O ministério na Igreja
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- Jonathan Álvaro Azeredo
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1 Igreja Nova Apostólica Internacional O ministério na Igreja Desde os seus primórdios que a Igreja Nova Apostólica se define como uma Igreja do ministério. O artigo que se segue contém informações acerca da nossa ministeriologia e explica os diferentes ministérios e serviços da Igreja. Regra geral, o termo "ministério" designa uma função, ou um cargo oficial, associado a uma determinada área de responsabilidade. Num sentido mais lato, "ministério" é uma autoridade concedida para representar, dirigir e regulamentar uma forma de comunhão. O exercício de um ministério inclui tarefas administrativas e de autoridade. O artigo que se segue, trata principalmente do ministério espiritual. Ministério e serviços Um ministério espiritual é a autoridade, bênção e santificação, concedidas através da ordenação, para servir na Igreja de Cristo, e é exercido com base na força do Espírito Santo. O ministério espiritual é concedido por alguém "mais elevado", pelo Enviador. O enviado assume a obrigação e a responsabilidade, perante o seu Enviador, de cumprir a sua tarefa ministerial. O ministério está sempre correlacionado com Jesus Cristo e com os apóstolos por Ele enviados. Na Igreja de Cristo, devem distinguir-se do ministério os muitos serviços associados à proclamação do Evangelho e prestados para bem dos crentes, que também podem ser exercidos sem ordenação. Esses serviços são efetuados tanto dentro como fora da Igreja Nova Apostólica. Também se deve distinguir do ministério o chamamento dirigido aos crentes, de servir o Senhor, seguindo o Seu exemplo (cf. Jo 12,26; 1Pe 2,5.9). Origem do ministério O ministério espiritual é baseado no envio de Jesus Cristo pelo Seu Pai - Jesus é rei, sacerdote e profeta. Enquanto Enviado do Seu Pai, Ele tinha o poder, a bênção e a santificação para a redenção do Homem. Doutrina e Conhecimento Pagina 1 de 6
2 Já na Antiga Aliança existiram formas ancestrais do ministério na Igreja no rei, no sacerdote e no profeta. Estas indicações remetem para figuras de destaque da história de salvação: David representa o rei escolhido e ungido. Melquizedec representa o sacerdote, que é mediador da bênção de Deus. E Moisés representa o profeta que proclama a vontade divina. No entanto, existe uma grande diferença entre o ministério da Antiga Aliança e o da Nova Aliança. De Hebreus 8,6 consta o seguinte: «Mas, agora, alcançou ele ministério, tanto mais excelente, quanto é mediador dum melhor concerto» Através da nomeação e do envio dos apóstolos, Jesus instituiu o ministério para a Sua Igreja. A Igreja de Jesus Cristo manifestou-se historicamente no Pentecostes. É nesse preciso momento que também se verifica o início da atuação do ministério dentro da Igreja. Mas quanto ao ministério, em si, Jesus já o tinha dado aos Seus apóstolos (do grego "apóstolos" = enviados). Com base no Seu poder divino, Ele, o Eleito de Deus, escolhe os doze apóstolos. É Ele quem lhes dá o poder, a bênção e a santificação para proclamarem o Evangelho. É a eles que Ele confia a administração dos sacramentos. E é assim que o Seu sacrifício, para redenção de todos os homens, se torna acessível a todos (cf. Mt 28,19.20). Os apóstolos são os enviados de Jesus. O elevado grau de importância que Jesus Cristo atribui aos Seus apóstolos torna-se bem evidente no Seu comportamento imediatamente antes do Seu sofrimento e da Sua morte: é com eles que Ele fala, é a eles que dá a promessa da Sua revinda, é por eles que Ele intercede na oração sumo-sacerdotal: «Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo» (Jo 17,18). O Ressuscitado dá aos Seus apóstolos o poder de perdoar os pecados, equipa-os com o poder do Espírito Santo e, mais uma vez, relaciona o Seu envio diretamente com o deles: «assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós» (cf. Jo 20,2-23). Enquanto o envio de Jesus Cristo visava a redenção através da Sua morte e da Sua ressurreição, o envio dos apóstolos permite o acesso a este mérito de Cristo e à plenitude da salvação para os homens. Enquanto, na Antiga Aliança, o ministério também era dado para preparar o povo do Senhor para a vinda do Messias prometido, a função essencial do ministério neotestamentário consiste em preparar os crentes para a revinda do Seu Senhor. O ministério de apóstolo Diretamente, Jesus Cristo só deu à Sua Igreja um único ministério, nomeadamente o ministério de apóstolo. O detentor deste ministério deve, em Seu lugar e por Seu encargo, edificar a Igreja e proporcionar o acesso à redenção a todos os homens que procurem salvação. Além disso, o ministério de apóstolo também está destinado a preparar os crentes para a revinda do Senhor. Doutrina e Conhecimento Pagina 2 de 6
3 O significado do ministério de apóstolo é definido no quarto artigo de fé: «Creio que o Senhor Jesus rege a Sua Igreja e que para tal enviou os Seus apóstolos, e que continua a enviá-los até à Sua revinda, dando-lhes a missão de ensinar, e de, em Seu nome, perdoar pecados e batizar com água e Espírito Santo.» A autocompreensão dos apóstolos Os apóstolos atuam segundo a vontade do seu Enviador Jesus Cristo e dependem completamente d'ele. Seguindo o exemplo de Jesus, os apóstolos são servos de todos (cf. Jo 13,15). Não são senhores sobre a fé da comunidade, mas antes «cooperadores» que conduzem à alegria (cf. 2Cor 1,24), ou seja, através da sua atuação, os crentes devem alcançar uma postura de gratidão para com Deus. Para o conseguir, também são necessárias advertências e regras (cf. Tg 1,21). Os apóstolos têm a responsabilidade de serem exemplos para a comunidade, na imitação e no seguimento de Cristo (cf. 1Cor 11,1). O serviço de Pedro Na presença dos restantes apóstolos, Jesus dá a Simão Pedro poderes especiais. A posição destacada de Pedro já era percetível aquando da vida terrena do Senhor: foi a ele que foi dado o poder das chaves do céu (Mt 16,19); ele recebeu o encargo de confirmar os seus irmãos (Lc 22,31.32); ele falava em nome dos doze apóstolos (Jo 6,68.69). O Senhor confiou a Pedro os Seus cordeiros e as Suas ovelhas (cf. Jo 21,15 17). Depois do Dia da Ascensão, a posição destacada de Pedro revelou-se várias vezes: Pedro providenciou que Judas Iscariotes fosse substituído no círculo dos apóstolos (Act 1,15-26); foi ele que fez o discurso de Pentecostes (Act 2,14); foi a ele que o Senhor mostrou que a salvação em Cristo também se destinava aos gentios (Act 10). Os ministérios na Igreja Nova Apostólica A Igreja Nova Apostólica é dirigida pelo apóstolo maior e pelos apóstolos. O apóstolo maior assume o serviço de Pedro. Todos os demais ministérios surgem através do ministério de apóstolo. O quinto artigo de fé diz o seguinte: «Creio que aqueles que são designados por Deus para exercerem um ministério apenas são ordenados por apóstolos, e que a autoridade, a bênção e a santificação necessárias para exercerem o seu ministério lhes advêm do apostolado.» Atualmente, existem na Igreja Nova Apostólica três níveis ministeriais com poderes espirituais diferenciados: Doutrina e Conhecimento Pagina 3 de 6
4 o ministério de apóstolo (apóstolo maior, apóstolo de distrito e apóstolo) os ministérios sacerdotais (bispo, ancião de distrito, evangelista de distrito, pastor, evangelistas e sacerdotes) o ministério de diácono. Todos os ministros são eclesiásticos. Ordenação A instituição, a chamada ordenação, para um ministério espiritual é realizada pelo apóstolo em nome do Deus Trino, mediante a imposição das mãos e a oração. No ato da ordenação, o ministério de apóstolo transfere a respetiva capacidade ministerial e confere os respetivos poderes. É neste fundamento que o ministro consegue exercer as funções que lhe são confiadas. Através da sua ordenação, o ministro é abençoado e santificado para o seu serviço. Talentos existentes são despertados e consagrados para o exercício ministerial. A ordenação não é nenhum sacramento, mas antes um ato de bênção. A santidade deste ato e o caráter serviçal do ministério são evidenciados pelo facto de o ministério ser recebido de joelhos. O ordenando promete fidelidade a Deus, promete imitar e seguir Cristo e praticar obediência na fé ao ministério de apóstolo. A eleição ministerial não está fundamentada na vontade humana, mas antes na vontade divina. A função do apóstolo consiste em reconhecer essa vontade divina e agir de forma consentânea. No ato da ordenação é transmitida bênção divina. Esta bênção contém a promessa do acompanhamento e da fortificação através do Espírito Santo, bem como a proteção do serviço angelical. O ministro não consegue prestar o seu serviço com base nas suas capacidades pessoais, mas unicamente mantendo a ligação com o apostolado e usando a força do Espírito Santo. No exercício do seu ministério, o ministro subjuga-se ao ministério de apóstolo, e a sua ministerialidade depende do apostolado. O ministério de apóstolo é doutrinariamente determinante e serve de exemplo para a proclamação da palavra de Deus pelos restantes ministérios. Doutrina e Conhecimento Pagina 4 de 6
5 Incumbências Existe diferença entre ministério e incumbências. Uma incumbência consiste na atribuição de uma tarefa claramente definida. A incumbência pode ser limitada em termos temporais e geográficos. Associada a um ministério, a "incumbência" pode ser a função de dirigente de comunidade, dirigente distrital, apóstolo de distrito adjunto, apóstolo maior adjunto. Regra geral, este tipo de incumbência é atribuído no âmbito de um serviço divino. Este tipo de incumbência é atribuído por ministros dirigentes da Igreja. Uma incumbência não é equiparável a uma ordenação. A incumbência associada a um ministério não depende necessariamente da duração da atividade ministerial, mas cessará sempre no momento em que terminar a atividade ministerial Serviços prestados Para conseguir efetuar as múltiplas tarefas nas comunidades e nos distritos, são atribuídas incumbências tanto a irmãs como a irmãos independentemente de qualquer ministério. Tal como acontece com os ministros, regra geral, os encarregados destas funções também exercem as suas funções dentro da Igreja gratuitamente, em regime de voluntariado. Exercício do ministério Um ministro tem de cumprir determinados pré-requisitos em termos de conduta e competência espiritual. A santificação conferida pela sua ordenação tem de ser interiorizada e praticada pelo ministro, para que os dons recebidos se possam desenvolver para bênção da comunidade (cf. 1Tm 3, ). Aqueles que são chamados para o ministério servem por amor a Deus e ao próximo. Orientam-se pelo exemplo de Jesus e sabem que são ferramentas na mão de Deus. A confiança entre os membros da comunidade e os ministros é a condição prévia para um desenvolvimento abençoado na comunidade. Para poder criar e manter uma relação de confiança deste género é indispensável a existência de uma unanimidade entre os ministros e entre estes e o seu apóstolo. O ministro exerce o seu ministério dentro dos limites dos poderes que lhe foram atribuídos. Para esse fim, ele é incumbido especificamente pelo seu apóstolo de cuidar de uma determinada área de trabalho. A incumbência do exercício de um ministério termina sempre com o ato da colocação em descanso; mas o ministério prevalece. Contudo, quando se trata de uma renúncia ao Doutrina e Conhecimento Pagina 5 de 6
6 ministério ou de uma destituição do ministério, o fim dos direitos e das obrigações do ministro também implica a perda do seu ministério. Funções dos ministérios O apóstolo Paulo escreve: «Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo, em todos. Mas, a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil» (1Cor 12,4-7). Deste modo, cada ministro é um ministro de Deus, um servo de Deus que tem a missão de defender e proclamar o Evangelho de Cristo, sem o falsear. Ele acompanha os membros da comunidade, cuja assistência pastoral lhe fora confiada e promove a sua fé e o seu reconhecimento. Enquanto assistente religioso, ele participa nas suas preocupações pessoais, ora com eles e ajuda-os a suportar os fardos da sua vida quotidiana. O ministro é um exemplo para a comunidade, pelo que, deve reger-se pelo seguinte princípio: «Não façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo» (Aos Filipenses 2,3). Doutrina e Conhecimento Pagina 6 de 6
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