & outm apliuç4o que permitisse ~ aquo!aa roconaçõel do mostclto. 2

36 Águas. - Na parada superior ou de instrução existe um antigo poço do mosteiro, dond<l sai wna galeria de mina, visitável, que desemboca no túnel que comunica as duas paradas inferiores do quartel; é a antiga mina do mosteiro, marcada na planta térrea do mesmo (MAPA N. 0 5). Este poço acha-se ligado por uma galeria, também visi1ável, a um outro mais ao norte, (MAPA N. 7), e dest.e nascem várias galerias de captação de ág"uas. que se acham actualmente desmoronadas ou entulhadas, como dissémos. Nada mais se sabe delas. mas o facto é que as águas do tempo das freiras con.tiaruam a servir para as necessidades do abastecimento do quartel. 1.AV\DOURO ~IDHCIPAL DA RU JOÃO DAS REGRAS Lavadouro do Caminho Novo.- (Veja-se o MAPA N. 0 4).-Uma parte da oerca do mosteiro, no seu canto sudoeste, foi cedido à Câmara, 1..-m data que não conseguimos averiguar, para a construção dum lavadouro municipal (N. 6), conhecido por Lavadouro do Caminho Novo (actualmente da Rua João das Regras), e destinado a servir a freguesia de Santos-o-Velho. A instalação que lá está foi co~ada a construir pela Câmara em 1876, e ficou ooocluída em 1878 ("). A abertura ou renovação da cobertura dos tanques ele lavagem foi feita em 1895 (' ). Tanques de Lavagem e Enxugadouro. - O lavadouro ocupa um terreno com a forma de trapézio rectang'.dar em planta, cm dois nlveis diferentes. No terreiro superior c.xistc o lavadouro coberto, com as casas da guarda e da administração. O lavadouro tem 4 tanques de lavagem dispostos em duas filas, com dois tanques cacla uma; cada tanqoo está dividido em 3 compartimentos, e a sua capacidade total é de 216 lugares ("). O terrapleno inferior está disposto em enxugadouro da roupa, e confina com o terreiro do quartel dos bombeiros, onde está a piscina. Estação de Limpttn Urbana.-A extremidade sul do recinto do cnxugadouro foi amputada há anos, para ai se construir uma estação da 5. Zuna de salubridade da cidade, com a porta n para a Travessa do Pasteleiro. ~ DA ESPERANÇA Asilo da Esperança e CrecM. - (Veja se o )!APA N. 0 4). - Pela Carta de Lei de 22 de Jllllho de 1883 foi concedido à Sociedade das Casas de Asilo da Infância Desvalida de Lisboa e à Associação das Creches a faixa ele terreno da cerca do Mosteiro compreendida entre o troço inferior da Rua de S. Bento (antiga Rua da Flor da :Murta), e a nova avenida (projectada) que havia de ligar o Largo da Esperança com o das Cortes, para nele serem construídos dois edifícios, destinados: um a Asilo da Infância e o outro a Creche ("). O primeiro é popularmente conhecido por Asilo da Esperança(.. ). O outro tem o nome de Creche de N. S. da Conceição. 26 ( 11 ) Rela.tório apreseotado em ~o de pos<e da ú\mam Municipal, de lg de Agosto de ('º) Se.._'io camartria de 28 de Out:obro de 181'16. (ti) Resposta a um inquérito eobre águas e esgotoo, de 22 de Dezembro de (") Didno do Govm10, n. 148, de 6 de Julho de ( 13 ) Nwno. lápida afixada. na po.re<le tem o titulo: Aiilo J ' Ant6nio N"""" nome dum benemérito da Instituição.

37 Estes dois edifíci03, construidos na HOl'ta de Baixo do mosteiro, foram inaugura.dos solenemente em 18 de Novembro de O primeiro acha-se a funcionar (lly.)()), sendo frequentado principalmente por filhas dos moradores do vizinho bairro da Mad:ragoa; o da creche, a cargo da Santa Casa da Miseri<:órdia de Lisboa, está actualmente fechado. O edifício do Asilo, à face da rua, tem o n. 7 de polícia na Rua de 5. Bento; e o da Creclle, isolado da rua por um gradeamento de ferro, tem o portão de enuada de ferro, sem numeração policial. Os pequenos recintos que estes edifícios possuem nas trazeiras confinam com a Avenida D. Carlos l, da qual os separa um muro de suporte e divisório. Pelo sul o seu terreno confina com os prédios n a 196 da Rua do Poço dos Negros....:ONCLUSÃO Restava-nos tratar da crónica do mosteiro. das virtudes das religiosas que nele viveram, dos factos que ocorreram no mosteiro e dos casos ligados à história <;Je Portugal que af tiveram repercussão. Mas como essa história está feita, e se acha fora do programa que estabelecemos para o presente estudo, remetemos os no.iso leitores para os autores que dela se ocuparam ("). dt. ());eira da dilua. (") livro do fiidaçào, omf>l1ação 6- Sitio do Co11 nlo d N. Sra do Pi doj/ da &f>"ª"f<' da CUlab da Lix., O qual mondou t1sn'~1ll!r a Abba.dtssa soror Francisca dos.rb'jºs* no a11no <Ú (e5tá ac.tualizado atai 14 de Março do 1760). Na Biobliotecn Nacional de LisbO& (Cota: R-.vados, ilurnioado, n. 103). 2 7 A~o/ogio Lusita o. por Geoo-ge Ca.rd<l60, 164!2, pág. 18. CottUtrophd iu Portugal, por Leandro Dorca Ca.cercs e Faria, 168'.l, pág. \121. Corografia Portug1teza, p&lo P. A. Carvalho da Costa, tomo ill, 1712, pág. ~17. Faira da Ladro, tomo VIII, 1987, pág. 85.

38 LISBOA o octros TEMPOS o PASSEIO PÚBLICO E M /Do Arquivo P11011uco - Tomo I Desenho de Manuel Mono Bordo/o Pinheiro Grovuro de Jo6o Morio Bopli.sJo ~lho

39 o DE BAR A O OLIVEIRA lbakaja LOIRAJ O barão de Oliveira, jonquim Abreu de Otivl'ira, con~uiu, sem grande dispêndio, escancarar as fauce;; do basbaqu~ alfacinha em a/1! ali.' de pa..c;maceira, e tomar-se duran~ um certo tempo objectivo fo~do das conversas íntimas d<>" lat<'s abarruntados, no maoore1ar das uuão caloróticas Jitargaridras da Baixa. Aluno do Colégio Militar, a tesoura da uparca implacável cortou cerce a vida do progenitor. O autor dos seu,, dia.. ltf:ou-lhe a ele e ao innão, César Abreu de Oliveira, os beos suficiente-. para levarem existência remt'diada até ao knno da f"'l"egrioaçào por este 2 9 mundo. Conheciam ambos meia Li'boa e cl:prcssa adqnirira.m o qualificativo de boib rapazes. Cada um seguiu o rumo norteado pelas bu:\s inclinações. O primt im frequentava a alt.t roda, ambicionando evidenciar-se entre os snobs; o,;i.-gundo, mai,, atil:l.do, entregou-se aos exercícios

40 desportivos., tomando-se um dos s6ci~ mais activos e bcnquistos do R<'al Gin<\sio Clube, agrenúaçâo à qual o desenvolvimento físico deve ser.;ços das mais bmhic:as oonscquência,;. J.iquida.da e recebida a herança, seguiram os dois para o estrangeiro. O segundo, César, mantcndo re sempre a OO!tro da sua orientação, regr~ h. pátria com a fama de domador de leões e d<.' aeronauta destemido. O primciro, Joaquim. com o cabelo de um a.mareio assafroado vconclho de face, chrysocomo fora do vu!gar, platirrhinico, conquistou de;de logo a alcunha de Barata Loira. O:>m fano gáudio St'U o lápis mordaz de BonWo Pinheiro não o poupou 1110 An16nio Maria. O ill!ltre caricaturis:a altrou mais a.lguns degraus para ele a;,ceoder à cúspide de «dar nas vistas», com os 9CUS premeditados exotismos, estapafúrdias modru; no trajar, idus.itadas regras de elegância e gravatas mirabolante&. Solicitou e obteve o.utulo de barão da Oliveira. Requintou. O alfacinha, pacato, burocrata ou tcndciro, olhava aturdido e ~isado para o tilbury ou para o ub, que importava de Londres, na boleia ou na tábua dos quais!'e esp<.'cava, mais hirto que mn mancxjuim, um trintan!rio ou coat11ma,., e puxado por cavai-os a fingir de raça, tudo i..<to llldll apuro. e, muito cm esp«i:il na petulante ânsia de chamar a aterição que irritava os invejosos, vencidos neste e<:rta.me de atre\ido despejo, e fornecia abundante combustível para a fornalha da malerlicência alimentada pelos amigos de maior intimidade na ingestão do:; j3ixares e ceias com mulheres de fácil ace!'so e vinhos de difícil aquisição. :\faccrava o cérebro cm dolorosas insónias cogitando de m.'l.d'rugada como havia de, pela taroe, alfinetar a retina dos papalvo!i. Dt'Sta labuta rnatutina borbulharam chapéu. ele extravagante confi~urnçiio, sobrccasac~ de obotoaduras coloridas, de manchas alvadías no tecido verde negro de fabrico lencastrino, uma indument!ria fantasio.a ele atavios, nos quai:; predominava o desejo de imitar os dmldies londrino;; e a atlldlcia completa da originalidade r::iquintada e aristocratizada pelo bom goslo. Presidiu a corridas de cavalos em Sintra no traje caricato, pois não era tr.1tlu;ional nem elegante, com um casaco muito cint>do e rodado, azul ferrete, de grossos botõe> amarelo,;, e que lhe imprimiam o cunho de um cocheiro, um «Simon» de Paris, chapéu alto branco e no anseio de atropelar com qualquer abradábrica novidade o senso estético, industrializou o chapeleiro na peregrina. ideia de lhe enrolar na copa uma ampla e cerúlca b.-u1da, com as extremid.ldcs pendentes sobre o dorso. Cma noite no teatro de S. Carlos, quando uma das celebridades vocalizava o melhor dos seus trilos e a sala a ou,'ía em sileocioso rtcolhimento, levanlou-sc com ruído e, com pawno assanhado do auditório aborrecidf,,.,imo pt"la grosseira interrupção, :.aiu. - Porque saiste? - inquiriu dele num inter. alo um conhecido. - O meu módico de Londres r. con ::ndou-me que n:i.o ouvi~.c música mais de um quarto de hora seguido. Cma tarde, entra no bengaltiro de mai> luxo da rua do Ouro. O dono do estabelecimento, conhecendo o p&icoj'.)6.tico freguez, dirigiu-se logo a BMala Loira. - Que deseja V. Ex.? - A htngala mais cara da loja. 3 O O lojista encaminhou-se para um armário e tirou de Já uma boogal.a de exótica madeira ultramarina, encastoada por magnifico e rnassiço bloco de marfim, e apresentou-lha. - Quanto cu-.ta? - pergunta o fregu~. - Duas libras e meia.

41 Barata L<>ira tira da bolsa de oiro a quj.rtia indicada. e eotrega..a ao negociante. -Agora.. - Agora que mais ordena V. Ex.? - Que corte o castio desta bengala ao meio. - Tira-lhe todo o valor- objectou t('sfeito.o;o e surpreendido o loji~ta. - J;: i"-0 mcsrno o que cu quero. - Para quê?! exclamou o hom< m ele n1 g6ciw não podendo sur~mir a instante curiosidl.d.:: Ora para quê... Para que o senhor o vá contar. E foi. O homem do estabelecimento depoi5 de satisfazer o desasisado c.-ipricho do cliente, apenas ele saiu com o castão cortado e a lx-n~ala inutilizada, correu a codl:ar a cstravagã.ocia aos colegas vi7inhos. Xum instante se propolou mais este clislate praticado por =laco a que tão pouco custara a ganhar o dinheiro, assim mentecaptamcnte esbalgido.. Impelido..empre pelo motor de fazer figura, o barão de O:iveira arremessou ao ministro do~ l\t'gócioii E"mmgeiros potente> aríetes de empenhos para sc:r adido à legação de Londres. O nssooiado recebeu tão duros ataques de todas as máquinas de guerra do bem fornecido ar.;enal da polltica, que cedeu. Barata Loirtl quis repetir na operosa colmeia britânica a~ joldciras pataratice& de U..boa. Ninguém reparou nele. A fleugmática indiferença dos londrinos boliu com o âmago das suas camisolas sctineamente carminadlas. A par desta Última pcn;t reconheceu que não o fadara o destino para exceder Mettemicl.i ou Bismarck. Consentiu que a diplomacia continuasse a simt06."\ marcha, ficando ele parado. Pensou talvez no regrcs.;o à pátrfa. rn:is não se resignava a entrar no nadi da mediocridade, ele que tanto pretendera fugir à existência comum e banal da aborregada m:i.ioria dos seus compatriotas. Os bens herdados sacrifi=m-se na inconsumada pretensão de agrilhoar a si o mosaico da originalidade. Todavia alguma coisa fez de bom. Evian-lcs-Baios, hoje uma das cst!ncias minerais mais concorrida$ da França - situada na Alta-Saboia, coostrulda em anfiteatro sobre uma colina na margem sul do lago Leman, - alivio dos enfermos que a procuram, espccialmootc dos gastrálgicos, dos cfupéptí(:os, dos que sofrem de cólica~ 11cfrítica..'>. de dol"es na bexiga, agradece uma boa parcela do desenvolvimento actual, a quem? A ele, Barata Loira. Os habitantes de Evain tão reconheci.dos se mostro.mm ao diligente portuguts, pel0s benefícios prestados à loc.1jidade, que, ao referir-se a ele afectuosamente o denominavam Le pere Oliveira. Iniciou, com alguns amigos. dedicados ao fomento do país, a Sociedade de apuramento da raça cavalar, designação ma.is tarde modificada para a de Turf Club. Frequentava com assidaidade a Casa Ha~-aoeza. reuniam-se ali, virias pezsonalidades em evidblcia. Uma tarde, em conversa, declarou: - Mandei vir do estrangeiro uma parelha e um carro que há-de dar que falar! - Mas V. Ex. não dispõe de bens para tanto - observa, de lado, com moita impertinência e moita inconsciência, um cooselheiro. -A esse respeito só quem poderá fornecer informações a V. Ex. é o meu procura.dor A propósito. Disse-me ele, que cm virtude dos SCU!l muitos afazeres não pode continuar a administrar os meus bens. Quer V. Ex. substitui-lo? O conselheiro emba.tucou e não respondeu.

42 ~este momento passa a correr pelo Chiado um garoto a pregoar o Ani6nio Maria. Chama o gaiato e pergunta-lhe: - Quanto custa o jornal? -Umvmtém. - Est:I. bom, mas eu preciso dele lá cm casa e não o posso levar comigo. Acena a um galego. Ordena-lhe que lhe traga um trem. Ao batedor indica: - Vai levar este rapaz ali, ao princípio da rua do Alecrim, a minha casa. Ao mesmo tempo dá cinco tostões ao vendedor do jornal, outros cinco ao galego, e a mesma quantia ao cocheiro. Este jactancioso dispendio de mil e quinhentos réis provoca quase urna apoplexia na compleição sanguínea do abelhudo cooselheiro. Outra anedota para coocluir. No Chiado formaram-se dois grupos, cada um no seu passeio. Desta banda o conde de... o barão de Oliveira e X... rapaz também conhecidissimo cm Lisboa. Na outra várias soo.horas da sociedade, e.:ntre essas uma ilustre fidalga. Uma das damas aponta para o ajuntamento fronteiro, e comenta: - Que tr@s sujeitos tão diferentes! O conde de... é tolo com pretensões a mais tolo; X... é tolo com pretensões a esperto e o Barata Loura é e:.-perlo com pretensões a tolo! Esta definição classifica bem o barão..morreu de um cancro no esófago, que muito o fez sofrer, embora fosse ttatado pelas primeiras sumidades médicas, inglesas e francesas. Faleceu no Hotel Rits em Paris a 31 de Julho em 1914, com 64 anos de idade. Bduardo de.,voro11!ta. 32 A CASA DOS MIR.\NDAS NA RUA DAS FLORES No n. 4-0 da Revi.Sta Municipal, e no 3.fÚ{,,'O oom o título «A casa doc; )1.irnndas na Rua das Flores>>, linha :l. da página $1, onde se lê: Montemor.e-Novo, deve ler-se: Montemor-o-Velho.

43 Na tarde de 3 de ~[aio INACGURAÇÃO DO MONLMENTO A JOAO DO RIO de J!l,)(l inaugurou-se, na Praça de João do Rio, ao Areeiro, o monumento ao grande amigo de Portugal, escritor e jornalista que foi Paulo Barreto. A sessão foi aberta pelo sr. Luís Pastor de ~!acedo, vice-presidente da Olmara )Iunicipal de Lisboa, que pronunciou algumas palavras sobre o significado da homenagem prestada ao ilustre escritor brasileiro e grande amigo de Lisboa, onde passou grandes períodos da sua vida. Em seguida o jornalista Luís Teixeira disse. Tenho de pronunciar esta palavra: estrangeiro. X'ão o faço sem constrangimento, pois me quero referir a João do Rio. O certo é que ele era homem de outro pais e que a atitude 33 es.<>e11cial da sua personalidade foi sempre do mais puro amor à sua terra. Era tão vigorosamente brasileiro que um dos Sl'us contemporâneos mais ilustres, ao assinalar como Pau lo pertencia bem à sua gente, acentuou {juc ele a sentia como o mais belicoso dos nativistas.

44 I d Foi essa a grande lição da vida de João do Rio: sentir e proclamar sem desfalecimentos o seu patriotismo e. ao mesmo tempo, sentir e proclamar com desassombrada altivez, com intensa dedicação, com alvoroçado enternecimento, com cnlcvos de enamorado, com firmeza ele idealista e fúrias de batalhador - tudo o que era nosso e a sua visão acrescia de grandeza, tudo o que era nosso e a sua ternura iluminava de mais altos esplendores. Podem atribuir-se às suas amplas emoções de patrioti;mo os belos e impetuosos arr~batarnentos lusíadas que lhe saiam da alma com sinceridade e força de paixão. Alguma vez, porém, ele concluiu de outra maneira. Quase no Cim da curta vida não hesitou em confessar que. aotcs de ler a História e ter idade para recordar, amava a nossa Pátria. E logo acrescentou: "Foram os Portugueses do Brasil e as minhas viagens a Por:uga 1 qup me ensinaram palrio:ismo, o orgulho da minha raça e da minha terra... Ao chegar aqui pela primeira vez não ocultou a sua encantada ilusão de um regresso ao lar depois de longa ausência. Quando, perto da morte. os nossos emigrantes lhe dirigiram solenes palavras de reconhecimento e de louvor, insistiu em que não havia motivo para tal, pois entendia que, ao amar e defender sempre Portugueses. amava, venerava e queria cluas vezes à sua Pátria. No espaço de dez anos, entre aqueles dois momentos, mais do que uma obra realizada. Paulo criara, com as sugestões maravilhosas dum ideal rejuvenescido, uma mística de acção. 1Iestre de entusiasmos estimuladores da consciência nacional e promotores ele brios de civismo, entregou-se, em prolongadas canseiras de apostolado, à febril actividade de um sonho. Atea ra-se-lhe na alma o fulgor de um clarão de fraternidade, à luz do qual conslruiu, pedra-a-pedra, numa ânsia tenaz e ardente de todos os dias. nas inquietações dum trabalho surpreendente de fé. de perseverança e de afccto, não já as seduções literárias de uma identificação luso-brasileira declamatória, mas - enraizadas no pensamento e no instinto e não no ocasional de circuns tâncias pessoais e de interesses fugazes - os alicerces sólidos de nm nobre e fecundo «esforço solidário para a glória das duas Pátrias». Deslumbrador de inteligências pela fascinação poética da palavra, ele, que renovou o jornalismo brasileiro e foi considerado o mais brilhante prosador da geração a que pcrlcnceu, pôs inteiramente o poder da sua vitalidade mental ao serviço de uma causa que fazia apelo a todos os recursos da sinceridade e do sentimento para que surgisse sobre as espumas atlânticas, abra çando os longes, a.. mesma alma cm dois países». Raça: eis a mágica palavra que o movia e o entregava com clenoclo à briga das polémicas escaldanles; que lbc inflamava no espírito a audácia das nítidas atitudes; que animava de serena coragem os seus artigos e punha nás suas conforências - vibrnte e conlínua «pregaç.ào de amor a Portugal» - as doces emoções de um idealismo cantante de sonoridades arreba1adoras. Tudo o que na sua vida de criador literário e na sua acção de paladino e de percursor tinha o sentido da persistência e da continuidade, do destemor, da confiança sem desvios e dos sacrifícios sem ostentação, se filiava, veemente, no culto das virtudes da raça e na convicção profunda de um grandioso destino da lusitanidade. Alguma vez, nos assomos benditos do seu fervor de idealismo, Paulo Barreto proclamou que unão bá Pátria sem história, nào há an1or da Pátria sem tradição, não há povo sem raçan, para logo concluir: 11Há uma raça que é a nossa: a portuguesa. Há um passado que nos liga às lendas gregas e aos périplos fenícios: o português. Há uma vida que é comum aos dois povos, ramos do mesmo tronco: - Portugal!u Ao tentar definir a obra empreendida por João do Rio para uma confraternização luso -brasileira, falei-lhes da actividade febril de um sonho. Era, decerto, um sonho que ele vivia e luminosamente o empolgava para destinos de lutas e fadigas da inteligência e do cor-ação. Havia, porém, nesse poeta que escolheu a crónica e o conto para que a fluência do estilo tivesse

45 harmonias de ritmos incompará~-cia. aquele amor da vida em verti~m. aquele gosto raro pelas rcfcrvências da acção ao som do estrondo tipogrifico da Imprensa, que d.i!lcilménte se compadecem com o abandono, nos braços da abstracção. dos objectivos do seu combate incessante e dos rc.>ultados das snas campanhas de ideias para a conquista de horizontes no porvir. Ele morreu cm Dc1.anovc anos depois o orador admirâvel que na inauguração das comemorações centenárias da nacionalidade portuguesa foi, aqui, a voz emocionada do Brasil, interpretando os testemunbos do reconhecimento e de júbilo do seu povo - Edmundo da Luz Pinto -, ao regressar à sua terra afirmou: «0 sonho de Paulo Barreto está realizado nesse magnrfico uestado de alma11 que hoje liga indissoluvelmente o Brasil e Portugaln. Agora que nos reunimos para homenagear a memória de João do Rio pretendo, neste dia de tão belas ressonâncias hü.tórica,;, acrescentar os deveres do nosso tributo, lembrando ainda que o escritor, ao manifestar numa conferência pública em Lisboa u suas apreensões sobre os perigos que corria a raça num pais enonne como o sra, aberto a todas as influências e sem escolher a imigração, e ao falar com singular clareza das possibilid:tdes de resistência da unidade bra!tileira, invocou, para lhes dar a inteira adesão do seu ~pfrito combativo e leal, estas palavras de Euclides da Cunha, tão exactas e de tão alto e permanente interesse: «Cada vez há mais estrangeiros na nossa terra. l\iaim, desaparece a Raça; 'a!&im, deuparece a Língua. Só há uma salvação: mandar vir mais gente dt' Portugal!,,. A raça foi o motivo trovadoresco das i;uas exaltações; por ela se bateu, cngrinaldando-a de loiros e glórias. A aproidmação luro-brasileira foi a tentação total da sua vida; por ela sofreu, cm crises graves, avantajando-se os seus esforços às alturas das grandes abnegações. Lisboa, porém, foi o entontecimento perturbador do romlntico que havia nele sob a viva e ansios.>t mentalidade de civilizado, amigo das modernidades da cultura e da expressão, apres<o;ado, uâvido de sensações, preso do apetite cspec:lacular da vida11. O nos.so Ribeiro Couto, que tomou na Academia Brasileira de Letras a cadeira vaga pela morte de Paulo Barreto, referia-fe ao seu antecesqor quando falou do ccartista cúmplice das mas e da noite, insolente, sentimental e humano" que certo dia, «na Redacção da ccp4tria11, lbc contou o plano de nm livro que pretendia escrever 10bre Lisboa - desde a Lisboa das Conquistas até à Lisboa de agora, fazendo desfilar através das idades as diferentes fisionomias citadínas: Vai chamar-se «A Scmata d11 Lisboa ao Luan;, rematou João do Rio. Infelizmente, esse livro nlo foi escrito.!\las em todas as páginas que ao longo da sua vida dedicou a Lisboa hã, efectivamcnte, um fio musical, harmonioso e envolvente, como se C$COTrc!<.<:e, da graça das imagens e da claridade dos binos de louvor, a suav!soiirna ternura de uma alma presa ao sortilégio da cidade a que ele chamava «Princesa do Tejo e da Sedução, cor de oiro e cor de azub. Já houve quem act>nluasse que Paulo amou Lisboa com enternecimento mais do que familiar, mais do que hereditário, acima de todas as tcnd~cias e exigências espirituais da Raça. Lendo aquelas páçinas é fácil reconhecer, na verdade, que na vida de João do Rio - o homem jovem que incitava dois povos a trazerem "º passado nu artérias e o futuro nos olboso - Lisboa. sensual e sedutora, foi, verdadeiramente, a mulher amada. A todos nós, os que vivemos na atmosfera de encantos desta terra e na alegria de lhe bem.querer, ele ensinon a fórmula da mais própria confu..ão sentimental quando escreveu: 11Eu sinto cada dia, cada vez mais eu sinto para sempre na alma a perturbadora delicia de sentir Lisboa>. Era assim João do Rio, lransbordante de sinceridade e opulento de largos e espontàneos afectos. Num dos seus livros deixou urna alusão à «glória de olhar face-a-face a Amizade". Entre ~ 5 n6s, vivendo, como ninguém mais, esta hora de justiça que tardava, um grande Poeta português, companheiro de João do Rio e continuador do seu apostolado, recordam decerto, numa emoção, essa glória de amizade que ele transformou num culto.

46 3G Com este acto se comagram também. de alguma maneira, os esforços comuus e demorados desses dois homens. ~ no entendimento de tal circuustância e na certeza de que só o desejo de demonstrar a continuidade das mt:amas ideias no espírito de gerações düerentes detenninou, da parte de V. Ex., Senhor ~idente, a minha intervenção nesta cerimónia, que me atrevo a repetir a legenda de incitamento que João do Rio deixou nestas palavras que são a sua mensagem e trazem, em si próprias, a força irradiante do seu elcemplo magn!fico: - utenhamos em Portugal e no Brasil o orgulho de sermos unidos e fortes para sermos os dignos portadores da Raça triunfa].,. O Dr. João de Bam>S pronunciou o seguinte discurso: A gentil defer~cia do Ex.- Senhor Presidente da CAmara. Municipal de Lisboa, que do coração agradeço, convidando me para dizer algumas palavras nesta comovente solenidade, se os meus problenúticoe rnt!ritoe não a explicam nem justificam, tem, no entanto, explicação e justificação compreenslvcl: - teria Q.do cu um amigo quase irmão de João do Rio, o seu companheiro e discípulo fiel na defesa da bela e nobre causa da fraternidade do Brasil e de Portugal, e o seguidor da polllica luso-brasileira, que João do Rio preconizou e à qual deu todo o seu entusiasmo, todo o seu talento, toda a sua persistência, e todo o seu notabilfssimo esforço. Essa polftica est! definida nestas palavras, proferidas no Teatro Nacional D. ~faria II, então Almeida Garrett, logo após a primeira guerra mundial: - «Que o Brasil imenso e Portugal magnifico realizem o acordo polltico e econ6111ico, marquem neste fim de guerra que 6 a iniâal do maior trabalho da Humanidade inteira, a gl6ria duma raça. Dessa raça (ao tempo a expressão raça ainda não estava desacreditada. ) que, partindo da Europa alçanda a Cruz de Cristo para i wentar m"ndos, parda na bat1deíra cor de ab,,ndância e esperat1ça do Brasil o pedaço do céu ot1de espknde o cruzeiro do Sul». Assim ele falou cm 1919, as.ilm ele continuou a falar e a eecrcver até à morte. Mas, mais de dez anos antes, já ele preconizava a mc..ma política e proclamava os mesmos conceitoe no jomal que então dirigia, a.. Gazeta de.voliciat do Rio de Janeiro, quando veementemente se insurgia contra a ignorância da vida mental e!itero.ria de Portugal no Brasil, contra o desconhecimento da literatura e da cultura do Bra.~il cm Portugal. E se batia tambc!m contra a espécie de indücrença de certos meios brasileiros perante as coisas lusíadas, o que Rll>eiro Couto, testemunha imparcial, mais tarde revelou, acentuando: - "ª Paulo Barreto devemos a primeira boa, veemente, constante e eficaz campanha de simpatia pelos Portugueses>l. Um grande sonho, como observou há pouco Luís Teixeira, - Luís Teixeira que obteve e conseguiu a possibilidade pratica de erguer este monumento - um sonho que João do Rio impôs aos seus contemporâneos, e que irradiantcmentc soube fazer triunfar por meio de artigos, conferõncias, ensaios, na revista uaimntida1> fundada pelo malogrado Pedro Bordalo Pinheiro, - nome que é preciso e justo não esquecer hoje - e no jornal 1<Â Pdtria» fundado especialmente para cumprir es..a alta finalidade, e em todos os momentos da sua existência de escritor e de jornalista. Lirismo, poesia, decerto houve no apostolado luso-brasileiro de João do Rio. Nio esqueçamos, porem, que hou\-e ainda e sempre nesse apostolado o conteúdo consciente e insistente dum objectivo de polltica inte~cional, logo evidenciado no livro oport.. gal de Agora. publicado em 1009, colectânca de artigos e entrevistas realizados anteriormente. Sempre com desassombrada coragem,!!ernprc sem o menor interesse material - dai a autoridade moral de João do Rio, que ninguém de boa (é jamais lhe negará - conseguiu dc.sa maneira criar, cimentar e divulgar o ideal que o norteava. Certo, não seria equitativo esquecer outros brasileiros e portugueses que ao mesmo ideal se dedicaram, dos quais citarei Consiglicri Pedroso, Carlos Malheiro

47 Dias e Manuel de Sousa Pinto, entre nós, Calógeras e A.frãnio Peixoto, no Brasil, para só falar daqueles que a morte já levou. A verdade, porém, é que a eficiência da obra de João do Rio a todas as outras iniciativas sobrelevou, excedeu. Pertence-lhe a primeira ideia (não o esqu& çamos nunca e confessemo-lo sem medo) da visita honroslssima e de resultados incontestáveis do insigne Presidente Epitácio Pessoa a Portugal, tendo como inevitável consequência a viagem apoteótica do Presidente António José de Almeida ao Brasil. Lembrando e estudando a projecção extraordinária desses dois acontecimentos de alcance universal, verificamos como em tudo quanto cliga respeito à amizade do Portugal e do Brasil, verificamos, repito, que a figura excelsa de João do Rio domina e ilumina as vastas perspectiva.s e os arejados horizontes que a amizade luso-brasileira aponta e inclica, de facto, às aspirações do presente e às realizações do futuro. Isto o quero clizer na hora em que se inaugura o monumento ao João do Rio - réplica amorável ao monumento que o Rio de Janeiro há muito ergueu à sua memória - no propósito claro e definido de mostrar que o apaixonado de Lisboa e de Portugal, tão amante da sua Pátria como da nossa, soube, ambicionou e conseguiu fixar as normas da upolltica atlâ.ntica>>, depois seguida e cumprida (apesar de todos os obstáculos e clificuldades) pelos povos e pelos pr6pri0$ Governos das duas Nações. ' O entusiasmo e o carinho de João do Rio foram sempre dum Apóstolo, dum Poeta. Mas a sua concepção das relações luso-brasileiras - não receemos proclamá-lo - foram sempre também dignas dum grande polltico e estadista. «Assentou directrizes» - como observa o ilustre Austregésilo de Atafde. E essas directrizes aí estão, nítidas, vigorosas, permanentes, inspiradoras, condutoras, imorredouras, como são irnorredouras as páginas em que João do Rio, cronista e cantor do Rio de Janeiro, celebrou a fascinação que o prendia à nossa, à sua querida e apaixonante cidade de Lisboa. * Na noite de S. João do ano de 1921, regressando à sua casa de Ipanema, depois da quoticliana e árdua tarefa jornallstica, Paulo Barreto morria no taxi que suavemente deslizava sobre o asfalto da Avenida Atlântica. A cidade resplandecia de mil e uma luzes festivas. O tax:i fugia, célere, e o seu motorista ignorava que já conduzia um morto. O coração de João do Rio deixara de pulsar. Mas o lume alegre dos lampadários espelhava-se nos olhos ainda não cerrados de João do Rio: - o seu último olhar recebera a bênção dessa claridade. A última palpitação do seu coração generoso guardava ainda o carinho das palavras derradeiras que tinha escrito pouco antes. mais uma vez, no seu jornal em louvor do Portugal bem-amado. O seu peito respirava e recolhia ainda o hálito do oceano, cujas ondas e espumas, cuja imensa extensão eram para ele eternos caminhos do mútuo afecto luso-brasileiro. Morria assim rodeado das sortflegas presenças que tanto amara: - a beleza da sua metrópole encantadora, e o apelo perene da Terra e da Grei portuguesas, que o Atlântico lhe trouxera sempre, através da distância, do tempo e do egolsmo dos homens. O Poeta e o Homem de acção terminavam a sua curta e gloáosa existência num ambiente cligno da sua alma, do seu génio, do seu lirismo inato, e do seu Hmpido e consciente patriotismo. Dir-se-ia uma última homenagem da terra e do mar, uma última homenagem que, no dia do seu 3 7 funeral, era completada pela infindável multidão de esaitores, de artistas, de jornalistas, e dos trezentos mil portugueses da nossa colónia, que até ao cemitério acompanharam comovidamentc o féretro.

48 Não tinha ainda ~O anos, João do Rio! Desaparecia em plena maturidade essa «inlelitlllcia frenltica "4 vida, essa «radianle espera"ça tk elenuzmenle uencent, como d'outros dissera um dia o grande paladino da alma, da Grei, da Lfngua, da cultura, das tradições e das letras lusladas. Desaparecia, mas bem tnt"rcce que se aplique à sua memória o que ele nos ensinou falando do Portugal doutrora: unào h4 gl6rias perdidas, o que 1. excepcional está sempre uiuo,,, E João do Rio ei-lo aqui, vivo e redivivo, no caloroso e merecido preito da Câmara Municipal de Lisboa, no discurso eloqucdte do seu Ex."' Vice-PresidcDle, Da oração cativante de Luís Teixeira, DO precioso medalhão de Álvaro de Rrée. E sobretudo - ahl sobretudo! - DO amor, na fraternidade cada vez mais!ntima de Portugal e do Brasil, que foi seu permanente incentivo e devoção, e em máxima pane sua obra. E que nos reune hoje aqui para nunca mais olvidarmos a pura, grande e alta cxpn:ssão de novo, ardente e seivoso civismo, que lii;ari indissoluvelmente os doil> países fratem06 - o cit ismo luso-brasileiro - de que João do Rio foi ontem o maior intérprete e construtor, e é hoje. para nós, e será amanhã, para os vindouros, o mestre e o símbolo imortal. Entre a assisti:ncia viam~. além de numerosas personalidades d05 nossos meios literários e oficiais, o sr. dr. Guerreiro de Castro, conselheiro da Embaixada do Brasil que representava o sr. Embaixador daquele pais, impedido de comparecer ao aclo. 38

49 GARRETT E HERCULANO HOl\1ENAGEADOS PELA CÂMARA Ml.JNICIPAL

50 fd C mm ""';âl"i"" L;,.,, <om"',, nunca a= loudwl, inicbti a d<' ~on..agrar a memüia d< ali;un' dos mai' prestimosos vultos da likratura nacional l'rigindo.lhl'< trn locais apropriado<. mon11m1 n1o,; qm. a par da homenagem e justiça que repr~-cntam, do i:r.idualmcnte embelezando a cidade, 1.io pobrl' cm obras desta naturcm. No dia :lí de )faio de 1 n;,o, cfcctuou-se na Avenida dn Librrcladc a cerimónia da inau goração das estátoa> a Alcxnndrl' llcrcolano e Garrett, da autoria n spl clivamcntc, de Leopoldo de Almeida e Barata Feio. \o aclo, que revestiu solenidade, assi,tiram os rcpre'icntantcs do',!'.. ~lini<tros da Educação!\acional e da!\ Obras Públicas, º',r>. l'rt,;idcntc e Vice-Presidente do '1unidpio, prof. Rcinaldu cio:. <;..~ntos, wreadores e funcionirios,upcriori:,. do \lunicipio, autoridad<-s. escritores e muito povo. O Ex.- Sr. tenente-coronel Álvaro Salvação Barreto pronunciou breves palavras alusiva.o; ao acto, afirmando que a C.\mara )lunicípal continuava por esta fonna a pa~ar algumas dívidas dc gratidão em aberto. Herculano, nascido em Lisboa, infcfüm1 nt1 cm local onde não é fácil instalar o merecido museu monoi:rmico relativo à sua vida e obra, foi uma figura alfacinha que a cidade deve amar e rcs1witar como seu filho, e, ao mesmo tempo como grande mestre <las letras pátrias e integro moddar profc:;.<;0r historiador. Almrida GarrNt, portuense de nascimento, dkw o sr. Presidente <la Cimara, açorcano de coração, como mai, dr uma vez..c confessou, viveu «m Lisboa grande parte da ~ua vida. Insigne literato, notável dramaturgo, político, romântico, mo=u na nossa capital vai faur um..t"culo. Não o 1>0<Jemo~ ('S(]Ul'Cl'r Por i"o se inaugura a sua l.,.tátua enquanto, para complcmc nto do nosso preito à mt>múria de tão ~rande português, se não a."'inala com uma lápida cxprt's>iva o prédio da Rua do Alecrim onde nasceu uma das suas obras-primas.viai;ens n:t minha krra ' Depois dos discunos dt> que damos um breve resumo, 4 O º' presentes assinaram o~ rl-..pt'ct1vo.; autos de inauguração. E a~sim vai a c.tmara Municipal de Lisboa. satisfazcn<lo velhas dívidas dt gratidão e afirmando a ~ua espírito. prcdilccçào pela política do

51 CORTEJO i\'o TEJO (Pintura à 61eo aobre t la atribuída a Nool)

52 O EMPRE DA CONJUNTIVA 1 A r u ruvi f \ '1- f\ u 1J u ~ Tu Pó r.. t lvl os COM NOMES DE PE SS OAS Em sessão da ClaSll(' de Ll'tras da Acaclt:mia. das Ci<:ncias de Lisboa, d" n de Fevereiro pas.>ado. foi aprovado o parecer <la Secção de O<!ncia.. Filológicas que adiante se traa-.creve, e que consta do Boletim da mt'sllla Academia, de JanO.m-Fevereiro de 1950 (pág. 2.J) São ab;;olutamcntc admisslvcis ao duas fonnas (Rua de Luciano Cordeiro, Rua Lu ciaoo Cordeiro) não ôõ no port~. nu.s tunbé:n no franoo.,,ng1i;,., alemão, e«:. A mesma di:.eussâo que ~ tem dado em PonusaJ, tem 1IUJll'ÍdO cm outro., palies, (X'C1l tcnd&lcia dos parti d:l.rios de wna ou de outra forma para uniformi?ar " ooime º - Sendo ad.nüo.o.rve;s as duas fonn.'\s, não vejo inoonverurote éll1 qut': se oooservc~n O!I nomes já estabelecidos l' aceites em qualqllt'r das fonna... A diven.idade tt'tll ioteresc;e até para conhecer as tendências que em diferentes l>pocas predominaram na formaçiío de:.tes nomes.

53 3. - Esta diveniidade inclui também um;i. diferença semàiitica. A forma como iie pod~ dizer respeito a wna. relação diiwta, concreta. do portador do nome com a rua (largo, praça., travessa) e pode exprimir também uma relação possessiva, no sentido de a rua ter sido dedicada, consflgf'ada à mem6ria de uma pessoa. A fomna!;edl de, pelo contrario, é uma designação mais tknica, de simples distinção, semelhante à. que se usa para ~ comerciais, estabelecimen. tos, etc. O tecnicismo e a tendência. de abreviação da linguagem moderna conduttlll naturalmente à. preferência do segundo tipo Se nem a lógica nem a correcção gramatical exigem imperio=ente uma das duas formas, também a história da língua ou vemaculidadc uão impõem nenhuma como exclusiva. mente autêntica. Como outras ~ românicas, o Português emprega como forma única a cidade de Lisboa. mas diz o no Tejo, etc. Todavia em João de Barros eooontra-se a cidade Goa, a. par da..cidade de Lisboa. Este assentimento a formas discrepantes mostra os limites de atitudes dogmáticas neste campo. Nestes termos, julgamos ponderado e aceitável o criténio adoptado pela Comissão de Topo nlmia da Câmara Municipal de Lisboa, que preconi7.a. o emprego da preposição de quando houve relação directa do portador do nome com a rua e simples j ustaposiçâo n0s outros casos. Lembraremos, porém, que se nos a.figuram, porventura mais razoáveis as fornnas Praça de Luls de Camões, Praça de D. Pedro IV, Praça do Marquês de Pombal, quando as e:;tátuas dos três dominam verdadeiramente as praças ccdeles>>. Lisboa, 16 de Janeiro de (a} G1~tavo Cordeiro Ramos. Daqui se conclui ter merecido a aprovação da douta Academia das Ciências o critério já. adapta.do pela Comissão de Toponímia da Câmara Municipal de Lisboa, o que muito n<>s apraz registar. 42

54 O AQUEDUTO DAS ÁGUAS LIVRES A CONDUÇÃO DAS ÁGCAS AO BAIRRO ALTO Na suposição de que o Rei houv~ de o encarregar da direcção da.s Águ;15 livres para o Bairro Alto, oo aoo de 1731 Manuel da Maia prevmai-se com algumas ooosideraçoo; nt"ol!s6árias a esse fun, para as oferecer ao monarca.. As considerações foram reduzidas a oito pontos ou perguntas, às quais correspondiam as n:spostas ou ll!sõluções; e adicionou outras tantas explanações justificativas, para quem desejasse maior expansão no assunto. 43 No cnla.dto, sabendo Manuel da Maia que D. João V incumbira de tal diligência o arquitecto regio D. António Canavari, por ns.~im lhe ter afiançado o prior de S. Nicolau, padre João Antunes Monteiro, conservou em silêncio seu trabalho. Tendo, porém, a.quele sacerdote lhe dito

55 44 qce o Magnânimo ordenara qoo as consiclcraç.õe> f~m à,ua prrsença. Manuel da ltaia apre SC:'lltou ao moaarca o que sq;oo em rtscmo, visto certas cltplanaçõcs. quase toda~ prolixu e de periodos extmsos. não interetisu'clll à história da cidade!. po11to. - S..: havia.lgua que mm.'cesse ser condu.úd.a ao Bairro Alto: e se cra ba:; tantc, para se di tribuir pelas partt"s conwnicntes, :is~im do mesmo Bairro Alto. como de outras partl's, onde fosse llt'\:essárío. l'ào Wta\ã água e bastant.c, para se conduzir ao Bairro Alto, e boa na qualidade. como constava da apro, a.ç-;io do Físico-mor do Reino, o Doutor l\lanucl da Costa. Verificava~ a abundância de água por. no mh de Setembro. &6 a ;i+:ua livre, quc aia «debaixo da figueiran, lançar mais quantidade qut> 09 três principai~ chafarizes de All:ama, de que sc alirn<-nta\'am as cidadc$ ocidental e oriental, que mun os c-hafarizes de El-Rci. o da Praia c o dos Pau> ou Pipas. Nos meses antes < depois do Estio. a Agua li\-re apn:<enta"-a->e tão SUjl<'rabundante, que excedia mais de quatro vet.es os dito> tr\, chafariz.,,.. Contando o chafariz dt El-R< i ll bicas, o da Praia.'i e o doo Paus 4. que perfaziam 15 bicas, acbavam..e os mais dele:>. cm Janeiro de 1700, com 2 aneis e mclo de água. c só a bicas do chafariz de El-Rci e uma do cllafariz da Praia Jança.vam 4 anéi:> que ao muíto, em todas as 15 bi~as,.;e completariam 46 a ncii. de água. E. neste- mc:<mo tempo c usando do me,,mo modo de medir. se tinham achado mais de 200 nncis sómente na água livre da Figul'ira, não falando na água da Fonte Santa, na do Salgueiro e na de Vai de Moura que, juntas com a de S. Brás, faziam mais de 100 anfu. al<'m dos 000 rekridos. Ainda que c ta última dl S. Brás padecesse de notivel diminuição no Estio e as outras também o experim~ntassem, P<»lo que em muito menor excesso, nunca a falta de água chegava a ler tanta, que não ficasse. naquele tempo mais seco, ai; ditas 4 ~. excluída poc inótil a de S. Br.6. com mai quantidade de água que os ;j chafarizt"s de Alfama tinham na força do inverno. Em Setembro de Manuel da Maia e Manuel de Azrvedo Fortes, Engenheiro-mor do Reino. com ordem de D. João V fizeram uma observação no; chai:a.ru.e> de Alfama e nas águu livres. Havendo, naquele tempo, maior falta de :il(ua. adiaram nos 3 chafarizes de Alfama 36 e mclo aneis de :lgua e na água principal. livre 40 aneio. Destes a chafarizes, poderiam,.air os desperdícios do caminho, fartando os que queriam que os aquedutos, ainda depois de hurnod«idoti, diminuam muito as águas. E não falava também na prometida pelo wdor dela-. Frei Domingo.. de S. Jo8.o Baptista. nem nos que ~ariam ver dc>cobertas próximo do caminho, por onde o aqooduto viesse, querendo stgllir o método que em Mafra adoptara o woente-<:0roncl D. Filipe Galivá. E a Manuel da Maia partcia mais..eguro prometer mcnos água, para na exec'ução aparecer muito mais. Se este. chafarize:. oiocõniam amba.; a,; cidad.:... por que não ficaria mais bem servida sõmcnt.e a Oci<kntal com quantidade maior? Se 42 amis <le água mal repartida acudiam a duas cidades. octra ~ua muito mais dobrada. do boa qualidade e mais bem distribuida, havia de saciar uma só cidade com muito melhor cómodo. ficando também mais degembaraçados os chafarizes de Alfama do tumulto ~m que se achavàm. Para se CODS4:1'-ar as águas abundan'-5 e incomiptas, Ma.ia aconselhava os reservat6rio3, em que ficassem fl.'clusas, largando-a.~. todavia, pela parte inferior e rece~as pda parte scpcnor. Movendo-se deste modo continuame-ntc, livrar--.c-iam da corrupção.

56 2. poni.o. _ Se era possfvel que a dita água pudesse vir a qualquer parte do Bairro Alto. A água para o Bairro Alto teria de vir ao Convento dos Ingleses de S. Pedro, o sitio mais alto daquele bairro. Por uma observação mais moderna, a água livre ficaria mais alta que a portaria do «arro de S. Roque>>. 3. ponto. - Se deve ser cond01.ida por canos fechados e de repuxo ou se horizontalmente niveladll.. Nivelada horizontalmente, parn em primeiro lugar evitar o perigo de se poder suspender o curso das águas; e só em algumas partes, onde fossem precisas grandes alturas de arcos, se poderiam usar de repuxos, pelo 11interimi1, enquanto a fábrica dos arcos não estivesse executada, para não deter o efeito do aqueduto, no caso que, nas outras porções da obra, rrnüs ligeira, se achasse incompleto. Baseando-se em considerações de ordem técnica, Manuel da Maia rejeitava os canos de repuxo e os canos de ferro, usados recentemente em França. As razões haviam sido expostas na conferência que por determinação de Sua Majestade tivera com o Padre João Baptista Carbone, secretário particular do monarca, quando o Senado da Câmara se achava em termos de ajustar ou por em prática a obra com um estrangeiro, que a queria emprt:endcr por meio de canos de forro e de ropux.o. A c..xperiência mostrara que os canos de repuxo estavam expostos a contínuos embaraços e a consertos, como nos chafarizes do Rossio e do Terreiro do Paço. No entanto, admitia os canos de repuxo em alguns casos, se houvesse de se fabricar arcos muitas vezes dobrados pelo «interim», quando a obra se achasse muito avançada.,t,. ponto. - Quanto devia ser a queda ou correnteza a dar ao aqueduto. Maia reconhecia por insuficiente correnteza a de meio palmo por palmos de comprido, que valia o mesmo que a cada 500 palmos um décimo de palmo; mas não teria dúvida em oonduzi:r a. água. por um oívd especial continuado, sem lhe determinar correnteza alguma. Todavia, na. explanação opinava que a quantidade de correnteza, a respeito de comprimento, bastava meio palmo por palmos de correnteza. Nesta. <.>xplanação, Maia continuava a defender a construção de reservatórios. No último arco de descanso da água, próximo de Lisboa, se principiaria a assinalar o nível e continuá-lo às precisas tangentes, de forma que, afastand<ke cada vez mais do centro da Terra, fosse formado um polígno excêntrico, por cujos lados correndo a água sempre se acharia çom tendência ou inclinação para o «cálice», e se passaria a ribeira de Alcântara e depois a baixa de outra n'beira, na estrada da Porcalbota, sem mais nem menos altura de arcos da necessária para. deitar água no ucálice11. Era este método o melhor de nivelar, porque no presente caso seguia-se o estilo das apalpadelas. O cuidado de segurança dera em sustos, como o próprio arqwtecto do Reino, D. António Canavari, confessou em uma conferência, que sobre a matéria se fizera em Março; e o Engenheiro -mor do Reino, no paço real e na presença. do prior de S. Nicolau, dizendo que sempre estava com muito susto, enquanto não visse correr a água em Llsboa. O arqtritecto Leão Baptista Alberto havia sugerido a idéia de se fazer, em Campolide, um 45 reservatório para água das chuvas, e Maia prqpunha o sítio para. o reservatório entre S. J oão dos Bem Oisados e o Rato, o que dependia da altura dos arcos na ribeira de Alclotara e os da baixa da V enteira.

57 S. 0bre este projccto. Manurl da )\11ia cuidadosamenl<' de;enhara uma carta topográfica do terreno de toda a obra e circunvizinhanças, que j~ uha\ia sido vista, sem que tivesse aparecido outr.rn. 5. f>o1uo. - Que forma drviam de ter os cano. e o aqueduto e qual a sua matéria. Os canos S<riam de tal forma, que se pudes-.e rever e limp.1c todo o aqueduto, livre de qualquer embaraço. sem suspensão no curso das blcas, por mt"io de dois canos de mármore, de palmo e quarto de boca cada um e outro tanto de alto. Teriam também. pela parte interior, 5 palmos de largo ou pouco mais de 10 até 12 de alto, dívidind01e a altura em trêi parte:;, a do meio de 2 palmos e meio até 2 palmos e tr& quarto., e os dot' lados c:< m palmo e quarto cada um para dois canos de pedra., que beriam outro palmo. Um doo; e.anos servia para descansar o outro, enquanto se limpaslic ou consertasse. o~ canos seriam de pedra. poi<, além de outras convc niências, poder-se-iam fabricar canos horizontais. Para se J:VTar a água dos ardores do sol e também dos vc.ntos. que diminuooi as ãgaas, visto que nos anos de mutilo '-ento as águas escasseavam, o aqueduto devia de ~r tapado. Na cis~ma, que havia pouco tempo..., dc:;oobrira em Setúb.U, da qual não se tinha noticia, achou-se a igua petfeita, que a.:;sim participara. a Man~I da )!aia o sargento-mor ooqutla. praça, Francisco Pereira da Fonseca. que não bebia de outra. A ~a dos montes é "<'mprc a melhor e a mrus frc"ica. Por tais razões, pareceu ao dito Engenheiro-mor do Reino que se foanasse a linha do nível eócostada aos lados dos montes, que ollias:.cm para o norte e para o nascente, para evitar o sol do ocaso, por ;;e achar o ar já multo rarefeito das horas meridionais. Seria conveniente, por isso, faur ~ aquedutos entemidos aos lados dos montes, de jeito a ficarem com alguns pal'tlos de terra sobre si e por este modo i>oentos do sol, da poeira e dos ãnll=is rfptis e a.lados. Ma.ia era ainda de opinião que o aqueduto fosse todo óc lajedo, assim como a ab6boda, com algumas partes na distànda, umõl$ das outrns, de 2.r.oo palmos, para limpezas, conserto& e \'eotilações, sem ralos ou grudes, a fim de impedir a entrada de cousas estranhas. As portas ou postigos seriam de bronze. No aqueduto de 10 palmos de alto, não eram precisas pias. Só nos ângulos, em que mndasie de caminho, é qne seriam 90frfrcis, para af quebrar a correnteza da força da ãgua na face oposta à corrente. Como não fossem prejudiciais ao aqueduto as pias, não se empenhava cm impugni-las. tzma pia receberia a ãgna de dois canos, com ranhuras nos dol lados, para, quando se qui>esse limpar por uma parte, se pudesse impedir a comunicação pela outra, por meio de amas corrediças, tudo, porém. de lajedo. 46 G. portto. - Se todos os canos haviam de ser da mesma matéria e da mesma forma. O aqueduto de\-ia de ser feito da JTK.,;m& matéria e da me.ma forma. mas os ramo, particalarcs para os chafarizes teriam de sair por baixo do terreno e ruas da cidade e poderiam aer de estanho, onde fosse preciso haver repuxo para a. ãgua subir. Onde se~ o ttpuxo, "cano; seriam t..un~ de pedra. com cavahlras proporcionadas, co~rtos de lajedo e bem acompa.nbado9 e carregados de parede. ~!afa não se 6a\'a das juntas no ca.nos de pedra nos repuxos, por ma.is unidos e betumados, senão de C tanlio, por as soldaduras do mesmo metal!<erem maís firmes, dci;de que o estanho fos:>e sem mescla de chumbo ou outm metal.

58 A experiência mostrava que 05 manjares, quentes ou frios, não atraiam o cheiro ou o gosto do estanho. Rejeitava, portmto, o chumbo, que se podia aproveitar em jardins, mas que comunicava. más qualidades à água, al6m de que o estanho era de maior duração. Se o ferro se pudesse soldar com ferro, seria bem empregado; mas, desde que se soldavam as junturas com chumbo ou com coiro e como da conservação das soldaduras dependa a inteireza da água, não se devia de empregar o metal em que a sua união ficasse duvidosa. Pelo que tocava a ser o ferro tão Sàlutifero como o estanho, Manuel da Ma.ia tinha nisso grande dúvida. A folha de Flandres era coberta com calda de estanho e dessa folha é que se faziam as cafeteiras, não se admitindo a folha que não fosse estanhada. 7. ponto. - Em que ramos ou fontes se distribuiria a água pelas partes das cidades de Lisboa. Maia respondeu a este ponto que, em 12 chafarizes, divididos pelas seguintes partes, que acomodavam a quantidade de água do tempo mais estéril, para mostrar que, ainda quando nunca fosse mais, sempre era muito conveniente à soa condução. Luga"'9 Bic:t~.\néis S. Roque, junto ao Passo......,,. 2 4 Junto a S. Pedro e S. Paulo " Fronteiro ao Poço ~ovo, na fronteira entre as duas ruas Corte Real , Pé da Calçada de Santa Catarina a Portas de Santa Catarina..., Ti>rreiro do Paço Defronte do Carmo..., Defronte de S. Nicolau..., Hospital Real...,..." Chafariz do Rossio (água deste chafariz deve ficar ao Socorro) 4 6 Santa Marta, à Cru.z Total Poder-se-iam fazer mais três chafarizes, um no Campo do Curral, outro no Largo de S. Paulo e out:rc no Largo da Esperança. E, pelo que respeitava aos tanques, que se formavam com as águas restantes, seria conveniente fossem separad0s d0s chafarizes. com bastante dist!ncia, para evitar o descómodo e confus-dõ que as duas cousas juntas causavam e também seria mais limpe7.a beberem separadamente os quadrúpedes. 8. ponto. - De que modo se devia de principiar esta obra e com que disposições e dlutelas se poderia concluir. Segundo Manuel da Maia, a obra havia cte se principiar dclineaooo-se e marcand<h;e toda no terreno, com tal arte, que se pudesse trabalhar cm muitas partes desunidas, com a ~rteza e segurança de que, quando se viessem a encontrar, se ajustassem sem 'Um palmo de mais ou de menos, e também se pudesse fazer a observação em toda a distância do aqueduto, com uma caiba de madeira de 100 palmos, no meio da qual, deitando-se alguma água, mostrasse o ver- 47 dadeiro efeito. Assim preparado o terreno, eleger-se-iam mestres, aos quais se repartiria a obra por porções diversas, para ser avaliada pelo medid<>t1 que, jiµitamente com 0 arquitecto, assistiria e a visitaria.

59 48 ao menos dua' \'ez~ por 'emana. A cal e o betume seriam, porém, dados por conta da obra e os oficiais e trabalhadores, ainda que trabalhassem por ordem do,; mestres, teriam de ser pagos pela mão do tesoureiro da obra, e \'igiados por eles. A obra não seria manejada por demasiada pressa; e, para que não pa.dccessc de algu.ma falsidade. impunha-se o dever de os oficiais não dependert m dos mestres. Desta maneim seriam pagos todü as semanas, trabalhariam bem e muito, porque andariam contentes. Esta oova forma de pagamento fazia mai9 efeito nos oficia.is do que manter ollx'ir0& e apontadores. pos.tos por coota da obra, por e=;tes ordinàriamente não entenderem do modo de obrar; e o mais que podiam fazer era ver se os o6áa.is moviam as mãos, ignorando se o trabalho corria bem ou mal. O ter tocado na matéria de apontadores, obrigára Manuel da.maia a declarar que a sua escolha. ora mui difícil, por mais das veza; se fazer difol'('qtorncotc do que pedia a ocupação. As condiçõc,, que se lhes costumavam procurar era se sabiam fazer um rol de nomes, como fossem apontadores de trabalhadores e não apontadores de obras, cousa mui diferente. O a.ponta.dor de obras teria. de i;cr bom medidor, para a,,."'ntar as medidas de tudo o que ficas&e oculto e enterrado, e dos tntulho,, que depois se não podiam reconhecer, por maiii das vez.ea 9el'elll u medições de maior dificuldade. Devia tamboo\ entender e ter bom c:onlll'cim(:llto dos ma.teria.is, para sôrnente con>mtir &e empregassem na. obra os mel.botes e não deixar que nos amasi;adoiros se misturassem as caliç~. E, por último, independente dos mestres, para não se corromperem, cscolher-s&-iam homeno. robustos, que não tertle65clll os ardores do Estio, nem os rigores do Inverno. A cal e o betume não deviam de ser postos por con'la 00. mestres, para que não pou P=>Cm a cal e o betume não fosse fdto <:0m reskluos de azeite, porque a cal é a pregaria da obra. Tanto pelo medidor. com pelo arquitecto, a obra seria visitada. duas vezes por semana, a fim de e..it.ar que os mestres não cxocch:ssem de coisa alguma do que se lhe tivcsoe orcknado e se lhes a.talbaslem de princípio oa enos, porque podia sw:edcr que o,; apontadores não 90Ubcsaem da justa noticia do que se lhes pcrgunt.a.!bc. Como D. João V tivesse mandado ver por uma junta estas proposições, a Manuel da Maia pareceu boa conjuntura tirar do silêncio alguns pontos e ta.mbém expor as adições que seguem. Os 3 chafarizes principais de Alfama haviam de se conservar em um Wú.co encanamento, paza e..itar o perigo de que a '8ua. misturada com outni.>, ainda que uma boa de per..i. produzisse depois composição inferior ou ruim. ~laia citou a opinião do Doutor Castelhano D. Afonso Limon Monteiro, catcdnitico de medicina de Alcalá de Stenare:., e.m seu livro Espejo de dguas cf'ístalim$, que condenava as misturas de diversas águas, as quais, contendo minerais que não fossem perniciosos ou mortíferos, misl'urados podiam compor um veneno corrosivo. J ;\ por..jvará de 17 de Abril de 1598, que se achava regí>tado em o livro do provimento da. água, que se encontrava no Senado, ~ determinou que r.e toma!<..;e a água das casas de Francisco de Sousa e..e levasse ao chafariz de El-Rei. em cano separado, sem se mi>turar a outra água dele. L«nbrava-.e Manuel da Maia de que a fontainha, que ficava no caminho que ia da f~gucsia. dos Anjos para Arroios, lança.va mui apreciável água enquanto -.e lhe não misturou outra de novo, com a qual perdeu toda a ei;timaçào, supondo que, por não mandarem fazer algumas braças de encanamento para a segunda, se deitou a perder a primeira ou talvez ambm.

60 A ramificação, qup no ponto ~limo se Ji\'idi.i <m I:! chafarize5, devia-se aumentar, lançando um ramo que pu<ie;.;,e ir largar 4gun ao Campo do CuJTal, Olarias, alto da Calçada de Santo André e Umoeiro, para que a.qu..ta- partes superiores, a que r.c fatia dificultosa a condução das águas, de que se alímenta\'am, fica,...,m 5000rridas com mais sua,;dade, pois concorriam proporcionabr.cnk para a dt-sp.-sa da obm. E não teria dúvida d<' que se fí.re..sem mais <t4;11ma_, bica~ em partes que se reprcs.:nta>-<-m coll\'enientes de completar ª' já n:leridas. Era também de opinião que não &e fi4to>c encanamento de pedra que cxccdtssem de 250 anéis, por.er ma.is cómodo e de pronto fabrico ª',;cotar vários encanamentos menores debaixo d<' um aqueduto e.paçoso, do que entrar nas dificuldades de pedrariru. de grandl'1.a maior da ordinária, Ch Romanos costumavam sobrepor um ~queduto a outro, quando conduziam de novo alguma ~a. Não lhe parecia ser esta obra principada pelo estilo mai; metódico, poi~ isnorava oe a eleição do caminho se faria com a diligência e a txação que a obra estava pedindo, que se resumia em o Director elaborar uma planta ou carta cxacta do terreno, sinalando sobre ela todos os caminhos, pelos quais a água podia. ;cr conduzida; e juntamente seus perfis, para que, por t'í>"lt'> íundamffito,,,,e poder fa7, r um jul10, a._.,.im do. compriment~'. oomo das alturas competentes, por uma racional e5c:olha do L"alllinbo mai> conveniente. E por el>ta. íocma se faria constar aos que tivessem alguma noticia d~ta matéria, como ao povo, que se procedia com a cautela devida. Como, porém, não tinha vi.>to, nem haviam sido patentes estas circunstâncias, conf~wa quc não ~.a.e tal modo de proceder "" adoptava cm obra de tanta consequência. Esta matéria já estava csludada e ponderada pclq> antigos, de que h.1via wn livro, que continha uma representação que o Senado nc:-se tempo fizera, instruida por Loonudo Torroano. Tocando no assunto, referia-oe a um aqut-dulo d~ quase duas léguas o m( ja de comprimento. Todavia, ainda. que naquele tempo tu<lo fosojc pdo m.. lhor, podia <>S'.ar o tem-no mudado e altrrado. De algum.as incoerências cal.a'ª.obre o li\'ro das ãgnas e da repm;altaçio exposta pelo citado Torrmno, pois era escusado perguntar a quem já não podia respooder. A estas permissas e fundammtais diligência,,.., deviam de seguir a balizaçio do caminho escolhido, detemúnando as alturas ~'Cisb. para que, mandando-se trabalhar cm muitas e quaisquer parte:; dc$1aeadas, se pudesse executar a orôcm sem receio de peroer um palmo da. obra, nem f:ucr meno:. do necessário; mas, como nilo via qne se ob:iervas:>e eo;te método, temia que, podendo a obra ser feita com mcno:. ga&to ou,;ó o preciso, se lhe acru>o<:n\.as5<'m despesas sem se obt.ce melhoria, antes algum prejufao. Porque, no caso presente, nenhuma dificuldade havia em pôr a âgua livre no Bairro Alto. No que se havia de pôr era o cuidado em determinar o preciso. para não gastar o superfluo. E era este um dos póncipais estimulos que obrigavam ;\[anuel da ~laia a esta proposições e ndiçõcs. cm que, se não acertara no di-corr<r, permadia-se de não ter errado no que intentara. :\tanuel da :\laia a:>sim terminou seu extenso relatório: Serlhor. - Entre as gloriosas acções dt Va<sa llajestade, não de\'e ter o menor lugar a do esperado aqueduto hã mais de um,.éculo, porque se o :\láximo nome de Pontifice te\'e 4 9 origem ou da fábrica das Pontes, como diz Varro, ou a Pos~ fa.cere, como di~ Scevola, quem podcrâ ddxar de reconhecer cm Voss.1 Majestade o mais Soberano Nome, pelo excesso. que esta obra terá às mais elevadas ponks: tcri cxce"' no proveito e tera cxocs...;o na grandeza.; no

61 proveito, por ser para SOCOITO eterno da melhor e maior parte de uma Corte tão vasta, que se dividiu em duas grandes cidades; e terá exce::.so na grandeza; porque há-de compreender muitas pontes e muitas fábricas, cada uma delas capaz de um l\uximo Nome; todas as obras de Vossa Majestade por m:tgnlficas lho adquirem, mas esta ma.i.or que todas as outras e mais sólido, porque oom especial di.<tinção vai aoompanhada da brilhante tocha da caridade, sem a qual todas as outras, por sublimes que sejam, ficam às escuras: Tres suiú, qui testimc11ium dllllt i1t 1#-ra, Spirilws, Aqua, et Sanguis, Aquat, et Songuini Spiritus additur, quia sine chorito~ quicquid hjjbeas mml protkst, disse S. Bernardo. E suposto não tive forças para ser encarregado de tanta máquina, mostrei ao menos a prontidão de ânimo nestas prt'parações, com que me tinha antecipado, que em terem a felicidade de Vot& fllajestade as mandar apa.reoer na Sua Real e Soberana Preseoça, se esquecem tanto do fim para que foram formadas, que já se não lembram da sua própria naturc:ia. Letlwi ad fulmillis w11dam secwros latices, et longa obliuio potant. Virg. 6. Heo. Senhor. - B. O. R. P. D. V. Af. - Manuel da 11..,,a. Li~ Ocidental, 6 de Novembro de 1'781 ('). 50 ( 1) CocWderaça.. IObre o proj«lo da cooduçao d<le Ãguaa, chamadaa LivttS, ao Bairro Alto e expl& nação tobre as COR11iderações oforecidu ao ~nhor D. João V, po< Manuel da :\faia em 1781, códice 49-Xt-90, da Biblioteca da Ajuda.

62 O AQUEDUTO DAS ÁGUAS LIVRES E O CLERO Em 8 de Julho de 1'7'29, o Senado da CA.mara Municipal de Lisboa dizia, por escrito, parece que ao Desembargo do Paço. que intentara remediar a grande necessidade que os moradores da cidade experimentavam com a falta de 6gua para beber, do mesmo passo que gastavam para a adquirir no serviço de suas casas; além de que não podiam -.'Vilar a excessiva despesa, que se fazia com a condução dela com serv~ntes. cavalgaduras e carros, por ficarem as fontes distantes e pela aflu~ncia de povo, e com mwto incómodo e trabalho encher as vasilhas. Para suprir tai~ que viesse a água de Belas aos sitio,, mais altos da cidade, para o qual contribuiriam pelo modo mais suave, por uma imposição moderada no vinho, carne e «outras usuais», proporcionada à de;pcsa. inconvenientes, deoejavam os moradore> de Li:.boa um aqueduto, em 5 l

63 52 Entrava, porém, na dóvida se os eclesiásticos, igualmente com os seculares, esta.riam obrigados a contnl>uir para esta obra ou se seria preciso o «assento apost61icon e concorrerem os demais requisitos. Sobre l'stc óbice da questão, respondia o Senado que, se o tributo fosse aplicado para obra conveniente à necessidade pública, ainda que se desse, por consequência, em utilidade particular dos eclesiásticos, assim como a construção de pontes ou muros da cidade, podia entrar esta dóvida e a grande controvérsia com que se envolveria, dividindo-se em classes, seguindo uns a resolução negativa e outros a afirmativa. Quando, porém, a contnõuição era aplicada para uma obra que respeitava à utilidade dos eclesiásticos e dos leigos, posto que secundàriamente dela resul!a<se proveito público, assim como tapadas e marachões, a fim de se evitarem as quebradas e inundações de rios, e outras semelhantes, para W obra não se necessitava de «assento apost6licou, nem do concurso dos requisitos; e, com esta distinção, de comum acordo recebida, cessava a dúvida e compunham-se as opiniões. E a razão cm que se fundavam era porque, quando as obras públicas cedem imediatamente em utilidade do clero, o conlribulr para ela,; não ofende sua excnção e imunidade, porque não é tributo que se pague ao Príncipe e Senhor, reconhecendo sujeição ou superioridade, mas retribui e paga a despesa que se faz com a utilidade própria. A imunidade eclesiástica consiste em se conservarem os clérigos cm sua primeira e natural liberdade, mas não em tirar lucro da despesa alheia e da obra feita com o cabedal dos senhores. Nem c,tcs çontribuem, caso se congreguem juridicional e autoritàriamente, mas canonicamente e por natureza do negócio se faz prejuízo se cobrem por oficiais seculares, e a obra se faça pela direc.;ão do Senado ou de algum magistrado secular, porque de outro modo não se conseguirá. O Cardeal Luca de Regatibuy, no «Discurso 39, sob o n. 0 10», figurando este caso de que se traia, resolveu que, se o aqueduto for constrnido para fazer uma cidade mais vistosa e apra- 7ivel, com muitas fontes, e não necessitar das águas para comodidade dos moradores, e tenham a que lhes baste, sem grande despêndio. então procederia a primeira parte da distinção e não >e poderia dizer que é obra imediatamente em utilidade dos moradores. Se, todavia, pela sua situação, estiverem as fontes distantes dos moradores com incómodo e d""'pesa mandam conduzir a água, sem dúvida o aqueduto será de utilidade particular de cada um, porque lhes evita a despesa que fazem pelo uso da água. Assim, a contribuição vem a ser uru ueg6cio útil e não se pode chamar tributo, nem dele se hão-de isentar os eclesiásticos; e nenhuma comunidade ou casa particular havia nesta cidade que não fizesse considerável despesa na condução da ãcua. Mas, dado o caso que no vinho, carne e outros géneros, que se vendem, se impusesse tributo para outra obra menos útil, e indistintamente aos que os vendessem sem a excnção de eclesiásticos, não se pode considerar ofendida a imunidade eclesiástica, ainda que os clérigos cuidem em comprar o vinho, a carne e outros géneros mais caros, E é esta a opinião comum dos teólogos mais farrugerados, que citam e seguem Castilho de Pertui. Veio mais em dúvida se o Senado, de per si e sem autoridade régia, podia impor esta contei buição. Pelo direito comum, esta questão move-se no livro que largamente escreveu Balmaseda; mas, do direito do nosso Reino, é este expressamente proibida pela Ordenação, livro I, n. 66, 340. E assim é necessário que Sua Majestade dê faculdade para impor no vinho e «outros usuais11 urna contribuição moderada, para que ela se faça o aqueduto (1). ( 1 ) Pa.ta 5~-U-l, Documento n. 106, da.biblioteca da Ajuda. 'José B>tevam.

64 ARRAIAL Noite de S. João. Oiço os dcscantc11 dum baile popular. f\º alto, a lua, lindo balão, sobe no céu, fluiu~ sobre a Cidade. Enlaçam-se os amanttls na volúpia da noite. Estralejanlt.>S, cada foguete é uma espada nua, risca no ar gestos de luz... A rua é um bazar de anseios perturbantes! J6vem, de branco, um marinheiro leva pelo seu braço uma gentil moren.i, também de branco. E somem-se na treva... Há bailes de bébés pelos terraços. E eu volto a casa só, cheio de pena, trazendo um sonho morto nos meus braços! Américo Durão 53 Do Tomb<lla, 1919.

65 PRIVE RA VISÃO Wbat beautin doth 1.i b<>n lirst unfold 1... Shining far, ctl"tio.1 IM'"'m" to be. Para quem vem de longe e de longe se extasia!\a contemplação da cidade sempre bela,!\u uu &ele colinas em hannonia, ;-\o seu encanto e na sua doce magia, :-:a visão de " nho que em tudo se rcvda, Li boo, partee, à luz diáfana do dia, Urn par.il&o, cuma visão celestiab, A mais fonnosa e a mais deslllll1brantc tela, Que nos poentes de gritan.tes lumaréus, Fosse pintada pela própria mão de Deus, E por Deus emoldurada no a2ul igual Das águas e dos céus! l..tlrd BYRON. (-C!nb<o das Sete Colina. por Antl>n10 BoptU.t.a Borges). LT MA VISÃO 54 Um dia, ó cidade,,._-mprc bela, Se Deus ajudar meus ideais, Partirei de ti para outros mundos; Verei outras terras, outras gentes, (Que é ânsia de todo o português, Percorrer ao menos uma vez, Países e raças diferentes!) Andarei por cidadlii 1fülanlco;, Ao sabor de outra multidões; Pressentirei outros coraçõ<s; E outros aromas enchrúntcs Virão encher de doce harmonia Os meus ans.:io. i;crnpre colbtantes De vida vivida cm poc'sia... Depois.. vollan'i aos tcw; encantos; (Partirei <li! longínquas cidades, De remoto,; e liilranhos íl'calltos, Cheio de imagens ç cheio de saudades) E verei, enfim, ao regressar, (Pressinto etila verdade a bailar, E em tudo t:la l'c me revela) Que nada ~ lt' pode igualar, Que no mundo tu (,. a sem par, O cidade eternamente bela!... (...cã.ntico tl"t., ~t,. Colinl\ti4 por António Bapti>ra ll< rses)

66 fl!sta DO VALE DO PEREIRO (Pint.,,.,. a 6leo aobro tew. Au. Crntin<>, 1859)

67 LISBOA E.JJAS PE... ULlhr1..~J... DES. EM T1TCLOS DE PEÇAS TEATRAIS Nos seguintes meros &ub~!diffi para um recanto, que me parece pitore:;co, da «fjcli~ histoire» alfa cinha, constr34:í-mc à linutação de não copiar de novo o verbetado, d~,;cnvolvido, - e, quando calha, faociosamentc criticado - em A Car14ra do Artista do empru.;ário-autor Sousa Bastos. nem (ainda menos) o vinculado por maiúsculas Histórias da. literatura Dramática em Portugal. Mas, a esta limitação, procuraram as minhas modestas agendas e ficha.. cootrapor o qne, em cer1a medida, me pan'oo illkrj>relafão exunsiva do ~toso tema a gl09ar. Como? - Não restringindo a memória de cartazes, programa.. e co/>las aos que, expressamente, anunciam espcc 55 tãculos com a linda palavra LISBOA em chamariz,-mas estendendo-a ao:; que espevitam apetiks espectadores com o popularismo de pitéus típicos de tabernas e hor~; com o de festividades bairristas ou os próprios nomes dos bairros, dos rocantos, das figuras da RUA ou da POLITICA

68 56 (noutros tempos...): com o grito aliciante de pregões, C..'Cclarnações estribilhadas, divertimentos do poviléo, bebidas, fados, - o que, resumi.odo, tenha o aroma de pureza e pecadilho desta oo-s:i. LISBOA de marcha.s, humildade, rapioca e sátira. E a-.im, mais ou m(no;;, se entender<\ a incompleti>sima lista, st-m si~tcma rígido nem pretensão erguida, que s6 tenho espaço para alinhar, pedindo vénia, após exprimir que a sugestão para esboçar o começo d<l rol me veio de ler que o afortunado e popular empresário do Coliseu dos Recreios, Ricardo Covões. queria, para uma rvista-fantasia de 1950, o título LJSBOA é Ccrisa Boa. Em muitas outras peças o nome da nossa animada Capital é bandeira de Cxito e guião de graciosidade. 11 tcut scig~ur to1i.t lwnneur: Mestre Matos Sequeira chamou muito bem LJSBOA a sua peça em 3 actos e 5 quadros feita <;<>bre n comédia ULYSTPPO de Jorge Ferreira de Vasconcelos, e representada no Teatro :Sacional D. )laria II, em récita de gala. - dentro das comemorações do VIII úntenário da tomada da Cidade aos :'.loiros-, na noite de 25 de Oul1'hro de li"lisscs cm U»boan foi ópera do setecentista Franci5co JO>é Freire (Cánd1do Lusita1w) muito anteriormente, pois, a ~rvir de nú~o no Tim-Tim-Por Tim-Tim, de Sousa Baotos. Todos sabem de O Aforgado ~ Fafe em Lisboa, apupo e faoécia de Camilo. :lfeno,,...aberão tahcz que pode con,,iderar-se primeira Revista.do-Ano (as opiniões partilham-se, entre ela, o Fos!tilismo e Progresso, do Bar;io de RoUS.>ado, e o Festejo di<m Noivado, de Brás :liartin~. o da cé:ebre oratória conhecida por Sa11tc Ant6nio) a obrinha de Francisco Palha, Lisboa em JMO, escrita para o 2. 0 Teatro do Gin:\sio, que se inaugurou em 16 tk ltla10 de 18f.6. Um passeio por Lisboa se intitulou revista por Pietro (não confundir... ) Barberá e Car valho Júnioc, música de Rio de Carvalho, estreada em 25 de Agosto tk 1889 por uma Companhia re:.ultante da fusão da de Zanuda, do Real Coliseu (onde foi o espectáculo) com ou!ta, franc~a. de Varíités et.vouveaut<'s sic - que estivera no Rutt dos Condes e lã n:presentara sem êxito, a optreta pa.r6dia ao uothello», O,\'egro tk Alcâniara, de D. Thomaz de 'llcllo, com mí1-;ka de Stichini. Este maestro, que >.: chamava Plãcido e foi o feliz compositor do Tiin-Tim, foi-o também de Lisboa em Camisa, apro\-citadora, cm revista, do titulo de Gen:âsio Lob.1to, t>m no\ela de esca"gallsar a rir, como " portuguesinh0s gostam. - Quem, tendo idade para tal, não recorda Adelina Abranches em «0 Gaiato de Lisboa>>? Era uma imitação de Le Cami" tk Paris, por Bayard, representada pela primeira vez em Portugal há muito mais de um século: em 22 de Fevereiro tk 1838, no velho Teatro da Rua dos Condes. Houve uma Lisboa 114 Pândega, revista estreada no Teatro do Rato em 9 tk Fevereiro tk 1898, em que iniciou a sua carreira profícua a actriz Crtmida de Oliveira. Não descabe aqui, muito pelo contrário, a legenda Mármore e Cranilc cncimadorn duma revista do meu admirado Gustavo de Matos Sequeira, Pereira Coelho e André Brun, anunciada para abertura, em Hll3, do antigo Ede~Theatro, (com h) da Praça do;; Restauradores. Uma Cartaz de Lisboa pelos proliferas F(mando Santos, Lino Ferreira e Lourenço Rodrigues, representada no Teatro u?>faria Vitória>>, com o hilare Carlos Leal tm compere. Um Lá vai Lisboa..., (baptisada pelo primeiro \trso de «ritomdlo» da Grande Marcha de devida a ~orberto de Araújo e Raul Ftrrlo) que subiu à cena do Af>olo em Uma Revista de Lisboa, prõpriamt'nte dita... Houvera Lisboa por um óculo, revista por Urbano de Castro, onde, para um dueto entre jomab progressi~tas e rt-gentradores, Si" parodiavam a Lange e a Clairelte da opereta A Filha 1le Ma.dame Angot. Miss Lisboa, peça de Félix Bcnnudes, Ascensão Barbosa e Abreu t' Sousa, estreada no Apolo, cm 6 de 011tubro de 19U..

69 Tisbia Amada, revista original de 1..ino Ferreira,..\rtur Rocha e Hmrique Roldão, estreada no Teatro Re(>14blica em 23 de junho de Marcha de Lisboa, esplêndida revista de Jo:'é Galhardo, Alberto Barbo<:a, Fernando dos Santo,. e Almeida A."tlaral, estreada no A(>olo. Retalhos de Lisboa, revist;i cm a actos e 16 quadros, original de Eduardo Scbwalbaclc, música de Freilal> Gazul, estreada no Trindade em 11 de Fevereiro de LJSBOA,1900 foi uma intc rcs,;.1ntc e relativamente bem documentada optreta escrita por Alberto Reis, Francisco Ribeiro c Annando Pinto, com muito medíocres versos, e com Erico Braga a fazer do Dallot das feiras. Viva IJsboa!, revisteca rcprt-;< ntnd:1 por amadores na Sockdade Jftl!<icaJ Orik1n e Progresso, ele Li~a. CD'I 19 de Julho de 1917; convrncidos de serem auto= da letra e mú.ka, a!<!'inaram como tais rcspcctivamente os HS, Cario, Alberto Mesquita e Manuel Sá Machado, >trvindo de compadre um senhor Fernando Pereira. C4soais saúda Lisboa, rc:vbta c~tre.1da na sede dos Bombeiro, Volun~os de Cascais em Agomi de 19'7 e original de D. Fernanda Santos, João Reis e Luls de Barros, mú;.ica de Helena Moreira Viana e ee<:enação de Franci!'<:o Costa. Nota apropositada: Paralso IÜ IJsboa foi teatrinho para onde Penha Coutinho e Barbosa Júnior r'creveram uma revista intitulada Elr! Real! como ~e chamaria muito mais tarde uma rt vista c scrita para Beatriz Costa e colocada no Variedades, por Alberto 'lhrbosa, José Galhardo, Vasco Santana e Amadeu do Vnh-, aliáo Amadeu Augusto dos S.'tntos \.orne.. que é o seu nome V( rdadeiro, consta-me. A/farinhas nll Provlncia rcprcsentou-..e no Gym'llásio, com o qu< rido V ALE, em Maio IÜ Canção de Lisboa. filme, - merece cxccpcional registo por kr ~do obra do tão talentoso e 1wsso arquitoclo Coti11elli Telmo, que Deus haja. Jesus Crisl-0 em Lisboa, comprazimento cénico de trad5<:endenlc valor literário, pelos altos..,.píriloi de Raul Brandão e Teixeira de Pascoaes (um su(>er-hoffma10 e um quase-goethe ). A Cidade onde a Ge1'1e se Abo"'" l'c'-;sta de André Brun dos tempos em que Lisboa cntrctmava o Sarilho com o Aborrecimento (rábulas desempenhadas, n.'!opectivamente, por Artur Rodrigues e João Gaspar - o primeiro falecido h:i anos e o segundo, M anos, cego). A música era de ~icolino Milano. Dezenas ou centenas de Chefcs-de-Qrlildros revisteiros se chamavam e se continuam a chamar uli,jx>a fslo» ou "Lioboa Aquilo>>. Ainda asora, na revista do A(>olo, E1squanto hocroer Satúo A11tó11io», por Carlos Lopes, Santos Braga, Cesário Salvador na mú.~ica e, sobretudo, Ribeirinho, rt-ali7.ador... Ora, Ll,boa, para um critério majoritário ainda que discutí\'el, é, em muito, o Fad-0 vielista e arruaceiro. Vamos a alguns títulos que o afin11m, começando por A Est4nâa do Fado, que. afü~. não m~tia as guitarras e violas da Hermlnia ou da Amália, porque foi BOCAGE a escrevê-la c o TçatTO de S. Carlos a repre>cntá-la, a 29 de Abril de Dit-0so Fado, comédia pelo bo.rão Manuel Roussa.do, que di~puta a Bras ~tartins e a Francisco Palha o posto de primeiro r.;vistciro português, na cronologia. fi 7 Em 16 de Março de 1916, estreou-se no S. Carlos, em festa artlstica de Henrique Alves (intérprete do odioso papel do Paisin/10, cadastrado cujo sonho é o conforto de estar na cadeia!) o cpi!<6dio ~m l acto, de Bento Mântua, O Fado, com prólogo dito por Fcmira da Silva: Micas,

70 por Emília de Oliveira; o malandro Manecas, por Tomás Vieira; e o puro Joaquim, por Alves da Cunha. Com o mesmo título e assina.do por outro Bento (Faria), mais João Carlos Bastos, musicados por Filipe Duarte, houve wna opereta que conta várias reposições e foi figurino das subsequentes estribad1ls em dramas e folias de guitarras, violas e chailes... Canção Nacional foi agradável revista de António Torres e Fernando Ferreira, no Apolo. com Hennínia Silva. Imediatamente antes ou depois, foi o Fado da Mouraria, pela parceria do Dr. José Galhardo. A Bola e o Fado, opereta popular escrita pelo f><mto Antónfo Tavares e pelo jornalista portuense Ataíde Pcrry, entregue ao desertm empresário Piero, com destino à lisboetíssima Hermlnia Silva, em Abril de 1948: 2 actos l prólogo e 8 quadros, segundo participaram vozes umporãs... HistQria do Fado e Maldito Fado- fados de Pedro Bandeira (canta.dos por Alberto Reis, no saudoso Salão Foz) e operetas - aquela primeira original de Avelino de Sousa e Álvaro Santos, com música da Parceria de Raul Portela, estreada em 30 ele Junho d6 1930, no!faria Vitória. lfaldito Fado, opereta do interminável (em altura) cantor Miguel Orrico, estreada no Brasil e transitada à empresa do signor Picro, de Lisboa, com colaboração do agitante Amadeu do Vale, alcunha de Amadeu Gomes, como vimos. Fado Bom e Fado Mati, dueto de Margarida Ferreira e Gostinha, na revista Cosido à Portuguesa. As revistas Fado Corriàc e Fado Liró. 5? Já lá em cima nomeámos a opereta-bufa O Negro ele Alcdntara, paródia ao 1tOl!hellon, por D. Thomaz de Mello, o boé.mio-fidalgo, cuja vida, em si mesma, foi a mais descompassada ópera-cómica. Sirva-nos essa pochade para principiar o imperfeito inventário prometido, de títulos com base em bairros típicos lisboetas. Vêm jã, embora genéricas, as famosas Intrigas no Bai"º por Luís de Araújo, que, se tivesse emotividade popular como tinha graça plebeia, poderia, com elas, ter-nos dado a simetria nacional de La Verbena de La Paloma... (Havendo também música aproximável à maravilha de Bretón, claro!...). Sem sair do bairro oficinal, - lembro O Pilna de Alcântara, operetà representada no Apoie, da Mouraria, por Filomena Lima e Soares Correia, e que julgo ter conta.do Lino Ferreira e Pereira Aràaga nos seus escritores, com Filipe Duarte em autor da melodiosa (e, como todas as suas, docemente melancólica) partitura. Fonte Santa, primária opereta dum primário par de autores, onde, por um se chamar Wii11eeslau e o outro Castelo, a c.hocar:rice seivosa do Parque.Maycr logo viu um apropósito para as iniciais... A Júlia dos Te,,a1notos, lastimoso fiasco do paupérrimo autor-actor José David, morto pela tísica. Bai,,o Alto, estrondoso êxito popular da Companb.ia de Operetas Armando de Vasconcelos, no S. Luís. Dos mesmo autores, com outra Companhia, (Cremilda de Oliveira, Fernanda Coutinho, Soares Correia, uns míseros Mário Fernandes e :Manuel Silva, ele.) - uma desgraça chamada Gomes-Frefre-Auenida, representa.da, poucas noites, no Apolo. A Rai11!ta dos Mercados, proül8onistada pelo desenxovalho de Maria das Neves, quando a empresa Lopo Lauer, no Maria Vitória, passou à mó-ele-baixo, (1985) era adaptação do.mau francês... e metia a Praça da Figueira, também cenário principal do me11 número Cocniclws e Mf4racas (em Jfillw-Rei) e do iprincipal quadro da opereta Noite de S. João, da Parceria Alberto Barbosa, em que eram engraçadíssimos Armando Machado e Vasco Santana (Teatro Af>olo). Evoque-se, entre estas ajcacbofras e manjericos a velha e murcha Noite de Santo António na PrtlfQ d{z Figuefra, por Costa Cascaes.

71 Houve a Flor da Ru.a, nos primeiros tempos de Amarante. A Flor de S. Roque, adaptação por J.u(, de,\quino (Lu!s Galhardo) e Alberto Barbosa. música por Frederico de Freitas, da «novela ts.cenica > em três actos por Luís de Vargas Quien te quiae a ti? pela Companhia Satanela-Amarante, no Avenida, em Março ~ 19'l8. Em nova adaptação para Vasco e )tirita chamou-se O C11sal ~ Perús. Segundo declaração pública a um jornal, foi esta peça que Va:;co mais abominou interpretar. Am01'eira.i, número da revista. O Estaludinho, de Lino Ferreira, Loi><"> Corrda, Fernando Santos, etc.: 1110 four noir...; Praça das Fl01'es, Praça. da Alegria e Prara da EstrelJI., terceto. e Praça do Brasil-Praça. do Rio de Janeiro, dueto, números da revista Milllo-Rti, c:;treada no ~faria Vitória cm 11J:35 e de que fui contrariado co-autor, pertencendo-me a paternidade do~ referidos número:;, o primeiro musicado por Rafael Medina e o segundo por Frederico Valério. O Arco do Cego, far,;a. com Lino Ferreira, Lopo Lautr e Alvaro Santos em autores. Os Dramas do Limoeiro, pelo íng('fluo jacobino Fau;.tino da. Fon>«a, para a qual escreveu uma canção o Padre Tom.15 Borba, falt-cido ~m 12 de Fevereiro de lflij(). Henrique Roldão dlegou a C:>Crevcr uma peça chamada Alfama (confrontar peça, de nome id~ntico, de António Botto: a opereta Corllfào de 1llfama, l'tc.) mu icada a. primeira por Vence>.lau Pinto para Companhia Satancla-Amarantc. O Pnmo Basílio e Os Maias, tio queirozianarntnte li~boctas e fins.de-século, foram adaptado. ao teatro pdo Dr. Vaz Pt:reira e pelo Dr. Bruno C.üreiro, rc,,pt.'ctivamente. Uth qw:trl'i de hora e1n R11hafo/e.<, disparate - como é natural... CJiamavam-sc Tudo à Camões e Os Festejos no Baim1 Camões os t e!í. quadro;; da revista Tulí-li-Mlmdi original de António de 'Menesc. (All;us), com mú:>ica d1 Rio tk Carvalho, Francisco Alvarc nga e C. de Araújo. representada pda 1. vez no TeaJ.ro da R"a dos Co11dcs em l9 de Fevereiro de lld Festa na MOuraria, revista i:streada <:rn 1g de Fe1Jcrríro tk 79.16, no Apolo. Mouraria, opt rx t.1 de Lino Ferreira, Silva Tavarc, e Lopo Lauer. lar/a: da Mo11raria, re\'ísla dt' Almeida Ama.raJ e Fernando Santa». Ai, Mouraria/ fado popularindí»ímo por Amã.lia Rodrigues, até <'tti skelch cinematogr'.úico, cm l!h7-hl18. Bairro AUo e Conde Red-01'do, fados, na J"e\.;>la Afãe E1Ja, J»>la na cena do VaMdades por Eva Stachino. ~o/ dos.vuvegantes, rcvi> ta cujo titulo brincava com o chefe do Partido ~sta Con,,elheiro ]~ Luciano de Ca..tro que morava na Rua dos Navegantes: foi compudre dl-,,ta revi.ta Carlos Leal. bem como das seguintes, de Htul<><> também directa ou indirectamentc alfacinhas: Senhor da Serra - a romaria de Belas, tanto do agrado Ji,,boetinha -. Praça da 11legria, Rua da Paz, A OuJra Banda, etc.. Madragoa - A Senliora da Atalaia, operetas..imilare:. e sucedâneas que batl m o record de número de autorc,. na letra e na música; salvo erro ou omissão: Dr. Feliciano s.~ntos, António Carneiro, Francisco Viana, Raul Portela, Alves Coelho, Venceslau Pinto, Alberto Barbosa, Ven~slau de Oliveira, Dr..JO>é Galhardo, Luís Galhardo, Vasco Santana, Amadeu Gom<'' também conhecido no Parque ;\laycr por Amadeu do Vale, Fe.ma.ndo de Carvalho, Raul Ferr.i.o, etc. A Madragoa teve como imprevista e inverosimil protagonista tratando-se duma peixeira do bairro - a figura mais ari»tocratica, dos palcos portuguesc~ de antes de 1030: Ester Leão, t...~~ de simetria à <InÇa.> e à distinção ma:;culinas de Samwel Dini'. Na transformação da m~a optreta (onde havia uma lindlssima canção Cantllntfh4s, na voz da i.impática Filomena Lim.i.) 001 A Senhora da Atalaia tudo s.. tonou mais arruaceiro, porque a saborosa ironia de FeHciano Santos desceu às cbalaças do Senhor VaJc, e também a hcrolna, cm vez de Ester Leão pa:.õou a "r )lirita Casimiro. Da primitiva distribuição transitou para a 2., salvo erro. Filomena Lima.!\a Madragoa entravam, além das citadas, os artistas: Alberto Ghira, num sapateiro leitor e adepto de Máximo Gorki, muitíssimo cspirituo..o; Alvaro Pereira, num bem achado tipo de advogado com tamanha atracção pelas varinas como os gatos lisboetas a ttim por carapau...; ~ g Alfredo Henri<1ues, para barijonar sub:itituído na 2. versão por Alberto Reis, cantor, com " ;\lirita, do lindo dueto de Raul Portela Tt és eu cortu;ão que ainda se ouve por af em disco juntamente com o Fado da Madmgoa, de Ferrão; Holbeclle Bastos, num btlm dc>ocllhado cínico;

72 60 Ema de Ofüe!ra. como peixe na... giga; Rosalina Saial - a menos bonita das innãs d~ste apelido, que foram atractivo do teatro ligeiro no segundo decénio deste século: a estrela Deolinda e a magrinha Lusitana. Em.4 Senhora da Atalaia a parelha cómica masculina era António Silva -Vasco Santana, entrando também Barroso Lopes num pa.pel smart. A$ copias das duas operetas bairrista' lograram o dom comum da palernidade de dois autênticos poetas, tão diferentes ma:. tão in::.pirados ambos como o foram António Carneiro, na Maàragoa e o Dr. José Galhardo em A Senhora da Atalaia. E lá ia esquecendo Um Serão nas Laranjeiras. aquele consabidíssimo e galantinho aprazimento peralta do eminente Académico Pre:.idente. Entre as designaçôe,; d~ peças ligeiras copiadas de pregões cantantes é inolvidável a bem -sucedida revista em 2 actos e 12 quadros Cabaz de Morangos, estreada no Eden cm 2 de Setembro de 19!16, escrita pelo meu admirado e prezadlssimo Acúrcio Pereira, com Lopo Lauer. Lino Ferreira, Silva Tavares e Luna de Oliveira, música de Venceslau Pinto, Raul Portela e Alve:. Coelho - sendo deste último o nútnmo cantado por todo o Portugal de então, Dia da Espiga, criado por Deolinda de )!acedo. Lembram-se? - Marial São teus olhos azeitonas... O Tremoço Saloio foi, pelo contrário, revista da qual se disse: Tramou-se o saloio. dado o prejuízo que Amarante sofreu com ela, após o êxito lucrativíssimo de ÁgWL-Pé. Lourenço Rodrigues e Xavier de Magalhães foram autores relativamente literários e Frederico de Freitas escreveu boa música. Também será de figurar a,qui a revista Feijão Frade, (nome id~ntico ao que André Francisco Brun dera à. sua velha adaptação dos Deux Canards por Trista.o Bernard) orginal de Almeida Amaral, Xavier de Magalhães e Fernando Avila, ida à. cena do Maria Vitória pela primeira vez no dia 14 de Janeiro de 1933; e digo isto por a designação «feijão fraàen se transformar em chlcharo quando se sai para o norte do país... Encheria bastas Jaudas - e não devo -se enfileirasse aqui os cartazes revisteiros de lisboetas pregões, que lembro e sei! Os autores populares, ainda que sem fartas leituras, intuitivamente utilizam o chamariz desses brados arruaceiros parecidos, segundo Carlos Malheiro Dias, (Cartas de Lisboa) com «comes de ópera acompanhados por orquestra composta de bullcio e de vozes, de ruidar de trens e badalar de sinos, de trepidação de.máquinas e silvos de locomotiva. de gritos de darias e tropear de cavalos - orquestra onde há meta.is e cordas, e que a voz de contralto das varinas a momentos cobre num alarido dolente11. Donde... Fava Rica, número de óptimo sentido popular, tanto em letra (de Fernando Santos, Almeida Amaral e Lino Ferreira) como em música (de RauJ Ferrão) - na revista O Liró também entrável. por sinal, na nossa lista de chamadoiros fadistas; Figos de capa Rota - copias que eu escrevi e outrem aproveitou, sem consulta nem partilha, para uma esquecida revista do Maria Vitória...; Iscas com E/as - que não é rigorosamente pregão, mas petisco apregoado pelos paladares alfacinhas - e foi também revista de Fernando Santos, Lourenço Rodrigues (figurando de empresário do Apolo, onde se deu a estreia modesta) e Xavier de :Magalhães, ocultos pela assinatura colectiva Três Abe%ins. No mesmo sitio fadista: A Ginjinha, revista. Como homónima do conhecido - e hoje extinto - restaurante da Rua da Prata, vizinho da Betesga, comporta o presente meu acondicionamento a Estrela de Owo. fantasia representada com deficit no Variedades desde 20 de Abril de 1987 até pouco tempo depois... Serviu-se uma Salada de Alface, com o velho Barbosa Júnior em cozinheiro; uma Chave de Ouro -com o nome do Café, assim como deram brado, nos Fados do «311>, (das revistas deste mesmo título e Arre, Burro!) as referências às chocadeiras revolucionárias de «A Brasileira11 do Rossio... ó Viva da Costa!, Sardinha Assada, Pei%e Espada, O Me%ilhão, etc.. etc. - esta última com o «Burrié11

73 tão exclusivo da Usl>ia baixa, por Beatriz Costa. O jogo da Ltlra,.ji,.lta, ~ma n:vista de Loun oço Rodrigues-Rosa lllatcus, no Teatro da Trindade, teve como petisco anexo a dicção de vcr.>os de Antóoio :\obre e )fatos Sequeira, por João \'illaret, que comtça\ a a sua feliz e:qieriência de atirar poesia aos... galinhziros. Um raqqul-.imo Baile das Sopeiras saracotcon, algum ttmpo, o Apolo. Para não passar de um exemplo rntrc mil tal\'ez, miunçarci al~uns nwncros do roteiro principiante dos quadros da revi.ta Agua-f'é, escrita por qua~ todos ' profís-;ionais destes cacharoletes. Continha o terceto d~ retiros :urabaldinos Cabo Ruivo. Papagaio - com transparente alusão à ôca verborreia parlamentar, numa caricatura pelo actor José Azambuja, - ~ /ieffo de Engoniar. As Alfaces, canção por Ccle>tc Leitão e gmpo de coristas. (Em disco, gravou-a Corina Freire). O próprio compadre», vinhão e brigão, de:.cnh:i.do por António Sil~'ll l'ra, paradoxalmente o Zé dos Pacatos (E>le ~ria, mais tarde, o título duma re\; ta da parceria Alb<-.rto Barbosa-Vasco Santana, para uma Companhia do Teatro Apoie, com Rafael Marques. &e me não ~ngano). Estêvão Amarante popularizava magi.tralmente o scu estribilho -Bom tempos, mt'u po.triio! - na rabula do velho cocheiro das estúrdias Zé do 80 4'JuiM, cootempodneo do Lagarl-0 e do Paço de Arcos. Parece-me recordar que a brilb8jlte Loba Satnncla era a Alegria da..< Hortas, Por aqui se vê o apttitoso clima» dum primeiro quadró que extravagou, de resto, para qua;e todas as revistas de êxito alfacinha. E pronto. pelo menos por hoje, rnm dois apodos revisteiros de alcunha e exclamação: ó Ai ó LitUla! e Semf>re Fixe - esta, original dos consabidos Lino Ferreira. Lourenço Rodrigues, Lopo Laucr e Sih a Tavare~. sem os quais, na época, não havia festa ucm djn\a... na produção muoicada dos palcos populares de Li boa. ~?cdtl JO de chello. 61

74 PROVIDSNCIAS MUNICIPAIS - Posturas e regulamentos aprovados nas reuniões cama rárias, editais, deliberações e dup:tchos de execução pennonente. LEGISLAÇÃO B JURISPRUDSNCIA.-Leia, decretos e portarias de i.ntause municipal, dupacbos, cil'culares e ofícios emanados do Governo e acórdãos do Supttmo Tribunal Administrativo. r BIBLIOGRAFIA s... h!bb... - pb'\edo q... 1 J.U.. ""~ ~

75 Providências Municipais Posturas. editais e regulamentos 1 de Julho :a 30 de Setembro de 19SO Ediu' Do 1/7 - Foz públigo o nregulamrnto 11nm n 1iq111da\.'iO t' cobrança. da impõ.'lrto pan o 11trviço Ôf" incfncho10 tt.pnwatlo 03 reuniio d«" 22/0. Dt '' 1 - Anuncia a a~mra. do eoff"f! para a ('..obr..lnça do w1pmito para o.11ervaç.o d" 1ncl-nd1<11i. Do 16 a - Publica a º"'"' redaoção dada aoo ar liga 1 6. JO. do Regubun"'t.o d Portoiroo de JG :J 1 Do 19 a - Publica a nova rtdacção cloo artigo. 200., 2U ~15. e ~17. do R gulaw nt.o G<-ral da Co" 1.n1ç.lo t.: rbana Do F:u público que foram atribuldu de oon1inoções.,. troços de i.a publica nu im«liaçõeo da P~a da Figueira. O Annncia a aht-rtum do Cofr~ p:u:.. a cobrança tio 1mpcoto para o serviço de Ul~d Oll - l~mtabt"lccirncntoe comerciais e indui.triala. O. n/9 Publica a Postura aprovnd por drh f><or. ç5o de 91 'U e...,1ntiv:i à entrada o l!ald """ cam"' tl~tricoo fedu1.dos. motores e atrolnd..,., ~ Faz publíco que ~ 1.lrtto111i.na..\"enida!-; João df." DeU$ o arruarnt1\lo ao h.1ngo do Cruninbo tlr Frrro - lado 'ºl d11 zunn cosnprttn<litln. entre u Alameda D. A!om10 Hrnriquc"I 11 linb" d cultura. De Foz pdbhco qu a rpudlllo ordulàri.o ql dc'\ia trr Juga.r no dia. H1/10 mir nializa.ri oo Ji.a.!".lO. De Regulamtnto de Pocteiruo de 16/ _, V.SO -NO\'& ttda.cçào d08 Af'tlgOI l. 0, 6. 0 e o.. Regulomento Geral da Con troçio t rbana Nova rt~cçiio da. artigoo 20Q., llu o "Regulomont.o dr ObrM na Via Pú ili.o. De 17 '8 - bliarn.

76 Deliberações e despachos de execução permanente 1 de Julho a 30 de Setembro de 19SO De 'm/7 - Fixa a qumua a conc:mor ao perito mc!dko pela sua intervenção n" ox:ecuçllo do cad4 vistoria fl"ga e o seu limite. o Aprova o Orç&Dlrnto Suplrrnentar patll o corrente ano de Do 21/9-Rcgula a eotnda e.a!da '"" carroe elktricoa fcc:bados. moro.. e atnia.jos. o Aprova os projectoo e reepcctivoo orçamentoo para as empreitadas do 6. grupo d~ C- d Reoda Econ<lmica pttvàtoo para a &0n& do Sitio d Alvalade. ~ do Prcsulanc da Câmara Mwüdpal de WOO. Diário Munidpal a. -4.),., do 12/7 - Aprova u condiçõ<s cspcclais de alicnaçlo de 1 g lol<oi de tcrtmlo municipal na Célula 7, do Sítio de AI valado - R""" t6, t7, 60 e Prnc<"t.> d.t RM 6<l - destinados à co111- truçao de caou de r.nda limitada. O. M. o , dr 3/8- Altera a constituição da Comio.-ão Municip.-.1 do FiW>lizaçiio dos Contratoo do Conceoaão. O. M. n. '4.'38, de 10/8 - Nomeia uma comi.,. são P""' o.. tudo dos proitelqi pam o fornecimento e montagem do matorial deotinado à Central PasteurizM!or.i. p...,.idida pelo diroetor dos Serviços do Abaatecitneoto. O. M. a >1, do Jl / 8 - Aprova as condições especiais de alieuçio do um lote d terr1'no mwúcipal >itwldo na Avenida de Roma, Praça de Loodrea e Avenida Man:oni, cl<atinado à cor..tzução de p..i;o de rendimrnto. D. M. n , do 2.S/9 - Dek-ga no cliroctm doo Serviços do Salubridad e EdificaQães Urbanas o despacho dm rcqucrimtntoe referentes ao Regu lamento de portrllol o a Atie,,.ncores e monta. cargas. 6G

77 Legislação e Jurisprudência Leis, decretos e portari s de interesse municipal 1 de Julho a 30 de Setembro de 1950 De 1/7 - D c. úi Mantm> em vigor ahl 31/a/OõO o dupooto no artil!o 10. do ~ o. 87.7U. de 80/1~/049 - Provimento de ncaturu t:uatdltn - 31/ll/940 no res-1 civil dos Miniath:ice. (D. G 1 Shi !14}. O. 11/7 - D.e.-l-<-i Rt>gU)a a &ituaçlo d0& ~ do DOllK$Çio vitallcia ncmeade» pani outro ça.rgo do!!atado do provimento provdório. (D. C. 1 $.Iria. t1. JU}. Do Minilurio do lntuior- Portaria do 18/1-Alt=o a aullorização oooct<lida pela Port:ariil do 18/10/ /OfO. publicada no D. C. ll Sttie. o. ~f8. do 10/10/919. para a venda cio lou. do tl!mmo à Coopuatlva do Moradias Eco11ómiC1U1, com dispensa de haat& públic3. (D. C. li Srn<. º 1611-D. M. " º da a6/1). e: Portaria d 18/1 - Altera a àru dos lol<>o dt terreno a q11 rr f re a Portaria de 18/6/0 0. publicrula no D. C., U Sério. o do 18/5/910, pelo qual foi autorizada a venda deaes lotes ao Monteplo Geral. com diapen"" d6 hl\ltn póbllca. (D. C. II Slr11, 11. J61, tú!l0/1- D. M. 1t, 4.510, do!18/1), De 1/8 - D1t. l.4 " º 81.POU - lntrodu.i alteraç6el na orgà.dlea do g<>vemo. o D1c.-L P~5 - Aprovr. o Regulamento 110bre sul»tàru:ias expl00<i""" - Revoga ~d<» diplomas e " artigos 15. o ~~- do Dec:r.-Lei o "" parte alúnda pelo referido regulamento. (D. e.. 1 SJ..U 169). e Du.-úi Auto<Ua a Administra~ dos Conelos Tel6grafoo e Telefclles a rou>odolar o serviço de.-ptj.culao domiciliiriot do correopoodklcia postal, de acudo can u narmaa.. t&bekcidu 67 no regulamento aono ao p,_,to dipl~ - Revoga o ~ o. ~l.&&7 e regulamento aono. (D. G., 1 S - "* " º 16!1-D. M. " º 4.0!lO, tl#!lll/d). Do Mini11ttio du Obra Públicas - Porlarío 114 JC/8 - Cooe<dc à CAmara :\funieipal de U.boa u.m.t. comparticipação pelo Fundo de Desemprego pam o. cooatroç3o de cuu do habitação para u ~ pobres. (D. G., 11 Slrl1, " º 108, da fl6/8).

78 De Dtc.. a; 9'J - Dcl<rmina que " actoo M dn1gnaçao d.. n"',. membro. da.. aotarquw locai!<... ftctu...,, nas datao finda.o oo Código Admini>ttativo. (D. G I SJru.. 166}. De Porto UJ Jl.a1' - Permite que noo esta~letimentoo e lftv~m oíiciüs de assistl'ncia poaaa aplicar-se a ~na de moita corrcspoc>dmte am vencimei>toi at~ quatro d1u. (D. G. / 5'rie, " º 161}. O. 7/9 - Porto"" 11. U.tM - Aprova modelo$ d imp...,. rl<"thnadao ~o '"' iço de abono de fam! lia. (D. G 1 5'n1. " º 11a1 li Despachos, circulares e ofícios emanados do Governo 1 de Julho a 30 de Setembro d e 1950 o} - Da ~ai de ~lo Politica Civil 68 De \. 0 Z l/61, l t. R p.wt1ç4o-eoclam:e que l<"duo o U.C:reto n ~ um diplcxna de car.kter eop<cial, as 1ua1 diai-içõea preval<eem IObre u rqru up...aa no C6digo Adnüniatrativo, quanto à c:omp..cmc.a para po...ar ai...ladoo, esta in,.rptttaçao. consentida pelo n. l4 do artigo 253. do Código Administtativo, ~. aliás, aqu la que. no caso p...,,to, ml\ia convim am inte...,...woo;. O..U- modo, u juntas de úeguei-i;\ contino~m com cowpt:t.ência p. ua at:qta.r oe factna mtnc1oandos no artigo ln. do Decreto n No que,...pe;ta a cobranç~ dr importàncias por tais atestadoo. não orr~ düvid"' qur a u n:ig~nci& ~ ll gal. em face do dispooto nn ~ 1. do mtncionado artigo l!l., prlo qur tor.i.o d oer pai;sad05 com isenção do Unpoeto do se-lo e dt: f'môhlmrololl. De 1{9 -N. f J/8, /. 6 A -!l. R J>arlição - AurcA dn intrrprelnçlio do o.rtlgo da Tabela G<ral do I mposto de S.-lo, comunica o p:uoc:rr da Direcção-Gemi, qur oblr e a concordàncill da Direcç;io-Geral du Cootribuiçõel o lmpollt<ll r a homologação do Ministro <!ao Finanças por deopacbo de 17 {8. De 2'9 -.V / 3, / ~-A -11. R f>a lif.ôo-tom to vrrifimdo, t:ravl!o de visitas~ lo.a.pec#o Admini!t>trativa e proceuoe J~ ioqu~nto. qut. em algumas càmanu munlclpa.il,.e procura resolver o problema. ~ d ficiklcia d certaa verbu contabalmando as d~ ""'p..etivas..,n vtrbu orçamentais impróprias. Para o ekit:o, e a fim de qu.., u cootu de gcrfocia não acu<;f"tn a il"rt"gula.ndade cometida, recorre«ao pn:x:euo de elaborar folhas d~ trabalboo qur não oe eíec:tuan.m. d incluir llu folhas de saurios pe>.oaj que nlo pnstou servoço ou de obtrr fotturu de fornecimentos que alo to,...lizaram. Ttata-sf'. evi~ntt'tnf'dl<", de 1~gulandade in..admissi"~ e qu" contnbui pt.n\ l~ aotar as roais gravf'9 """l><"'tas em relação h _. q " a ordrnam oo qu.e. de q~uer nwdo. colaborem na re.pectiva Ol<«:uçlo. abalando oo pondo em nko o ""' pnstlgto. Sem deixar d nconh"<%r que.!fenlmeote, a actuação rrt rida ~ d t nnmada pt"lo propd&ito de...,1,,..,. probkm.u mwllcipaia in lant,,., entende...ta Direcção-Cttal drvrr clwnar a atroçlo para o aspec:to coodeo4v 1 d tal proceuo. para U Xr&'-''"' comequências de onletn mural e material que dele podem refultar. O llnieo proc.. oo qu pc lr a.loptar..,. para uprir a. íalta ou insufitt~ooia do verbas oiçamentau. ê o previsto no artigo 6!11l. <lo Código Admini. tn.tivo. Rogo a V. Ex. sr digno ltana1nitir o que acabo de expor º"".,.nhorea pr.. identes das dmaras municipais, infonnaodo--o. dtt qut rt'l'pood<"nio dl.!;c:iplinarrnente os fnndonati " qu~ proceasarcm ou visaren\ dacumcnt.oo que saibam nào corre.pondrr b dr<p<"sa. foctund~. (D. M n. 4.6J8. li<! RO/IJ}. De 7/ 9 - N. Z lf48, L. l A - i. Rt/'Ml1çáo - Eoclarrc" o n." 6. 0 du modelo de regulamento enviado às Càmaru 1\lunidpoi. cnm a cíjcular n. Z l/~3.!. 1-A, de 20{7 /1148, ccnn o fim d facilitar a cobrança do Íllll""'to para o.. rviço d ioclndioo. O. 8/ 9 - N. Z 1 /M, L. <> A - li. RrpartU;~o - Algumu e.~'"""'' murucipau. cobram detennioaclaa importànciu e com elas cao titurm fundm Que utilizam para diveroc. fuu1._ margem da contabilidmle mwllcipal. cem a d.. i..,açlo do fundo d<" assiotêncw ou -eofre polici.al.., Tais funckw.do forma.doa. em regra., C.QID nrttltas abwhvautt lf aplicadu a pet.50â5 envolvidas em q-tõeo policiais ou arguidu d& pritx:a d c:rimb.. Por muito b\crivelmenl que pu~ imp"'"510nar o de.tmo dado ao produto de tais mv/14'. 6 claro q"" o benem6rito fim n1o d~ atingu M por tais preca_..,.. Para al6m du re«w da prohnirncia indicada. deocoaboc:em.,.. outru que pogsam deixar d dar f'fttrada oo cofre mun.apa.i. para bcarttn constituindo fundo d,.. aa..'istfntli, a mf'noa qo~ se trate de dona. bvoo particulares el<p..-.'u1'1 nte conalgnad.- a fins de...u.u'ncia. Quanto a.. t... porim. a não oerem contabilizad05 na Clmara ccnno ttce1ta e'<traordin.'\ria, deverão dei-itar..,. na Caixa Geral de Depd&ito1. Cr6- d1to e Pr~vidfncia, M conta Fundo de ~= Social. conformo dispõe o llrtigo l~. do Decreto-Lei n. 0 S de 28 de O..zrmbro de 1\119, oem embargo de, nos lermoo do ~ S. do artigo l S. 0 do moomo diploma, se virem a aplicar no próprio c.uncdho. O artigo l~. do Decrot~Lti n. 31.G66. que aliâs, oó tinha aplicaç..1o qullndo "" l1'3tasse de rrccitu Ucitas ou donativos twrntuai. COW1i1<111'\.d01 a fin de a.~i ~~ncin. drve con111:itletat te a11b1tituido pelas nova.a díspoeições legais que crituum f" l"t"gu1runtntaram ª" conl~ do usi1tfncll\,.. o,,jo~ondo dt' Socorro Socialn.

79 Ili Acórdãos do Supremo Tribunal Administrativo Publicados de 1 de Julho a 30 de Setembro de 1950 De 29/11/949 - Do que fica ponderado impõe-se concluir que a resolução do recurso se reduz a saber se o presidente de uma câmara, embora de exercício remunerado, pode ser havido como funcionário. Da orientação seguida no Código Administrativo depreende-se, conforme já foi julgado no Acórdão de 19 de Janeiro de HJ.lO, que são funcionários públicos todos os indivíduos que são providos, mesmo por via de contrato, cm cargos que façam parte dos quadros permanentes dos serviços públicos, a cujo funcionamento normal e permanente consagrem a sua actividade, com exclusão dos assalariados chamados a prestar serviços eventuais e execução de obras (na Colecção Oficial de 1940, pág. óo e seguintes). Nesta definição destacam-se o carácter profissional do agente e a natureza do trabalho a prestar., E a doutrina, depois de acentuar que são estes dois elementos os que mais influem na defi niçào de funcionários, considera que, uembora não seja fácil depreender dos textos legais um con ceito preciso, de contornos rigorosamente determinados, de funcionário, todavia a tendência é para compreender sob essa denominação todos os agentes profissionais que prestam um trabalho de natureza não manual (Prof. Dr. ;\farcelo Caetano, Manual, 2. edição, pág. 237). ~ óbvio que deste modo não sejam funcionários indivíduos que a título transitório e amovível exerçam funções de confiança politica do Governo (oh. loc. cil.). Ora sucede que os presidentes das câmaras são nomeados pelo Governo por oito anos, findos os quais podem ser reconduzidos por períodos sucessivos de igual duração ou ser livremente demitidos pelo Governo ou em consequência de processo disciplinar (Código Administrativo, artigos 36. 0, 71. 0, e 73.º). Em face destas disposições, toma-se evidente que ao cargo de presidente da câmara falta o carácter profissional, dado que se trata de um cargo polltico (artigo ), de provimento transitório e amovível, o que o exclui da categoria de funcionário público. (D. G., 1 Série, n.!j!j9, <Ú 30/9). De 11/ 11/949 - Era discricionária a faculdade que a Câmara tinha de demitir ou prover definitivamente o agora apelado ao fim dos dois anos em que teve carácter provisório o seu provimento do cargo de escriturário ( único do artigo do Código Administrativo); na verdade, Não pode aplicar-se por analogia o disposto no artigo 480., 2., deste Código, que manda converter o provimento em definitivo, quanto aos cargos do quadro geral dos serviços externos do Ministério do Interior, se o funcionário tiver dado provas de moralidade, aptidão e zelo, e manda demiti-lo no caso contrário; pois, Aquele único não impõe, como este 2. 0 faz, qualquer condicionalismo para a conversão do provimento em definitivo ou para a demissão; Considerando que esse único tem o mesmo significado que teria se estivessem depois de «provido definitivamenteu as palavras <<Se o merecem, que se lêem no 3. 0 do artigo da Carta Orgânica do Império Colonial Português (na nova publicação feita nos termos da Portaria n de 19 de Abril de 1947), quanto à nomeação definitiva dos nomeados provisôriamente; na verdade, A Câmara agora apelante podia apreciar o mérito ou demérito do agora apelado, e essa apreciação era ~icionária e feita em escrutínio secreto, como se vê do citado artigo 849., sem necessidade, por ISSO, de fundamentação; e, assim, As duas últimas deliberações recorridas e anuladas pela sentença apelada só podiam ser atacadas, como também foram, por desvio de poder; mas, 6!) Tendo a Câmara a seu favor a presunção de legalidade, era ao agora apelado que cumpria cumpria destruir essa presunç~o, por meio de prova de que essas deliberações não foram deter minadas pelo interesse do scrvlço, mas sim por outros motivos, constitutivos de desvio de poder. (D. G., II Série, n. 160, de l!j/7).

80 De 11/ Porque dos actos preparatórios não há recurso contencioso, pois este só é adrnissfvel do acto final a que visa o concurso, a concl~o que naturalmente se impõe, e tem ~ido seguida na jurisprud~ncia d<'stc Supremo Tnllunal, é a de que o recurso contencioso interposto do acto final, definitivo e executório, submete à apreciação contcnciosa todo o processo de concurso (vide, por exemplo, o Acórdão de 14 de Dezembro de 111:11 na Cnkcção Oficial, pág. 270, e Acórdão de 22 de Nowmbro de l!l16 na Colecção Oficial, pag (D. G., II S~rie, n. 181, de 5/8}. De 18/11/949 - Como já foi ponderado no acórdão d~-sta Secção de 14/S/947 (Colecção, pãg. 2:H) verifica-se dcsafoctação láctica «sempre que uma coisa deixa de servir ao seu fim de utilidade p6blica e passa a ser fmlda pelos particulares com consentimento e sem reacção da Administração,,. (D. G.. II Série, 11. JG!í, de 18/7). De 2.5/ A primeira decisão do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, intimada ao ora agravante em l:l de Outubro de 1947, era, sem dúvida, acto dcfinitivo e executório, susccptive.1 de impugnação contencio:;a (artigo do Código Admini. trativo). Era definitivo, porque represc-ntava a resolução final de um caso concreto interessando ao agravante: era executório, visto se não encontrar sujeito à tutela administrativa (cf. artigo 58. do Código Adrnin.ii;trativo). E assim, por força do disposto no artigo 8"28. do Código Admini.~trativo, o prazo para o recurso daquela decisão COllll"Çava a correr da data da intimação ou notificação, levada a efeito no dia 18 de Outubro de )las este prazo conta-se como em processo civil e tem a me!\ml\ natureza, independentemente de se tratar de qn<"stào contcnciosa da administração local ou da administração central (vide Acórdão do tribunal pelo de 26 de Maio de 1942, em O Direito, 7 1, 268). Dai concluir-se que o decurso desse prazo faz extinguir o direito a praticar o acto respeclivo, salvo caso de justo impedimento (Código de Processo Civil, artigo ex vi do artigo 862. do Código Administrativo). E não é o facto de os corpos administrativos, e no caso sub fudice o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (artigo 10-.?. do Código Administrativo), poderem ratificar. revogar, reformar ou converter as suas deliberações e decisões, nos termos do artigo 357. com referência ao artigo 83. do citado Código, que o prazo do recurso se SllSpt'nde ou dilata para o destinatário do acto, visto que tal pra7.o é continuo e percmptóri.o Para que assim não f<jss(' M"ria mister que uma lei o dis&cs&c ror forma expressa. dando à reclamação graciosa, de que mou o agravante para pedir a segunda vistoria administrativa, tal virtude. A aceitar a tese contr.lria f;\cil remédio encontrariam os intefe!'!lados menos diligentes para ilidir as normas do processo, no tôe'lnle a prazos de recurso. Por outro lado, a admis~ão da segunda vistoria corresponde a um simples acto de tolerllncia por parte do prcsidcnt<' da C.1mara, pois não é formalidade prcvirta na lei administrativa, e a decisão que se lhe seguiu não tem o alcance que lhe atribui o ogravnnte. Efectivamente, est;\ d~'ci'«io nada inovou na ordem jurídica r-. se lesão houve, nada acrescentou à lesão de direitos que tiv( -;.'lc sido feito pela decisão confirmada. Quer dizer: o acto confirmativo de outro. praticado pela m~ma autoridade, não tendo conte6do próprio, não é acto, definitivo (Prof. Dr. Marcelo Caetano, págs. 383 e 384). ~ por isso que uma jurisprudi:ncia constante tem dechrado irrccorrivcis as deliberações oo decisões meramente confirmativas de outras de que se não r~'corrcu oportunamente (Acórdão de 17 de Julho de l!l:l6, no Diário do Gove:rrtu, 2. série, de 16 de ~ovembro de 1936; Acórdão de 12 de Dezembro de l!lh, no Di4rio do Governo, de 21 de Fevereiro de 1942; Acócdão de 8 de Dezembro de loh, no Diário do Governo, de 2 de ~Jarço de Hl45; Acórdão de 5 de Janeiro de 1945, no Di4rio do Govcr1to, de 21 de?>farço de 1945, e Acórdão de 16 de Maio de 1947, no Diário do Gover1to, de la de Dcr.cmbro de 1948). (D. G., II Séri~. t1.º JC5. de 18/7 - D. AI. n. 4..SC9, de 2.'i/7). De 2.5/11/949 - O âmbito do recurso contencioso estâ naturalmente limitado ao conteúdo do acto recorrido, visto que, visando a anulação de determinada decisão, não pode, como é óbvio, abranger actos anteriorc's, que, não tendo sido impugnados, têm a força equivalente à do caso julgado. 70

81 '1a o acto confirmativo de ou1ro ddinitivo e executório, praticado pela mesma autoridade, não tem conteúdo próprio, e por i..o a jurisprudência deste Supremo Tribunal " cons.idera insusceptlvcia de impugoação contcnciosa (vide, por C:(mtplo. os Ac6rdãos de :!t'i de.junho, li de Julho e 17 de Outubro de 1947, na Colecção Oficial,.-.,,;pectivamente a pái; , 5lla e ioj). Não sofre dúvida que o despacho miniitcrial de 20 de janeiro de 194!1, notificado à recorrente pelo oficio de 21, era acto definitivo e executório. Era definitivo porque repr~ntava a resolução final de um ta.'io concreto inkn:...ando à recorrente; era executório, visto se não encontrar sujeito à tutela administrativa. E quanto à jurisprudência invocada pela recorrente, sem, aliás, citar um só acórdão, ela não contém a doutrina que lhe é atríbulda. O que cfcctivamente se declarou na jurisprudência sobre recursos hierárquicos e reclamações graciosas é bastante diferente. Importa, em primeiro lugar, distinguir <ntre recurso hierárquico nl-cc"3ário e facultativo. Aquele tem lugar no caso de o subalterno não pos.o;uir competência para pr-.uicar actos definitivos e executórios dircctamcnte impugnávd por via contenciosa; este quando o subalterno tem eua compctbicia. J::sta distinção encontra no seu prúprio enunciado a sua justificação, e dai a doutrioar-se que no caso de recurso hierárquico necessário há dois prazos sucessivos, da l1lc$ida dwaçâo cada um, mas é evidente que, não tendo o subalterno competência para proferir decisões definitivas e executórias recorríveis contcnciosammtc, o prazo deste recu'rso não com~'ça a correr a partir da sua decisão; e no caso de recu!'!!o hierárquico facultativo, como no da reclamação graciosa, por se dar exactamenle o efeito contrário, o recurso hierárquico e a n:clamação graciosa não suspendem nem dilatam o pra20 do recurso contencioso {vide. entre outros, os Acórdãos de 29 de Abril de 1038, de 20 de Maio de l\jas <' de :!li de Julho de 19-17, na Colecção O/mal de l!l.18, págs. 63!! e 68(), e na de Hl47, pág. ll21, e AcórdJos de 25 de Março de 111:~ e de 2\J de Abril de HJas, na Colecção Oficial. págs. 10.~ e r.7 1, de 26 de Janeiro de 1040, na Colecçtio O/iciol. pág. 62, de 10 de Outubro de 19.U, na Colecção Oficial, pág. 5415, e de 21! de julho de l!m7, na Colecção Oficial. pág. 621). (D. G.. li Si!rio. n. IBa, de 8/8). De 16/ 12/949 - O recurso interposto da.entença de tis.... é de apelação (anigos 8.,'\3. e 857. do Código Administrativo), e como a mat~ria de facto não está subordinada à regra do artigo 712. do Códi!,'O de Processo Civil, vi>to não ler sido apreciada em tribunal colectivo, este Supremo Tribunal não está impedido de exm:< r ~nsura sobre as qucstõts de facto ventiladas aos autoll ( 2. do artigo 8-li. 0 do Código Administrativo). Sucede ainda que, segundo a norma estabelecida no artigo tl,56. do Código AJminbtrativo, no julgamento da apelação também se pode conhecer de questões de direito, ainda quando não incluídas nas conclusões da minuta, para o efeito de averiguar da legalidade do acto administrativo submetido à fiscalização contcnciosa, e, dc:;ta sorte. a doutrina do ass.-nto de n de julho de 1048, completada pelo assento de lll dt- ~fa..io de lq.19, não funciona no ca.o doa autos, sendo ainda para notar que a sua aplicação se circunscreve ao recurso fundamentado l m ofensa de lei (Revista de Legislação e jurisprudbncia. n. ill, pág. 127, e n. 8'2, pág. tl1 ). A deliberação cuja legalidade se encontra wb judice foi tomada pela amara apelada no uso dos poderes de polfcia e para o desempenho elas suas atribuições, previstas no artigo e n. 6. 0, do Código Administrativo. competindo-lhe para tanto ordenar, prect'<kndo vistoria, a demolição lotal ou parcial ou bencficia~ão da~ construções que ameaçam rulna ou oferecem perigo para a saúde pública, e ainda o despejo d01; ocupantes dos prédios quando se verifique na vistoria bav~r risco iminente e irremediável de de5moronamcnto ou que as obras se não podem realizar sem grave prejuízo para os ocupantes d<>'i prédios (artigo 51. 0, n e llj.. do Cócligo Administrati -o). Da decisão que ordena, precedendo vistoria, a demolição total do prmio l'm razio do seu l"itado de rulna, como é o caso dos autos, cabe recurso contencioso por incompet<:ncia, excesso de poder e violação de lei ( t. do citado artigo 61. ). E basta que não haja conformidade entre o.. pressupostos do acto que a viotoria adminis- 71 trativa procura fixar para se dar violação de lei por erro de facto. Daf a jurisprudência seguida de se admitir a vistoria judicial para o completo ~puram..,nto do estado do prédio (cf. Acórdão de 26 de Fevereiro de 19411, na Colecção Oficial. pág. 126 e seguintes) (D. G.. I Série. n de 26/8).

82 72 De 7 /12/949 - O:i actos administrativos, além de terem a seu favor a presunção de legalidade, gozam do privilégio de execução prévia independentemente de qualquer declaração jurisdicional; Por virtude desses prindpios, se tem geralmente entendido que a suspensão da executoriedade doa actos e decisõel; administrativas s6 pode ordenar-se quando os interes&adoa na suspensão subministram elemento de facto e razões que demonstrem e convençam que da execução imediata do acto recorrido podem resultar prejuízos irreparáveis ou de diflcil reparação, não bastando por isso a simples ou vaga alegação da possibilidade de tais prejuízos (vide, por todos, o Acórdão de 21 de Março de 1947, na Colecção de Acórdãos, vol. XIII. pág O ora agravado não indicou na pedição do recurso que interpôs na Auditoria quaisquer razões justificativas da suspensão da deliberação recorrida, pois se limitou a diz.cr que «em virtude doo; danos irreparáve~ que resultarão para o recorrente da demolição que a Câmara pretende fazer do seu prédio, pretende-se a suspensão da deliberação camarária em causa.»; demais A Câmara agravante só ordenou a demolição depois de ter averiguado pelo meio competente (vistoria) que o prédio em questão oferecia perigo de dc!\llloronamento e que devia ser demolido na sua totalidade, «visto constituir perigo para a ~egurança pública e ainda para um seu inquilino que habita no rés-do-chão; e, assim, A suspensão, a ordenar-se podia írustar o fim que a lei tem em vista ao conceder às càmans a faculdade de ordenar a demolição dos prédios que pelo seu estado de ruína ofereçam perigo para a segurança pdblica. Quando o pedido de suspensão da ex<1cutoriedade do acto recorrido provoca um conflito entre o interesse público e o interesse particular, sempre este Supremo Tribunal deu prevalência ou prima.tia ao intcres&e público, mantendo a executoriedade do acto. (D. G., ll Série, n. 166, de 19/7). De 27 /1/950 - Na hipótese dos autos o Ministro optou pela nomeação sem concu.rso para provas públicas. Estabeleceu, porém, um processo de concurso documental, a que chamou os candidatos que quisessem habilitar-5e ao provimento, e nomeou aquele que o júri classificou em l. lugar. Dai a questão poata pelo recorrente, de que houve na nomeação violação de lei de forma. Mas a arguição n.i.o tem sequer vislumbre de viabilidade. Note-se, antes de mais, que a violação de lei «de fonua se verifica quando o acto administrativo se realiza com omis..o;.;io ou preterição da forma ou do processo estabelecido na lei ou quando essa forrna ou processo são empregados irregularmente. Para a nomeação cm causa, nos termos em que foi feita, não estabclt.'cc a lei qualquer forma ou processo, visto o já falado preceito do artigo 15!1., único, do Decreto-Lei n dar competência ao llinistro para prover no cargo um individuo com curso superior e de reconbe cido m~rito, desde que tenha a classificação universitária de muito bom ou bom. A accitar-$c a tese do recorrente, teria havido violação de lei de forma, não porque na realidade se tivesse preterido ou usado irregularmente uma forma prescrita na lei, mas porque se estabeleceu um processo (de conc111s0 por prova documental) que a lei não prcvg. Mas isso é já outra questão. Para o efeito da legalidade do acto impugnado o emprego de um procc.;so de concurso documental nem tira, nem põe. No fundo, o que é preciso é que a lei não seja violada nas condições que impõe para a nomeação. Observada a lei nesse particular, tanto importa que a nomeação se faça através de um processo de concurso, com ou sem intervenção do júri, como independentemente de qualquer processo. Ot-sde que a lei não estabelece o processo de concurso documental, a Administração não é obrigada a organizá-lo; mas nada impede que se sirva dele para melhor se esclarecer. Em tal caso a entidade nomeante nem o;equer está vinculada à ordem de cla.<c~ificação estabelecida pelo júri, pois a apresc:ntação feita tem, de harmonia com a jurisprudência de..te Supremo Tribunal, um valor meramente indicativo (Acórdãos de 4 de Der.embro de 1942 e de 8 de Janeiro de 1943, na ~olecção de Acórdãos, vols. VIII, pãg. 663, e IX, pág... rcspectivamcnte, e de 18 de Fevereiro de 10.19, no Diário do Govet"no, 2. s.1rie, de S de Outubro do mesmo ano. (D. G.. II Série, 11.!J!JG, de!j6/9).

83 BIBLIOGRAFIA Registo de municip.1 publicações com interesse dai. n Riblil'+... Central 1 de Julho a 30 de Setembro de 1950 [m Jul o Câmara Municipal do P<><to - Sttviçe>o Mwücipaliudoo - Robt6rio de llm9. Bo..,tim da Faculdade de Oinito - Vol X.XV Câmara Manicipal de Mafra - Sav;çoo Municipaliud"" do Água e Blectricidado - Relatório do llm9. Cimua Municipal <t. Vila 1"ova de Pamalicão-4 aooo de cerincia 194S/1948. Câmara Manidpal da Co"illú - R~t- Bolttim da Câmora Municipal do Porto - N. 138 a Jm>ho de l 9SO. Revis"' Marucipal - N mu-., de )g4g - Publicação da Cã.mara Mu.aicipal do u.boa. A lição dlo Ant6ruo EMt, por F. A. 0/111n a Mo tou - Publicação da C'.Amara ~lun1cipo.i de Lisboa Bugáüo doo Santo, por Pa dal M011tt>rl> - Publkaç'1o da (".;\roam '.\lunlcipo.i de Ll boa. Lisboa 1899, poc Acvrrio Pn<irll - Publicaçio da <:Amam lllunlclpo.i de Lllbo&. Oll.ripo- N. 61- Julho d" Didrio Municipal - N " Junho de 1060-Càm.-u-.. ~lunlclpal de LllbcxL o Câmara Jllunicipal do Porto - Suvjços Munlcipalizad.- Águu e s.u-m... to - Rtlatório de S.~ -.Bolotim da Junta de Provincia - Ski< N. XXlll - ]&nl'lro a Abril de loso. Diário Mmúcipal-N. 4.UV a 4.$7{-J"1ho de 1960-Cimam Municipal de X.W-. Cim,... Municipal de Alcobaça - Relatório de Plantai topográficu de Lifboe, per E"l.0 Vín o d<i Silva - Publicação da Càmaz"a Municipal do Ll>OO&. Revista Municipal -N- 0 H-1. trimestrede1060-camara Municipal de Lúbor.. Câmara Municipal de Litbo - Conta.1 do ano ttonhmico de Boletim da Cãmaro Municipal do Porto -N. 7'2 " Julho do lllbelecimentoe inhiubl'ff, incómodoe e perigoeoo, pur ]. E. d;, Sousu - Subin prcta>r d 1, G. F.

84 Boleti.m da Câmara Munõcipal do Pono - :S... 7 t J\i- 0..to d., Orçamento Supl~tu ao ord1r1âno ck CAma.ra ~l~p&l do UsboA. Cimani Munióp&I do Porto - Serviç"" Municipalixad.,. de Gáo,. Electricided<t - R<latório e contas do ano cm 1~9. Livro Primeiro de Tombo dh propritd1det foreiras á Câmara dhta muy in.1ip'e cidade de Litbo.a - c..ção da C4.mara Murucipal do U.bo&. Düirio Municipal - N UOI - Apto de 19õ0 - Cllnw.ra Mwiicipal de l.ioboa. Re~: 1a Revisa dt laplaçlo ]uri P<Udénda: Ano ~3. - N 2.Q-,s e i.v~ll - Junho de o Dinito Aoo ;.2 -Fuc. i. -,\brll-junho de Rrrilta cm Jmtiça Ano :-< Julho <!<! ll I Junho rl l'i W Boletim do Mlnlttório da ]U1tiça1 N. 18 e 19 - Maio e Julho de 19~0. Revi.m da Ordem do. Advoaadol: Aoo 9. - N. ' 3 e of -3. e 4 lrim<'otn> de Publi 74

85

Luís Carlos Monteiro 2018

Luís Carlos Monteiro 2018 Luís Carlos Monteiro 2018 Figura 1: Portal barroco da igreja de São Bento. UFSSMM, 2018. Situada na rua de São Francisco, em frente à rua do Santo Contestável, esta igreja fez parte de um convento beneditino

Leia mais

Luís Carlos Monteiro 2018

Luís Carlos Monteiro 2018 Luís Carlos Monteiro 2018 Figura 1: Portal barroco da igreja de São Bento. UFSSMM, 2018. Situada na rua de São Francisco, em frente à rua do Santo Contestável, esta igreja fez parte de um convento beneditino

Leia mais

CONVENTO DE SANTO ANTÓNIO DE PONTE DE LIMA

CONVENTO DE SANTO ANTÓNIO DE PONTE DE LIMA CONVENTO DE SANTO ANTÓNIO DE PONTE DE LIMA Fig. 328 Localização e orientação da Igreja de Santo António de Ponte de Lima. Fig. 329 Desenho de Ponte de Lima pormenor do Convento de Santo António e muro

Leia mais

Data: (interior) Tipologia do monumento: Arquitectura religiosa

Data: (interior) Tipologia do monumento: Arquitectura religiosa Identificação do Monumento: Igreja da Misericórdia de Viana do Castelo Localização: Praça da República 4900-5321 Viana do Castelo, Viana do Castelo, Portugal Data: (interior) Photograph: João Paulo Artistas:

Leia mais

(Percurso pelo seu património e tradições Populares)

(Percurso pelo seu património e tradições Populares) (Percurso pelo seu património e tradições Populares) Foi com a habitual boa disposição e um dia cheio de sol, que se reuniu novamente o Grupo das Visitas Culturais do CCD APDL, desta vez no maravilhoso

Leia mais

CONVENTO DE SÃO BENTO DE ARCOS DE VALDEVEZ

CONVENTO DE SÃO BENTO DE ARCOS DE VALDEVEZ CONVENTO DE SÃO BENTO DE ARCOS DE VALDEVEZ Fig. 2 Localização e orientação da Igreja de São Bento de Arcos de Valdevez. 1 Conceição São Bento Porta para o claustro 1 Capela-mor Capelas colaterais 2 3 Grades

Leia mais

Outra designação: Santuário dos Remédios

Outra designação: Santuário dos Remédios Identificação do Monumento: Santuário da Nossa Senhora dos Remédios Outra designação: Santuário dos Remédios Localização: Santuário de Nossa Senhora dos Remédios 5100-025 Lamego, Lamego, Portugal Data:

Leia mais

Identificação do Monumento: Convento de S. Gonçalo. Outra designação: Recolhimento de S. Gonçalo. Data: Séculos XVII e XVIII

Identificação do Monumento: Convento de S. Gonçalo. Outra designação: Recolhimento de S. Gonçalo. Data: Séculos XVII e XVIII Identificação do Monumento: Convento de S. Gonçalo Outra designação: Recolhimento de S. Gonçalo Localização: Rua da Rosa 9700 171 Angra do Heroísmo, Paróquia do Santíssimo Salvador da Sé, Angra do Heroísmo,

Leia mais

Luís Carlos Monteiro 2018

Luís Carlos Monteiro 2018 Luís Carlos Monteiro 2018 Figura 1: Imagem da Nossa Senhora das Graças, na parede da fachada Norte da igreja de Santa Clara. Situada na Rua Emídio Navarro, conhecida também por Rua Nova, a igreja fez parte

Leia mais

Fig. 1 - Portal e ajimeces da sala capitular da Colegiada de Nossa Senhora de Guimarães

Fig. 1 - Portal e ajimeces da sala capitular da Colegiada de Nossa Senhora de Guimarães Fig. 1 - Portal e ajimeces da sala capitular da Colegiada de Nossa Senhora de Guimarães Fig. 2 Porta do Paço Episcopal de Coimbra Fig. 3 Porta do Castelo do Alandroal Fig. 4 Abóbada do andar nobre da torre

Leia mais

Bairros Ferroviários

Bairros Ferroviários O Caminho de Ferro, com a construção de quilómetros e quilómetros de vias, foi o grande empregador da segunda metade do século XIX, dando origem a uma nova classe profissional, o ferroviário. A concentração

Leia mais

Identificação do Monumento: Casa do Corpo Santo

Identificação do Monumento: Casa do Corpo Santo Identificação do Monumento: Casa do Corpo Santo Outra designação: Casa do Corpo Santo (Museu do Barroco) Localização: Terreiro de Santa Maria, Setúbal, Portugal Data: 1714 (palácio primitivo do século

Leia mais

De 1808 à Independência

De 1808 à Independência De 1808 à Independência Contexto Expansão militar de Napoleão Portugal desobedece Bloqueio Continental Chegada da Família Real 22/01/1808 28/01/1808: Carta Régia: a abertura dos portos às nações amigas.

Leia mais

87 CRISTO CRUCIFICADO, Lusíada, escultura em marfim com dourados, indo-portuguesa, séc. XVIII, pequenas faltas Dim cm

87 CRISTO CRUCIFICADO, Lusíada, escultura em marfim com dourados, indo-portuguesa, séc. XVIII, pequenas faltas Dim cm 84 83 85 86 87 88 83 NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, Lusíada, escultura em marfim pintado e dourado, indo-portuguesa, séc. XVIII, pequenas faltas, base em aço não original Dim. - 22 cm 5.000-7.500 84 NOSSA

Leia mais

Luís Carlos Monteiro 2018

Luís Carlos Monteiro 2018 Luís Carlos Monteiro 2018 Figura 1: interior da Igreja da Misericórdia, UFSSMM, 2018. Corria o ano de 1498 quando a Rainha D. Leonor de Lencastre, viúva de D. João II, com o apoio do Rei D. Manuel I e

Leia mais

Identificação do Monumento: Igreja de São João Evangelista. Outra designação: Igreja do Colégio

Identificação do Monumento: Igreja de São João Evangelista. Outra designação: Igreja do Colégio Identificação do Monumento: Igreja de São João Evangelista Outra designação: Igreja do Colégio Localização: Largo do Município e Rua dos Ferreiros 9000 Funchal, Funchal, Madeira, Portugal Data: Construção:

Leia mais

AS MAIS BELAS IGREJAS DE PORTUGAL

AS MAIS BELAS IGREJAS DE PORTUGAL AS MAIS BELAS IGREJAS DE PORTUGAL estilos manuelino e barroco nos monastérios portugueses aula 2 / 3 Prof. Dr. Percival Tirapeli Instituto de Artes da UNESP 2 Santuário Bom Jesus de Braga Escadório do

Leia mais

Arquitetura. Paço Real

Arquitetura. Paço Real Arquitetura Paço Real Deste paço nada resta hoje que nos fale do passado faustoso da corte em Almeirim, considerada a Sintra de Inverno. O seu fogão de sala em mármore, obra de Miguel Ângelo e oferta do

Leia mais

TOCHEIRO, madeira entalhada e dourada, português, séc. XVIII/XIX, faltas Dim cm

TOCHEIRO, madeira entalhada e dourada, português, séc. XVIII/XIX, faltas Dim cm 532 535 531 534 533 537 539 536 538 531 PAR DE TOCHEIROS, folha de metal branco, Europa Central, séc. XVIII/XIX, pequenos defeitos Dim. - 54 cm 500-750 532 CRISTO CRUCIFICADO, escultura em madeira policromada,

Leia mais

97 EMMÉRICO NUNES "Paisagem com casario", óleo sobre cartão, assinado, pequenas faltas na tinta Dim x 22 cm

97 EMMÉRICO NUNES Paisagem com casario, óleo sobre cartão, assinado, pequenas faltas na tinta Dim x 22 cm 97 EMMÉRICO NUNES - 1888-1968 "Paisagem com casario", óleo sobre cartão, assinado, pequenas faltas na tinta Dim. - 27 x 22 cm 4.000-6.000 99 VELOSO SALGADO - 1864-1945 "Figura de criança", óleo sobre madeira,

Leia mais

Informação Adicional do Percurso Pedestre das Vias Augustas

Informação Adicional do Percurso Pedestre das Vias Augustas Informação Adicional do Percurso Pedestre das Vias Augustas Troço I Do Lugar da Barca a Poçacos Lugar da Barca 992 m Ponte do Arquinho 405m Aqueduto 150m Calçada do Arquinho 1150m Poçacos 2563 m Total

Leia mais

Inventários de Bens dos Conventos Suprimidos: memória quase fotográfica de apagamentos e recomeços

Inventários de Bens dos Conventos Suprimidos: memória quase fotográfica de apagamentos e recomeços Arquivo Nacional da Torre do Tombo Inventários de Bens dos Conventos Suprimidos: memória quase fotográfica de apagamentos e recomeços Fátima Ó Ramos e Filomena Carvalho Divisão de Tratamento Técnico Documental

Leia mais

885 DANTE, escultura em bronze de arte, Itália, séc. XIX Dim cm

885 DANTE, escultura em bronze de arte, Itália, séc. XIX Dim cm 885 886 887 885 DANTE, escultura em bronze de arte, Itália, séc. XIX Dim. - 59 cm 200-300 886 BUSTO DE ROMANO, escultura em mármore, séc. XVIII, defeito no nariz Dim. - 56 cm 2.500-3.750 887 BUSTO DE GREGO,

Leia mais

Viseu: cidade museu, cidade jardim

Viseu: cidade museu, cidade jardim I. E. S. VALVERDE DE LUCERNA PEDDY-PAPER Viseu: cidade museu, cidade jardim Bem-vindos a Viseu, a capital do distrito português com o mesmo nome. Tu e todos os membros do teu grupo vão conhecer o centro

Leia mais

I Encontro de Museus do Douro 25 de Setembro de Museu D.ra Berta Cabral Vila Flor

I Encontro de Museus do Douro 25 de Setembro de Museu D.ra Berta Cabral Vila Flor I Encontro de Museus do Douro 25 de Setembro de 2007 Museu D.ra Berta Cabral Vila Flor Museu D.ra Berta Cabral Situado no largo Dr. Alexandre de Matos, perto da Igreja Matriz, o Museu Dr.ª Berta Cabral

Leia mais

COLÓQUIO NUNO GONÇALVES. NOVAS PERSPECTIVAS EXPOSIÇÃO DE ARTE CONTEMPORÂNEA «D APRÈS NUNO GONÇALVES»

COLÓQUIO NUNO GONÇALVES. NOVAS PERSPECTIVAS EXPOSIÇÃO DE ARTE CONTEMPORÂNEA «D APRÈS NUNO GONÇALVES» COLÓQUIO NUNO GONÇALVES. NOVAS PERSPECTIVAS EXPOSIÇÃO DE ARTE CONTEMPORÂNEA «D APRÈS NUNO GONÇALVES» No corrente ano de 2010 comemora-se o Centenário do Restauro e Apresentação pública dos conhecidos «Painéis

Leia mais

CONVENTO DE SÃO FRANCISCO DO MONTE DE VIANA DO CASTELO

CONVENTO DE SÃO FRANCISCO DO MONTE DE VIANA DO CASTELO CONVENTO DE SÃO FRANCISCO DO MONTE DE VIANA DO CASTELO Fig. 388 Localização e orientação do Convento de São Francisco de Viana do Castelo. Fig. 390 Planta da Igreja de São Francisco, 1954 IHRU: DGEMN/DSID,

Leia mais

Património Arquitectónico edificado existente, de acordo com o anexo do Estudo Sectorial do Património e do Regulamento

Património Arquitectónico edificado existente, de acordo com o anexo do Estudo Sectorial do Património e do Regulamento - Resolução de Conselho de Ministros nº 6/95, de 23 de Janeiro - 1 - Igreja Matriz de Capela do Senhor do Andor Casa do Dr. Vieira Casa dos Abreu e Lima Jardim Dr. Matos Cordeiro Largo Dr. Vieira --- B2

Leia mais

A AZULEJARIA BARROCA NOS CONVENTOS DA ORDEM DO CARMO E DA ORDEM DOS CARMELITAS DESCALÇOS EM PORTUGAL

A AZULEJARIA BARROCA NOS CONVENTOS DA ORDEM DO CARMO E DA ORDEM DOS CARMELITAS DESCALÇOS EM PORTUGAL A AZULEJARIA BARROCA NOS CONVENTOS DA ORDEM DO CARMO E DA ORDEM DOS CARMELITAS DESCALÇOS EM PORTUGAL Suzana Andreia do Carmo Carrusca Tese apresentada à Universidade de Évora para obtenção do Grau de Doutor

Leia mais

Luís Carlos Monteiro 2018

Luís Carlos Monteiro 2018 Luís Carlos Monteiro 2018 Figura 1: Imagem da Nossa Senhora do Sardão, nas comemorações do dia da Freguesia de Santa Maria, a 15 de Agosto de 2017. UFSSMM. Situada na cidadela, é muito provavelmente o

Leia mais

Identificação do Monumento: Igreja da Falperra. Data: Tipologia do monumento: Arquitectura religiosa (igreja)

Identificação do Monumento: Igreja da Falperra. Data: Tipologia do monumento: Arquitectura religiosa (igreja) Identificação do Monumento: Igreja da Falperra Outra designação: Santuário da Falperra; Igreja de Santa Maria Madalena da Falperra Localização: Santuário de Santa Maria Madalena Falperra Freguesia de Longos

Leia mais

253 ALVES DE SÁ , PAISAGEM, aguarela sobre papel, assinada e datada de 1935 Dim. - 25,5 x 33 cm

253 ALVES DE SÁ , PAISAGEM, aguarela sobre papel, assinada e datada de 1935 Dim. - 25,5 x 33 cm 253 ALVES DE SÁ - 1878-1982, PAISAGEM, assinada e datada de 1935 Dim. - 25,5 x 33 cm 2.000-3.000 254 JORGE BARRADAS - 1894-1971, PAISAGEM ROCHOSA, técnica mista sobre papel, assinado e datado de 1969 Dim.

Leia mais

Bens em regime de proteção federal IPHAN

Bens em regime de proteção federal IPHAN Bens em regime de proteção federal IPHAN Casa de Câmara e Cadeia de Santos Número do Processo: 545 - T. Livro das Belas Artes: inscrição n.º 448, fl. 83, 12/05/59. Tombamento pelo CONDEPHAAT: inscrição

Leia mais

1ª Exposição dos Artesãos de Real

1ª Exposição dos Artesãos de Real 1ª Exposição dos Artesãos de Real Data: 19 /05 a 4 /06/2006 Rua Costa Gomes, 32 4700-262 BRAGA Tel: 253 307 310 Fax: 253 307 319 WEB: www.fuvigo.com E-mail: fuvigo@fuvigo.com 1ª Exposição dos Artesãos

Leia mais

Forte de S. Francisco Xavier Castelo do Queijo

Forte de S. Francisco Xavier Castelo do Queijo Forte de S. Francisco Xavier Castelo do Queijo Porto Praça Gonçalves Zarco 4100-274 Porto Tel: 22 618 10 67 3ª a Domingo : 13.00 às 18.00 Encerra: 2ª Fª Escolas, reformados e deficientes: gratuito. Restante

Leia mais

ACTA 23/2005 Reunião Extraordinária de 08 de Novembro de 2005

ACTA 23/2005 Reunião Extraordinária de 08 de Novembro de 2005 Início da reunião: 20,30 horas Términus da reunião: 23,30 horas Membros da Câmara Municipal que compareceram à reunião: Presidente: José Manuel Dias Custódio Vereadores: Raul Jorge Morais Leitão João Duarte

Leia mais

Igreja Matriz de Meinedo / Igreja de Santa Maria / Igreja de Nossa Senhora das Neves. IPA Monumento Nº IPA PT

Igreja Matriz de Meinedo / Igreja de Santa Maria / Igreja de Nossa Senhora das Neves. IPA Monumento Nº IPA PT Page 1 of 5 Igreja Matriz de Meinedo / Igreja de Santa Maria / Igreja de Nossa Senhora das Neves IPA Monumento Nº IPA PT011305130002 Designação Igreja Matriz de Meinedo / Igreja de Santa Maria / Igreja

Leia mais

Introdução. à do Azulejo em Portugal. João Pedro Monteiro. 3 de Março de 2009

Introdução. à do Azulejo em Portugal. João Pedro Monteiro. 3 de Março de 2009 à História do Azulejo em Portugal 3 de Março de 2009 João Pedro Monteiro A Arte do Azulejo em Portugal Sendo a utilização do azulejo comum a outros países, ela distinguiu-se em Portugal, assumindo especial

Leia mais

A demolição do antigo prédio da Faculdade de Direito e as reminiscencias

A demolição do antigo prédio da Faculdade de Direito e as reminiscencias A demolição do antigo prédio da Faculdade de Direito e as reminiscencias que desperta Spencer Vampré Não ha quem se não confranja em ver demolidas, pela picareta do progresso, as velhas paredes, e o tecto

Leia mais

PRATO, faiança, decoração policromada grinaldas de folhas e flores, portuguesa, séc. XIX, esbeiçadelas e faltas no vidrado Dim.

PRATO, faiança, decoração policromada grinaldas de folhas e flores, portuguesa, séc. XIX, esbeiçadelas e faltas no vidrado Dim. 95 94 96 98 97 99 94 JARRO, faiança, decoração relevada e policromada festa do vinho, português, séc. XIX, pega partida e colada, faltas e esbeiçadelas Dim. - 24 cm 150-225 95 PRATO, faiança dita de Ratinho,

Leia mais

Agrupamento de Escolas Febo Moniz - 171293 Escola Sede Escola Básica 2º e 3º Ciclos Febo Moniz. Arquitectura. Paço Real

Agrupamento de Escolas Febo Moniz - 171293 Escola Sede Escola Básica 2º e 3º Ciclos Febo Moniz. Arquitectura. Paço Real Arquitectura Paço Real Deste paço nada resta hoje que nos fale do passado faustoso da corte em Almeirim, considerada a Sintra de Inverno. O seu fogão de sala em mármore, obra de Miguel Ângelo e oferta

Leia mais

Lista de resultados da pesquisa

Lista de resultados da pesquisa PT/AMGL/MM/12/08 imensão e suporte PT/AMGL/MM/12/08 Parada no Rossio Oriental Perspectiva do antigo Rossio Oriental (actual Jardim 1.º de Maio), onde se pode observar uma parada constituída por várias

Leia mais

249 ESPELHO/APLIQUE BARROCO COM MOLDURA

249 ESPELHO/APLIQUE BARROCO COM MOLDURA 247 ESPELHO ROCAILLE COM MOLDURA EM MADEIRA ENTALHADA E DOURADA, vidro gravado "figura feminina", italiano, séc. XVIII, defeitos Dim. - 85 x 47 cm 249 ESPELHO/APLIQUE BARROCO COM MOLDURA EM MADEIRA ENTALHADA

Leia mais

INVENTÁRIO DAS SÉRIES DOCUMENTAIS DA FBB DISPONÍVEIS PARA CONSULTA

INVENTÁRIO DAS SÉRIES DOCUMENTAIS DA FBB DISPONÍVEIS PARA CONSULTA INVENTÁRIO DAS SÉRIES DOCUMENTAIS DA FBB DISPONÍVEIS PARA CONSULTA SR: ACTAS DAS REUNIÕES DO PRÉMIO BISSAYA BARRETO DE MEDICINA SOCIAL 1986.12.12 1987.12.04 (liv.) CDB-F-7-1 SR: COPIADOR DE CORRESPONDÊNCIA

Leia mais

FICHA DE APOIO À CARTOGRAFIA

FICHA DE APOIO À CARTOGRAFIA Designação: Cerca de Coimbra, designadamente, Arco e Torre de Almedina, Arco Pequeno de Almedina e Torre de Anto Outras designações: Muralhas de Coimbra incluindo o Arco Pequeno de Almedina Categoria /

Leia mais

Cabral Moncada Leilões Q Página 131

Cabral Moncada Leilões Q Página 131 746 "CESTO COM POMBAS", painel D. Maria de 84 azulejos, decoração policromada, portugueses, séc. XVIII, faltas e defeitos Dim. - 84 x 195 cm 3.500-5.000 747 "CESTO COM POMBAS", painel D. Maria de 66 azulejos,

Leia mais

FICHA DE INVENTÁRIO. 1.IDENTIFICAÇÃO Designação- Imóvel Local/Endereço- Beco da Carqueja, nº2 Freguesia- Almedina Concelho- Coimbra Distrito- Coimbra

FICHA DE INVENTÁRIO. 1.IDENTIFICAÇÃO Designação- Imóvel Local/Endereço- Beco da Carqueja, nº2 Freguesia- Almedina Concelho- Coimbra Distrito- Coimbra .IDENTIFICAÇÃO Local/Endereço- Beco da Carqueja, nº2 Concelho- Distrito- Função Actual NH(desocupado); Habitação. Descrição Geral e Pormenores Importantes Trata-se de um prédio urbano, com 4 Pisos, em

Leia mais

414 ALFREDO ROQUE GAMEIRO , "Cacho de uvas", aguarela sobre papel, assinada e datada no verso de 1899 Dim x 28 cm

414 ALFREDO ROQUE GAMEIRO , Cacho de uvas, aguarela sobre papel, assinada e datada no verso de 1899 Dim x 28 cm 414 ALFREDO ROQUE GAMEIRO - 1864-1935, "Cacho de uvas", aguarela sobre papel, assinada e datada no verso de 1899 Dim. - 35 x 28 cm 2.500-3.750 415 ABEL SALAZAR - 1889-1946, "Figura de senhora", monotipia

Leia mais

Certidão Permanente. Código de acesso: PA DESCRIÇÕES - AVERBAMENTOS - ANOTAÇÕES

Certidão Permanente. Código de acesso: PA DESCRIÇÕES - AVERBAMENTOS - ANOTAÇÕES Certidão Permanente Código de acesso: PA-180-99919-08080-0093 URBANO DENOMINAÇÃO: LOTE N2 DO SECTOR 1A - "AL-CHARB - EDIFICIO Y1" SITUADO EM: Vilamoura ÁREA TOTAL: 192 M2 ÁREA COBERTA: 298 M2 ÁREA DESCOBERTA:

Leia mais

Data: Tipologia do monumento: Arquitectura religiosa

Data: Tipologia do monumento: Arquitectura religiosa Identificação do Monumento: Igreja e Convento da Madre de Deus Localização: Igreja da Madre de Deus Rua da Madre de Deus, 4 1900-312 Lisboa, Lisboa, Portugal Data: 1509 1589 Photograph: Artistas: Arquitecto:

Leia mais

CABAÇA EM FAIANÇA PORTUGUESA, decoração a azul flores, séc. XIX, falhas no vidrado do bocal Dim cm

CABAÇA EM FAIANÇA PORTUGUESA, decoração a azul flores, séc. XIX, falhas no vidrado do bocal Dim cm 751 752 753 754 756 755 757 758 759 751 decoração a negro paisagem com casa, Dim. - 34 cm 150-225 752 JARRO PEIXE EM FAIANÇA PORTUGUESA, decoração policromada, restauro na boca Dim. - 31 cm 250-375 753

Leia mais

160 ALFREDO KEIL , PAISAGEM, óleo sobre tela colada em madeira, assinado e datado de 1879 Dim x 23,5 cm

160 ALFREDO KEIL , PAISAGEM, óleo sobre tela colada em madeira, assinado e datado de 1879 Dim x 23,5 cm 160 ALFREDO KEIL - 1850-1907, PAISAGEM, óleo sobre tela colada em madeira, assinado e datado de 1879 Dim. - 37 x 23,5 cm 7.000-10.500 161 SENHORA SENTADA, óleo sobre tela, escola portuguesa, séc. XIX,

Leia mais

Outra designação: Basílica da Estrela. Data: Encomendado por: Rainha D. Maria I.

Outra designação: Basílica da Estrela. Data: Encomendado por: Rainha D. Maria I. Identificação do Monumento: Basílica do Sagrado Coração de Jesus Outra designação: Basílica da Estrela Localização: Largo da Estrela, 1200-667 Lisboa, Lisboa, Portugal Data: 1779 1790 Photograph: Artistas:

Leia mais

4.CARACTERIZAÇÃO HISTÓRICO-ARTÍSTICA

4.CARACTERIZAÇÃO HISTÓRICO-ARTÍSTICA .IDENTIFICAÇÃO Local/Endereço- Rua do Cabido, nº a 7 FICHA DE INVENTÁRIO Função Actual Habitação / Comércio Mantém a mesma traça e dimensões que já tinha nas plantas gerais da cidade de 845 Descrição Geral

Leia mais

Largos, Chafarizes e Pontes

Largos, Chafarizes e Pontes 78 Guia Ouro Preto Largo da Alegria (Praça Silviano Brandão) Rua Teixeira Amaral - Centro. Largo de Coimbra Largo de Coimbra (São Francisco de Assis) Largos, Chafarizes e Pontes Largo que existe entre

Leia mais

Apêndice II Guião para o núcleo 4 da Exposição. Projeto do arquiteto Edmundo Tavares

Apêndice II Guião para o núcleo 4 da Exposição. Projeto do arquiteto Edmundo Tavares Apêndice II Guião para o núcleo 4 da Exposição Elementos para o Painel 1 Título Projeto do arquiteto Edmundo Tavares geral A nomeação de Vítor Guerra como diretor e a criação do Grupo de Amigos do Museu

Leia mais

Alojamento. Centro de Portugal. Lisboa Região. Porto e Norte. Coimbra. Lisboa. Viana do Castelo. Hotel Vitória. América Diamond's Hotel

Alojamento. Centro de Portugal. Lisboa Região. Porto e Norte. Coimbra. Lisboa. Viana do Castelo. Hotel Vitória. América Diamond's Hotel Alojamento Centro de Portugal Coimbra Hotel Vitória Hotelaria / Hotel / ** Morada: Rua da Sota, 9-11 3000-392 Coimbra Telefone: +351 239 824 049 Fax: +351 238 821 303 E-mail: reservas@hotelvitoria.pt Website:

Leia mais

72 PAR DE TOCHEIROS EM PAU SANTO, portugueses, séc. XVII/XVIII, defeitos Dim cm

72 PAR DE TOCHEIROS EM PAU SANTO, portugueses, séc. XVII/XVIII, defeitos Dim cm 69 70 71 72 73 74 69 PAR DE TOCHEIROS D. JOSÉ/ D. MARIA EM MADEIRA ENTALHADA EDOURADA, portugueses, séc. XVIII, restauros, Dim. - 73 cm 1.000-1.500 70 PAR DE ÂNFORAS D. MARIA EM MADEIRA ENTALHADA E DOURADA,

Leia mais

ARTE ROMANA Arquitetura, Escultura e Pintura III Trimestre e 172

ARTE ROMANA Arquitetura, Escultura e Pintura III Trimestre e 172 ARTE ROMANA Arquitetura, Escultura e Pintura III Trimestre - 171 e 172 Professora: Caroline Bonilha Componente Curricular: Artes A arte romana se destacou no período que foi do século VIII a.c. ao século

Leia mais

CONTEÚDO E HABILIDADES DINÂMICA LOCAL INTERATIVA INTERATIVIDADE FINAL AULA ARTES. Aula 2.1 Conteúdo: Roma Arte Primitiva Cristã

CONTEÚDO E HABILIDADES DINÂMICA LOCAL INTERATIVA INTERATIVIDADE FINAL AULA ARTES. Aula 2.1 Conteúdo: Roma Arte Primitiva Cristã Aula 2.1 Conteúdo: Roma Arte Primitiva Cristã 2 Habilidades: Reconhecer as manifestações artísticas relacionadas ao período da arte: Roma Antiga e primitiva Cristã. 3 4 5 Todos os caminhos levam à Roma:

Leia mais

D. João VI e o Real Paço de Mafra A campanha pictórica de Cirilo Volkmar Machado 1. Oratório Sul ou Capela de Nossa Senhora do Livramento

D. João VI e o Real Paço de Mafra A campanha pictórica de Cirilo Volkmar Machado 1. Oratório Sul ou Capela de Nossa Senhora do Livramento D. João VI e o Real Paço de Mafra A campanha pictórica de Cirilo Volkmar Machado 1. Oratório Sul ou Capela de Nossa Senhora do Livramento Primitivamente decorado com ricas tapeçarias e tapetes, o irá sofrer,

Leia mais

MUNICÍPIO DE CONDEIXA-A-NOVA

MUNICÍPIO DE CONDEIXA-A-NOVA ORDEM DO DIA REUNIÃO DO ÓRGÃO EXECUTIVO 14 de fevereiro de 2018 Nos termos da alínea o), do número 1, do artigo 35º e número 2, do artigo 53º, do Anexo I à Lei 75/2013, de 12 de setembro, que estabelece

Leia mais

JORNAL DO OPERADOR TURÍSTICO

JORNAL DO OPERADOR TURÍSTICO JORNAL DO OPERADOR TURÍSTICO 2018 2018 EDIÇÃO - 001 TOP 10 SEGREDOS DE LISBOA Top 10 Segredos de está na moda e é cada vez mais um destino turístico por excelência. Mas apesar de ser uma cidade muito conhecida,

Leia mais

O primeiro valor indicado em euros corresponde à reserva contratada com o proprietário cabral moncada leilões Q página 117

O primeiro valor indicado em euros corresponde à reserva contratada com o proprietário cabral moncada leilões Q página 117 594 CONJUNTO DE SEIS CADEIRAS DE ESPALDAR ALTO, nogueira e castanho, assentos e costas em couro lavrado com pregaria, portuguesas, séc. XIX, faltas e defeitos Dim. - 129 X 51 X 43 cm 1.000-1.500 596 CONJUNTO

Leia mais

Lista de resultados da pesquisa

Lista de resultados da pesquisa PT/AMGL/MM/101/05 imensão e suporte PT/AMGL/MM/101/05 Retrato de menino 6,5 x 9 cm - negativo de gelatina e prata em vidro Retrato representando um menino de vestido e sapatos brancos, de pé sobre uma

Leia mais

TESOUROS DA JOALHARIA EM PORTUGAL E NO BRASIL

TESOUROS DA JOALHARIA EM PORTUGAL E NO BRASIL TESOUROS DA JOALHARIA EM PORTUGAL E NO BRASIL Prof. Doutor Gonçalo de Vasconcelos e Sousa Professor Catedrático e Director CITAR/EA-UCP RESUMO O conhecimento da História da Joalharia em Portugal e no Brasil

Leia mais

escultura em cedro, Açores, séc. XVII/XVIII, pequenos defeitos Dim cm

escultura em cedro, Açores, séc. XVII/XVIII, pequenos defeitos Dim cm 193 191 195 192 194 199 196 197 198 191 SÃO JOSÉ COM O MENINO, resplendor em prata, portuguesa, séc. XVII/XVIII, pequenos defeitos Dim. - 32,5 cm (total) 1.000-1.500 192 NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, coroa

Leia mais

COPO DE PÉ, cristal bordeaux e incolor com dourados, séc. XIX/XX Dim. - 19,5 cm vidro verde de Murano, Itália, séc. XX Dim.

COPO DE PÉ, cristal bordeaux e incolor com dourados, séc. XIX/XX Dim. - 19,5 cm vidro verde de Murano, Itália, séc. XX Dim. 339 343 340 341 342 338 344 345 346 347 348 349 338 GARRAFA, cristal cor de limão e incolor lapidado, séc. XIX/XX Dim. - 41,5 cm 80-120 339 FRASCO, vidro verde de Murano, Itália, séc. XX Dim. - 14 cm 30-45

Leia mais

FICHA DE INVENTÁRIO. 3.OBSERVAÇÕES Transformações/destruições previstas Fios eléctricos visíveis na fachada.

FICHA DE INVENTÁRIO. 3.OBSERVAÇÕES Transformações/destruições previstas Fios eléctricos visíveis na fachada. FICHA DE INVENTÁRIO 1.IDENTIFICAÇÃO Designação- Imóvel Local/Endereço- Travessa da Trindade, nº1 a 3 Freguesia- Sé Nova Concelho- Coimbra Distrito- Coimbra 2.CARACTERIZAÇÃO Função Origem Habitação Função

Leia mais

118 PEDRO OLAYO FILHO - NASC. 1930, FRAGATAS DO TEJO, 116 ALÍPIO BRANDÃO , PAISAGEM COM CASARIO RURAL,

118 PEDRO OLAYO FILHO - NASC. 1930, FRAGATAS DO TEJO, 116 ALÍPIO BRANDÃO , PAISAGEM COM CASARIO RURAL, 116 ALÍPIO BRANDÃO - 1918-1965, PAISAGEM COM CASARIO RURAL, óleo sobre tela, assinado e datado de 1946 Dim. - 39 x 52 cm 1.500-2.250 118 PEDRO OLAYO FILHO - NASC. 1930, FRAGATAS DO TEJO, óleo sobre tela,

Leia mais

Dossier Promocional. Quinta da Arrezima Chamusca

Dossier Promocional. Quinta da Arrezima Chamusca Dossier Promocional Quinta da Arrezima Chamusca 1 1. Contexto e a Oportunidade 2. Localização do Imóvel 3. Características Gerais do Imóvel 4. Descrição Detalhada 5. Condições de Comercialização 6. Contactos

Leia mais

Igreja Nossa Senhora da Candelária de Itu (SP) passará por restaurações

Igreja Nossa Senhora da Candelária de Itu (SP) passará por restaurações Igreja Nossa Senhora da Candelária de Itu (SP) passará por restaurações Local é considerado um dos maiores símbolos do barroco no Estado. Obras vão custar quase R$ 7 milhões e serão acompanhadas pelos

Leia mais

Leilão Público Insolvência Carlos Simão Candeias Faustino

Leilão Público Insolvência Carlos Simão Candeias Faustino Leilão Público Insolvência Local do Leilão: TRYP Colina do Castelo Morada: Rua Piscina, CASTELO BRANCO 6000-776 CASTELO BRANCO Data e Hora: 11 / 4 / 2015 Visitas Por Marcação. Local. - 229 406 284 Ficha

Leia mais

DO TESOURO E FINANÇAS CENTRO HOSPITALAR LISBOA CENTRAL, E.P.E.

DO TESOURO E FINANÇAS CENTRO HOSPITALAR LISBOA CENTRAL, E.P.E. Leilão 13 IMÓVEIS Oportunidade de Reabilitação em Lisboa Hotel Lisboa Plaza 31 de Março, às 15h30 Conheça Aqui os Imóveis! DIREÇÃO-GERAL DO TESOURO E FINANÇAS CENTRO HOSPITALAR LISBOA CENTRAL, E.P.E. SEMANA

Leia mais

Vila Viçosa oferece a quem a visita um espólio de cultura, arte e beleza com os seus monumentos, solares, igrejas e museus. Nos Roteiros Turísticos

Vila Viçosa oferece a quem a visita um espólio de cultura, arte e beleza com os seus monumentos, solares, igrejas e museus. Nos Roteiros Turísticos Vila Viçosa oferece a quem a visita um espólio de cultura, arte e beleza com os seus monumentos, solares, igrejas e museus. Nos Roteiros Turísticos os visitantes podem encontrar dicas sobre os principais

Leia mais

3 - Colégio Almeida Garrett Porto (novo pavilhão) (sem legenda) Colégio Almeida Garrett - Trata-se de uma vista do jardim interior, no piso 1.

3 - Colégio Almeida Garrett Porto (novo pavilhão) (sem legenda) Colégio Almeida Garrett - Trata-se de uma vista do jardim interior, no piso 1. 1 - Colégio Almeida Garrett (entrada) - 3 - Colégio Almeida Garrett Porto (novo pavilhão) - 5 - (sem legenda) Colégio Almeida Garrett - Trata-se de uma vista interior da capela. 2 - Maqueta dos Pavilhões

Leia mais

86 SANTO BISPO, escultura em pedra de Ançã policromada, portuguesa, séc. XV/XVI, faltas e defeitos; Dim. - 54,5 cm

86 SANTO BISPO, escultura em pedra de Ançã policromada, portuguesa, séc. XV/XVI, faltas e defeitos; Dim. - 54,5 cm 86 SANTO BISPO, escultura em pedra de Ançã policromada, portuguesa, séc. XV/XVI, faltas e defeitos; Dim. - 54,5 cm 4.000-6.000 87 MENINO JESUS, escultura em madeira policromada, peanha em madeira dourada,

Leia mais

História e Geografia de Portugal

História e Geografia de Portugal 6.º Ano História e Geografia de Portugal Joana Simas Localização Tempo 2.ª metade do século XIX (1851-1900) Espaço Portugal: Portugal na segunda metade do século XIX Contextualização Aspetos Políticos

Leia mais

TÉCNICO EM GUIA DE TURISMO INSTRUTORA: ELISÂNGELA NEVES

TÉCNICO EM GUIA DE TURISMO INSTRUTORA: ELISÂNGELA NEVES TÉCNICO EM GUIA DE TURISMO INSTRUTORA: ELISÂNGELA NEVES UC5 - PRESTAR INFORMAÇÕES TURÍSTICAS NO CONTEXTO LOCAL E REGIONAL. ARQUITETURA E ARQUITETURA NA MESOPOTÂMIA E SUA INFLUENCIA NO RN Prof. Elisângela

Leia mais

Arte pré-romana. Francisco Martins Sarmento. O Occidente, Lisboa, 1879, vol. II, pág. 157

Arte pré-romana. Francisco Martins Sarmento. O Occidente, Lisboa, 1879, vol. II, pág. 157 Arte pré-romana Francisco Martins Sarmento O Occidente, Lisboa, 1879, vol. II, pág. 157 A portada de que O Occidente dá hoje a gravura (fig. 1), apareceu nas escavações de Sabroso, menos a padieira que

Leia mais

FICHA DE INVENTÁRIO. 4.CARACTERIZAÇÃO HISTÓRICO-ARTÍSTICA Época de construção Século XVIII/XIX. Síntese Histórica

FICHA DE INVENTÁRIO. 4.CARACTERIZAÇÃO HISTÓRICO-ARTÍSTICA Época de construção Século XVIII/XIX. Síntese Histórica FICHA DE INVENTÁRIO 1.IDENTIFICAÇÃO Designação- Imóvel Local/Endereço- Beco das Cruzes, nº2 a 4 Freguesia- Almedina Concelho- Coimbra Distrito- Coimbra 2.CARACTERIZAÇÃO Função Origem Habitação. Função

Leia mais

A Rota do Românico do Vale de Sousa 1 Igreja de S. Pedro de Abragão e Túmulos Abragão, Penafiel

A Rota do Românico do Vale de Sousa 1 Igreja de S. Pedro de Abragão e Túmulos Abragão, Penafiel Rota do Românico do Vale de Sousa A Rota do Românico do Vale de Sousa 1 1 As fotografias das igrejas do Vale de Sousa foram registadas pela autora. 2 Rota do Românico do Vale de Sousa A Rota do Românico

Leia mais

Ficha de Caracterização Edificado com Interesse Cultural

Ficha de Caracterização Edificado com Interesse Cultural Ficha de Caracterização Edificado com Interesse Cultural (Art. 19º e 45º da Lei 107/2001, de 8 de setembro) I. Identificação 1.1 Data 1.2 Nome do imóvel: 1.3 Freguesia: 1.4 Localização: n.º 1.5 Proprietário

Leia mais

Acta n.º

Acta n.º VISTORIA AO ABRIGO DO DISPOSTO NOS ARTIGOS 89.º E 90.º DO DL 555/99, DE 16 DE DEZEMBRO - Presente o processo de vistoria, requerida por Fernando Gomes, às condições de segurança de um edifício sito no

Leia mais

PLANO DE DEMOLIÇÃO DO ANTIGO REFEITÓRIO DO ALTO DOS MOINHOS

PLANO DE DEMOLIÇÃO DO ANTIGO REFEITÓRIO DO ALTO DOS MOINHOS CONDIÇÕES TÉCNICAS ESPECIFICAS PLANO DE DEMOLIÇÃO DO ANTIGO REFEITÓRIO Promotor: Câmara Municipal da Amadora DOM Departamento de Obras Municipais Local: Moinhos da Funcheira EDIFÍCIO DO ANTIGO REFEITÓRIO

Leia mais

FILIAIS E AGÊNCIAS - FILIAL DA GUARDA -

FILIAIS E AGÊNCIAS - FILIAL DA GUARDA - FILIAIS E AGÊNCIAS - FILIAL DA GUARDA - A 27 de Maio de 1920 o diretor de Finanças alerta o administrador da CGD, sabendo de antemão que era intenção da Caixa estabelecer filiais em todas as sedes de distritos,

Leia mais

116 JOSÉ CONTENTE "Trecho de vila", óleo sobre tela colada em cartão, assinado e datado de 1938 Dim x 21 cm

116 JOSÉ CONTENTE Trecho de vila, óleo sobre tela colada em cartão, assinado e datado de 1938 Dim x 21 cm 114 SOUSA LOPES - 1879-1944 "Pátio veneziano", óleo sobre tela, assinado Dim. - 23,5 x 17,5 cm 2.500-3.750 116 JOSÉ CONTENTE - 1907-1957 "Trecho de vila", óleo sobre tela colada em cartão, assinado e datado

Leia mais

Questionário sobre o Ensino de Leitura

Questionário sobre o Ensino de Leitura ANEXO 1 Questionário sobre o Ensino de Leitura 1. Sexo Masculino Feminino 2. Idade 3. Profissão 4. Ao trabalhar a leitura é melhor primeiro ensinar os fonemas (vogais, consoantes e ditongos), depois as

Leia mais

95 JOSÉ CONTENTE "Porto - Rio Douro", óleo sobre madeira, assinado e dedicado Dim x 34 cm

95 JOSÉ CONTENTE Porto - Rio Douro, óleo sobre madeira, assinado e dedicado Dim x 34 cm 93 AURORA FIGUEIREDO - 1891-19?? "Paisagem com charco", óleo sobre tela, assinado Dim. - 36,5 x 45,5 cm 1.200-1.800 95 JOSÉ CONTENTE - 1907-1957 "Porto - Rio Douro", óleo sobre madeira, assinado e dedicado

Leia mais

Fig. 1. Aspecto geral do território da freguesia da Luz de Tavira. (foto do autor)

Fig. 1. Aspecto geral do território da freguesia da Luz de Tavira. (foto do autor) Fig. 1. Aspecto geral do território da freguesia da Luz de Tavira. Fig. 2. Aspecto geral do sítio do Brejo. Fig. 3. Representação esquemática do actual território da freguesia da Luz de Tavira, com as

Leia mais

A R Q U I V O H I S T Ó R I C O M U N I C I P A L D E C O I M B R A

A R Q U I V O H I S T Ó R I C O M U N I C I P A L D E C O I M B R A A R Q U I V O H I S T Ó R I C O M U N I C I P A L D E C O I M B R A CATÁLOGO DA COLECÇÃO CRÓNICAS [1570] séc. XVIII a h m c 2013 CRÓNICAS. [Sécs. XVI-XVIII] A colecção de Crónicas do AHMC é constituída

Leia mais

FREGUESIA DE Água retorta RELATÓRIO DE GESTÃO 2012

FREGUESIA DE Água retorta RELATÓRIO DE GESTÃO 2012 FREGUESIA DE Água retorta RELATÓRIO DE GESTÃO 2012 CONTROLO ORÇAMENTAL 1.1 - RECEITA: Da análise dos documentos de prestação de contas referente ao exercício de 2012, verifica-se: Saldo da gerência anterior:

Leia mais

INVENTÁRIO ARQUIVO DA PROVEDORIA DA COMARCA COIMBRA

INVENTÁRIO ARQUIVO DA PROVEDORIA DA COMARCA COIMBRA ARQUIVO DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA INVENTÁRIO ARQUIVO DA PROVEDORIA DA COMARCA DE COIMBRA Ludovina Cartaxo Capelo Nota Prévia O presente Inventário é o resultado da actividade desenvolvida pelo Arquivo

Leia mais

COmenda. S. Martinho do Bispo

COmenda. S. Martinho do Bispo ARQUIVO DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA COmenda de S. Martinho do Bispo Ludovina Cartaxo Capelo INVENTÁRIO 2007 Os documentos pertencentes à Comenda de S. Martinho do Bispo de Coimbra, dá-nos uma perspectiva,

Leia mais

Módulo 3-3. A produção cultural A arte em Portugal: o gótico-manuelino e a afirmação das novas tendências renascentistas

Módulo 3-3. A produção cultural A arte em Portugal: o gótico-manuelino e a afirmação das novas tendências renascentistas - Espanha: plateresco como as peças dos ourives de prata - folhagens fantasiosas - medalhões - arabescos - Gótico-manuelino - Portugal: Manuelino (rei D. Manuel) definição, pág. 80 - Arte heterogénea -

Leia mais

USP/SRF/GIM Gestão de Imóveis

USP/SRF/GIM Gestão de Imóveis Av. D. João II, lote 1.12.03 8º Parque das Nações 1999-001 Lisboa +351 210471516 COMÉRCIO / SERVIÇOS COVILHÃ Largo Centro Cívico COMÉRCIO/SERVIÇOS - Covilhã, Largo Centro Cívico 1 / 9 1. OBJECTIVO Esta

Leia mais

BAIXO ALENTEJO. Fernando Nieto Muriel (2B1C) Natalia Rodríguez González (2B1C) Alejandro Moriñigo Vicente (2B3S)

BAIXO ALENTEJO. Fernando Nieto Muriel (2B1C) Natalia Rodríguez González (2B1C) Alejandro Moriñigo Vicente (2B3S) BAIXO ALENTEJO Fernando Nieto Muriel (2B1C) Natalia Rodríguez González (2B1C) Alejandro Moriñigo Vicente (2B3S) 1. DESCRIÇÃO DA REGIÃO O Baixo Alentejo é uma sub-região estatística portuguesa, parte da

Leia mais

Com muito carinho para minha querida amiga e super profissional. Ale Del Vecchio

Com muito carinho para minha querida amiga e super profissional. Ale Del Vecchio Com muito carinho para minha querida amiga e super profissional. BA BE BI BO BU BÃO ba be bi bo bu bão BA ba boi BE be bebê BI bi Bia BO bo boi BU bu buá Nome: BA BE BI BO BU BÃO ba be bi bo bu bão BA

Leia mais

Cabral Moncada Leilões Q Página 19

Cabral Moncada Leilões Q Página 19 61 CONTADOR LUSÍADA EM TECA, ÉBANO E MARFIM, embutidos "leão, fauces de leão e pássaros", trempe em forma de mesa com duplo travejamento e pés em forma de Jatayu estilizado, espelhos das fechaduras, pegas

Leia mais