LIVRARIAS MONÁSTICAS E CONVENTUAIS NO SÉC. XIX PORTUGUÊS
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- Samuel Casado Schmidt
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1 LIVRARIAS MONÁSTICAS E CONVENTUAIS NO SÉC. XIX PORTUGUÊS origens, percursos, destinos
2 Dois processos: 1.º Mosteiros e conventos masculinos (depois de 1834) 2.º Mosteiros e conventos femininos (sobretudo depois de 1887 e até 1906)
3 Objectivos Livrarias conventuais masculinas Objectivos Traçar ar a história institucional dos organismos que geriram os fundos bibliográficos dos conventos extintos em Perceber como se processou a gestão desses fundos, caracterizando que livrarias existiam, onde existiam, de que modo foram arrecadadas e com que critérios rios foram distribuídas. das.
4 Chave Livrarias conventuais masculinas Chave Demonstrar a existência de uma política coerente de gestão do património bibliográfico dos conventos extintos, reflexo de uma política cultural, estrutural ao próprio prio regime. Demonstrar a emergência de um novo paradigma de biblioteca.
5 Estrutura Livrarias conventuais masculinas Estrutura 1.ª parte - O Depósito das Livrarias dos Extintos Conventos - estudo institucional. 2.ª parte - O Depósito das Livrarias dos Extintos Conventos: : a gestão do património bibliográfico dos conventos extintos como reflexo de uma política cultural liberal.
6 Uma frase Livrarias conventuais masculinas Livrarias conventuais masculinas «Os únicos empregos que desejava e me convêm, e em que me parece que poderei ser mais útil nas actuais circunstâncias, são estes: [...] bibliotecário rio-mor,, ou como lhe quiserem chamar, da Biblioteca Pública, P dando-se primeiramente ao actual [Vasco Pinto de Balsemão] um emprego mais análogo à sua profissão militar e que não tenha inferior ordenado, por exemplo o de prefeito da Província do Douro, aonde seu irmão tem casa, ou de conselheiro de prefeitura.»
7 As incorporações das livrarias conventuais (as entradas): o enquadramento Livrarias conventuais masculinas Primeira transferência organizada de fundos documentais à escala nacional. Conjuntura social de grande turbulência. Regime político em afirmação. Governos instáveis. Estado financeiramente depauperado. Estruturas administrativas regionais e locais em reestruturação ou mesmo em formação.
8 As incorporações (entradas) - o processo de arrecadação Livrarias conventuais masculinas Arrecadação das livrarias cabia às s administrações de distrito e às s administrações de concelho. DLEC funcionava como entidade de coordenação nacional, cabendo-lhe a supervisão do processo. Recursos bibliográficos disponíveis seriam organizados e distribuídos dos equitativamente por todo o território rio nacional, designadamente, pelas bibliotecas públicas p e pelas bibliotecas dos liceus nacionais que se iriam formar em cada uma das capitais de distrito.
9 As incorporações (entradas) os bloqueios do processo Ausência de recursos materiais e humanos a nível n central e local. Resistência passivas e/ou activas das autoridades administrativas locais e das próprias prias populações. Dispersão e amplitude geográfica dos lugares onde era necessário proceder às s arrecadações. Desarticulação entre os diferentes organismos públicos p encarregues de proceder às s arrecadações. Logística do transporte. DLEC sem poderes coercivos nem meios para proceder à arrecadação directa.
10 Roubos e extravios: o descaminho dos livros > Invasões francesas. Atropelos do período miguelista. Guerra civil. Frades em debandada. Hiato entre a extinção e a arrecadação. Semi-abandono dos conventos devolutos, muitos deles em locais ermos: Causas humanas (furto) Causas naturais (inundações, incêndios, etc.).
11 >> Roubos e extravios: o descaminho dos livros Ocupação dos conventos por outros organismos (aquartelamentos militares, etc.). Fúria revolucionária. ria. Incúria das autoridades distritais e concelhias. Falta de meios nacionais, regionais e locais para levar a cabo as arrecadações. Depositários inadequados. Logística das arrecadações (catálogos, inventários, etc.). Logística do transporte.
12 As doações das livrarias conventuais (as saídas): reflexo de uma nova organização do saber Livrarias conventuais masculinas Mudança a de propriedade e do usufruto dos livros do domínio privado para a esfera pública; p Alteração dos públicos p de fruição; Mudança a do modelo de biblioteca; Emergência da noção de biblioteca pública; p Emergência da biblioteca especializada; Laicização.
13 As doações das livrarias conventuais (as saídas): os princípios pios de distribuição Livrarias conventuais masculinas Assentes na trilogia: Tipos de livros para tipos de instituição. Primazia das instituições públicas. p Instituições privadas cedências a título t tulo de depósito.
14 Os grandes beneficiários das livrarias conventuais > Biblioteca Nacional detém m a primazia das escolhas e incorpora Livros que não possui Incunábulos Bibliotecas públicasp Uma em cada capital de distrito (rede nacional) Articulação com a educação e o ensino Liderança a do processo acaba por passar pelos municípios
15 Livrarias conventuais masculinas >> >> Os grandes beneficiários das livrarias conventuais Bibliotecas das secretarias de estado Reino, Fazenda, Justiça, Marinha e Negócios Estrangeiros, cada uma com uma biblioteca atinente à respectiva área funcional. Apoio aos gabinetes ministeriais visando um desempenho sustentado. Bibliotecas dos liceus Plano de liceus nacionais cada um com a sua biblioteca de apoio. Processo moroso e tardio (início 1836; em 1863 ainda se verificam transferências de livros).
16 Livrarias conventuais masculinas >> Bibliotecas especializadas >> Os grandes beneficiários das livrarias conventuais Sociedades, associações profissionais e de classe. Articulação com a educação e o ensino (academias, conservatórios, rios, escolas politécnicas, escolas médicom dico- cirúrgicas, rgicas, outras escolas profissionais). Igreja - recupera pela via secular algumas das percas havidas pela via regular Paróquias, sés, s s, igrejas, ermidas, colegiadas, irmandades, seminários, dioceses metropolitanas e africanas, conventos femininos recebem livros litúrgicos e quadros sacros.
17 Livrarias conventuais femininas Contornos do processo Processo coordenado pela Inspecção ão-geral das Bibliotecas e Arquivos; Processo natural a extinção sós ocorria aquando da morte da última religiosa; Processo gradual ocorreu entre 1887 e 1907; Processo de muito menor amplitude menos bibliotecas e menos livros; Processo melhor organizado a Inspecção não tratava as obras, apenas as recepcionava e encaminhava para a Biblioteca Nacional (espécies de biblioteca) e para a Torre do Tombo (espécies de arquivo - cartórios). rios).
18 Livrarias conventuais femininas Livrarias conventuais femininas Caracteriza Caracterização das livrarias Pequenas bibliotecas de apoio e NÃO Grandes livrarias conventuais. Bibliotecas na ordem das centenas de espécies e NÃO de milhares ou de dezenas de milhares.
19 CONCLUSÕES Livrarias conventuais masculinas CONCLUSÕES A maior incorporação maciça a e de âmbito nacional de documentação privada e uma experiência inédita de distribuição de um vasto património bibliográfico e documental. Processo de arrecadação insatisfatório. Apesar do caos as maiores livrarias conventuais foram arrecadadas. Muito se perdeu, muito também m foi arrecadado, a avaliar pelo acervo de muitas das nossas biblioteca e arquivos.
20 CONCLUSÕES Livrarias conventuais masculinas CONCLUSÕES Processo de afectação satisfatório, pelo menos no plano dos princípios, pios, pois: fazia corresponder tipos de livros a tipos de instituições; privilegiava os institutos públicos p em detrimento dos estabelecimentos privados; procurava corrigir as assimetrias regionais no acesso ao livro e ao conhecimento, dotando cada uma das capitais de distrito com uma biblioteca pública p e com um liceu nacional equipado com biblioteca.
21 CONCLUSÕES Livrarias conventuais masculinas CONCLUSÕES EXISTÊNCIA DE UMA POLÍTICA CULTURAL LIBERAL, NO QUE DIZ RESPEITO ÀS S BIBLIOTECAS EMERGÊNCIA DO PARADIGMA MODERNO DE BIBLIOTECA.
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