UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA, CONSERVAÇÃO E MANEJO DA VIDA SILVESTRE.

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA, CONSERVAÇÃO E MANEJO DA VIDA SILVESTRE. PATRICIA KÖSTER E SILVA Identificação e Mapeamento dos Sítios Prioritários para Conservação das Espécies de Vertebrados Ameaçados de Extinção no Âmbito da Aliança Brasileira para Extinção Zero (BAZE). Orientador: Gustavo Alberto Bouchardet da Fonseca Co-Orientador: Daniel Brito Belo Horizonte Estado de Minas Gerais Brasil Agosto de 2008.

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3 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS BELO HORIZONTE, MG BRASIL. DISSERTAÇÃO submetida por Patrícia Köster e Silva para obtenção do Grau de MESTRE EM ECOLOGIA, CONSERVAÇÃO E MANEJO DA VIDA SILVESTRE, Aprovada em: 04/08/2008 ORIENTADOR: P.h.D. Gustavo Alberto Bouchardet Fonseca, Global Environment Facility. BANCA EXAMINADORA: Dr. Adriano Pereira Paglia, Conservação Internacional do Brasil. Dr. Flávio Henrique Guimarães Rodrigues, Universidade Federal de Minas Gerais. iii

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5 Para Alexander, Aldemar, Auneir e para minha querida mãe, Pelo amor a vocês... Por minha querida Mata Atlântica! A floresta que inspirou minha vida, Meus sonhos de criança e, Que está sempre viva em meu coração! 5

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7 Agradecimentos Herói não é aquele que vence, mas sim aquele que humilhado ao pó da derrota encontra ânimo para prosseguir a luta. E quantas lutas eu travei até chegar a este glorioso momento em que posso defender um projeto na profissão que escolhi para minha vida, pois não me imagino fazendo algo que não seja trabalhar em biologia da conservação. Já trabalhei em muitas áreas para garantir meu sustento e o sustento de minha família, mas nunca deixei de travar minha luta diária para alcançar meus objetivos. Hoje posso dizer que sou herói, pois superei meus próprios limites, a falta de recursos e muitas vezes a falta de esperança, pois não conseguia mais enxergar uma luz no caminho que tinha escolhido. Porém, tive muita força para não desistir de meus sonhos diante das dificuldades e tive também muitas pessoas que me estenderam a mão, que acreditaram em mim, que me ajudaram com apoio moral, material e intelectual, pessoas que me abriram as portas. Por isto, quero agradecer imensamente ao meu marido Aldemar por todos estes anos de apoio, por ter acreditado em meu potencial e ter compartilhado de meus sonhos. Por ter disposto muitas vezes de seus próprios objetivos para me acompanhar em minha busca incansável. Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza e suas criaturas, por ter me ensinado a ver o lado colorido da vida e apreciar as coisas mais simples, que são o que fazem toda a diferença. Por ter me ensinado o respeito a todas as formas de vida e, sobretudo o respeito à própria vida. Quero agradecer a meu orientador Gustavo, por ter me aceitado como sua aluna, me inspirando enormemente com seu profissionalismo e sua brilhante carreira. Por seus conselhos precisos e principalmente pela bolsa de Mestrado, sem a qual este sonho não poderia ter se realizado. Agradeço ao meu co-orientador Daniel por todas as horas passadas ao Skype me ajudando e me transmitindo informações preciosas. Obrigada por sua paciência e seu empenho. Você me ajudou imensamente! 7

8 Agradeço à minha querida tia Auneir por todo o apoio material e moral oferecido de forma tão generosa e espontânea nos momentos tão difíceis que passamos para que este sonho pudesse ser realizado. Obrigada por nunca questionar meus motivos e acreditar em mim incondicionalmente. Sem a sua ajuda este trabalho jamais poderia ter sido concluído. Agradecer-te novamente nunca será demais! Obrigada por tudo! Agradeço ao caro amigo senhor Leão, por todas as vezes que nos ofereceu sua grata ajuda, e que sempre veio em tão boa hora, fazendo grande diferença em nossas vidas. Agradeço à Gláucia da Fundação Biodiversitas por ter me confiado a execução deste fantástico projeto, que me trouxe muita satisfação pessoal e profissional e me abriu os horizontes e assim espero, as portas para a Biologia da Conservação. Agradeço à Fundação Biodiversitas e aos meus caros colegas de trabalho pelos recursos, equipamentos, informações concedidas e principalmente pelo carinho com que me receberam e me ajudaram. Agradeço à Conservação Internacional pela disponibilização do recurso financeiro. Em um país onde o pesquisador passa por dificuldades financeiras e sofre com a falta de recursos, organizações como a CI promovem o investimento em recursos humanos capacitados em trabalhar pela conservação da biodiversidade brasileira. Parabéns pela iniciativa! Agradeço ao meu pequeno Alexander, meu segundo projeto durante o Mestrado, por ter me mostrado um mundo mais brando e toda a beleza e a delicadeza do nascer de uma nova vida. Por ter enchido minha vida de alegria e nos momentos difíceis ter me feito sorrir com sua inocência de criança. Por ter me ajudado a redescobrir o mundo através de sua ótica de criança, ainda tão deslumbrada com a vida. Disseram-me muitas vezes quando engravidei que minha criança não poderia ter vindo em momento mais oportuno, e estas pessoas tinham razão. Você encheu minha vida de alegria e esperança e me deu mais um ótimo motivo para acreditar em um mundo melhor para todos nós. Agora que você está descobrindo o mundo, quero poder contribuir para que você conheça um mundo no qual valha a pena acreditar. Agradeço à Amanda por sua dedicação e por todas as horas passadas comigo montando as bases e os mapas que estruturam este trabalho. Agradeço ainda a todos aqueles que de forma direta ou indireta contribuíram para a execução e o bom andamento deste projeto, que espero, será uma luz no caminho de muitas espécies tão seriamente ameaçadas de extinção. 8

9 Por toda minha vida desejei trabalhar no sentido de poder evitar a extinção de uma espécie, hoje tenho a oportunidade de evitar a extinção de 36 espécies! E isto é maravilhoso! Espero que a compilação destas informações possa ajudar a muitos colegas na preservação de nossa fauna tão espetacular e tão necessitada de cuidados. Espero ter contribuído com um trabalho relevante para aquilo em que sempre acreditei e que sempre foi o grande sonho de minha vida, a conservação da biodiversidade. Desenvolvi este projeto com o coração aberto e cheio de esperanças. Esperança de que meu pequeno filho tenha o privilégio, como eu tive, de ver espécies hoje tão ameaçadas, vivas em seus habitats naturais e tendo uma chance de sobreviver ao tempo. Esperança de que as futuras gerações tenham mais respeito pela Natureza e que possamos conviver todos em um mundo mais digno, mais bonito e mais justo. Esperança de ver nossas florestas tão majestosas vivas e nos enchendo de deslumbramento. Esperança de que possamos ter uma trégua nesta luta tão desigual em obter riquezas a qualquer custo, não importando o que seja necessário destruir para isto. Pode parecer um tanto utópico, mas quero dedicar minha vida à Biologia da Conservação, e talvez ao final de minha carreira, eu possa olhar para trás e ver que tive o privilégio de ter conseguido plantar algumas sementes. 9

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11 Um dia, a Terra vai adoecer. Os pássaros cairão do céu, os mares vão escurecer e os peixes aparecerão mortos na correnteza dos rios. Quando esse dia chegar, os índios perderão o seu espírito. Mas vão recuperá-lo para ensinar ao homem branco a reverência pela sagrada terra. Aí, então, todas as raças vão se unir sob o símbolo do arco-íris para terminar com a destruição. Será o tempo dos Guerreiros do Arco-Íris. (Profecia feita há mais de 200 anos por "Olhos de Fogo", uma velha índia Cree). É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glória, mesmo expondo-se à derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito e nem sofrem muito, porque vivem na penumbra cinzenta, que não conhece vitória nem derrota. 11

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13 RESUMO Existem hoje no Brasil 197 espécies de vertebrados ameaçados de extinção nas categorias Criticamente em Perigo e Em Perigo. No intuito de melhorar o status de conservação das espécies ameaçadas de extinção no Brasil, a Aliança Brasileira para Extinção Zero (BAZE) foi oficializada no país através da criação do Fórum Brasileiro para Extinção Zero pela Portaria no. 182 de 22 de maio de 2006 do Ministério do Meio Ambiente. A BAZE é uma iniciativa brasileira que reúne cerca de 40 instituições governamentais e não governamentais visando promover o delineamento e implantação de estratégias de conservação para as espécies altamente ameaçadas de extinção. A BAZE visa replicar em nível nacional os mesmos objetivos da Aliança para Extinção Zero (AZE), através da identificação dos últimos refúgios onde populações de espécies ameaçadas ainda persistem, propondo medidas para proteção destes sítios. Este estudo foi o ponto de partida para a implementação da BAZE, tendo por objetivo a identificação e o mapeamento dos sítios prioritários para conservação das espécies ameaçadas de extinção no Brasil. A proposta de identificação e mapeamento dos sítios buscou integrar metodologias amplamente aceitas, através da utilização dos critérios de Perigo, Singularidade e Discrição propostos pela AZE para identificação dos sítios mundiais, associada à metodologia de delimitação de sítios das Key Biodiversity Areas (KBA s). O mapeamento foi realizado utilizando-se como base os Mapas da Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros do MMA (2006) para identificação de remanescentes e uso e ocupação do solo, as bases cartográficas do IBGE (2003) para os limites municipais, infra-estrutura e topografia, a hidrografia da ANA (2008), os limites das Unidades de Conservação federais e estaduais do MMA (2007) que foram comparadas com imagens por satélite Landsat 7 ETM+ do MMA (2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008) para avaliação das condições da vegetação e ocupação do solo. Foram identificadas 36 espécies-gatilho distribuídas em 32 Sítios Prioritários da BAZE. Além destas, 34 espécies foram incluídas na Lista de Espécies Candidatas da BAZE. Das 50 espécies-gatilho identificadas pela AZE no Brasil, 15 correspondem a espécies-gatilho da BAZE. A Mata Atlântica e o Cerrado, os dois Hotspots brasileiros, concentram a maior quantidade de Sítios Prioritários da BAZE, tendo sido identificados 16 sítios na Mata Atlântica e oito no Cerrado, seguidos pela Caatinga com quatro sítios, Amazônia com dois sítios e Pampas também com dois sítios. Dezenove Sítios Prioritários da BAZE não possuem qualquer status de conservação, oito são parcialmente protegidos e apenas cinco estão protegidos por Unidades de Conservação de Proteção Integral. Palavras-chave: espécies ameaçadas, extinção, conservação, mapeamento, espéciesgatilho, sítios prioritários. 13

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15 ABSTRACT Brazil has 197 vertebrate species listed as Critically Endangered or Endangered in its national red list. In order to help prevent extinctions and improve the status of threatened species within the country, the Brazilian Alliance for Zero Extinction (BAZE) was created with the support of the Environment Ministry. The BAZE is a combined effort of around 40 institutions, both governmental and non-governmental ones targeting the creation and implementation of conservation strategies for threatened species. The BAZE applies at the national level, the same philosophy of the global Alliance for Zero Extinction (AZE), identifying the refuges where last population of threatened species still persist and proposing conservation measures as actions for these areas. The AZE was the starting point for the BAZE, that has as its main objective the identification and delineation of national level sites for species listed as threatened in Brazil. The methodology to identify and delineate these sites uses criteria for threat, irreplaceability and discreteness, following the guidelines for AZE and Key Biodiversity Areas. Mapping was realized using maps from the Brazilian Ministry of the Environment (vegetation cover of the brazilian biomes, land use and fragmentation and protected areas), the Brazilian Institute of Geography and Statistics (political boundaries, infra-structure, topography and hydrography). These maps were compared with satellite images (Landsat 7 and Quckbird) to evaluate land use and vegetation cover. As a result we identified 36 trigger species distributed in 32 BAZE sites. We also listed 34 species as candidate species. Fiveteen of the BAZE species are also AZE species. The Atlantic Forest (16 sites) and the Cerrado (8 sites ) biodiversity hotspots are the biomes that hold the majority of the BAZE sites. The Caatinga has four sites, the Amazon Forest and the Pampas have two sites each. Nineteeen BAZE sites are not protected, eight are partially protected and only five are located within protected areas. Keywords: threatened species, extinction, conservation, mapping, priorities 15

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17 LISTA DE SIGLAS ANA Agência Nacional de Águas APA Área de Proteção Ambiental AZE Alliance for Zero Extinction (Aliança para Extinção Zero) ARIE Área de Relevante Interesse Ecológico BAZE Brazillian Alliance for Zero Extinction (Aliança Brasileira para Extinção Zero) dcimd Base Cartográfica do Brasil ao Milionésimo Digital CEMAVE Centro de Pesquisa para Conservação das Aves Silvestres CDB Convenção Sobre Diversidade Biológica CDCB Centro de Dados para Conservação da Biodiversidade (Fundação Biodiversitas) CI Conservação Internacional CONABIO Comissão Nacional de Biodiversidade COP Conference of TJE Parties (Conferência das Partes) COSEMA Conselho Superior Temático de Meio Ambiente CR Critically Endangered (Criticamente em Perigo) CRBO Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos DD Data Deficient (Deficiente em Dados) EE Estação Ecológica EN Endangered (Em Perigo) et al. e colaboradores ETM Enhanced Thematic Mapper EW Extinct in the Wild (Extinta na Natureza) 17

18 FAO United Nations Food and Agriculture Organization (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) FLONA Floresta Nacional GBO Global Biodiversity Outlook GPS Global Positioning System ha hectare IBA Important Bird Area IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IF Intituto Florestal de São Paulo INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais IUCN International Union for Conservation of Nature (União Mundial para Natureza) KBA Key Biodiversity Área (Área Chave para Biodiversidade) km quilômetro m metro MDG Millenium Development Goals MMA Ministério do Meio Ambiente NRIDALN Núcleo de Recepção e Informação de Dados Ambientais do Litoral Norte NT Near Threatened (Quase Ameaçada) ONG Organização Não Governamental PARNA Parque Nacional PARNAM Parque Nacional Marinho PARNASO Parque Nacional da Serra dos Órgãos PE Parque Estadual RMA Rede de ONG s da Mata Atlântica RPPN Reserva Particular do Patrimônio Natural SBH Sociedade Brasileira de Herpetologia SIG Sistema de Informação Geográfica SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação VU Vulnerable (Vulnerável) WSSD World Summit for Suitanable Development 18

19 SUMÁRIO Agradecimentos... vii RESUMO... xiii ABSTRACT... xv LISTA DE SIGLAS... xvii 1. INTRODUÇÃO A Aliança Brasileira para Extinção Zero e sua Fundamentação Teórica Brasil, um País Megadiverso! A Crise de Perda da Biodiversidade As Principais Causas de Declínio da Biodiversidade Prioridades em Conservação O Problema das Pequenas Populações Justificativa Objetivos METODOLOGIA Espécies-foco: Obtenção Dados de Distribuição das Espécies-foco e Critérios para Avaliação Definindo Localidade Seleção das Trigger Species Obtenção das Coordenadas Geográficas Montagem da Base Cartográfica Filtragem das Espécies-foco: Seleção e Plotagem das Coordenadas Geográficas Análise das Coordenadas Geográficas segundo os critérios de Singularidade e Discrição Critérios de Delimitação dos Sítios Prioritários da BAZE Delimitação dos Sítios Prioritários sobre os Limites de Unidades de Manejo Delimitação dos Sítios Prioritários na Ausência de Unidades de Manejo Estabelecidas Divergência de Cobertura entre a Unidade de Manejo e o Habitat da Trigger Species Múltiplas Unidades de Manejo Mapeamento por Trecho de Ottobacia Delimitação e Mapeamento dos Polígonos Elaboração dos Polígonos dos Sítios Prioritários da BAZE Mapas de Localização dos Sítios Prioritários da BAZE por Bioma Brasileiro Padronização dos Mapas dos Sítios Prioritários da BAZE Análise do Status de Proteção dos Sítios Prioritários da BAZE Outras Espécies Ameaçadas Presentes nos Sítios Prioritários da BAZE Lista de Espécies Candidatas da BAZE RESULTADOS Descrição dos Sítios Prioritários da BAZE Identificados e Mapeados

20 Sítio Prioritário da BAZE: Área de Relevante Interesse Ecológico da Ilha de Queimada Grande e Queimada Pequena (APÊNDICE 1) Sítio Prioritário da BAZE: Baía de Ilha Grande (APÊNDICE 2) Sítio Prioritário da BAZE: Bandeira (APÊNDICE 3) Sítio Prioritário da BAZE: Botucatu (APÊNDICE 4) Sítio Prioritário da BAZE: Brejinho de Nazaré (APÊNDICE 5) Sítio Prioritário da BAZE: Cabo Frio (APÊNDICE 6) Sítio Prioritário da BAZE: Canudos-Raso da Catarina (APÊNDICE 7) Sítio Prioritário da BAZE: Chapada do Araripe (APÊNDICE 8) Sítio Prioritário da BAZE: Delta do Jacuí (APÊNDICE 9) Sítio Prioritário da BAZE: Dom Pedro de Alcântara (APÊNDICE 10) Sítio Prioritário da BAZE: Floresta Nacional Mário Xavier (APÊNDICE 11) Sítio Prioritário da BAZE: Governador Jorge Teixeira (APÊNDICE 12) Sítio Prioritário da BAZE: Ilha de Alcatrazes (APÊNDICE 13) Sítio Prioritário da BAZE: Jardim Zoológico de Brasília (APÊNDICE 14) Sítio Prioritário da BAZE: Nova Iguaçu (APÊNDICE 15) Sítio Prioritário da BAZE: Parque Estadual de Ilhabela (APÊNDICE 16) Sítio Prioritário da BAZE: Parque Estadual do Espinilho (APÊNDICE 17) Sítio Prioritário da BAZE: Parque Estadual Morro do Diabo (APÊNDICE 18) Sítio Prioritário da BAZE: Parque Nacional das Emas (APÊNDICE 19) Sítio Prioritário da BAZE: Parque Nacional do Itatiaia (APÊNDICE 20) Sítio Prioritário da BAZE: Poços de Caldas (APÊNDICE 21) Sítio Prioritário da BAZE: Rio Araguaia (APÊNDICE 22) Sítio Prioritário da BAZE: Rio Catu (APÊNDICE 23) Sítio Prioritário da BAZE: Rio dos Patos (APÊNDICE 24) Sítio Prioritário da BAZE: Rio Mucuri (APÊNDICE 25) Sítio Prioritário da BAZE: Rio Santo Antônio (APÊNDICE 26) Sítio Prioritário da BAZE: Rio Tabocas (APÊNDICE 27) Sítio Prioritário da BAZE: Rio Urucuia (APÊNDICE 28) Sítio Prioritário da BAZE: Santo André (APÊNDICE 29) Sítio Prioritário da BAZE: Serra das Araras (APÊNDICE 30) Sítio Prioritário da BAZE: Serra do Maranguape (APÊNDICE 31) Sítio Prioritário da BAZE: Serra dos Órgãos (APÊNDICE 32) Listas de Espécies Candidatas da BAZE Anfíbios Aves Mamíferos Peixes DISCUSSÃO Fatores de diferenças nos resultados encontrados pela BAZE e pela AZE no Brasil Considerações acerca das Trigger Species Considerações acerca da Lista de Espécies Candidatas da BAZE Espécies Extintas na Natureza Delimitação e Mapeamento dos Sítios Prioritários da BAZE A Efetividade das Áreas Protegidas Os Sítios Prioritários da BAZE, sua Distribuição pelos Biomas e Estados Brasileiros e outras Iniciativas em Identificação de Áreas Prioritárias Fatores de Ameaça

21 4.9. Estratégias em Conservação CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APÊNDICES ANEXO

22 1. INTRODUÇÃO O Brasil possui uma impressionante diversidade biológica distribuída por cinco importantes biomas, dois dos quais são descritos como Hotspots de Biodiversidade (Mittermeier et. al., 2004) e três como Grandes Regiões Naturais (Mittermeier et. al., 2002). Possui o maior sistema fluvial e a maior floresta tropical do mundo (Brandon et. al., 2005), e contribui com cerca de 13% de toda a biodiversidade mundial (Lewinsohn & Prado, 2005). No entanto, devido a diversos ciclos de exploração dos recursos naturais desde seu descobrimento, da ocupação desordenada e do atual modelo desenvolvimentalista, o Brasil acompanha as tendências mundiais de perda de diversidade biológica. A atual crise de extinções e a destruição de ecossistemas naturais causados pela ação do homem ao redor do mundo, já é um evento sem precedentes na história geológica da Terra, e pode ser irreversível (Pimm et. al., 2001; Primack & Rodrigues, 2001). Segundo Ehrlich (1997), a espécie humana consome hoje cerca de 40% de toda a produção primária líquida do planeta, destinando assim, dois quintos do alimento terrestre a apenas uma espécie. A população humana dobrou nos últimos quarenta anos, atingindo 6,5 bilhões de pessoas no ano de 2005, com uma projeção de atingir nove bilhões de habitantes até o ano de 2050 (Millenium Ecosystem Assessment, 2005; ONU, 2005). A atual demanda da humanidade por recursos, seu padrão de consumo e os métodos empregados para obtenção e eliminação dos bens de consumo (Gore, 1993), são fatores de destruição e degradação dos ambientes naturais, causando grandes impactos sobre a biodiversidade global e efeitos devastadores sobre os habitats (Sala et. al., 2000). As florestas tropicais, que concentram a maior diversidade de vida do planeta (Mittermeier et. al., 1997), estão sob forte pressão antrópica e são duramente exploradas e destruídas a escalas alarmantes pela população humana em franco crescimento (FAO, 2007; Gore, 1993; UNEP, 2005). Estimativas mostram que cerca de 94% do crescimento populacional mundial previsto até sua estabilização irá ocorrer em países subdesenvolvidos, onde a pobreza e a degradação ambiental já são impressionantes (Gore, 1993). Como conseqüência, os serviços ecossistêmicos mundiais estão em declínio (GBO 2, 2006), muitas espécies perdem seus habitats, sendo levadas à extinção e muitas outras 22

23 são confinadas em pequenos fragmentos, onde muitas vezes, também são incapazes de sobreviver em longo prazo (Primack & Rodrigues, 2001). A extinção sempre fez parte da vida no planeta (May et. al., 1995). No entanto, somente entre os vertebrados globalmente avaliados, as estatísticas demonstram que 12% das aves, 23% dos mamíferos e 34% dos anfíbios encontram-se ameaçados de extinção (Myers, 1997). No atual espasmo de extinções, devido à velocidade do fenômeno de esgotamento da biodiversidade e à destruição dos ambientes-chave, que estocam espécies colonizadoras em potencial, vitais para a reposição evolucionária após períodos de extinção em massa, o planeta pode sofrer um declinio dramático da riqueza e da abundância de espécies (Myers, 1997). Muitos esforços em conservação têm sido feitos ao longo dos últimos anos no sentido de evitar a extinção de espécies e de impedir a destruição dos ecossitemas. Porém, em meio à tamanha crise, é necessário que sejam estabelecidas prioridades em conservação, para que os esforços conservacionistas possam ser direcionados de forma eficiente. A destruição e a degradação do habitat é a maior e mais direta ameaça para aves, mamíferos e anfíbios, impactando entre 85% a 90% de todas as espécies ameaçadas dos três grupos (Baillie, 2004). De acordo com Bruner et. al. (2001), programas de conservação direcionados estrategicamente aos sítios podem resolver uma das maiores causas de extinção, através da redução da perda de habitat e das espécies que estes abrigam. Setores governamentais e não-governamentais, visando contribuir para as metas e objetivos firmados perante a Convenção de Diversidade Biológica (CDB), da qual o Brasil é signatário, criaram a Aliança Brasileira para Extinção Zero (Brazillian Alliance for Zero Extinction - BAZE), uma iniciativa direcionada à conservação de sítios prioritários, nos quais a extinção das espécies é iminente. Estes sítios representam a ponta do iceberg na atual crise de extinções, e necessitam de medidas conservacionaistas urgentes, pois são os únicos refúgios de espécies extremamente ameaçadas (Eken et. al., 2004; AZE, 2005). Como o primeiro país do mundo a replicar em escala nacional os esforços conservacionistas da Aliança para Extinção Zero (AZE, Alliance for Zero Extinction), o Brasil visa a futura filiação conjunta da BAZE à iniciativa internacional. Este estudo busca propor os primeiros passos estratégicos para a operacionalização da Aliança Brasileira para Extinção Zero (BAZE), no sentido de identificar e mapear os sítios prioritários brasileiros e permitir, assim, um melhor direcionamento na aplicação de 23

24 recursos financeiros e de estratégias em conservação em escala nacional. É de vital importância que os sítios prioritários identificados obtenham a devida atenção das organizações governamentais e não governamentais parceiras da BAZE, para evitar a extinção das espécies ali presentes. O sucesso nos esforços em evitar a extinção iminente destas espécies altamente ameaçadas de extinção, demonstrarão o compromisso e a competência do Brasil em consolidar ações conservacionistas eficazes e em proteger seu patrimônio natural A Aliança Brasileira para Extinção Zero e sua Fundamentação Teórica A Aliança Brasileira para Extinção Zero (BAZE) é uma iniciativa brasileira que reúne 40 instituições nacionais, governamentais e não governamentais, incluindo institutos de pesquisa e universidades, coordenada pela Fundação Biodiversitas e que visa associar suas capacidades científicas, financeiras e políticas em torno do delineamento e implantação de estratégias para melhorar o status de conservação de espécies altamente ameaçadas de extinção (Fundação Biodiversitas, 2006). Utilizando os mesmos critérios adotados pela AZE, a iniciativa brasileira partiu da identificação e mapeamento dos sítios prioritários que constituem os últimos refúgios onde persistem populações de espécies de vertebrados ameaçadas de extinção no Brasil, propondo a implementação de medidas de proteção efetiva desses locais. Neste contexto, a BAZE visa replicar os objetivos globais da AZE em escala nacional, tendo sido formulada para sua posterior filiação à Aliança para Extinção Zero (AZE) (AZE, 2005; Fundação Biodiversitas, 2006). A AZE, modelo no qual a BAZE é fundamentada, é uma iniciativa de caráter internacional, composto por 52 organizações de conservação da biodiversidade distribuídas por 18 países. Tem por objetivo identificar os sítios que representam a ponta do iceberg na crise mundial de extinções, sendo os locais onde as ações conservacionistas emergenciais são necessárias para evitar a extinção iminente de suas espécies altamente ameaçadas, buscando a restauração destes habitats e a eliminação das ameaças, e permitindo assim, o restabelecimento das espécies em seus locais de ocorrência (AZE, 2005; Eken et. al., 2004). Os sítios prioritários da AZE são identificados pela presença de cerca de 95% da população mundial de uma ou mais espécies ameaçadas de extinção (trigger species), ou 24

25 da maioria significativa de um dos estágios de vida da espécie e que ocorrem em um último refúgio (AZE, 2005). Existem 794 trigger species identificadas pela AZE distribuídas em 595 sítios, dos quais apenas 34% possuem proteção integral (Ricketts et. al., 2005). No Brasil, a AZE identificou 50 trigger species distribuídas em 39 sítios (Ricketts et. al., 2005), o que classifica o Brasil como terceiro país no ranking de países com o maior número de sítios AZE, ficando atrás apenas do México com 63 sítios AZE e da Colômbia com 48 sítios (AZE, 2005). No intuito de situar a AZE e conseqüentemente também a BAZE dentre as iniciativas em conservação, é importante mencionar que os sítios da AZE são um subconjunto de prioridades em conservação em escala local dentro das Áreas Chave para Biodiversidade (Key Biodiversity Areas KBA s) da Conservation International (Langhammer et. al. 2007). Por definição, os sítios da AZE mantêm populações remanescentes em último refúgio, contendo cerca de 95% da população mundial ou de um dos estágios de vida de espécies categorizadas com status de ameaça Criticamente em Perigo e Em Perigo (Ricketts et. al., 2005). As KBA s são sítios de relevância global para a conservação da biodiversidade, sendo identificados através da padronização de critérios (vulnerabilidade e insubstituibilidade) e limiares (proporção de representatividade das espécies ameaçadas nos sítios) e das necessidades de proteção da biodiversidade (Langhammer et. al., 2007). São fundamentadas nos 25 anos de experiência da BirdLife International, através de parcerias na identificação, proteção e monitoramento das Important Bird Areas (IBA s) (Langhammer et. al., 2007) (Figura 1). As KBA s possuem um modelo instituído de mapeamento de seus sítios, o que ainda não é replicado pela AZE, que identifica os sítios prioritários através de pontos no mapa (Ricketts et. al., 2005; Langhammer et. al., 2007). AZE KBA s IBA s Figura 1 - Interação entre as KBA s, IBA s e Sítios Prioritários da AZE Fonte: Adaptado de Langhammer et. al. (2007). 25

26 Sendo assim, esta proposta de identificação e mapeamento dos sítios prioritários da BAZE procurou unir a metodologia da AZE como fundamento para identificar e selecionar seus sítios, com a experiência em delineamento e mapeamento de sítios prioritários das Key Biodiversity Areas. A categoria de ameaça das trigger species identificadas pela AZE é definida pela Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas de Extinção da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), dentro dos cinco grupos para os quais existem dados globalmente disponíveis (mamíferos, aves, répteis, anfíbios e coníferas) (Ricketts et. al., 2005). Neste contexto, e no intuito de se obter um maior refinamento na identificação dos Sítios Prioritários da BAZE, que pudesse refletir em escala nacional o status de ameaça das espécies, este estudo foi fundamentado na Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et al., 2005), para os cinco grupos de vertebrados (aves, anfíbios, mamíferos, répteis e peixes). A lista das espécies da fauna brasileira ameaçada de extinção é baseada na Instrução Normativa nº 3 de 27 de maio de 2003, enquanto que, a lista dos peixes e invertebrados aquáticos ameaçados de extinção baseia-se na Instrução Normativa nº 05 de 21 de maio de 2004, cujas categorias de ameaça adotadas são definidas pela versão 3.1 da IUCN (IUCN, 2001). A BAZE foi oficializada no país através da criação do Fórum Brasileiro para Extinção Zero pela Portaria no. 182 de 22 de maio de 2006 do Ministério do Meio Ambiente, considerando os compromissos assumidos pelo Brasil junto à Convenção Sobre Diversidade Biológica (CDB), ratificada pelo Decreto Legislativo no. 2, de 3 de fevereiro de 1994 e promulgada pelo Decreto no , de 16 de março de Dão suporte também à Aliança, o Plano Estratégico da Conservação da Diversidade Biológica (CDB) para 2010, estabelecido em 2002 pela 6ª Conferência das Partes (6 th Conference of the Parties - COP 6), onde os governos se comprometem quanto à redução significativa da taxa de perda de biodiversidade em níveis global, nacional e regional como contribuição para a redução da pobreza e para o benefício de todas as formas de vida na Terra e, as Metas de Desenvolvimento do Milênio (Millenium Development Goals - MDG) pertinentes, como a supervisão, os indicadores e as tendências da diversidade biológica (MMA, 2007a). A criação da BAZE coloca o Brasil em consonância com as metas globais de redução das perdas da biodiversidade, endossadas pela Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (World Summit for the Sustainable Development - WSSD) 26

27 realizada em Joannesburgo em setembro de 2002, e da meta de proteção de pelo menos 10% de cada ecorregião até 2010, definida na Estratégia Global de Conservação de Plantas (MMA, 2007a). Posteriormente, na 7ª Conferência das Partes (7 th Conference of Parties - COP 7), em 2004, foi adotada uma estrutura para avaliar o progresso em direção à Meta da CDB de 2010, através de metas e indicadores globais (MMA, 2007a), os quais foram atualizados e complementados na 8ª Conferência das Partes, realizada em Curitiba, Paraná, Brasil. O Brasil fixou através da Comissão Nacional de Biodiversidade CONABIO, por meio da Resolução no. 3 de 21 de dezembro de 2006, suas metas para a proteção da biodiversidade até o ano de Aquelas que dizem respeito às espécies ameaçadas são as seguintes: Todas as espécies reconhecidas oficialmente como ameaçadas de extinção no país contempladas com Planos de Ação e Grupos Assessores ativos; 100% das espécies ameaçadas efetivamente conservadas em Áreas Protegidas; Redução de 25% na taxa anual de incremento de espécies da fauna ameaçada na Lista Nacional e retirada de 25% de espécies atualmente na Lista Nacional; Uma avaliação preliminar do status de conservação de todas as espécies de plantas, animais vertebrados e, seletivamente, dos animais invertebrados, no nível nacional; 60% das espécies de plantas ameaçadas conservadas em coleções ex situ e 10% das espécies de plantas ameaçadas incluídas em programas de recuperação e restauração (CONABIO, 2006) Brasil, um País Megadiverso! O Brasil é um país megadiverso e o quinto maior país do mundo (Mittermeier et. al., 1997), possuindo entre e das espécies conhecidas (Lewinsohn & Prado, 2005). Estimativas mostram que o total de espécies que podem ocorrer no país são da ordem de 1,8 milhões (Lewinsohn & Prado, 2005). Existem catalogadas no Brasil atualmente espécies de peixes de água doce, liderando a riqueza mundial de espécies do grupo (Reis et. al., 2003), 825 espécies de anfíbios, também com a maior riqueza mundial (SBH 2007a), 684 espécies de répteis, terceira maior riqueza mundial de espécies (SBH 2007b), 1801 espécies de aves (CRBO 2007), o que equivale aproximadamente a 57% das aves registradas para a América do Sul (Marini & Garcia, 2007) e 652 espécies de mamíferos (Reis et. al., 2006). 27

28 Entre 50% e 80% do total da diversidade biológica mundial é encontrada nos países tropicais megadiversos (Mittermeier, 1997). Sendo assim, mais da metade das espécies ameaçadas de extinção vivem em apenas 1,4% da superfície da Terra, denominados Hotspots de Biodiversidade (Myers et. al., 2000; Mittermeier et. al., 2004). O Brasil possui dois dos 34 Hotspots de Biodiversidade identificados ao redor do mundo, que são respectivamente caracterizados por sua elevada diversidade biológica e por sua extrema ameaça, pelo fato de mais de 70% de sua cobertura original ter sido eliminada. Os dois Hotspots brasileiros são a Mata Atlântica e o Cerrado (Mittermeier et. al., 2004). A Mata Atlântica possui grande diversidade de vertebrados e um elevado número de espécies endêmicas (Fonseca et. al., 2004a). Das 263 espécies de mamíferos com ocorrência no bioma, 71 são endêmicas; dentre as 936 espécies de aves catalogadas, 148 são endêmicas e, das 306 espécies de répteis registradas para o bioma, 94 são endêmicas. A diversidade de anfíbios também é alta, com 483 espécies catalogadas e 286 espécies endêmicas enquanto que, o grupo dos peixes, com pelo menos 350 espécies com ocorrência no bioma, possui 133 espécies endêmicas (Fonseca et. al., 2004a). O Cerrado por sua vez, é o segundo maior bioma brasileiro e a mais rica savana tropical do mundo, possuindo uma grande diversidade de vertebrados (Fonseca et. al., 2004b). Das 197 espécies de mamíferos que ocorrem no bioma, 14 são endêmicas. As aves possuem 605 espécies catalogadas, das quais 16 são endêmicas. Do total de 225 espécies de répteis, 33 são endêmicas e aproximadamente 800 espécies de peixes foram catalogadas com 200 espécies endêmicas (Fonseca et. al., 2004b). Três das 24 Grandes Regiões Naturais do mundo também ocorrem no Brasil, a Floresta Amazônica, o Pantanal e a Caatinga. Estas regiões concentram em torno de 70% de seus ecossistemas intactos em uma superfície maior que um milhão de hectares associada a uma baixa densidade populacional (Mittermeier et. al., 2003). A Amazônia é a maior e mais diversa floresta tropical do mundo (Silva et. al., 2005), representa em torno de 40% das florestas tropicais do planeta (Peres, 2005) e possui 427 espécies de mamíferos, 1294 espécies de aves, 378 de répteis, 427 de anfíbios e 3000 espécies de peixes (Rylands et. al., 2002). O Pantanal é uma das maiores planícies alagáveis do mundo, e embora os endemismos estejam praticamente ausentes, esta região é notável por sua extraordinária concentração e abundância de vida selvagem (Harris et. al., 2005). E a Caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, que se constitui por uma região semi- 28

29 árida, caracterizada por um mosaico de arbustos espinhosos e florestas sazonalmente secas e que possui poucas espécies endêmicas (Leal et. al., 2005). Lewinsohn & Prado (2005) calculam que a taxa atual de descrição de novas espécies no Brasil seja de 1500 espécies ao ano. Somente nos últimos anos foram descritas 97 novas espécies de anfíbios no Brasil (Silvano & Segalla, 2005). No entanto, em meio à tamanha diversidade biológica distribuída por um país de proporções continentais, as ameaças também são grandes. Segundo Machado et. al. (2005), o Brasil possui atualmente 633 táxons ameaçados de extinção, dos quais 197 são vertebrados que se encontram nas categorias Criticamente em Perigo ou Em Perigo (11 répteis, 75 peixes, 28 mamíferos, 71 aves e 12 anfíbios), três táxons estão Extintos (duas aves e um anfíbio) e dois encontram-se Extintos na Natureza (duas espécies de aves). Assumindo a necessidade de preservação da flora e fauna nacionais, a consciência e a capacidade de conservação têm crescido rapidamente desde os anos 70 no Brasil, quando foi observado um aumento na criação de parques e reservas, investimentos no desenvolvimento de listas vermelhas nacionais e estaduais, surgimento de ONG s conservacionistas e formação de recursos humanos capacitados na ciência da biologia da conservação (Mittermeier et. al., 2005). Para Silva (2005), a Convenção Sobre Diversidade Biológica propicia a mais importante estrutura para a conservação da diversidade brasileira. Atualmente, o Brasil está desenvolvendo ações para atingir os objetivos deste programa, para o qual é muito importante, entre outras medidas, a criação de unidades de conservação, que representam instrumentos essenciais para conservação da diversidade biológica. Estas ações incluem ainda, duas considerações fundamentais para a seleção das áreas prioritárias para criação de unidades de conservação, que são respectivamente, áreas de grande importância biológica e áreas sob forte pressão antrópica (Silva, 2005). Neste contexto, portanto, é fundamental recordar que as condições acima expressas para inclusão de áreas na categoria de prioritárias, são em sua maioria atendidas pelas espécies identificadas pela BAZE, com agravante, destas ocorrerem em último refúgio e correrem sério risco de extinção. E sendo assim, é vital o apoio do Ministério do Meio Ambiente na proteção dos Sítios Prioritários da BAZE e na efetiva oficialização desta iniciativa, constituindo políticas e estratégias específicas que possam dar suporte na conservação destas áreas e na legitimação dos esforços a elas dirigidos. 29

30 1.3. A Crise de Perda da Biodiversidade A atual onda de extinções e de perda de biodiversidade é um problema de escala planetária (Pimm et. al., 2001), representando entre muitos, um dos aspectos mais graves da crise ambiental global (May et. al., 1995). Uma fração significativa das espécies ameaçadas deve o seu status precário na natureza predominantemente à destruição de habitats, tendo como causa principal o rápido e explosivo crescimento das populações humanas, que disputam os mesmos recursos e espaços, dos quais também dependem milhões de outras espécies (Wilson, 1997; Gore, 1993). Segundo dados da União Internacional para Conservação da Natureza, pelo menos 785 espécies foram extintas desde o ano de 1500 (Baillie et. al., 2004; IUCN, 2007a). Este número está provavelmente subestimado, uma vez que, existem apenas 1.589,361 milhões de espécies descritas (IUCN, 2007a), entre as cinco a 30 milhões de espécies estimadas mundialmente (Baillie et. al., 2004). Entre as espécies avaliadas pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) em 2007, estão ameaçadas de extinção (IUCN, 2007). Um incremento de 64% em comparação com a Lista Vermelha da IUCN de 1996 (IUCN, 2007a). A Avaliação Ecossistêmica do Milênio mostrou que quase dois terços dos serviços ecossistêmicos estão em declínio e a média da abundância de espécies declinou em 40% nos últimos 30 anos (GBO 2, 2006). A extinção, no entanto, é um processo natural que faz parte da vida neste planeta. Registros fósseis indicam que o tempo de vida médio de uma espécie se estende por aproximadamente um milhão de anos (May et. al., 1995), sendo que, praticamente todas as espécies que já existiram estão extintas, porém os mecanismos que levaram a maioria destas espécies à extinção é desconhecido (Payne & Finnegan, 2007). A taxa histórica de extinção nos últimos 600 milhões de anos, período de maior concentração de vida na Terra, foi de aproximadamente uma espécie por ano (Raup e Sepkoski, 1984). Após a maior extinção em massa já ocorrida, no final do período Permiano, onde foi perdida entre 77% a 96% de todas as espécies marinhas (Raup, 1977), foram necessários cerca de 50 milhões de anos de evolução para recuperar o número de famílias e espécies (Primack & Rodrigues, 2001). No entanto, as taxas de extinção provocadas pela ação do homem estão hoje entre 100 e 1000 vezes maiores que as taxas de extinção naturais, sendo previsto um incremento 30

31 em dez vezes sobre estes valores (Pimm et. al., 1995). Esta proporção excede em muito a reposição natural de espécies através da especiação, não possuindo precedentes na história geológica da Terra (Primack & Rodrigues, 2001). Segundo Jablonski (1989), táxons ou características bem sucedidas ou resistentes durante a maior parte do tempo geológico podem ser perdidas durante eventos de extinção em massa e a evolução canalizada a padrões não previsíveis, diferentes daqueles que prevaleceriam durante o tempo geológico. A repercussão deste processo poderia ser uma ruptura no curso da evolução, suspendendo ou até mesmo interrompendo certos processos evolucionários, na medida em que os processos de especiação terão que trabalhar com um número muito reduzido de espécies e seus materiais genéticos (Myers, 1997). Pelo fato de atualmente existirem muito mais espécies do que havia nos eventos de extinção anteriores, a perda absoluta em número de espécies poderá ser muito maior (Raven, 1997). Segundo Myers (1997), o atual processo de redução da diversidade poderá ser mais drástico que os anteriores, devido ao fator crítico da perda dos ambientes-chave, como as florestas tropicais, estuários e recifes de corais. Em eventos de extinção anteriores, as florestas tropicais foram reduzidas em até um décimo de sua extensão, mas continham fontes de estoques evolucionários suficientes para recolonizar os ambientes adequados. Além disto, o esgotamento da biota poderá ocorrer com todas as principais categorias de espécies e eliminará grande parte, senão a maioria dos ambientes-chave e seus bolsões de espécies colonizadoras (Myers, 1997). Sendo assim, o empobrecimento evolucionário deste espasmo de extinção, pode resultar no maior retrocesso da riqueza e da abundância de espécies desde o início da vida na Terra (Myers, 1977) As Principais Causas de Declínio da Biodiversidade A perda de habitat é a maior ameaça para a maioria das espécies de vertebrados que enfrentam a extinção (Primack & Rodrigues, 2001). Grande parte da destruição das florestas tropicais do mundo ocorre devido à sua conversão em áreas agrícolas e pastagens permanentes, resultando após alguns anos de exploração destas atividades, em solo pobre que é posteriormente abandonado. Outra grande parcela das florestas tropicais é destruída para a produção de lenha, operações de corte seletivo de madeira para fins comerciais, construção de estradas, construção de hidrelétricas e a ocupação humana através da 31

32 urbanização (Primack & Rodrigues, 2001). As planícies costeiras são particularmente vulneráveis devido à concentração humana nestas regiões, e o desmatamento está concentrado principalmente nas planícies tropicais, ameaças diretas do desenvolvimento urbano e da agricultura extensiva (Hero & Ridgway, 2006). Estima-se que atualmente, a extensão total dos recursos florestais é de aproximadamente quatro bilhões de hectares, dos seis bilhões de hectares originais, cobrindo ainda, cerca de 30% da superfície da Terra (FAO, 2007). As taxas de desmatamento, no entanto, continuam alarmantes, em torno dos 13 milhões de hectares ao ano (FAO, 2007). Apenas no período de 1990 a 2000, o mundo perdeu 3% de sua cobertura florestal, enquanto que, estimativas mostram que globalmente são perdidos cerca de seis milhões de hectares de florestas primárias todos os anos. O Brasil perdeu neste mesmo período 4% de suas florestas primárias (FAO, 2007). Segundo Wilson (1997), menos de 5% das florestas estão protegidas sob a forma de parque e reservas. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram o desmatamento na Amazônia Legal entre os anos de 2000 e 2007 foi de km² (INPE, 2007). A Mata Atlântica, por sua vez, que concentra cerca de 70% da população brasileira, e que cobria 15% do território nacional, ocupando km², está atualmente reduzida a 7,8% de sua cobertura original (RMA, 2006). Quando há conversão em larga escala do hábitat original, fragmentos podem ainda ser encontrados ao longo da paisagem (Primack & Rodrigues, 2001). A fragmentação do habitat é então caracterizada pela conversão progressiva da vegetação contínua em pequenos pedaços remanescentes, isolados e mergulhados em paisagens em mosaico alterados pelo homem, e que constitui atualmente outra grande ameaça à biodiversidade mundial (Pires et. al., 2006). A fragmentação dos habitats ocasiona sérios problemas às espécies, como o efeito de borda que altera o microambiente no interior do fragmento, limitação do potencial de dispersão das espécies, diminuição da capacidade de alimentação e aumento da competição, invasão de espécies exóticas e competidoras, maior dispersão de doenças, aumento dos incêndios florestais e maior acessibilidade antrópica (Primack & Rodrigues, 2001). A fragmentação é sem dúvida, uma grande ameaça à sobrevivência das espécies (Primack & Rodrigues, 2001). A perda do habitat, no entanto, não está restrito às espécies diretamente afetadas pelo desmatamento, mas evidências sugerem que é também uma das maiores ameaças aos peixes de água doce (Baillie et. al., 2004). 32

33 Mudanças biológicas associadas à perda e fragmentação do habitat favorecem espécies adaptadas a paisagens modificadas pelo homem, provocando um processo de homogeneização biótica, uma consideração importante na atual crise de biodiversidade (Hero & Ridgway, 2006). As mudanças climáticas previstas para este século são também um fator de ameaça para as espécies, exacerbando os riscos de perda da biodiversidade, especialmente para espécies com habitas restritos ou fragmentados, com pequenas populações e espécies sensíveis às alterações climáticas. O aquecimento global intesifica a disseminação de doenças, espécies exóticas e invasoras, diminui a capacidade de deslocamento das espécies e limita sua habilidade de sobreviver em ambientes fragmentados (Millennium Ecosystem Assessment, 2005). A degradação ambiental e a poluição constituem também grande fator de ameaça às espécies. Mesmo em habitats que não foram destruídos ou fragmentados, as comunidades biológicas podem ser extintas através do impacto sofrido pelas alterações em sua estrutura e pela contaminação de seu ambiente, o que impossibilita a sobrevivência destas espécies (Primack & Rodrigues, 2001). Muitas outras ameaças ainda podem ser apontadas como fatores de redução da biodiversidade. Por milhares de anos, os seres humanos têm produzido e negociado outras espécies para diversos fins, como alimentação, vestuário e medicamentos entre tantos outros usos (Baillie et. al., 2004). No entanto, a expansão de mercados e o aumento da demanda, associados ao aperfeiçoamento de técnicas de captura, processamento e transporte têm causado a sobrexplotação de muitas espécies além de níveis sustentáveis (Baillie et. al., 2004). As espécies invasoras, introduzidas pelo homem de forma deliberada ou acidental nos ambientes naturais, também podem causar efeitos catastróficos sobre a biodiversidade nativa. Muitas destas espécies, ao serem bem-sucedidas em sua introdução, podem afetar as espécies nativas de forma direta, através da predação ou competição, da introdução de doenças e parasitas, ou de forma indireta, através da destruição e degradação do habitat (Baillie et. al., 2004). As doenças também têm um papel crítico sobre as espécies, principalmente aquelas ameaçadas de extinção, podendo causar um declínio crônico de populações, redução do sucesso reprodutivo e de sobrevivência dos indivíduos (Baillie et. al., 2004). Fatores como distúrbios antrópicos, mortalidade acidental, eventos catastróficos, mudanças na dinâmica natural das espécies, caça, perseguição e o tráfico de espécies 33

34 nativas também podem causar sérios impactos em alguns grupos de espécies em particular (Baillie et. al., 2004) Prioridades em Conservação As listas vermelhas são ferramentas que avaliam o status de conservação das espécies em escala global, nacional e regional, identificando o risco destas espécies se tornarem extintas (IUCN, 2001; Machado et. al., 2005). Os táxons avaliados são os mantenedores de informações genéticas únicas e constituem a base dos ecossistemas (IUCN, 2001). As informações sobre seu status de conservação e distribuição geográfica são o fundamento para decisões que devem ser tomadas sobre a conservação da biodiversidade, tanto em âmbito global quanto em âmbito local (IUCN, 2001). As listas vermelhas influenciam o direcionamento de políticas públicas e privadas que visam reverter o quadro de ameaça sobre as espécies, tais como, a elaboração de planos de ação e manejo e a criação de Unidades de Conservação de proteção integral em áreas chave para conservação (Machado et. al., 2005). No Brasil, a inclusão de uma espécie na lista vermelha obriga o poder público a dar a ela proteção integral, como previsto pela constituição brasileira (Machado et. al., 2005). Segundo Brooks et. al. (2006), as diferentes abordagens em iniciativas em conservação em escala global têm sido relativamente adequadas para direcionar investimentos em estratégias em preservação. No entanto, tem demonstrado também, a necessidade do delineamento de prioridades em conservação em escala local. Sendo assim, o estabelecimento de prioridades em conservação não se trata de quais espécies merecem ou não atenção das iniciativas em conservação, mas sim, de quais espécies necessitam de atenção em primeiro lugar (Myers, 1983). Neste contexto, dentre as espécies com prioridade de conservação podemos destacar aquelas categorizadas como Criticamente em Perigo (CR) e Em Perigo (EN) que se encontram restritas a um último refúgio (Ricketts et. al., 2005). Os sítios que contêm tais espécies representam o extremo de dois princípios amplamente aceitos em prioridades de conservação: Vulnerabilidade (probabilidade de que as espécies nestes sítios sejam perdidas), expressa pela ocorrência regular de espécies ameaçadas de extinção; e Insubstituibilidade (grau de flexibilidade espacial em estabelecer prioridades de conservação), expressa por conter determinada porcentagem de uma espécie ameaçada de 34

35 extinção ou um de seus estágios de vida (95% da população mundial para os sítios prioritários da AZE) (Margules & Pressey, 2000; Langhammer et. al., 2007). Espécies com pequenas populações e que possuem limitadas opções de conservação, são extremamente vulneráveis à destruição do habitat e estão em face de extinção iminente na ausência de ações apropriadas para sua conservação (Ricketts et. al., 2005). Muitas espécies estão tão seriamente ameaçadas devido às ações antrópicas, que podem desaparecer rapidamente na ausência de medidas urgentes que sejam especificamente direcionadas a seus sítios. Prevenir estas extinções deve ser parte de uma estratégia global de redução das perdas da biodiversidade (Ricketts et. al., 2005). Enquanto o problema da extinção das espécies se agrava, os recursos financeiros para responder ao desafio de evitar extinções continuam limitados (Myers, 1983). Desta forma, é essencial a utilização de estratégias conservacionistas com metodologias analíticas que possilitem a avaliação das prioridades em conservação (Myers, 1983). A metodologia proposta pela AZE (AZE, 2005), que utiliza as informações disponibilizadas pela avaliação global de espécies da lista vermelha da IUCN, bem como, a BAZE (Fundação Biodiversitas, 2006), que busca um refinamento em nível nacional do status de ameaça das espécies, utilizando-se para isto da lista vermelha nacional, buscam exatamente estabelecer o direcionamento das ações prioritárias para conservação, em âmbito global e nacional, respectivamente, objetivando evitar a extinção destas espécies O Problema das Pequenas Populações Muitas espécies podem ter suas populações reduzidas por processos determinísticos, causados normalmente por atividades humanas como destruição e fragmentação do habitat, introdução de espécies exóticas, doenças e outros fatores que, de forma direta ou indireta, impactam estas populações (Brito & Fernandez, 2000). Tais processos determinísticos podem exercer efeitos desastrosos sobre as pequenas populações isoladas em fragmentos de habitat, dificultando sua sobrevivência em longo prazo, mesmo sem novas intervenções humanas (Brito & Fernandez, 2000). À medida que as populações tonam-se menores surgem novas ameaças à sua estabilidade e persistência, que podem exacerbar as dificuldades em frear ou reverter seu declínio (Lacy, 2000). 35

36 As pequenas populações são ameaçadas de extinção, por uma série de processos estocásticos, para os quais são vulneráveis apenas quando são pequenas (Brito & Fernandez, 2000). Os procesos estocásticos podem ser totalmente randômicos ou independentes da dinâmica das populações. Estes riscos à sobrevivência das pequenas populações podem ser classificados em quatro categorias: a) estocasticidade demográfica: variações na estrutura demográfica da população que afetam as taxas de natalidade e mortalidade, imigração e emigração e que influenciam diretamente em seu incremento natural. São exemplos de estocasticidade demográfica: desequilíbrio da estrutura etária e na razão sexual da população; b) estocasticidade ambiental: variações drásticas no ambiente que influenciam nas taxas de natalidade e mortalidade. Diferentes fatores ambientais podem oferecer riscos às populações como eventos de El Nino, mudanças climáticas e disseminação de doenças; c) estocasticidade genética: populações remanescentes em fragmentos tendem a perder a heterozigocidade do pool genético original, alelos raros podem desaparecer e mutações deletérias podem se acumular na população, tornando-as suscetível. A estocasticidade genética está diretamente ligada ao tamanho da população, o que não depende apenas do número de indivíduos em estágio reprodutivo, mas também de seu sistema de reprodução; d) perda da flexibilidade adaptativa: perda da habilidade das populações em se adaptarem a mudanças ambientais devido à perda da variabilidade genética (Gilpin & Solé, 1986 apud Brito & Fernandez, 2000). Quanto menores as populações se tornam devido a estes processos, mais ficam sujeitas a seus efeitos negativos, declinando rapidamente e aumentando as probabilidades de se tornarem extintas (Primack & Rodrigues, 2001). Algumas espécies possuem características que as tornam especialmente vulneráveis quando em pequenas populações. Estas características estão associadas às suas dinâmicas populacionais como espécies monogâmicas, mecanismos precisos de escolha dos parceiros, forrageamento cooperativo, espécies com comportamento de defesa grupal, espécies com baixa fecundidade, entre outros fatores (Lacy, 2000). Desta forma, para as pequenas populações isoladas em fragmentos, é necessário que se conheça sua População Mínima Viável, caracterizada pela menor população viável que tenha grande chance de sobrevivência no futuro (Primack & Rodrigues, 2001). Considerando-se ainda as perspectivas de conservação destas espécies, é também 36

37 importante nestes casos, prever a Área Dinâmica Mínima, ou seja, o habitat adequado capaz de manter tais populações (Primack & Rodrigues, 2001) Justificativa O conhecimento científico é o pilar para a conservação da biodiversidade e para o estabelecimento de prioridades e estratégias que possam prevenir extinções e reduzir suas perdas. Para que seja possível a implementação de medidas que possam reverter o quadro de declínio da biodiversidade, é necessário refinar as informações já existentes sobre a ocorrência das espécies da flora e da fauna ameaçada de extinção, através da identificação dos sítios prioritários que reflitam mais precisamente, as prioridades em conservação no Brasil Objetivos a) Identificar as espécies e os sítios prioritários insubstituíveis para a conservação, ou seja, as localidades onde ocorre a última populaçao de espécies de vertebrados ameaçados de extinção no Brasil; b) Delimitar as áreas identificadas utilizando-se como base as informações biológicas e de distribuição geográfica disponíveis; c) Elaborar mapas e diretrizes de ação para os sítios prioritários da Aliança Brasileira para Extinção Zero (BAZE). 2. METODOLOGIA 2.1. Espécies-foco: As espécies-foco deste estudo são todas as espécies dos cinco grupos de vertebrados constantes da Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005), abrangidas pelas seguintes categorias: a) EW Extinta na Natureza; b) CR Criticamente em Perigo e, c) EN Em Perigo (Tabela 1). 37

38 Tabela 1. Número de Espécies Ameaçadas da Fauna por Grupo Taxonômico e Categoria de Ameaça. Grupo Taxonômico Categoria de Ameaça EW CR EN Aves Mamíferos Répteis Anfíbios Peixes Total Ew Extinta na Natureza; CR Criticamente em Perigo e EN Em Perigo Obtenção de Dados de Distribuição das Espécies-foco e Critérios para Avaliação. Os dados biológicos e de distribuição geográfica das espécies-foco foram extraídos do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., no prelo), que representa uma compilação de dados atual e focada na realidade brasileira e, da base de dados da União Internacional para Conservação da Natureza IUCN (IUCN, 2007b). As espécies marinhas de mamíferos, peixes e répteis foram excluídas da análise em função da escassez de dados populacionais e área de uso das mesmas. Da mesma forma, foram excluídas da análise as espécies Vulneráveis, Deficientes em Dados, Não Avaliadas e subespécies por não se constituírem como foco da metodologia (AZE, 2005). Para as espécies com categoria Extinta na Natureza é prevista a delimitação de seus sítios nos únicos locais que sejam adequados para sua reintrodução (AZE, 2005). De acordo com os critérios estabelecidos pela AZE, são consideradas populações confirmadas de uma espécie todas aquelas que possuem registros publicados, mesmo que estes dados não sejam recentes, pois se assume que a espécie ainda persista no local, a menos que existam informações contrárias. 38

39 2.3. Definindo Localidade A localidade ou unidade discreta mencionada neste estudo é caracterizada pela única área de uso das espécies-foco, com limites definíveis e contínuos dentro de uma área biogeográfica. Estes limites normalmente são a extensão de um remanescente florestal onde a espécie ocorre, uma Unidade de Conservação, ou ainda, em locais onde o habitat esteja extremamente fragmentado ou intacto, a localidade será definida segundo suas características topográficas, geológicas, hidrológicas ou por limites políticos. É necessário ressaltar que, uma mesma espécie pode apresentar diversas coordenadas geográficas dentro desta localidade, pois a localidade não é definida pela coordenada geográfica. Segundo Paglia et. al. (2004), a coordenada geográfica indica dados pontuais sobre a ocorrência das espécies, representando a localização precisa em que elas foram observadas. Sendo assim, uma espécie pode apresentar diversos pontos de ocorrência dentro de uma mesma localidade. De acordo com o que prevê a metodologia da AZE e das Key Biodiversity Areas - KBA s (AZE, 2005; Langhammer et. al., 2007), é necessário considerar-se a possibilidade de manejo dos sítios prioritários ao se delimitar suas áreas. Porém, dado o alto risco de extinção das trigger species da BAZE, e devido ao fato dos sítios prioritários serem as únicas localidades de ocorrência destas espécies, os sítios foram delimitados mesmo onde não havia de imediato a possiblidade em se considerar o critério do manejo Seleção das Trigger Species Segundo a metodologia da AZE (Ricketts et. al., 2005), Sítio é definido como o local onde ocorre pelo menos uma espécie ameaçada de extinção (CR / EN), que representa o último refúgio desta espécie e que pode ser manejado como unidade. São denominadas espécies-gatilho (trigger species) as espécies ameaçadas de extinção nas categorias Criticamente em Perigo e Em Perigo que ocorrem nestas localidades. Considerando o objetivo de identificar os sítios prioritários onde ocorrem populações únicas de espécies ameaçadas no Brasil (trigger species), foi adotada a mesma metodologia utilizada pela AZE (AZE, 2005). Os critérios para identificação dos sítios são (AZE, 2005): 39

40 1. Perigo - um sítio AZE deve conter ao menos uma espécie Criticamente em Perigo (CR) ou Em Perigo (EN). 2. Singularidade um sítio AZE deverá ser designado se for a única área de ocorrência significativa da população conhecida de uma espécie CR ou EN (cerca de 95% da população global), ou abrigar uma fase de vida da espécie em questão como, p.ex., nidificação ou sítio migratório, da maioria significativa da população conhecida da espécie CR ou EN. 3. Discrição - a área deverá possuir um limite definível onde as características dos habitats (cobertura vegetal e uso do solo), comunidades biológicas e/ou fatores de manejo sejam mais semelhantes entre si do que em relação às áreas adjacentes. Da mesma forma como definido pela AZE, cada Sítio Prioritário da BAZE deve satisfazer os três critérios simultaneamente. Todo o processo de análise de dados objetivando a seleção das espécies segundo os critérios expostos acima, será descrito nas etapas metodológicas subseqüentes Obtenção das Coordenadas Geográficas O Centro de Dados para Conservação da Biodiversidade (CDCB) da Fundação Biodiversitas disponibilizou as coordenadas geográficas de cada uma das espécies-foco (Fundação Biodiversitas, 2006). Estas coordenadas geográficas foram obtidas da base de dados do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., no prelo), informadas pelos pesquisadores de cada um dos grupos temáticos quando da compilação dos dados que resultou na publicação. As coordenadas geográficas caracterizaram os pontos de ocorrência registrados dentro da área de distribuição geográfica de cada uma das espécies-foco avaliadas no estudo. Os pontos de ocorrência foram registrados normalmente com coordenadas geográficas exatas obtidas por GPS, onde foram indicados minutos e segundos. Em alguns casos, onde as coordenadas geográficas não eram exatas, foram utilizadas como referência unidades de manejo instituídas, como Unidades de Conservação ou a características topográficas, hidrológicas ou geológicas peculiares, informações estas que foram verificadas pela sobreposição dos dados do Sistema de Informação Geográfica. 40

41 2.6. Montagem da Base Cartográfica Os mapas-base em formato vetorial, utilizados no início dos trabalhos de mapeamento dos sítios prioritários foram os da Base Cartográfica Integrada do Brasil ao Milionésimo Digital (bcimd), elaborada pelo IBGE (2003), na escala de 1: e os Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros elaborados pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2006), na escala de 1: Na base cartográfica do IBGE constam os limites políticos, a malha municipal, a infra-estrutura, a rede viária e a topografia. Nos casos em que foi necessário um detalhamento maior foram utilizadas as cartas topográficas do IBGE nas escalas de 1: e 1:50:000, todas em formato digital (IBGE, 2002). A base dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros do Ministério do Meio Ambiente, é composta por remanescentes de vegetação e pelas formas de uso e ocupação do solo dos biomas brasileiros (MMA, 2006). Com relação ao conjunto de áreas protegidas pertencentes ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), foram utilizados arquivos digitais em formato vetorial shapefile das unidades de conservação ao nível federal e estadual do Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2007b). Os limites dos trechos de ottobacia foram obtidos de arquivos vetoriais em formato shapefile (ESRI) com escala de 1: contendo feições poligonais das áreas de contribuição direta de cada trecho da rede hidrográfica, codificadas pelo método de Otto Pfafstetter (ANA, 2008). Devido à ausência de informações no site da Agência Nacional das Águas sobre a data em que foram produzidas as bases de hidrografia, assume-se então, 2008 como ano de referência, data em que foi realizado o download dos arquivos digitais do site oficial. Em termos de mapas-base em formato matricial, foram utilizadas imagens de satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) + e/ou QuickBird (Google Earth, 2008). As imagens do satélite Landsat 7 ETM + (MMA, 2002a), com resolução espacial de trinta metros, foram utilizadas para verificação das condições da cobertura vegetal e uso do solo. Para um refinamento maior na seleção das localidades estudadas para cada sítio prioritário, foram utilizadas as imagens QuickBird (Google Earth, 2008), com resolução de um metro Filtragem das Espécies-foco: No intuito de se obter um grupo mais coeso de espécies, onde fosse também mais evidente analisar sua configuração dentro dos critérios estabelecidos pela metodologia da 41

42 AZE, as espécies foram divididas em dois grupos segundo seu padrão de distribuição. A seleção das espécies segundo estes parâmetros foi arbitrária, vindo apenas a otimizar o número de espécies analisadas que poderiam efetivamente ser foco do estudo e, conseqüentemente, diminuir o tempo da análise. Todas as espécies-foco foram analisadas individualmente e selecionadas segundo seu atual padrão de distribuição geográfica ou de acordo com os últimos registros confirmados para a espécie. Como resultado desta triagem inicial, foram obtidos dois grupos de espécies, como descrito a seguir: Espécies com distribuição geográfica disjunta: espécies que possuem distribuição geográfica atual fragmentada em uma ampla, ou mesmo restrita, extensão de ocorrência. Estas espécies possuem populações confirmadas nestas localidades biogeograficamente distintas, não sendo desta forma, alvo do estudo, uma vez que a metodologia visa identificar espécies de último refúgio. No entanto, no intuito de minimizar o erro de omissão, todas as espécies que possuíam distribuição geográfica disjunta tiveram algumas características analisadas. Estas características analisadas foram mais precisamente, a presença de cerca de 95% da população em uma localidade para as espécies que se conhecia o tamanho populacional, segundo a descrição do Livro Vermelho e da IUCN; sítios migratórios e de nidificação para uma maioria significativa da população ou ainda; se a espécie estava incluída na lista de trigger species da AZE. Todas as espécies com distribuição disjunta que se qualificaram em uma das condições descritas acima foram classificadas como espécies Pré- Selecionadas e avaliadas posteriormente pelos critérios apresentados no item 2.4 desta dissertação. A Figura 2 ilustra os registros de ocorrência de uma espécie com distribuição geográfica disjunta. Crax blumenbachii, uma ave da Família Cracidae possui ocorrência histórica do Recôncavo Baiano até a cidade do Rio de Janeiro, incluindo o leste de Minas Gerais, sendo conhecida de 38 localidades nesta região. Atualmente sua distribuição se restringe a 11 localidades no Estado de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia (Silveira, no prelo-b). Crax blumenbachi é uma trigger species da AZE (AZE, 2005) e desta forma, mesmo possuindo distribuição geográfica disjunta, foi avaliada segundo a metodologia proposta. 42

43 Figura 2 - Distribuição Geográfica de Crax blumenbachii. Fonte: Machado et. al. (no prelo). Espécies com distribuição geográfica singular: espécies que possuem distribuição geográfica bastante restrita e, possivelmente limitada a uma determinada localidade, pois suas coordenadas geográficas ou a descrição de sua distribuição, apontam para locais muito próximos entre si, ou ainda, possuem apenas uma coordenada geográfica registrada. Para muitas espécies, as informações de seu padrão de distribuição são apresentadas sob a forma de divisões políticas, discriminadas em sua distribuição geográfica, ao que não fica claro muitas vezes se sua distribuição ocorre de fato em apenas uma localidade. Todas as espécies desta categoria foram classificadas automaticamente como Pré-Selecionadas. A Figura 3 caracteriza uma forma de distribuição geográfica singular. Phyllomedusa ayeaye, um anfíbio da Família Hylidae e que possui distribuição geográfica conhecida apenas para o Morro do Ferro em Poços de Caldas, MG (Haddad & Sazima, no prelo). Na Figura 4 é apresentado outro exemplo de distribuição geográfica singular, onde as coordenadas geográficas no mapa demonstram pontos muito próximos entre si e a descrição da distribuição geográfica da espécie gera dúvidas sobre sua real ocorrência em apenas uma localidade. Phylidor novaesi é uma ave da Família Furnariidae e possui 43

44 distribuição geográfica entre os Estados de Pernambuco e Alagoas. Atualmente é encontrada em apenas duas localidades, EE de Murici em Alagoas e RPPN de Frei Caneca em Pernambuco (Roda, no prelo). Figura 3 - Distribuição Geográfica de Phyllomedusa yeaye. Fonte: Machado et. al. (no prelo). Figura 4 - Distribuição Geográfica de Phylidor novaesi Fonte: Machado et. al. (no prelo). 44

45 A análise preliminar das espécies-foco resultou em um grupo de espécies denominadas Pré-Selecionadas, as quais eram candidatas potenciais a se tornarem trigger species. Todas as espécies pré-selecionas foram testadas quando à sua configuração no critério da insubstituibilidade, a fim de confirmar simultaneamente as condições de Discrição e Singularidade propostas pela metodologia da AZE (AZE, 2005) Seleção e Plotagem das Coordenadas Geográficas Foi realizada uma análise da distribuição geográfica de todas as espécies préselecionadas que possuíam mais de um ponto de ocorrência de acordo com fichas técnicas do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., no prelo). Para isto, foram avaliados todos os registros de ocorrência, com objetivo de identificar os locais onde as espécies possuíam uma população confirmada. Através desta análise, foram selecionadas as coordenadas geográficas dos locais onde havia uma população confirmada da espécie e, eliminadas as coordenadas onde: a) a existência da espécie não foi confirmada; b) havia registros históricos; c) o habitat foi totalmente alterado pela ação humana, não restando possibilidades de que a espécie ainda ocorra naquele local e; d) havia registro de apenas um indivíduo. Os registros históricos neste estudo são caracterizados pelos registros de ocorrência onde o próprio autor estabelece que a espécie não mais existe naquela localidade. Segundo Langhammer et. al. (2007), a linha de corte que caracteriza os registros históricos na seleção dos KBA s é definida para os registros anteriores à década de 80, que não tenham sido validados recentemente ou que ocorram em locais que estão sob intenso impacto ambiental. Porém, dadas as proporções continentais do País, a deficiência de dados biológicos e de distribuição e à grande necessidade de esforços de coleta em campo, não foi estabelecida uma linha de corte nos registros, sobretudo para os registros existentes no interior de Unidades de Conservação ou onde o habitat da espécie ainda seja representativo. As coordenadas geográficas selecionadas acima foram plotadas nos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA, 2006), identificando nas bases em formato shapefiles, os locais onde havia uma população confirmada da espécie. 45

46 2.9. Análise das Coordenadas Geográficas segundo os critérios de Singularidade e Discrição A qualidade e a resolução dos dados varia amplamente entre cada uma das espécies (Ricketts et.al., 2005), uma vez que os esforços em pesquisa não são distribuídos de forma homogênea entre os diferentes grupos (Langhammer et. al., 2007). Sendo assim, todas as espécies pré-selecionadas foram avaliadas individualmente dentro dos critérios de Singularidade e Discrição. Foi realizada uma análise dos locais de ocorrência das espécies pré-selecionadas, cujas coordenadas geográficas foram plotadas sobre os Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA, 2006), e respectiva sobreposição das bases cartográficas do IBGE (IBGE, 2003), hidrografia da ANA (ANA, 2008) e das Unidades de Conservação do MMA (MMA, 2007). Esta base de dados foi em seguida comparada às imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008), podendo-se assim fazer uma avaliação ampla do ambiente de ocorrência da espécie, das condições e disposição dos remanescentes florestais e do uso e ocupação do solo. Pode-se ainda, avaliar de forma objetiva a extensão e os limites do habitat, os limites das unidades de conservação e seu potencial de manejo. Desta forma, foi possível verificar se os locais de ocorrência atendiam ao critério de Discrição proposto pela AZE, na qual devem ser observados os seguintes parâmetros (AZE, 2005): As bordas do sítio devem ser uma extensão contígua do habitat; acompanhar os limites de unidades de manejo, tais como áreas protegidas; além disto, devem considerar a extensão da ocorrência das espécies, priorizando sua conservação na prática e observar o potencial de fluxo gênico significativo entre as populações; Os limites da área devem ser definidos da forma que seja mais prático aplicar iniciativas em conservação; Os sítios devem ser nomeados de forma que sua localização seja prática e de ampla visibilidade. 46

47 O critério da Singularidade foi avaliado de acordo com as informações populacionais disponíveis nas literaturas consultadas. Através destas informações foi possível identificar nos sítios, a presença da maioria significativa de um determinado estágio de vida da espécie (como sítios migratórios ou de nidificação), ou ainda, a ocorrência da maioria significativa da população, cerca de 95% da população mundial, de uma espécie categorizada como Criticamente em Perigo ou Em Perigo (AZE, 2005) Critérios de Delimitação dos Sítios Prioritários da BAZE Os Sítios Prioritários da AZE (Figura 5) são normalmente identificados no mapa através de pontos (Langhammer et. al., 2007, Ricketts, et. al., 2005), porém neste estudo, foi proposta a delimitação dos Sítios Prioritários da BAZE de acordo a mesma metodologia utilizada para delimitação das KBA s (Langhammer et. al., 2007). Figura 5 - Sítios AZE na América do Sul. Fonte: (AZE, 2005). Não existem limites de tamanho para as KBA s. Os limites são definidos pela distribuição da espécie e pelo contexto e aplicabilidade do manejo, sobretudo em áreas particulares, excluindo-se as áreas que foram convertidas para uso humano, tais como urbanização, agricultura em larga escala e vias de transporte (Laghammer et. al., 2007). Como utilizado também para delimitação das Important Bird Areas - IBA s, sempre que possível, devem ser observados três diretivas na delimitação dos sítios: a) que ele seja diferente em características ou em habitat de sua área circundante; b) que seja uma área 47

48 protegida ou que tenha potencial para tal, ou ainda, que seja uma área manejável para conservação; c) a área delimitada deve ser auto-suficiente para comportar a espécie em longo prazo. Para identificação e mapeamento de um sítio, é necessária a compilação de todo um conjunto de dados dentro do Sistema de Informações Geográficas - SIG, tais como mapas das localidades, dados de distribuição das espécies e bases de topografia, uso e ocupação do solo, remanescentes florestais e unidades de manejo, incluindo as Unidades de Conservação (Langhammer et. al., 2007). O delineamento dos KBA s (Langhammer et. al., 2007) normalmente se enquadra em uma das duas categorias: a) seus limites correspondem aos limites de uma unidade de manejo já existente, tais como áreas protegidas; b) seus limites são estabelecidos segundo características biológicas ou físicas, na ausência de unidades de manejo instituídas. Abaixo são descritos procedimentos que podem ser adotados nas diferentes situações Delimitação dos Sítios Prioritários sobre os Limites de Unidades de Manejo Os limites das KBA s devem ser estabelecidos de forma realística, delimitando sítios possíveis de serem manejados como unidade. Sempre que possível, os sítios devem ser delimitados sobre os limites de unidades de manejo como Unidade de Conservação. Podem ainda, serem utilizados os limites de propriedades particulares, concessões florestais, territórios indígenas e terras do governo (Langhammer et. al., 2007) Delimitação dos Sítios Prioritários na Ausência de Unidades de Manejo Estabelecidas Esta situação normalmente ocorre onde as pequenas unidades de manejo existentes no local não estão disponíveis em forma digitalizada ou quando a localidade é dividida em muitas propriedades privadas ou públicas. Não havendo dados suficientes de unidades de manejo para a delimitação do sítio, este pode ser estabelecido sob a forma de um ponto no mapa, podendo-se realizar o mapeamento quando houver maior disponibilidade de dados, ou ainda, os limites do sítio podem ser estabelecidos a grosso modo acompanhando 48

49 características físicas ou biológicas. Neste caso, podem ocorrer duas situações (Langhammer et. al., 2007): a) Quando existem dados sobre o habitat preferencial da espécie que podem ser mapeados: os dados da área de ocupação das trigger species podem ser úteis, permitindo o mapeamento inicial do sítio que pode ser refinado posteriormente. O sítio pode ser delimitado englobando todo o habitat ou a maior parte do habitat da trigger species, a partir de seu ponto de ocorrência, assumindo-se que esta área possa ser manejável e, excluindo-se as áreas alteradas pela ação humana. Podem ser utilizados os dados disponíveis, como tipos vegetacionais e sua extensão, elevações, topografia, hidrografia, uso e ocupação de solo e variações climáticas. Em alguns casos, onde não é possível delimitar toda a área de ocupação da espécie, os limites podem ser estabelecidos de forma a utilizar dados biogeográficos (elevações, vales), obtendo-se uma área que possa ser manejável. b) Nos casos onde não há informações sobre o habitat das espécies; os conhecimentos disponíveis sobre seus requerimentos ecológicos são inconsistentes; ou ainda, não existam dados disponíveis sobre o habitat preferencial da espécie no Sistema de Informação Geográfica, os limites do sítio podem ser delimitados sobre dados biofísicos. Mapas de remanescentes florestais podem ser utilizados para a delimitação dos sítios, particularmente em regiões onde a vegetação está fragmentada. Os limites dos sítios nestes casos serão estabelecidos sobre as bordas destes remanescentes ou sobre outros tipos de vegetação. Na ausência de tais remanescentes vegetacionais, ou onde estes estejam severamente fragmentados, mapas com dados biofísicos como elevações, córregos e características topográficas, podem ser utilizados para derivação dos limites do sítio. Os sítios em locais de habitat contínuo também podem seguir a mesma metodologia, através da delimitação de montanhas, vales, microbacias ou interflúvios Divergência de Cobertura entre a Unidade de Manejo e o Habitat da Trigger Species Muitas vezes a unidade de manejo ou a área protegida pode não representar um sítio eficiente para a trigger species, pois seu habitat se estende para além dos limites estabelecidos. Nestes casos, pode-se delimitar o sítio de forma a englobar a unidade de 49

50 manejo, adicionando-se ao sítio a área adjacente que contenha o habitat sustentável da espécie, expandindo de forma efetiva o limite da unidade de manejo existente (Langhammer et. al., 2007) Múltiplas Unidades de Manejo É possível que mais de uma unidade de manejo se sobreponha ao sítio, quando existe a possibilidade de um trabalho em conjunto destas unidades de manejo no intuito de proteger o sítio. No entanto, este processo exige considerações especiais na implementação de planos de conservação (Langhammer et. al., 2007). Havendo sobreposição de unidades de manejo, os limites do sítio podem ser definidos inicialmente sobre características biofísicas da localidade, ou, de acordo com os requerimentos de habitat da trigger species. O detalhamento da delimitação pode ocorrer posteriormente, uma vez que, sejam planejadas ações de conservação para a área, sendo necessárias informações adicionais para a complementação do processo (Langhammer et. al., 2007) Mapeamento por Trecho de Ottobacia Para as trigger species de peixes de água doce, que possuíam ocorrência limitada a determinados trechos dos corpos d água, e para aquelas espécies de peixes-anuais e anfíbios, onde não foi possível estabelecer seus sítios sobre remanescentes vegetacionais ou características topográficas, foi utilizado o sistema de delimitação por trecho de ottobacia (ANA, 2008). As ottobacias são áreas de contribuição dos trechos da rede hidrográfica codificadas segundo o método de Otto Pfafstetter para classificação de bacias, sistema este disponibilizado pela Agência Nacional de Águas (ANA, 2008). Segundo esta metodologia, os trechos de ottobacia ou trechos de curso d água são definidos como segmentos entre uma foz e sua confluência, ou segmento entre confluências, ou segmento entre uma confluência e uma nascente (ANA, 2008) Delimitação e Mapeamento dos Polígonos 50

51 Elaboração dos Polígonos dos Sítios Prioritários da BAZE Os polígonos dos Sítios Prioritários da BAZE em formato shapefile foram vetorizados utilizando-se o programa ARCGIS 9.0 com projeção cartográfica no formato Geográfica e Universal Transverse Mercator, Datum SAD 69. Os polígonos foram elaborados a partir das informações expressas pela sobreposição das bases cartográficas anteriormente especificadas e das características observadas pela análise das imagens por satélite. Os polígonos dos sítios foram delimitados sobre características expressas pelas próprias bases, como limites de remanescentes vegetacionais, trechos de ottobacias, vales, serras, Unidades de Conservação e outros. Estes limites apresentados pelas bases foram devidamente conferidos através da análise das imagens por satélite e foram realizadas correções onde se fez necessário. A análise das imagens por satélite também influenciou na tomada de decisão em se utilizar ou não determinados limites expressos pelas bases cartográficas na elaboração dos polígonos. Após a elaboração dos polígonos foram produzidos mapas para cada um dos sítios identificados. O layout padrão dos sítios foi confeccionado de forma a conter como base cartográfica de fundo os Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA, 2006), sobrepostos às bases de hidrografia (ANA, 2008), Unidades de Conservação federal e estadual (MMA, 2007b), limites políticos, malha municipal, infra-estrutura, rede viária e topografia (IBGE, 2003) Mapas de Localização dos Sítios Prioritários da BAZE por Bioma Brasileiro Os mapas de localização dos Sítios Prioritários da BAZE por bioma brasileiro foram elaborados utilizando-se como base cartográfica de fundo padrão o limite dos biomas brasileiros produzido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2006), aos quais foram sobrepostos respectivamente, os polígonos dos sítios prioritários identificados e mapeados Padronização dos Mapas dos Sítios Prioritários da BAZE Como os mapas dos Sítios Prioritários da BAZE foram padronizados sobre bases de remanescentes vegetacionais, foi elaborada uma legenda nominal dos tipos de vegetação expressa pelas bases cartográficas dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas 51

52 Brasileiros. A legenda que identifica os tipos vegetacionais nos mapas encontra-se listada na Tabela 4. Tabela 4. Legenda dos Tipos de Vegetação dos Sítios Prioritários da BAZE. Sigla A Ac Ac + Vs Acc.C Acc.P Acc.T Ag Ag.E Ag. NE Ag. NP Ag. P Ag. T Ag + SN Ag+ ST Ag + Ta Ag + Ta + Tb Ag + Td Ag + TN Ag + Vs Água Água.P Água.T Ai Ap Ap + Vs Ap + Vs + Ds + As As + Ds Ca Cm Cs Db Dl Dm Ds Eg Fa Fb Fl Fm Fs Iu Iu.C Iu.E Remanescente Floresta Ombrófila Aberta Agricultura Agricultura e Vegetação Secundária Culturas Permanentes e Floresta Estacional Decidual Culturas Permanentes e Formações Pioneiras Culturas Permanentes e Savana Estépica Agropecuária Agropecuária e Estepe Agropecuária e Estepe / Floresta Estacional Agropecuária e Contato / Floresta Estacional / Formações Pioneiras Agropecuária e Formações Pioneiras Agropecuária e Savana Estépica Agropecuária e Contato de Savana / Floresta Estacional Agropecuária e Contato de Savana / Savana Estépica Agropecuária e Savana Estépica Arborizada Agropecuária e Savana Estépica Arborizada e Savana Estépica das Terras Baixas Agropecuária e Savana Estépica Florestada Agropecuária e Savana Estépica / Floresta Estacional Agropecuária e Vegetação Secundária Corpos d água Corpos d água e Formações Pioneiras Corpos d água e Savana Estépica Florestada Áreas Antrópicas Indiscriminadas Pecuária Pecuária e Vegetação Secundária Pecuária, Vegetação Secundária, Floresta Ombrófila Densa Submontana e Floresta Ombrófila Aberta Submontana Floresta Ombrófila Aberta Submontana e Floresta Ombrófila Densa Submontana Floresta Estacional Decidual Aluvial Floresta Estacional Decidual Montana Floresta Estacional Decidual Submontana Floresta Estacional Decidual Decidual de Terras Baixas Floresta Ombrófila Densa Alto-Montana Floresta Ombrófila Densa Montana Floresta Ombrófila Densa Submontana Estepe Gramíneo Leitosa Floresta Estacional Semidecidual Aluvial Floresta Estacional Semidecidual Terras Baixas Floresta Estacional Semidecidual Alto-Montana Floresta Estacional Semidecidual Montana Floresta Estacional Semidecidual Submontana Influência Urbana Influência Urbana e Floresta Estacional Decional Influência Urbana e Estepe 52

53 Sigla Remanescente Iu. NE Influência Urbana e Estepe / Floresta Estacional Iu.P Influência Urbana e Formações Pioneiras Iu.T Influência Urbana e Savana Estépica Ml Formação Ombrófila Mista e Savana Estépica Nc Não Classificado OM Floresta Ombrófila Densa e Floresta Ombrófila Mista P Formações Pioneiras Pa Formações Pioneiras com Influência Fluvial ou Lacustre Pf Formações com Influência Fluviomarinha Pm Formações com Influência Marinha R Reflorestamento e Estepe / Floresta Estacional R. NE Reflorestamento e Contato de Floresta Estacional / Formações Pioneiras R. NP Reflorestamento e Contato de Floresta Estacional / Formações Pioneiras rl Refúgios Alto-Montanos Saf Savana Arborizada com Floresta de Galeria Sas Savana Arborizada sem Floresta de Galeria Sd Savana Florestada Sg Savana Gramíneo-Lenhosa Sgf Savana Gramíneo-Lenhosa com Floresta de Galeria SN Contato Savana / Floresta Estacional SN + Ag Contato Savana / Floresta Estacional / Agropecuária SO Contato Savana / Floresta Ombrófila Spf Savana Parque com Floresta de Galeria Sps Savana Parque sem Floresta de Galeria ST + Ag Contato Savana e Savana Estépica / Agropecuária STN Contato Savana / Savana Estépica / Floresta Estacional STN + Ag Contato Savana / Savana Estépica / Floresta Estacional e Agropecuária T + Ag Savana Estépica e Agropecuária Ta Savana Estépica Arborizada Ta + Ag Savana Estépica Arborizada e Agropecuária Ta + Td + Ag Savana Estépica Arborizada, Savana Estépica Florestada e Agropecuária Ta + Vs + Ag Savana Estépica Arborizada, Vegetação e Agropecuária Td + Ag Savana Estépica Florestada e Agropecuária Td + Ta + Ag Savana Estépica Florestada, Savana Estépica Arborizada e Agropecuária Tg Savana Estépica Gramíneo-Lenhosa TN Contato Savana Estépica / Floresta Ombrófila TN + Ag Contato Savana Estépica / Floresta Ombrófila e Agropecuária Vs Vegetação Secundária Vsi Vegetação Secundária Inicial Fonte: Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2006) Análise do Status de Proteção dos Sítios Prioritários da BAZE O status de proteção dos Sítios Prioritários da BAZE foi distribuído em três categorias distintas, onde: a) foram denominados como sítios Protegidos aqueles que tiveram a totalidade de sua área representada por uma Unidade de Conservação de proteção integral; b) foram denominados sítios Parcialmente Protegidos aqueles cujas 53

54 áreas são representadas parcialmente por Unidades de Conservação de proteção integral e o restante de sua área não é protegida ou ainda, quando há a sobreposição de Unidades de Conservação de uso sustentável e; c) foram denominados por Não Protegidos os sítios cujas áreas não possuem representatividade por nenhuma categoria de Unidade de Conservação Outras Espécies Ameaçadas Presentes nos Sítios Prioritários da BAZE Assim como ocorre com as KBA s (Langhammer et. al., 2007), em muitos dos Sítios Prioritários da BAZE que foram delimitados com base na presença de trigger species, ocorrem também outras espécies de vertebrados categorizadas como ameaçadas de extinção, mas que não se configuram como espécies BAZE. Estas espécies foram listadas objetivando identificar o pool das espécies ameaçadas contidas em cada um dos sítios delimitados. Ao final da descrição de cada um dos sítios, onde houve outras espécies ameaçadas, estas foram listadas apresentando seu status de ameaça e grupo taxonômico Lista de Espécies Candidatas da BAZE Foram incluídas na Lista de Espécies Candidatas da BAZE, as espécies préselecionadas que possuiam deficiência em seus dados de distribuição; espécies que tiveram seu habitat totalmente alterado pela ação antrópica; espécies que possuiam apenas registros históricos, não sendo possível delimitar seu sítio, ou ainda, nos casos onde os critérios da singularidade ou da discrição não se qualificaram de forma precisa. 3. RESULTADOS Segundo a Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005), existem no Brasil 197 espécies de vertebrados ameaçados de extinção nas categorias Criticamente em Perigo e Em perigo, dessas, 16 espécies marinhas de mamíferos, répteis e peixes foram excluídas da presente análise em função da escassez de dados populacionais e áreas de uso. 54

55 Desta forma, foram analisadas por seu padrão de distribuição 181 espécies-foco (ANEXO 1) da lista nacional categorizadas como Criticamente em Perigo e Em Perigo. Desse total, obteve-se 84 espécies pré-selecionadas (ANEXO 1), que se enquadraram dentro dos critérios de distribuição singular ou distribuição disjunta, que neste caso abrigavam a maioria significativa da população total da espécie ou de uma de suas fases de vida, ou ainda, por serem trigger species da AZE. A análise das 84 espécies pré-selecionadas pela metodologia proposta resultou na identificação de 36 trigger species distribuídas em 32 Sítios Prioritários da BAZE e 34 espécies foram incluídas na Lista de Espécies Candidatas da BAZE. As demais 14 espécies foram eliminadas do estudo. Das 50 trigger species identificadas pela AZE para o Brasil, 15 correspondem a trigger species identificadas pela BAZE (Adelophryne maranguapensis, Anodorhynchus leari, Antilophia bokermanni, Calyptura cristata, Columbina cyanopis, Formicivora erythronotos, Holoaden bradei, Hypsiboas cymbalum, Merulaxis stresemanni, Odontophrynus moratoi, Melanophryniscus macrogranulosus, Paratelmatobius lutzii, Phyllomedusa ayeaye, Physalaemus soares e Scinax alcatraz,), uma representatividade de 30%, enquanto que dez trigger species da AZE correspondem a espécies incluídas na Lista de Espécies Candidatas da BAZE (Bokermannohyla izecksohni, Callicebus coimbrai, Cyanopsitta spixi, Formicivora littoralis, Mitu mitu, Myrmotherula snowi, Nemosia rourei, Philydor novaesi, Phylloscartes beckeri, Rhopornis ardesiacus) (Figura 6; Figura 7). As demais 25 trigger species da AZE são categorizadas como Vulnerável, Deficientes em Dados ou Não Avaliadas pela lista nacional, ou ainda, não se configuram como trigger species da BAZE (Callicebus barbarabrownae e Crax blumenbachii), devido ao seu padrão de distribuição (Tabela 2). 55

56 Total de Espécies Candidatas Total de Trigger Species Anfíbios Aves Mamíferos Peixes Répteis BAZE AZE Figura 6. Numero de trigger species identificadas pela BAZE que correspondem a trigger species da AZE por Grupo Taxonômico Anfíbios Aves Mamíferos Peixes BAZE AZE Figura 7. Número de Espécies Candidatas da BAZE que correspondem a trigger species identificadas pela AZE por Grupo Taxonômico 56

57 Tabela 2. Sítios e Trigger Species da AZE identificados no Brasil. Sítio AZE Trigger Specie AZE Trigger species Status Ameaça Status Ameaça Brasil BAZE IUCN, 2007B (Machado, et. al., 2005). Alhandra Phyllodytes brevirostris Não DD Não avaliada Baía de Ilha Grande Formicivora erythronotos Sim CR CR Boa Nova Rhopornis ardesiaca Lista Candidatas EN EN Botucatu Odontophrynus moratoi Sim CR CR Cabo Frio Formicivora littoralis Lista Candidatas CR CR Cachoeiro do Itapemirim Proceratophrys phyllostomus Não DD Não avaliada Campo Grande I Hypsiboas cymbalum Sim CR CR Campo Grande II Physalaemus bokermanni Não DD Não avaliada Campos do Jordão Paratelmatobius mantiqueira Não DD DD Chapada do Araripe Antilophia bokermanni Sim CR CR Curaçá Cyanopsitta spixii Lista Candidatas EW EW Fazenda Jueirana Merulaxis stresemanni Sim CR CR Fazenda Pindobas IV Nemosia rourei Lista Candidatas CR CR Horto Florestal de Santa Cruz Physalaemus soaresi Sim EN EN Ilha de Alcatrazes Scinax alcatraz Sim CR CR Itatiaia Holoaden bradei Sim CR CR Hylodes regius Não DD DD Ji-Paraná Clytoctantes atrogularis Não CR DD Mata do Crasto / Restingas de Itaporanga e Estância Callicebus coimbrai Lista Candidatas CR CR Mimosa do Sul Euparkerella robusta Não VU DD Murici Myrmotherula snowi Listas Candidatas Crossodactylus dantei Não DD DD Parque Nacional Chapada da Diamantina Phylloscartes beckeri Lista Candidatas EN EN Parque Nacional Itatiaia, Serra da Mantiqueira Paratelmatobius lutzii Sim CR DD Poços Caldas Phyllomedusa ayeaye Sim CR CR Reserva Ecológica Raso da Catarina Anodorhynchus leari Sim CR CR Rio Tacutu Synallaxis kollari Não VU DD Rubião Júnior Hyla izecksohni Lista Candidatas CR CR Município de Santa Tereza Eleutherodactylus epipedus Não NT DD Eleutherodactylus oeus Não DD Não avaliada Hyla weygoldti Não NT Não avaliada Scinax arduous Não DD Não avaliada Euparkerella tridactyla Não VU Não avaliada Santana do Riacho Crossodactylus bokermanni Não DD Não avaliada Santo Amaro Callicebus barbarabrownae Não CR CR Serra das Araras Columbina cyanopis Sim CR CR Serra de Bocaina Paratelmatobius gaigeae Não DD DD Physalaemus barrioi Não DD Não avaliada Serra de Maranguape/Aratanha Adelophryne maranguapensis Sim EN EN Serra do Mar Myrmotherula fluminensis Não CR DD Calyptura cristata Sim CR CR Serra do Urubu Philydor novaesi Lista Candidatas CR CR Serra dos Órgãos Cycloramphus stejnegeri Não DD Não avaliada Hyla musica Não DD Não avaliada Eleutherodactylus erythromerus Não DD DD Hyla fluminea Não DD Não avaliada Sooretama/Linhares Crax blumenbachii Não EN EN Torres, RS Melanophryniscus macrogranulosus Sim CR VU Usina Serra Grande Mitu mitu Lista Candidatas EW EW Valença Scytalopus psychopompus Não CR DD Fonte: Modificado de AZE, 2005: EW Extinta na Natureza; CR Criticamente em Perigo; EN Em Perigo; VU Vulnerável; DD Deficiente em Dados; NT Quase Ameaçada. Campo Sítios AZE: Sítios AZE em comum com Sítios da BAZE e com a mesma nomenclatura; Campo Sítios AZE: Sítios AZE em comum com Sítios da BAZE com nomes diferentes. Campo Trigger Species: trigger species em comum entre AZE e BAZE; Campo Trigger Species: espécies que não se configuraram como trigger species da BAZE; Campo Status Ameaça no Brasil: espécies possuem status de ameaça no Brasil que não a configura como trigger species. 57

58 Dos 32 Sítios Prioritários da BAZE identificados, 16 estão localizados na Mata Atlântica (ARIE da Ilha de Queimada Grande, Baía de Ilha Grande, Bandeira, Cabo Frio, Dom Pedro de Alcântara, FLONA Mário Xavier, Ilha de Alcatrazes, Nova Iguaçu, Parque Estadual de IlhaBela, Parque Estadual do Morro do Diabo, Parque Nacional do Itatiaia, Poços de Caldas, Rio Mucuri, Rio Santo Antônio, Santo André, Serra dos Órgãos) (Figura 8), oito no Cerrado (Botucatu, Brejinho de Nazaré, Jardim Zoológico de Brasília, Parque Nacional das Emas, Rio dos Patos, Rio Urucuia, Rio Tabocas, Serra das Araras) (Figura 9), quatro na Caatinga (Chapada do Araripe, Canudos / Raso da Catarina, Rio Catu, Serra do Maranguape) (Figura 10), dois na Amazônia (Governador Jorge Teixeira, Rio Araguaia) (Figura 11) e dois nos Pampas (Delta do Jacuí, Parque Estadual do Espinilho) (Figura 12), cuja proporção de distribuição por bioma pode ser visualizada na Figura 13. Figura 8. Sítios Prioritários da Aliança Brasileira para Extinção Zero na Mata Atlântica. 58

59 Figura 9. Sítios Prioritários da Aliança Brasileira para Extinção Zero no Cerrado. Figura 10. Sítios Prioritários da Aliança Brasileira para Extinção Zero na Caatinga. 59

60 Figura 11. Sítios Prioritários da Aliança Brasileira para Extinção Zero na Amazônia. Figura 12. Sítios Prioritários da Aliança Brasileira para Extinção Zero nos Pampas. 60

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