Parte 2. Escola Técnica Federal de Santa Catarina 1
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- Lívia Bergler Amaro
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1 Parte 2 Escola Técnica Federal de Santa Catarina 1
2 Escola Técnica Federal de Santa Catarina 2
3 SS7 Sistema de Sinalização No 7 Introdução A rápida evolução tecnológica nos campos da informática e telecomunicações permitiu que acontecesse uma verdadeira revolução nas aplicações de telefonia. A telefonia, através de um processo de transformação, se misturou à informática, não sendo mais possível fazer uma separação clara entre elementos como computação, comunicações e telefonia. O advento da digitalização de sinais, tais como imagens fixas ou em movimento, figuras e principalmente voz, forçou o aparecimento de uma rede de transporte de dados aplicável a vários tipos de dados indistintamente. Esta rede, atualmente, está se sobrepondo à rede de telefonia convencional com vantagens técnicas e econômicas. Para que esta rede possa funcionar adequadamente, permitindo a criação de uma série de novas aplicações, o sistema de sinalização até então existente teve de ser modernizado. A sinalização telefônica, que consiste na forma de comunicação entre as centrais telefônicas, foi inicialmente implementada utilizando os próprios canais de voz para transportar informações na forma de tons e pulsos elétricos rudimentares. A rede de sinalização conhecida como "sinalização por canal comum SS7", especificada e padronizada mundialmente pela International Telecommunication Union (ITU), veio criar uma rede de dados de alto desempenho que transporta, entre outras informações, a sinalização telefônica. As centrais telefônicas são interligadas através de redes telefônicas, que utilizam certos protocolos de comunicação para o estabelecimento de ligações telefônicas, controle de tarifação, supervisão, gerenciamento de rede, e troca de informações necessárias para processamento de aplicações distribuídas. Estes protocolos são conhecidos como sistemas de sinalização. Os primeiros sistemas de sinalização utilizados nas centrais automatizadas se basearam totalmente na codificação de informações bastante simples em sinais (pulsos) elétricos - sinalização E&M - ou, posteriormente, em combinações de tons audíveis - sinalização MFC - transportados pelo próprio canal de voz, ou seja, pelo mesmo caminho da conversação. Estes tipos de sistemas ocupam canais de voz desde o momento em que o Escola Técnica Federal de Santa Catarina 3
4 originador inicia a discagem - mesmo que a chamada efetiva não chegue a ser estabelecida - e são muito limitados quanto à diversidade de informação que podem representar. A idéia do Sistema de Sinalização por Canal Comum nº 7 (SSCC7, ou em inglês, Signaling System #7 - SS7), especificado e padronizado mundialmente pelo ITU-TSS (International Telecommunication Union -Telecommunication Standardization Sector), é fazer com que as informações de sinalização e controle não transitem no próprio canal de voz da conexão correspondente, e sim através de uma rede de dados independente, de alto desempenho. Separando-se em uma rede própria os circuitos de sinalização, os canais de voz podem permanecer livres enquanto não se iniciar uma efetiva chamada ao usuário distante, aumentando a disponibilidade de canais de voz sem a instalação de circuitos de voz adicionais. Na rede SS7, várias informações distintas podem ser empacotadas e então transportadas por um único canal comum. Além de tornar mais eficiente a aplicação telefônica, a sinalização por canal comum permite novas facilidades e é aberta a novas aplicações, tais como sinalização da RDSI - Rede Digital de Serviços Integrados (ou, do termo em inglês, ISDN), controle de aplicações de telefonia celular, suporte à "Rede Inteligente" (RI) e outras. HISTÓRICO Os princípios básicos da Sinalização por Canal Comum, foram estabelecidos a nível internacional pelo CCITT (atualmente ITU-T) no início da década de 60. Após uma especificação preliminar e alguns anos de experiência em campo uma versão considerada definitiva foi recomendada em 1972, com a denominação de Sistema de Sinalização N.º 6. Este sistema, no entanto, mostrou-se inadequado nos anos que se seguiram face a difusão de uma tecnologia que favorecia cada vez, mais a digitalização e integração das Redes de Telecomunicações. Assim, a partir de 1973 iniciaram-se estudos para a especificação de um novo sistema de sinalização por canal comum, ao mesmo tempo adequado aos meios de transmissão e comutação digitais e utilizando a experiência adquirida com os métodos de transmissão de dados desenvolvidos com as redes de pacotes. Este sistema de sinalização por canal comum, denominado Sistema N.º 7, foi ainda especificado com uma elevada confiabilidade e flexibilidade, de forma a abranger outras formas de trocas de informações entre centros de comutação ou especializados numa Rede Digital de Serviços Integrados - RDSI. Uma especificação considerada básica foi concluída ao final de dois períodos de estudo (1980) e editada no livro Amarelo do CCITT (Volume VI.6). Ainda que o assunto não tenha sido encerrado, os conceitos fundamentais, vem como uma especificação relativamente complexa das funções executadas a nível de equipamento encontram-se disponíveis no livro citado acima (Livro Amarelo). No período que se seguiu, até a edição do livro Vermelho (1985) procedeu-se uma intensa atividade em torno destas especificações, em função de novos resultados obtidos Escola Técnica Federal de Santa Catarina 4
5 através do desenvolvimento e experiência adquiridos com emuladores ou protótipos de teste em campo. Desta forma suas especificações encontram-se bastante estabilizadas para permitir uma implementação segura, pelo menos para a aplicação de controle de chamadas e circuitos na rede telefônica. A principal característica do Sistema N.º. 7 é que desde sua especificação inicial, tem sido concebido e projetado como um sistema multi-aplicações. Isto é, o Sistema Nº.7 tem sido especificado com uma estrutura funcional que o torna um sistema quase aberto com relação a novas aplicações. Sinalização de Linha e de Registradores (Canal Associado) Limitações da Sinalização por Canal Associado Com a digitalização dos Sistemas de Telefonia, a Sinalização por Canal Associado se tornou ineficiente, principalmente por ter seus fundamentos baseados em troca de sinais analógicos. Desta forma vimos ainda que os sistemas apresentados tem uma série de limitações, tais como: são sinalizações relativamente lentas; possuem capacidade limitada de informações; capacidade limitada de transportar informações que não estão diretamente relacionadas com a chamada; incapacidade de alguns sistemas de enviar informações detalhadas de volta para o lado chamador; os sistemas tendem a ser dispendiosos devido a equipagem que cada circuito tem de maneira independente. CARACTERÍSTICAS GERAIS A idéia do Sistema de Sinalização por Canal Comum nº 7 é fazer com que as informações de sinalização e controle não transitem no próprio canal de voz da conexão correspondente, e sim através de uma rede de dados independente, de alto desempenho. Separando-se em uma rede própria os circuitos de sinalização, os canais de voz podem permanecer livres enquanto não se iniciar uma efetiva chamada ao usuário distante, aumentando a disponibilidade de canais de voz sem a instalação de circuitos de voz adicionais. A sinalização por canal comum pode ser encarada como uma forma de comunicação de dados especializada para vários tipos de transferência de sinais e informações entre processadores nas redes de telecomunicações. Entre estes sinais estão os de Linha e de Registro. Escola Técnica Federal de Santa Catarina 5
6 O Sistema SCC#7 é otimizado para operação a 64 Kbps através de meios digitais, utilizando-se qualquer intervalo de tempo (do PCM 2 Mbits/s), pré programado na central, para cursar as informações de sinalização. Este pré determinado intervalo de tempo é comum a vários juntores. Adotou-se o uso do timeslot 16 do PCM, para a sinalização. Pode, também, ser usado em sistemas com taxas de transmissão mais baixas. VANTAGENS As vantagens dessa sinalização não se limitam apenas a uma maior velocidade na troca de sinais. Ela permite a troca de uma gama muito maior de sinais do que o Canal Associado, o que é imprescindível em alguns casos, conforme já especificado, e permitirá uma série de aplicações que desenvolver-se-ão ao longo dos próximos anos. Estas e outra vantagens da Sinalização por Canal Comum estão enumeradas abaixo: maior velocidade na troca de sinalização; maior quantidade de sinais possíveis, permitindo o controle e supervisão de outros serviços não relacionados com voz; flexibilidade para criação de novas aplicações; facilidade de ampliação da capacidade de sinalização; diminuição na quantidade de circuitos no dimensionamento. transferência de qualquer sinal independente do estado da chamada; eliminação de receptores e enviadores no sistema de comutação; oferece um modo confiável de transferência de informação, na seqüência correta, sem perda ou duplicidade; segurança proporcionada, devido a possibilidade de utilizar rotas alternativas de sinalização e às funções de gerenciamento da rede. REDE DE SINALIZAÇÃO # 7 Uma rede de telecomunicações servida pela Sinalização por Canal Comum é composta de um certo número de Nós de comutação e processamento interconectados por enlaces de transmissão. Os Nós, na rede de telecomunicações, que são dotados de recursos para a SCC#7 são referidos como Pontos de Sinalização. Um ponto de sinalização (PS - SSP Service Switching Point) no qual uma mensagem de sinalização é gerada, é denominado Ponto de Origem para aquela mensagem. Da mesma forma, um ponto de sinalização ao qual a mensagem se destina é denominado Ponto de Destino para aquela mensagem. Para o estabelecimento de circuitos, associados a chamadas telefônicas, por exemplo, ambas as extremidades do circuito trocam mensagens de sinalização, funcionando ora como ponto de origem, ora como ponto de destino para aquelas mensagens. Escola Técnica Federal de Santa Catarina 6
7 Para quaisquer dois destes pontos, a SCC#7 se realiza através da troca de sinais, denominados Mensagens de Sinalização. As mensagens de sinalização são transferidas através de enlaces de transmissão de dados denominados Enlaces de Sinalização (Links). A troca de mensagens de sinalização pode se realizar através de um enlace de sinalização conectando diretamente os pontos de origem e destino ou através de uma Subrede de Sinalização, isto é, através de um conjunto de enlaces de sinalização e pontos intermediários que atuam como retransmissores das mensagens de sinalização. Um ponto de sinalização no qual as mensagens recebidas sobre um enlace de sinalização são transferidas sobre outro enlace, isto é, nem ponto de origem nem ponto de destino, é denominado Ponto de Transferência de Sinalização (PTS - STP Signal Transfer Point). A Rede de Sinalização pode incluir ainda, pontos de controle de serviços (SCP Service Control Point) da rede de telecomunicações, para serviços que utilizam acesso a Bases de dados com informações específicas sobre usuários. A Figura. 2 mostra um exemplo de uma rede de sinalização: Figura. 2- Exemplo de uma rede de sinalização: Modos de Sinalização A comunicação entre dois pontos de sinalização (PS), não tem uma associação direta com o caminho que as mensagens de sinalização fazem. O caminho seguido por uma determinada relação de sinalização e o caminho seguido pelas mensagens de sinalização a ela referentes, vai definir o modo de sinalização entre esses pontos. Existem 3 (três) modos de sinalização: MODO ASSOCIADO - No modo associado as mensagens relacionadas a uma particular troca de sinalização entre dois pontos adjacentes de sinalização são transportadas sobre um grupo de enlaces, interconectando diretamente aqueles pontos de sinalização. Ver Figura 3. MODO QUASE ASSOCIADO - O caminho percorrido pelas mensagens, através da rede de sinalização, é único em casos normais ou seja, é predeterminado e, em um dado instante de tempo, fixa. Ver Figura 3. Escola Técnica Federal de Santa Catarina 7
8 Figura 3 Modo Associado e Quase Associado MODO NÃO ASSOCIADO - Nesse modo, as mensagens de sinalização referentes a uma dada relação de sinalização entre dois PS`s, o de origem e o de destino, são transportadas por dois ou mais enlaces em série, passando através de um ou mais pontos de sinalização, diferente(s) daqueles aos quais as mensagens se relacionam. Vale lembrar que este modo de sinalização não foi especificado pelo antigo CCITT. O sistema de sinalização número 7 é especificado para utilização nos modos associado e quase associado. O subsistema de transferência de mensagens não inclui uma estrutura adequada a evitar a recepção de mensagens fora de seqüência ou outros problemas que aparecem no modo plenamente não associado de sinalização, com encaminhamento dinâmico das mensagens. Tipos de Enlaces de Sinalização A sinalização por canal comum usa vias bidirecionais de sinalização que transportam mensagens entre dois pontos de sinalização, denominados enlaces de sinalização (signaling links), ver Figura 4. Enlaces de sinalização são logicamente organizados por tipos (de A a F), definidos segundo o seu uso dentro da rede de sinalização Enlaces A (access) Realizam a conexão de um ponto de sinalização (PS) com um ponto de transferencia de sinalização (PTS). Enlace B (bridge) Conectam um PTS com outro PTS. Enlace C (cross) Cenectam STPs que realizam funções idênticas. A rede SS7 é prevista para operar com redundância de nós de transferência. Enlace D (Diagonal) Tem a mesma função de um Enlace B. A diferença é arbitrária e relacionada a classe hierárquica dos pontos PTSs. Os enlaces B interligam PTSs de mesma classe, enquanto que os enlaces D interligam PTSs de classes superiores a inferiores. Algumas classificações não fazem distinção entre os mesmos denominando-os de enlaces B/D. Escola Técnica Federal de Santa Catarina 8
9 Enlace E (extended) Conectam um PS a um PTS alternativo. Um enlace E um caminho de sinalização alternativo. Enlace F (fully associated) Conecta diretamente dois pontos de sinalização. Normalmente não são utilizados em redes com PTSs. Figura 4 - Tipos de Enlaces de Sinalização Os Protocolos da Rede SS7 O SCC#7 foi estruturado para ser modular e flexível, podendo ser usada como um sistema de informações para usuários de diferentes categorias: telefonia, dados, operação e manutenção e com a finalidade de ser expandido em futuras aplicações, ver Figura 5. Com isso o SCC foi dividido, em uma primeira análise, em dois níveis de subsistemas; partes de usuário (UP) e partes de transferência de mensagens (MTP). Mais tarde, foi definido mais dois níveis de subsistemas chamados subsistema de controle de conexão de sinalização e subsistema de capacitação de transações. São exemplos de Partes de Usuários: TUP - Parte de Usuário de Telefonia MTUP - Parte de Usuário de Telefonia Móvel DUP - Parte de Usuário de Dados ISUP - Parte de Usuário de RDSI OMAP - Parte de Usuário de Operação e Manutenção A Parte de Usuário inclui, também, as funções relacionadas com o tratamento das informações que devem ser trocadas entre os subsistemas de usuários correspondentes. Portanto, esse subsistema gera e analisa as mensagens de sinalização. A versão nacional do subsistema de usuário de telefonia (TUP) encontra-se especificada na Prática Telebrás STP As Partes de Usuários usam a Parte de Transferência de Mensagens - MTP para transportar as mensagens entre as diferentes UP`s. Portanto, a função da MTP é transferir as Escola Técnica Federal de Santa Catarina 9
10 mensagens de sinalização de uma UP para outra, de uma maneira segura, rápida e confiável. Isto significa: sem erros de transmissão na seqüência correta sem perda ou duplicação Estas divisões permitem que os diferentes serviços utilizem a capacidade de transporte oferecida pelo subsistema de transporte de mensagens (MTP) como um recurso comum, com a flexibilidade e modularidade convenientes para cada aplicação (DUP, TUP, etc.). O subsistema de controle de conexão e sinalização (SCCP) fornece funções adicionais ao subsistema de transferência de mensagens - MTP para prover serviços de rede orientados ou não orientados a conexão para transferir informações de sinalização relacionadas ou não relacionadas entre centrais e centros especializados (por exemplo, para fins de gerência e manutenção) através da rede de sinalização por canal comum. Figura 5 - Os Protocolos da Rede SS7 No modelo de referência OSI é previsto 7 níveis ou, camadas, mas não necessariamente todas elas devam estar presentes em todas as implementações. O ITU-T padronizou o SCC#7 em 4 níveis. NÍVEL 1 - Nível Físico: É neste nível que se definem as características elétricas e físicas do enlace de dados de sinalização e os modos de acessá-lo para transmissão das Escola Técnica Federal de Santa Catarina 10
11 informações. Normalmente são utilizados enlaces a 64 Kbps e full-duplex. Estas características são descritas nas recomendações do CCITT, G703, G732 e G734. NÍVEL 2 - Nível Lógico do Enlace: Este nível contém as funções para possibilitar uma transmissão segura das mensagens através de uma conexão física (enlace de dados de sinalização) São funções deste nível: 1 - delimitação das mensagens 2 - controle de retransmissão em caso de falha 3 - detecção e correção de erros 4 - controle de taxa de erro na transmissão e recepção 5 - alinhamento do enlace de sinalização e procedimento de emergência O nível 2 é responsável apenas pela transmissão e recepção de dados entre dois nodos adjacentes na rede. Este nível não tem conhecimento do destino final da mensagem. NÍVEL 3 - Nível de Rede: Este nível contém as funções de tratamento das mensagens: Nesta camada - nível de rede - encontram-se as funções necessárias para a transferência de mensagens entre pontos de sinalização (PS). O tratamento de mensagens de sinalização consiste em rotear, discriminar e distribuir as mensagens. Quando uma mensagem é recebida, ela é passada pelo MTP2 ao MTP3 para que seja discriminada. A discriminação de mensagens determina a quem a mensagem é endereçada. Caso o destino da mensagem seja o endereço local (do nodo receptor), a mensagem é passada para a distribuição; caso contrário, esta é passada para o roteamento. A distribuição consiste em identificar o destinatário da mensagem - seja um componente da gerência ou um usuário no nível 4 - e repassá-la para este destinatário, ou realizar o tratamento necessário caso o usuário não esteja disponível. Já o roteamento determina o enlace de sinalização de saída baseado no destino da mensagem, procurando manter uma boa partição de carga. O objetivo da parte de gerência de rede do MTP3 é possibilitar reconfiguração da rede de sinalização no caso de falhas nos enlaces ou pontos de sinalização e controlar o tráfego no caso de congestionamentos ou bloqueios. A gerência da rede de sinalização consiste de 3 funções: gerenciamento de tráfego, gerenciamento de rota e gerenciamento de enlaces. Sempre que ocorre a mudança do status de um ponto de sinalização, rota ou enlace, essas funções são ativadas. Essa camada é representada pelo Subsistema de Controle de Conexões de Sinalização (SCCP), parte do MTP (nível 3) e parte dos subsistemas de usuários, excetuando o endereçamento e encaminhamento de mensagens. Escola Técnica Federal de Santa Catarina 11
12 NÍVEL 4 - Parte do usuário: Nível de transferência. O projeto da Rede de Sinalização N.º 7 permite a vários usuários enviar sinais na mesma rede de sinalização. As funções de nível 4 tratam o protocolo de comunicação dos usuários e verifica que a mensagem seja transferida de uma maneira segura. pode-se dizer que as funções de nível 4 manipulam e supervisionam a transmissão da informação na conexão lógica, enquanto o nível 2 realiza este tratamento e supervisão na conexão física. ENCAMINHAMENTO DAS MENSAGENS Toda mensagem de sinalização contém uma informação de serviço e uma informação de sinalização. A informação de serviço basicamente identifica o subsistema de usuário ou função da Rede de Sinalização que originou a mensagem. A informação de sinalização inclui as informações referentes ao controle da comunicação solicitada pelo usuário e as informações de supervisão e gerência da rede de sinalização, no caso de mensagens geradas pela própria Rede de Sinalização. Para isso, normalmente faz parte da informação de sinalização o rótulo da mensagem. O rótulo contém as informações necessárias à identificação da comunicação e encaminhamento das mensagens através da rede de sinalização. No rótulo, a parte utilizada para encaminhamento é denominada rótulo de encaminhamento. A técnica de encaminhamento de mensagens adotada no sistema número 7 estabelece uma rota fixa das mensagens através da rede de sinalização até o término da comunicação, salvo se alguma falha venha a ocorrer nesta rota e portanto esta venha a ser mudada por procedimentos da própria Rede de Sinalização. Isto não quer dizer que as mensagens nos dois sentidos sigam a mesma trajetória: as mensagens podem num sentido contrário utilizar outro. O encaminhamento à rede é efetuado através do rótulo de encaminhamento que contém de modo explícito o número do ponto de destino e o número do ponto de origem. Geralmente o rótulo de encaminhamento compreende ainda um código utilizado para partição de carga entre os diversos enlaces de sinalização que unem dois pontos. No caso de mensagens de sinalização de uma comunicação associada a circuito, incluído no rótulo temos o número deste circuito. Um dado ponto de sinalização, na recepção desta mensagem, analisa este rótulo para verificar se a mensagem lhe é destinada ou se deve transferi-la para frente. Caso lhe seja destinada, pela análise do indicador de serviço, determina para que subsistema de usuário a mensagem deve ser liberada. - Funções de tratamento de: As funções de tratamento das mensagens de sinalização compreendem as funções Escola Técnica Federal de Santa Catarina 12
13 roteamento de mensagens; discriminação das mensagens; distribuição das mensagens. A função de roteamento das mensagens é utilizada em cada ponto de sinalização (SP) para determinar o enlace de sinalização (SL) de saída no qual a mensagem tem que ser enviada na direção do seu ponto de destino. A função de discriminação das mensagens é utilizada em cada SP para determinar se a mensagem recebida é ou não destinada a ele mesmo. Quando a mensagem não é destinada ao SP, ela tem que ser transferida para a função de roteamento das mensagens. A função de distribuição das mensagens é utilizada em cada SP para entregar a mensagem recebida (destinada para ele mesmo) para a parte de usuário apropriada ou para a parte de controle de conexão de sinalização (SCCP). Roteamento das Mensagens O roteamento de uma mensagem para o enlace de sinalização apropriado é baseado no indicador de rede (NI), no octeto de informação de serviço e no campo de seleção de enlace de sinalização (SLS) e o código de ponto de destino (DPC). O roteamento é realizado de maneira que as mensagens tendo o mesmo NI, SLS e DPC são enviadas para o mesmo enlace de sinalização, se não ocorreu nenhuma falha de enlace. A divisão de carga é uma parte da função de roteamento através da qual o tráfego de sinalização pode ser enviado através de vários enlaces de sinalização (SL) e conjuntos de enlaces(ls). No caso de falha do enlace, o roteamento é modificado de acordo com regras predeterminadas e o tráfego é encaminhado para outros enlaces dentro do LS. Se todos os SL s dentro de um LS estão com falhas, o tráfego é encaminhado para outro LS pertencente ao mesmo destino. Discriminação das Mensagens Um SP em uma rede de sinalização pode ser visto por uma mensagem ou como um ponto de destino ou como um ponto de transferência de sinalização (PTS). No primeiro caso, as mensagens recebidas devem ser terminadas na central em questão e no segundo caso, as mensagens recebidas são direcionadas para a função de roteamento a fim de serem enviadas para o enlace apropriado na direção de ponto de destino da mensagem. Escola Técnica Federal de Santa Catarina 13
14 A função de discriminação realiza esta tarefa através da análise de campo NI e de DPC contido na mensagem recebida. Distribuição das Mensagens Se o SP é um ponto de sinalização de destino, a mensagem é direcionada da função de discriminação para a função de distribuição. A mensagem pode ser destinada a: a-) parte de usuário (UP); b-) parte de controle de conexão de sinalização (SCCP); c-) parte de gerenciamento de rede de sinalização da MTP; d-) parte de manutenção e teste de rede de sinalização da MTP. A função de distribuição direciona a mensagem recebida para o usuário apropriado, baseado no conteúdo do indicador de serviço (SI) no octeto de informação de serviço (SIO) contido na MSU. FORMATOS E CÓDIGOS DAS UNIDADES DE SINALIZAÇÃO (SU s) No SCC#7 as informações são transferidas em unidades de sinalização (SU s) ou seja, dígitos binários, dispostos como um conjunto de dados com campos onde a combinação dos bits significam coisas diferentes. Podemos notar que essa é uma maneira diferente de transferir as informações, se comparadas com os sistemas de sinalização tradicionais, onde os sinais são transportados na forma de pulsos, tons codificados, etc... Uma SU pode ser de três formatos: MSU (Unidade de Sinalização de Mensagem); LSSU (Unidade de sinal de estado do enlace) e FISU (Unidade de sinal de preenchimento). - MSU - Unidade de sinalização de mensagem: Os significados desses campos (ver Figura 6) são os seguintes: Flag: separação entre as unidades de sinalização; é adotado o padrão " ". BSN: Número seqüencial para trás É utilizado para avisar ao ponto de origem que as mensagens do número BSN para trás foram recebidas corretamente (ex.: BSN=1 indica que a FSN=0 e FSN=1 foram recebidas corretamente). O BSN é composto de 7 bits e, desse modo, pode variar de 0 (zero) até 127. FIB e BIB: Bit indicador para frente e bit indicador para trás. São utilizados quando há necessidade de retransmissão. Escola Técnica Federal de Santa Catarina 14
15 FSN: Número seqüencial para frente Na transmissão é atribuído um número seqüencial a toda mensagem enviada. Esse número é o FSN que é composto de 7 bits e desse modo pode variar de 0 a 127, os quais são ciclicamente repetidos. Uma vez atribuído um FSN a uma dada unidade de sinalização, este permanece com ela, que é o que a distingue de outras unidades de sinalização, até que a mesma SU seja aceita no destino. LI: Indicador de comprimento É utilizado para indicar o comprimento do campo de dados da mensagem em octetos (8 bits) e, como os tipos de mensagens dependem do comprimento, indica também o tipo de unidade de sinalização como listado a seguir: LI = 0: Unidade de sinalização de preenchimento de canal (FISU). LI = 1 ou 2: Unidade de sinalização de estado de enlace (LSSU). A Telebrás padronizou o LI=1. LI = 3 até 63: Unidade de sinalização de mensagem (MSU). CRC: Bits de verificação São 16 bits inseridos em uma unidade de sinalização para possibilitar a verificação do recebimento correto da mensagem. Figura 6 - Unidade de sinalização de mensagem PARTE VARIÁVEL DA MSU A parte de comprimento variável da MSU corresponde aos campos SIF e SIO. O campo SIO (octeto de informação de serviço), ver Figura 7, gerado no nível 4 e usado no nível 3 (distribuição de mensagens), define o usuário que corresponde à mensagem e, também, se esta é nacional ou internacional. Para realizar sua função, o campo SIO é dividido em dois sub-campos, como segue: SI: Indicador de serviço Utilizado para identificar o subsistema de usuário ao qual pertence a mensagem de sinalização. SSF: Sub-campo de serviço Utilizado para discriminação de redes nacionais e internacionais Escola Técnica Federal de Santa Catarina 15
16 SIF 8n SIO 8 SSF 4 SI 4 D C B A D C B A Figura 7- Divisão do campo SIO Para o subcampo SI pode-se ter várias combinações de bits e para algumas delas, tem-se associado distintos usuários, como é mostrado na Tabela 1 a seguir: Bits do campo SI D C B A Gerência de Rede de Sinalização Manutenção e teste da rede de sinalização Reserva Subsistema de controle de conexão de sinalização (SCCP) Subsistema de usuário de telefonia (TUP) Subsistema de usuário RDSI (ISUP) Reserva Reserva 1 X X X Reservas Tabela 1 - Codificação do sub-campo indicador de serviço SI Da mesma forma, para o sub-campo SSF, tem-se as combinações mostradas na Tabela 2. Observe que esse sub-campo faz discriminação entre as redes nacional e internacional. Escola Técnica Federal de Santa Catarina 16
17 Bits do campo SSF D C B A Rede internacional Reservado para uso internacional Rede nacional Reservado para uso nacional Tabela 2 - Codificação do sub-campo de serviço SSF * Os bits B e A são considerados reservas e codificados com 00. O campo SIF (campo de informação de sinalização) transporta as seguintes informações: A real informação do usuário, tal como sinais de controle de chamada telefônica ou de dados, informação de gerência e manutenção, etc.; Informação que identifica o tipo e formato da mensagem; Rótulo que fornece informação possibilitando que a mensagem seja: Roteada pelas funções de nível 3, permitindo um correto encaminhamento da mensagem, através da rede de sinalização, até seu destino; Relacionada, no subsistema de usuário receptor, a um circuito específico, ou chamada específica, ou determinada transação de gerência, etc. A Figura 8 ilustra os quatro tipos de rótulo presentes em uma mensagem. Escola Técnica Federal de Santa Catarina 17
18 Mensagem de gerência da MTP Rótulo A Informação de gerência SLC Código do pto de origem OPC Código do pto de destino DPC Mensagem TUP Rótulo B Informação de sinalização Cód. ID. circuito SLS Código do pto de origem OPC Código do pto de destino DPC Mensagem ISUP Rótulo C Informação de sinalização Cód. de ID. circuito CIC SLS Código do pto de origem OPC Código do pto de destino DPC Mensagem SCCP Rótulo D Informação de sinalização SLS Código do pto de origem OPC Código do pto de destino DPC O rótulo possui informações como: DPC: Código do ponto de destino. OPC: Código do ponto de origem. CIC: Código de identificação do circuito. SLC: Código do enlace de sinalização. SLS: Seleção do enlace de sinalização. Figura 8 - Rótulos das mensagens da sinalização n.º 7 Rótulo de encaminhamento O código do ponto de destino (DPC) indica o ponto de sinalização que a mensagem é destinada, enquanto que o código do ponto de origem (OPC) indica o ponto de sinalização que gerou a mensagem. Escola Técnica Federal de Santa Catarina 18
19 O campo "código de identificação de circuito (CIC)" é usado, nas mensagens relacionadas a circuito, para indicar qual o circuito sinalizado na mensagem TUP ou ISUP. No caso da mensagem TUP, os quatro bits menos significativos deste campo configuram o campo de "seleção do enlace de sinalização (SLS)" que é usado, quando apropriado, para partição de carga nos enlaces de sinalização que interligam dois pontos da rede de sinalização. Na mensagem ISUP os campos CIC e SLS são separados. O campo "código do enlace de sinalização (SLC)" informa a qual enlace de sinalização refere-se uma dada mensagem de gerência de rede. Concentrando o interesse neste momento nos campos DPC e OPC, observa-se pela Figura 9, que ambos podem ser divididos em três sub-campos: DPC/OPC CNS CRS Nº PS 4 4 DCBA DCBA 6 FEDCBA - CNS: Código nacional de sinalização - CRS: Código regional de sinalização - Nº PS: Nº do ponto de sinalização Figura 9 Sub-campos do DPC e OPC Escola Técnica Federal de Santa Catarina 19
20 A Tabela 3, apresenta o plano de numeração que vem sendo adotado para a rede nacional de sinalização. Deverá ser adotado como valor no N.º PS a faixa de 0 a 63. Região de sinalização Campo CNS Campo CRS Quantidade de PS Área de abrangência EMBRATEL 0 1 a SÃO PAULO Sudeste 1 0 a SÃO PAULO 2 0 a SÃO PAULO 3 0 a SÃO PAULO EMBRATEL 4 1 a RIO DE JANEIRO Centro-nordeste 4 11 a ESPÍRITO SANTO RESERVA 5 0 a BAHIA 5 14 e SERGIPE EMBRATEL 6 1 a MINAS GERAIS 7 0 a GOIÁS 7 5 a MATO GROSSO 7 8 a M. G. DO SUL 7 11 a DISTRITO FEDERAL Centro-norte 7 14 a RONDÔNIA 8 0 e MARANHÃO 8 2 e PARÁ AMAPÁ 8 9 a AMAZONAS ACRE RORAIMA 8 14 e RESERVA EMBRATEL 9 1 a PARANÁ Sul 10 0 a SANTA CATARINA 10 8 a RESERVA 11 0 a R. GRANDE DO SUL RESERVA Continua Tabela 3 - Plano de numeração dos pontos de sinalização da rede nacional de sinalização (RNS) Escola Técnica Federal de Santa Catarina 20
21 Continuação Região de sinalização Campo CNS Campo CRS Quantidade de PS Área de abrangência EMBRATEL 12 1 a CEARÁ a R. G. DO NORTE Nordeste a PIAUÍ 13 0 a PERNAMBUCO 13 8 a PARAÍBA a ALAGOAS RESERVA a RESERVA a RESERVA Tabela 3 - Plano de numeração dos pontos de sinalização da rede nacional de sinalização (RNS) - LSSU - Unidade de sinal de estado do enlace Um procedimento extremamente importante que ocorre no nível 2 é o alinhamento inicial (sincronismo do enlace), com o uso das unidades de sinalização de estado do enlace (LSSU). Quando os enlaces de sinalização são ligados, começa a ocorrer uma troca de bits entre as extremidades, sem que esteja havendo um correto entendimento entre as partes. Esse procedimento de alinhamento permite que as extremidades entendam-se logicamente após uma troca predeterminada de mensagens de nível 2 (LSSU). Após essa troca, o tráfego de mensagens é liberado para o nível 3. A Figura 10 mostra a LSSU. Figura 10 - LSSU Observe que a LSSU tem todos os campos da MSU, a menos dos campos SIO e SIF. Adicionalmente a LSSU dispõe do campo status (Status Field), que apresenta o estado do enlace, ver Figura 11. Escola Técnica Federal de Santa Catarina 21
22 Figura 11 - Unidade de sinalização de estado do enlace (LSSU) A LSSU é identificada pelo valor contido no campo indicador de comprimento LI, no caso igual a 1 ou 2. Atualmente, o campo de estado do enlace SF utiliza apenas um octeto (oito bits), que são codificados conforme tabela 4. Bits C B A Estado do enlace SIO Enlace fora de alinhamento SIN Enlace com alinhamento normal SIE Enlace com alinhamento de emergência SIOS Enlace fora de serviço SIPO Processador fora de serviço SIB Enlace ocupado Tabela 4- Codificação do campo SF de uma LSSU - FISU - Unidade de sinal de preenchimento: O nível 2 somente envia unidade de sinalização com informação, quando solicitado pelo nível 3 (MSU) ou pelo próprio nível 2 (LSSU). Quando não há essa solicitação, o nível 2 envia unidades de sinalização de preenchimento (FISU) que não contém informação, sendo utilizados para preenchimento de tempo do canal com a finalidade de manter o alinhamento (sincronismo) do enlace de sinalização. A figura 12 ilustra o formato da unidade de sinalização de preenchimento (FISU). Escola Técnica Federal de Santa Catarina 22
23 Figura 12 - Formato da FISU Observe que como a FISU não transporta informação proveniente de níveis superiores, pois atua apenas na camada de nível 2 da rede de sinalização, não contém parte variável (LI =0), tendo, portanto, sempre o mesmo comprimento. As unidades de sinalização de preenchimento (FISU) não incrementam o campo FSN e são reconhecidas como tal através do campo LI igual a zero, da unidade de sinalização. A FISU é utilizada para manter enlace devidamente alinhado, ou seja, a FISU está sempre presente em um enlace de sinalização, mesmo quando não há tráfego de mensagens de sinalização (MSU`s ou LSSU`s). 1. Exemplos de Chamadas Básicas Considere um exemplo, onde um assinante da central A, realiza uma chamada para o assinante da central B, ver Figura 13. Figura 13 - Exemplos de Chamadas Básicas 1. A central A analisa os dígitos discados e determina que é necessário mandar uma mensagem para a central B. 2. A central A seleciona um canal de voz vago para a central B e cria uma mensagem inicial de endereço (IAM). A IAM é endereçada a central B e identifica a central de origem, a central de destino, o tronco selecionado, o número chamado e chamador e outras informações que fogem aos escopo deste exemplo. Escola Técnica Federal de Santa Catarina 23
24 3. A central A seleciona um de seus enlaces tipo A (AW) e transmite a mensagem, direcionada a central B 4. O STP W recebe a mensagem, determina que esta direcionada para a central B, e a envia pelo enlace BW. 5. A central B recebe a mensagem e determina que o número chamado lhe pertence, verificando o seu estado (livre). 6. A central B cria uma mensagem de endereço completo (ACM), que indica que a IAM chegou a seu destino. A mensagem identifica a central de destino (A), a central remetente (B) e o canal de voz selecionado. 7. A central B escolhe um de seus enlaces do tipo A (BX) e transmite a mensagem ACM direcionada a central A. Ao mesmo tempo a central B conecta-se ao canal de voz selecionado e envia um tom de controle de chamada (TCC) na direção da central A, enquanto envia corrente de toque para o assinante B. 8. O STP X recebe a mensagem ACM e a redireciona para a central A. 9. Quando a central A recebe a mensagem ACM, conecta o assinante chamador ao canal de voz selecionado. Assim o assinante chamador passa a ouvir o TCC enviado pela central B. 10. Quando o assinante chamado atende a ligação a central B cria uma mensagem de resposta (ANM), identificando a central de destino (A), a central de origem (B) e o canal de voz selecionado. 11. A central B escolhe o mesmo enlace A usado para transmitir a mensagem ACM (BX) e envia a mensagem ANM. Neste momento o canal de voz está fechado e inicia-se a conversação. 12. O STP X recebe a mensagem ANM e a redireciona para a central A. 13. Com o recebimento da mensagem ANM a central A é notificada do esta de conversação entre os dois terminais. 14. Se o assinante chamador desliga primeiro, a central a gera uma mensagem de desconexão (REL) para a central B, identificando o canal de voz da chamada. Ela envia a mensagem no enalace AW. 15. O STP W recebe a mensagem REL e a redireciona para a central B, utilizando o mesmo enlace antes utilizado nesta chamada. 16. A central B recebe a mensagem REL desconecta o canal de voz da linha do assinante chamado e retorna o status de canal de voz livre. Ao mesmo tempo cria uma mensagem de confirmação de desconexão (RLC) endereçada de volta A, e a envia pelo mesmo enlace de sinalização. 17. O STP X recebe a mensagem RLC e a redireciona para a central A. 18. Ao receber a mensagem RLC a central A retorna o estado do canal de voz utilizado para livre. Considere agora um exemplo de roteamento de uma chamada (0800). 1. Um assinante da central A disca para um número A central A reconhecendo o número 0800 determina o procedimento de consulta a um SCP 3. A central A formula uma mensagem de requisição 0800 (query), incluindo o número chamado e a envia para um dos STPs sobre um enlace do tipo A (AX). Escola Técnica Federal de Santa Catarina 24
25 4. O STP X determina que a mensagem recebida é do tipo query e seleciona uma base de dados disponível para responde-la (M). O STP X encaminha a chamada para o SCP M sobre o enlace do tipo A apropriado. 5. O SCP M recebe a mensagem, extrai as informações passadas, e (baseado nos seus arquivos) seleciona um número de telefone real para qual a chamada será redirecionada. O SCP M cria uma mensagem de resposta e a envia para a central A. Para tanto o SCP M seleciona um STP e um enlace do tipo A para usar (MW). 6. O STP W recebe a mensagem e a redireciona para a central A (AW) 7. A central A recebe a resposta e utiliza a informação para determinar para onde a chamada deve ser redirecionada. 8. Repete-se o procedimento do exemplo anterior, ver Figura 14. Figura 14 - Exemplos de Chamadas Básicas Escola Técnica Federal de Santa Catarina 25
26 Escola Técnica Federal de Santa Catarina 26
27 RDSI Rede Digital de Serviços Integrados Introdução Tradicionalmente, sistemas de comunicação foram desenvolvidos para o transporte de tipos específicos de informação O sistema telefônico para o tráfego de voz, as redes de comunicação de pacotes para dados textuais, vídeo e televisão em redes de radiodifusão ou a cabo. Essas redes foram claramente projetadas para aplicações específicas adaptando-se mal a outros tipos de serviço. O ideal de uma única rede capaz de atender a todos esses serviços, de forma a obter uma economia devido ao compartilhamento dos recursos, veio a motivar o conceito das Redes de Serviço Integrado. Pela primeira vez, em 1972, o CCITT (atual ITU-T), emitiu, em sua recomendação G.702, a seguinte definição para essa nova rede: Uma rede digital integrada, na qual os mesmos comutadores e caminhos digitais são usados para os diferentes serviços, por exemplo, telefonia e dados. Nos períodos subseqüentes de estudo, o CCITT continuou a elaborar as especificações sobre a RDSI, que culminaram em 1984, com as recomendações da Série I do Livro Vermelho. Surgiu então a seguinte definição de RDSI: Uma rede, derivada da rede digital integrada de telefonia, que proporciona conectividade ponto a ponto, para suportar uma variedade de serviços, aos quais os usuários têm acesso de um conjunto limitado de interfaces padronizadas. Desde esta data muitas foram as experiência realizadas em diversos países visando testar os desenvolvimentos realizados com base nas recomendações, como observa-se na Tabela 1. Estas experiências transformaram-se em Projetos Pilotos, com o envolvimento de usuários comerciais, e foram fundamentais para as especificações definitivas publicadas em 1988 no Livro Azul do CCITT. PAÍS PROJETO PILOTO OPERAÇÃO COMERCIAL Alemanha Bélgica Espanha Estados Unidos França Itália Japão Reino Unido Escola Técnica Federal de Santa Catarina 27
28 Tabela 1 - Primeiros países a introduzirem a RDSI. No Brasil iniciou-se os estudos para a implantação da RDSI no início da década de 80 através do Departamento de Planejamento da Empresa Holding de Telecomunicações - TELEBRÁS S/A e do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da TELEBRÁS - CPqD, com a criação do Projeto DILIAS (Digitalização da Linha de Assinante). Em 1981 foi criado um grupo de estudos de Digitalização da Rede, que em 1984 transformou-se no Grupo de Trabalho RDSI - GT-RDSI, com o objetivo de propor as orientações básicas para a evolução para a RDSI, que incluía uma proposta para a realização de um projeto piloto no Brasil. Embora em estudo desde 1984, e decidido em 1986, através de portaria do Ministério das Comunicações, a realização de um projeto piloto, somente teve inicio em Uma das RDSI s especificadas pelo ITU-T é a de faixa estreita (N-RDSI), sendo baseada nas centrais que comutam canais de 64 Kbps, utilizando o par de fios de cobre como infra-estrutura de rede. Esta RDSI é destinada a comutação de voz e dados em baixas taxas. A RDSI de faixa larga (B-RDSI) é capaz de transportar informações de 156 Mbps até 620 Mbps, utilizando como meio de transmissão a fibra ótica, e está sendo discutida e testada para ser utilizada em aplicações de demandam uma alta taxa de transmissão. Canais RDSI Estruturas de Acesso à RDSI Em um contexto RDSI um canal se refere a um time-slot em uma facilidade de transmissão, sendo bidirecional (full duplex). Na RDSI a rede de acesso (local loop) transporta somente sinais digitais e compreende vários canais que são usados para sinalização e dados do cliente. Os vários canais coexistem na rede de acesso através de multiplexação TDM síncrona. Existem dois tipos básicos de canais para comunicação do usuário, diferenciados por suas funções e bit rate: Canal D: transporta informações de sinalização entre o usuário e a rede, podendo também transportar pacotes de dados do usuário. Para que um dispositivo RDSI possa solicitar qualquer serviço da rede ele necessitará estar conectado à rede através de conectores físicos padrões, bem como trocar mensagens padrão para requisitar o serviço. As mensagens padrão e a sinalização trafegam entre o usuário e a rede nos canais D, podendo um único canal D fornecer serviços de sinalização para muitas interfaces RDSI, desempenhando assim sua função primária. O canal D também transporta dados na modalidade pacote, função secundária, já que a sinalização não ocupa toda a largura de banda. O canal D opera a 16 ou 64 Kbps, dependendo da interface de acesso do usuário. Escola Técnica Federal de Santa Catarina 28
29 Canal B: a finalidade do canal B é a de transportar os sinais de voz, vídeo, áudio, imagem e dados do usuário, operando sempre a uma taxa de 64 Kbps. Pode ser usado para aplicações de comutação de circuito e pacote. No caso de comutação de circuito a conexão fim-a-fim é totalmente transparente, não exigindo nenhum protocolo além da camada física. Em conexões na modalidade pacote são suportados equipamentos usando protocolos X.25 ou Frame Relay, cabendo à RDSI prover um serviço interno de comutação de pacotes ou um acesso a uma Rede de Pacotes existente. Para que um equipamento RDSI possa fazer uso da rede ele deverá enviar uma solicitação via canal D, descrevendo as características do serviço. Por exemplo, um telefone RDSI requisitando uma conexão na modalidade circuito, operando a 64 Kbps para suportar uma aplicação de conversação. Este perfil de características descreve o que é chamado de serviço de suporte (bearer service). Canal H: São canais B agrupados. H0 6 canais B (384 Kbps) H10 23 canais B (1472 Kbps) H11 24 canais B (1536 Kbps) H12 30 canais B (1920 Kbps) Pontos de Referência e Grupos Funcionais A idéia fundamental por trás da arquitetura da RDSI é a de um duto digital de bits, um duto conceitual entre o cliente e a concessionária através do qual fluem bits nos dois sentidos. Esse duto dá suporte a múltiplos canais, através do mesmo meio físico, pela multiplexação por divisão de tempo do fluxo de bits. ET 2 R Instalação do Assinante AT ET1 4 ou 8 fios T TR 2 S TR 1 2 fios U Rede de Comutação RDSI Figura 1 Configuração RDSI para uso doméstico Na Figura 1 vemos a configuração normal para uso doméstico ou em pequenas empresas. A concessionária coloca um dispositivo NT1 (Network Terminator 1) nas instalações do cliente, e o liga à estação RDSI no escritório da concessionária, a vários quilômetros de distância, utilizando o par trançado que era usado anteriormente para ligar o telefone do cliente. A caixa NT1 possui dentro dela um conector no qual pode ser inserido um cabo de barramento passivo. Podem ser ligados ao cabo até oito telefones, terminais, alarmes e outros dispositivos RDSI, de forma similar àquela como são conectados dispositivos em uma LAN. Do ponto de vista do cliente, a fronteira da rede é o conector no NT1. Além da função de painel de derivação, o NT1 contém equipamento eletrônico para Escola Técnica Federal de Santa Catarina 29
30 administração de rede, loopback local e remoto para testes, monitoração do desempenho e lógica para resolução de conflitos. Em termos do modelo OSI, O NT1 é um dispositivo principalmente da camada física. Para grandes empresas, o NT1 é insuficiente. Dessa forma encontramos outro dispositivo, NT2, chamado PBX (Private Branch Exchance) conectado ao NT1 e fornecendo a interface real para telefones, terminais e outros equipamentos. Um PBX RDSI não é muito diferente de uma central RDSI, embora seja normalmente menor e não consiga lidar com muitas conversas ao mesmo tempo. Chamadas entre dois telefones ou terminais dentro da companhia, normalmente discados usando números de ramais de 4 dígitos, são conectados dentro do PBX, sem a central RDSI da concessionária perceber. Quando alguém disca 9 (ou qualquer outro código) para conseguir uma linha externa, o PBX aloca um canal no duto digital de bits de saída e conecta o chamador a ele. Se não há canal disponível, o chamador recebe um sinal de ocupado. Os PBXs abrangem ao menos as camadas de 1 a 3 no modelo OSI. Na RDSI tem-se 5 tipos diferentes de dispositivos nas instalações do cliente: 1. NT1: fronteira da rede 2. NT2: PBX do cliente 3. TE1: terminal RDSI 4. TE2: terminal não RDSI 5. TA: adaptador de terminal não RDSI O ITU-T definiu quatro pontos de referência, chamados R, S, T e U, entre os vários dispositivos e que definem o padrão de interfaces a ser utilizado. O ponto de referência U é a conexão entre a central RDSI no escritório da concessionária e o NT1. Atualmente é um par trançado de cobre, mas em algum momento no futuro poderá ser substituído por fibra ótica. O ponto de referência T é que o conector no NT1 fornece ao cliente. O ponto de referência S é a interface entre o PBX RDSI e os terminais RDSI. O ponto de referência R é a conexão entre o adaptados de terminais e os terminais não RDSI. Muitos tipos diferentes de interface serão utilizados em R. Interfaces de acesso Uma interface de acesso é uma conexão física entre o usuário e a RDSI que permite ao usuário requisitar e obter serviços. As interfaces de acesso RDSI diferem um pouco das atuais interfaces com a rede telefônica, pois o projeto da RDSI permite múltiplos fluxos simultâneos de informação em uma única interface física, compreendendo um canal D para sinalização e alguns canais B para dados do usuários. Uma estrutura de acesso é definida como um "pacote" de canais que formam a via digital, sendo identificadas internacionalmente segundo a recomendação I.412. Basic Rate Interface (BRI) - Estrutura de acesso básico: consiste em dois canais B mais um canal D de 16 Kbps, sendo conhecida como estrutura 2B+D. A taxa de transmissão em bits por segundo, por simples aritmética seria 144 Kbps. Porém, Escola Técnica Federal de Santa Catarina 30
31 adicionam-se ainda bits de sincronismo e de delimitação de quadros, o que leva a via digital a apresentar uma taxa total de192 Kbps. Primary Rate Interface (PRI) - Estrutura de acesso primário: destinada a assinantes que necessitam de maior capacidade, a via digital com essa estrutura oferece uma linha com características T1 ou E1. A estrutura para a interface do tipo T1 é de 23 canais B mais um canal D de 64 Kbps (23B+D) e para a interface do tipo E1 é de 30 canais B mais um canal D de 64Kbps (30B+D). Serviços Básicos Serviços Oferecidos A série de recomendações I.200 do ITU-T, denominada Services Capabilities, fornece uma classificação e um método para a descrição dos serviços que podem ser fornecidos pela RDSI. Serviços Básicos ou Serviços de Suporte são serviços que provêm os meios necessários para transmissão de informações (voz, dados, vídeo etc) entre usuários em tempo real e sem alteração do conteúdo da mensagem. Correspondem às três primeiras camadas do modelo OSI. O CCITT definiu doze serviços básicos, sendo nove destes do modo comutação de circuitos e os demais do modo comutação de pacotes. Serviços Básicos - Modo Circuito 64-Kbit/s, Irrestrito 64-Kbit/s, para Conversação 64-Kbit/s, para Transferência de Informação de Áudio na Faixa de 3,1 KHz 64 Kbit/s Alternado Conversação/Irrestrito 2 x 64-Kbit/s, Irrestrito 384-Kbit/s, Irrestrito Kbit/s, Irrestrito Kbit/s, Irrestrito Múltiplas Taxas Irrestrito Serviços Básicos - Modo Pacote Chamada Virtual e Circuito Virtual Permanente Sem Conexão Sinalização de Usuário Escola Técnica Federal de Santa Catarina 31
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