Cesar Augusto Andaku 1 Fabio Marvulle Bueno 2

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1 6º COLÓQUIO INTERNACIONAL MARX E ENGELS GT4 Economia e política no capitalismo contemporâneo Capital Fictício em duas interpretações do capitalismo contemporâneo Cesar Augusto Andaku 1 Fabio Marvulle Bueno 2 Muitas interpretações do capitalismo contemporâneo estabelecem uma relação de causalidade entre o intenso ritmo de desenvolvimento e integração dos mercados mundiais de títulos e ações, as chamadas finanças, e a constituição de um novo período histórico do capitalismo, a Globalização. Nesse novo período histórico, encontrar-se-iam características econômicas e políticas influenciadas de tal forma pelo desenvolvimento das finanças que se distinguiriam qualitativamente das encontradas nas fases anteriores do capitalismo. A percepção da emergência de uma nova fase capitalista costuma, dentre os teóricos que privilegiam a analise da trajetória das finanças, restringir o foco analítico apenas à esfera da circulação do capital, e destacar o processo de desenvolvimento histórico dos mercados de títulos e ações, deixando de avançar no entendimento do sujeito dessas transformações, o que secunda as novas determinações da esfera da produção, da exploração do trabalho, e da geração e apropriação da mais-valia. O desenvolvimento de uma perspectiva analítica que relacione adequadamente as mudanças na circulação e produção do capital na Globalização requer a identificação das forças que reconfiguram as relações entre as várias facetas do Capital, e deste último para com o Trabalho, o que nos remete à centralidade do chamado Capital Fictício nesse novo período histórico. Um rápido balanço da literatura nas Ciências Sociais mostra que são poucos os autores que tratam da Globalização assumindo a centralidade do capital fictício no capitalismo contemporâneo e, dentro desses, um grupo ainda menor se propõe ao desafio teórico de desenvolver e aprofundar o conceito de capital fictício, mostrando sua influência e determinação na política e na economia de hoje. Dentro desse ultimo grupo, merece destaque os trabalhos de dois teóricos do campo da Economia Política que vêm trabalhando já há algum tempo o conceito de capital fictício: Reinaldo Carcanholo e François Chesnais. O objetivo deste trabalho é analisar o desenvolvimento, as convergências e diferenças no estudo do capital fictício nesses dois autores, de modo a obter elementos que contribuam com o 1 Mestre pelo IE/Unicamp e pesquisador independente - ceandaku@gmail.com 2 Doutorando pelo IE/Unicamp - fmbuenobr@yahoo.com.br 1

2 entendimento do papel e da influência do capital fictício no capitalismo contemporâneo. Para tanto, resgataremos o conceito de capital fictício em Marx, para então analisar o desenvolvimento do conceito nos trabalhos de Carcanholo e Chesnais. Após uma comparação entre os dois autores, faremos as considerações finais. 2. Marx e o Capital Fictício Para Marx, o próprio processo de reprodução ampliada do capital (D-M-D ) induz as funções de capital-mercadoria e capital-dinheiro a se autonomizarem em relação ao capital produtivo. Da primeira surgiria o capital comercial, enquanto da segunda se desenvolveria o Capital Portador de Juros (KPJ), capital-dinheiro acumulado que, uma vez emprestado para entrar no processo de produção, gera direito sobre parte da mais-valia extraída sob título de Juro 3. A elaboração do conceito de Capital Fictício em O Capital constitui-se a partir do desdobramento da categoria KPJ. A busca de valorização das frações de capital especializadas no comércio do capital-dinheiro incentivou e disseminou a criação e o desenvolvimento de títulos representantes do direito de propriedade sobre um fluxo futuro de rendimentos, derivados ou não de um capital real. São esses papéis ou títulos, ligados ou não a capitais reais, aquilo que Marx denomina como capital fictício 4. Uma importante percepção de Marx, em relação ao capital fictício, é o processo pelo qual todo fluxo de renda periódica da economia passa a ser visto necessariamente como originário de algum montante de capital, mesmo não o sendo, a exemplo dos títulos da dívida pública. A naturalização dessa percepção significa atrelar toda renda à existência de um capital, representados por títulos, os quais passam a ser objeto de comercialização, permitindo, assim, um desenvolvimento mais complexo do mercado de títulos e ações, as formas concretas do capital fictício. Duas importantes características do capital fictício devem ser sublinhadas na formulação de Marx. A primeira é a relação com o âmbito da reprodução do capital. Enquanto o KPJ se refere ao capital-dinheiro que cumpre função diretamente no processo de reprodução do capital industrial, o capital fictício não cumpriria função alguma. A segunda característica é a trajetória do valor do capital fictício em relação à dinâmica da 3 O possuidor de dinheiro que quer valorizar seu dinheiro como capital portador de juros aliena-o a um terceiro, lança-o na circulação, torna-o mercadoria como capital, não só como capital para si mesmo, mas também para outros; não é meramente capital para aquele que o aliena, mas é entregue ao terceiro de antemão como capital, como valor que possui o valor de uso de criar mais-valia, lucro (...). Só é alienado sob a condição, primeiro, de voltar, após determinado prazo, a seu ponto de partida, e segundo, de voltar como capital realizado, tendo realizado seu valor de uso de produzir mais-valia Karl Marx, O Capital. São Paulo. Abril Cultural, 1988, t.5, Vol. 3, p (...) papéis [que] representam de fato apenas direitos acumulados, títulos jurídicos sobre produção futura, cujo valor monetário ou valor-capital não representa valor algum Idem, Ibdem, p. 7. 2

3 economia. Enquanto o KPJ tem sua valorização dependente diretamente da dinâmica de extração da mais-valia, o capital fictício apresentaria a peculiaridade de ter seu valor definido de maneira relativamente autônoma à dinâmica da economia, ou seja: (...) seu valor de mercado flutua com o montante e a segurança dos rendimentos sobre os quais dão título legal. (...) O valor de mercado desses papéis é em parte especulativo, pois não é determinado apenas pela receita real, mas também pela esperada, calculada por antecipação 5. Portanto, Marx já aponta o processo de autonomização do mercado de títulos que, ao não representarem de fato valor, ficam sujeitos às intempéries da especulação, e não do processo de produção e geração de mais-valia 6. Consolida-se, assim, uma nova categoria de capital, o fictício, desdobrado e qualitativamente distinto do KPJ e relativamente autônomo em relação ao processo de produção. Entretanto, é notório que a discussão do capital fictício em Marx não foi satisfatoriamente desenvolvida. Primeiro, Marx não aprofundou o estudo do sistema de crédito internacional (afinal, foi Engels o responsável pela sistematização das idéias no livro terceiro d O Capital), impedindo-o de tecer maiores considerações sobre o papel do capital fictício. Além disso, o momento histórico em que Marx elabora tal análise carecia, ainda, de desenvolvimento mais agudo das formas concretas do capital fictício, e a dinâmica capitalista era determinada então sobremaneira pelo capital industrial, em pleno processo de constituição de um mercado mundial, fazendo do capital fictício de então um fenômeno que mais era influenciado do que influenciava o capital industrial. Hoje, o desenvolvimento quantitativo e qualitativo do capital fictício impõe às análises do capitalismo contemporâneo um olhar atento não apenas às formas concretas desse capital, já altamente desenvolvidas, mas também ao próprio conceito do capital fictício. 3. Carcanholo e a transformação do capital fictício em capital especulativo parasitário Para Reinaldo Carcanholo, as transformações sofridas pelo capital fictício assumem um papel central na análise da dinâmica do capitalismo contemporâneo, pois alteram toda a lógica do sistema capitalista. Para o autor, o capital fictício sofreu uma transformação quantitativa de suma importância durante as ultimas décadas, qual seja, um acelerado crescimento de sua magnitude, decorrente do 5 Marx, O Capital, Vol. 3, t.5, p Na medida em que a desvalorização ou valorização desses títulos é independente do movimento de valor do capital real que eles representam, a riqueza de uma nação é exatamente do mesmo tamanho tanto antes quanto depois da desvalorização ou valorização (MARX, Karl, apud GERMER, Claus. O sistema de crédito e o capital fictício em Marx. Ensaios FEE, Porto Alegre, 1994, p

4 aumento e desenvolvimento do mercado financeiro internacional. É a partir dessa característica quantitativa que a mudança qualitativa no capital fictício ocorre, alçando-o à posição de dominância na reprodução ampliada do capital 7, de modo a submeter o capital industrial à lógica especulativa, marca singular de um novo período histórico do desenvolvimento capitalista, a Globalização. A dominância do capital fictício e a imposição de sua lógica especulativa às demais funções do capital 8 implicaria na vigência de uma relação distinta das diversas funções do capital com o âmbito da produção, quando comparada com aquela mantida no período histórico anterior. O capital industrial passa a ser contaminado pela lógica especulativa, percebido no plano mais concreto de análise nas empresas operando especulativamente nos mercados financeiros. Com isso, não mais haveria distinção de ganhos provindos da produção e da especulação nas chamadas empresas produtivas, organização que encarnava as funções do capital industrial com predomínio do capital produtivo. Isto leva o autor a adotar novos termos para ressaltar a mudança qualitativa nos capitais: Capital Especulativo para designar o capital industrial dominado pela lógica especulativa, e Capital Especulativo Parasitário para o capital fictício agora em posição dominante. Duas observações sobre a concepção da mudança qualitativa imposta pelo capital fictício na elaboração de Carcanholo. Primeiro, ela reafirma que a especulação é algo inerente à natureza da busca de valorização do capital em geral, não se originando ou restringindo ao capital fictício. Este último conseguiu ressaltar esta dimensão especulativa latente em todas as formas funcionais do capital. Segundo, a argumentação do autor carece de uma explicação do processo pelo qual o capital fictício impõe sua lógica às demais formas do capital. É importante ressaltar que a dominância da lógica especulativa do capital fictício sobre todas as funções do capital industrial redefine o próprio capital a juros, negando-o na produção para o predomínio da especulação. Com isso, o capital especulativo parasitário não pode ser confundido com qualquer forma supostamente funcional do capital especulativo, pois não cumpre função útil ao capital produtivo e com ele forma uma contradição. Outro ponto de destaque na teorização de Carcanholo sobre o capital fictício é a discussão da autonomia relativa da valorização deste tipo de capital, dimensão de suma importância raramente abordada por outros autores. Em trabalho recente, o autor elabora o conceito de lucro fictício 9 para tentar dar conta desta dimensão. Mais do que as polêmicas em torno do conceito de lucro fictício, interessa-nos destacar a 7 Reinaldo Carcanholo e Paulo Nakatani. O Capital especulativo parasitário: uma precisão teórica sobre o capital financeiro, característico da Globalização. Ensaios FEE, V. 20, nº 1, Porto Alegre, junho de 1999, p Idem, Ibdem, p Reinaldo Carcanholo e Mauricio Sabadini. Capital Ficticio y Ganancias Fictícias. Revista Herramienta, v. 37, Buenos Aires, Ediciones Herramienta, marzo de 2008, 4

5 forma pela qual o autor entende a autonomia relativa do valor do capital fictício, valendo-se da contraposição entre dois âmbitos analíticos interligados: o individual e o da totalidade. Pela ótica individual do capitalista, o capital fictício, na forma geral de títulos de propriedade legalmente respaldados pelo Estado, traz consigo a possibilidade de transferência da renda derivada da posse desses títulos para outra pessoa. Com isso, a forma concreta do capital fictício desempenha a função de capital em geral para seus respectivos possuidores, na medida em que são mercadorias comercializáveis e, por isso, podem ser reconvertidas na forma dinheiro 10. Toda alteração no valor do capital fictício implica em uma alteração no montante de capital administrado pelo capitalista. Já do ponto de vista da totalidade, a autonomia do valor do capital fictício não teria uma dimensão real em dois sentidos. Primeiro, ao conferir um caráter efêmero à riqueza supostamente criada pela valorização do capital fictício, a qual (...) pode desaparecer a qualquer momento, em razão da oscilação especulativa 11 nos mercados. Segundo, porque a valorização do capital fictício, isto é, o aumento do seu valor de mercado, não significa qualquer alteração na quantidade da mais-valia produzida pela sociedade, uma vez que ela advém da transferência e apropriação na circulação e não da produção. Assim, a autonomia relativa da valorização do capital fictício traria uma dualidade importante no capitalismo, a de gerar ganhos verdadeiros, concretos como qualquer outro, do ponto de vista individual, mas ser simultaneamente fictícia e ilusória para a totalidade ou sociedade. 4. Chesnais e a mundialização das finanças como expansão do Capital Fictício A interpretação que François Chesnais faz do capitalismo contemporâneo também alça o conceito de capital fictício à condição de categoria analítica central. Entretanto, sua obra apresenta duas peculiaridades importantes. Primeira, ocorre uma mudança na ênfase, no decorrer de sua obra, no papel do capital fictício. Enquanto no livro A Mundialização do Capital 12 aparecem os primeiros elementos para o entendimento da centralidade do capital fictício, somente em A Finança Mundializada 13 o conceito aparece como um pólo que articula e determina a dinâmica das demais funções do capital. Concentrar-nos-emos nesta ultima interpretação, por considerá-la o esforço mais acabado da teoria do capital fictício em Chesnais. A segunda peculiaridade é que Chesnais não distingue os conceitos de KPJ e fictício como 10 Carcanholo e Nakatani, O capital especulativo... p Carcanholo e Sabadini, Capital fictício... p François Chesnais. A mundialização do capital. São Paulo, Xamã, François Chesnais (org). A finança mundializada: raízes sociais e políticas, custos e conseqüências. São Paulo, Boitempo,

6 faz Marx, preferindo ressaltar o capital-dinheiro centralizado em grandes somas que busca valorização sem adentrar à esfera da produção (designado pelo termo de placement, em francês, que foi traduzido no português por KPJ 14 ). Ou seja, deixa de diferenciar funções em beneficio da semelhança da forma capital-dinheiro centralizado. Devido à influência da Escola da Regulação, a interpretação de Chesnais privilegia a discussão das formas institucionais e das regras jurídicas ou parajurídicas moldadas pelo capitaldinheiro concentrado. Entretanto, isto não impede o autor de corretamente destacar em sua teorização a centralidade de uma (...) forma especifica de acumulação de capital, na qual a fração sempre mais elevada conserva a forma dinheiro e pretende se valorizar pela via das aplicações financeiras nos mercados especializados (...) 15. Isto possibilitou a Chesnais destacar a importância do processo de especialização de uma fração capitalista na administração do capital fictício, passando a se organizar nas chamadas instituições financeiras não bancárias, mais especificamente os chamados investidores institucionais, como os fundos de pensão, de investimentos e seguradoras. Parece-nos que é olhando, sobretudo, esta forma organizativa que Chesnais elabora seu conceito de capital fictício, ressaltando sua origem na dimensão distributiva, dado que as instituições financeiras não bancárias centralizaram rendas não reinvestidas na produção e não consumidas, e as dirigiu para os mercados financeiros, visando: (...) fazer dinheiro sem sair da esfera financeira, sob a forma de juros de empréstimos, de dividendos e outros pagamentos recebidos a título de posse de ações e, enfim, de lucros nascidos de especulação bem-sucedida 16. Para Chesnais, o fato de esse capital fictício assumir a propriedade acionária de outras formas organizacionais capitalistas, sobretudo as grandes empresas industriais, desdobra-se na disseminação de uma estratégia específica de valorização para o conjunto dos capitais, centrados na maximização do chamado valor acionário, o qual passa a comparar o nível da taxa de juro sobre os títulos de dívida com o dos lucros industriais, desdobrando-se em novas formas de controle das atividades. Outra dimensão peculiar da obra de Chesnais é a idéia de oposição entre capital fictício e produtivo, onde os detentores de ações e da dívida pública constituem o chamado regime de acumulação patrimonial, voltado não para o consumo e nem à criação de riquezas que aumentem a capacidade de produção, mas para o rendimento em si, originando uma exterioridade à produção, a qual é alojada no cerne da atividade produtiva e dos grupos industriais. 5. Uma comparação do desenvolvimento conceitual do capital fictício 14 Chesnais, A finança mundializada, p Idem, ibdem, p Idem, ibdem, p.35. 6

7 Uma comparação entre as contribuições de Carcanholo e Chesnais ressalta cinco dimensões importantes no desenvolvimento conceitual do capital fictício. Primeiro, a preocupação comum com a exterioridade do capital fictício em relação ao âmbito da produção. Para Carcanholo, esta decorreria da não participação do capital fictício na reprodução ampliada do capital, enquanto para Chesnais, a exterioridade viria da imposição de parâmetros de lucratividade que seriam contraditórios com a manutenção de altas taxas de investimento, implicando tanto em baixo crescimento econômico como em entraves e obstáculos à inovação tecnológica 17. Segundo, ambos adotam uma nova terminologia para designar o capital fictício agora em papel hegemônico perante as demais funções do capital. Carcanholo para ressaltar o predomínio da lógica especulativa, Chesnais para destacar a valorização fora do âmbito da produção. Terceiro, a diferença no entendimento do processo de constituição do capital fictício. Enquanto Carcanholo aponta o capital industrial (em especial o capital portador de juros) como criador das condições objetivas para o desenvolvimento do capital fictício, Chesnais sugere a centralidade do processo de circulação, onde uma determinada distribuição de renda funcional e pessoal permitiu grandes massas de rendas acumuladas e não consumidas à procura de valorização. Quarto, a formulação de Carcanholo avança também ao propor um entendimento da autonomia relativa do valor do capital fictício, real como qualquer outra forma funcional do capital para o individuo, e totalmente fictícia para a sociedade, discussão marginalizada na interpretação de Chesnais. Quinto, ao analisar o capital fictício em suas formas concretas (ressaltando a importância e o papel dos investidores institucionais), Chesnais formula a hipótese da imposição da taxa de lucro vigente nos mercados financeiros como parâmetro condicionante ao capital industrial, principal processo pelo qual o capital fictício atinge a hegemonia. Carcanholo, apesar de supor o mesmo processo de hegemonia, não explicita nenhuma explicação para este processo. Os elementos acima elencados permitem defender a concepção de que as abordagens de Chesnais e Carcanholo não podem ser consideradas totalmente complementares, dado as diferenças de método e de pressupostos utilizados nas respectivas elaborações, mesmo chegando a vários pontos em comum, principalmente o de entender que o capitalismo atual é qualitativamente diferente do período do imediato pós-guerra, com hegemonia total do capital fictício. A sustentação da compatibilidade entre um suposto foco no desenvolvimento conceitual em Carcanholo e nas formas concretas em Chesnais ignora o fato de que ambos não apenas privilegiam 17 A inovação e os longos processos de aprendizagem ( ) exigem uma gestão de firmas com longos tempos de maturação. Estes são contraditórios com o tempo do investidor financeiro (...). Chesnais, A finança mundializada, op. Cit. p

8 esferas diferentes da acumulação de capital nas determinações e feitos do capital especulativo, a da produção e da circulação respectivamente, mas também que as reflexões acabam tendo como preocupação o desdobramento político de conflitos diferentes: capital x capital na discussão do surgimento de um novo tipo de propriedade e da disseminação do valor acionário em Chesnais, e capital x trabalho na discussão sobre o aumento da exploração do trabalho em Carcanholo 18. Para além da compatibilidade das abordagens, importa-nos destacar que um proveitoso desenvolvimento teórico sobre o capital fictício deve compreender uma discussão que envolva as dimensões destacas acima: origem e exterioridade à esfera da produção, autonomia relativa do valor, padrão especulativo e dominância sobre as demais formas funcionais do capital. 6. Considerações Finais A elaboração de Marx sobre o capital fictício mostra-se fundamental para analisar as contribuições de Carcanholo e Chesnais ao entendimento do capitalismo contemporâneo. Marx já apontava, no século XIX, o processo de naturalização com que toda renda é atrelada a um capital, mesmo sendo fictício, o que permitiria a comercialização de papéis representantes dessas rendas, ou seja, as formas concretas do capital fictício. O alto grau de desenvolvimento das formas concretas do capital fictício parece ofuscar a centralidade da produção no capitalismo atual e, consequentemente, faz com que vários autores foquem seus estudos tão somente na esfera da circulação, mais especificamente no mercado de títulos e ações. Se, por um lado, isso permite uma leitura adequada dos agentes do capital fictício que atuam no cotidiano, por outro dificulta a análise central, que é a mudança qualitativa que o capital sofreu nas últimas décadas. As análises do capitalismo contemporâneo feitas por Carcanholo e Chesnais, apesar de pontos em comum, apresentam divergências profundas, relacionadas ao método utilizado por cada um desses autores. Carcanholo se atém ao método marxiano, a partir da centralidade da produção no processo histórico de desenvolvimento do capitalismo, o que conduz sua análise do capital fictício a partir da série de autonomizações que o capital-dinheiro sofreu. Dessa forma, o aumento quantitativo do capital fictício só poderia causar uma mudança qualitativa se atingisse a produção, o que ocorre subvertendo o capital industrial à lógica especulativa do capital fictício. Assim, da exterioridade da produção, que é sua característica, o capital fictício acaba influenciando a produção, causando uma mudança qualitativa apontada por esse autor pela terminologia de Capital Especulativo e Capital Especulativo Parasitário. 18 Carcanholo e Sabadini. Capital ficticio y ganancias fictícias... p

9 No nosso entendimento, uma correta interpretação do capitalismo que considere a centralidade do capital fictício, deve retomar sua origem no desdobramento do ciclo de reprodução ampliada do capital industrial, acompanhando as formas objetivas do capital fictício que se colocam fora da esfera da produção e que acabam por afetar a lógica do sistema, impondo uma dominância apoiada na disseminação da especulação. Isso significa que, na totalidade do sistema, o capital fictício não pode ser visto mais como uma contraposição ao capital industrial que ressalta o embate capital x capital, mas sim como mais uma das formas contraditórias do capital que potencializa a exploração do trabalho. 9

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