474 Árvores Porta Sementes cadastradas CURSO DE ZONEAMENTO DE PROPRIEDADES RURAIS SERÁ REALIZADO EM ITAPUÃ DO ESTE

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1 BOLETIM INFORMATIVO 23 AGOSTO/SETEMBRO CURSO DE ZONEAMENTO DE PROPRIEDADES RURAIS SERÁ REALIZADO EM ITAPUÃ DO ESTE MAIS PRODUTORES RECEBEM OS DOCUMENTOS DO CAR NA COMEMORAÇÃO DO DIA DO AGRICULTOR 474 Árvores Porta Sementes cadastradas

2 Boletim Informativo do Projeto Semeando Sustentabilidade Ano 04 - Edição 23 Agosto 2014 expediente Coordenação de Comunicação Alexandre Rotuno alexandre@rioterra.org.br Coordenação Geral Alexis Bastos alexis@rioterra.org.br EDITORIAL Nos últimos 100 anos, a população mundial e os níveis de consumo cresceram em um ritmo considerável. Esse movimento fez promoveu concentração urbana, aumentou a complexidade das relações sociais e promoveu incremento sobre a demanda por alimentos. Essa tendência impulsionou a expansão da agricultura. A atividade ocupa hoje uma grande porção da superfície do planeta. Até o ano de 2050 a população mundial atingirá aproximadamente 9 bilhões de pessoas. Um aumento previsto na produção de alimentos é esperado para alimentar este crescente número de habitantes. Entretanto, ao passo em que os habitantes se multiplicam, milhares de hectares de áreas cultiváveis são perdidas todos os anos, seja por processos erosivos ou formas inadequadas de manejo. A deterioração dos recursos naturais é uma marca desse processo de crescimento. Com isso novas áreas de cultivo e formas alternativas de produção serão necessárias para atender a escalada de demanda por alimentos. A agricultura familiar desempenha um papel central neste movimento, principalmente na Amazônia, onde haverá maior pressão sobre as florestas. O projeto Semeando Sustentabilidade, executado pelo CES Rioterra e patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Socioambiental possibilita que este diálogo entre produção e conservação. Um projeto inovador, que valoriza a agricultura familiar, desenvolve tecnologias sociais para utilização ambientes já alterados e inova ao proporcionar pesquisas para recuperação de áreas consideradas degradadas. Esperamos que nossas ações possam ser replicadas para outros espaços da Amazônia e que outros agricultores tenham a oportunidade de experimentar todos os benefícios que as pessoas atendidas pelo projeto Semeando Sustentabilidade vivenciaram. Feliz dia do agricultor familiar e um merecido ano da Agricultura Familiar. Façamos um país mais forte a partir do campo! Boa leitura Direção CES Rioterra Coordenação Administrativo Financeira Frederico Bastos fred@rioterra.org.br Coordenação de Educação Ambiental Janaina Danielle Alves janaina@rioterra.org.br Coordenação de Recuperação de Áreas Adriano Ramos adriano@rioterra.org.br Coordenação de Geotecnologia Fabiana B. Gomes fabiana@rioterra.org.br Jornalista Responsável Malu Calixto MTB 03125B Tiragem: exemplares Distribuição Gratuita Fotos: Centro de Estudos Rioterra Rua Padre Chiquinho, 1651 B. São João Bosco CEP: Porto Velho - Rondônia - Brasil Fone: (55)(69) facebook.com/cesrioterra youtube.com/cesrioterra twitter.com@ces_rioterra rioterra@rioterra.org.br

3 DÚVIDA DO AGRICULTOR Plantio Direto para economizar no cultivo e aumentar a produção O plantio direto é um sistema diferenciado de manejo do solo, que alia a preservação de recursos naturais a economia de serviços e insumos necessários para a produção. O resultado para o produtor rural, além de uma maior produtividade com menor investimento, é a preservação do solo de sua propriedade, garantindo um ambiente saudável para futuros plantios, mantendo a fertilidade de suas terras. Nesse sistema a palha e os demais restos vegetais de outras culturas, cultivadas anteriormente, são mantidos na superfície do solo, garantindo cobertura e proteção contra processos danosos, como a erosão. O solo só é manipulado no momento do plantio, quando é aberto um sulco onde são depositadas sementes e fertilizantes. O plantio direto é uma forma de aproveitar a matéria orgânica. É o cultivo sobre a cobertura de palhada que fica sobre a terra após o corte da lavoura, acrescenta Uéliton Pinheiro, técnico agrícola do Centro de Estudos Rioterra. Segundo ele, essa é uma técnica muito útil para o agricultor familiar, pois diminui o gasto durante o plantio e é ideal para regiões de clima quente, como Rondônia. Com o plantio sobre a palhada pode-se diminuir em até 10 graus centígrados a temperatura do solo. Melhora-se a incorporação de nutrientes, os solos ficam mais férteis e assim melhora-se a produção, justifica. A utilização dessa técnica oferece muitas outras vantagens. A perda de nutrientes do solo pode ser diminuída em até 90%. A perda de solos pelas chuvas, pode diminuir muito. Na produção de espécies que precisam de irrigação o produtor pode economizar em 30% com consumo de energia, pois a palhada aumenta a umidade do solo e retém a água por mais tempo. Para quem trabalha com hortaliças, por exemplo, e usa muita irrigação, é uma ótima forma de economizar e aumentar a margem de lucro, acrescenta Uéliton. O plantio direto traz diversos benefícios que irão diminuir os custos de produção e o impacto ambiental Maior retenção de água no solo; Facilidade de infiltração da água no solo, Redução da erosão e perda de nutrientes por arrasto para as partes mais baixas do terreno; Evita assoreamento de rios; Enriquece o solo por manter matéria orgânica na superfície do solo por mais tempo; Menor compactação do solo; Economia de combustíveis e serviços de máquina agrícola; e Diminui o crescimento de ervas daninhas e a necessidade de capinar. Utilizamos essa prática na plantação de abacaxi de uma propriedade em Itapuã do Oeste. O fruto foi plantado na palhada da puerária e o aumento da produção foi satisfatório. Os frutos colhidos eram maiores e mais pesados até do que os frutos da safra em que se utilizou adubo e se fez calagem Uéliton Pinheiro

4 CES RIOTERRA REALIZA ATIVIDADES EDUCATIVAS NA CAPITAL DO ESTADO Em 2014 comemoramos o Ano Internacional da Agricultura Familiar. Este foi o tema principal das atividdes da Semana do Meio Ambiente, celebrado entre 2 e 6 de julho. O CES Rioterra, executora do projeto Semeando Sustentabilidade, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Socioambiental, realizou uma série de ações com o objetivo de conscientizar os diversos atores envolvidos no projeto sobre questões ligadas ao uso e conservação dos solos. Foram realizadas palestras temáticas, mostra de fotos e vídeos e também doação de mudas. A maior parte dessas atividades foi desenvolvida em escolas de Itapuã do Oeste e Cujubim, onde os alunos viram diversos exemplos de conservação do meio ambiente como o consumo sustentável dos recursos naturais e reconheceram os elementos que fazem parte da biodiversidade, destacando-se a importância de conscientizar os mais jovens para que possam desenvolver atitudes ambientalmente corretas, o que é fundamental para o planeta que atualmente passa por adversidades relacionadas ao meio ambiente, como poluição, degradação e mudanças climáticas.

5 Esse ano o CES Rioterra também esteve presente em atividades de educação ambiental na capital, Porto Velho. Durante a EXPOECO, promovida pela SEDAM em comemoração à Semana do Meio Ambiente, foi montado um estande com mostras de fotos e vídeos, exposição de sementes, distribuição de cartilhas, informativos e doação de mudas. Na ocasião, alunos e professores da rede pública de ensino de Porto Velho puderam conhecer o projeto Semeando Sustentabilidade bem como as atividades desenvolvidas junto a agricultores familiares dos municípios de Itapuã do Oeste e Cujubim. Para Eliezer Oliveira Educador Ambiental da SEDAM é importante que uma instituição como o CES Rioterra, que tem forte atuação com projetos socioambientais voltados para o desenvolvimento da nossa região, possa expor seus trabalhos em eventos como este. Esta é uma ação fundamental de democratizar ao acesso à informação. Ainda em Porto Velho, foi realizada uma palestra no Colégio Objetivo com o tema Florestas e Mudanças Climáticas que contou com a participação de aproximadamente 400 alunos. Na ocasião, além de informar os alunos sobre o que são as mudanças climáticas, discutiu-se com os alunos os impactos destas alterações na Amazônia. CES RIOTERRA DESTACA A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DA PROPRIEDADE RURAL Os avanços socioeconômicos realizados através de incentivos governamentais de ocupação do território rondoniense tornaramse destaque na década de 80. Esse processo histórico de ocupação de terras resultou no uso inadequado das florestas e demais formas de vegetação nativa, provocando assim a degradação de grandes áreas. Tendo em vista estas problemáticas o Centro de Estudos Rioterra vem a 15 anos trabalhando com a conscientização socioambiental, aplicando cursos voltados para o homem do campo, conciliando uma produção rentável através dos recursos naturais como principal ferramenta. O curso de Zoneamento de Propriedades Rurais tem como alvo principal a comunidade rural com pretensão de capacitar e melhorar a relação entre o pequeno produtor e o meio ambiente. Um dos objetivos deste curso é fazer com que essas pessoas compreendam a importância de se planejar ambientalmente a propriedade rural levando em consideração a preservação de remanescentes florestais, uso adequado do solo e também o ordenamento de produção em uma área já alterada. A iniciativa proposta pelo CES Rioterra estreita as relações de conhecimento entre técnicos e produtores rurais, resultando em um uso das terras de forma eficiente e sustentável.

6 474 MATRIZES MARCADAS ÁRVORES DA FLONA DO JAMARI GERAM RENDA, SUSTENTABILIDADE E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS EM RONDÔNIA. A produção de sementes de boa qualidade é imprescindível para projetos voltados a recuperação de áreas degradadas. Desde 2010, o Projeto Semeando Sustentabilidade executado pelo Centro de Estudos Rioterra, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Socioambiental, selecionou, cadastrou e georreferenciou o total de 474 matrizes de várias espécies nativas na Floresta Nacional do Jamari e do seu entorno. As sementes foram selecionadas, beneficiadas e germinadas no Viveiro Municipal de Itapuã do Oeste que é gerido pelo CES Rioterra em conjunto com a prefeitura de Itapuã do Oeste e Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade-ICMBio. Aproximadamente mudas foram produzidas e destinadas para os programas de recuperação de áreas, assistência técnica, extenção rural e doação. A QUALIDADE DAS EPÉCIES Uma das preocupações dos técnicos do CES Rioterra com relação à produção de sementes, foi a disponibilidade de árvores que se enquadrassem aos padrões exigidos para a marcação das denominadas matrizes. Todas as espécies selecionadas tem padrão de alta qualidade para produção de mudas, sendo superiores às demais em seu entorno.

7 de dados era atualizado, gerando mapas que auxiliavam diversas ações desenvolvidas durante a execução do projeto Semeando Sustentabilidade. Na seleção e marcação de matrizes foram considerados os seguintes critérios: árvore adulta com o tronco retilíneo sem deformações ou presença de ocos, com boa formação de copa, boa condição de saúde, livre de ataques de fungos, cupins e outras pragas. O GEORREFERENCIAMENTO DAS MATRIZES Para conseguir fazer a seleção das matrizes a equipe do CES Rioterra enfrentou muitas dificuldades, dentre elas as condições climáticas como chuva, ventania e também as longas trilhas percorridas dentro da mata, tanto com motos, camionetes, barcos e muitas vezes a pé. Atendidos os critérios, os dados da matriz eram anotados em ficha de identificação, com a descrição do nome, circunferência, altura, diâmetro da copa, coordenadas geográficas e observações diversas. Após anotados os dados, a matriz era identificada por placa numerada. As coordenadas eram adquiridas por um GPS, repassadas para o setor de geoprocessamento e inseridas em um banco de dados geográfico, possibilitando consultas, edição e atualização das informações referentes às matrizes florestais. IDENTIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES Um passo importante para projetos que lidam com inventário e identificação de espécies florestais nativas, é a adoção de técnicas que certifiquem a correta identificação botânica. No ramo madeireiro, esta certeza tem impacto direto nas transações comerciais. No ambito da função e ecológica e ambiental das espécies, o erro na identificação pode significar a extinção de uma espécie. As coletadas de material botânico foram realizadas por escalada. Todo material obtido era prensado e encaminhado a Universidade Federal de Rondônia UNIR para identificação da espécie por seu nome científico. A medida que as matrizes eram identificadas científicamente, o banco AS ESPÉCIES MARCADAS Foram marcadas 474 matrizes florestais, com 49 espécies diferentes. Deste total, 16,03%, das espécies foram selecionadas no entorno e o restante, 83,97%, no interior da Floresta Nacional do Jamari. Dezessete espécies como o Angelim, a Caroba, a Castanheira do Brasil, a Embaúba, a Fava, o Garrote, o Ipe-roxo, a Jenipaparana, o Jequitibá, o Murici, o Paxiubão, o Pequiá, a Samauma, a Seringueira, a Sucupira, o Tuturubá e a Ucuúba, foram selecionadas no limite interno da Unidade de Conservação. O gráfico 1 apresenta o número de espécies por localização. Das espécies que obtiveram maior participação no projeto estão os Jatobás com 25 unidades, Castanheiras do Brasil com 23 unidades e Copaíba com 23 unidades. As outras espécies selecionadas, apresentam quantidades inferiores a 20 unidades. Por fim, essas matrizes possibilitaram a sustentação do banco de sementes, demonstraram a sua importância para a produção de mudas e são imprescindíveis para a continuidade dos estudos sobre essas espécies na Amazônia.

8 ANO INTERNACIONAL DA AGRICULTURA FAMILIAR No Ano Internacional da Agricultura Familiar, o projeto Semeando Sustentabilidade celebra boas práticas junto aos pequenos produtores rurais de Itapuã do Oeste e Cujubim Com a finalidade de reconhecer a importância da agricultura familiar como uma forma eficiente, sustentável e solidária de produzir alimentos, a Organização das Nações Unidas ONU, declarou 2014 o Ano Internacional da Agricultura Familiar. Essa decisão teve como principal objetivo promover politicas públicas que apoiem o desenvolvimento desse setor em todo o mundo. Agricultor familiar é aquele que vive no campo, possui até 4 módulos fiscais, e cultiva a terra tendo como mão de obra a própria família. A maior parte dos alimentos presentes em nossa mesa tem origem na agricultura familiar e em Rondônia esse modelo de produção é responsável por 74% do valor bruto da produção agropecuária do estado. O projeto Semeando Sustentabilidade tem apoiado a Agricultura familiar nos Municípios de Itapuã do Oeste e Cujubim através de doação de mudas, assistência técnica rural, recuperação de áreas degradadas, cursos de capacitação e Cadastramento Ambiental Rural CAR gratuito. Através dessas ações viabilizamos melhores condições de trabalho e renda para os agricultores familiares da região e contribuímos para que essas pessoas possam ter mais qualidade de vida e continuem provendo as nossas mesas de uma alimentação saudável e livre de agrotóxicos e conservantes. REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO PARCEIROS PARCEIROS PARCEIROS PARCEIROS PARCEIROS UNIR UNIR UNIR UNIR RCEIROS REALIZAÇÃO PATROCÍNIO PARCEIROS PATROCÍNIO UNIR