ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS / GEOGRAFIA AGROPECUÁRIA

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1 AGROPECUÁRIA Fonte: A produção agrícola é obtida em condições muito heterogêneas no mundo. Das diversas formas de relação entre o homem e o espaço geográfico, a vida rural, e mesmo a vida da população urbana que trabalha em atividades agrícolas, é bastante diversificada. Os países desenvolvidos e a industrialização intensificaram a produção agrícola por meio da modernização das técnicas empregadas, utilizando cada vez menos mão de obra. Em muitos países subdesenvolvidos, coexistem regiões onde as atividades agrícolas apresentam níveis tecnológicos de produção iguais aos do mundo desenvolvido e regiões agrícolas muito pobres. Nas primeiras, ou a produção é destinada ao mercado externo ou predominam os complexos agroindustriais. I. Os Fatores da Produção Agrícola Por estarem ligados diretamente à terra, os fatores agrários sempre sofrem alguma influência dos agentes físicos; geralmente essa influência varia na razão inversa do nível tecnológico dos grupos humanos. Muitas vezes, a influência dos fatores naturais ocorre de maneira indireta, pois, como sabemos a relação do homem com a natureza é intermediada pelo tipo de sociedade em que ele vive. Mesmo que os homens disponham de condições técnicas para superarem determinado fator negativo, é importante considerar o custo do empreendimento, sob pena de se obter um produto incapaz de concorrer no mercado, devido ao seu preço muito elevado. Assim, por exemplo, é tecnicamente possível cultivar solos de desertos. No entanto, mesmo em países desenvolvidos, geralmente, isso não acontece, porque as despesas com irrigação e preparo do solo tornariam proibitiva tal agricultura, tratando-se de uma economia de mercado, na qual qualquer atividade econômica está sempre voltada para a obtenção de lucro. Portanto, apesar dos avanços tecnológicos, relativamente ao domínio sobre a natureza, a influência dos fatores físicos permanece de algum modo, particularmente, nas atividades agrárias. Assim, como seres vivos, as plantas possuem cada qual seu hábitat, onde se destacam as condições climáticas. Dessa forma, podemos falar em produtos ou plantas tropicais e plantas temperadas. Todavia, a distinção não é rígida, pois há plantas que possuem ampla capacidade de adaptação, ou que, mesmo em regiões de clima não correspondente, podem ser cultivadas durante as estações favoráveis. É o caso, por exemplo, do arroz e do fumo, que, embora sejam tropicais, são cultivados durante o verão, no Rio Grande do Sul, onde o clima é subtropical. Outro exemplo ocorre com o binômio trigo-soja, no Planalto Sul-Rio-Grandense, onde o cereal é cultivado no inverno e a leguminosa no verão. Além disso, com a ciência e a tecnologia modernas, têm-se conseguido grandes conquistas em matéria de adaptação das plantas, especialmente com a obtenção de produtos híbridos e, sobretudo, de variedades selecionadas para determinados ambientes. A cultura da soja, no Brasil 1

2 central, por exemplo, só foi possível com a obtenção de variedades ajustadas às condições de clima e solo do cerrado. Mesmo assim, persistem as diferenças de cultivos de acordo com as diferenças de condições climáticas. Daí a necessidade de intercâmbios entre os povos, isto é, do comércio entre países temperados e países tropicais. Por isso, enquanto os primeiros são exportadores de trigo, centeio, vinho, maçãs etc., os segundos se caracterizam pela produção e exportação de café, cacau, algodão, cana-de-açúcar, fumo, óleo, etc. Da mesma maneira, os animais têm suas preferências. Os bovinos de origem europeia, por exemplo, que, por sinal, são de maiores rendimentos tanto em espécies para o corte quanto em espécies leiteiras, adaptam-se melhor aos climas temperados do tipo marítimo, ao passo que os ovinos permitem maior aproveitamento em áreas de clima temperado frio e meio seco. Os solos podem desempenhar um papel relevante na agricultura, pois a deficiência da fertilidade natural deve ser compensada com a adubação artificial. Isso implica maiores custos da produção, nem sempre compatíveis com as condições do mercado. Tratando-se de lavouras voltadas para a produção em larga escala, os solos necessitam ainda de certa espessura mínima, a fim de permitirem a lavra mecânica. O relevo também interfere nas atividades agrárias, mesmo porque os solos variam segundo a topografia. Assim, nas encostas montanhosas, onde a erosão é mais intensa, devem-se cultivar (de preferência em sistemas de terraços) produtos permanentes, como a arboricultura. Os vales e as planícies ficam reservados para as culturas temporárias. Em resumo, os fatores fundamentais na produção agrícola são terra, capital e trabalho, entendendo-se como terra o conjunto de fatores naturais que interferem na prática da agricultura; como capital, a todos os investimentos feitos na agricultura; como adubação, mecanização, irrigação etc., e como trabalho, as características da mão de obra utilizada pela agricultura, tanto no aspecto quantitativo como qualitativo. Observamos que quanto maior for o investimento de capital na agricultura, menor será a dependência que a agricultura terá dos fatores naturais. II. Agrossistemas ou Sistemas Agrários Um sistema agrário é um tipo ou modelo de produção agropecuária em que se observam quais cultivos ou criações são praticados, quais são as técnicas utilizadas, como é a relação da agricultura ou da pecuária com o espaço e qual é o destino da produção. Existem inúmeras classificações dos agrossistemas, pois os critérios para defini-los variam muito conforme o autor ou a organização que os classifica. Além disso, os sistemas agrários costumam ser bastante diferentes entre si, de acordo com a região do globo ou com a sociedade nacional de desenvolvimento econômico, etc. Normalmente, é estabelecida uma diferença entre agropecuária intensiva e a extensiva, que está ligada à densidade ou distribuição no espaço do gado ou da plantação. A agropecuária Intensiva É aquela em que existe uma elevada densidade da criação ou do cultivo, o que significa que o gado ou as plantas ficam muito concentrados, ou seja, existe um maior aproveitamento por hectare. Agropecuária Comercial Voltada essencialmente para o comércio, para o mercado. 2

3 A agropecuária Extensiva É aquela em que a densidade do gado ou das culturas é baixa, o que significa que eles estão mais espalhados no espaço. Agropecuária de Subsistência Voltada, basicamente, para suprir as necessidades de quem trabalha na terra, e apenas um excedente da produção é comercializado. 1. A Agricultura Itinerante de Subsistência e a Roça São sistemas agrícolas largamente aplicados em regiões onde a agricultura é descapitalizada produção é obtida em pequenas e médias propriedades ou parcelas de grandes latifúndios (nesse caso, parte da produção é entregue ao proprietário como forma de pagar o aluguel da terra), com utilização de mão de obra familiar e técnicas tradicionais e rudimentares. Por falta de assistência técnica e de recursos, não há preocupação com a conservação do solo, as sementes utilizadas são de qualidade inferior, não se investe em fertilizantes e, portanto, a rentabilidade, a produção e a produtividade são baixas. Após alguns anos de cultivo, há uma diminuição da fertilidade natural do solo, geralmente, exposto à erosão. Ao perceber que o rendimento da terra está diminuindo, a família desmata uma área próxima e pratica a queimada para acelerar o plantio, dando início à degradação acelerada de uma nova área, que também será brevemente abandonada. Daí o nome de agricultura itinerante. Em regiões miseráveis do planeta, a agricultura de subsistência itinerante e roça está voltada às necessidades imediatas de consumo alimentar dos próprios agricultores. A produção destina-se à subsistência da família do agricultor, que se alimenta praticamente apenas daquilo que planta. Tal realidade ainda existe em boa parte dos países africanos, em regiões do Sul e Sudeste Asiático e na América Latina, mas o que prevalece hoje é uma agricultura de subsistência voltada ao comércio urbano. O agricultor e sua família cultivam algum produto que será vendido na cidade mais próxima, mas o dinheiro que recebem é suficiente apenas para garantir a subsistência deles. Não há excedente de capital que lhes permita buscar uma melhoria nas técnicas de cultivo e aumento de produtividade. Esse tipo de agricultura é comum em áreas distantes dos grandes centros urbanos, onde a terra é mais barata, em função das grandes dificuldades de comercialização da produção. Nesse sistema, predominam as pequenas propriedades, cultivadas em parceria. Há também os posseiros, agricultores que simplesmente ocupam terras devolutas. 2. Agricultura de Jardinagem Consiste principalmente na rizicultura (cultivo de arroz) associada à plantação de outros cereais e de hortaliças. Esse tipo de agricultura é praticado há séculos em várias regiões do sul, sudeste e leste da Ásia-Vietnã, Índia, Indonésia, China e Japão. Suas principais características são: Predomínio de pequenas propriedades agrárias, frequentemente menores que 1 hectare; Utilização de técnicas de cultivo minuciosas, em geral com o uso das mãos (daí o nome de jardinagem); Um sistema de irrigação; A produção é destinada, preferencialmente, para a população local, ou às vezes, regional. 3

4 3. A Plantation Trabalhadora rural em plantação de arroz no Vietnã Fonte: É a grande propriedade monocultora, com produção de gêneros tropicais, voltada para a exportação. Forma de exploração típica dos países subdesenvolvidos, a plantation foi um sistema agrícola amplamente utilizado durante a colonização europeia na América. Nesse período de expansão do capitalismo mercantilista, utilizava-se, em larga escala, a mão de obra escrava. Expandiu-se, posteriormente, para a África e Sul e Sudeste da Ásia. Na atualidade, esse sistema persiste em várias regiões do mundo subdesenvolvido, como Brasil, Colômbia, América Central, Gana, Costa do Marfim, Índia, Malásia, etc., utilizando, além de mão de obra assalariada, trabalho semiescravo, que não envolve pagamento de salário. Trabalha-se em troca de moradia e alimentação. No Brasil, encontramos plantation em vastas porções do território, com destaque para as áreas onde se cultivam café e cana-de-açúcar, dois dos nossos principais produtos agrícolas de exportação. Ao lado das plantations, sempre se instalam pequenas e médias propriedades policultoras, cuja produção alimentar abastece os centros urbanos próximos. 4. As Empresas Agrícolas ou Agricultura Comercial Mecanizada (Agronegócio) São as responsáveis pelo desenvolvimento do sistema agrícola dos países desenvolvidos (revolução agrícola), com destaque para os Estados Unidos e a União Europeia. Nesse sistema, a produção é obtida em médias e grandes propriedades, altamente capitalizadas, onde se atingiu o máximo do desenvolvimento tecnológico. A produtividade é muito alta em decorrência do selecionamento de sementes, uso intensivo de fertilizantes, elevado grau de mecanização no preparo do solo, no plantio e na colheita, utilização de silos de armazenagem, sistemático acompanhamento de todas as etapas da produção e comercialização por técnicos, engenheiros e administradores. Funciona como uma empresa e sua produção é voltada ao abastecimento tanto do mercado interno quanto do externo. Nas regiões onde se implantou esse sistema agrícola, verificase uma tendência à concentração de terras, na medida em que os produtores que não conseguem acompanhar à elevação dos níveis de produtividade perdem condições de concorrer no mercado e acabam por vender suas propriedades. É o sistema agrícola predominante nos Estados Unidos, 4

5 Canadá, Austrália, União Europeia (com exceção da região mediterrânea) e porções da Argentina e do Brasil (regiões onde se cultivam soja e laranja, por exemplo). A agricultura contemporânea tem passado por grandes mudanças. Mudanças técnicas: grande utilização de energia, água e agrotóxicos (pesticidas etc.), industrialização do processo agrícola, aplicação de adubos químicos, intensificação das pesquisas. Submissão ao grande capital: interferência e domínio das grandes empresas e das multinacionais na comercialização e na industrialização dos produtos agro pecuários. Aumento da produção e de produtores especializados, evolução para a agroindústria e para os complexos agroindustriais. Aperfeiçoamento dos mecanismos de comercialização e de escoamento da produção. Mudanças nas relações de trabalho com especialização de funções nas agroindústrias (diferente do trabalho rural tradicional) e aumento do trabalho assalariado e diarista. A agricultura contemporânea também acarreta o abandono das lavouras de subsistência e o crescente aumento da concentração fundiária. Seus impactos sociais são visíveis: êxodo rural, aumento do número de trabalhadores rurais sem-terra e sua exclusão social e econômica, ocupação de novas terras, conflitos pela pós se da terra, pressão populacional nas cidades e, em alguns países, expulsão de populações nativas ou indígenas etc. Os Alimentos Transgênicos e a Agricultura Orgânica Os organismos geneticamente modificados (OGMs), também chamados de transgênicos, podem ser animais ou plantas que tiveram seus genes modificados ou receberam genes de outros organismos. Nas plantas, essa modificação permite que se obtenha, artificialmente, espécies mais resistentes à pragas, que se adaptem melhor a determinadas características climáticas, que utilizem menor quantidade de agrotóxico ou que tenha o seu valor nutricional modificado. Na prática, isso significa que o cultivo de plantas transgênicas permite redução no custo de produção e menores impactos ambientais em consequência da menor utilização de agrotóxicos, e a produção de alimentos com maior teor de vitaminas que demorem mais para apodrecer. Em contrapartida, como o cultivo de plantas transgênicas vem se expandindo a partir de meados da década de 1990, há uma série de incertezas quanto a sua segurança para os consumidores e o meio ambiente. Como não existem estudos estatísticos de longo prazo, há duvidas sobre a possibilidade de o consumo de alimentos transgênicos provocarem processos mutagênicos e alérgicos e o seu cultivo produzir impactos ambientais negativos, como surgimento de plantas cada vez mais resistentes a herbicidas. A ampla aplicação de modificações genéticas tem, segundo seus defensores, as seguintes vantagens: Econômicas: transformações nos vegetais para torná-los mais rentáveis, eliminando partes que não são economicamente aproveitáveis; criação de plantas adaptadas a diversos ambientes (solo, clima, altitude, luminosidade); criação de novas matérias-primas (alimentos, manufaturas e têxteis); redução do ciclo vegetativo das plantas e da área cultivada. Além disso, a criação de plantas mais resistentes reduziria a necessidade do uso de agrotóxicos e fertilizantes. Científicas: possibilidade de tornar os alimentos mais nutritivos. O aumento da produtividade e da produção acarretaria menores riscos e gastos, a eliminação de trabalhos mais pesados de cultivo e colheita, assim como a não-utilização da terra (muitas plantas poderiam ser produzidas em laboratórios), ainda tão necessária para a agricultura. Os adeptos dessa linha de raciocínio afirmam que os transgênicos resolveriam o problema da fome da humanidade. 5

6 A Expansão do Capitalismo no Campo: A Revolução Verde e a Especialização da Produção A partir da década de 1950, os países capitalistas desenvolvidos intensificaram o processo de industrialização da agricultura no mundo subdesenvolvido como parte da estratégia de revigoramento do sistema capitalista em âmbito mundial. Instituições como a fundação Rockfeller, a Fundação Ford e outras, identificadas com os interesses das empresas transnacionais, divulgaram várias medidas técnicas destinadas a aumentar a produção e a produtividade da agricultura nos países do terceiro mundo, prevendo o uso de sementes híbridas, de máquinas e tratores, fertilizantes e defensivos agrícolas. Foi o que ficou sendo conhecido como REVOLUÇÃO VERDE. INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NA AGRICULTURA TECNOLOGIA A FAVOR DA ECONOMIA corretos. A agricultura de precisão ajuda produtores a aplicar insumos na quantidade e no lugar Fernanda Yonega Quem conhece as vantagens da agricultura de precisão não se arrepende do investimento feito isso porque as ferramentas que a compõem permitem ao produtor monitorar e controlar, com grande precisão, todas as operações realizadas na lavoura, desde o preparo de solo, passando pela necessidade de insumos para cada talhão, até a colheita A grande vantagem é a racionalização do uso de insumos, a partir de dados precisos, diz o professor José, Paulo Molín, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/ USP) Para o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária, João Camargo, a tecnologia garante um tratamento diferenciado da lavoura Com um conhecimento detalhado da área pode-se gerenciá-la melhor. Zonas de manejo A agricultura de precisão utiliza a tecnologia do GPS (Global Position [sic] System), ou Sistema de Posicionamento Global, composto por satélites e que armazena dados nos computadores. Com o auxilio de censores, monitores, controladores, painéis e computadores de bordo, é possível identificar, com exatidão, as deficiências e necessidades do solo. Com essas informações, o produtor sabe onde e quanto aplicar de fertilizantes, pois a área é dividida em zonas de manejo. A partir do cruzamento de informações fornecidas por mapas de amostragem de solo e de produtividade, o produtor sabe as condições exatas da área e onde a produtividade foi maior ou menor. A partir daí, ele adota o sistema de taxas variáveis aplica insumos apenas onde precisa. No sistema tradicional, que utiliza taxas fixas, a lavoura recebe quantidades uniformes de insumos, gerando desperdício, mais custos e problemas ambientais. Uma experiência bem-sucedida vem de Goianésia (GO), com a usina Jailes Machado, que utiliza a tecnologia há três anos. Segundo o gerente agrícola, Rogério Augustc Bremm Soares, o sistema de taxa variável permitiu à empresa diminuir o custo de produção de R$186/hectare para 6

7 R$ 118/hectare. Dos 35 mil hectares da usina, metade utiliza o sistema de taxa variável Com a tecnologia, a usina reduziu em 34,5% a aplicação de calcário. Já o uso de fósforo caiu 38,6%. YONEGA, Fernanda Tecnologia a favor da economia O Estado de S. Paulo, 14 jun p. G12. UMA ALTERNATIVA PARA O CONSUMIDOR VERDE Aline Rochedo O desenvolvimento dos transgênicos abriu uma nova frente no mercado agrícola os produtos orgânicos, cultivados normalmente por pequenos agricultores, com baixa escala, custos e preços maiores. A agricultura orgânica atende uma parcela específica e crescente de consumidores, que rejeitam os produtos geneticamente modificados, o uso de agrotóxicos e apoiam as chamadas técnicas autossustentáveis de produção. A liberação dos transgênicos pode ser um reforço positivo para o mercado de orgânicos, diz o engenheiro agrônomo Ricardo Cerveira, dos Orgânicos Consultores Associados. Mas isso só se tornará um fato quando os diferentes tipos de alimento oferecidos ao mercado forem claramente identificados pela indústria. Atualmente, a área brasileira oficialmente limpa de agrotóxicos e transgênicos hectares representa apenas 0,2% da terra utilizada pela agropecuária no país. Isso sem considerar a reserva de extrativismo, que eleva o número para 6 milhões de hectares. O Brasil ocupa o 5 o lugar do mundo em área certificada de orgânicos, mas sua produção ainda é pequena. O faturamento no país é de 200 milhões de dólares por ano, enquanto os Estados Unidos o maior mercado do mundo movimentam 13 bilhões de dólares O nicho de produtos orgânicos vem crescendo no Brasil a uma taxa anual de quase 50%, o dobro do índice mundial. Como é um mercado novo no país, o crescimento se dá sobre números ainda pequenos, diz Cerveira. No mundo todo, de acordo com estimativa da Fundação Ecologia e Agricultura da Alemanha, são cerca de propriedades e 26,5 milhões de hectares com certificado verde. Em 2004, esse mercado movimentou 26,5 bilhões de dólares. Até 2006, deve chegar a 30 bilhões de dólares, diz Alexandre Harhaly, diretor do Instituto Biodinâmico. Em dezembro de 2003, o governo brasileiro reconheceu oficialmente o setor de orgânicos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei n , que definiu o que é produção orgânica acabando com a confusão de conceitos e estabeleceu as diretrizes para organizar a produção, a certificação e a comercialização desses produtos em todo o país. Falta, agora, regulamentar a lei. A produção brasileira de orgânicos já começa a conquistar espaço no exterior. A Usina São Francisco, do grupo Balbo, de Sertãozinho (SP), detém mais de 33% do comércio mundial de açúcar orgânico. Os hectares cultivados com cana orgânica renderam, na última safra, sem irrigação, 107 toneladas por hectare, ante a média paulista de 86,5 toneladas nas áreas de plantio convencional. Temos potencial para chegar a 347 toneladas por hectare, diz Leontino Balbo, diretor da usina. As vendas de produtos verdes da marca Native além de açúcar, inclui café, achocolatado e suco de laranja rendem cerca de 25 milhões de reais por ano, 10% da receita do grupo. Exportamos produtos industrializados e fornecemos ingredientes de 120 itens para 40 países, diz Balbo. A escala atingida pela usina São Francisco é uma realidade distante para a maioria dos produtores orgânicos. Cerca de 80% deles têm o perfil de agricultura familiar. Muitos dependem da venda direta ao consumidor. O principal canal de vendas, no entanto, são os supermercados, com 45% do total dos negócios. A rede Pão de Açúcar vende orgânicos há dez anos. Hoje suas lojas oferecem café, açúcar, leite, feijão, achocolatados e mel certificados. O sortimento de frutas ainda é pequeno, porque há poucos bons fornecedores, diz Leonardo Miyao, diretor de horti-fruti do Pão 7

8 de Açúcar. Nas lojas da rede em São Paulo, os orgânicos ocupam 2% da seção de legumes, frutas e verduras. ROCHEDO, Aline. Uma alternativa para o consumidor verde. Guia Exame Agronegócio 2005 Agroexame. São Paulo: Abril, ago. 200F p Adap.: GUIA Exame Agronegócio Agroexame. São Paulo: Abril. ago p. 29. Subnutrição, Porque Existe Fome no Mundo? No final da década de 1940, enquanto muitos países se recuperavam dos danos causados pela Segunda Guerra Mundial, outros ainda lutavam contra o imperialismo, sobretudo o europeu. Nessa época, a desnutrição e a fome que atingiam grandes parcelas da população da África, Ásia, América Latina, ganharam repercussão mundial. Mais tarde, já na década de 1960, as elevadas taxas de crescimento vegetativo nos países subdesenvolvidos criaram um cenário sombrio. Uma visão malthusiana, especulava-se que a produção de alimentos não seria suficiente para nutrir a população mundial, e a fome atingiria um número cada vez maior de pessoas de países e de regiões mais pobres. Atualmente, constata-se que apesar de a fome ainda fazer sofrer milhões de pessoas, as especulações feitas no passado não se concretizaram. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a ingestão média de alimentos e o nível de vida da população mundial têm melhorado, embora lenta e desigualmente. Mais de 800 milhões de pessoas sofrem de desnutrição crônica, ou seja, não ingerem o número mínimo de calorias necessárias ao fornecimento de energia para o corpo. Se considerarmos as pessoas que ingerem apenas esse mínimo, mas então subnutridas por não terem acesso a uma alimentação balanceada- com cereais, verduras, legumes, frutas, leite e carne-, a cifra sobe para mais de 2 bilhões. A África subsaariana, apesar de leve queda, é a região com maior concentração de famintos nos mundo. Nas ultimas décadas, embora a área cultivada não tenha apresentado crescimento expressivo, a agricultura mundial obteve grande aumento de produtividade. Isso ocorreu graças ao desenvolvimento de novas tecnologias aplicadas a produção e ao aprimoramento de outras já existentes: mecanização, irrigação, seleção de sementes, utilização de adubos e inseticidas, correção de solos, biotecnologia, monitoramento por satélite etc. Esse avanços embora desiguais no espaço geográfico, permitem que a atual produção mundial de alimentos seja suficiente para abastecer cerca de 9 bilhões de pessoas, quase 50% a mais do que a população atual, mas, a subnutrição atinge milhões de pessoas. 8

9 Produção agrícola é o total produzido em uma área; produtividade agrícola é a relação entre a produção e a área, ou seja, quanto foi produzido em determinada área. AGROSSISTEMA ALTERNATIVO Os agrossistemas alternativos também são plurais, isto é, diversificados. Fala-se muito em agricultura orgânica, ecológica, sustentável, etc. O que há em comum é que todas as variantes da agropecuária alternativa procuram evitar os problemas sociais e ambientais ocasionados tanto pela agricultura tradicional quanto, principalmente pela moderna. Procura-se, assim, uma maior harmonia com a natureza, sem agredi-la. Restringe-se o uso de adubos químicos- alguns até dizem que eles nunca devem ser utilizados-, dando-se preferência aos orgânicos (esterco, resto de vegetais), que são naturais e não provocam grandes impactos ambientais. Isto é, em geral não contaminam os alimentos nem poluem as águas. Os agrotóxicos também são evitados ou então abolidos em algumas experiências mais radicais, dando-se preferência ao controle biológico de pragas. O controle biológico consiste em pesquisar e introduzir inimigos naturais dos agentes patogênicos, Isto é, organismos que são predadores desses agentes e, ao mesmo tempo, não prejudicam as plantações ou o gado. Plantas ou animais transgênicos, também, são descartados pela agropecuária alternativa ou natural. Geralmente, os agrossistemas alternativos praticam a policultura (ou seja, cultivos de vários produtos), e nunca a monocultura. Em muitos casos, eles são de subsistência, mas, a agricultura alternativa comercial está se expandindo bastante nos últimos anos. Até mesmo a questão social costuma ser levada em consideração: as agriculturas alternativas fazem uso intensivo de mão de obra, procurando evitar a utilização de máquinas, o que contribui para empregar mais pessoas no campo e, assim, diminuir o êxodo rural e o desemprego. Em resumo, os principais objetivos desse sistema agrário são: A produção de alimentos com meio ambiente, evitando os impactos negativos e a perda da biodiversidade; E uma parcela de contribuição para resolver o problema do desemprego, que vem se agravando na sociedade moderna. A Agricultura nos Desertos Quentes Fonte: ickr.com Até poucas décadas atrás, a agricultura nos desertos quentes esteve restrita aos oásis, onde se pratica até hoje um sistema de rotação de culturas (tamareiras, trigo, centeio, alguns legumes e frutas) com baixa rentabilidade. 9

10 Entretanto, nos dias de hoje, em algumas áreas desérticas do planeta, obtém-se elevados índices de produtividade e rentabilidade, através da instalação de eficientes sistemas de irrigação. É o que se verifica nos desertos de Negev (Israel), da Califórnia (Estados Unidos), de Sonora e de Chihuahua (México), de Talara e de Piura (Peru) e na porção egípcia do Saara. No Brasil, destacam-se as regiões semiáridas do vale do São Francisco e norte de Minas Gerais. Nessas áreas, investiram-se grandes capitais e a produção voltou-se para o mercado mundial. O baixo custo do fator terra viabiliza maciços investimentos voltados para a modernização agrícola e a expansão da área cultivada. Cinturão Verde e Bacias Leiteiras Ao redor dos grandes centros urbanos, onde a terra é valorizada, pratica-se agricultura e pecuária intensivas para atender às necessidades de consumo da população local. Nessas áreas, produzem-se hortifrutigranjeiros e cria-se gado para a produção de leite e laticínios em pequenas e médias propriedades, com predomínio da utilização de mão de obra familiar. Após a comercialização da produção, o excedente obtido é aplicado na modernização das técnicas. III. Latifúndios, Agronegócios e Minifúndios. O tamanho das propriedades também é um critério fundamental para classificar os sistemas agrários. Costuma-se reconhecer três tamanhos principais: AS GRANDES PROPRIEDADES: representadas pelos latifúndios e agronegócios Os latifúndios: Os latifúndios correspondem a grandes propriedades dedicadas a uma produção voltada para o mercado interno ou externo, nas quais a produção é realizada por uma força de trabalho que pode ser classificada em cinco tipos: o morador ou agregado, o parceiro, o trabalhador assalariado, o diarista ou o boia-fria, arrendatários, trabalho infantil, escravidão por divida, entre outros. MORADOR OU AGREGADO Esse tipo de trabalhador rural estabelece-se com sua família no latifúndio para plantar sua roça de subsistência, mas em condição de prestar certo número de dias de trabalho da semana na grande lavoura do dono da terra. O PARCEIRO Trata-se de um tipo de trabalhador que, mediante um acordo realizado com o proprietário da terra, utiliza a propriedade como um todo e divide com este a produção obtida na proporção previamente combinada. O TRABALHO INFANTIL A Constituição brasileira estabelece a idade mínima de 16 anos para que uma criança ingresse no mercado de trabalho, assim como o Estatuto da Criança e do Adolescente proíbe qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz. Apesar dessas proibições, o trabalho infantil no Brasil concentra-se, especialmente, no setor agrícola (80,4% das crianças 10

11 ocupadas de 5 a 9 anos de idade, em 1999); em pequenos empreendimentos familiares, não é remunerado. A ESCRAVIDÃO POR DÍVIDA Como já estudamos anteriormente, trata-se do aliciamento de mão de obra, através de promessas mentirosas. Ao entrar na fazenda, o trabalhador é informado de que está endividado e, como seu salário nunca é suficiente para quitar a dívida, fica aprisionado sob a vigilância de jagunços fortemente armados. TRABALHADOR ASSALARIADO Esse trabalhador, que caracteriza as relações capitalistas de trabalho, recebe um pagamento mensal em dinheiro para prestar serviços na propriedade rural. É um trabalhador permanente, tendo ou não sua carteira de trabalho assinada. DIARISTA OU BOIA-FRIA É o trabalhador rural temporário assalariado. O ARRENDATÁRIO Aquele que arrenda ou aluga a terra de um proprietário mediante o pagamento em dinheiro, em produtos ou ainda pela prestação de serviços Os Agronegócios : Quando ouvimos falar em produção agrícola, logo pensamos nos alimentos que consumimos em nosso dia a dia, tanto in natura, quanto industrializados. Contudo, a madeira dos móveis, o algodão das roupas, a essência dos sabonetes, boa parte da matéria-prima dos remédios e até mesmo uma parte da energia que consumimos têm origem na agropecuária. Além de fornecer alimentos, as atividades agrícolas são responsáveis pela produção de matérias-primas industriais e energia (biomassa) para abastecer a zona rural e a urbana. Devido a elevada mecanização, promove uma redução do número de trabalhadores rurais, aumentando a qualificação do trabalho e a produtividade agrícola. No Brasil, a partir da década de 1970, houve crescimento da atividade agroindustrial, com destaque para a produção e beneficiamento de café, soja, laranja e cana-de-açúcar, além da criação de animais. Porém a explosão do agronegócio só ocorre na década de 90 do século XX. A agroindústria se articula com vários setores industriais, tais como o de embalagens e o de insumos (inseticidas, adubos, rações, produtos veterinários), sistemas de irrigação, máquinas e tratores diversos etc. Além disso, ela produz matérias-primas para indústria têxteis, químicas- farmacêuticas, vestuários, de calçados etc. A importância econômica da rede de relações que se estabelece ao redor das atividades agrícolas é demonstrada por alguns números do setor. Em 2005, a agropecuária foi responsável por aproximadamente 6% do PIB brasileiro (os valores do PIB aqui citados são anteriores à mudança na metodologia de cálculos pelo IBGE, ocorrida em 2007), mas se considerarmos todas as atividades industriais, comerciais, financeiras e demais serviços vinculados ao setor - os agronegócios -, a participação do complexo agroindustrial sobe para cerca de 35% do PIB o que contribui muito para as exportações do país. 11

12 O mesmo ocorre nos países desenvolvidos onde a agropecuária produz em média 3% do PIB, mas cujos agronegócios são responsáveis por cerca de um terço dele. É por essa razão que o setor, tanto nos Estados Unidos quanto na União Europeia, é fortemente subsidiado. Além disso, há muitas barreiras tarifárias e não tarifárias, que dificultam as importações de bens agrícolas, atingindo o Brasil e outros países. 2. As pequenas propriedades-minifúndios. Não é fácil definir com precisão o que é uma grande ou uma pequena propriedade rural, pois, isso varia bastante em função da realidade nacional, e às vezes, até o local. Agropecuária Brasileira Ao lermos os jornais e assistirmos à televisão, é comum aparecerem notícias boas e ruins sobre as várias questões do campo no Brasil: concentração de terras, precariedade das relações de trabalho, surgimento de focos de febre aftosa, queda ou aumento da produção e exportação agrícolas entre outras. A Estrutura Fundiária Neste gráfico, observamos a estrutura agrária (ou fundiária) do Brasil, expressa por número, tamanho e distribuição das propriedades rurais do país. (Dados até 1995, quando foi realizado o último censo agropecuário). Denomina-se estrutura fundiária a forma como as propriedades agrárias de uma área ou país estão organizados, isto é, seu número, tamanho e distribuição social. 12

13 Como se vê um dos grandes problemas agrários do Brasil é a sua estrutura fundiária, na qual existe uma grande concentração da propriedade. A maior parte das terras ocupadas e os melhores solos encontram-se nas mãos de um pequeno número de proprietários - os latifundiários -, muitas vezes com enormes áreas ociosas, não utilizadas para a agropecuária, apenas à espera da valorização, ao passo que um imenso número de pequenos proprietários possui áreas ínfimas - os chamados minifúndios -, insuficientes para garantir-lhes, um nível de vida decente e com boa alimentação. Essa concentração da propriedade fundiária tem aumentado muito ao longo dos anos. Porque isso ocorre? A partir de 1970, começou uma expansão das fronteiras agrícolas do país em direção à Amazônia, com a ocupação de terras devolutas, a derrubada da mata e o estabelecimento da lavoura ou da pecuária. Em boa parte, essa ocupação da terra é apenas formal, com a empresa conseguindo o titulo de propriedade da área e deixando-a ociosa à espera de valorização. Mas essa expansão das áreas ocupadas pela agropecuária acabou agravando ainda mais o problema da estrutura fundiária, já que o tamanho médio das propriedades que ocupam a maior parte das novas terras é enorme, constituindo, de fato, autênticos latifúndios. VESENTINI, José William. Geografia: o mundo em transição. São Paulo: Ática, As pequenas propriedades rurais concentram-se principalmente no sul do Brasil; nelas predomina o trabalho familiar e, em geral, apresentam grande eficiência produtiva. Embora ocupem parcela tão reduzida da área agrícola do país, esses estabelecimentos são mais bem aproveitados do que os latifúndios, ou seja, são menos ociosos. São responsáveis por grande parte das chamadas culturas de alimentação básica ou de subsistência (arroz, feijão, milho etc.), sustentando a atividade produtiva agrícola do país e fornecendo alimentos para a população. Os pequenos agricultores estão abandonando as atividades agrícolas (150 mil famílias saem anualmente do meio rural), principalmente devido à ausência de uma política de fixação à terra e às dificuldades encontradas (juros altos, preços elevados dos insumos, dificuldades de transporte e de comercialização). Por outro lado, muitos desses estabelecimentos de pequenas dimensões e explorados com técnicas rudimentares não conseguem assegurar a subsistência do agricultor e sua família. A modernização acelerada da agricultura e a pobreza nas áreas rurais ocasionaram o êxodo rural (deslocamento de pessoas das áreas rurais para as urbanas), gerando pressão nas cidades e um processo de urbanização caótico e acelerado. Os problemas dos migrantes do meio rural (subemprego, pobreza, baixa instrução) são transferidos para as grandes metrópoles, agravando o quadro da exclusão social urbana. O maior contingente do êxodo rural é formado pelos trabalhadores assalariados, que são expulsos do meio em que viviam por vários fatores: mecanização agrícola, falta de oportunidades no campo (acesso à terra, escola, moradia, profissões), além dos desastres naturais, como secas e inundações, entre outros. Módulo Rural-Módulo Fiscal 1. O que é propriedade familiar? O inciso II, do art. 4 o, do Estatuto da Terra (Lei 4504/64), define como propriedade familiar o imóvel rural que, direta e pessoalmente explorado pelo agricultor e sua família, lhes absorva toda a força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência e o progresso social e econômico, com área máxima fixada para cada região e tipo de exploração, e, eventualmente, trabalhado com a ajuda de terceiros. 13

14 2. O que é módulo rural? O conceito de módulo rural é derivado do conceito de propriedade familiar, e, em sendo assim, é uma unidade de medida, expressa em hectares, que busca exprimir a interdependência entre a dimensão, a situação geográfica dos imóveis rurais e a forma e condições do seu aproveitamento econômico. Definir o que seja propriedade familiar é fundamental para entender o significado de módulo rural. 3. Qual é a aplicação do módulo rural? O módulo rural, atualmente, é utilizado para: Definir os limites da dimensão dos imóveis rurais no caso de aquisição por pessoa física estrangeira, residente no País. Neste caso, utiliza-se como unidade de medida o módulo de exploração indefinida. Cálculo do número de módulo do imóvel para efeito do enquadramento sindical. Definir os beneficiários do Fundo de Terras e da Reforma Agrária Banco da Terra, de acordo com o inciso II, do parágrafo único do art. 1 o, da Lei Complementar n o 93, de 4 de fevereiro de O que é módulo fiscal? Unidade de medida expressa em hectares, fixada para cada município, considerando os seguintes fatores: tipo de exploração predominante no município; renda obtida com a exploração predominante; outras explorações existentes no município que, embora não predominantes, sejam significativas em função da renda ou da área utilizada; e conceito de propriedade familiar. 5. Qual é a aplicação do módulo fiscal? O módulo fiscal serve de parâmetro para classificação do imóvel rural quanto ao tamanho, na forma da Lei n o 8629, de 25 de fevereiro de Pequena propriedade o imóvel rural de área compreendida entre 1 (um) e 4 (quatro) módulos fiscais. Média propriedade o imóvel rural de área superior a 4 (quatro) e até 15 (quinze) módulos fiscais. INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E FORMA AGRÁRIA (INCRA). Disponível em. sociais/modulorural.pdf. Acesso em: 2. out

15 Caminhão na rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém), em Os grandes problemas da agricultura brasileira são a carência, a precariedade e a má conservação da infraestrutura de transportes para o escoamento da produção. A modernização dos sistemas de transportes promove aumento da oferta de alimentos no mercado interno e da competitividade da produção nacional no mercado externo. Serve também de parâmetro para definir os beneficiários do Pronaf (pequenos agricultores de economia familiar, proprietários, meeiros, posseiros, parceiros ou arrendatários de até 4 (quatro) módulos fiscais). [...] A Subutilização da Terra Segundo o IBGE, o território brasileiro possui ,79 km2, em que estão incluídos cerca de km2 correspondentes a águas internas, formadas por rios e lagos. A área total do território brasileiro, excetuando-se a área das águas internas, é de km-, que transformados em hectares correspondem a 845,8 milhões de hectares. Desse total, 415,5 milhões de hectares referem-se à área total dos imóveis rurais no Brasil. O restante 430,3 milhões de hectares corresponde às terras públicas de propriedade dos governos federal e estadual, sendo que a maior parte delas encontra-se na região amazônica. Nas terras públicas, estão incluídos cerca de 100 milhões de hectares pertencentes aos povos indígenas; dos quais, uma parte já está demarcada, enquanto outra se encontra em várias fases, como o processo de demarcação e de identificação. Lembramos que, de acordo com o Código Civil, os indígenas não têm propriedade de terra; esta pertence à União, que lhes assegura a posse e o usufruto da fauna, da flora, das jazidas minerais, da água e dos demais recursos contidos nas áreas por eles ocupadas. O INCRA conceitua as áreas quanto à sua exploração da seguinte forma: área explorável: somatório da área explorada e de área explorável mas não utilizada; área explorada: conjunto de áreas com culturas reflorestadas, essências nativas, extração vegetal, pastagem e exploração granjeira ou agrícola; área explorável não utilizada: área aproveitável, mas não utilizada. Dos 3,5 milhões de imóveis rurais cadastrados pelo INCRA, que ocupam uma área total de 415 milhões de hectares, 323 milhões de hectares são exploráveis o que corresponde a cerca de 78%. 15

16 Desse total, 249 milhões de hectares (ou seja, 77%) é explorada, sendo que quase 74 milhões de hectares (cerca de 22%) representam áreas exploráveis não utilizadas, demonstrando que há subutilização da terra no Brasil. Do total de área explorável não utilizada, cerca de 50% localiza-se na Região Norte, 26% na Região Nordeste, 2,9% na Região Sudeste, 3,7% na Região Sul e 17,4% na Região Centro-Oeste. Mesmo considerando que desse total os 50%, de terras ociosas da Região Norte são de difícil acesso, os 37, milhões de hectares restantes são de uma grandeza invejável, que muitos países não possuem. Essa cifra é aproximadamente 20% menor que a área total de terras utilizadas pelas lavouras permanentes e temporárias no Brasil, calculadas em 46,7 milhões de hectares. Diante disso, podemos ver que o Brasil está desperdiçando áreas exploráveis, que poderiam elevar a nossa produção agrícola em quase o dobro, considerando-se a produtividade média atual das lavouras brasileiras. O desperdício pode ser verificado também no que se refere à população, já que existem em nosso país cerca de 4,3 milhões de famílias de trabalhadores rurais sem-terra (incluindo arrendatários, meeiros, parceiros, posseiros, minifundiários e trabalhadores rurais assalariados). Portanto, é inadmissível que o Brasil possua terras ociosas e ao mesmo tempo tenha um elevado contingente populacional de trabalhadores rurais vivendo em situação de miséria, desesperança e fome. 16

17 Dessa forma, faz-se necessários nos perguntarmos novamente: que modelo de crescimento ou desenvolvimento é esse que, no lugar de incorporar à economia os despossuídos da sociedade brasileira, leva-os mais ainda à exclusão? Sabemos que é possível um modelo que inclua a todos, porém ele esbarra em interesse de grupos que freiam, a todo custo, modelos que não os beneficiem ou que afetem seus privilégios. Esse é o caso, por exemplo, da reforma agrária que poderia, sem dúvida, incorporar ou integrar milhões de pessoas à sociedade e ao mercado, garantindo-lhes direitos, cidadania, renda, segurança alimentar, isto é, acesso a alimentos em quantidade e qualidade suficientes para o desempenho de uma vida saudável. A reforma agrária implicaria o fortalecimento da agricultura familiar e, em consequência, o aumento da oferta de alimentos, sem prejuízos à agricultura patronal ou empresarial. Também fortaleceria o próprio capitalismo, pois a sua lógica, como já apontamos, tem por base produzir, fazer consumir mais para continuar a produzir mais. TRABALHADORES RURAIS Segundo último senso Agropecuário, no período de houve uma redução de 5,4 milhões de trabalhadores agrícolas. Nesses 11 anos, em termos absolutos, a redução foi de 23 milhões para 17,9 milhões, em razão da modernização da agricultura. E - Em 1995, cerca de 81% desses trabalhadores estavam m propriedades com o máximo de 100 hectares, há predomínio e pequenos proprietários que utilizam mão de obra familiar. 17

18 O censo, porém, não teve condições de coletar dados obre os trabalhadores rurais sem-terra, porque muito deles oram na periferia das cidades. Ao longo da história brasileira, o trabalhador rural e o pequeno proprietário rural têm sido excluídos dos planos governamentais de desenvolvimento social e econômico, sobretudo durante a ditadura militar. Nessa época, valorizou-se a expansão da agricultura de exportação, realizada em grandes propriedades. Muitos pequenos proprietários, sem acesso a financiamentos bancários a juros subsidiados e a programas de assistência técnica, foram levados a mudar do campo, deslocando-se para a periferia das grandes cidades. A esse grupo somam-se aqueles que perderam seus postos de trabalho, substituídos pela mecanização agrícola. Pessoas que ocupam uma fazenda em Euclides da Cunha Paulista (SP), em Fonte: VESENTINI, José William. Geografia: o mundo em transição. São Paulo: Ática, P. 594 Vista do Assentamento Casa Verde, em Nova Andradina (MS), em Fonte: VESENTINI, José William. Geografia: o mundo em transição. São Paulo: Ática, P. 594 Assim, aumenta o número dos sem-terra: trabalhadores rurais desempregados, boias-frias, parceiros, arrendatários e outros. A maioria se organizou no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-terra - MST-, fundado em Cascavel (Paraná) em Reivindicaram ao governo o acesso à terras cultiváveis, moradia, serviços públicos de educação, saúde e transporte, financiamentos e assistência técnica. Esse movimento atingiu projeção nacional especialmente no fim dos anos 1990, chegando a interferir na política governamental para acelerar o ritmo dos assentamentos. 18

19 Fonte: MOREIRA, João Carlos; DE SENE, Eustáquio. Geografia para ensino médio: Geografia Geral do Brasil. São Paulo: Scipione, P. 233 Os conflitos fundiários, nas últimas décadas do século XX, espalharam-se por todas as unidades políticas do país. Nem mesmo a expansão da grande fronteira agrícola (espaço em processo de ocupação pela agropecuária) da Amazônia, na década de 1970, foi capaz de atenuar o grave problema dos trabalhadores sem-terra. Houve, de fato, uma multiplicação de pequenos estabelecimentos rurais na Amazônia. No entanto, os grandes estabelecimentos, sobretudo, aqueles ligados às empresas nacionais e estrangeiras, cresceram bem mais do que os pequenos, beneficiados pela legislação e por incentivos governamentais. Muitos dos pequenos estabelecimentos (pequenos posseiros, terras indígenas) foram incorporados ou eliminados pelos grandes. No processo de expansão da fronteira agrícola, para formar as fazendas, houve um intenso movimento de grilagem, ou seja, apropriação de terras por meio de falsificação de documentos ou de subornos dos responsáveis pela regularização fundiária. Há grileiros que agem a mando de grandes proprietários rurais, ocupando terras de posseiros e de indígenas. ESTATUTO DA TERRA Francisco Graziano Neto Agrônomo e doutor em Administração, lecionou Economia Rural na Universidade Estadual Paulista (UNESP), exerceu a presidência do INCRA e foi secretário da Agricultura do estado de São Paulo. Temerosos com a expansão da Revolução Cubana, ocorrida em 1959, os Estados Unidos formularam a Aliança para o Progresso, política que estimulava reformas nas estruturas agrárias dos países latino-americanos, visando constituir uma vigorosa classe média rural no campo. Com anseios capitalistas e aspirações consumistas, essa classe média seria o melhor freio à revolução comunista oligarquia na América Latina. Em outras palavras, era preferível à rural entregar os anéis que os dedos. 19

20 O Estatuto da Terra, como é conhecida a Lei 4504/64, promulgada no governo de Castelo Branco, representou a expressão máxima dessa visão reformista defendida na época. O Estatuto propunha uma solução democrática a opção socialista. Procurava, dessa forma, impulsionar o desenvolvimento do capitalismo no campo. Mas a propalada democratização da posse da terra não ocorreu. Nem mesmo sendo a reforma agrária proposta para fortalecer o capitalismo contra a expansão do socialismo na América Latina. A maioria dos países ensaiou quase todos eles elaboraram planos, fizeram discursos, mas a redistribuição das terras nunca saiu do papel para valer. Ao contrário da divisão da propriedade, o capitalismo impulsionado pelo regime militar após 1964 promoveu a modernização do latifúndio através do crédito rural subsidiado e abundante. Toda a economia brasileira cresceu vigorosamente, urbanizando-se e industrializando-se, sem necessitar democratizar a posse da terra, nem precisar do mercado interno rural. Era o mundo se globalizando, promovendo uma nova divisão internacional do trabalho. O projeto de reforma agrária foi, assim, esquecido. O resultado é que as estruturas agrárias dos países da América Latina, com o Brasil na liderança, continuaram extremamente concentradas. Permaneceu o problema clássico: muita terra na mão de pouca gente, muita gente com pouca terra. De econômico, o problema da terra virou social. A industrialização e o crescimento econômico não precisaram da reforma agrária para se efetivar. Isso é uma verdade histórica que desmentiu os economistas de esquerda da época, que incluíam os desenvolvimentistas. Mas restou o argumento ideológico: é uma grande injustiça a miséria que existe no campo, e essa deve-se à má distribuição das terras. Assim o problema da terra foi trazido aos nossos dias. Como uma revolta da cidadania às injustiças sociais. Embora se argumente ainda com as razões econômicas da reforma agrária, mudou o eixo da discussão principal. Uma Reforma Insuficiente GRAZIANO, Francisco. Estatuto da Terra. In: Brasil em foco 2000 (CD-ROMJ). Brasília: Ministério das Relações Exteriores. São Paulo: Terceiro Nome, O agravamento dos problemas do campo, sobretudo, o aumento dos trabalhadores rurais semterra, organizados em um movimento cada vez mais atuante o MST, fez aumentar o clamor pela reforma agrária. A política governamental de impor pesada taxação às terras improdutivas e desestimular, com isso, a especulação imobiliária, tem dado poucos resultados. Além disso, permanece elevada a percentagem de terras não produtivas. Diante dessa realidade, aumentam as pressões pela redistribuição fundiária, a ser feita à custa de desapropriações de terras, ao lado da ocupação de áreas devolutas. Pela Constituição, promulgada em 1988, só podem ser desapropriadas pela União, para fins de reforma agrária, os imóveis que não cumprirem sua função social. Diz a Carta Magna que a função social da propriedade é cumprida quando ela é aproveitado de modo racional e adequado, os recursos naturais são devidamente utilizados, o meio ambiente é preservado, as leis trabalhistas são cumpridas e a terra é explorada de modo que sua exploração favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. Além disso, um imóvel só pode ser desapropriado se estiver classificado como grande propriedade (com mais de 15 módulos fiscais) e desde que não seja produtivo. A classificação de uma propriedade em produtiva ou não produtiva, excluindo-a ou tornando-a legalmente passível de desapropriação, dá origem a discussões, até mês mo na Justiça. A possibilidade de questionar em juízo a classificação feita pelo INCRA permite que muitos latifundiários evitem ou retardem a desapropriação de suas terras. Apesar disso e das resistências políticas da chamada classe ruralistas, a reforma agrária tem avançado, embora timidamente, ganhando alguma celeridade quando aumentam as pressões reivindicatórias do MST, principalmente por meio da ocupação de terras desapropriáveis. De 1985 ao 20

21 ano 2000, o INCRA promoveu o assentamento de 577 mil famílias de sem-terra cadastra das no Programa Nacional de Reforma Agrária; 70% desses assentamentos foram feitos a partir de Mas isso tem sido insuficiente, como denotam os conflitos no campo, cada vez mais agudos. A reforma agrária na Constituição de 1988 Art Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será prevista em lei. Parágrafo 1 o As benfeitorias úteis e necessárias serão pagas em dinheiro. [...] Art São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária: I a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra; II a propriedade produtiva. [...] Art A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: I aproveitamento racional e adequado; II utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. [...] Art A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária. [...] Art Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária receberão títulos de domínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos. CONSTITUIÇÃO da República Federativa do Brasil. São Paulo: Saraiva, p Reforma Agrária e Desenvolvimento A maior parte dos pobres cerca de três quartos, na maioria dos países em desenvolvimento depende da agricultura para a sua subsistência. O crescimento da produtividade agrícola de pequena dimensão foi um fator essencial na redução da pobreza em países como China, Japão e Coreia do Sul. A melhoria da produtividade da agricultura de pequena dimensão faz mais do que beneficiar os agricultores. Cria também empregos dentro e fora dos pequenos e médios 21

22 estabelecimentos rurais e reduz os preços de alimentos, fibras têxteis e madeira para o construção de moradias. Os países do leste asiático reduziram a pobreza primeiramente por meio da intensificação agrícola e posteriormente pelo desenvolvimento industrial intensivo em mão de obra. ONU/PNUD. Relatório do desenvolvimento humano, Nova York/Lisboa, Tricontinental, Nossa Produção Agropecuária PRODUÇÃO AGRÍCOLA MUNICIPAL. Culturas temporárias e permanentes Disponível em: Acesso em 9 nov O Brasil se destaca no mercado mundial como exportador de alguns produtos agrícolas e agroindustriais (cafés, açúcar, soja e seus derivados, suco de laranja e carnes). No entanto, para abastecer o mercado interno de consumo, há necessidade de importação de muitos produtos, com destaque para o trigo, cuja área plantada foi reduzida ao longo da década de Em 1990, foi quebrado o monopólio da comercialização exercida pelo Banco do Brasil e, a partir de então, os moinhos de trigo ficaram livres para comprar produtos de qualquer fornecedor nacional ou estrangeiro. Como a produção de trigo da Argentina, Canadá e EUA recebem fortes subsídios governamentais para exportação, o produto importado chega ao Brasil mais barato do que o nacional. Apenas recentemente, com a adaptação genética do trigo ao clima tropical dos cerrados, houve redução nos custos de produção e a área de cultivo vem apresentando lenta expansão. A soja, principal item de cultivo, tem cerca de metade de sua produção consumida internamente (ração, óleo comestível e matéria-prima para diversos produtos industrializados), e a outra metade para exportação. 22

23 A produção de milho embora ocupe o segundo lugar em área cultivada, não é suficiente para abastecer o mercado interno, sendo necessário recorrer à importação. Ele é largamente utilizado na produção de ração para bovinos, suínos, aves e outros animais e como matéria-prima de alimentos industrializados (óleo comestível, farinha, flocos de milho etc.). A exemplo da agricultura, a pecuária registra um crescimento espetacular. De 1990 a 2003, a produção de carne bovina aumentou 85,2% - ou 6,1% ao ano -, passando de 4,1 para 7,6 milhões de toneladas. Nesse período, a suinocultura cresceu 173,3%, ou 12,4% ao ano. A produção de carne suína saltou de 1 para 2,87 milhões de toneladas. O complexo carnes, que inclui outros tipos do produto, também investe em pesquisa, por intermédio do melhoramento genético, e na certificação de origem do produto. Tudo para oferecer aos consumidores alimentos seguros e de alta qualidade, como o chamado boi verde, um animal alimentado apenas com pastagem, muito diferente dos sistemas mantidos em outros países produtores. Fonte: MOREIRA, João Carlos; DE SENE, Eustáquio. Geografia para ensino médio: Geografia Geral do Brasil. São Paulo: Scipione, 2002 Pecuária bovina, em Itapetina (SP), em A alimentação com reação diminui os tempos de engorda e abate o gelo, mas, no Brasil, o rebanho bovino para produção de carne é alimentado em pastos naturais ou cultivado. Nas grandes propriedades, a mecanização da produção reduz a necessidade de mão de obra. Na foto, corte mecanizado de cana-de-açúcar em Sertãozinho (SP), em Fonte: MOREIRA, João Carlos; DE SENE, Eustáquio. Geografia para ensino médio: Geografia Geral do Brasil. São Paulo: Scipione, P. Dono do maior rebanho bovino comercial do mundo, o Brasil tem mais de 83% das suas 183 milhões de cabeças em áreas livres da febre aftosa, uma doença altamente contagiosa e economicamente devastadora. O país também é considerado pelo Comitê Veterinário da União Europeia como área de risco desprezível para a ocorrência do chamado mal da vaca louca, a doença que dizimou populações inteiras na Europa e chegou recentemente ao continente americano. Ao mesmo tempo, a maior parte do território brasileiro está livre de doenças como Newcastle, que pode exterminar plantéis inteiros de frangos e até mesmo contagiar o homem, e a peste suína clássica, letal para animais jovens. O país também não registra qualquer caso de influenza aviária, a chamada gripe do frango, um vírus altamente contagioso que tem infectado aves na Ásia, América do Norte e Europa. 23

24 No setor avícola, o país é o segundo maior do mundo. Em suínos, tem a terceira maior população do globo. Site: A SUPERPRODUÇÃO BRASILEIRA: O desempenho da agropecuária brasileira é incomparável. Nenhum outro país do mundo teve um crescimento tão expressivo na agropecuária quanto o Brasil, nos últimos anos. A safra de grãos, por exemplo, saltou de 57,8 para 123,2 milhões de toneladas entre as safras 1990/1991 e 2002/2003. Nesse período, a evolução da pecuária também foi invejável, com destaque para a avicultura, cuja produção aumentou 234% - ou incríveis 16,7% ao ano -, passando de 2,3 para 7,8 milhões de toneladas. Não é por acaso, portanto, que o setor, dono de uma alta produtividade, excelente nível sanitário e alta tecnologia, tem atraído cada vez mais investimentos internacionais nos últimos anos. De 1990 para cá, a produção de grãos no Brasil cresceu 131%. Nesse período, a área plantada ampliou-se apenas 16,1%, passando de 36,8 para 43,9 milhões de hectares. A abundância foi obtida, portanto, graças ao aumento de 85,5% no índice de produtividade nessas últimas 13 safras. O rendimento das principais culturas agrícolas saltou de 1,5 para 2,8 toneladas por hectare. Por trás desse avanço, estão as digitais da pesquisa agropecuária, responsável pelo desenvolvimento de 529 novos cultivos adaptados especificamente a cada clima e solo nas principais regiões produtoras do Brasil. Pesaram também o emprego de técnicas mais avançadas e ambientalmente corretas, como o plantio direto na palha, e o trabalho de correção de solos e recuperação de áreas degradadas de pastagens e outras culturas. Com pelo menos 90 milhões de terras agricultáveis, ainda não utilizadas, o Brasil pode aumentar em, no mínimo, três vezes sua atual produção de grãos, saltando dos atuais 123,2 para 367,2 milhões de toneladas. Esse volume, porém, poderá ser ainda maior, considerando-se que 30% dos 220 milhões de hectares hoje ocupados por pastagens devem ser incorporados à produção agrícola em função do expressivo aumento da produtividade na pecuária. O país tem condições de chegar facilmente a uma área plantada de 140 milhões de hectares, com a expansão da fronteira 24

25 agrícola no Centro-Oeste e no Nordeste. Tudo isso sem causar qualquer impacto à Amazônia e em total sintonia e respeito à legislação ambiental. ÁLCOOL E AÇÚCAR Introduzida no Brasil para consolidar a colonização portuguesa e, ao mesmo tempo, garantir grandes lucros à metrópole, a cana-de-açúcar tornou-se um dos produtos mais importantes do agronegócio brasileiro. Do auge durante o chamado ciclo da cana (séculos XVI e XVII) aos dias de hoje, a cultura manteve uma forte participação na economia nacional. O país é o maior produtor mundial de cana, com uma área plantada de 5,4 milhões de hectares e uma safra anual de cerca de 354 milhões de toneladas. Em consequência disso, também é, naturalmente, o mais importante produtor de açúcar e de álcool. Plantação de cana-de-açúcar em São Carlos (SP), em Fonte: VESENTINI, José William. Geografia: o mundo em transição. São Paulo: Ática, P. 595 e 596 ª S Cana de açúcar, colheita mecanizada no município de Sertãozinho (SP). Fonte: VESENTINI, José William. Geografia: o mundo em transição. São Paulo: Ática, P. 595 e 596 SOJA Cultiva da principalmente nos estados de Mato Grosso, Paraná, Goiás, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, a soja hoje é a grande vedete da agricultura brasileira. Ela se expandiu consideravelmente nas terras do cerrado: em parte de Minas Gerais, no Brasil central, no sul do Maranhão e no oeste baiano, além de se expandir atualmente, junto com a cana-de-açúcar, para a Amazônia. É a cultura que mais se desenvolveu no Brasil depois de 1970, chegando a superar amplamente o café no volume total das exportações agrícolas. É muito utilizada na indústria de óleo comestível, de ração e de farelos para criação de gado. Fonte: VESENTINI, José William. Geografia: o mundo em transição. São Paulo: Ática, P. 595 e

26 CAFÉ Da Etiópia, no nordeste da África, ao Brasil, o café fez um longo percurso. Primeiro, migrou para a Península Arábica, entre 600 e 700 d.c, conquistando mouros e cristãos. Durante a Idade Média, chegou à Europa, onde era conhecido como a vinha da Arábia. No início do século XVIII, as primeiras sementes do produto chegaram ao território brasileiro trazidas da Guiana Francesa. Depois de tentativas frustradas de desenvolver a cultura no Norte, a cafeicultura se fixou no Sudeste do país e, mais tarde, expandiu-se por Paraná e Bahia, transformando o Brasil no maior produtor e exportador mundial de café. Com uma área plantada de 2,2 milhões de hectares, o Brasil teve uma safra de 28,82 milhões de sacas em 2003/04. No ano passado, as exportações brasileiras do produto chegaram a 1,43 milhão de toneladas, com faturamento de US$1,51 bilhão. Os principais destinos foram Estados Unidos, Alemanha, Itália e Japão. O país detém 28% do mercado mundial de café em grão in natura. CARNES E COURO A pecuária brasileira é hoje uma das mais modernas do mundo. O alto padrão da sanidade e qualidade dos produtos de origem bovina, suína e de aves elevaram as exportações do complexo carne a US$ 4,1 bilhões em 2003, com um aumento de 31% em comparação com o resultado de Com isso, o Brasil passou a liderar o ranking dos maiores exportadores de carne bovina e de frangos. As exportações de carne bovina in natura e industrializada cresceram 40% em 2003, chegando a US$ 1,5 bilhão. Em volume, totalizaram 1,4 milhão de toneladas e foram embarcadas principalmente para Chile, Países Baixos, Egito, Reino Unido, Itália, Arábia Saudita e Alemanha, entre outros. Esse desempenho colocou o país em primeiro lugar no ranking mundial das vendas do setor, superando a Austrália, até então o líder do comércio internacional do produto. Em 2003, o país assumiu ainda a liderança do ranking dos maiores exportadores do setor avícola, com crescimento de 20% em relação a As exportações brasileiras de frango in natura e industrializado somaram US$ 1,8 bilhão, representando cerca de 2 milhões de toneladas. A maior parte dos embarques foram para a Arábia Saudita, Japão, Países Baixos, Alemanha, Rússia e Hong Kong. O Brasil também registrou crescimento nas vendas externas de carne suína, que aumentaram 12%, chegando a US$ 526 milhões - ou cerca de 550 mil toneladas. Rússia, Hong Kong, Argentina. LARANJA Foi recentemente direcionada para exportação, na forma de suco sob o controle de multinacionais. São Paulo, onde se destacam os municípios de Limeira, Bebedouro e Araraquara detêm 75% da produção nacional. 26

27 ALGODÃO Destacam-se dois tipos de algodão no Brasil, o arbóreo, no Nordeste, perfeitamente adaptado às condições semiáridas da região; e o herbáceo, no Centro-Sul. Além da exportação, o produto é empregado pelas indústrias têxteis e alimentícias (no preparado de óleo comestível). CACAU Originário da Amazônia, o cacau desenvolveu-se hoje, principalmente, na Bahia (90% do total da produção). É exportado em larga escala e utilizado na indústria farmacêutica e de alimentos OS DONOS DO CHÃO O Brasil é um dos campeões mundiais de concentração de terras. Cerca de 2% das propriedades rurais do país reúnem mais da metade das áreas produtivas. Do total de 850 milhões de hectares (8,5 milhões de quilômetros quadrados) do território brasileiro, 418,5 milhões são ocupados por 4,3 milhões de fazendas e sítios. A maioria desses imóveis 3,9 milhões é de pequenas propriedades, que ocupam apenas 27% da área produtiva do país. Por outro lado, cerca de 112,5 mil propriedades rurais (2,6%) são latifúndios ocupam 214,8 milhões de hectares, ou seja, mais da metade das terras. Esses índices fazem do Brasil um dos campeões mundiais de concentração de terras um problema que persiste desde os tempos de colônia e só pode ser resolvido com uma reforma agrária. Sem-terra Países desenvolvidos como Estados Unidos e Japão, bem como nações europeias, fizeram no passado reformas agrárias, às vezes até de forma violenta, e distribuíram melhor as terras pela população. O Brasil, por outro lado, jamais teve uma reforma agrária real. O resultado é o que vemos nos jornais todos os dias: famílias de sem-terra acampadas à beira de rodovias, invasões de fazendas e de edifícios públicos, ocupação de postos de pedágio, protestos contra a lentidão do governo em promover desapropriações de terras ociosas e assentamentos. Essa é a face mais inflamada do problema, protagonizado por grupos de protesto como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-terra (MST), criado há 25 anos. Mas a concentração de terras tem outro aspecto: o êxodo rural deslocamento de cidadãos do campo para as cidades. Alimentadas pela chegada de imensos contingentes que não encontram condições de viver no campo, as regiões metropolitanas brasileiras crescem acelerada e desordenadamente desde a década de Sem infraestrutura para tanta gente, a população urbana sofre também com a degradação da qualidade de vida, e as desigualdades sociais se acentuam. Diante dessa realidade, a reforma agrária deixou de ser um dilema apenas rural para se tornar uma questão chave da problemática urbana. Com a reforma, mais famílias teriam como se sustentar no campo e não sobrecarregariam as cidades com um excedente de mão de obra que dificilmente consegue emprego. Uma reforma, porém, é um desafio e tanto, pois afeta o modelo econômico brasileiro, que tem como pilar a exportação de produtos agrícolas todos cultivados em grandes propriedades monocultoras. Produtos como soja, carne bovina, frango e café estão entre as exportações que mais contribuem para o saldo positivo na balança comercial do país. 27

28 É por isso que o governo Lula se encontra num impasse: de um lado, a urgência de dar meios de sobrevivência a cidadãos que precisam da terra para sobreviver e não contam com ela; de outro, a pressão dos grandes fazendeiros, responsáveis pelo sucesso do agronegócio, que exigem a continuidade do sistema agrário brasileiro e têm poder para influir nas discussões e nas votações no Congresso Nacional. Cultura antiga A concentração fundiária no Brasil remonta à criação das capitanias hereditárias, no início da colonização portuguesa, no século XVI. Àquela época, a monocultura da cana para exportação era um bom negócio para a Coroa portuguesa e ocupava boa parte das terras desbravadas. A produção de alimentos inclusive para a subsistência dos próprios moradores das fazendas ficava relegada a segundo plano. As pequenas áreas em que se permitia plantar eram constantemente deslocadas para dar lugar a novas áreas de cultivo de cana. A precariedade dessa agricultura familiar causava problemas crônicos de abastecimento. O ciclo do ouro trouxe certo fôlego para a produção de alimentos. Mas não o suficiente para regularizar a posse da terra e dinamizar o setor agrícola não exportador. Tanto que, no fim do século XVIII, a ocupação do território colonial se mesclava ainda à política de doação por meio de sesmarias. Não havia legislação que possibilitasse dizer quem era ou não proprietário. A confusão perdurou após a independência, mas, a partir de 1850, os barões do café cultivo que substituía o açúcar como motor da economia agrária uniram-se com dois objetivos: legalizar a posse de terras e garantir a continuidade do fornecimento de mão de obra para nelas trabalhar. Com a perspectiva da iminente abolição da escravatura, os cafeicultores só poderiam contar com os escravos libertos e os imigrantes para trabalhar como colonos. Para isso, era necessário que essa parcela da população não tivesse a possibilidade de adquirir as próprias terras nem de dominá-las. Foi assim que o Império promulgou a Lei de Terras, que estabelecia a compra e a venda como única forma de aquisição de qualquer gleba disponível. As pessoas que já possuíam propriedade recebiam o título de posse mediante prova de que residiam e produziam na terra. As áreas não ocupadas eram consideradas do Estado e só poderiam ser adquiridas por meio de compra nos leilões mediante pagamento à vista o que, é claro, não estava ao alcance dos imigrantes e dos escravos libertos. Além de garantir as propriedades dos barões do café das regiões Sul e Sudeste e dos latifundiários do Nordeste, a Lei de Terras abriu brechas para todo tipo de fraude. Uma consistia em reivindicar uma gleba com base em documentos falsificados. Para dar aparência antiga à papelada, as DISPUTA DA TERRA Integrantes do MST ocupam fazenda no Pará: o ritmo lento dos assentamentos contribui para elevar a tensão no campo. escrituras eram trancadas numa gaveta cheia de grilos. Corroídos e amarelados por substâncias liberadas pelos insetos, os documentos pareciam autênticos. Daí vem o termo grilagem. Os problemas resultantes da grilagem perduram até hoje. No Pontal do Paranapanema, no interior do estado de São Paulo, por exemplo, deram margem a inúmeros litígios que levaram o MST a ganhar projeção na década de 1990 com a ocupação de propriedades pelo movimento dos sem-terra. 28

29 Pressão por mudanças O período da República Velha é conhecido também como a república dos coronéis, em que grandes proprietários de terras mandavam e desmandavam na vida econômica e social da população. A revolta contra os coronéis deu origem a conflitos rurais como a rebelião de Canudos ( ), no interior da Bahia. Nesse episódio, o beato Antonio Conselheiro fundou numa fazenda abandonada uma vila em que o sustento era tirado da terra com base no trabalho coletivo. Mesclando pregação religiosa e ideias monarquistas, Conselheiro reuniu 30 mil seguidores, que sobreviviam do trabalho coletivo e se recusavam a pagar impostos. Logo, Canudos começou a ser vista não apenas como reduto de fanáticos, mas também como ameaça à recém fundada República. Depois de vários combates, as tropas federais arrasaram o movimento, que, na verdade, havia nascido da combinação de desemprego, injustiça social e fome. Tudo começou a mudar com a transição da economia brasileira a partir da década de O centro das atividades produtivas deslocou-se do setor agrícola exportador para a indústria. Uma reforma agrária, que alteraria a situação fundiária baseada nas grandes propriedades, era considerada condição essencial para a expansão da agricultura capitalista moderna, a exemplo do que havia sido feito no Japão. No fim da II Guerra Mundial, as forças de ocupação norte-americanas praticamente exigiram uma reforma no sistema de propriedade japonês, visando a diminuir o poder político dos latifundiários, um dos pilares do militarismo naquele país. Antes da reforma, o solo era cultivado por arrendatários, que entregavam aos donos das terras metade da produção. A reforma limitou o tamanho das propriedades e o excedente foi desapropriado e revendido a pequenos agricultores. A distribuição da terra deu a 4 milhões de famílias condições de sobreviver e entrar para economia de mercado e ao Japão o primeiro impulso para a escalada rumo à posição de grande potência. No Brasil, os anos 1950 e início da década de 1960 foram marcados por conflitos por terras. No Nordeste, os usineiros haviam alugado aos colonos suas fazendas em tempos de queda no preço do açúcar no mercado internacional. Agora, com a retomada dos preços, pediam as propriedades de volta, expulsando os colonos. Por essa época, o movimento das ligas camponesas levantou a bandeira política da reforma agrária e lutou pela criação de uma legislação trabalhista que contemplasse os trabalhadores rurais da mesma forma que os urbanos. O movimento em busca de maior justiça social no campo e pela reforma agrária, fortemente influenciado pela Igreja Católica, pelo Partido Comunista Brasileiro e pela ideologia socialista difundida pela Revolução Cubana, cresceu na década de A tensão no campo foi um dos estopins para o golpe militar de 1964, mas perdeu força tanto pela repressão política e policial quanto pela estratégia do governo de enfrentar a questão da concentração fundiária. Sob a bênção dos militares, nasceu, ainda em 1964, o Estatuto da Terra, cujas metas eram basicamente duas: a execução de uma reforma agrária e o desenvolvimento agrícola. O que é reforma agrária A nova legislação era avançada para a década de Contemplava o conceito econômico de produtividade e o respeito ao meio ambiente e ao bem-estar social. Instituía, ainda, a desapropriação de terras por interesse social (conhecido como uso social da terra ) e sua redistribuição a famílias de pequenos produtores, trabalhadores rurais, arrendatários, parceiros e meeiros. Pela primeira vez, foram estabelecidas três definições de propriedade: minifúndio, latifúndio e empresa rural essa última isenta de desapropriação por cumprir sua função social. No caso das duas primeiras, foram estabelecidos critérios técnicos que caracterizaram as terras como improdutivas e passíveis de desapropriação, sendo os ex-proprietários indenizados. 29

30 A reforma agrária também poderia ocorrer em áreas recuperadas pela União, desde que fosse comprovado que seus títulos de propriedade haviam sido grilados e as áreas, invadidas. Como só a terra não basta para garantir ao assentado e a sua família uma atividade economicamente sustentável, a reforma agrária previa condições de moradia e alimentação a quem recebesse o lote até a primeira colheita. As famílias deveriam ter facilitada também a aquisição de sementes, de máquinas agrícolas e assistência técnica. A oportunidade de modificar o quadro no campo, porém, acabou se perdendo. Menos de 10 mil famílias foram assentadas nos primeiros 15 anos de vigência do estatuto. Na década de 1970, prevalecia a tese de que o atraso agrário deveria ser enfrentado com o incentivo à modernização tecnológica do latifúndio e com programas de colonização e desenvolvimento rural. Enquanto o processo de reforma agrária marcava passo, a política de modernização da agricultura, alimentada por generosos subsídios governamentais, ganhava terreno e concentrava ainda mais a renda e a propriedade. A situação não se alterou nem mesmo com a retomada do regime democrático. Os incentivos fiscais e os programas de ocupação das fronteiras facilitaram a apropriação indevida de terras na Amazônia e no Centro- Oeste. Ao mesmo tempo, o processo de colonização começou a levar grandes contingentes populacionais ao interior da floresta Amazônica e do cerrado, estendendo os problemas para áreas em que o ambiente permanecia intacto. Os governos eleitos providenciaram assentamentos e desapropriações, mas sempre em ritmo abaixo do necessário, o que fez com que houvesse diversos episódios de violência. Um dos mais pesados ocorreu em Eldorado dos Carajás, no Pará, em 1996, quando a polícia militar do estado confrontou 1,5 mil manifestantes, matando 19 trabalhadores rurais. Mesmo quando recebem as terras, os pequenos produtores nem sempre têm recursos para tocar a lavoura. Muitos são, assim, levados a abandoná-las ou a praticar mera agricultura de subsistência. Durante os dois governos de Fernando Henrique Cardoso (de 1995 a 2002), cerca de 300 mil famílias foram assentadas; nos dois governos de Lula, até o início de 2009, foram assentadas 520 mil. O MST contesta os dados. Atualmente, mais de 100 mil famílias estão acampadas em vários lugares do país esperando receber terras. 30

31 A estrutura fundiária concentrada que perdura no país aumenta a exclusão social e os prejuízos ambientais. A produção de alimentos e de matérias-primas agrícolas para a indústria cresceu à custa da expansão das fronteiras agrícolas sobre áreas naturais, que deveriam ser protegidas. Diante do sucesso do agronegócio brasileiro que continua baseado nas grandes produtoras de monocultura, as perspectivas de uma reforma agrária não são das melhores. A redistribuição de terras parece ser uma meta difícil de alcançar no futuro próximo. O Estado de S. Paulo, 24/1/2009 AVANÇOS E DESAFIOS NO CAMPO BRASILEIRO Líder mundial na produção de vários itens agrícolas e o maior exportador de carne bovina do planeta, o Brasil é uma das principais potências no setor. Mas nem tudo são flores nos campos brasileiros, já que o país deve enfrentar dificuldades para expandir a produção e manter-se no topo. Um dos pilares da economia brasileira desde os tempos coloniais, a agricultura ostenta números grandiosos. O Brasil é o maior produtor mundial de vários itens da pauta agrícola, como suco de laranja, açúcar, café e feijão. Nos últimos dez anos, a participação da agricultura no total de exportações saltou de 2,82% para 14,17%, contribuindo para colocar o Brasil entre os cinco principais exportadores de alimentos do planeta. Outro destaque foi o cultivo de grãos, que atingiu 145,8 milhões de toneladas em 2008, 9,5% a mais do que no ano anterior soja, milho e arroz foram os destaques dessa safra. A pecuária também apresentou uma produção vigorosa. O Brasil é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e o maior exportador. Entre 2001 e 2008, a receita com exportações no setor saltou de 1 bilhão de dólares para mais de 5 bilhões. O país ainda é o terceiro maior produtor de aves e o quarto de carne suína. Mas, apesar dos espetaculares resultados apresentados nos últimos anos, a agropecuária brasileira encontra-se numa perigosa encruzilhada, onde avistam-se potenciais problemas sociais e econômicos decorrentes das atividades no campo. A estrutura fundiária e a mecanização do setor impulsionam o êxodo rural; a dificuldade de escoamento da produção diminui a rentabilidade; o avanço das plantações de soja e de cana ameaçam o meio ambiente. Isso sem contar os efeitos da crise econômica mundial que já se fazem sentir por aqui. Êxodo rural O aumento da produtividade no campo, que dobrou entre 1975 e 2005, está diretamente relacionado à mecanização das atividades agrícolas. Cada vez mais os produtores utilizam sofisticados equipamentos para fazer as tarefas de plantio e colheita, antes executadas por Mão de obra humana intensiva. Com isso, cai o emprego no campo, afetando antigos empregados moradores das fazendas, que têm de ir embora, e mesmo os sitiantes, que não conseguem manter a rentabilidade de sua cultura ao competir com as grandes propriedades. Como as cidades oferecem mais oportunidades de emprego, acabam atraindo os lavradores, que migram do setor rural para as áreas urbanas. A mecanização das lavouras e a concentração fundiária expulsam os trabalhadores do campo para as cidades Esse fenômeno, conhecido como êxodo rural, não é novo na sociedade brasileira. Ele tem suas raízes na década de Naquela época, o Brasil era essencialmente agrícola e sofreu forte abalo em sua economia com a crise de Como a principal receita brasileira estava na exportação de café, o país viu sua principal receita se esvair depois que os Estados Unidos, quebrados, e outros países pararam de importar o produto. Ao assumir a Presidência da República, em 1930, Getúlio Vargas iniciou uma série de medidas para dinamizar a economia do país e investiu na 31

32 industrialização, com o objetivo de reduzir a dependência externa, produzindo aqui o que antes era importado. Com isso, a sociedade brasileira foi se transformando de rural e agrária para urbana e industrial. E, como o centro dinâmico da economia se transferiu do setor rural para as cidades, as áreas urbanas passaram a concentrar as melhores oportunidades de trabalho e a atrair a mão de obra do campo. O êxodo rural se intensificou nas décadas seguintes, reforçado principalmente pela concentração de latifúndios nas mãos de poucos produtores. Apesar de a questão remontar às capitanias hereditárias, no século XVI, o problema se mantém atual. As propriedades rurais com área superior a mil hectares representam apenas 1% dos estabelecimentos, mas ocupam cerca de 45% da área total com potencial agropecuário. Por outro lado, aproximadamente 49% das propriedades têm até 10 hectares e 88,8%, até 100 hectares, ocupando apenas 19,9% da área total dos estabelecimentos rurais. Essa estrutura fundiária favorável aos latifúndios provoca êxodo rural porque limita a disponibilidade de terras para os pequenos trabalhadores rurais. Sem oportunidades no campo, eles acabam sendo atraídos para os centros urbanos. Ao estimularem o êxodo rural, as grandes propriedades, assim como a mecanização agrícola, desencadeiam graves problemas sociais, com o crescimento desordenado das grandes cidades. Questões ambientais Outro grande desafio é reduzir o impacto ambiental causado pela produção agrícola. A expansão da fronteira agrícola nas regiões Centro-Oeste e Norte é um dos principais motivos das altas taxas de desmatamento da floresta Amazônica. Dados do IBGE mostram que 47% do algodão, 39% da soja e 36% da carne bovina produzidos no Brasil saem da Amazônia Legal (área que corresponde à totalidade dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, além de parte do Maranhão e cinco municípios do Goiás). O Ministério da Agricultura questiona os dados. No caso do rebanho bovino, a estimativa do ministério é que a ocupação da área seja de 27%. 32

33 O Ministério do Meio Ambiente tem tentado pôr ordem na atividade dos produtores rurais, especialmente dos pecuaristas acusados de derrubar florestas para ampliar as pastagens. Os produtores provocam grandes queimadas e incêndios, que, além de destruir as árvores, lançam gases do efeito estufa na atmosfera. Posteriormente, essas mesmas áreas são utilizadas para o cultivo da soja até que a terra se desgaste e o ciclo de queimadas se repita. Biocombustíveis Nem mesmo o promissor setor dos biocombustíveis está isento de problemas. Com o aumento das emissões de carbono e a proximidade da exaustão das reservas mundiais de petróleo, os países desenvolvidos passaram a acelerar ações para substituir os combustíveis produzidos com matériaprima fóssil pelos biocombustíveis, de origem vegetal ou seja, trocar a gasolina e o óleo diesel pelo álcool combustível, o etanol. E o Brasil tem muito a ganhar com isso, já que é o maior produtor de etanol feito com a cana-de-açúcar. O país também é líder mundial na produção de biodiesel, combustível obtido de plantas oleaginosas como mamona, dendê, girassol, babaçu, soja e algodão. Impulsionada pelo interesse mundial nos biocombustíveis, a indústria sucroalcooleira bateu recorde em Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), foram processados no ano 571,4 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, 13,9% a mais do que na colheita do ano anterior, o que representa o maior volume já registrado no país. Desse total, o etanol deve consumir 325,4 milhões de toneladas da cana, enquanto o açúcar fica com 246 milhões de toneladas. Atualmente, o setor sucroalcooleiro movimenta cerca de 20 bilhões de dólares por ano. Apesar do entusiasmo das autoridades e dos empresários, a decisão de ampliar rapidamente a produção brasileira de etanol envolve pontos delicados entre eles, as implicações ambientais e sociais do plantio extensivo de um único vegetal. A monocultura pode exaurir o solo com o tempo e reduzir a biodiversidade. A prática da queimada da palha para a colheita, além da poluição do ar, também causa sérios danos ao solo. Transportes Se o país quiser manter o status de potência agrícola, o governo precisa melhorar e muito sua estrutura de transportes. Nos últimos anos, os produtores rurais têm reclamado que as condições ruins das estradas estão pondo em risco o desempenho do agronegócio e das exportações. Dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) mostram que o produtor agrícola brasileiro perde 3 reais por saca de soja em razão dos gargalos logísticos. Ou seja, em 2006, por exemplo, o Brasil produziu 1 bilhão de sacas de soja, o que significa que os produtores tiveram um prejuízo da ordem de 3 bilhões de reais. Para escoar o imenso volume de produtos agrícolas em um país de dimensões continentais como o Brasil, o ideal seria utilizar de forma equilibrada as três modalidades de transporte: rodovia, hidrovia e ferrovia. Mas os caminhões, que deveriam ser reservados a distâncias menores e a produtos perecíveis, são responsáveis por mais da metade do que se transporta no país. Segundo o Ministério dos Transportes, 58% das cargas brasileiras seguiram pelas estradas em 2005, enquanto 25% foram levadas por trens e apenas 13%, por barcaças, pelas hidrovias. E as rodovias, mesmo sendo a principal via de transporte, deixam muito a desejar. Uma pesquisa divulgada em novembro de 2007 pela Confederação Nacional dos Transportes avaliou mais de 87 mil quilômetros de rodovias e constatou que 73,9% são deficientes, ruins ou péssimas. É por isso que uma das grandes reivindicações da CNA é a ampliação das hidrovias na matriz de transporte. O objetivo é aproveitar a saída pelos portos das regiões Norte e Nordeste e reduzir os custos. 33

34 O que é o agronegócio? O agronegócio é responsável por um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) e tem grande participação nos superávits da balança comercial. Diferentemente do que pode parecer, ele não compreende só pecuária e agricultura, mas também a cadeia formada pelos demais setores ligados a essas atividades: produção de equipamentos e serviços (insumos) para a zona rural e a transformação de matérias-primas, como fábricas de alimentos industrializados e frigoríficos. EXPORTAÇÃO DE GADO VIVO AUMENTA NO TRIMESTRE Os embarques de gado em pé seguem de vento em popa. No primeiro trimestre, o volume de bovinos vivos exportados a outros países - com destaque para Venezuela e Líbano - chegou a 86,6 mil animais, crescimento de 31% na comparação com os negócios de igual período do ano passado. A receita em relação a igual período de 2007 explodiu 203%, aumentando para US$ 68,2 milhões, 26% do valor obtido ao longo de todo o ano passado com as vendas de gado do país para abate no exterior. Em 2007, houve mais embarques no segundo semestre. O grupo Minerva, um dos líderes no embarque de boi em pé, prevê que, em 2008, esses negócios representem 15% da receita da companhia, diz o superintendente de Relações com Investidores, Ronald Aitken. Em 2007, foram 13%. Em 2006, 4%. O Minerva está entre os cinco principais exportadores de carne bovina do país. Os números das vendas externas de gado em pé contrastam com o desempenho dos cortes in natura nos três primeiros meses do ano. Segundo a ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), foram embarcadas 252 mil toneladas, recuo de 10,3% ante igual período de A receita bateu em US$ 892 milhões, crescimento de 5,3%. Péricles Salazar, presidente da ABRAFRIGO (Associação Brasileira da Indústria Frigorífica), considera um retrocesso o país crescer na exportação de matérias-primas, não apenas de bois, em vez de produtos com valor agregado. Segundo ele, não existe a intenção de proibir os embarques, mas, sim, a de taxar essas vendas para dar à indústria do país poder de competição igual aos importadores venezuelanos e libaneses. A ABRAFRIGO apresentou o assunto à Receita Federal. Dois lados Para Ronald Aitken, do Minerva, que atua dos dois lados do balcão, a exportação de gado em pé não pressiona o preço do gado no Brasil. Estimativa da Scot Consultoria mostra que, no ano passado, os embarques de bovinos equivaleram a apenas 1,4% do abate formal. A pecuária está atualmente num ciclo de alta, afirma. Para José Vicente Ferraz, diretor da consultoria Agra - FNP, do ponto de vista econômico, não há sentido em exportar animais vivos em vez de produtos processados. Mesmo assim, considera lamentáveis ações que visem obstruir um canal de venda para os pecuaristas. Quanto mais opções de negócios, melhor para a pecuária como um todo, afirma Fabiano Tito Rosa, analista da Scot Consultoria. Para ele, as exportações de gado em pé representam desafios para a cadeia produtiva de determinados Estados, em que a demanda para os embarques é mais intensa. O Pará tem liderado essas vendas. Responsável pelas pesquisas do mercado pecuário do CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP), Sergio de Zen diz ser compreensível, mas não defensável os frigoríficos buscarem resguardar espaço na cadeia produtiva paraense via sobretaxas. Até porque, avalia, a exportação de gado em pé não deve crescer indefinidamente. GITÂNIO FORTES - Folha de S. Paulo 34

35 ENTENDA O EMBARGO DA UE À CARNE BOVINA DO BRASIL As exportações do Brasil de carne bovina in natura para a UE (União Europeia) estavam suspensas desde o dia 1 o de fevereiro. A decisão foi tomada pelo bloco após autoridades europeias e brasileiras não conseguirem chegar a um acordo sobre o número de fazendas brasileiras que poderiam receber certificação para vender o produto. Apesar de a União Europeia ter restringido o número de fazendas a 300 (3% das 10 mil registradas no passado), o Ministério da Agricultura brasileiro apresentou uma lista com cerca de propriedades. Assim, os europeus se recusaram a publicar a lista no Diário Oficial do bloco - como estava previsto no cronograma de entendimento sobre o comércio do produto realizado no ano passado -, e na prática as importações ficaram proibidas, já que nenhuma fazenda brasileira possuía autorização para exportar. O Brasil é o principal exportador de carne bovina mundial e 1 o abastecedor da União Europeia. O foco da falta de acordo entre Brasil e UE são questões sanitárias. Em 16 de outubro de 2007, a UE já havia notificado o Brasil sobre incongruências no que exige o bloco e no que era feito pelo país. Os problemas, que envolvem a certificação e o rastreamento de origem do gado brasileiro, foram detectados novamente em inspeções em novembro. Com o embargo, uma nova missão foi enviada ao Brasil - chegou no país na segunda-feira para inspecionar uma amostragem de 30 fazendas. Sem a garantia de rastreabilidade da origem do gado (feito pelo sistema chamado Sisbov), não pode ser assegurado que a carne enviada à Europa não provém de áreas onde a venda para o bloco é proibida. Fonte: Acordo Em reunião ocorrida em Bruxelas há cerca de duas semanas, representantes do Brasil e da UE não chegaram, novamente, a um acordo sobre o número de fazendas aptas a exportar. Enquanto o bloco insistia em 300 fazendas, o Brasil queria uma lista mais ampla, com cerca de 600 nomes. Na semana passada, porém, o Brasil cedeu e enviou relatório com 200 propriedades. O governo brasileiro considerava - e sustenta sua posição - que 300 produtores não são capazes de atender à demanda da UE. Apesar disso, aceitou negociar a ampliação da lista aos poucos. Segundo o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, o ideal era habilitar de a propriedades. A UE afirma, no entanto, que não teme problemas de escassez de carne bovina, e que o espaço poderia ser ocupado por envios de outros países, como Argentina, Austrália ou Uruguai. O Brasil é o principal exportador de carne bovina mundial e o primeiro abastecedor da UE, com 65,9% do volume das importações e 56,5% do valor total do envio do produto ao bloco europeu. 35

36 No ano passado, foram exportadas para a União Europeia 194 mil toneladas de carne bovina in natura. A carne bovina industrializada não está sob embargo - foram vendidas 100 mil toneladas dessa mercadoria para a Europa em Folha Online 27/02/2008 STEPHANES ADMITE QUE BRASIL EXPORTOU CARNE NÃO-RASTREADA À UE O ministro Reinhold Stephanes (Agricultura) admitiu hoje que o Brasil chegou a exportar carne bovina não rastreada para a UE (União Europeia). O bloco europeu determinou o embargo à carne brasileira em 1 o de fevereiro devido à falta de acordo sobre o número de propriedades que podem receber certificação para vender o produto. Os frigoríficos exportadores venderam animais rastreados e não rastreados à União Europeia, afirmou o ministro em audiência pública na Comissão de Agricultura no Senado Federal. Ao final da reunião, Stephanes não quis comentar a declaração. É o próprio Ministério da Agricultura que emite os certificados de exportação. O ministro afirmou ainda que o governo brasileiro apresentará amanhã em Bruxelas uma lista com o nome de 600 fazendas aptas a exportar carne bovina para a UE, mas vai negociar a sua expansão. Nós temos uma lista de 600 propriedades que foram tecnicamente analisadas, estão em condições e foram auditadas. Vamos agregar novos blocos de algumas que ainda estão sendo auditadas, disse o ministro. A União Europeia restringiu o número de fazendas a 300 (3% das 10 mil registradas no passado), mas, até o dia 31 de janeiro, prazo para o Brasil comunicar a relação de propriedades, o Ministério da Agricultura brasileiro apresentou uma lista com cerca de fazendas. Assim, os europeus se recusaram a publicar a lista no Diário Oficial do bloco - como estava previsto no cronograma de entendimento sobre o comércio do produto realizado no ano passado - e as exportações ficaram proibidas desde o dia 1 o deste mês. ANA PAULA RIBEIRO - Folha Online PREÇOS DA TERRA QUEBRAM RECORDE NO PAÍS Com a produção em alta e a intenção de plantio recorde para a safra 2007/2008, o preço da terra alcançou valor recorde nominal em termos médios no país, segundo reportagem da Folha deste domingo (íntegra para assinantes do jornal e do UOL). Segundo pesquisa do Instituto FNP, consultoria privada especializada em agronegócio, ao longo de 2007, a valorização chegou a 17,83% - ganho real (acima da inflação) de 9,6% no ano. O preço do hectare passou de R$ para R$ Para 2008, mesmo com a turbulência nos mercados internacionais, que poderiam prejudicar investimentos, a perspectiva é de nova alta, com os negócios ainda aquecidos. Os motivos, segundo especialistas, são: o preço dos grãos tende a se manter firme, a pecuária ensaia recuperação e os biocombustíveis têm espaço garantido pela frota flex, em que pese não haver a euforia de outros tempos na cana-de-açúcar. Tomando um período mais amplo para análise, de três anos, o Estado de São Paulo registra as maiores valorizações absolutas no valor do hectare. As regiões consideradas de fronteira, em Mato Grosso, no oeste baiano e no chamado MAPITO (Maranhão, Piauí e Tocantins) viraram alvo de fundos de investimento, incluindo estrangeiros, que se voltaram para o mercado de terras, atraídos pelo cenário favorável. A valorização da terra é um dos fatores que influenciam indiretamente o desmatamento no limite da fronteira agrícola. A partir da formação das lavouras, há a exploração das madeiras, áreas de pastos para a pecuária e o cultivo de grãos ou de plantações perenes. 36

37 Desmatamento No dia 30 de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o desmatamento na Amazônia é um tumorzinho que foi tratado como câncer antes do diagnóstico. E tentou evitar culpar a soja e o gado pela ocorrência. Sobre os números divulgados pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Lula disse que a intenção era alertar de que a gente não pode se descuidar de controlar a Amazônia. Segundo estimativa do INPE, km2 de floresta, 4,7 vezes a área da cidade de São Paulo, foram derrubados no último trimestre. Os dados mostrariam interrupção do ritmo da queda de desmatamento, que vinha caindo desde a virada de 2004 para Folha Online Concentração no campo se mantém e latifúndios somam 44% das terras, diz IBGE. CIRILO JUNIOR da Folha Online, no Rio 30/09/ h35 A concentração na distribuição de terras não mudou muito entre 1995 e 2006, segundo dados do Censo Agropecuário 2006, divulgado nesta quarta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os minifúndios (áreas com até 10 hectares) representavam 2,2% da área total em 1995, e essa proporção chegou a 2,4% em Já os latifúndios significaram 44% da área total em 2006, ante 45,1% em Em relação ao número de propriedades, porém, os estabelecimentos rurais com menos de 10 hectares representaram 47% do total. Já as propriedades com mais de hectares corresponderam a apenas 0,91% do total. Ao todo, eram cerca de 5,2 milhões de estabelecimentos agropecuários em Eles ocupavam 36,75% do território nacional e tinham como atividade mais comum a criação de bovinos. A área total dos estabelecimentos agropecuários brasileiros teve redução de 23,7 milhões de hectares entre 1995 e 2006, variação negativa de 6,69%. De acordo com o IBGE, isso pode ter ocorrido em função da criação de novas Unidades de Conservação Ambiental -aumento de 19,09% de área- e da maior demarcação de terras indígenas, que subiram 128,2%, totalizando mais de 60 milhões de hectares. O Censo aponta ainda que os estabelecimentos agropecuários tiveram redução de 11% nas áreas de florestas entre 1995 e 2006, e de 26,6% em pastagens naturais. O levantamento demonstra ainda que a modernização das lavouras em função da inserção no mercado de commodities mundiais (características das grandes propriedades) manteve ou ampliou a concentração de terras em algumas regiões do país especialmente no Centro-Oeste, grande polo produtor de soja. 37

38 A produção de soja cresceu 88,8% entre 1995 e 2006, alcançando 40,7 milhões de toneladas. O produto foi cultivado em 15,6 milhões de hectares, o que significou ampliação de 69,3% na área colhida. "Em termos absolutos, representa um aumento de 6,4 milhões de hectares, caracterizando a soja como a cultura que mais se expandiu na última década. Grande parte desta área pertence à região Centro-Oeste", informa o IBGE, em comunicado. A soja foi cultivada em estabelecimentos, gerando R$ 17,1 bilhões para a economia brasileira. O IBGE aponta também que 46,4% dos estabelecimentos agropecuários cultivaram soja transgênica em 2006, com o objetivo de reduzir os custos de produção. As sementes geneticamente modificadas foram cultivadas em 4 milhões de hectares. Terra produtiva cresce, mas maior parte continua com poucos AFONSO BENITES da Folha de S.Paulo 18/01/ h41 Mesmo com o aumento na quantidade de assentamentos rurais e a atuação dos movimentos sociais para que o governo crie novos projetos, a maior parte das terras ainda permanece nas mãos de grandes agropecuaristas. Os últimos dados do Dataluta (banco de dados da luta pela terra) apontam que entre 1992 e 2003, período que consta do último censo agropecuário divulgado pelo IBGE, a área usada para a agricultura e pecuária no país aumentou de 310 milhões de hectares para 418 milhões. No entanto, ela está concentrada nas mãos de um grupo menor de pessoas. Enquanto em 1992 existiam 2,9 milhões de propriedades rurais com mais de hectares, em 2003, esse número saltou para 4,2 milhões, um crescimento de 73%. Por outro lado, a quantidade de propriedades consideradas médias e pequenas (inferiores a hectares) registrou aumento de 46%. A extensão da fronteira agrícola, a mecanização das atividades rurais e a expulsão dos trabalhadores do campo são alguns dos fatores que, segundo o coordenador-adjunto do Núcleo de Estudos, Projetos e Pesquisas em Reforma Agrária da Unesp, Clifford Andrew Welch, contribuíram para aumentar a concentração de terras. Para o pesquisador, o governo brasileiro tem falhado no processo de reforma agrária. "Como ainda há milhões de famílias querendo terra, pode-se dizer que o que se chama de reforma agrária hoje é um tipo de programa de assistência social sem o apoio suficiente para realmente viabilizar o pequeno agricultor", analisa. O cenário poderia ser pior se os movimentos sociais não pressionassem o governo para que mais famílias fossem assentadas, avalia Welch. "Falamos que a reforma agrária nunca houve e, sem os movimentos, não teria nem 20% das pessoas assentadas como estão hoje. Muito do que foi conseguido em termos de criação de 38

39 assentamentos é devido à mobilização dos movimentos sociais, como o MST", afirma o pesquisador. Nos últimos 30 anos, assentamentos foram criados, conforme os dados do Dataluta. Em média, o governo federal instituiu 261 projetos por ano no período. No entanto, entre 1979 e 1984, ano em que surgiu o MST, a quantidade de assentados era bem menor. Durante esse período, foram instituídos 528 novos projetos rurais para pequenos agricultores, uma média anual de CENSO AGROPECUARIO: u3=1&u4=1&u5=1&u6=1 Commodities Agronegócio cresce o dobro da economia Com preços altos e volumes recordes de produção, PIB do setor aumenta 5,7% em 2011 e atinge R$ 942 bilhões. Participação do setor na economia sobe para 22,7%; com preços menores, 2012 deve ter crescimento menor. Tatiana Freitas Folha de São Paulo, quinta-feira, 15 de março de 2012 O agronegócio cresceu, em 2011, o dobro da economia brasileira, que avançou 2,7%, segundo o IBGE. Preços altos e volumes recordes de produção levaram o PIB do setor a R$ 942 bilhões, alta de 5,7%. Com isso, a participação do agronegócio na economia aumentou de 21,78%, em 2010, para 22,74% no ano passado. Os dados são de estudo do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), ligado à USP, com apoio da CNA (Confederação Nacional da Agricultura). O ano foi de continuidade na melhora da renda do setor, mas os efeitos da crise, a partir do segundo semestre, reduziram o ritmo de expansão - em 2010, o PIB do agronegócio subiu 7%. Em 2012, dificilmente o bom resultado será repetido. "Os preços [das commodities] com certeza não vão ajudar tanto [como em 2011] e terão efeito negativo no PIB", afirma Geraldo Barros, coordenador científico do Cepea. Com os efeitos da estiagem do início deste ano nas lavouras ainda desconhecidos, há dúvidas sobre a contribuição dos volumes produzidos no resultado geral. "Vai depender muito do impacto do clima na quantidade produzida, mas devemos ter um pequeno aumento ou leve queda", acrescenta Barros. 39

40 AVANÇO NO CAMPO No ano passado, o melhor desempenho ocorreu da "porteira para dentro". O mercado de insumos para a agropecuária, como fertilizantes e rações, cresceu 11,4% no ano passado, enquanto a produção no campo, considerando lavoura e pecuária, aumentou 10,8%. Só nas lavouras, o avanço foi de 12,1%, com destaque para o algodão, cujo faturamento mais do que duplicou. O PIB da pecuária subiu 8,8%. Mas, nesse caso, a alta de 8% nos preços médios foi a única responsável pelo avanço, pois o volume de produção permaneceu estável. No caso da pecuária de corte, que passou por mais um ano de oferta restrita de animais para o abate, a alta de preços não compensou a queda nos volumes, e o setor encerrou o ano com um leve recuo de 0,45% no PIB. Já a produção de frango (30%), leite (10%) e ovos (17%) cresceu. Entre todas as atividades do agronegócio, a indústria teve o desempenho mais modesto, encerrando o ano com variação de 0,66% no PIB. Das 13 indústrias analisadas, apenas 3 cresceram: café (13%), óleos vegetais (12%) e alimentos (10%). O dado geral reflete setores em crise, como calçados, cujo PIB caiu 11,7%, e têxtil (9,9%). A quebra da safra de cana, ocasionada por problemas climáticos e falta de investimento nos canaviais, provocou retração de 10,7% na produção de açúcar. SUGESTÃO DE FILMES E VIDEOS. ACESSE O RESUMO DA AULA DE YOMAR: Vidas Secas É um filme brasileiro de 1963, do gênero drama, dirigido por Nelson Pereira dos Santos, baseado no livro homônimo de Graciliano Ramos. Foi o único filme brasileiro a ser indicado pelo British Film Institute como uma das 360 obras fundamentais em uma cinemateca. Neste filme, fica perceptível a influência marcante do neorrealismo italiano na obra do diretor Nelson Pereira dos Santos. RESUMO: Pressionados pela seca, uma família de retirantes composta por Fabiano, Sinhá Vitória, o menino mais velho, o menino mais novo e a cachorra Baleia, atravessam o sertão em busca de meios para sobreviver. Há várias passagens que demonstram a exploração dos trabalhadores na região. 40

41 Deus e o Diabo na Terra do Sol É um filme brasileiro de 1964, do gênero drama, dirigido por Glauber Rocha. RESUMO: O Sertanejo Manoel e sua mulher Rosa levam uma vida sofrida no interior do país, em uma terra desolada e marcada pela seca. No entanto, Manoel tem um plano: usar o lucro obtido na partilha do gado com o coronel para comprar um pedaço de terra. Quando leva o gado para a cidade, alguns animais morrem no percurso. Chegado o momento da partilha, o coronel diz que não vai dar nada ao sertanejo, porque o gado que morreu era dele, ao passo que o que chegou vivo era seu. Manoel se irrita, mata o coronel e foge para casa. Ele e sua esposa resolvem ir embora, deixando tudo para trás. Manoel decide juntar-se a um grupo religioso liderado por um santo que lutava contra os grandes latifundiários e em busca do paraíso após a morte. Os latifundiários decidem contratar Antônio das Mortes para perseguir e matar o grupo. Os Alimentos Transgênicos SUGESTÃO DE LIVROS Os transgênicos já estão por toda parte - nos campos de cultivo, nos tribunais, na imprensa e no Congresso. A falta de informações precisas provoca incertezas, paranoias e temores frankensteinianos em relação a estes alimentos. Neste livro da coleção Folha Explica, Marcelo Leite - doutor em ciências sociais pela Unicamp e colunista da Folha de S.Paulo - ilumina o assunto, explicando o que são os transgênicos, como surgiram e o que já se sabe sobre os seus efeitos. O autor não deixa de abordar as grandes incógnitas que envolvem os transgênicos, sobretudo em relação a seus supostos efeitos danosos à saúde (toxicidade, alergias, disseminação da resistência a antibióticos) e ao ambiente (poluição genética, surgimento de superervas daninhas e mortandade de insetos benéficos). Em época de crise mundial de alimentos, poucos temas têm tamanha urgência e relevância. Fontes das imagens: VOLUME 6 Agropecuária - 3ª SÉRIE - ENSINO MÉDIO 01. (UNEB) A necessidade da reforma agrária no Brasil é resultado da concentração de terra, presente em toda a história do país como um aspecto importante da concentração de renda. (REFORMA..., 2005, p. 92). Considerando-se as ilustrações, o texto e os conhecimentos sobre a estrutura agrária do Brasil e suas implicações, pode-se afirmar: 01) os latifúndios por dimensão predominam em todas as regiões brasileiras. 02) o agronegócio tem se expandido nos latifúndios por exploração, provocando uma grande concentração de terras ociosas. 03) a fome endêmica ainda é uma realidade inquestionável no país, apesar da qualidade e da elevada produtividade da agricultura comercial, que utiliza o sistema de jardinagem. 04) o sistema fundiário brasileiro é excludente, explicando, assim, o êxodo rural no país. 05) o agronegócio não conseguiu eliminar o desemprego no campo, as cidades permanecem inchadas, porém a sua distribuição de renda é mais justa do que a do campo. 41

42 02. (UNEB) O Oeste Baiano se caracterizou por uma ocupação rápida, com a distribuição da população seguindo o curso do rio São Francisco. A organização da produção estava assentada no latifúndio, com um baixo nível de atividade econômica. (FERRAZ, 2004, p. 3). A análise do texto e os conhecimentos sobre o Oeste Baiano possibilitam afirmar: 01) obrigado(a), Oeste Baiano, no passado, tinha sua economia baseada na extração mineral e na pecuária intensiva. 02) o desenvolvimento do Oeste Baiano pode ser justificado pela combinação de vários fatores, como a imigração proveniente do Sul, a abundância de terras de baixo custo, o clima favorável e uma agropecuária técnica, científica e informacional. 03) essa região, a partir da década de 70 do século XX, implantou seu parque industrial, o que explica a elevação do IDH e o grande desenvolvimento alcançado. 04) o sistema agrícola mais utilizado no Oeste Baiano é o de rotação de culturas, razão da elevada produtividade obtida na região. 05) o produto agrícola cultivado nessa região, com maior aceitação no mercado externo, é o café, em função do predomínio das terras roxas e do clima tropical úmido. 03. (FBDC) A questão está relacionada ao gráfico. Expansão da área ocupada por imóveis rurais com mais de 1000 ha A leitura do gráfico e os conhecimentos sobre a agricultura brasileira permitem afirmar que: a) o aumento da oferta de alimentos para o mercado interno passou a crescer à medida que se expandiram grandes propriedades. b) muitas das novas grandes propriedades surgidas nestas últimas décadas mantêm as terras para especulação imobiliária, sem qualquer aproveitamento agrícola. c) o crescimento registrado nas grandes propriedades deve-se à incorporação de áreas dos campos sulinos e da mata dos cocais do Meio Norte. d) a modernização da agricultura brasileira tem sido feita graças à ampliação da área ocupada pelas grandes propriedades agrícolas. e) a expansão da grande propriedade começou a ocorrer a partir da segunda metade do século XX em função da abertura das fronteiras agrícolas na Amazônia. 04. (UEFS) Trata-se de uma agricultura que, nos seus primórdios, se caracterizava como um sistema extensivo de uso do solo, pois baseava-se na lavoura monocultora de um produto tropical. Com as transformações na agricultura, continua monocultora voltada para a exportação, porém com grandes investimentos em mecanização, fertilizantes, agrotóxicos, mão de obra assalariada e técnicos, visando alcançar melhorias quantitativas e qualitativas para enfrentar a intensa competitividade do mercado internacional. O texto faz referências ao sistema agrícola chamado: a) rotação de culturas. b) rotação de terras. c) roça tropical. d) jardinagem. e) plantation. 42

43 05. (UEFS) Todas as nações do chamado Terceiro mundo usam seu solo arável para exportações, e em todas há fome. Quanto mais exportam, mais longe estarão de resolver seu próprio problema alimentar. As nações ricas tendem a usar cada vez mais seu solo para a produção de alimentos essenciais, deixando para as nações pobres a produção complementar de matérias-primas para processamento industrial [...]. O Brasil é um caso exemplar dessa realidade. É um dos maiores exportadores mundiais de produtos agrícolas (como a soja, que ocupa vastas extensões e será utilizada como ração para o gado na Europa Ocidental) [...]. Não se trata apenas de dividir as terras, mas de promover a utilização racional dos recursos naturais e humanos dos países. Por exemplo, incentivando a produção de alimentos, em lugar de subsidiar exportações. (BOSI. Apud OLIVA; GIANSANTI,1885, p. 228). As questões focalizados no texto estão relacionadas com os países onde se registram os maiores índices de concentração de renda e de terra. No Brasil, essas questões são decorrentes da: a) importância secundária que é dada ao setor primário. b) pequena produtividade de seus solos aráveis, nos quais a erosão pluvial é fraca. c) insuficiente capacidade agrícola, frente à população nacional. d) aplicação, pelo governo, de grandes investimentos financeiros para os produtos que atendem ao mercado interno, em detrimento dos produtos exportáveis. e) priorização da produção agrícola de exportação subsidiada. 06. (UEFS) No Brasil, o desenvolvimento do capitalismo no campo e a modernização da agropecuária provocaram mudanças radicais na organização da população agrária e nas relações de trabalho. Correspondem, respectivamente a um exemplo de modificação da organização da produção e das relações de trabalho a: a) utilização de sementes com aprimoramento genético e a implantação do sistema de agricultura itinerante. b) especialização da produção e a proletarização do trabalhador rural. c) compactação do solo e a utilização, cada vez maior, de boias-frias. d) utilização de insumos industriais e a inexistência do trabalho assalariado. e) mecanização do campo e a implantação do sistema de plantation. 07. (UNEB 2008) CORTADORES DE CANA TÊM VIDA ÚTIL DE ESCRAVO EM SP Pressionado a produzir mais, trabalhador atua cerca de 12 anos, como na época da escravidão. A conclusão é de uma pesquisadora da Unesp. Os usineiros dizem que estão mudando o sistema de contratação e que vão melhorar condições. (ZAFALON, 2007, p. 8). A partir da análise do texto e dos conhecimentos sobre o trabalho nas plantações de cana-de-açúcar e as suas implicações no meio ambiente, é correto afirmar: 01) Os cortadores de cana se enquadram em um tipo de migração interna chamada de pendular. 43

44 02) A Lei de Terras de 1850 fortaleceu esse cenário, ao excluir os trabalhadores do campo do acesso à terra. 03) As relações de trabalho abordadas no texto são incomuns no trabalho sazonal, porque, nesse tipo de relação, todos os direitos dos trabalhadores são respeitados. 04) Os cortadores de cana têm sido flagrados, frequentemente, em condição de escravidão por dívida, que se caracteriza pela terceirização forçada do trabalho. 05) A agricultura de cana-de-açúcar emprega, atualmente, uma pequena parcela da população rural, devido ao trabalho altamente mecanizado adotado em todas as regiões do país que exploram esse produto. 8. (UEFS 2008) Apesar de a produção de biocombustíveis ser uma promessa de ganhos para a economia brasileira, se não for bem planejada, poderá fazer ressurgir extensas plantações de uma só cultura e trazer problemas, como a poluição, escassez de alimentos e alta de preços dos itens de alimentação básica. A partir dessas informações e dos conhecimentos sobre o espaço agrícola brasileiro, pode-se afirmar: a) a monocultura é o plantio intenso de um único vegetal e traz vantagens ambientais, porque não exaure o solo nem reduz a biodiversidade. b) os agricultores familiares da zona da mata nordestina, através de incentivos financeiros, passaram a se concentrar, apenas, nas culturas usadas como matéria-prima dos biocombustíveis, em áreas antes destinadas ao cultivo de alimentos. c) a área do plantio de cana-de-açúcar vem sendo reduzida, devido às implicações que essa cultura pode causar ao meio ambiente e ao ser humano, como a poluição, que provoca doenças respiratórias. d) a expansão da soja em território nacional a coloca como o principal produto, não só do agronegócio, mas também da fabricação de biocombustíveis que não degradam o meio ambiente, por já estar integrada ao clima e ao solo das regiões. e) as crises de escassez de alimentos, em decorrência de monocultura, foram problemas constantes para a população brasileira, em diferentes momentos históricos e em várias partes do país. 09. (UESB 2008) A terra não é capital. A terra é também a terra-mãe. Camponeses e camponesas veem nela seu espaço de trabalho e vivência, o solo para fazer os filhos e ser felizes. (A TERRA..., 2007, p. 16). Sobre a questão fundiária brasileira, é correto afirmar: 01) os grandes latifundiários, devido à grande concentração no campo. 02) os posseiros são integrantes da União Democrática Ruralista (UDR) e defendem a manutenção dos grandes latifúndios. 03) os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-terra (MST) são denominados de grileiros, devido ao seu apego à terra. 04) o Estatuto da Terra, de 1964, implantou uma reforma agrária distributiva, acabando com a grande concentração de terras no campo. 05) a Lei de Terras, criada em 1850, restringiu ainda mais o acesso à terra e aumentou, consequentemente, a sua concentração. - 3ª SÉRIE - ENSINO MÉDIO 44

45 10. (UESC 2008) Amigo trabalhador Eu sou um boia-fria Cansado de exploração. Analisando os problemas Do cruel sistema Que domina essa nação Comecei a perceber Que para ele resolver É necessário promover Uma grande revolução, Oportunizando para todos Uma boa educação E distribuindo as terras Dessa poderosa nação. A partir da análise dos versos e dos conhecimentos sobre o sistema fundiário e as relações de trabalho no campo, no Brasil, pode-se afirmar: 01) a estrutura fundiária, após o boom do agro negócio, foi democratizada, na Região Centro-Sul, o que fortaleceu o pequeno agricultor e permitiu uma distribuição equitativa de renda, nessa região. 02) o boia-fria é um trabalhador permanente e restrito à Região Nordeste, que tem seus direitos trabalhistas assegurados pela Constituição. 03) a estrutura fundiária concentrada e a predominância dos latifúndios de exploração fazem do país o maior exportador de alimentos do continente americano. 04) os versos reproduzem o modelo de desenvolvimento excludente adotado no país. 05) os versos retraíam a realidade da Região Norte, onde a Reforma Agrária não surtiu efeito, devido ao baixo nível de instrução do trabalhador rural e da falta de interesse da classe política local. 11. (UESB/2005) Com base nos conhecimentos sobre a estrutura da agropecuária brasileira, podese afirmar: 01) O crescimento da agropecuária - que foi destaque na última década do século XX tem sido inexpressivo na década atual, sendo suplantado pelo crescimento industrial. 02) Safra brasileira de grãos é liderada pelas regiões Sudeste e Nordeste, graças à maior potencialidade de expansão agrícola de seus Estados. 03) A grande atividade da agropecuária brasileira, com aumento constante da produtividade, é resultante dos investimentos na modernização tecnológica da produção. 04) A expansão das novas fronteiras agrícolas ocorre nas regiões densamente povoadas, especialmente no sul do país. 05) O Brasil já superou todos os obstáculos relativos à exportação de carne bovina e suína, e atualmente vende livremente para países da Europa e da Ásia. 45

46 12. (FBDC 2009) Considere o gráfico. Com base nos conhecimentos sobre a dinâmica da economia baiana a partir da década de 1990, pode-se concluir que o produto destacado no gráfico é: a) o feijão. b) a laranja. c) o eucalipto. d) o óleo de palma (dendê). e) a soja. - 3ª SÉRIE - ENSINO MÉDIO

47 Os problemas referentes à questão agrária estão relacionados, essencialmente, à propriedade da terra, consequentemente à concentração da estrutura fundiária, aos processos de expropriação, expulsão e exclusão dos trabalhadores rurais, camponeses e assalariados; à luta pela terra, pela reforma agrária e pela resistência na terra; à violência extrema contra os trabalhadores, à produção, abastecimento e segurança alimentar; aos modelos de desenvolvimento da agropecuária e seus padrões tecnológicos, às políticas agrícolas e ao mercado, ao campo e à cidade, à qualidade de vida e dignidade humana. Por tudo isso, a questão agrária compreende as dimensões econômica, social e política. (FERNANDES, 2001, p ). Com base na ilustração, no texto e nos conhecimentos sobre o espaço agrário, pode-se afirmar: (01) a desigual distribuição das terras, herança do modelo econômico que se implantou recentemente no país, trouxe como consequência os atuais conflitos sociais no campo e a fixação, cada vez maior, do homem nas áreas rurais em função da chegada da modernização agrícola. (02) o MST representa diferentes expressões de contestação, seja contra a desapropriação de terras pelo Estado, a exemplo da região de Itaipu, seja contra a permanência de latifúndios improdutivos, como áreas no interior do Norte e do Nordeste. (03) a luta por terra é uma importante dimensão da questão agrária e os movimentos sociais dela resultantes se configuram em ações dos trabalhadores, que envolvem processos de expropriação, expulsão e exclusão social. (04) a modernização da agricultura e da pecuária é bastante equilibrada nas diversas regiões do país, originando grande produtividade de alimentos com farta dieta alimentar da população. (05) o modelo de reforma agrária vigente no país vem assegurando o acesso à terra, proporcionando recursos necessários para ela produzir e atingindo grande número de trabalhadores rurais. 14. (ENEM 2010) O cultivo de camarões de água salgada vem se desenvolvendo muito nos últimos anos na Região Nordeste do Brasil e, em algumas localidades, passou a ser a principal atividade econômica. Uma das grandes preocupações dos impactos negativos dessa atividade está relacionada à descarga, sem nenhum tipo de tratamento, dos efluentes dos viveiros diretamente no ambiente marinho, em estuários ou em manguezais. Esses efluentes possuem matéria orgânica particulada e dissolvida, amônia, nitrito, nitrato, fosfatos, partículas de sólidos em suspensão e outras substâncias que podem ser consideradas contaminantes potenciais. CASTRO C. B.; ARAGÃO. J. S. ; COSTA-LOTUPO. L. V. Monitoramento de toxicidade de efluente de uma fazenda de cultivo de camarão marinho. Anais do IX Congresso Brasileiro de Ecotoxicologia (adaptado). Suponha que tenha sido construída uma fazenda de carcinicultura próximo a um manguezal. Entre as perturbações ambientais causadas pela fazenda, espera-se que: a) a atividade microbiana se torne responsável pela reciclagem do fósforo orgânico excedente no ambiente marinho. b) a relativa instabilidade das condições marinhas tome as alterações de fatores físico-químicos pouco críticas à vida no mar. c) a amônia excedente seja convertida em nitrito por meio do processo de nitrificação, e em nitrato, formado como produto intermediário desse processo. 47

48 d) os efluentes promovam o crescimento excessivo de plantas aquáticas devido à alta diversidade de espécies vegetais permanentes no manguezal. e) o impedimento da penetração da luz pelas partículas em suspensão venha a comprometer a produtividade primária do ambiente marinho, que resulta da atividade metabólica do fitoplâncton. 15. (ENEM 2010) Apesar do aumento da produção no campo e da integração entre a indústria e a agricultura, parte da população da América do Sul ainda sofre com a subalimentação, o que gera conflitos pela posse de terra que podem ser verificados em várias áreas e que frequentemente chegam a provocar mortes. ª SÉRIE - ENSINO MÉDIO Um dos fatores que explica a subalimentação na América do Sul é: a) a baixa inserção de sua agricultura no comércio mundial. b) a quantidade insuficiente de mão de obra para o trabalho agrícola. c) a presença de estruturas agrárias arcaicas formadas por latifúndios improdutivos. d) a situação conflituosa vivida no campo, que impede o crescimento da produção agrícola. e) os sistemas de cultivo mecanizado voltado para o abastecimento do mercado interno. 16. (ENEM 2010) A Luta pela terra no Brasil é marcada por diversos aspectos que chamam a atenção. Entre os aspectos positivos, destaca-se a perseverança dos movimentos do Campesinato e, entre os aspectos negativos, a violência que manchou de sangue essa história. Os movimentos pela reforma agrária articularam-se por todo o território nacional, principalmente entre 1985 e 1996, e conseguiram de maneira expressiva a inserção desse tema nas discussões pelo acesso à terra. O mapa seguinte apresenta a distribuição dos conflitos agrários, em todas as regiões do Brasil nesse período, e o número de mortes ocorridas nessas lutas. Com base nas informações do mapa acerca dos conflitos pela posse de terra, no Brasil, a região: a) conhecida historicamente como das Missões Jesuíticas é a de maior violência. b) do Bico do Papagaio apresenta números mais expressivos. c) conhecida como oeste baiano tem o maior número de mortes. d) do norte do Mato Grosso, área de expansão da agricultura mecanizada, é a mais violenta do país. e) da Zona da Mata mineira teve o maior registro de mortes. 48

49 17. (UNICAMP 1999) Ser persa é ser o estranho, é ser o diferente, é, numa palavra, ser outro. A simples existência do persa tem bastado para incomodar, confundir, desorganizar, perturbar a mecânica das instituições. [...] Foram e são persas os índios do Brasil (onde os sem-terra representam agora uma outra modalidade de persas ), foram mas já quase deixaram de ser persas os índios dos Estados Unidos, foram persas, no seu tempo, os incas, os maias, os astecas, foram e são persas os seus descendentes, lá onde tenham vivido e ainda vivam. Analise o texto apresentado e responda: (José Saramago, Folha de S. Paulo, 07/07/98) a) Por que o autor chama os sem-terra brasileiros de persas? b) Explique o que é o Movimento de Trabalhadores Rurais Sem-Terra. c) Considerando a sociedade brasileira, cite outros dois exemplos de persas nos dias atuais. 18. (UNICAMP 1999) Toda a região onde se encontra o Cerrado tem uma marcada estação seca que geralmente pode durar de 6 a 7 meses. A prolongada estiagem traz reflexos marcantes para a região. A vegetação herbácea e arbustiva baixa em geral seca e desaparece, ao contrário do que acontece com a vegetação de grande porte. Apesar da seca, os rios são perenes, embora diminuam de volume. (Aylthon Brandão Joly. Conheça a Vegetação Brasileira) a) Qual é a área de ocorrência do cerrado, no Brasil? b) Como se pode explicar a sobrevivência das árvores e a perenidade dos rios do cerrado, durante o período da seca? c) Dê as características da atividade agrícola desenvolvida nessa área. 19. (UNICAMP 1999) Os avanços biotecnológicos fazem-se notar, sobretudo no setor agrícola. A cada ano são anunciados os resultados de novos experimentos, tais como manipulação genética para a obtenção de sementes mais produtivas e criação de novos tipos de plantas, levando a um grande aumento da produção de alimentos. Entretanto, o problema da fome permanece: ela regressou até mesmo nos centros industriais do Ocidente, a ponto de Ricardo Abromovay afirmar: O faminto hoje vive em um mundo de fartura.(in: O que é a Fome, Brasiliense, 1983). Por que, apesar dos avanços tecnológicos, a fome permanece como um problema mundial? 20. Audiência sobre o Projeto de Emenda ConstitucionalPEC do Trabalho Escravo. Um dos debatedores da audiência, Leonardo Sakamoto, membro da ONG Repórter Brasil, lembrou que a PEC do Trabalho Escravo (PEC 438), que propõe a desapropriação de terras onde há trabalho escravo, seria um importante instrumento para o combate efetivo deste problema social. Ele lamentou as barreiras impostas pela chamada bancada ruralista, que já deixou claro que não permitirá qualquer artigo constitucional que abra alguma possibilidade de desapropriação de terra para fins de reforma agrária. O trabalho escravo é um sintoma de uma doença muito maior que persiste desde Cabral. É como a febre de uma malária contraída. Combater o trabalho escravo também é uma forma de se combater a estrutura fundiária no país, já que a maioria destas terras é grilada ou, praticam sonegação fiscal, disse. Já Patrícia Audi, representante da Organização Internacional do Trabalho (OIT), apontou dados que traçam o perfil do trabalhador escravizado no Brasil. Segundo o Relatório Global de 2005 da OIT, a grande maioria destes trabalhadores são homens analfabetos, entre 18 a 44 anos. Na 49

50 América Latina, a cada mil habitantes em uma localidade, 5,5 pessoas são escravizadas. No mundo, são 12,3 milhões de vítimas deste crime, sendo que 9,8 milhões estão no setor privado. Ainda de acordo com o Relatório, no Brasil, os Estados campeões na prática de trabalho escravo são nesta ordem o Maranhão, o Pará, o Tocantins e a Bahia. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a agricultura, assinale a afirmativa falsa: (01) no Caribe e no Brasil, o modelo adotado para explorar as colônias foi o plantation: grandes propriedades monocultoras, voltadas para a produção de gêneros tropicais destinados ao mercado externo e com a utilização da escravidão negra. (02) o processo colonial latino-americano determinaram os traços principais dos problemas fundiários desta parte do continente: a formação de grandes latifúndios ao lado de grande contingente de trabalhadores rurais que não tem acesso à terra. (04) a reforma agrária não é apenas um processo de distribuição de terras. O seu sucesso depende de apoio técnico e financeiro aos novos proprietários que por ela são beneficiados. (08) a expansão acelerada das fronteiras agrícolas e a estrutura fundiária concentradora geram permanentes e crescentes conflitos pela posse da terra, resultando, quase sempre, na expropriação dos grileiros pelos posseiros. (16) ao longo da sua história, as terras brasileiras foram controladas por uma elite e hoje, também, por grandes empresas. A concentração de terras, que condena à tragédia milhões de pessoas, teve início com a ocupação colonial e se arrastou até os dias atuais. (32) os problemas no campo brasileiro podem ser observados no dia a dia. Conflitos entre fazendeiros e posseiros, mortes de trabalhadores rurais, invasões de fazendas pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-terra), manifestações e passeatas exigindo ação mais eficaz do governo na política de reforma agrária. 21. Apesar da força do agronegócio, o setor enfrenta dificuldades. O primeiro semestre de 2006 foi marcado por protestos de agricultores, que bloquearam rodovias em várias partes do país. Em junho, no meio da crise, o ministro da agricultura, Roberto Rodrigues, pediu demissão. Sobre o agronegócio, no Brasil, é correto afirmar: (ATUALIDADES VESTIBULAR, 2007, p. 140) 01) a recente introdução da cana-de-açúcar, no Oeste Baiano, assim como a do café irrigado e algodão, tem contribuído para consolidar a economia dessa nova fronteira agrícola brasileira. 02) o agronegócio inclui, apenas, a agricultura de grãos e a pecuária leiteira. 03) a legislação brasileira não permite o cultivo de transgênicos no Nordeste, em virtude das condições climáticas desfavoráveis. 04) o trigo, principal produto agrícola na pauta de exportação, tem tido sua área de cultivo substituída por culturas menos rentáveis. 05) o país perdeu liderança na produção e na exportação do café, devido ao protecionismo dado pelo governo norte-americano aos seus produtores. 50

51 22. Conflitos sociais no campo, no Brasil, não são uma exclusividade de nossos tempos. Os povos indígenas foram os primeiros a conhecerem a sanha de terra dos colonizadores que aqui chegaram. Quilombos surgiram, Palmares cresceu. Zambi nasceu, Ganga Zumba lutou, Zumbi morreu. Canudos, Contestado, Trombas e Formoso fazem parte da história das lutas pela terra e pela liberdade no campo do país. Foi com as Ligas Camponesas, organizadas no Nordeste brasileiro, que nasceu a luta contra a elevação do foro, ou seja, contra os elevados preços dos arrendamentos. No entanto, se da violência nasce a morte, nasce também a vida. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra é produto dessa contradição. A negação à expropriação não é mais exclusividade do retirante posseiro distante. Agora ela é pensada, articulada e executada a partir da cidade, com a presença dos retirantes a quem a cidade / sociedade insiste em negar o direito à cidadania. (OLIVEIRA, p ) Com base no texto e nos conhecimentos sobre os movimentos sociais no campo e sobre a reforma agrária no Brasil, pode-se concluir: 23. (01) o modelo econômico brasileiro contraria a estrutura fundiária estabelecida desde a posse da terra pelos colonizadores portugueses, os quais criaram leis que retalhavam e distribuíam as áreas mais férteis para a policultura. (02) as nações indígenas foram as primeiras grandes vítimas da expansão capitalista Europeia no passado, quando, acuadas, lutaram, fugiram, morreram ou migraram, sendo, no presente, a Amazônia o seu maior reduto. (03) as populações quilombolas caracterizavam-se por ser monoétnicas, repelindo a participação de outros escravos negros ou de índios destribalizados. (04) as lutas de Canudos e do Contestado ocorreram simultaneamente no Nordeste e no Sudeste, no fim do século XVIII, envolvendo camponeses do Sertão e do Sudeste, na luta contra as injustiças sociais. (05) a prática do trabalho escravizado no campo desapareceu, nos dias atuais, nas regiões Norte e Nordeste, sendo que, tal prática jamais foi utilizada nas grandes plantações mecanizadas no Centro-Sul do País. A partir das ilustrações e dos conhecimentos sobre a exploração do espaço agropecuário no Brasil e no mundo e levando em consideração o mercado de produtos primários e de biocombustíveis, os conflitos no campo e as implicações em relação a mudanças nos hábitos alimentares, identifique a afirmativa incorreta: (01) a inflação dos produtos primários no primeiro semestre do ano em curso chegou até a China e a outros países da Ásia, tendo reflexos em produtos intermediários importantes, como fertilizantes, aço e resinas, devido ao aumento dos preços das commodities. (02) o mercado de alimentos passou por forte desequilíbrio entre produção e consumo na primeira metade de 2008, situação que ofereceu grandes oportunidades para o Brasil, embora o país necessite aprimorar estratégias de produção e comercialização. (04) a elevação acelerada do nível de vida nos países asiáticos e norte-africanos provocou um 51

52 enriquecimento dos hábitos alimentares, popularizando o consumo de carne bovina e suína na Índia e nos países islâmicos. (08) os biocombustíveis norte-americanos à base do milho produziram a escassez do produto no mercado e elevaram o preço da tortilha (iguaria mexicana à base de milho), entretanto, no Brasil, o etanol, oriundo basicamente da cana-de-açúcar, não prejudica a produção de grãos. (16) o agronegócio vem crescendo no país, mas o setor atravessa uma crise que preocupa os produtores, face aos juros altos, às oscilações do dólar em relação ao real e à falta de infraestrutura, dentre outros motivos. (32) os municípios que mais desmatam na Amazônia Legal são também os que mais registram trabalho escravo e violência no campo, assim como o avanço da pecuária na região acompanha o ritmo da derrubada das árvores. 24. (UEFS/2005.1) Essa forma de uso do solo é o melhor exemplo de sistema extensivo, pois é uma agricultura que se fundamenta quase exclusivamente na extensão da área cultivada. É uma agricultura pobre, sem recursos de capital e tecnologia, praticada em pequenas áreas e com técnicas rudimentares, como o desmatamento e a queimada. Após a limpeza do terreno, o agricultor cultiva a terra por duas ou três colheitas, até que o solo se esgote. Depois a área é abandonada e o agricultor sai em busca de novo espaço, onde tudo se repetirá. O texto refere-se ao sistema agrícola de: (MÉDICI; ALMEIDA, 2000, p. 20). a) rotação de terras, que se destina principalmente a atender às necessidades de consumo do produtor rural e de sua família. b) plantation, comum nos países desenvolvidos, visando abastecer os mercados locais. c) rotação de culturas, com baixa produtividade, porque os solos são arrasados pela erosão. d) jardinagem, que constitui cooperativa de exploração, o consumo e a administração são familiares, porém a terra é de propriedade estatal. e) comunas populares, que é destaque da agricultura chinesa e volta-se para o mercado externo, à procura de lucros. 25. (UNEB/2005) A análise do gráfico e os conhecimentos sobre a distribuição da propriedade da terra do Brasil permitem afirmar: 01) entre os anos de 1985 e 1996, verificou-se um expressivo crescimento percentual de pequenas propriedades. 02) a redução percentual de grandes propriedades agrícolas permitiu uma melhor e mais justa distribuição de terras. 03) o período delimitado no gráfico corresponde, em sua totalidade, ao do governo Collor, quando a reforma agrária tomou um novo impulso, resultante da consolidação do regime democrático no país. 04) o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem-terra (MST) que se destacou a partir da década de 80 do século XX, estendendo-se até os dias atuais reflete a crise fundiária provocada pelo aumento da concentração de terras evidenciando no gráfico. 05) a União Democrática Ruralista (UDR), movimento composto por pequenos e médios proprietários, tem contribuído para diminuir as tensões no campo, através do diálogo entre grandes proprietários e camponeses. 26. (UNEB/2005) A partir dos conhecimentos sobre agricultura no Brasil, é correto afirmar: 52

53 01) a agricultura é a atividade econômica mais rentável do país e subordina a cidade ao campo. 02) o agronegócio intensificou o êxodo rural da população não qualificada e ampliou a concentração de terras no Brasil. 03) os cultivos destinados à exportação se restringem a produtos tropicais, como o café e a soja. 04) a agricultura familiar produz apenas hortigranjeiros, apresenta baixo rendimento, sendo esse o setor agrícola que mais recebe incentivos fiscais do governo. 05) a roça tropical e a jardinagem são sistemas agrícolas altamente produtivos, praticados, exclusivamente, na Zona da Mata nordestina. 27. (UNEB/2005) O grande nó nas negociações para baixar as barreiras ao comércio no mundo hoje é a agricultura. Durante anos, as rodadas multilaterais aquelas que reúnem grande número de países conseguiram reduzir os impostos de importação de produtos industrializados, o forte das nações ricas. O pleito dos países em desenvolvimento, de mudanças no setor em que são competitivos, o agrícola, sempre foi colocado de lado. (CAPELA. In: Veja, 2004, p. 140). A análise do texto e os conhecimentos sobre globalização e comércio internacional permitem afirmar: 01) A criação da Organização Mundial do Comércio (OMC), no mundo globalizado, favoreceu economicamente os países emergentes e eliminou o protecionismo. 02) A concorrência dos países emergentes no setor agrícola é desleal, porque todos os países centrais são exportadores de alimentos. 03) Os subsídios fornecidos pelos governantes aos pecuaristas dos países centrais objetivam reduzir a dependência do mercado externo. 04) A esperança dos países emergentes é que, através da atuação da OMC, se estabeleça uma correlação de forças nas negociações da política agrícola, capaz de provocar o deslanchamento dessa questão. 05) O fornecimento de subsídios aos agricultores, pelos governos europeus, visando manter o nível da produção, é consequência da baixa qualidade dos produtos oriundos dos países emergentes. 28. (UEFS) A reforma agrária brasileira, cujo modelo atual funciona a mais de vinte anos com velocidade variável de assentamentos, tem sido usada em grande parte para mandar, ou devolver para o campo, desempregados urbanos e legiões de excluídos da atividade rural pelos processos de modernização da agricultura. (VEJA, p. 48) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o espaço agrário brasileiro, pode-se concluir: 01) o acentuado grau de concentração de terras, formando as grandes propriedades fundiárias, que caracterizam a estrutura agrária brasileira, é reflexo da formação econômica desde os primórdios da colonização. 02) as propriedades rurais de culturas comerciais e de subsistência pertencem a proprietários de uma mesma classe social e utilizam tecnologias idênticas. 53

54 03) os grandes proprietários, como os produtores de cacau, não são absenteístas, pois todos residem e estão perfeitamente integrados nos espaços de suas fazendas. 04) o fenômeno do esvaziamento histórico do campo não condiz com a realidade da reforma agrária brasileira, que funciona corretamente, pois todos os trabalhadores que recebem terras conseguem gerar renda suficiente e se mantêm no campo. 05) as áreas de maior importância na pecuária brasileira que se destacam na criação de gado de corte são o Vale do Paraíba paulista e o sul de Minas e, na criação de gado leiteiro, a Campanha Gaúcha e o Triângulo Mineiro. 29. (SS.SACRAMENTO) Conflitos sociais no campo, no Brasil, não são uma exclusividade de nossos tempos. São, isto sim, uma das marcas do desenvolvimento e do processo de ocupação do campo no país. (Oliveira, p. 11) Com base na afirmação e nos conhecimentos sobre a organização do espaço agrário brasileiro, pode-se concluir: - 3ª SÉRIE - ENSINO MÉDIO 01) as ligas camponesas, organizadas no Nordeste, nas décadas de 50 e 60 do século XX, incluíam foreiros, arrendatários, pequenos proprietários e trabalhadores da Zona da Mata na luta contra o latifúndio. 02) o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-terra, responsável, em nível nacional, pela ação organizadora dos acampamentos como forma de luta pela terra, não conta com o apoio formal da Comissão Pastoral da Terra nem da CUT. 03) o Estatuto da Terra, sancionado no início do governo militar, é o instrumento legal de promoção da Reforma Agrária no país e solucionou o problema agrário, ainda no governo do Marechal Castelo Branco. 04) a recente expansão agrária eliminou as terras com fins puramente especulativos, destacando a Região Sul, como modelo de ocupação, por não possuir terras improdutivas. 05) a violência no campo tem se concentrado na Amazônia Legal, aparecendo, sobretudo, nas áreas de ocupação mais recente. 30. A análise da charge, associada aos conhecimentos sobre a estrutura agrária do Brasil, permite afirmar: a) a concentração de terras, a modernização da agricultura e substituição dos trabalhadores permanentes por temporários são as causas principais da situação revelada na charge. b) a concentração fundiária dominada pelas oligarquias contribui para a fixação do homem na zona rural e a garantia da mão de obra barata e abundante. c) a força dos camponeses concretizou a reforma agrária em todas as terras privadas e devolutas da Região Centro-Oeste. d) a concentração de terras nas mãos de parceiros e rendeiros garantem alto índice de aproveitamento do solo agricultável. 54

55 e) a pressão do MST impulsionou o Governo a distribuir equitativamente as terras dos latifúndios, dos minifúndios e das empresas rurais. 31. É uma região da Ásia, com vastas áreas cobertas por solos férteis de aluvião, de fácil acesso, uma das mais povoadas do continente e grande produtora de arroz. Trata-se da Ásia: a) de Monções. b) Ocidental. c) Setentrional. d) Central. e) Centro Ocidental. 32. Sobre a estrutura fundiária do Brasil, pode-se concluir: (01) a ocupação, utilização e exploração da terra e de seus recursos são feitos segundo o interesse exclusivamente externo e visam a atender às suas necessidades. (02) nos últimos cincos anos, a estrutura fundiária foi modificada porque a população se mobilizou, se organizou e pressionou as oligarquias. (03) a implantação do agronegócio na colonização, promoveu a desestruturação da agricultura de subsistência que estava organizada para atender às necessidades da população nativa. (04) a colonização implantada pelos portugueses incentivava a formação de oligarquias nacionais conservadoras. (05) a estrutura fundiária é baseada em pequenas e médias propriedades, refletindo a natureza de sua economia pesquisas recentes registram uma média de um conflito a cada três dias em várias partes do país, com maiores incidências nos Estados do Paraná, Bahia e setores da Amazônia... Geralmente, há nesses confrontos mais mortos do que feridos, sinal da extrema violência que os caracteriza. As principais disputas no campo são bem diferentes daquelas existentes nas cidades. Aqui, o trabalhador luta contra a sua exploração. Lá, o lavrador luta contra a sua expropriação. São lutas determinadas por um único processo, que é o da reprodução e acumulação do capital. A partir do texto e dos conhecimentos sobre a questão agrária brasileira, conclui-se: (01) os conflitos entre posseiros e proprietários de terra tiveram início a partir da lei de Usucapião. (02) a introdução do capitalismo no campo teve como consequência a grande valorização das terras, o que fez crescer a atuação dos posseiros. (03) a concentração da terra e a ampliação dos latifúndios absorveram, nos últimos anos, as pequenas propriedades e expropriaram os seus legítimos donos. (04) a política de colonização implantada pelo governo, através da divisão de grandes latifúndios, vem solucionando o problema do homem rural, expulso de suas terras. (05) uma grande propriedade, onde a pastagem artificial domina todo o espaço, é passível legalmente de uma reforma agrária para pôr fim aos conflitos gerados por trabalhadores semterra. 34. Quem trabalha nessa terra Não tem direito no chão. Os maiores proprietários 55

56 Na terra nem sujam as mãos. Isto é contra a lei divina E Cristo não dá o perdão. A terra que era abençoada Tá ficando amaldiçoada Por causa da exploração. (PRETTO, p. 54-5) O texto acima, associado aos conhecimentos sobre a estrutura fundiária do Brasil, permite concluir: (01) a proletarização da população rural, mais que uma contingência social, é o reflexo da boa estrutura fundiária do país. (02) a expansão das fronteiras agrícolas tem possibilitado ao agricultor efetivas conquistas, na luta pela posse da terra. (03) a política fundiária brasileira tem origens históricas, especialmente no regime de sesmarias. (04) a partir da década de 70 deste século, com a ocupação das terras devolutas, os conflitos entre posseiros e grileiros diminuíram significativamente. (05) a reforma agrária, iniciada na década de 60 deste século e concretizada com base na Constituição de 1988, teve como objetivo deter o êxodo rural. 35. A partir da ilustração ao lado e dos conhecimentos sobre a questão agrária brasileira, pode-se afirmar: (01) os conflitos de terras que ocorrem apenas no Centro-Oeste e na Amazônia, resultam de uma política que favoreceu os latifundiários em prejuízo dos minifundiários e posseiros. (02) a reforma agrária é feita em terras devolutas, enquanto a colonização exige uma desapropriação para que ela possa ser efetuada. (03) a mecanização da agricultura, por não atingir todas as etapas da produção agrícola, fez surgir o trabalhador rural, denominado de boia-fria. (04) a concentração de propriedades rurais, eliminando as pequenas e grandes propriedades, faz surgir um sistema indireto de exploração da terra. (05) para solucionar a questão agrária brasileira, é necessário o desmembramento dos minifúndios e remembramento dos latifúndios. QUESTÕES 36 e 37 56

57 36. (RUY BARBOSA/2005.1) A análise do gráfico e os conhecimentos sobre a estrutura fundiária brasileira e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) possibilitam afirmar: 01) as invasões de terra pelo MST, de 2000 e 2001, diminuíram, porque o governo neoliberal promoveu a desapropriação das áreas ocupadas, e foi registrado o maior número de assentamentos desde o Período Colonial. 02) as invasões do MST se restringem a ocupar os latifúndios por exploração e as terras devolutas. 03) o Centro-Sul foi a região na qual o MST concentrou suas invasões, em abril de ) a pacificação do campo é a única preocupação do MST, que teve sua origem nas ações de grilagem praticadas pelos fazendeiros. 05) a distribuição de terra é a única solução para o problema fundiário no Brasil, já que ela eliminará a miséria pessoal no país. 37. (RUY BARBOSA/2005.1) De acordo com o gráfico e os conhecimentos sobre a questão fundiária, no Brasil, pode-se afirmar: 01) a doação de sesmarias, ocorrida no Período Colonial, permitiu a concentração de terras, que persiste até os dias atuais. 02) o governo de D. Pedro II, a fim de solucionar o problema fundiário no Brasil, criou a Lei de Terras, que possibilitou ao pequeno lavrador possuir minifúndios. 03) a questão fundiária no Brasil é um problema recente, ocorrido principalmente nas últimas décadas do século XX, já que a população rural sempre contou com terras para cultivo. 04) as invasões de terra, no Brasil, ocorreram com menor intensidade, porque, em 2002, a meta de assentamento foi cumprida pelo governo de Fernando Henrique Cardoso. 05) o governo Lula tem solucionado o problema de concentração de terras, ao atender às reivindicações do MST, limitando a área em que o colono possa se estabelecer. 38. (FAMEC) Considerando-se os conhecimentos sobre o espaço agrário formas de organização, estrutura, reforma agrária, formas de apropriação da terra e atividades agropastoris no Brasil e no mundo, pode-se afirmar: 57

58 01) a concentração de grandes propriedades no Brasil visa a uma agricultura de consumo interno, enquanto o retalhamento das propriedades rurais se destina aos produtos de exportação. 02) a Constituição de 1988 aprovou a desapropriação de propriedades que não cumprissem sua função social, graças à proposta de reforma agrária apresentada pela União Democrática Ruralista (UDR). Constituição de 1988 aprovou a desapropriação de propriedades que não cumprissem sua função social, graças à proposta de reforma agrária apresentada pela União Democrática Ruralista (UDR). 03) a cultura itinerante associa-se ao aumento da produtividade, à presença da mecanização e de fertilizantes, facilitando a aquisição de créditos rurais para os pequenos agricultores. 04) a criação intensiva mantém o gado confinado em áreas reduzidas, recebendo cuidados especiais, e a criação extensiva cria o gado solto, sem estabulação. 05) a produção agrícola mundial é insuficiente para alimentar a humanidade, e os modelos socioeconômicos vigentes não podem ser responsabilizados pelas multidões de famintos. 39. (FTE) Bendito, louvado seja [...] Para a terra prometida, o povo de Deus marchou Moisés andava na frente. Hoje Moisés é a gente, quando enfrenta a repressão. [...] Caminhemos pela estrada, muita cerca no chão, todo arame e porteira merecem corte e fogueira, são frutos da maldição. (In: Chiavenato, p. 65.) A partir da análise desses versos, ouvidos nas cantorias dos sem-terra, e dos conhecimentos sobre a estrutura fundiária no Brasil, pode-se afirmar: 01) a luta pela reforma agrária já se fazia presente no Período Colonial, através das reivindicações sistemáticas dos servos e dos camponeses livres. 02) a estrutura fundiária brasileira tornou-se democrática e igualitária após a implantação de grandes projetos agroindustriais em todo o território nacional. 03) a marcha para a terra prometida representa a peregrinação dos sem-terra para o centro-oeste, por contar, naquela região, com as doações e o apoio de grandes empresas multinacionais. 04) o MST, legitimado pela Constituição, propaga que todo arame e porteira merecem corte e fogueira porque defende a ocupação exclusiva de áreas improdutivas. 05) a estrutura fundiária, no Brasil atual, encontra-se fundamentada no modelo adotado no passado colonial, quando prevaleceram as doações de grandes lotes, a exemplo das sesmarias. 58

59 40. (CASTRO ALVES) Para ter a posse da terra Já tem dado muita intriga No Brasil, de sul a norte, É uma rixa muito antiga. O pobre não tem acesso O rico manda e castiga. Pra pôr a ordem e respeito O gaúcho entrou na briga. (Pretto, p. 24-5) A partir da análise dos versos, associada aos conhecimentos sobre o espaço agrário e as diferentes formas de ocupação, no Brasil, pode-se concluir: 01) a fome, no Brasil, é decorrente do sub-aproveitamento do solo, da baixa produtividade agrícola e do uso excessivo da agricultura de subsistência. 02) o sistema de parceria, amplamente difundido no país, é a principal causa dos problemas retratados nos versos. 03) os versos indicam que a baixa fertilidade do solo e o baixo nível de escolaridade são as principais causas da situação descrita no texto. 04) a política agrícola, adotada pelo governo brasileiro, priorizando a produção destinada ao mercado interno, é fator responsável pelos problemas fundiários do país. 05) o passado colonial e a estrutura fundiária herdada são as causas das tensões e das insatisfações do campo. 41. O gráfico a seguir representa a divisão da área agrícola e sua distribuição pelos tipos de imóvel rural, no Brasil. (01) o grande número de minifúndios reflete a boa distribuição da terra. (02) o grande número de minifúndios indica que toda a terra disponível já está apropriada, o que provoca o movimento dos sem-terra. (03) o pequeno número de latifúndios por dimensão revela o sucesso da política agrária e da redistribuição das terras agricultáveis. (04) o grande número de minifúndios é um fator de fixação do homem no campo, tendo resultado numa diminuição do êxodo rural, nos últimos decênios. (05) o gráfico sugere que a maior parte da terra agrícola está subaproveitada e com problemas econômicos e sociais. 59

60 42. UESB 2011 A agricultura norte-americana, uma das mais modernas e produtivas do planeta, organiza-se de forma diferenciada dos demais países. Os belts são especializados no cultivo de determinados produtos, mas não são monocultores. No Oeste americano, merece destaque o Dry-Farming, que se caracteriza: 01) pela plantação de algodão, sem utilizar defensivos agrícolas. 02) por utilizar grandes extensões de terra para a criação de bovinos e ovinos. 03) pelo desenvolvimento da fruticultura. 04) pela especialização do cultivo do trigo, plantado na primavera. 05) pelo cultivo extensivo e pela criação de gado leiteiro. 43. ENEM 2010 Antes, eram apenas as grandes cidades que se apresentavam como o império da técnica, objeto de modificações, suspensões, acréscimos, cada vez mais sofisticadas e carregadas de artifício. Esse mundo artificial inclui, hoje, o mundo rural. SANTOS, M. A Natureza do Espaço. São Paulo: Hucitec, Considerando a transformação mencionada no texto, uma consequência socioespacial que caracteriza o atual mundo rural brasileiro é: A) a redução do processo de concentração de terras. B) o aumento do aproveitamento de solos menos férteis. C) a ampliação do isolamento do espaço rural. D) a estagnação da fronteira agrícola do país. E) a diminuição do nível de emprego formal. Resolução O desenvolvimento tecnológico da agricultura permite o acesso a solos menos férteis que, anteriormente, se tornariam muito difíceis, senão impossível. 44. ENEM ,3% 30,5% 53% 15,2% Acima de ha De 100 a ha De 10 a ha Até 10 ha Fonte: INCRA, Estatísticas Cadastrais

61 O gráfico representa a relação entre o tamanho e a totalidade dos imóveis rurais no Brasil. Que característica da estrutura fundiária brasileira está evidenciada no gráfico apresentado? A) A concentração de terras nas mãos de poucos. B) A existência de poucas terras agricultáveis. C) O domínio territorial dos minifúndios. D) A primazia da agricultura familiar. E) A debilidade dos plantations modernos. Resolução A característica da estrutura fundiária evidenciada pelo gráfico é a concentração de terras na mão de poucos proprietários, já que as propriedades com área superior a ha (os chamados latifúndios) concentram 53% das terras agricultáveis do País. 45. ENEM 2011 No Estado de São Paulo, a mecanização da colheita da cana-de-açúcar tem sido induzida também pela legislação ambiental, que proíbe a realização de queimadas em áreas próximas aos centros urbanos. Na região de Ribeirão Preto, principal polo sucroalcooleiro do país, a mecanização da colheita já é realizada em 516 mil dos 1,3 milhão de hectares cultivados com cana-de-açúcar. BALSADI, O. et al. Transformações Tecnológicas e a força de trabalho na agricultura brasileira no período de Revista de economia agrícola. V. 49 (1), O texto aborda duas questões, uma ambiental e outra socioeconômica, que integram o processo de modernização da produção canavieira. Em torno da associação entre elas, uma mudança decorrente desse processo é a: A) perda de nutrientes do solo devido à utilização constante de máquinas. B) eficiência e racionalidade no plantio com maior produtividade na colheita. C) ampliação da oferta de empregos nesse tipo de ambiente produtivo. D) menor compactação do solo pelo uso de maquinário agrícola de porte. E) poluição do ar pelo consumo de combustíveis fósseis pelas máquinas. 46. ENEM 2011 Cadeia agroindustrial integrada ao supermercado BANCOS / FINANCIAMENTOS PRODUÇÃO DE INSUMOS AGRÍCOLAS: SEMENTES / AGROTÓXICOS COMERCIALIZAÇÃO DE INSUMOS AGRÍCOLAS AGRICULTOR CONSUMIDOR FINAL SUPERMERCADO INTERMEDIÁRIO SILVA, E. S. O. Circuito espacial de produção e comercialização de produção familiar de tomate no município de São José de Ubá (RJ). In: RIBEIRO, M. A.; MARAFON. G. J. (orgs). A metrópole e o interior fluminense: simetrias e assimetrias geográicas. Rio de Janeiro: Gramma, 2009 (adaptado). 61

62 O organograma apresenta os diversos atores que integram uma cadeia agroindustrial e a intensa relação entre os setores primário, secundário e terciário. Nesse sentido, a disposição dos atores na cadeia agroindustrial demonstra: A) a autonomia do setor primário. B) a importância do setor financeiro. C) o distanciamento entre campo e cidade. D) a subordinação da indústria à agricultura. E) a horizontalidade das relações produtivas 47. BAHIANA DE MEDICINA 2012 Aspectos culturais, sociodemográficos, biológicos e comportamentais estão associados à quantidade de vida. Associando-se os conhecimentos sobre relação entre a fome, na Terra, e a qualidade de vida, é correto afirmar: (01) a fome secular acompanha a humanidade e decorre da produção insuficiente de alimentos, que gera a baixa qualidade de vida. (02) os programas de governo brasileiro, como Fome Zero e Bolsa-Família, entre outros, são citados pela FAO como sendo iniciativas de combate à fome, com reflexo na qualidade de vida. (03) para os países que compõem os BRICS, ter alimento indica qualidade de vida e alta renda per capita. (04) para os países centrais, o poder político é o indicador da qualidade de vida, pois, nesse grupo de países, a fome já foi extinta. (05) os problemas sociais identificados na África, a exemplo da fome, podem ser minimizados, caso o crescimento vegetativo se mantenha elevado, proporcionando a melhoria da qualidade de vida. 48. BAHIANA DE MEDICINA 2012 A fome é um fenômeno que maltrata bilhões de pessoas e está intimamente ligada ao desenvolvimento histórico humano. Sobre a problemática da fome, na história do homem contemporâneo, pode-se afirmar: 01) os problemas sociais e econômicos, entre eles a fome e a recessão econômica, no período pós- Primeira Guerra Mundial, foram fatores determinantes para a criação da ONU, com o objetivo de eliminá-lo e promover uma melhor qualidade de vida para a população. 02) a Revolução Russa de outubro de 1917 e a implantação do governo socialista no país aprofundaram a crise social e a fome que abateu mais fortemente a população camponesa, levada quase à extinção devido à ausência de uma política de distribuição de terras e de enfrentamento dos problemas da produção agrária. 03) a Guerra Fria, ao incentivar os conflitos armados, principalmente na Ásia, desorganizou os sistemas econômicos das ex-colônias europeias nessa região, provocando uma fome crônica, superada com a ajuda do Plano Marshall aos países da região. 04) os blocos econômicos criados pela globalização diminuíram sensivelmente as desigualdades sociais e a diversidade cultural na América Latina e, em decorrência, a fome endêmica foi eliminada do continente. 05) a mortandade provocada pela fome em certas regiões africanas, como a Etiópia, a Somália e o Sudão, desde o processo de descolonização, é resultante, entre outros fatores, da seca, das guerras e da permanente instabilidade político e religiosa. 62

63 49. BAHIANA DE MEDICINA 2012 Em 1797, Thomas Maltus escreveu sobre política de preços dos alimentos e também sobre economia e política daquela época, dois anos depois propagou sua ideia acerca do crescimento da população. Segundo ele, a produção de alimentos não acompanhava o crescimento da população suficientes para abastecer a população mundial, ocorrendo uma discrepância entre o número de pessoas e a disponibilidade de alimentos. Recentemente, parece que as perspectivas de Mathus vieram à tona ou, pelo menos, causam preocupações em diferentes governos, e diversos países têm promovido políticas e medidas de proteção de seus mercados consumidores (FALTARÁ.., 2011) Sobre a questão alimentar no mundo de hoje e suas relações com as mudanças ambientais, preveem-se consequências para o planeta e para as sociedades que o habitam, a exemplo: 01) das alterações climáticas nas regiões tropicais, que não deverão comprometer a produção de alimentos, uma vez que, em contrapartida, o índice pluviométrico deverá aumentar em todo o planeta. 02) das mudanças climáticas nas regiões frias do Hemisfério Norte, provocando um aumento do dióxido de carbono na atmosfera, o que acarretará a dizimação da produção agrícola. 03) da diminuição dos preços das commodities, o que deverá provocar o desestímulo dos produtores de alimentos e, consequentemente, a falta de gêneros alimentícios. 04) do aumento do índice pluviométrico, que deverá provocar a lixiviação dos solões, o aumento da acidez e o processo de deserficação, o que se ampliará, principalmente, nas regiões subtropicais. 05) da substituição de cultivos tradicionais por cultivos destinados à produção de biocombustíveis, que poderão provocar, aliados ao aumento da classe média, a elevação dos preços dos alimentos sua escassez. 63

64 AGROPECUÁRIA/ GABARITO B 04 E 05 E 06 B E E 12 E E 15 C 16 b 17 discursiva 18 discursiva 19 discursiva A A 31 A B 44 A 45 B 46 B

65 AGRICULTURA I. Definição Atividade econômica responsável pelo cultivo dos vegetais II. Objetivos Alimentação humana e de animais. Produção de matéria prima para as indústrias. III. Fome Causas o problema da fome não está na produção de alimentos, mas sim na distribuição desigual dos mesmos. Tipos Desnutrição falta de alimentos. No mundo existem 800 milhões de habitantes desnutridos (África). Subnutrição ingerir abaixo de cal/dia. A média brasileira é de cal/dia. IV. Sistemas Agrícolas 1. ltinerante (migrar) ou Roça (extensiva - sem tecnologia) Trabalho familiar ou manual. Pequenas propriedades = minifúndio. Técnicas rudimentares ou arcaicas: queimadas, rotação de terras, uso de ferramentas simples. Baixa produção e produtividade PRODUÇÃO ( hectare = m 2 ) ÁREA Agropecuária de subsistência. Países pobres. 2. Plantation (extensiva) (latifúndio Brasil) Monocultura Grandes propriedades Produção voltada para exportação. Trabalho manual e arcaico (semiescravo e crianças). Alta produção / baixa produtividade. 65

66 Implantado na colonização. 3. Jardinagem Ocorre principalmente na Ásia de Monções. É um trabalho milenar, familiar e manual. Pequenas propriedades. Alta produtividade. A principal atividade é a rizicultura irrigada Utiliza as curvas-de-nível para produção de frutas. Sistema intensivo de mão de obra. 4. Agricultura comercial mecanizada ou empresa agrícola ou moderna (sistema intensivo) Uso intenso de máquinas e insumos industriais computadores, satélites, irrigação, fertilizantes, adubos, agrotóxicos, tratores. Alta produção e produtividade. O objetivo não é aumentar a área para crescer a produção, mas sim na mesma área utilizar sementes especiais para crescer a produtividade. Visa o lucro e o mercado. Utilização de sementes especiais. Investimentos em pesquisas científicas. Mão de obra qualificada permanente ou temporária (boia-fria - a máquina não pode colher tudo). Uso de silos (armazéns) guarda o produto no período de entre-safras (preço sobe). Rotação de culturas. Nos países ricos ocorreu a Revolução Agrícola, que nos países pobres é chamado Revolução Verde. Nos países ricos ocorreu no final do século XIX, início do século XX e se intensificou na década de 70. A Revolução Verde ocorreu nas décadas de 80/90. V. Sistemas Agrícolas Especiais Belts são cinturões agrícolas dos EUA, onde há em grandes propriedades monoculturas altamente mecanizadas, no qual ocorrem dois graves problemas, a superprodução e erosão dos solos. Os principais produtos são: soja, milho, algodão, trigo, frutas, gado (leite ou corte). Comunas populares são cooperativas agrícolas chinesas onde a produção e o trabalho é dividido por todos. 66

67 Sovkhozes são fazendas estatais russas (com ou sem produção, o salário era garantido). Hoje estão extintos Kolkhozes são cooperativas agrícolas russas privadas onde o trabalho e a produção são divididos. Kibutz são fazendas agromilitares Israelenses, altamente modernas e irrigadas, sobre o deserto de Negev ou Neguev. Polders são fazendas holandesas abaixo do nível do mar, onde há produção de leite e flores AGRICULTURA BRASILEIRA I. Leis que regem a terra no Brasil: 1530 Sesmarias: a terra era doada pelo rei Lei de terras: a terra era doada pelo império ou comprada na mão do Império, 1964 Estatuto da terra: criado pelos militares (ditadura). Foram criadas as leis trabalhistas, provocando migração para as cidades. Ocorreu uma avaliação pelo exército da produção e do tamanho das propriedades, constatando-se que o Brasil tinha a pior distribuição de terras do mundo na época. Os militares também criaram os imóveis rurais, que eram propriedades ideais, ou seja, a terra no tamanho adequado para o homem viver com a sua família. Neste período surgiu a denominação HECTARE = m Módulo rural: é similar a propriedade ideal (alimentação e venda de excedente). Hoje existem os módulos fiscais, que além das obrigações do módulo rural tem a capacidade de pagar impostos. Imóveis Rurais: criados na ditadura militar (Estatuto da terra). 1) Minifúndio terra inferior ao atual módulo fiscal. A atividade exercida é a agropecuária de subsistência. 2) Latifúndio é uma propriedade improdutiva. Existem 2 tipos: Dimensão acima de 600 módulos fiscais. Exploração 1 a 600 módulos fiscais. 3) Empresa Rural são propriedades produtivas que medem de 1 a 600 módulos fiscais Lei do Usucapião: toda e qualquer propriedade ocupada por mais de cinco anos e que não tenha nenhuma pendência legal, tal imóvel passa a ser do ocupante. 67

68 Esta lei foi aprovada, pois as terras devolutas (do estado), são ocupadas por: Posseiros pobres e geralmente associados ao MST (cientificamente provado que é necessário e tem destaque mundial). Grileiros são os fazendeiros que se associaram na UDR (União Democrática Ruralista). Obs.: Reforma Agrária proporcionar condições de produção e terra para TODO campo, tanto para os pequenos e médios quanto para os grandes. Não é questionada por ninguém a necessidade de fazê-la. Características da agricultura brasileira 1. Subaproveitamento do espaço agrário brasileiro. 2. distribuição de terras: 2 o pior do mundo (2001) 3. Predomínio de relações de trabalho pré-capitalistas capitalista = assalariado. MINIFÚNDIO trabalho familiar. LATIFÚNDIO : Parceria quando o homem e sua família, em troca do empréstimo da terra, cede parte da produção ao proprietário. Morador ou agregado quando o homem e sua família, em troca de moradia e alimentação trabalha gratuitamente para o proprietário. Arrendatário é o aluguel da terra. 68

69 Influência política quando através da força política o proprietário da terra promove obras em sua propriedade (benfeitorias interior), com trabalho e dinheiro público (Indústria da seca). 4. Elevado número de conflitos posseiros X grileiros. 5. Produção voltada para a exportação. III PRINCIPAIS PRODUTOS AGRÍCOLAS. SOJA EUA Brasil (vende grão) Mato grosso, Paraná e Rio Grande do Sul. CAFÉ Brasil Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia (Vitória da Conquista, Barreiras). Colômbia (vende muito barato, pois utiliza a plantação para esconder a plantação de maconha). LARANJA EUA principalmente na Flórida. Brasil São Paulo, Bahia (Rio Real), Sergipe. CANA Indía Brasil São Paulo (Pro-álcool - é mecanizada), Alagoas. ALGODÃO China. EUA, Brasil Mato Grosso, Bahia (Barreiras). TRIGO EUA. China, Brasil Paraná, Rio Grande do Sul. Importa da Argentina. 69

70 CACAU Costa do Marfim. Gana. Pecuária Atividade econômica responsável pela criação de animais TIPOS Extensiva Intensiva O gado é criado solto, em grandes áreas. Não ocorre controle sanitário. Tem baixa produtividade. Ocorre a subutilização do produto (grande parte é jogado fora). Trabalho e técnicas arcaicas. gado é criado confinado, alimentando-se por ração. Trabalho especializado, como o do agrônomo, veterinário. Controle sanitário através de vacinas e vermifugação. Pesquisa científica ou zootecnia que estuda a clonagem, inseminação artificial, hormônios. Uso de técnicas modernas industriais. Utilização global do produto. PRODUTOS PECUARISTAS A) Gado Bovino no mundo, o maior número de cabeças é: Índia (animal é sagrado). Brasil (Centro Oeste; Sudeste; Sul Destaques: Mato Grosso do Sul,MT, Minas Gerais, Goiás) EUA apesar de ter menos cabeças, tem maior produção de leite e carne. TIPOS DE GADO NO BRASIL: Leite intensivo. Duas áreas produzem no Brasil. Triângulo Mineiro 70

71 Vale do Paraíba (entre São Paulo e Rio de Janeiro) 80% da produção de derivados são dominados pelas multinacionais. A maior do Brasil é a Nestlé (MAIS NOVA FÁBRICA EM FEIRA DE SANTANA). Carne abate ou corte feito em sistema extensivo. Principais áreas: Cerrado, no Pantanal Campanha Gaúcha, criado em sistema semi-extensivo Oeste paulista: maior exportador Agreste, em Feira de Santana Ilha de Marajó (Pará), criação de búfalos AVICULTURA O frango foi o produto que mais cresceu nos últimos 15 anos. Os maiores produtores de aves no Brasil são: Rio Grande do Sul (Avipal e Sadia - maiores produtores) Minas Gerais (Sadia e Perdigão) Na Bahia a Avipal se instalou em Feira de Santana, sendo o maior produtor do Norte Nordeste. Outras Aves: Avestruz a maior produção é em São Paulo, no Brasil. Ganso aproveitado para travesseiros. São Paulo também tem a maior produção. Pavão suas penas servem para ornamentação. Codorna SP. C) Ovinos: Seu objetivo é a produção de lã. O maior produtor mundial é a Austrália, Uruguai e o Brasil (Rio Grande do Sul). D) Caprinos: O maior produtor do Brasil é a Bahia e o leite da cabra diminui a mortalidade infantil no semiárido. A cabra fornece leite e carne. E) Suínos: Os maiores produtores mundiais são a China e os EUA. No Brasil é o Rio Grande do Sul e está associado a peixes, que se alimentam das fezes do porco. 71

72 01. (UCSAL ) Exercícios de Fixação "Ao longo do século, mas, sobretudo nos períodos mais recentes, o processo brasileiro de urbanização revela uma crescente associação com o aumento da pobreza cujo lócus passa a ser, cada vez mais, a cidade, sobretudo a grande cidade. O campo brasileiro moderno repele os pobres, e os trabalhadores da agricultura capitalizada vivem cada vez mais nos espaços urbanos. A indústria se desenvolve com a criação de pequeno número de empregos e o terciário associa formas modernas e formas primitivas que remuneram mal e não garantem ocupação." (Milton Santos. A urbanização brasileira. São Paulo: Hucitec, p.109) Com base nas ideias contidas no texto, pode-se afirmar corretamente que: a) o crescimento urbano no Brasil é caracterizado pela periferização e ocupação de vastas áreas de habitação favelada. b) os pobres, expulsos do campo pela agricultura moderna, chegam à cidade por meio do processo conhecido por êxodo rural. c) o setor secundário é o responsável pela criação de empregos na cidade e absorve a mão de obra migrante. d) o setor terciário é representado pelo emprego informal e o que melhor remunera o trabalhador assalariado na cidade. e) o aumento da pobreza nos centros urbanos oculta a concentração de renda existente no País. RUY BARBOSA EXERCÍCIOS ATUAIS 01. A partir da análise da ilustração e dos conhecimentos sobre espaço, produção e tecnologia, no mundo atual, é correto afirmar: 01) os países desenvolvidos, sobretudo as grandes potências mundiais, levam nítida vantagem na atual divisão internacional do trabalho, pois neles não existem populações e lugares excluídos. 02) os países latino-americanos foram os primeiros a utilizar a biotecnologia na produção de transgênicos e, desde então, o Canadá e a Holanda passaram a desenvolver novas técnicas, a exemplo da clonagem. 03) a revolução técnico-científica, ao tempo em que gera riqueza e amplia os lucros, responde pelo desemprego estrutural, já que reduz, nitidamente, os postos de trabalho e exclui a mão de obra menos especializada. 04) as novas técnicas se difundem, igualmente, pelo espaço geográfico, a exemplo da Internet, que, com seu rápido crescimento, atinge toda humanidade. 72

73 05) a adoção de políticas neoliberais visa facilitar os fluxos de capitais e de mercadorias sob o comando do Estado, a fim de conter a competitividade e assegurar os lucros. UNEB A passagem do Estado Liberal para o Estado Interventor ocorreu no Brasil a partir: 01) do Segundo Império, quando D. Pedro II estabeleceu uma política deliberada de incentivo aos empreendimentos industriais do Barão de Mauá. 02) do desenvolvimento industrial, na Primeira República, quando o Estado foi obrigado a conceder direitos trabalhistas para conter os movimentos operários anarquistas. 03) da Era Vargas, quando o Governo passou a defender a criação de empresas estatais que controlassem setores estratégicos da economia. 04) do populismo de Juscelino Kubistchek, que, buscando incentivar o fortalecimento da indústria nacional, rompeu com o capital estrangeiro. 05) do mandato governamental de Jânio Quadros, na medida em que, ao apoiar a Revolução Cubana, visou aumentar a influência brasileira na América Latina. UNEB Desde o passado as [outras] regiões do país [Brasil] ressentem-se das desigualdades de desenvolvimento econômico em relação ao Sudeste. Os governos estaduais dessas regiões têm pleiteado providências junto aos governos federais, no sentido de diminuir as disparidades regionais, voltadas ao aproveitamento econômico das regiões e sua industrialização. (ADAS, 2004, p.93). Sobre o processo de industrialização brasileira, é correio afirmar: 01) a implantação do Plano de Metas acelerou o processo industrial brasileiro, apesar de contribuir para o descontrole inflacionário. 02) a industrialização brasileira caracteriza-se por ter ocorrido dentro dos mesmos parâmetros da industrialização clássica. 03) a Segunda Guerra Mundial trouxe benefícios para a indústria nacional, porque possibilitou a implantação do Plano de Metas, durante o primeiro governo democrático do pós-guerra. 04) o Plano SALTE, implantado durante os governos militares, dedicou grande parte do orçamento federal para estimular os setores de energia e de transportes. 05) a industrialização do Nordeste foi consequência de uma elevada qualificação da sua mão de obra e do seu baixo custo. RUY BARBOSA QUESTÕES 04 e 05 73

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