LEGISLAÇÃO AMBIENTAL PARA GESTÃO E REMEDIAÇÃO DE ÁREAS CONTAMINADAS
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- Juan Mascarenhas Camelo
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2 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL PARA GESTÃO E REMEDIAÇÃO DE ÁREAS CONTAMINADAS
3 Lei nº /2010 Política Nacional de Resíduos Sólidos Definição de áreas contaminadas: local onde há contaminação causada pela disposição, regular ou irregular, de quaisquer substâncias ou resíduos Decreto nº 7.404/2010 -Regulamenta a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Lei nº 9.605/1998 Lei de Crimes e Infrações Ambientais Arts. 54, 56, 68. Resolução CONAMA 420/ Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas.
4 Lei nº 9.605/98 Art. 54: Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora: Pena -reclusão, de um a quatro anos, e multa. 1º Se o crime é culposo: Pena -detenção, de seis meses a um ano, e multa. 2º Se o crime: I -tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana; II -causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população;
5 Lei nº 9.605/98 Art. 54 (...) V -ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos: Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos:
6 Lei nº 9.605/98 Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental: Pena -detenção, de um a três anos, e multa. Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano, sem prejuízo da multa. Obrigações de relevante interesse ambiental -manutenção atualizada e disponível ao órgão municipal competente, ao órgão licenciador do SISNAMA e a outras autoridades, as informações completas sobre a implementação e a operacionalização do plano de gerenciamento ambiental sob sua responsabilidade (art. 23, capute 2º da Lei /2010).
7 Lei nº / Definição de área contaminada - Responsabilidade [competência constitucional legislativa (art. 22 CRFB/88)?]: i. causador da contaminação e seus sucessores; ii. proprietário da área (obrigação propter rem; iii. superficiário; iv. detentor da posse efetiva; v. quem dela se beneficiar direta ou indiretamente. - Desconsideração da Pessoa Jurídica - Disregard - Registro de informações sobre a contaminação Decreto nº / Responsáveis solidários
8 Caso 1: negociação para o depósito e destinação de resíduos com uma empresa que já recebia resíduos de diversas outras empresas. O material era envelopado com a marca das empresas não sendo destinado de forma adequada. Resultado: áreas contaminadas e todas as empresas responderam, de forma solidária, pelos danos ambientais. Caso 2 - Apelação nº : Ação de indenização por danos morais interposta em virtude do Condomínio, onde os autores adquiriram seu imóvel, ter sido construído em área com o solo contaminado. Outrora, a área era destinada a aterro sanitário. A sentença manteve a decisão de primeiro grau, condenando solidariamente as corrés (uma responsável pela assinatura do empreendimento e proprietária do imóvel onde instituíra aterro sanitário e autora da contaminação ambiental, e outra a Construtora), no sentido de ser devido o dano moral ao autor. Apesar da argumentação da construtora de desconhecer a contaminação do solo, porque não o degradou, ela participou da implantação do empreendimento e da aprovação do projeto, não podendo alegar desconhecimento de que a área outrora era destinada ao descarte de lixo industrial. Era de responsabilidade das corrés o dever de informar aos consumidores - adquirentes a contaminação existente no solo. Entretanto, quem adquiriu a unidade no local, o fez sem conhecimento das circunstâncias graves, a respeito da contaminação do solo e do risco ao qual estavam expostos. Além dos danos materiais, que podem advir do risco a que foram expostos, os danos morais são indiscutíveis e decorrem da aflição psicológica, fundamentada no abalo moral, na dor e na incerteza de viver em local cujo subsolo está contaminado. (TJSP- Apelação nº ).
9 DestaquesCaso 2 Chamamento de terceiro incabível. Regresso. Responsabilidade Incorporadora e Construtora:(i) assinatura do projeto inicial, proprietária do imóvel, autora da contaminação. (ii) construção das unidades residenciais. Dever de Informação. Excludente de responsabilidade Conhecimento prévio? Alegação de desconhecimento:incabível. Participação na implantação do empreendimento e da aprovação do projeto. Obrigações propter rem?julgados STJ entendimento pacífico responsabilidade civil pela reparação dos danos ambientais adere à propriedade, como obrigação propter rem.julgado TJSP alusão a tais julgados do STJ reserva legal -Responsabilidade do novo adquirente. Dano in re ipsa:dispensa de provas de maiores reflexos patrimoniais ou morais dever de indenizar decorre do vício no terreno. Dano Moral: independem de comprovação. Caso Fortuito e Força Maior: não se aplicam.
10 Estudo de Casos: Caso 3: Apelação nº : foi ajuizado perante o TJSP Ação Declaratória Contratual cumulada com pedido de devolução de parcelas pagas. A parte autora ressalta que houve atraso da obra em decorrência de embargo pela Prefeitura, tendo em vista a ocorrência de indícios de contaminação do solo por produtos químicos. A Primeira instância decidiu e o Tribunal manteve, em sede de apelação, o entendimento de que as rés são responsáveis solidárias, que o embargo da obra é de responsabilidade das rés, já que foram elas que escolheram o terreno onde seria instalado o empreendimento, devendo, portanto, arcar com as consequências advindas dessa escolha. Ainda que a descoberta tenha ocorrido posteriormente, ela continua sendo responsável pela paralisação. Não se trata de caso fortuito. As circunstâncias são previsíveis, visto que faz parte da atividade da empresa ré analisar, com rigor, o terreno onde pretendem instalar o seu empreendimento e instalar inúmeras famílias, principalmente quando se visa o lucro. Sendo assim, a empresa ré foi condenada a rescindir o contrato de compra e venda, com a restituição do valor equivalente a quantia paga pelas prestações referentes à compra do apartamento, com acréscimo de correção monetária, bem como juros de mora(tjsp apelação nº ).
11 Estudo de Casos: - Situações como essas são recorrentes, principalmente no Estado de São Paulo, e as decisões estão, de um modo geral, sendo favoráveis aos compradores. A Justiça tem condenado as empresas a devolver os valores pagos pela compra do imóvel e até mesmo em danos morais e materiais. Relação de Consumo x Relação entre empresas.
12 Necessidade de due diligenceambiental prévia Obrigações propter rem(?) Necessidade de maiores cuidados Responsabilidades Avaliação técnica da área Direito de regresso Cuidados contratuais
13 OBRIGADO PELA ATENÇÃO
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