REFLEXÕES SOBRE A EUTANÁSIA

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1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ UNIVALI CENTRO DE EDUCAÇÃO DE BIGUAÇU CURSO DE DIREITO REFLEXÕES SOBRE A EUTANÁSIA EDUARDO CESAR SANTOS Biguaçu (SC), julho de 2008.

2 i UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ UNIVALI CENTRO DE EDUCAÇÃO DE BIGUAÇU CURSO DE DIREITO REFLEXÕES SOBRE A EUTANÁSIA EDUARDO CESAR SANTOS Monografia submetida à Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI, como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Direito. Orientador: Prof. Msc. Luiz César Silva Ferreira Biguaçu (SC), julho de 2008.

3 2 AGRADECIMENTO Agradeço à minha família pela base dada ao longo da faculdade e especialmente durante a fase da monografia. Agradeço também a minha Tia Neli pela paciência, atenção e ajuda oferecida. Aos amigos Bernardo Proença, Marcelo Kaiser e Bernardo Pirath por suas valiosas contribuições durante o curso de Direito. A todos aqueles que de uma maneira ou outra me auxiliaram na conclusão deste trabalho.

4 3 DEDICATÓRIA Aos meus irmãos, Christian e Giuliano, pelo carinho e estimulo. Especialmente aos meus pais Santelino e Neusa, pelo esforço e sacrifício dispensado durante todo o curso e pela forma com que me transmitiram conhecimento e segurança para que eu chegasse ao final deste.

5 4 TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE Declaro, para todos os fins de direito, que assumo total responsabilidade pelo aporte ideológico conferido ao presente trabalho, isentando a Universidade do Vale do Itajaí, a coordenação do Curso de Direito, a Banca Examinadora e a Orientadora de toda e qualquer responsabilidade acerca do mesmo. Biguaçu (SC), julho de Eduardo César Santos Graduando

6 5 PÁGINA DE APROVAÇÃO A presente monografia de conclusão do Curso de Direito da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI, elaborada pelo graduando Eduardo César Santos, sob o título Reflexões sobre a Eutanásia, foi submetida em trinta e um de julho de dois mil e oito à banca examinadora composta pelos seguintes professores: Eunice Anisete Trajano, Luiz César Silva Ferreira, Marilene, e aprovada. Biguaçu (SC), julho de Prof. Msc. Luiz César Silva Ferreira Orientador e Presidente da Banca Profª. Esp. Helena Nastassya Paschoal Pítsica Coordenação da Monografia

7 6 ROL DE ABREVIATURAS E SIGLAS CC CÓDIGO CIVIL CRFB/88 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL CP CÓDIGO PENAL

8 vii ROL DE CATEGORIAS Rol de categorias que a autor considera estratégicas à compreensão do seu trabalho, com seus respectivos conceitos operacionais. Eutanásia: Palavra de origem grega significa morte doce, morte calma. Do grego eu e thanatos que significa a morte sem sofrimento e sem dor. 1 Bioética: Estudo dos problemas e implicações morais despertados pelas pesquisas científicas em medicina e biologia. o adjetivo moral, nesse caso, atua como sinônimo de ética. em outras palavras, a bioética dedica-se a estudar as questões éticas suscitadas pelas novas descobertas científicas; novos poderes da ciência significam novos deveres do homem. 2 Morte: Cessação de toda atividade funcional peculiar a animais e vegetais, tempo decorrido entre o começo e o fim da existência. 3 1 BIZATTO, José Ildefonso. Eutanásia e Responsabilidade Médica. 2ª ed. rev. e atual p ALMEIDA, Guilherme Assis; CHRISTMANN, Martha Ochsenhofer. Ética e direito: uma perspectiva integrada. 2.ed. São Paulo: Atlas, p RAMOS, Augusto César. Eutanásia: aspectos éticos e jurídicos da morte. Florianópolis: OAB/SC Editora. 2003, p. 30.

9 MMMMMMMMMMMMMMMMMMSUMÁRIOMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM MMMMMMMMMMMMMMMMMMMM RESUMO...X ABSTRACT...XI INTRODUÇÃO...1 Capítulo EUTANÁSIA HISTÓRIA DA EUTANÁSIA CONCEITO DISTANÁSIA ORTOTÁNASIA SUICÍDIO ASSISTIDO CLASSIFICAÇÃO...16 Capítulo QUALIFICAÇÃO JURÍDICO-PENAL DA MORTE POR EUTANÁSIA O DIREITO BRASILEIRO O POSICIONAMENTO DO MUNDO EUTANÁSIA NA AUSTRALIA EUTANÁSIA NOS ESTADOS UNIDOS EUTANÁSIA NA HOLANDA EUTANÁSIA NA SUIÇA EUTANÁSIA NA FRANÇA EUTANÁSIA NO URUGUAI EUTANÁSIA NA COLÔMBIA...38 Capítulo A VISÃO DOS PROS E CONTRAS A IGREJA CATÓLICA E A RELIGIÃO RELIGIÃO CATÓLICA RELIGIÃO JUDAICA RELIGIÃO ISLÂMICA RELIGIÃO HINDU RELIGIÃO BUDISTA QUESTÕES MÉDICAS O CONSENTIMENTO BIOÉTICA ÉTICA BIODIREITO PRINCÍPIOS BIÓÉTICOS DA AUTONOMIA DA BENEFICÊNCIA...57 viii

10 DA JUSTIÇA...58 ix CONSIDERAÇÕES FINAIS...59 REFERÊNCIA DAS FONTES CITADAS...61

11 x RESUMO A presente monografia visa a realização do estudo a respeito da EUTANASIA, baseando-se na Ética e na Dignidade da Pessoa Humana. Todos os avanços que podemos observar desde os tempos primórdios são um grande questionamento na sociedade não só brasileira, como mundial. Esses avanços, obrigatoriamente, discutidos em diversas áreas como: Sociologia, Medicina, Psicologia, Religião e Direito, buscam soluções para um tema tão polêmico e controvertido que é a eutanásia. A vida, o bem mais supremo do ser humano merece uma reflexão minuciosa em seu direcionamento. No decorrer deste apresentam-se conceitos, posicionamentos éticos, e todos os direitos que o ser humano merece como respeito a dignidade humana no aspecto vida e morte. Este trabalho objetiva, através de pesquisas em livros, trabalhos publicados e na legislação brasileira, desenvolver uma consciência relacionada às interrogações ao tema que chamamos de Eutanásia - a triste realidade: a morte.

12 xi ABSTRACT This paper aims to develop the study on the EUTANASIA, which is based on Ethics and Human Dignity of Person. All that we can see progress since the days are beginning a major question in society not only Brazilian, and globally. These advances necessarily discussed in various areas such as sociology, medicine, psychology, religion and law, seek solutions to a subject as controversial and contested that is euthanasia. The life, the most supreme of the human being deserves a thorough reflection on its direction. During this present themselves concepts, ethical positions, and all rights which the human being deserves respect and human dignity in life and death aspect. This study aims, through research in books, papers and published in Brazilian legislation, develop an awareness to the questions related to the theme we call Euthanasia - the sad reality: death.

13 1 INTRODUÇÃO É objetivo deste trabalho estabelecer definições a respeito da eutanásia, relacionados aos pontos de vista sob o aspecto da medicina, cultura, filosofia e jurídico social, no âmbito brasileiro e estrangeiro. Ele consiste no polêmico assunto do direito de matar e do direito de morrer, chamado assim de eutanásia, com conseqüências tão desastrosas para uma humanidade tão sofrida em todos os aspectos sociais. A partir do momento em que se questiona a disponibilidade da vida humana, o seu estudo interessa a todas as camadas sociais. No primeiro Capítulo, apresenta-se a eutanásia e seu histórico, conceitos e classificação, destacando-se a distanásia, ortotanásia e suicídio assistido. No segundo Capítulo, aborda-se os aspectos jurídico-penal da morte eutanásica explanando-se o direito brasileiro e o posicionamento do mundo. No terceiro Capítulo, serão demonstradas as questões pertinentes à visão dos pros e contras, especificamente na ótica da igreja católica, as questões médicas, o consentimento e a bioética. Nas Considerações finais, serão apresentados questionamentos que servirão para fazer com que todos possam refletir sobre este tema tão polêmico. hipóteses: Para a presente Monografia foram levantadas as seguintes

14 2 - A prática da eutanásia é amparada pelo princípio da autonomia e do consentimento do paciente; - O direito a uma morte digna, amparado nos direitos fundamentais; e nos princípios bioéticos. - A possibilidade da eutanásia. Quanto à Metodologia empregada, na presente Monografia, registra-se que foi utilizado o Metido Dedutivo.

15 Capítulo 1 EUTANÁSIA 1.1 HISTÓRIA DA EUTANÁSIA A eutanásia, prática aplicada para abreviar a morte de um paciente incurável vem sendo aplicada desde a antiguidade, até hoje, e já está legalizada em alguns paises do mundo. Há muita diversidade na modalidade de aplicação dessa prática entre os povos, onde esta é permitida. A eutanásia não é prática recente, nem tampouco aparece com a Idade Moderna, mas pode-se buscá-la no começo da civilização, mais precisamente na Grécia e em Roma. 4 Ela foi exercida ao longo de diversas civilizações. Os povos celtas se concretizavam com a eutanásia, através do costume de se dar a morte aos anciãos doentes. Em algumas tribos antigas era muito comum a prática que obrigava sagradamente ao filho ministrar a boa morte ao pai idoso e enfermo. 5 Na Índia antiga, o portador de doença incurável era conduzido por sua família às margens do Ganges e, enchendo-lhe a boca e o nariz com o lodo sagrado, o jogavam ao rio, e entre os hebreus se guardava certa consideração aos condenados à morte, até o ponto de preparar-lhes bebidas que fizessem menos dolorosa sua execução, e talvez, com este sentido eutanásico, dessem ao Nosso Senhor Jesus Cristo o vinho misturado com fel. 6 4 RAMOS, Augusto César. Eutanásia: aspectos éticos e jurídicos da morte. Florianópolis: OAB/SC Editora. 2003, p CARVALHO, Gisele Mendes de. Revista dos Tribunais. Ano 91 - Abril de Vol. 798, p RAMOS, Augusto César. Eutanásia: aspectos éticos e jurídicos da morte. Florianópolis: OAB/SC Editora. 2003, p. 97.

16 4 Em Atenas o Estado tinha o direito de tirar a vida humana em casos especiais. Na ilha Grega de Cea, toda pessoa que completasse 60 anos era envenenado, pois para eles representava um peso para Sociedade, alem de não trazer mais contribuição para guerra. Semelhantemente os espartanos davam morte as pessoas cansadas e deformadas, porque também as consideravam inutilidade para o Estado. Também era cometido o crime às crianças pobres e famintas, jogando-as de um monte chamado Taijeto, porque eram consideradas incapazes de tornar-se guerreiros, cumprindo a função que era designada a todo ser humano. 7 As tribos nômades que não conseguiam transportar os enfermos do clã optavam por sacrificá-los a ter que os abandonar aos inimigos ou às inconstâncias climáticas. Em 1940, o Hospital Orsay na França, teve que ser evacuado por motivo de guerra, só restando às enfermeiras nova solução: aplicar injeções letais aos doentes impossibilitados de ser removidos. 8 Na Roma antiga, desde os tempos de Pompilho o homicídio era punido. Contudo, em alguns casos permitia-se, que o homem caso quisesse daria morte a outro, semelhantemente no caso do direito de vida e de morte que os ascendentes exerciam sobre os descendentes submetidos ao seu pátrio poder. Salienta-se que a aplicação do direito de vida e morte correspondia ao pai, uma vez que de acordo com os antigos costumes era de não conservar nem alimentar os filhos nascidos disformes podendo assim lhes dar a morte. Esse direito era reservado restritamente ao pai de matar os filhos doentes e era expressamente estabelecido pela Lei das XII Tábuas. 9 Ainda em Roma, o Senado de Marselha mantinha um depósito de cicuta a disposição para quem manifestasse, perante a Corte, o desejo de deixar a própria vida. Esta era uma maneira de auxiliar o suicídio, e não propriamente de praticar o homicídio eutanásico. 7 CARVALHO, Gisele Mendes de. Revista dos Tribunais. Ano 91 - Abril de Vol. 798, p RODRIGUES, Paulo Daher. Eutanásia. Belo Horizonte: Del Rey, 1993, p CARVALHO, Gisele Mendes de. Revista dos Tribunais. Ano 91 - Abril de Vol. 798, p.484.

17 5 Segundo Gisele Mendes de Carvalho: Se na antiguidade greco-romana predominava o entendimento segundo o qual as enfermidades eram injustos castigos infligidos pelos deuses aos inocentes, com o cristianismo a morte e suas agruras ganham diversas interpretação: aos enfermos e moribundos são reservadas vida nova e saúde espiritual no reino dos céus. O falecimento deixar de visto como fim e transforma-se em passagem, assumindo desde logo caráter secundário em relação ao conceito absoluto de vida da filosofia cristã. A exemplo de Jesus cristo que suportou e assumiu seu sofrimento, também os homens devem aceitar o desenlace que fatalmente lhes sobrevirá, existindo sempre para o ser humano a possibilidade de encontrar o sentido se sua vida em suas experiências, alegres e dolorosas. 10 No Brasil, os sucessivos diplomas que regeram a vida da colônia e do Império durante os séculos XVI, XVII e XVIII foram unânimes em reservar sanções ao delito de homicídio, sem qualquer menção aos motivos que compelissem o agente à sua pratica ou à existência de anuência ou de petição por parte da vitima, com o que é possível concluir que recebia o homicídio eutanásico o mesmo tratamento da figura simples. 11 Manteve o Código Criminal do Império postura semelhante, ao não estabelecer preceito que atenuasse a pena do homicídio perpetrado por motivos altruísticos, embora elencasse entre as circunstâncias atenuantes ter o delinqüente cometido o crime para evitar maior mal (art. 18, 2 ). O Código Penal de 1890 não operou maiores alterações, tendo estabelecido aquela mesma previsão genérica para atenuação da pena (art.46, 6 ). O homicídio eutanásico, portanto continua sendo sancionado com os mesmos rigores do homicídio simples CARVALHO, Gisele Mendes de. Revista dos Tribunais. Ano 91 - Abril de Vol. 798, p CARVALHO, Gisele Mendes de. Revista dos Tribunais. Ano 91 - Abril de Vol. 798, p CARVALHO, Gisele Mendes de. Revista dos Tribunais. Ano 91 - Abril de Vol. 798, p.486.

18 6 O Código Penal de 1940 inaugurou novo tratamento ao prever hipótese de diminuição de pena para o agente que comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral (art. 121, 1 ), o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Para a análise do artigo supracitado, é adequado reportar-se ao Decreto-Lei n /40 Exposição de motivos da parte especial do Código Penal a fim de que se amenize a expressão incerta na lei. Para tanto, esclarece o item 39 do pré-citado Decreto que, por motivo de relevante valor social ou moral, o projeto entende significar o motivo que, em si mesmo, é aprovado pela moral prática, como, por exemplo, a compaixão ante o irremediável sofrimento da vítima (caso do homicídio eutanásico). 13 O Código Penal de 1940 é o primeiro Código a considerar os móveis nobres que impulsionam a conduta com vistas à atenuação da sanção. 14 Em 1984, a Lei promoveu a reformulação da Parte Geral do Código Penal, mas o Anteprojeto de Reforma da Parte Especial não chegou a ser aprovado. Essa proposta, de maneira inovadora, isentava de pena o médico que, com consentimento da vítima, ou, na sua impossibilidade, de ascendente, descendente, cônjuge ou irmão, para eliminar-lhe o sofrimento, antecipa morte iminente e inevitável atestada por outro médico (art. 121, 3 ). 15 Em 1997, novas comissões foram instituídas com a finalidade de elaborar propostas neste sentido, mas nada foi aprovado e concluído. Segundo Augusto César Ramos: A prática da eutanásia não é desconhecida da ancestralidade, sendo frequentemente utilizada sob os mais diversos desígnios, e tampouco constitui uma exclusividade da espécie humana, porquanto nas aldeias e nos campos sabemos muito bem que 13 RAMOS, Augusto César. Eutanásia: aspectos éticos e jurídicos da morte. Florianópolis OAB/SC Editora, p. 14 CARVALHO, Gisele Mendes de. Revista dos Tribunais. Ano 91 - Abril de Vol. 798, p CARVALHO, Gisele Mendes de. Revista dos Tribunais. Ano 91 - Abril de Vol. 798, p.487.

19 7 recolhido um ninho com os seus filhotes e fechados em uma gaiola, os próprios pais continuam alimentando-os; porém sabemos melhor que, passado certo tempo, quando já os filhotes estão cobertos de penas e em condições físicas de viver por si, são envenenados sem remédios com ervas tóxicas que os próprios pais trazem solícitos em seus bicos: preferem dar-lhes a morte ante a dor de presumidos eternamente cativos. 16 A Bíblia (I, Samuel, 31, 1-13) narra um dos primeiros casos de tentativa de suicídio seguido de morte eutanásica: Saul, tendo se ferido em batalha contra os Filisteus e temendo ser capturado por estes, pediu ao seu escudeiro que o matasse. Negando-se o escudeiro a matá-lo, Saul atirou-se sobre a própria espada, ferindo-se gravemente. Não tendo encontrado a morte, apesar disso, chamou um amalecita e pediu-lhe que o matasse, visto não mais suportar o sofrimento, e foi atendido. David, ao receber a notícia da morte de Saul, contada pelo amalecita que o matara a seu pedido, não o perdoou e mandou puni-lo com a morte. 17 É recorrente nos estudos sobre a história da prática da eutanásia a referência à fundação de uma academia, no Egito, por Cleópatra e Marco Antonio, cujo escopo era a consecução de métodos mais brandos, menos dolorosos, de morrer. Em Roma, o gesto dos Cesares nos circos romanos, de abaixar o polegar, por ocasião dos combatentes dos gladiadores; gesto com que se decretavam a extinção do vencido, abreviando a agonia dos que, feridos mortalmente, haviam de sofrê-la lenta e cruel. 18 Contemporaneamente, consoante registro de Luis Jimenez de Asúa, o debate acerca da eutanásia adentrou nos foros acadêmicos com a 16 RAMOS, Augusto César. Eutanásia: aspectos éticos e jurídicos da morte. Florianópolis OAB/SC Editora, p RODRIGUES, Paulo Daher. Eutanásia. Belo Horizonte: Del Rey, 1993, p RAMOS, Augusto César. Eutanásia: aspectos éticos e jurídicos da morte. Florianópolis OAB/SC Editora, p

20 8 publicação de três notáveis obras, L Omicidio-suicidio, Die Freigabe der Vernichtung lebensunwerten Lebens (A autorização para exterminar as vidas sem valor vital) e por último, a publicação da obra L uccisione pietosa: l eutanasía, em 1923, de autoria de Enrico Morseili, que foi uma resposta ao opúsculo de Bindin e Hoche, porquanto firma que a sua repulsa pela eutanásia, em todas as suas formas e sentidos, é absoluta. 19 O certo é que as idéias de Hoche influenciaram um grande número de psiquiatras alemães, o que explica o fato de que a comunidade médica tenha auxiliado Hitler quando da implementação do programa eutanásico nazista em setembro de CONCEITO Em material aqui pesquisado, podemos nos deparar com várias redações a respeito do conceito da prática da eutanásia, mas todas com o mesmo significado e objetivo. Segundo José Ildefonso Bizatto, a palavra Eutanásia é de origem grega e significa morte doce, morte calma tendo sido empregada pela primeira vez por Frank Bacon, no século XVII. Do grego eu e Thanatos, que tem significado a morte sem sofrimento e sem dor para outros a palavra eutanásia também expressa: morte fácil e sem dor, morte boa e honrosa, alivio da dor, golpe de graça, morte direta e indolor, morte suave, etc RAMOS, Augusto César. Eutanásia: aspectos éticos e jurídicos da morte. Florianópolis: OAB/SC Editora. 2003, p RAMOS, Augusto César. Eutanásia: aspectos éticos e jurídicos da morte. Florianópolis: OAB/SC Editora. 2003, p BIZATTO, José Ildefonso. Eutanásia e Responsabilidade Médica. 2ª ed. rev. e atual p.13.

21 9 De qualquer modo, seja qual for a definição da palavra eutanásia é preciso, inicialmente, dizer que muitos a definem de acordo com suas concepções. A morte constitui-se no mais profundo dos mistérios e por mais que se invista neste terreno, tudo não acaba passando de simples indagações sem resposta. Os homens se atemorizam diante dela, e muito particularmente, diante do sofrimento. Tudo o que representa a dor, traz desespero interior, mais especificamente, quando não se pode vencê-la ou curá-la. 22 Torna-se incontestável que os avanços tecnológicos na área da saúde proporcionaram e continuam a proporcionar a salvação de muitas vidas, diminuindo-lhes o sofrimento. Entretanto, muitos são os problemas éticos que advieram de tal avanço, como por exemplo, o que diz respeito à definição do conceito de morte. Anteriormente, a morte era certificada como o cessamento dos batimentos cardíacos, o que hoje sabemos não ser mais aceitável. A revisão desse conceito redefiniu-a como sendo o de morte cerebral ou encefálica. Esta revisão tornou-se necessária por conta do desenvolvimento da Medicina, que desencadeou a possibilidade de prolongamento indefinido da vida humana, por meios ditos artificiais. O Conselho Federal de Medicina (CFM), através da Resolução nº /97, manifestou-se quanto aos parâmetros clínicos para confirmação da morte encefálica: cessação irreversível de todas as funções do encéfalo, incluindo o tronco encefálico. 23 A eutanásia nada tem a ver com homicídio privilegiado, devendo constituir-se num capítulo a parte dentro do Código Penal. No entendimento de Morselli, a eutanásia é aquela morte que alguém dá a outrem que sofre de uma enfermidade incurável, a seu próprio requerimento, para abreviar agonia muito grande e dolorosa BIZATTO, José Ildefonso. Eutanásia e Responsabilidade Médica. 2ª ed. rev. e atual p SOUSA, Dinorah Leane Silva de. Eutanásia: questão de vida e de morte. Disponivel em Acesso em 17 jun BIZATTO, José Ildefonso. Eutanásia e Responsabilidade Médica. 2ª ed. rev. e atual p. 15.

22 10 Atualmente, o termo eutanásia vem sendo utilizado como ação médica direcionada a abreviar a vida de pessoas que se encontram em estado de grave sofrimento oriundo de doença incurável, sem qualquer perspectiva de melhora. Assim entendido, a eutanásia é a promoção do óbito, através da conduta, da ação ou da omissão do médico, que emprega, ou omite, meio eficiente para produzir a morte em paciente incurável ou em estado de grave sofrimento, abreviando-lhe a vida. 25 Ainda que a morte seja certa dentro em momentos, a destruição da vida é homicídio. Diga-se mesmo quando a vítima se acha agonizando ou teria que ser executada dentro de segundos. Sua morte antecipada é homicídio. 26 Jimenes de Asúa 27 entende que é a morre que alguém proporciona a uma pessoa que padece de uma enfermidade incurável ou muito penosa, e a que extingue a agonia excessivamente cruel ou prolongada. O conceito de eutanásia não é unívoco e passou por transformações. Atualmente, a concepção da eutanásia liga-se à idéia de provocar conscientemente a morte de alguém, fundamentado em relevante valor moral ou social, por motivo de piedade ou compaixão, introduzindo outra causa, que, por si só, seja suficiente para desencadear o óbito. Ao invés de deixar a morte acontecer, buscando-se o sofrimento do paciente, a eutanásia é entendida nos dias de hoje como uma ação sobre a morte, de modo a antecipá-la. 28 Como vimos, são muitos os conceitos de eutanásia, que podem ser expressos nos seguintes significados enumerados por Ricardo Oxamendi, em seu livro "El Delito": "boa morte, crimes caritativos, piedade 25 SOUSA, Dinorah Leane Silva de. Eutanásia: questão de vida e de morte. Disponivel em Acesso em 17 jun BIZATTO, José Ildefonso. Eutanásia e Responsabilidade Médica. 2ª ed. rev. e atual p ASÚA, Luis Jimenes de. Liberdade de amar e direito a morrer. Lisboa: Clássica, 1929, 336 p. 28 ADONI, André Luiz. Bioética e Biodireito: Aspectos Gerais Sobre A Eutanásia e o Direito a Morte Digna.Revista dos Tribunais. São Paulo ano 92, v.818, p 405, 2003.

23 11 homicida, homicídio caritativo, a arte de morrer, exterminação de vidas sem valor vital, suprema caridade, morte de incuráveis, morte benéfica, crime humanitário, direito de matar, homicídio piedoso, direito de morrer, morte libertadora, eliminadora, econômico e suprema caridade". 29 Augusto Cesar Ramos explica que: A palavra ganhou relevância com o filósofo ingles Francis Bacon, no seculo XVII, que, sob uma perspectiva médica, dizia que o médico deve acalmar os sofrimentos e as dores nao apenas quando este alívio possa trazer a cura, mas também quando pode servir para procurar uma morte doce e tranquila. 30 Para encerrar o elenco de definições sobre eutanásia, consideramos oportuno apresentar a opinião do paraense Lameira Bittencourt, em sua dissertação intitulada "Da Eutanásia", publicada em Belém, no ano de Segundo o estudioso paraense, a eutanásia é tão-somente a morte boa, piedosa e humanitária, que, por pena e compaixão, se proporciona a quem, doente e incurável, prefere mil vezes morrer, e logo, a viver garroteado pelo sofrimento, pela incerteza e pelo desespero. 31 Não se pode alvitrar a prática da eutanásia, quando não há a promoção de uma morte impulsionada pela piedade, pela compaixão em relação ao doente. Tratando-se de enfermo que não padeça de mal incurável e substancial sofrimento, em havendo a prática da eutanásia, emergirá a configuração de crime de homicídio, que eventualmente poderá ser privilegiado, ou mesmo simples ou qualificado, a depender do caso concreto. É a motivação humanística, aliada a um quadro de doença incurável e mal irrepreensível, que 29 SILVA, Sônia Maria Teixeira da. Eutanásia. Disponivel em Acesso em 19 jun RAMOS, Augusto César. Eutanásia: aspectos éticos e jurídicos da morte. P SILVA, Sônia Maria Teixeira da. Eutanásia. Disponivel em Acesso em 21 jun 2008.

24 12 indicará a verificação da eutanásia, pois caso contrário, falar-se-á na prática de um crime. 32 DISTINÇÕES NECESSARIAS: Há alguns termos que estão diretamente relacionados à eutanásia e são largamente difundidos por vários autores, sendo mister deixar anotado algumas distinções, de sorte a dilucidar tais conceitos correlatos: distanásia, ortotanásia e suicídio assistido DISTANÁSIA Em seu sentido etimológico, de gênese grega, distanásia vem de dis, que significa afastamento, implicando o entendimento de prolongamento desnecessário e exagerado, e thanatos, que é a morte. Distanásia é o prolongamento artificial do processo de morte, com sofrimento do doente. É uma ocasião em que se prolonga a agonia, artificialmente, mesmo que os conhecimentos médicos, no momento, não prevejam possibilidade de cura ou de melhora. 34 Distanásia seria, portanto, a morte dolorosa, com sofrimento, conforme se observa com freqüência nos pacientes terminais de aids, câncer, doenças incuráveis e outras. O prolongamento da vida para estes indivíduos, seja por meio de terapêuticas ou aparelhos, nada mais representaria do que uma batalha inútil e perdida contra a morte ADONI, André Luiz. Bioética e Biodireito: Aspectos Gerais Sobre A Eutanásia e o Direito a Morte Digna.Revista dos Tribunais. São Paulo ano 92, v.818, p 406, ADONI, André Luiz. Bioética e Biodireito: Aspectos Gerais Sobre A Eutanásia e o Direito a Morte Digna.Revista dos Tribunais. São Paulo ano 92, v.818, p 406, ADONI, André Luiz. Bioética e Biodireito: Aspectos Gerais Sobre A Eutanásia e o Direito a Morte Digna.Revista dos Tribunais. São Paulo ano 92, v.818, p 406, FELBERG, Lia. Disponível em felberg_01.pdf. Acesso em 22 jun 2008.

25 13 Assim, distanásia pode ser conceituada como a agonia prolongada, o patrocínio de uma morte com sofrimento físico ou psicológico do indivíduo, muitas vezes lúcido e senhor de suas faculdades mentais, afetado por determinado enfermidade incurável, sem qualquer perspectiva de cura ou melhora. 36 Pouco importa a situação e as condições de dignidade humana do paciente, pois a distanásia tem como foco uma cega e censurável obstinação terapêutica, prendendo-se ao próprio tratamento em si e às realidades tecnológicas existentes. Nos Estados Unidos fala-se em Futilidade Médica, e, na Europa, em Obstinação Terapêutica ORTOTANASIA Diante da constatação de um paciente que sofra de doença incurável, amargando profunda e intensa dor, cujo sofrimento é de impossível controle ou paralisação pelas respostas oferecidas pela biotecnologia atual, pode o enfermo optar pela interrupção do tratamento médico, ou mesmo nem sequer iniciá-lo. Esta assertiva pretende ilustrar o que seja ortotanásia, eutanásia por omissão ou paraeutanásia. A ortotanásia encontrará campo de atuação exatamente quando se estiver ante um quadro de distanásia. 38 O termo ortotanásia também tem origem grega, guardando o sentido de expressar morte correta orto: certo; thanatos: morte. Implica a não aplicação, ou mesmo a interrupção de um tratamento médico e sem qualquer vislumbre de resultado possível à luz das forças da ciência cognoscível ao homem ao tempo da situação concreta, de sorte a evitar a manutenção de uma vida artificialmente. A ortotanásia está encampada, ou seja, implícita na 36 ADONI, André Luiz. Bioética e Biodireito: Aspectos Gerais Sobre A Eutanásia e o Direito a Morte Digna.Revista dos Tribunais. São Paulo ano 92, v.818, p 406, ADONI, André Luiz. Bioética e Biodireito: Aspectos Gerais Sobre A Eutanásia e o Direito a Morte Digna.Revista dos Tribunais. São Paulo ano 92, v.818, p 406, ADONI, André Luiz. Bioética e Biodireito: Aspectos Gerais Sobre A Eutanásia e o Direito a Morte Digna.Revista dos Tribunais. São Paulo ano 92, v.818, p 407, 2003.

26 14 concepção de eutanásia. A prática da ortotanásia é conduta atípica no ordenamento jurídico penal brasileiro, pois corresponde à promoção de um ato lícito, na medida em que não significa encurtar a vida de um paciente, senão apenas consolidar - ou formalizar uma situação irreversível e irremediável de morte encefálica SUICÍDIO ASSISTIDO O suicídio assistido parte da premissa de que a pessoa não esteja sofrendo de qualquer doença incurável, e nem esteja sob a incidência de intensas dores físicas ou mentais e, mesmo que a estas esteja sujeito, inexista qualquer situação de patologia degenerativa. Não há a verificação, no mais das vezes sequer de morte cerebral. Ocorre quando uma pessoa, não dispondo de meios para consumar, por si mesma, o próprio óbito, reclama auxílio, a participação material de outrem para levar a contento sua intenção. 40 A assistência ao suicídio de outra pessoa pode ser feita por atos (prescrição de doses altas de medicação e indicação de uso) ou, de forma mais passiva, por uso de argumentos de persuasão ou de encorajamento. Em ambas as formas, a pessoa que contribui para a ocorrência da morte de outra compactua com a intenção de morrer por meio da utilização de um agente causal. Tal postura constitui crime previsto no art. 122 do CP brasileiro. 41 Diz o Código Penal em seu artigo 122: Induzimento, instigação ou auxilio a suicídio. Art.122 induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: 39 ADONI, André Luiz. Bioética e Biodireito: Aspectos Gerais Sobre A Eutanásia e o Direito a Morte Digna.Revista dos Tribunais. São Paulo ano 92, v.818, p 408, ADONI, André Luiz. Bioética e Biodireito: Aspectos Gerais Sobre A Eutanásia e o Direito a Morte Digna.Revista dos Tribunais. São Paulo ano 92, v.818, p 408, ADONI, André Luiz. Bioética e Biodireito: Aspectos Gerais Sobre A Eutanásia e o Direito a Morte Digna.Revista dos Tribunais. São Paulo ano 92, v.818, p 408, 2003.

27 15 Pena: reclusão de 2 (dois) anos e 6 (seis) anos, se o suicídio se consumar; ou reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos se a tentativa de suicídio resultar lesão corporal de natureza grave. Parágrafo Único - pena é duplicada. Aumento da pena: I - se o crime é praticado por motivo egoístico; II - se a vitima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. A pessoa que contribui para a ocorrência da morte da outra pode ser enquadrada no art 122 do Código Penal Brasileiro, que constitui tal conduta como crime. 42 Eutanásia, homicídio, suicídio e suicídio assistido Embora seja a eutanásia vizinha do suicídio, com ele não se confunde, conforme CASABONA apud RAMOS 43, porquanto: la primera sería la aceleración del momento de la muerte que se presenta más o menos cercana como único medio de abreviar el sufrimiento físico y moral derivado de una enfermidad terminal [...] mietras que el segundo consiste en quitarse uno mismo violenta y voluntariamente la vida que ya no quiere ser vivida por cualquier outro motivo y en circunstancias diferentes. Do mesmo modo não se confunde suicídio com suicídio assistido, uma vez que suicídio é o ato de dar a si mesmo morte ou buscá-la intencionalmente [...] o suicídio assistido, ou homicídio suicídio, é o homicídio consentido, em que uma pessoa atenta contra sua vida e porque outra a ajuda ADONI, André Luiz. Bioética e Biodireito: Aspectos Gerais Sobre A Eutanásia e o Direito a Morte Digna.Revista dos Tribunais. São Paulo ano 92, v.818, p 406, RAMOS, Augusto César. Eutanásia: aspectos éticos e jurídicos da morte. Florianópolis OAB/SC Editora, p RAMOS, Augusto César. Eutanásia: aspectos éticos e jurídicos da morte. Florianópolis OAB/SC Editora, p 115

28 16 Não há como falar em semelhança entre homicídio e suicídio assistido. Este não prescinde do consentimento da vítima, que é irrelevante para a caracterização daquele. Por fim, deve-se atentar para o fato de que o induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio são condutas previstas no Código Penal pátrio, em seu art CLASSIFICAÇÃO Conforme já afirmado, eutanásia é termo equívoco, comportando conceitos diversos na doutrina. Muitos autores buscam relacionar as espécies de eutanásia, cada qual utilizando classificação própria. Partindo-se dos conceitos de eutanásia, distanásia, ortotanásia e suicídio assistido, abordados antes, serão apresentadas algumas classificações. 46 Em vista da diversidade de classificações encontradas na doutrina, as espécies a seguir consignadas são frutos da reunião das lições expostas por alguns autores, principalmente pela Profa. Maria Celeste Cordeiro Leite Santos, pelo Prof. Miguel Angel Nunñes Paz, pelo Prof. Ruy Santos e pelo Prof. Luis Jimenez de Asúa. 47 a) eutanásia propriamente dita: trata-se da morte aplicada por misericórdia ou piedade a alguém que esteja padecendo de uma enfermidade penosa ou incurável, tendo por intuito eliminar a agonia lenta vivida pelo doente; b) distanásia ou eutanásia lenitiva: visa a eliminar ou abrandar o sofrimento, antecipando-se a morte artificialmente; c) eutanásia ativa: é o ato deliberado, por fins misericordiosos, de ajudar a promoção da morte, para fins de eliminar o sofrimento do doente; 45 RAMOS, Augusto César. Eutanásia: aspectos éticos e jurídicos da morte. Florianópolis OAB/SC Editora, p ADONI, André Luiz. Bioética e Biodireito: Aspectos Gerais Sobre A Eutanásia e o Direito a Morte Digna.Revista dos Tribunais. São Paulo ano 92, v.818, p 408, ADONI, André Luiz. Bioética e Biodireito: Aspectos Gerais Sobre A Eutanásia e o Direito a Morte Digna.Revista dos Tribunais. São Paulo ano 92, v.818, p , 2003.

29 17 d) eutanásia passiva ou indireta: a morte do paciente ocorre, dentro de uma situação de terminalidade, ou porque não se inicia uma ação médica ou porque é feita a interrupção de uma medida extraordinária, com o objetivo de diminuir o sofrimento; e) eutanásia criminal: refere-se ao patrocínio de morte indolor às pessoas que representam uma ameaça social, em razão da periculosidade que ostentam; f) eutanásia terapêutica: quando são empregados ou omitidos terapêuticos, com intuito de causar a morte do paciente. É a faculdade atribuída aos médicos para propiciar uma morte suave aos pacientes; incuráveis e com dor; g) eutanásia de duplo efeito: ocorre quando a morte é acelerada com uma conseqüência indireta das ações médicas que são executadas, visando ao alívio do sofrimento de um paciente terminal; h) eutanásia experimental: é aquela que causa a morte indolor de pessoas, tendo o experimento científico como fim: i) eutanásia súbita: representa a morte repentina; j) eutanásia natural: morte natural ou senil, resultante do processo natural e progressivo do envelhecimento; k) eutanásia por omissão, paraeutanásia, ortotanásia: é a omissão do uso de meios terapêuticos com a finalidade de consumação da eutanásia; l) eutanásia eugênica: representa a eliminação, a morte de todos os seres degenerados ou inúteis, inválidos, doentes, velhos e doentes mentais. 48 Observados os aspectos gerais da eutanásia, o próximo capítulo tem como objetivo possibilitar uma visão jurídica desse instituto no Direito Penal Brasileiro. 48 ADONI, André Luiz. Bioética e Biodireito: Aspectos Gerais Sobre A Eutanásia e o Direito a Morte Digna.Revista dos Tribunais. São Paulo ano 92, v.818, p 409, 2003.

30 18 Capítulo 2 QUALIFICAÇÃO JURÍDICO-PENAL DA MORTE POR EUTANÁSIA 2.1. O DIREITO BRASILEIRO Ainda prevalece no Direito brasileiro a tese de que a morte não deve ser antecipada, mesmo que venha a diminuir o sofrimento dos pacientes terminais desenganados, sob nenhuma forma. Com a eutanásia evoluindo sempre ao longo dos anos, exigindo nomenclaturas específicas para coisas diferentes, a eutanásia passou a significar apenas a morte causada por conduta do médico sobre a situação do paciente incurável e em terrível sofrimento. A eutanásia, propriamente dita, é a promoção do óbito. É a conduta (ação ou omissão) do médico que emprega (ou omite) meio eficiente para produzir a morte em paciente incurável em estado de gravíssimo sofrimento, diferente do curso natural. Distingue-se, em função do tipo de atitude tomada, duas modalidades de eutanásia: a eutanásia ativa que seria provocar a morte rápida, através de uma ação deliberada, como por exemplo, uma injeção intravenosa de potássio; e a passiva, que seria deixar morrer através de suspensão de uma medida vital, que levaria o paciente ao óbito em um espaço de tempo variável. Ambas as medidas filosoficamente, têm o mesmo significado PIVA J. P., CARVALHO, P. R. A.. Considerações éticas nos cuidados médicos do paciente terminal. Bioética. Brasília, 1993.

31 19 No Direito brasileiro, a eutanásia caracteriza homicídio, pois é conduta típica, ilícita e culpável. É indiferente para a qualificação jurídica desta conduta e para a correspondente responsabilidade civil e penal que o paciente tenha dado seu consentimento, ou mesmo implorando pela medida. O consentimento é irrelevante para descaracterizar a conduta como crime. 50 Para que o comportamento humano seja crime previsto no Código Penal Brasileiro, é necessário que haja a ocorrência concomitante de três fatores: tipicidade, ilicitude e culpabilidade. Nesse sentido, observa brilhantemente Toledo, proferindo a seguinte lição: Do que foi dito conclui-se que a base fundamental de todo fato-crime é um comportamento humano (ação ou omissão). Mas para que esse comportamento humano possa aperfeiçoar-se como um verdadeiro crime será necessário submetê-lo a uma tríplice ordem de valoração; tipicidade, ilicitude e culpabilidade. 51 Se pode-se afirmar de uma ação humana (a ação em sentido amplo, compreende a omissão, sendo, pois, empregado o termo como sinônimo de comportamento, ou de conduta) que é típica, ilícita e culpável, estará fato-crime caracterizado, ao qual se liga, como conseqüência, a pena criminal e/ou medidas de segurança. Tipicidade é a subjunção, a justaposição, a adequação de uma conduta da vida real a um tipo legal de crime. Toledo assim define ilicitude: A relação de antagonismo que se estabelece entre uma conduta humana voluntária e o ordenamento jurídico, de sorte a causar lesão ou expor a vida a perigo de lesão um bem jurídico tutelado (...) deve-se entender o princípio da culpabilidade como a exigência de um juízo de reprovação jurídica que se apóia sobre a crença fundada na experiência da vida cotidiana - de que ao homem é dada a possibilidade, em certas circunstância, agir de outro modo FRAGOSO, H.C.; NORONHA M. e FARIA, B. apud MENEZES, Evandro Corrêa de. Direito de matar (eutanásia). 2 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, TOLEDO, F. A. Princípios básicos de Direito Penal. 4 ed., ampl. E atual. São Paulo, Saraiva, 1991, p TOLEDO, F. A. Princípios básicos de Direito Penal. 4 ed., ampl. E atual. São Paulo, Saraiva, 1991, p. 89.

32 20 O consentimento na eutanásia não torna lícita a conduta do médico porque não a desclassifica como homicídio, visto que a lei não prevê tal procedimento como causa de exclusão da tipicidade da conduta. A conduta só será lícita quando não significar uma antecipação da morte natural em pacientes terminais desenganados. O Código Criminal Brasileiro de 1830 tipificava o auxílio ao suicídio e nada discorria sobe eutanásia. No artigo : ajudar alguém a suicidar-se ou fornecer-lhe meios para esse fim, com conhecimento de causa: pena de prisão de dois a seis anos. O Código de 1890, no seu artigo 299, reduziu a pena máxima para quatro anos. Retirar a vida do paciente terminal, mesmo com o seu consentimento, a punição era seguida segundo as regras determinadas para o homicídio simples. privilegiado nos seguintes termos: O Código Penal Brasileiro vigente institui o homicídio Art. 121 Matar alguém 1 - Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta comoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. É neste preceito que a doutrina situa o tratamento penal dado à eutanásia, quando praticada por piedade e consentida pelo paciente ao médico. Esse consentimento é irrelevante, pois não exclui a ilicitude da conduta. O motivo de relevante valor social ou moral pode vir a ser considerado como causa especial de redução da pena, mas a conduta permanece típica, caracterizando homicídio RODRIGUES, Paulo Daher. Eutanásia. Belo Horizonte: Del Rey, 1993, p RAMOS, Augusto César. Eutanásia: aspectos éticos e jurídicos da morte. Florianópolis OAB/SC Editora, p 129.

33 21 A exposição de motivos do Código Penal de 1940, afirmava que: Por motivo de relevante valor social ou moral, o projeto entende significar o motivo que, em si mesmo, é aprovado pela moral prática como, por exemplo, a compaixão ante irremediável sofrimento da vítima (caso do homicídio eutanásico). Em relação ao motivo de relevante valor social ou moral no homicídio privilegiado, Bruno firma posição sobre o que deve ou não ser considerado lícito, a supressão de vidas inúteis dos doentes mentais, não é eutanásia e deve ser reprovada. Aceita como fato não punível que o médico intervenha para proporcionar uma morte tranqüila, sem que diminua o tempo de vida. 55 Entretanto, Bruno afirma que somente um pedido do paciente ou de seus familiares justificaria o prolongamento artificial de uma vida que se finda, isto é, nenhum motivo teria o médico para não se abster do tratamento. O ato sem si é louvável, ficando a ressalva apenas para o consentimento do paciente, com o qual não comungamos. 56 Fragoso interpreta o homicídio privilegiado sem comentar sobre a eutanásia, brevemente usando como exemplo o privilégio moral. 57 Noronha não aceita a eutanásia de forma nenhuma, afirmando que a vida tem função social. 58 Mirabete faz referência ao homicídio privilegiado sem opinar. Levanta a hipótese de que estudos estão sendo utilizados com o objetivo de não considerar como homicídio a interrupação de meios artificiais BRUNO, Aníbal. Crimes contra a pessoa. 3 ed. Rio de Janeiro: Ed. Rio, 1975, 434 p. 56 BRUNO, Aníbal. Crimes contra a pessoa. 3 ed. Rio de Janeiro: Ed. Rio, 1975, 435 p. 57 FRAGOSO, Heleno Cláudio. Lições de direito penal: parte especial. 4. ed. São Paulo: J. Buschatsky, 1977, p NORONHA, E Magalhães. Direito penal. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1967, v. 2, p MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito penal. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1986, v. 2, p

34 22 No Brasil é escassa a doutrina sobre eutanásia e o direito legiferado não trata a eutanásia como ato impune. Faria entende que a eutanásia não deve ser tolerada pelo nosso ordenamento jurídico, pois a ninguém é dado o direito de matar por compaixão, mesmo se houvesse o consentimento do paciente. 60 O sistema jurídico brasileiro é orientado por princípios fundamentais que expressam valores acolhidos pela sociedade. A presença desses valores é evidente na população, principalmente quando se trata dos bens jurídicos de maior relevância como a vida. A eutanásia sempre foi considerada conduta ilícita no direito brasileiro. É crime, tal o grau de rejeição à sua prática, em coerência com os valores fundamentais que estruturam o ordenamento jurídico do país, notadamente o respeito à vida humana. Por isso, o consentimento do paciente à prática da eutanásia ou a motivação piedosa de quem a pratica não retiram a ilicitude do ato, tampouco exoneram de culpa quem a praticou. 61 Na legislação brasileira temos assegurado o direito à vida, afirmação essa que é consagrada dentro do nosso ordenamento jurídico, por ser o fundamental alicerce de qualquer prerrogativa jurídica da pessoa, razão pela qual o Estado resguarda a vida humana, desde a vida intra-útero até a morte. 62 O artigo 5º, caput, da Constituição Brasileira, vem assinalar que a principal característica do direito à vida vem a ser considerada um dom divino e tem que ser preservada de qualquer forma, no entanto, o próprio Estado em determinadas circunstâncias permite que o cidadão, legitimamente, pratique 60 FARIA, Atonio Bento de. Código Penal Brasileiro comentado. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 1959, p DODGE, Raquel E F. Procuradora Regional da República 1ª Região. Bioética, vol. 7, n. 1, 1999, p OLIVEIRA, Lílian Carla de; JAPAULO, Maria Paula. Eutánásia e o direito à vida. Disponível em < Acesso em 17 de julho 2008.

35 23 condutas que venham a retirar a vida de outrem, como no estado de necessidade, legítima defesa e aborto legal. 63 A Constituição da República Federativa do Brasil dispõe em seu titulo II sobre os direitos fundamentais e garantias fundamentais, tutela o direito à vida e estabelece em seu art. 5º caput, que: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade e o direito à vida, [...]. Por direitos fundamentais entende Silva 64 : No qualitativo fundamentais acha-se a indicação de que se trata de situações jurídicas sem as quais a pessoa humana não se realiza, não convive, e, às vezes, nem mesmo sobrevive; fundamentais do homem no sentido de que a todos, por igual, devem ser não apenas formalmente reconhecidos, mas concreta e materialmente efetivados O POSICIONAMENTO DO MUNDO Iniciando, a respeito da posição do mundo numa questão tão polêmica, a igreja, no mundo, faz suas considerações, as quais veremos a seguir: Jesus Cristo começou seu ministério pregando a salvação, na Judéia, e daí para todo o mundo. A Bíblia Sagrada é o livro com a única regra de fé para a palavra de Deus. 63 OLIVEIRA, Lílian Carla de; JAPAULO, Maria Paula. Eutánásia e o direito à vida. Disponível em < Acesso em 15 jul SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 12 ed.rev. e atual. São Paulo: Malheiros, p. 182.

36 24 A igreja prega o evangelho de Jesus Cristo, e é ele o único caminho que nos leva a alcançar a salvação, nenhum outro caminho nos dá essa possibilidade. Todas as pessoas que seguem a palavra de Deus, baseada nas escrituras sagradas, são amadas pela igreja, ou seja, são filhos de Deus. 65 Deus, o Senhor da vida e da morte, nos deu a vida, e só ele tem o direito de tirá-la. Jesus Cristo é a fonte da água da vida, ele é o gerador de nossas vidas, e jamais permite antecipar a morte de alguém. 66 Fazemos aqui uma citação da Bíblia Sagrada, na qual conta a história da grave doença do Rei Ezequias, cuja morte, Deus já havia determinado, mas a fé de Ezequias, com suas orações fez com sua saúde fosse restabelecida pela vontade e determinação de Deus. 67 Quanto aos médicos profissionais de todo o mundo, que tanto auxiliam para a recuperação de pessoas doentes, Deus tem abençoado esses profissionais que ao longo de suas vidas tem restabelecido pessoas de doenças graves, mesmo incuráveis, pela interferência Divina e incansável dedicação e competência desses profissionais da saúde. A Bíblia Sagrada diz: NÃO MATARÁS. 68 Deus não permite a eutanásia, é um crime aos seus olhos que estão sempre nos observando em todos os minutos do dia e da noite. Deus é o único dono de nossas vidas, nós a recebemos dele para ser bem administrada e um dia, quando ele o quiser, nos levar de volta STINER, Robert W. Jornal O Caminho. Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (Igreja Alemã). Florianópolis, p STINER, Robert W. Jornal O Caminho. Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (Igreja Alemã). Florianópolis, p Traduzida por ALMEIDA, João Ferreira de. Bíblia Sagrada. 2 Reis ; Is ed. revista e atualizada no Brasil, p Traduzida por ALMEIDA, João Ferreira de. Bíblia Sagrada. EX ed. revista e atualizada no Brasil, p SCHEFER, Nelly. Orando em Família. Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (Igreja Alemã). Florianópolis, p. 8.

37 25 O argumento da eutanásia matar por misericórdia - não tem fundamento bíblico, mesmo sendo a pedido do paciente, é um suicídio. A todo o cristão é dado o direito e a obrigação de ajudar o semelhante, na saúde e, principalmente, na doença, aliviando a sua dor. Para a igreja a eutanásia com seus propósitos são considerados um grande desafio. 70 divergências de pensamento. A eutanásia é discutida no mundo todo com muitas Assunto extremamente polêmico, ela já foi praticada facilmente pela humanidade, algumas vezes sigilosamente, em alguns países, sem nenhuma penalidade. Nos Estados Unidos se tem notícia de que em algumas pessoas foi aplicada esta prática. Na França, igual procedimento também aconteceu há décadas. 71 Tema muito discutido nos diversos segmentos da sociedade: religiosa, social, médica, ONGS e meios de comunicação, é plenamente interrogada nos planos: ético, moral e jurídico. 72 Todos os povos, cada vez mais clamam pelos direitos do homem e pelo direito à vida; como diz no direito brasileiro, a vida é inviolável. Ela tem valor absoluto, todas as pessoas são iguais e devem ser tratadas e respeitadas, igualmente. Este tema podemos afirmar, está gerando polêmica atual em todo o mundo. A vida humana deve ser preservada e não cabe ao homem interrompe-la e nem programar o seu tempo. Polêmica esta, em virtude do significativo número de situações de eutanásia que ocorre pelo mundo. 70 SPINOLZ. Valfrizio. Jornal Sinodal. Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. 11. ed. Florianópolis, p SOUSA, Dinorah Leane Silva de. Eutanásia: questão de vida e de morte. Disponível em Acesso em 20 jul OLIVEIRA, Heriberto Brito de. Ética e eutanásia. Disponível em Acesso em 20 jul 2008.

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