Aplicação de Revestimentos Cerâmicos Aderentes

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1 Aplicação de Revestimentos Cerâmicos Aderentes Edgar Dinis Jesus Vaz Dissertação para obtenção do grau de Mestre Engenharia Civil Júri Presidente Doutor Albano Luis Rebelo das Neves e Sousa Orientador Doutor José Alexandre de Brito Aleixo Bogas Orientador Doutor Augusto Martins Gomes Vogal Doutora Ana Paula Patrício Teixeira Ferreira Pinto França de Santana Vogal Doutor Pedro Manuel Gameiro Henriques Novembro 2013

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3 Resumo Em Portugal, os revestimentos cerâmicos aderentes são largamente utilizados na construção, cumprindo uma função importante no desempenho global dos edifícios, atendendo a que oferecem elevada durabilidade, bom desempenho técnico e variadas possibilidades estéticas. Os revestimentos cerâmicos constituem um sistema complexo composto pelos ladrilhos cerâmicos, pelos produtos de assentamento e pelos produtos de preenchimento de juntas entre ladrilhos. Estes materiais têm tido um grande desenvolvimento devido a uma crescente inovação tecnológica da indústria de fabrico, quer de ladrilhos cerâmicos, quer de novos materiais de assentamento, por forma a responder adequadamente aos diferentes tipos de suportes onde são aplicados. Neste trabalho reúnem-se informações essenciais sobre os vários tipos de materiais que compõem o revestimento cerâmico aderente e nomeadamente o tipo e características de ladrilhos cerâmicos utilizados em revestimento de paredes e pavimentos, existentes no mercado, os produtos de assentamento e ainda os de preenchimento de juntas entre ladrilhos. São também referidos os procedimentos a adotar na aplicação destes materiais, tendo em conta os respetivos suportes e as condições ambientais, de modo a garantir o adequado desempenho e durabilidade do sistema de revestimento. É ainda efetuada uma abordagem à durabilidade dos revestimentos cerâmicos aderentes, descrevendo-se algumas das anomalias mais frequentes, técnicas de inspeção e diagnóstico, medidas de prevenção, manutenção e reparação. Ao longo do trabalho é analisada a normalização em vigor, onde se encontram especificadas as características, ensaios e critérios de aceitação e/ou classificação, aplicáveis a ladrilhos cerâmicos, materiais de colagem e argamassas de juntas. Palavras Chave: Revestimentos cerâmicos Materiais de colagem; Argamassas de juntas Ladrilhos Aplicação Assentamento i

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5 Abstract In Portugal, Adhesive ceramic tiling system have been used in construction, fulfilling an having role in the overall performance of buildings, by ensuring higher durability, improved technical performance and providing varied aesthetic possibilities. Ceramic tiling relies both on several applications and manufacturing techniques and on a variety of materials, such as ceramic tiles, adhesive products and filling joints materials. In particular, these materials have been continuously improved and further developed, in order to respond appropriately to the architectural and construction requirements. In this work, we gather essential information about the various types of materials that make up the adhered ceramic tiling system, namely the type and characteristics of ceramic tiles communly used for wall cladding and flooring, as well as fixing and joint filling products. We also discuss the application procedures of these materials, taking into account the proprieties of the global ceramic system as well as environmental conditions,in order to ensure the adequate reliability and durability of buildings and infrastructures. The durability of the cladding are discussed regarding some of the most frequent pathologies. Technical inspection and diagnosis, prevention, maintenance and repair are also foucused in the present work. The most relevant standards and regulations concerning the specification of material characteristics, testing and acceptance criteria and/or classification applicable to ceramic tiles, bounding materials and mortar joints, are considered. Keywords Ceramic tiling system Adhesive materials Filling materials Tiles Instalation Application iii

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7 Índice Geral 1. Introdução Considerações Iniciais Objetivos e metodologia Organização da dissertação Revestimentos Cerâmicos Introdução Materiais cerâmicos utilizados em soluções de revestimento Tipo de ladrilhos cerâmicos Características de revestimentos cerâmicos Exigências funcionais dos revestimentos cerâmicos Normalização Classificação UPEC Processo de certificação de produto e controlo de qualidade Enquadramento no domínio da qualidade A marcação e certificação CE Normas harmonizadas Assentamento de revestimentos cerâmicos Soluções de assentamento Soluções de assentamento mecânico Assentamento aderente Materiais de assentamento em soluções aderentes Técnicas de aplicação Exigências aplicáveis ao suporte e compatibilidade com o material de assentamento Materiais de assentamento Materiais de preenchimento de juntas Exigências dos materiais de preenchimento Soluções existentes Normalização, certificação e marcação CE Procedimentos a adotar na aplicação de revestimentos cerâmicos aderentes v

8 4.1. Dimensionamento de juntas Preparação do suporte Aplicação do material de assentamento Assentamento do revestimento cerâmico Equipamentos utilizados Tipo de pente e acessórios utilizados Aplicação de produtos de preenchimento de juntas Limpeza final Casos particulares Controlo de qualidade de revestimentos aderentes Síntese dos procedimentos de aplicação do revestimento cerâmico Durabilidade de revestimentos cerâmicos aderentes Anomalias em revestimentos cerâmicos Técnicas de inspeção e diagnóstico Medidas e disposições construtivas de prevenção Manutenção de revestimentos cerâmicos Técnicas de reparação Conclusão Referências Bibliográficas vi

9 Índice de Figuras Figura 2.1: Imagem do Dragão de Marduk... 3 Figura 2.2: Porta de Ishar... 3 Figura 2.3: Imagem de um painel de azulejo presente na Abadia de Cister, Alcobaça... 4 Figura 2.4: Imagem do tapete cerâmico da Capela dos Paços de Sintra... 4 Figura 2.5: Imagem do Corredor das Mangas, Palácio de Queluz... 5 Figura 2.6: Imagem do Frei Zacarias, Convento de São Francisco, Alenquer, século XVIII... 5 Figura 2.7: Pormenor de um revestimento de fachada, de Figura 2.8: Imagens de diversos tipos de revestimento... 6 Figura 2.9: Ensaio ISO Figura 2.10.A: Imagens das normas de ensaio Figura 2.10.B: Imagens das normas de ensaio Figura 2.11: Classificação UPEC Figura 2.12: Símbolos de Produto Certificado emitido pela CERTIF Figura 2.13: Símbolo de empresa Certificada emitido pela APCER Figura 2.14: Marcação CE Figura 2.15: Exemplo de declaração do fabricante / cimentos-cola Figura 2.16: Exemplo de Etiqueta do fabricante / cimentos-cola Figura 2.17: Exemplo de etiqueta de fabricante de ladrilho cerâmico Figura 3.1: Fixação oculta Figura 3.2: Fixação semi-oculta Figura 3.3: Fixação mecânica Figura 3.4: Camadas do sistema de revestimento cerâmico aderente e suporte Figura 3.5: Técnicas de assentamento de ladrilhos cerâmicos com argamassas tradicionais em paredes Figura 3.6: Técnicas de assentamento de ladrilhos cerâmicos em pavimentos Figura 3.7: Técnicas de assentamento de ladrilhos cerâmicos com cimentos-cola e colas em pavimentos Figura 3.8: Técnicas de assentamento de ladrilhos cerâmicos com cimentos-cola e colas em paredes Figura 3.9: Cimento Portland Figura 3.10: Argamassa Tradicional Figura 3.11: Cimento Cola Figura 4.1: Regularização do suporte Figura 4.2: Aplicação de revestimento cerâmico de grandes dimensões Figura 4.3: Exemplos de tipos de talochas Figura 4.4: Exemplos de equipamentos de mistura e de corte Figura 4.5: Colher de pedreiro à esquerda e martelo de borracha à direita vii

10 Figura 4.6: Exemplos de espaçadores Figura 4.7: Exemplos de aplicações de materiais em juntas Figura 4.8: Limpeza manual com esponja normal Figura 4.9: Proteção superior de fachadas revestidas com ladrilhos cerâmicos Figura 4.10: Preocupações na transição entre substratos Figura 4.11: Viga de betão armado revestida exteriormente apenas com ladrilhos Figura 4.12: Mosaico porcelânico, de dimensões de 2,5 x 2,5 cm Figura 4.13: Exemplo de um edifício de grande altura Figura 4.14: Controlo da qualidade da colagem através de um ladrilho acabado de colar Figura 4.15: Ensaio de percussão dos ladrilhos para detetar ocos na camada de assentamento Figura 5.1: Descolamento com empolamento em revestimento de fachada de edifício antigo Figura 5.2: Descolamento localizado Figura 5.3: Fissuras. À esquerda fissura do azulejo em parede; à direita fissura em pavimento Figura 5.4: Eflorescências em zona localizada, que mostra caminho de escorrência da água da chuva Figura 5.5: Anomalia em junta de assentamento Figura 5.6: Ensaio de arrancamento in situ Figura 5.7: Remoção do material de preenchimento de junta viii

11 Índice de Quadros Quadro 2.1: Classificação dos ladrilhos cerâmicos segundo a EN Quadro 2.2: Identificação de materiais cerâmicos dos grupos A e B... 9 Quadro 2.3.A: Caracterização das classes de ladrilhos definidas pela EN 14411:2003 (Grupo A) Quadro 2.3.B: Caracterização das classes de ladrilhos definidas pela EN 14411:2003 (Grupo B) Quadro 2.4: Características exigidas nas diferentes aplicações Quadro 2.5: Classificação dos ladrilhos cerâmicos - exemplos Quadro 2.6.A: Resumo das principais exigências funcionais dos revestimentos cerâmicos Quadro 2.6.B: Resumo das principais exigências funcionais dos revestimentos cerâmicos Quadro 2.7: Normas de ensaio de ladrilhos cerâmicos da série da EN ISO Quadro 2.8: Edifícios unifamiliares Quadro 2.9: Edifícios coletivos Quadro 2.10: Sistema de certificação previsto na diretiva CNQ 5/ Quadro 2.11: Sistemas de comprovação da conformidade adaptado Quadro 3.1: Classificação dos materiais para fixação por contacto Quadro 3.2: Caracterização dos vários tipos de adesivos para ladrilhos cerâmicos Quadro 3.3: Propriedades das colas a considerar na aplicação em obra Quadro 3.4: Classes de cimentos-cola recomendadas para o assentamento de ladrilhos cerâmicos em fachadas Quadro 3.5: Consumos típicos de cimento-cola (C) em paredes exteriores e métodos de aplicação. 49 Quadro 3.6: Resumo da aplicabilidade de colas em dispersão aquosa (D) Quadro 3.7: Resumo da aplicabilidade de colas de resinas de reação (R) Quadro 3.8: Tipos e classes de argamassas de preenchimento de juntas Quadro 3.9: Caraterização dos vários tipos de betumagem de juntas Quadro 3.10: Espessuras recomendadas para as juntas entre ladrilhos fixados por colagem Quadro 4.1: Tipos de juntas de construção EN Quadro 4.2: Condições a satisfazer pelos paramentos exteriores das paredes no momento da colagem Quadro 4.3: Tipo de pente e aplicações tipo Quadro 5.1: Patologias mais correntes em ladrilhos cerâmicos quando em uso Quadro 5.2: Tipos de rotura da ligação ao suporte Quadro 5.3: Classificação das causas das anomalias em revestimentos cerâmicos aderentes Quadro 5.4: Produtos de limpeza recomendados para sujidades específicas em ladrilhos de grés porcelânico Quadro 5.5: Produtos de limpeza recomendados para sujidades específicas em ladrilhos de grés rústico Quadro 5.6: Produtos de limpeza recomendados para sujidades específicas em ladrilhos de grés vidrado ix

12 Quadro 5.7: Produtos de limpeza recomendados para sujidades específicas em ladrilhos de barro vermelho x

13 Agradecimentos Ao concluir este trabalho quero manifestar o meu sincero agradecimento a todos os que, de alguma forma, contribuíram para a sua realização. Ao Professor Doutor José Alexandre Bogas, orientador científico desta dissertação, por estar sempre presente, pela colaboração, pelo tempo despendido e pelas sugestões dadas, fundamentais para o desenvolvimento do trabalho a que me propus. Ao Professor Doutor Augusto Martins Gomes, orientador deste trabalho, pela disponibilidade, aconselhamento e incentivo, que tornaram possível a elaboração do mesmo. Ao contributo dos profissionais e investigadores que constam na Bibliografia. Ao Eng.º José Leonardo Padrão, Diretor de Centro (Carregado) da Saint-Gobain Weber Portugal, S.A., pela forma amável e atenciosa como me recebeu nas respetivas instalações. Ao Eng.º Luís Silva, Diretor Técnico da Weber, pela disponibilidade demonstrada, pelos conhecimentos transmitidos, e ainda pelo material de apoio fornecido. Aos Engenheiros Hélder Novais, Nuno Vieira e Miguel Mendes pela disponibilidade e os conhecimentos transmitidos. À minha família pelo apoio incondicional dado, ao longo do meu percurso académico. xi

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15 1. Introdução 1.1. Considerações Iniciais A aplicação de revestimentos cerâmicos em Portugal remonta há vários séculos, continuando a ser uma excelente opção, como solução de revestimento. Nas últimas décadas, a indústria de fabrico de ladrilhos cerâmicos acelerou o seu desenvolvimento com o aparecimento de novas tecnologias, novas matérias-primas, novos tipos de cerâmica e novos formatos e design. No sentido de dar resposta ao grande número de novos produtos de revestimento cerâmico e tecnologias inovadoras, verificou-se uma clara evolução na variedade e qualidade dos materiais de assentamento e dos materiais de preenchimento de juntas de ladrilhos cerâmicos disponíveis no mercado, tendo em vista garantir uma adequada fiabilidade e durabilidade na construção. A importância e complexidade das soluções de revestimento cerâmico obriga a uma maior sistematização e especificação de procedimentos e materiais de assentamento a adoptar no assentamento dos vários tipos de revestimento disponíveis no mercado, associados a diferentes porosidades, dimensões e formatos quando aplicados em diferentes ambientes. Considerando que a aplicação destes produtos dão um contributo importante no desempenho global das construções, em particular no que se refere à durabilidade, valorização, eficiência e aspeto visual/estético, surge o interesse em desenvolver e aprofundar os conhecimentos sobre esta matéria, visando contribuir para a divulgação de informação sobre o assunto Objetivos e metodologia A presente dissertação, desenvolvida no âmbito do Mestrado Integrado em Engenharia Civil, teve como objetivo desenvolver e aprofundar os conhecimentos existentes no âmbito da aplicação de soluções de revestimentos cerâmicos aderentes. O Trabalho envolveu essencialmente a recolha e sistematização da informação obtida na diversa bibliografia consultada e no acompanhamento de estudos de controlo de qualidade realizados na Weber (Carregado). Foi ainda realizada uma abordagem normativa das soluções de aplicação, tendo em consideração a normalização em vigor Organização da dissertação O trabalho encontra-se organizado em 6 capitulos sendo o primeiro e o último de introdução e conclusão e os restantes abordando de forma faseada os principais aspetos considerados relevantes 1

16 na aplicação de revestimentos cerâmicos aderentes.este documento encontra-se estruturado em seis capítulos, organizados da seguinte forma: Capítulo 1 Este capítulo constitui a introdução da dissertação, na qual são feitas algumas considerações sobre o âmbito da mesma e onde se apresenta a justificação da sua elaboração. É ainda descrito o objetivo a atingir e a metodologia adotada para o efeito. Por último, descreve a organização e estrutura do trabalho onde é efetuado um breve resumo dos capítulos. Capítulo 2 Neste capítulo apresenta-se, numa primeira parte, uma breve síntese histórica sobre a evolução dos revestimentos cerâmicos ao longo do tempo, seguindose, numa segunda parte, uma caracterização dos materiais cerâmicos em particular dos ladrilhos cerâmicos utilizados em soluções de revestimento e respetivas exigências funcionais. Faz-se referência à normalização em vigor, descreve-se a classificação UPEC e abordam-se os processos de certificação de produto e controlo de qualidade. Capítulo 3 Este capítulo carateriza, de uma forma geral, o assentamento de revestimentos cerâmicos, e em particular os as soluções de assentament associados a diferentes tipos de suporte. Neste sentido é feita referência aos materiais de assentamento e às diferentes soluções de preenchimento de juntas. Para finalizar, efetua o enquadramento normativo em vigor. Capítulo 4 Neste capítulo são abordados os procedimentos a adotar na aplicação de revestimentos cerâmicos aderentes e precauções a ter em conta, nomeadamente no que diz respeito ao dimensionamento de juntas, à preparação do suporte, à aplicação de material de assentamento, ao assentamento, e ao controlo de qualidade do revestimento. Capítulo 5 Este capítulo aborda a durabilidade de revestimentos cerâmicos aderentes, recorrendo à descrição de anomalias neste tipo de revestimentos e suas principais consequências, técnicas de inspeção e diagnóstico, medidas de prevenção/disposições construtivas de prevenção, manutenção de revestimentos cerâmicos e técnicas de reparação. Capítulo 6 - Conclusões. 2

17 2. Revestimentos Cerâmicos Neste capítulo será efetuada uma caracterização global dos revestimentos cerâmicos. Numa primeira parte será apresentada uma breve síntese histórica sobre a evolução dos revestimentos cerâmico ao longo do tempo, seguindo-se uma abordagem em termos da definição, classificação, características, normalização e certificação do ladrilho cerâmico Introdução A aplicação de materiais cerâmicos é uma prática que vem desde os primórdios da civilização humana. No entanto, foi essencialmente apenas durante o Período Neolítico que nasceu a cerâmica tradicional [1], através de um processo de modelagem, secagem e queima, tendo como principal matéria-prima um produto natural, a argila [2]. O desenvolvimento de revestimentos cerâmicos remonta a 4000 a.c., no Egipto, com a utilização de placas cerâmicas, como elemento decorativo, nas paredes interiores das câmaras funerárias dos faraós egípcios [3]. Destacam-se, neste âmbito, as câmaras funerárias da Pirâmide em degraus de Saqqara, no Egito, que se encontram revestidas com peças de cerâmica decorativa. Estas peças dispunham de uma anilha na sua parte posterior por onde atravessava um elemento de cobre ou madeira, para fixá-las à parede. O exemplo mais antigo que se conhece de revestimento cerâmico para exteriores conservado até aos nossos dias é o denominado Dragão de Marduk, que faz parte da decoração da Porta de Ishtar, na Mesopotâmia [3], e que se pode ver nas Figuras 2.1 e 2.2. Figura 2.1: Imagem do Dragão de Marduk, que decora a porta de Ishtar na Mesopotâmia, que data de 575 A.C. [4] Figura 2.2: Porta de Ishar que data de 575 A. C. [5] Também a Ocidente foram encontrados indícios do uso de cerâmica pelos povos etruscos e gregos, nomeadamente algumas variedades de terracota terra cozida [6]. Por volta do século IV os romanos utilizavam nas suas construções diversos tipos de materiais cerâmicos dos quais se destacam as placas de revestimento e as belíssimas composições de 3

18 mosaico. Também deram início à utilização de material cerâmico no revestimento de pavimentos e em particular, o mosaico, apontando-se, como exemplo, os pavimentos decorativos existentes em Conímbriga. A arte de vidrar a cerâmica também começou com os egípcios [7] [8]. Já no século VIII, os Mouros introduziram a arte do azulejo na Península Ibérica, desenvolvendo novas técnicas e estilos de decoração. Numa das suas obras de arquitetura mais imponentes o Palácio de Alhambra, em Granada (séculos XIII e XIV), pode apreciar-se a Arte Árabe, cujo atrativo principal reside no revestimento dos seus interiores e em particular nos belíssimos painéis de azulejo de conteúdo muito rico. Os primeiros indícios da utilização de revestimentos cerâmicos vidrados em Portugal remontam ao século XIII, destacando-se, neste âmbito, a cerâmica pavimentar bem como painéis de azulejo, presentes na abadia de Cister, em Alcobaça [9] como se destaca na Figura 2.3. Figura 2.3: Imagem de um painel de azulejo presente na Abadia de Cister, Alcobaça [10] Já no século XV são encontrados em Portugal Palácios Reais revestidos, no seu interior, com azulejos. Este revestimento cerâmico decorativo é proveniente de Sevilha, praticamente o único fornecedor existente no mercado, na época. Começa também a ser feito o revestimento cerâmico de pavimentos e em particular de palácios e igrejas, podendo servir de referência o célebre tapete cerâmico da capela dos Paços de Sintra, cuja técnica de composição do mosaico faz lembrar os alicatados andaluzes [11], conhecidos entre os séculos XII e XIII, conforme se pode verificar na imagem da Figura 2.4. Figura 2.4: Imagem do tapete cerâmico da Capela dos Paços de Sintra [12] Entre os séculos XV e XVII e apesar de não ser grande produtor de revestimentos cerâmicos, Portugal, foi o país europeu que mais utilizou esse tipo de revestimento nos seus edifícios. Ainda assim, o uso de revestimento cerâmico continuava a restringir-se essencialmente aos espaços interiores, em forma de tapetes, ou apenas como material ornamental, ou ao revestimento de pináculos e cúpulas das igrejas, quando utilizado exteriormente, devido ao seu elevado custo [13]. 4

19 Surgem então alguns pintores ceramistas portugueses, entre os quais se destaca António Oliveira Bernardes, considerado por alguns especialistas o criador do verdadeiro azulejo português. Já em finais do século XVII e princípio do século XVIII são fundadas a Fábrica de Loiça do Rato, em Lisboa e a Fábrica de Juncal, em Alcobaça [14]. A concretização destas medidas, aliadas à simplificação do padrão do azulejo, possibilitou o aumento da produção o que se refletiu na diminuição do preço de custo. Expande-se assim o uso do revestimento cerâmico a outros espaços para além dos espaços interiores e exteriores, nomeadamente no revestimento de alpendres, pátios, claustros para além do embelezamento de jardins e em particular, bancos e chafarizes revestidos (ver Figuras 2.5 e 2.6). Figura 2.5: Imagem do Corredor das Mangas, Palácio de Queluz Figura 2.6: Imagem do Frei Zacarias, Convento de São Francisco, Alenquer, século XVIII No século XIX, sob os efeitos da revolução industrial, assistiu-se a um enorme aumento da produção de azulejo fazendo com que este tipo de revestimento cerâmico se tornasse mais acessível a um leque de público mais alargado, passando também a ser aplicado no revestimento das fachadas dos edifícios (Figura 2.7). Figura 2.7: Pormenor de um revestimento de fachada, de 1870 Atualmente os revestimentos cerâmicos correspondem ao terceiro revestimento em fachada mais utilizado em Portugal [15], por se considerar que contribuem para a valorização dos edifícios, por revelarem adequada durabilidade, bem como uma boa funcionalidade e um bom desempenho estético. Ao longo do século XX a indústria cerâmica acelerou o seu desenvolvimento devido ao aparecimento constante de novas tecnologias, novas matérias-primas, novos tipos de cerâmica, 5

20 novos formatos e design, sendo que, a partir dos anos 70, passou a haver uma grande procura relativamente aos revestimentos cerâmicos de pavimento. Apresentam-se exemplos de diferentes tipos de revestimento usados nos dias de hoje. Tijoleira rústica Revestimento de interior- Estação Sete-Rios do Metropolitano Júlio Resende, Lisboa, [16] Revestimento em grés extrudido [17] Revestimento em monocozedura [17] Pavimento em grés cerâmico [18] Revestimento de fachada em Azulejo José Almada Negreiros, 1949 [19] Figura 2.8: Imagens de diversos tipos de revestimento 6

21 2.2. Materiais cerâmicos utilizados em soluções de revestimento Os ladrilhos cerâmicos constituem atualmente um dos materiais mais usados na construção civil e nomeadamente no revestimento de paredes interiores, exteriores e pavimentos. Tendo a argila, como matéria-prima, o produto final do ladrilho cerâmico pode apresentar as mais variadas características, consoante os elementos secundários adicionados, os métodos e os processos de fabrico. As diversas alterações na tecnologia de fabrico e na seleção das matérias-primas, tem possibilitado a obtenção de produtos com cada vez melhores desempenhos técnicos e estéticos, relativamente a outros materiais existentes no mercado. O desempenho do revestimento cerâmico depende da relação de todos os materiais e das técnicas de aplicação para cada situação específica. É necessário considerar vários fatores para garantir um bom resultado, tais como a utilização de materiais adequados ao tipo de uso, a qualidade, o planeamento e execução dos serviços de assentamento e a manutenção após a aplicação, de acordo com a finalidade a que se destina [20]. Há ainda a ter em conta o contributo da mão-de-obra, que para além dos poucos bons profissionais do setor, se resume a uma mão-de-obra indiferenciada, com conhecimentos insuficientes no âmbito da aplicação dos novos materiais de revestimento, que exigem formação específica para se atingirem os objetivos esperados Tipo de ladrilhos cerâmicos Os revestimentos cerâmicos são objeto de normas europeias que definem a terminologia, requisitos e critérios de marcação para estes produtos. Destaca-se a NP EN 14411:2008 [21] onde os ladrilhos cerâmicos são definidos como: Placas finas de argila e/ou outras matérias-primas inorgânicas, geralmente utilizadas como revestimentos para pavimentos e paredes. De acordo com esta norma os ladrilhos cerâmicos são classificados segundo o seu processo de fabrico e a sua absorção. No que diz respeito aos processos de fabrico, os ladrilhos são usualmente conformados por extrusão (Método A) ou prensagem a seco (Método B), à temperatura ambiente, podendo, no entanto, ser moldados por outros processos. Os processos de fabrico dos grupos A e B, diferem apenas na fase da conformação, já que no processo de fabrico por extrusão a pasta é extrudida em fieiras, enquanto que no processo de fabrico por prensagem a seco, a pasta é prensada através de equipamentos hidráulicos. Os ladrilhos de ambos os grupos podem ainda ser vidrados (GL) ou não vidrados (UGL), sendo incombustíveis e não afetados pela luz. A porosidade aberta é medida através da percentagem de absorção de água. Considera-se a existência de ladrilhos com baixa absorção de água (E 3%); ladrilhos com média absorção de água (3% < E 10%); e ladrilhos com elevada absorção de água (E > 10%). 7

22 Os ladrilhos incluídos no grupo C são moldados manualmente sendo utilizados processos artesanais na produção dos mesmos. No Quadro 2.1 é apresentada uma síntese dessa classificação, assim como a designação comercial dos mesmos. Quadro 2.1: Classificação dos ladrilhos cerâmicos segundo a NP EN [21] seus anexos Processo de Fabrico Grupo EN Tipo Absorção de água (E) Grupo A Extrudido Grupo B Prensado a seco Grupo C Outros Processos (Moldagem manual) AI Grés Extrudido 3% AIIa Allb Grés extrudido Klinker Tijoleira Rústica Tijoleira Rústica Terracota 3% < E 6% 6% < E 10% AIII Tijoleira Rústica E > 10% BIa BIb Pavimento de Grés Klinker Porcelânico Pavimento de Grés Klinker Pavimento de Biocozedura 0,5% 0,5% < E 3% BIIa Pavimento de monocozedura 6% < E 10% BIIb Revestimento de monocozedura 3% < E 6% BIII Azulejo (Faiança) > 10% CI - 3% CIIa Pavimento rústico 3% < E 6% CIIb Pavimento rústico 6% < E 10% CIII Azulejo Pavimento Rústico > 10% O Quadro 2.2 apresenta a classificação alguns exemplos de ladrilhos de acordo com o processo de conformação e a correspondente designação comercial. Os ladrilhos são fabricados a partir de uma mistura de diversas matérias-primas, entre as quais, o caulino, outras argilas, a areia e materiais fundentes como o feldspato, entre outros, podendo ter diversos tipos de acabamento, em particular, o natural, o polido e o vidrado. Os principais processos de fabrico baseiam-se, como já referido anteriormente, na conformação por extrusão e por prensagem. No processo por extrusão, a preparação da pasta cerâmica pode ser feita por via seca ou por via semi-húmida. O processo por via seca implica a secagem prévia da matéria-prima antes de se proceder à sua conformação. O processo por via semi-húmida categoriza pasta composta de cerca de 18% a 20% de água que vai ser responsável pela coesão do produto conformado [23]. No fabrico com prensagem a seco, distinguem-se os processos de monocozedura e de bicozedura. No processo de monocozedura, os produtos passam uma só vez no forno para cozedura da pasta cerâmica e fixação do vidrado e decoração. As areais e os materiais fundentes são moídos em moinhos rotativos, horizontais. Neste tipo de processo reduz-se a granulometria dos materiais até ao grau de finura desejado. No processo de bicozedura é primeiro cozida a pasta, obtendo-se o 8

23 biscoito ou chacota. Posteriormente procede-se à vidragem e decoração da chacota, seguida finalmente da segunda cozedura [24] [23]. Quadro 2.2: Identificação de materiais cerâmicos dos grupos A e B, e respetiva denominação comercial [21] Absorção de água A - Extrudidos Processo de conformação B - Prensados a seco E 3% Grupo Ia - Porcelânico Grupo I - Grés extrudido Grupo Ib - Grés porcelânico 3% < E 6% Grupo IIa - Klinker Grupo IIa - Pavimento de monocozedura 6% < E 10% Grupo IIb - Terracota Grupo IIb - Revestimento de monocozedura E > 10% Grupo III - Tijoleira rústica Grupo III - Azulejo Em seguida é elaborada uma pequena síntese sobre os diferentes tipos de ladrilhos cerâmicos existentes no mercado. a) Produtos tradicionais de barro vermelho Estes produtos são peças cerâmicas produzidas a partir de argilas fusíveis constituídas por elevadas percentagens de óxido de ferro. Adquirem colorações que vão do creme aos tons avermelhados, consoante a percentagem de óxido de ferro na sua composição. Referem-se, neste âmbito, a tijoleira, a terracota e a alheta ou forra de barro, conformadas por extrusão ou moldagem manual. Estas peças são sujeitas a tratamentos superficiais sobre o produto acabado para embelezamento e proteção das manchas. São maioritariamente utilizadas em pavimentos onde se 9

24 pretendem criar ambientes rústicos de cores térreas, de texturas naturais com arquiteturas e interiores ecológicos. Apresentam uma variedade cromática que vai do amarelo ao vermelho forte, característico do barro. Possuem um grau absorção de água elevado que dependendo dos produtos, pode variar desde cerca de 3,5 até 22 %. A tensão de rotura, dependente da espessura das peças, varia entre aproximadamente 2,3 e 3,2 kn/m 2 [25]. Depois de cozidas, revelam uma dureza entre 3 e 6 na escala de Mohs. Este tipo de peças não possui boa resistência à ação de ciclos gelo/degelo, devido à sua porosidade. Alguns destes produtos apresentam expansão por humidade, e como são produtos com porosidade aberta significativa, tornam-se muito sensíveis às manchas estando também frequentemente sujeitos a problemas de eflorescências. Este tipo de cerâmica de barro vermelho, é produzido por moldagem manual no caso de peças tradicionais, sendo as peças industriais produzidas por prensagem ou por extrusão. A enorme aceitação comercial deste tipo de materiais cerâmico, conduziu a uma maior oferta, quer do ponto de vista de formatos, quer do ponto de vista estético e, em particular, na aplicação de vidrados, inserções, incrustações e das combinações com pedra natural. b) Azulejo Os azulejos são cerâmicos porosos de suporte branco ou branco acinzentado, com aplicação de vidrado e eventual decoração de superfície. Maioritariamente são utilizados, em revestimentos interiores, podendo ainda ser utilizados em exteriores, mas não em zonas sujeitas à ação de gelo/degelo. Este tipo de cerâmica tem uma capacidade de absorção de água que varia geralmente entre 12 e 17%. A força de rotura varia entre 300 e 1200 N [26]. Dependendo da natureza dos vidrados, o azulejo, tem uma dureza na escala de Mohs inferior a 5. Os azulejos apresentam-se numa grande variedade de dimensões e formas, onde predominam os quadrados e os retângulos. São fabricados, maioritariamente, por prensagem a seco, sendo submetidos, posteriormente, a uma ou mais cozeduras. A aplicação de vários tipos de vidrados originam uma grande variedade cromática e de reflexão da luz, permitindo ainda a obtenção de peças com uma grande variedade de texturas. Os azulejos produzidos e comercializados em Portugal são basicamente de três tipos: Azulejos não decorados e sem tratamentos superficiais, ou seja, azulejos lisos; Azulejos com tratamento de superfície ao nível de texturas, cores e grafismos; Azulejos especiais a que se dão o nome de fitas ou sanefas, peças essencialmente destinadas e efeitos estéticos, de forma a criar conjuntos com as peças base dos revestimentos. No que diz respeito ao último tipo de azulejos (azulejos especiais) acresce dizer que podem ser moldados por prensagem, extrusão, ou por vazamento em moldes de gesso. Esta família de produtos apresenta uma grande variedade de peças cerâmicas, processos de fabrico, formatos, e tratamentos superficiais. São consideradas cerâmicas finas e decorativas. O formato típico destes revestimentos é de 14x14cm, sendo também correntes outros formatos. 10

25 c) Klinker As peças cerâmicas de Klinker são de suporte colorido e baixa porosidade aberta, vidradas ou não vidradas e sem aplicação de decoração. São utilizadas principalmente em pavimentos interiores e exteriores, pavimentação de áreas industriais, revestimentos de edifícios industriais, comerciais e serviços, e ainda no revestimento de piscinas e locais muito húmidos, como câmaras frigoríficas. A conformação é obtida por prensagem ou extrusão. As peças obtidas por extrusão, destinadas a aplicações em pavimentos interiores e exteriores, não apresentam normalmente a superfície vidrada. As peças destinadas a revestimentos, em geral, apresentam a superfície vidrada. Este tipo de revestimento extrudido, parcialmente vitrificado, apresenta um grau de absorção de água muito baixo, variando esta propriedade entre 3 e 6%. Possuí ainda elevada resistência mecânica, apresentando forças de rotura entre 2,3 e 5 kn (as forças de rotura superiores a 5 kn encontram-se em peças com maiores espessuras), e elevada resistência química. O klinker apresenta ainda uma grande resistência à abrasão, dependendo do tipo de vidrado aplicado sobre a sua superfície. Os formatos predominantes no mercado são essencialmente retangulares, variando entre 23,6x5cm e 23,6x6,5cm com espessuras normalmente de 20mm [27]. Para a aplicação em pavimentos que exijam um comportamento anti-derrapante, este tipo de produtos cerâmicos fornece ao mercado peças com relevo superficial [25]. d) Grés cerâmico O grés cerâmico é caracterizado por possuir porosidade aberta baixa a média e suporte branco acinzentado a camurça, podendo apresentar vidrado e em alguns casos, decorações. Existem essencialmente duas grandes famílias deste tipo de cerâmica, as peças de grés de pasta branca e as peças de grés de pasta vermelha. São conformadas por prensagem a seco ou por extrusão, sendo submetidas a uma única cozedura após vidragem e decoração. Este revestimento é maioritariamente utilizado em pavimentos residenciais, ainda que alguns, com especial resistência mecânica e química, se utilizem em pavimentos não residenciais. Apresenta uma capacidade de absorção de água entre 1 a 6% [23], em função do grau de gresificação do suporte, ou seja, em função da extensão do nível de vitrificação interna da pasta durante a cozedura. Depende também do grau de gresificação do suporte a sua resistência mecânica, em que a força de rotura varia entre 1 a 5 kn. O grau de resistência à abrasão depende do tipo de vidrado que é aplicado sobre a superfície, assim como a sua dureza da escala de Mohs, que pode variar entre 3 e 8. Este tipo de cerâmica apresenta, em geral, uma boa resistência química, dependendo do tipo de vidrado utilizado na sua superfície. Estas cerâmicas apresentam baixo coeficiente de dilatação térmica, com valores aparentemente compreendidos entre 5 e 7x10-6 ºK -1 [25]. No mercado pode encontrar-se uma grande variedade de formatos, texturas e efeitos decorativos nas peças de grés cerâmico. Em geral, todas as decorações são aplicadas em processo produtivo para submeter as peças a uma cozedura única. As decorações apresentadas pelas peças enquadram-se, geralmente, na imitação da pedra natural, imitação de cerâmica não vidrada, desenhos geométricos que derivam do mosaico, apresentando ainda uma ampla variedade de desenhos de tipo tradicional. 11

26 e) Grés porcelânico O grés porcelânico é um produto de ultima geração, de muito baixa porosidade aberta e com uma ampla gama de cores, obtido por prensagem ou extrusão, e submetido a uma única cozedura. Como o próprio nome indica são produtos similares à porcelana, caracterizados por apresentarem elevada qualidade e temperatura de fusão. Estes materiais resultam de se atingirem temperaturas de cozedura mais elevadas (1200º) e de se utilizarem argilas vitrificaveis necessárias à aglutinação dos grânulos de cerâmica, entretanto formados com alto nível de sinterização. A grande variedade da oferta deste produto, quanto a formatos, texturas, relevos superficiais, espessuras e características físico-químicas, permite que seja utilizado num leque bastante alargado de aplicações, nomeadamente: pavimentos e revestimentos de edifícios habitacionais de qualquer tipo; revestimento de fachadas; pavimentos e revestimentos de edifícios comerciais, de serviços, e industriais; espaços húmidos ou com condições de elevado risco de escorregamento; pavimentos submetidos a tráfego não exclusivamente pedonal, ou com especiais exigências mecânicas, quando submetidos a elevadas cargas estáticas ou dinâmicas; equipamento urbano. A família dos grés porcelânicos apresenta uma capacidade de absorção de água quase nula, inferior a 0,5% devido ao elevado grau de moagem, alto teor de fundentes, e elevada tensão de compactação [28]. Tem uma elevada força de rotura, com valores superiores a 2 kn, podendo alcançar os 8 kn para peças de espessura superior a 15 mm. Têm uma dureza na escala de Mohs que varia entre os 6 e 8 para as peças naturais e entre os 3 e os 5 para as peças polidas [25]. Resistem aos ciclos de gelo/degelo; têm um baixo coeficiente de dilatação térmica, com valores inferiores a 6,5x10-6 ºK -1 ; apresentam baixa expansão por humidade, com valores inferiores a 1 mm/m; são resistentes aos choques térmicos; possuem uma boa resistência química, salvo ao ácido fluorídrico e compostos derivados. O acabamento superficial deste tipo de cerâmica pode ser mate, polido ou com brilho. Quanto aos produtos com acabamento polido, pode fazer-se a aplicação de resinas sintéticas para minimizar as consequências da micro-porosidade superficial. Podem ter um aspeto muito semelhante ao das pedras naturais [28]. A textura pode ser lisa ou texturada quando as condições de aplicação exijam propriedades anti derrapantes. No mercado podemos encontrar uma grande variedade de formatos e espessuras deste tipo de grés. Encontram-se no mercado peças que vão desde 2,5x2,5 cm e com 2mm de espessura. Mais recentemente as placas podem atingir dimensões de 60x120 cm com 8 mm de espessura [25]. O grés porcelânico conheceu um desenvolvimento tecnológico muito importante no domínio dos cerâmicos de construção, tendo sido possível obter soluções com características de porosidade e desempenho semelhante aos das pedras naturais de melhor qualidade, tornando-se uma alternativa bastante viável para os mesmos domínios de aplicação. A EN define um conjunto de características sobre os ladrilhos cerâmicos que se resumem nos Quadros 2.3.A e 2.3.B. 12

27 Quadro 2.3.A: Caracterização das classes de ladrilhos definidas pela NP EN 14411:2003 (Grupo A) [21] GRUPO A Ladrilhos extrudidos Designação e porosidade Cor da Pasta Tipo de superfície Aplicação habitual Dimensões comerciais Características principais AI Grés extrudido (E 3%) Pasta branca GL ou UGL Revestimentos em parede ou pavimentos (interiores ou exteriores) (12 x 12) cm a (40 x 40) cm Alta resistência à flexão, ao desgaste e à ação do gelo; baixa absorção de água AIIa Klinker (ladrilhos de barro vermelho) (3% < E 6%) Pasta vermelha Natural, GL ou UGL Pavimentos interiores ou exteriores, mesmo em locais de elevado tráfego (11,5 x 11,5) cm a (40x40) cm Aspeto rústico; boa resistência ao desgaste AIIb Terracota (6% < E 10%) De rosa a vermelha Natural, GL ou UGL Pavimentos interiores ou exteriores, mesmo em locais de elevado tráfego (7 x 7) cm a (30 x 30) cm Aspeto rústico; boa resistência ao desgaste AIII Tijoleira rústica (E > 10%) Pasta branca e vermelha Natural, GL ou UGL Pavimentos interiores (10 x 10) cm a (40 x 40) cm Porosidade alta elevada expansão com a humidade Quadro 2.3.B: Caracterização das classes de ladrilhos definidas pela NP EN 14411:2003 (Grupo B) [21] GRUPO B Ladrilho prensado a seco Designação e porosidade BIa Porcelânico (E 0,5%) (normalmente E 0,1%) BIb Grés extrudido (E 3%) BIIa Pavimento de monocozedura (3% < E 6%) BIIb Revestimento de monocozedura (6% < E 10%) BIII Azulejo (E > 10% normalmente E>15%) Cor da Pasta Branca a creme ou com efeitos especiais (cor marmoreada ou com incorporação de grânulos coloridos) Cinzenta, creme ou cor de barro vermelho Cinzenta creme ou cor de barro vermelho Cinzenta creme ou cor de barro vermelho Pasta branca e vermelha Tipo de superfície Natural ou polida; GL ou UGL Natural, GL ou UGL Natural ou polida; GL ou UGL Natural ou polida; GL ou UGL GL Aplicação habitual Revestimentos em parede ou pavimentos (interiores ou exteriores); uso industrial ou locais de elevado tráfego Revestimentos em parede ou pavimentos (interiores ou exteriores), mesmo em locais de elevado tráfego Pavimentos interiores ou exteriores Revestimentos em parede interiores ou exteriores, Revestimentos em parede interiores e exteriores Dimensões comerciais (2,5 x 2,5) cm (mosaicos1) a (60 x 120) cm (retificado aplicação sem junta em interiores) (2,5 x 2,5) cm (mosaicos1) a (41 x 41) cm (7,5 x 11,5) cm a (44,5 x 44,5) cm Nenhuma das empresas analisadas comercializa esta tipologia (15 x 15) cm (mosaicos) a (44,5 x 80) cm (retificado) Características principais Massa cerâmica completamente vitrificada, de muito baixa porosidade; alta resistência à flexão, ao desgaste e à formação de nódoas; fragilidade ao choque Alta resistência à flexão, ao desgaste e à ação do gelo Maior porosidade e menor resistência que o grés (menor grau de vitrificação) --- Porosidade alta elevada expansão com a humidade 13

28 Características de revestimentos cerâmicos A seleção cuidada para a aplicação de materiais nos mais variados suportes, revela-se da maior importância. Neste sentido, existem características específicas que deverão ser determinadas nos ladrilhos a aplicar e que a seguir se descrevem [25]. Ladrilhos cerâmicos de pavimento: resistência mecânica; resistência à abrasão; resistência ao impacto; resistência ao escorregamento; resistência às manchas. Ladrilhos cerâmicos para aplicações exteriores: resistência ao gelo; expansão por humidade; resistência ao impacto; dilatação térmica linear; Ladrilhos vidrados: resistência à fendilhação; Ladrilhos de cor uniforme: pequenas diferenças de cor; Para aplicações em bancadas de cozinha ou locais em contacto com alimentos: libertação de chumbo e cádmio, provenientes de vidrados e decorações. Para aplicações em piscinas: resistência aos produtos de tratamento de água. Para aplicação em instalações de indústria química: resistência a altas concentrações de ácidos e de álcalis. Os ladrilhos cerâmicos devem ser armazenados em locais planos e estáveis, protegidos do sol e da chuva, bem como acondicionados em caixas adequadas às suas várias dimensões, podendo ser empilhadas até um máximo de 2 metros de altura [29]. A norma EN [21] recorre às normas de ensaio da série EN ISO em particular no que se refere às características dimensionais, propriedades físicas e químicas de acordo com o apresentado no Quadro

29 Propriedades químicas Propriedades físicas Dimensões e qualidade superficial Quadro 2.4: Características exigidas nas diferentes aplicações [29] Características Produtos/Aplicações Norma de ensaio Comprimento e largura Pavimentos /Revestimentos ISO Espessura Pavimentos /Revestimentos ISO Retilinearidade das arestas Pavimentos /Revestimentos ISO Planidade (curvatura e empeno) Pavimentos /Revestimentos ISO Qualidade superficial Pavimentos /Revestimentos ISO Absorção de água Pavimentos /Revestimentos ISO Resistência à flexão Pavimentos /Revestimentos ISO Módulo de rutura Pavimentos /Revestimentos ISO Resistência à abrasão profunda Pavimentos não vidrados ISO Resistência à abrasão superficial Pavimentos vidrados ISO Dilatação térmica linear Resistência ao choque térmico Locais sujeitos a temperaturas elevadas* Locais sujeitos a variações de temperatura* ISO ISO Resistência à fendilhagem Ladrilhos vidrados ISO Resistência ao gelo Exterior ISO Expansão por humidade Locais sujeitos a humidade* ISO Pequenas diferenças de calor Ladrilhos de cor uniforme ISO Resistência ao impacto Pavimentos ISO Resistência às manchas Pavimentos /Revestimentos ISO Resistência a ácidos e bases em baixas concentrações Resistência a ácidos e bases em altas concentrações Resistência aos químicos domésticos e aditivos para águas de piscina Libertação de cádmio e chumbo * Para produtos colocados nos locais indicados Pavimentos /Revestimentos ISO Pavimentos /Revestimentos ISO Pavimentos /Revestimentos ISO Locais em contacto com alimentos* ISO No Quadro 2.5 qualifica-se de forma resumida as características principais de cada classe de ladrilhos cerâmicos através dos seus valores médios. 15

30 Quadro 2.5: Classificação dos ladrilhos cerâmicos - exemplos [23] Grupo Absorção de água Flexão (MPa) Dilatação térmica linear (/ºC) x10-6 Expansão por humidade (mm/m)*1 AI 0,7 a 3,0 17,6 a 38,8 5,3 - AIIa 2,3 a 5,5 20,5 a 38,1 5,3 - AIIb 7,6 a 10,4 10,4 a 15,6 5,3 0,8 AIII 11,4 13,5 a 21,5 4,5 1,9 BIa 0,1 a 0,4 36,2 a 53,0 7,1 - BIb 0,7 a 2,8 27,6 a 55,6 5,9 - BIIa 3,2 a 4,6 30,4 a 45 5,2 - BIII 12,4 a 20,3 13,4 a 33,1 5,4 - Tendo em conta os dados apresentados é feita uma síntese descrevendo a forma como o grau de vitrificação, a absorção de água, a expansão por humidade e a dilatação térmica afetam o desempenho do ladrilho cerâmico. As matérias-primas utilizadas no fabrico dos ladrilhos cerâmicos e os métodos de fabrico são os parâmetros que condicionam o grau de vitrificação da massa cerâmica. Lucas e Abreu [30] referem que esta característica dos ladrilhos determina o nível de desempenho das peças produzidas, influenciando, entre outros: a absorção de água; a resistência ao desgaste, à flexão, ao choque, à formação de gelo e ao enodoamento; a regularidade dimensional. Este nível de desempenho cresce com o grau de vitrificação, excetuando-se a resistência ao choque de corpos duros, em virtude de a vitrificação corresponder, em geral, a uma maior fragilidade [30]. A absorção da água corresponde à quantidade de água absorvida, expressa em percentagem segundo a norma europeia EN ISO :1997 [31]. Este parâmetro está diretamente relacionado com a porosidade aberta dos ladrilhos cerâmicos. Quanto menor for a porosidade do ladrilho cerâmico e menor for a absorção de água, melhores serão as seguintes características: resistência mecânica, resistência ao desgaste, resistência ao gelo/degelo e resistência química. Em revestimentos cerâmicos aplicados no exterior recomenda-se utilização de ladrilhos com absorção de água não superior a 3%. Ainda nos revestimentos exteriores, deve-se preferencialmente optar, nas superfícies que necessitem de limpeza frequente, pela utilização de ladrilhos lisos e vitrificados [32]. Fiorito [32] refere que os ladrilhos cerâmicos estão sujeitos a um inchamento quando entram em contacto com a humidade do meio ambiente, logo após a saída do forno. Este inchamento prossegue após as placas terem sido assentes dando origem a tensões nos revestimentos, que podem afetar a estabilidade do revestimento. A este fenómeno atribui-se o nome de expansão por humidade dos ladrilhos cerâmicos. O autor acrescenta que a ordem de grandeza desta deformação é de 0,3 a 0,7 %O, após dois anos de exposição ao ar. Os valores podem no entanto ser superiores ou inferiores, podendo ser desprezíveis como no caso dos ladrilhos vitrificados onde a expansão por humidade é praticamente nula. [23]. A dilatação térmica é das características com maior importância no comportamento dos revestimentos cerâmicos, particularmente nos revestimentos cerâmicos em exterior, devido a estarem sujeitos a maiores amplitudes térmicas. A envolvente exterior dos edifícios pode atingir 16

31 amplitudes térmicas, ao longo do ano, superiores a 50 C, podendo ser resultantes da introdução de tensões elevadas, nos casos de deformação de revestimentos [23]. A variação dimensional é caracterizada pelo coeficiente de dilatação térmica linear. Os valores típicos indicados para os ladrilhos são da ordem de 5 x 10-6 ºC -1 [23]. O valor do coeficiente de dilatação térmica é determinado segundo o prescrito na EN ISO [33]. A EN ISO estabelece os procedimentos para a determinação da resistência à flexão e da força de rotura [34]. O ensaio à flexão é realizado com 3 pontos de carga, sendo o valor da resistência à flexão,, expresso em Newtons, determinado pela seguinte expressão (ver Figura 2.9): em que: é a força de rotura em N; é a distância entre os apoios do eixo, em mm; é a largura do material, em mm (na perpendicular ao vão). Por sua vez o módulo de rotura, expressado em N/mm 2, é avaliado pela seguinte formula: em que: é a espessura mínima do material testado. Figura 2.9: Ensaio ISO [34] 17

32 2.3. Exigências funcionais dos revestimentos cerâmicos Com a aplicação de revestimentos cerâmicos espera-se que sejam cumpridas diversas funções no contexto dos revestimentos de exteriores e de interiores já que, os mesmos, influenciam bastante as condições de habitabilidade dos edifícios. O revestimento de exteriores tem em vista a estanquidade e a proteção do suporte, para além do aspeto estético (com a regularização dos toscos) e outros. O revestimento de interiores desempenha funções de regularidade, aspeto estético, de conforto higrométrico e de forma marginal, contribui para o desempenho acústico e conforto térmico. No Quadros 2.6.A e 2.6.B é feita a síntese das principais exigências funcionais dos revestimentos cerâmicos. Quadro 2.6.A: Resumo das principais exigências funcionais dos revestimentos cerâmicos [29] Exigências Tipos de exigências Descrição das exigências Segurança Compatibilidade com o suporte Termo higrométrico Estanquidade Conforto visual Estabilidade Segurança contra riscos de incêndio Segurança no uso Estanquidade à água Planeza Regularidade e perfeição da superfície Homogeneidade Estabilidade perante solicitações normais de uso Estabilidade perante situações de caracter acidental Segurança no contacto Reação ao fogo Compatibilidade geométrica Compatibilidade mecânica Compatibilidade química Isolamento térmico Estanquidade à água da chuva Verticalidade Retidão das arestas Enodoamento pela poeira Peso Próprio Solicitações climáticas Choques normais Choques acidentais Rugosidade dos paramentos Temperatura dos paramentos Permeabilidade ao vapor de água Planeza geral Planeza localizada Defeitos de superfície Largura das fissuras Permeabilidade à água Absorção de água Homogeneidade da temperatura superficial interior 18

33 Quadro 2.6.B: Resumo das principais exigências funcionais dos revestimentos cerâmicos [29] Exigências Tipos de exigências Descrição das exigências Adaptação à utilização normal Durabilidade Resistência a ações de choque e atrito Resistência à ação da água Aderência ao suporte Resistência ao enodoamento pela poeira Resistência aos agentes climáticos Resistência aos produtos químicos do ar Resistência à riscagem Resistência aos choques Classes de resistência à riscagem Resistência à água da chuva Resistência às projeções acidentais de água Resistência à lavagem por via húmida Resistência aos vapores húmidos Resistência ao arrancamento por tração Resistência à peladura Resistência à formação de nódoas Lavabilidade Exigência de resistência à suspensão de cargas Resistência ao calor Resistência ao frio Resistência à água Resistência à luz Resistência aos choques térmicos Resistência ao ozono Resistência ao dióxido de enxofre Resistência ao azoto Resistência a soluções amoniacais Exigência de resistência à erosão provocada pelas partículas sólidas em suspensão no ar Exigência de resistência à fixação e ao desenvolvimento de bolores 2.4. Normalização A Norma Europeia NP EN [21] Ladrilhos cerâmicos: definições, classificação, características e marcação, foi elaborada a partir da Norma Internacional ISO 13006:1998 [35] por mandato da União Europeia, para apoio da aplicação da Diretiva dos Produtos de Construção 89/106/EEC e da marcação CE. A EN [21] difere da ISO [35] nos pontos que se seguem: Tem um campo de aplicação mais abrangente, pois inclui também no seu anexo Q, os ladrilhos que não são de 1ª qualidade; Exclui a característica "Resistência ao escorregamento"; Contém os Anexos ZA e ZB de harmonização da norma, com vista à marcação CE com a apresentação e definições de termos, classificação de produtos e critérios para marcação dos pavimentos e revestimentos cerâmicos. 19

34 A Norma Europeia NP EN define a seguinte terminologia: Ladrilhos cerâmicos: Placas finas feitas de argilas e/ou outras matérias-primas inorgânicas geralmente utlizadas como revestimentos para pavimentos e paredes, usualmente conformados por extrusão ou prensagem à temperatura ambiente, mas podendo ser moldadas por outros processos, em seguida secas e subsequentemente cozidas a temperaturas suficientes para se obterem as propriedades requeridas; os ladrilhos podem ser vidrados (GL) ou não vidrados (UGL), são incombustíveis e não são afetados pela luz. Ladrilhos extrudidos (tipo A): ladrilhos cuja pasta é conformada no estado plástico numa extrusora, sendo a barra obtida cortada em ladrilhos com dimensões prédeterminadas. Ladrilhos prensados a seco (tipo B): ladrilhos conformados a partir de uma mistura em pó finamente moída, conformada em moldes sob pressão. Ladrilhos fabricados por outros processos (tipo C): ladrilhos fabricados por processos diferentes da extrusão e da prensagem a seco. Ladrilhos vidrados (GL): ladrilhos com a aplicação de um revestimento superficial vitrificado que é impermeável. Ladrilhos não vidrados (UGL): ladrilhos a que não é aplicado qualquer revestimento superficial vitrificado. Ladrilhos engobados: ladrilhos a que é aplicado um revestimento superficial à base de argila, com um acabamento mate que pode ser permeável ou impermeável (são classificados como não vidrados). Absorção de água (E): percentagem de massa de água absorvida, medida segundo a EN ISO [31]. Dimensão nominal (N): Dimensão usada para designar o produto. Dimensão de fabricação (W): dimensão de um ladrilho especificada para produção e com a qual a dimensão atual tem de ser conforme, dentro das tolerâncias admissíveis. Dimensão atual: Dimensão obtida por medição da face do ladrilho segundo a EN ISO [36]. Dimensão de coordenação (C): dimensão de fabricação adicionada da largura da junta. Dimensão modular (M): ladrilhos e dimensões baseados em módulos M, 2M, 3M e 5 M e também nos seus múltiplos ou subdivisões, exceto ladrilhos com área superficial inferior a 9000mm 2. Esta norma define e específica os requisitos e critérios de marcação de ladrilhos cerâmicos da melhor qualidade comercial, sendo que, quando estes se revelam estar em conformidade com a norma, garantem a capacidade de desempenhar a sua função segundo os níveis de desempenho declarados. São ainda abrangidos pelo Anexo Q, da norma NP EN 14411:2008 [21], ladrilhos que não sejam de primeira qualidade comercial. Não abrange ladrilhos fabricados por outros processos que não sejam os normais processos de extrusão ou prensagem a seco, nem acessórios decorativos ou ladrilhos (isto é, qualquer peça que 20

35 caiba numa área de 7 cm 7 cm). As características especificadas são avaliadas segundo os métodos de ensaio normalizados descritos na série de normas NP EN ISO 10545, constituída por diversas partes, cada uma descrevendo um método de ensaio específico. O Quadro 2.7 indicam-se todas as propriedades e respetivas normas de ensaio para a determinação das características dimensionais, propriedades físicas e químicas de pavimentos e revestimentos cerâmicos. Quadro 2.7: Normas de ensaio de ladrilhos cerâmicos da série da NP EN ISO [22] Norma de ensaio ISO [36] ISO [36] Propriedade Dimensões Qualidade da superfície ISO [31] Absorção de água, E (%) ISO [34] ISO [37] ISO [38] ISO [39] ISO [33] ISO [40] ISO [41] ISO [42] ISO [43] ISO [44] ISO [45] ISO [46] ISO [47] ISO DIN [48]/DIN [49] NP EN 101 [50] Resistência à flexão e módulo de rotura Resistência ao impacto pelo coeficiente de restituição Resistência à abrasão profunda (UGL) Resistência à abrasão ou superficial (GL) Dilatação térmica linear Resistência ao choque térmico Expansão por humidade Resistência à fendilhação de ladrilhos vidrados Resistência ao gelo Resistência química Resistência à formação de nódoas Libertação de chumbo e cádmio Pequenas diferenças de cor Resistência ao deslizamento Dureza superficial Nas Figuras 2.10.A e 2.10.B são aprsentadas imagens ilustrativas dos ensaios normalizados indicados no Quadro 2.7. Equipamento de medição de características dimensionais [51] ISO Equipamento de medição de espessura [23] ISO Avaliação da qualidade da superfície [23] ISO Figura 2.10.A: Imagens das normas de ensaio 21

36 Ensaio de absorção de água [23] ISO Resistência à flexão [51] ISO Resistência ao impacto [51] ISO Abrasão profunda para ladrilhos não vidrados [51] ISO Abrasão profunda para ladrilhos vidrados [51] ISO Dilatação Térmica Linear [51] ISO Choque térmico [23] SO Expansão por humidade [23] ISO Fendilhação de ladrilhos vidrados [51] ISO Resistência ao gelo [23] ISO Resistência química [23] ISO Resistência às manchas [23] ISO Pequenas diferenças de cor [23] ISO Plataforma inclinada [23] ISO Figura 2.10.B: Imagens das normas de ensaio 22

37 2.5. Classificação UPEC A classificação UPEC é um método francês de classificação de pavimentos. É um método geral aplicável a todos os tipos de materiais (alcatifas, madeira, cerâmicos, pedras naturais e sintéticas, plásticos, etc.) bem como a todos os tipos de locais (públicos e privados). Esta classificação foi estabelecida com base nas observações de casos práticos e na experiência de peritos. Também designado por Classement UPEC, é utilizado desde 1986 com grande sucesso e foi desenvolvido pelo Centre Scientifique et Technique du Batiment [52]. Nesta classificação é tido em conta não só a qualidade do revestimento, mas também as condições de utilização no local. Tendo apenas em conta o fator durabilidade, um revestimento considera-se adequado para um determinado local desde que a sua classificação seja igual ou superior à do local. A classificação UPEC tem em consideração o fator de durabilidade, o local em função da severidade de atuação sobre o piso dos agentes mecânicos, físicos e químicos de deterioração; classificação em função dos revestimentos segundo os tipos e os graus de resistência aos agentes de deteriorização. Na Figura 2.11 encontra-se o símbolo desta classificação. A sigla UPEC significa: U Uso (Usure), abrange os efeitos devido à circulação das pessoas, tratando-se de movimentos unidirecionais, de rotação, de calcamento, em pé ou sentado; P Punçoamento (Poinçonnement), abrange todos os efeitos mecânicos não contemplados na letra U; E Água (Eau), caracteriza a frequência da presença de água sobre o piso, tendo em conta as operações de limpeza do piso; C Química (Chimie), caracteriza o emprego de substâncias cuja ação físico-química possa ter uma incidência sobre a durabilidade do revestimento, produzindo, por exemplo, uma nódoa indelével. Figura 2.11: Classificação UPEC [53] Cada letra é seguida de um índice numérico que permite identificar as exigências às quais deve satisfazer a obra abrangida pela classificação e o desempenho do produto. O índice numérico aumenta com a severidade do uso ou com o nível de desempenho. Esta classificação aplica-se a pavimentos interiores essencialmente destinados à circulação de pessoas e cargas em edifícios de habitação, administrativos, hoteleiros, comerciais, escolares e hospitalares. Este tipo de classificação não deve ser aplicado em locais onde predominem fatores de destruição, para além dos resultantes da utilização pedestre da atividade humana. A mesma classificação visa garantir que através de operações de limpeza normais, os pavimentos se conservem de modo satisfatório, sem 23

38 deteriorização notável, e com uma alteração progressiva e limitada do seu aspeto inicial, devido ao uso dos locais que tenham uma durabilidade razoável, não inferior a 10 anos [54] [52] [23]. A letra U traduz os efeitos de circulação: alteração de aspeto (perda de brilho), desgaste (perda de matéria e outros processos diversos). Esta letra é afetada por um destes 5 índices (2, 2S, 3, 3S, 4) [55]: U 2S classificação de locais de uso doméstico/privado; U 3 classificação de locais de uso público/coletivo. A letra P representa os efeitos mecânicos do mobiliário (efeitos estático + arrastamento ou rolagem) e dos objetos (choques) e as ações de caminhar de salto alto e fino. Esta letra é afetada por um dos 4 índices (2, 3, 4, 4S) [55]: P 2 = locais onde não é previsível ações muito intensas: cargas estáticas limitadas a 20kN/m2, sem rolagem, exceto de objetos tais como os usados em locais de habitação; P 3 = locais tipo escritórios equipados com cadeiras de roletes, corredores (normalmente hospitais) ou circulação de porta paletes e locais submetidos a esforços de intensidade considerável; P 4 = locais, com exceção dos industriais, submetidos a todo o tipo de cargas, fixas ou móveis: são locais pouco comuns. P 4S = locais, com exceção dos locais industriais, submetidos a todo o tipo de cargas, fixas ou móveis. A letra E caracteriza a frequência da ação da água no pavimento, nomeadamente a relacionada com a utilização. É afetada por um dos 3 índices (1, 2, 3) [55]: E 1 = presença de água ocasional; utilização a seco e limpeza a húmido; E 2 = presença de água frequente, mas não sistemática; utilização húmida, limpeza por lavagem; E 3 = presença de água frequentemente prolongada. A letra C carateriza o emprego de substâncias em que a ação físico-química tem incidência na durabilidade (produtos alimentares, de limpeza, farmacêuticos). É afetada por um dos 3 índices (0, 1, ou 2) [54]: C 0 = nestes locais tais produtos não são normalmente utilizados; C 1 = nestes locais o contacto com o solo é acidental; C 2 = nestes locais os produtos são correntemente utilizados. Nos Quadros 2.8 e 2.9 encontram-se descritas as classificações UPEC para as diferentes divisões em edifícios. 24

39 Quadro 2.8: Edifícios unifamiliares [23] [55] Uso Privado Efeito de circulação Efeito mecânico Efeito da ação da água Efeito da ação físico-química Entradas U 2S P 2 E 1 C 0 Cozinhas U 3 P 2 E 2 C 2 W.C. U 2 P 2 E 2 C 1 Escadas U 2 P 2 E 1 C 0 Terraços (acesso interior) U 4 P 3 E 3 C 1 Outros U 2S P 2 E 1 C 0 Quadro 2.9: Edifícios coletivos [23] [55] Uso Coletivo Efeito de circulação Efeito mecânico Efeito da ação da água Efeito da ação físico-química Hall de entrada do edifício U 4 P 2 E 1 C 0 Patamar de entrada U 3 P 2 E 1 C 0 Escadas U 3 P 2 E 2 C 0 Varandas U 3 P 2 E 3 C 0 Terraços (acesso interior) U 4 P 2 E 3 C 1 Terraços (acesso exterior) U 3 P 2 E 3 C 0 Estabelecimentos comerciais U 3 P 3 E 1 C Processo de certificação de produto e controlo de qualidade Enquadramento no domínio da qualidade Os processos de certificação e controlo da qualidade da produção permitem transmitir confiança ao cliente / utilizador no que se refere à qualidade do produto e serviço adquirido. Encontram-se disponíveis vários sistemas de certificação (Quadro 2.10) geridos por entidades independentes, que vão desde a certificação do produto à certificação da empresa. Alguns são de adesão voluntária, outros de adesão obrigatória [23]. De acordo com a Diretiva CNQ 5/94, existem vários níveis de certificação de produtos, sendo os mais utilizados a certificação pelo sistema 3 e a certificação pelo sistema 5. A certificação pelo sistema 3 (Certificação do produto), permite evidenciar que o produto foi avaliado por uma entidade independente e que os resultados obtidos se enquadram dentro dos limites estabelecidos na norma de especificação de ladrilhos aplicável, EN [21]. Esta certificação tem um acompanhamento periódico estabelecido, normalmente anual, e dá origem à emissão de um certificado. A certificação pelo sistema 5 (Marca de produto certificado), permite evidenciar que o produto foi avaliado por uma entidade independente, que os resultados obtidos se enquadram dentro dos limites estabelecidos na norma de especificação de produto aplicável e que a empresa tem operacional um sistema de controlo da produção, evidenciados através de registos, produção e ensaios, que lhe permitem controlar e garantir a constância das características do produto. Esta 25

40 certificação consiste, para além de ensaios laboratoriais, em auditorias ao controlo da produção, feitas por entidades externas independentes. Tem um acompanhamento periódico estabelecido, normalmente anual e dá origem à emissão de uma licença para o uso da marca de conformidade Produto Certificado. Quadro 2.10: Sistema de certificação previsto na diretiva CNQ 5/94 Sistema Designação Ensaios Auditoria Acompanhamento 1 Ensaio tipo X Ensaio tipo seguido de posterior acompanhamento através de ensaios de amostras colhidas no comércio Ensaio tipo seguido de posterior acompanhamento através de ensaios de amostras colhidas na fábrica Ensaio tipo seguido de posterior acompanhamento através de ensaios de amostras colhidas no comércio e/ou na fábrica Ensaio tipo e aceitação do sistema da qualidade da fábrica, seguido de acompanhamento que compreende ensaios de amostras colhidas no comércio e/ou na fábrica, bem como auditorias ao sistema de qualidade X X X X X X X X 6 Certificação do sistema da qualidade X X 7 Certificação de lote X 8 Certificação a 100% X A certificação pelo sistema 6 (Certificação da empresa), permite evidenciar que a empresa tem em prática um sistema de gestão da qualidade ISO 9001:2000, certificado por uma entidade independente. Este sistema é mais abrangente e envolve todos os processos da empresa, desde a conceção do produto, comercialização, assistência pós-venda, para além do controlo do processo produtivo. A certificação baseia-se na realização de auditorias promovidas por entidades exteriores independentes, mas não prevê a realização de ensaios laboratoriais em laboratórios independentes. Tem um acompanhamento periódico estabelecido, normalmente anual, e dá origem a um certificado e ao uso da marca Empresa certificada [56]. Figura 2.12: Símbolos de Produto Certificado emitido pela CERTIF [57] Figura 2.13: Símbolo de empresa Certificada emitido pela APCER [58] 26

41 A marcação e certificação CE A marcação CE é representada pelo símbolo, cuja aposição tem de seguir determinadas regras. As iniciais CE são a abreviatura da designação francesa Conformité Européene que significa Conformidade Europeia. A marcação CE é a evidência dada pelo fabricante de que os produtos estão conforme os requisitos estabelecidos pelas diretivas comunitárias, permitindo-lhes a sua livre circulação no Espaço Económico Europeu (EEE). As Diretivas da União Europeia são de cumprimento obrigatório em todos os países membros à medida em que vão sendo transpostas para a legislação nacional de cada país membro. A legislação exige aos fabricantes que aponham, no(s) seu(s) produto(s), a marcação CE". O fabricante é legalmente responsável por assegurar se um determinado produto está conforme com as especificações técnicas designadas para o respetivo processo de conceção e de fabrico, de acordo com as disposições da diretiva que se lhe aplica. Os equipamentos abrangidos pelas diretivas comunitárias, para poderem ser comercializados nos países da Comunidade Europeia, deverão ter a marcação CE. A marcação CE não pode constituir uma barreira técnica para impedir que países terceiros exportem os seus produtos para o mercado da EU, é apenas uma das formas de harmonização e unificação de procedimentos, normas e legislação com o propósito de concretização do mercado interno europeu, promovendo um desenvolvimento económico e social harmonioso entre os diversos estados-membros. Os procedimentos de avaliação da conformidade dos produtos com as normas das diretivas, visam garantir que os produtos colocados no mercado estão de acordo com as exigências expressas nas diretivas. A marcação CE, em alguns produtos, é obrigatória, sobrepondo-se a todos os sistemas em vigor de certificação. Não é uma marca de qualidade como a marca "Produto certificado" mas sim um "livre transito" para a circulação dos produtos no Mercado Europeu. Essa conformidade verifica-se, não apenas em relação às obrigações essenciais estabelecidas nas diretivas, mas também em relação a eventuais obrigações específicas, previstas nas diretivas. A própria Comissão Europeia considera a marcação CE como um "passaporte" que permite a livre e legal circulação de mercadorias dentro das suas fronteiras de acordo com os seus elevados padrões de qualidade e segurança, para as pessoas e o meio ambiente [59]. As bases de implementação da marcação CE (ver Figura 2.14) nos produtos da construção estão publicados no regulamento 305/2011 (União Europeia) que estabelece as condições harmonizadas para a comercialização dos produtos de construção e que revoga a Diretiva Europeia 89/106/CE [60] [61]. 27

42 Figura 2.14: Marcação CE [60] Esta Diretiva exige que produtos de construção aplicados em obra, de algum modo relevantes para o cumprimento de alguns dos sete requisitos especiais, necessitem de um comprovativo de que cumprem tais requisitos, a fim de poderem circular no mercado europeu. Os requisitos estão presentes no anexo I da diretiva [61]: Resistência mecânica e estabilidade; Segurança contra incêndio; Higiene, saúde e ambiente; Segurança e acessibilidade na utilização; Proteção contra o ruído; Economia de energia e isolamento térmico; Utilização Sustentável dos recursos naturais. De acordo com este regulamento, o comprovativo do desempenho para com os requisitos essenciais pode ser emitido pelo próprio fabricante (declaração do fabricante), ou por um organismo notificado (organismo de certificação), dependendo do sistema de comprovação que estiver definido para o produto em causa [62]. Existem os seguintes sistemas de avaliação e verificação da regularidade do desempenho: 1+, 1, 2+, 3 e 4. O sistema 1+ é o mais exigente e o sistema 4 o menos exigente. No Quadro 2.11, apresentam-se os sistemas de comprovação da conformidade. Quadro 2.11: Sistemas de comprovação da conformidade adaptado [61] Funções Sistemas Controle de produção da fábrica F F F F F Ensaio inicial do produto F F Ensaio de amostras colhidas na fábrica de acordo com um programa de ensaios previamente estabelecido F F F Ensaio inicial do produto C/L C/L L Inspeção inicial da fábrica e do controlo de produção da fábrica C/I C/I C/I Fiscalização, apreciação e aprovação contínuas do controlo de produção da fábrica C/I C/I C/I Ensaio aleatório de amostras colhidas na fábrica, no mercado ou no local da obra C/I Organismo envolvido F - Fabricante; L - Laboratório; I - Org. Inspeção; C - Org certificação 28

43 O sistema 1+ é o mais exigente pois necessita da intervenção de um organismo notificado para a certificação de conformidade do produto com base na realização de ensaios iniciais, avaliação inicial do sistema de controlo da produção do fabricante e acompanhamento através de ensaios ao produto ou sua encomenda a laboratórios exteriores. No sistema 1 os ensaios de acompanhamento são da responsabilidade do fabricante. O sistema 2 + difere do anterior por que é liderado pelo fabricante que emite uma declaração de conformidade pela qual é o único responsável. Para tal este deve possuir um controle da produção e realizar os ensaios periódicos ao produto na fábrica ou num laboratório exterior. Deve também solicitar a um organismo aprovado a certificação do controlo da produção da fábrica e o seu acompanhamento. O sistema 3 é também baseado numa declaração de conformidade, emitida pelo fabricante, após a realização de ensaios iniciais num laboratório aprovado. O sistema 4 é o menos exigente pois é da responsabilidade única do fabricante, que deverá ter um controlo da produção implementado e realizar ensaios ao produto. O resultado é a emissão, pelo fabricante de uma declaração de conformidade do produto, sob sua responsabilidade. No caso dos sistemas 1 e 1+ o Organismo de certificação pode recorrer a laboratórios ou organismos de inspeção para a realização de tarefas específicas como os ensaios ou auditorias ao sistema de controlo do fabricante, respetivamente. No caso do sistema 2+ o Organismo de certificação pode recorrer a organismos de inspeção para a realização de auditorias ao sistema de controlo do fabricante. Quando o cumprimento das exigências do Anexo ZA da norma EN for atingido, o fabricante ou o seu agente estabelecido no EEE (Espaço Económico Europeu) deve preparar e manter uma declaração de desempenho (Declaração de Conformidade CE) que autoriza a fixação da marca CE. Esta declaração deve incluir: Nome e endereço do fabricante, ou seu representante estabelecido no EEE e seu local de produção; Descrição do produto (tipo, identificação, destino de aplicação, ) e cópia da informação que acompanha a marcação CE; Características de conformidade do produto (Anexo ZA da EN [63]); Condições particulares de aplicação do produto (por exemplo, particularidades para uso em condições determinadas, etc.); Nome e função da pessoa responsável para assinar a declaração em nome do fabricante ou seu representante autorizado; Nome e endereço do laboratório notificado (relevante quando aplicável para aplicações com exigências de limitação de substâncias perigosas, por exemplo Chumbo e Cádmio); A declaração acima mencionada deve ser apresentada na língua oficial do Estado Membro em que o produto irá ser utilizado. Na Figura 2.15 apresenta-se um exemplo de declaração de conformidade da responsabilidade do fabricante. 29

44 Normas harmonizadas Figura 2.15: Exemplo de declaração do fabricante / cimentos-cola Para além das normas voluntárias de especificação de produtos que os Comités Técnicos do CEN tinham desenvolvido, houve necessidade de harmonizar as especificações de produto com os Requisitos Essenciais que a Diretiva Europeia 89/106/CE [64] indica. As normas harmonizadas são normas europeias EN que especificam as características dos produtos, objeto da marcação CE. De modo geral possuem duas partes: Uma voluntária com indicação das características e ensaios; Uma harmonizada com a Diretiva designada por Anexo ZA, obrigatória para efeitos da marcação CE, com indicação das características mínimas dos produtos. Também indica o sistema de comprovação da conformidade. O símbolo de marcação CE consiste exclusivamente nas letras CE na forma especificada na Diretiva 93/68/CE. O símbolo de conformidade CE para revestimentos cerâmicos deve aparecer na embalagem e/ou na documentação comercial que acompanha o produto e deve ser acompanhado da seguinte informação: Referência à norma europeia EN [63]: Nome e marca do produtor; Os últimos dois dígitos do ano em que a marca foi afixada; A classificação do produto e destino de aplicação. 30

45 As indicações das características do produto determinadas com base na especificação técnica EN (tabela ZA. 1 suba e subb). Apresenta-se um exemplo de etiquetagem do fabricante na Figura 2.16 (no caso de cimentocola) e 2.17 (para ladrilho cerâmico). Figura 2.16: Exemplo de Etiqueta do fabricante cimentos-cola Figura 2.17: Exemplo de etiqueta de fabricante de ladrilho cerâmico 31

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47 3. Assentamento de revestimentos cerâmicos Os sistemas de revestimento cerâmico aderente têm sofrido um enorme desenvolvimento, causado pela crescente inovação tecnológica da indústria de produção de ladrilhos cerâmicos, pelo surgimento de novos materiais de assentamento e ainda pela enorme variedade de suportes onde este tipo de revestimento é aplicado. Neste capítulo procura-se, de uma forma geral, caracterizar as soluções de assentamento não aderentes (soluções de fixação mecânica) e de uma forma mais detalhada, o assentamento de revestimentos cerâmicos aderentes Soluções de assentamento Soluções de assentamento mecânico No âmbito dos soluções de fixação distinguem-se essencialmente as soluções de assentamento por contacto e por fixação mecânica. As soluções de fixação mecânica podem ser aplicados em fachadas ou pavimentos. No caso de fachada é constituído pelo suporte que o sustenta e eventualmente por uma camada isolante. O revestimento é fixado mecanicamente sobre o suporte e por uma camada de revestimento geralmente fixa ao edifício através de uma estrutura de fixação, geralmente em alumínio ou aço inox. Entre o material de isolamento e o revestimento, é formada uma camada de ar que, pelo efeito chaminé, ativa a ventilação natural. Com esta solução surge o conceito de fachadas ventiladas o qual permite ganhos notáveis no comportamento higrotérmico da fachada. A fixação pode ser [65]: Oculta através de grampos interiores, com a execução de uma pequena incisão no topo das peças cerâmicas, podendo ainda ser utilizada uma fixação química complementar; Semi-oculta com a aplicação da cerâmica através de grampos de suporte em alumínio ou aço inox, podendo os mesmos ser lacados da mesma cor do revestimento escolhido. Este tipo de solução de fixação são especialmente vocacionados para a reabilitação de edifícios, começando também a ser utilizados nas novas construções, por garantirem maior conforto na habitação, maior facilidade de manutenção, fiabilidade na aplicação independentemente do suporte e maior segurança para as pessoas. Nas Figuras 3.1 e 3.2 apresentam-se exemplos de fixação mecânica. 33

48 Figura 3.1: Fixação oculta [65] Figura 3.2: Fixação semi-oculta [65] Esta solução de fixação executa-se rapidamente e dá na maior segurança na aplicação, mais concretamente na reabilitação. Utiliza-se em qualquer tipo de suporte permitindo dispensar a decapagem da pintura e limitar as exigências de coesão das camadas superficiais. Em termos de eficiência energética apresenta vantagens já que, há menor necessidade de aquecimento no inverno e menor necessidade de arrefecimento no verão, devido à ventilação e efeito de pára-sol, eliminando as pontes térmicas face à continuidade do isolamento e ao aumento da inércia térmica por força da colocação exterior do isolamento. Proporciona ainda: uma maior facilidade de inspeção e manutenção, dado que é possível haver uma rápida substituição das peças e facilidade na desmontagem de pequenas áreas; um maior conforto ambiental no interior dos edifícios, devido à ausência de condensações e à ventilação eficaz de todos os elementos [65]. Este método de fixação não se aplica a revestimentos de paredes interiores [23]. Este método é mais eficaz no revestimento de fachadas, pois a sua utilização no revestimento de pavimentos, deverá ser mais cuidada devido aos esforços de flexão nos ladrilhos, sendo para tal necessário recorrer-se a ladrilhos cerâmicos com uma resistência mecânica capaz de suportar cargas pontuais e distribuídas. Outro dos inconvenientes deste processo, quando aplicado no revestimento de pavimentos interiores é a dificuldade de limpeza com água, tendo esta de ser efetuada com o cuidado necessário, de modo a impedir infiltrações para a caixa inferior [23]. Na Figura 3.3 apresenta-se um exemplo de fixação. Figura 3.3: Fixação mecânica [65] 34

49 Assentamento aderente Nas soluções de assentamento aderente, a fixação ao suporte é feita por contacto, com argamassas tradicionais ou colas, sendo aplicada em pontos, em faixas, ou em toda a superfície de contacto. A área de colagem não deve ser inferior a 20% da área total e deve garantir uma boa aderência dos bordos da placa, para que estes não sofram grandes deformações, que originariam tensões elevadas no revestimento [23]. Nas soluções de assentamento por colagem a execução do revestimento cerâmico abrange um conjunto de atividades necessárias a uma adequada execução da camada de acabamento e compreende as seguintes etapas: Verificação e preparação do substrato; Aplicação da camada de assentamento; Assentamento dos ladrilhos; Preenchimento das juntas entre componentes; Limpeza. Habitualmente uma parede revestida por este tipo de solução é formada por cinco tipos de camadas de preenchimento: suporte; chapisco; camada de base; adesivo; ladrilho cerâmico e junta de assentamento. Na Figura 3.4 pode observar-se os cinco tipos de camadas típicas da solução de revestimento aderente, assim como a junta de assentamento. Legenda: 1 - Suporte 2 - Chapisco 3 - Camada de base 4 - Adesivo 5 - Ladrilho cerâmico 6 - Junta de assentamento Figura 3.4: Camadas da solução de revestimento cerâmico aderente e suporte [66] O revestimento é constituído pelas seguintes camadas: Suporte é o componente base de sustentação do revestimento cerâmico, habitualmente formado por elementos de alvenaria ou estrutura em betão armado [20] i. Chapisco/Crespido é a camada de revestimento aplicada diretamente sobre a base, com a finalidade de assegurar a aderência do reboco ao suporte e de reduzir ou igualar a tendência do suporte para absorver água da camada subsequente. É, normalmente, constituída por uma argamassa fortemente doseada em cimento com traço volumétrico entre 1:3 e 1:2 [30], [29]. Camada de base/emboço - é a camada de revestimento executada para cobrir e regularizar a superfície de suporte e chapisco, com a função de definir o plano vertical, contribuir para a impermeabilização do conjunto e dar sustentação à camada seguinte, o revestimento propriamente dito. É uma argamassa que pode ter o traço em volumes 35

50 Materiais para fixação por contacto aparentes entre as razões de 1:1/2:5 a 1:2:8 de cimento, cal hidratada e areia média húmida [29]. Ladrilho cerâmico - é o revestimento em si. São placas de material composto de argila e outras matérias-primas inorgânicas que são conformadas por extrusão por prensagem, ou por outros processos [21]. Junta entre os azulejos ou ladrilhos são definidas juntas que irão ser posteriormente preenchidas com argamassa de cimento ou outros produtos de substituição, e cuja largura depende dos elementos cerâmicos e da situação do paramento revestido [67]. Adesivo - material que liga o ladrilho ao suporte podendo ser constituído por uma argamassa, um cimento cola ou uma resina sintética [67]. No que se refere a revestimento de pavimentos por contacto, o material de assentamento é aplicado normalmente sobre uma camada de regularização (betonilha) colocada sobre o suporte existente. As soluções de assentamento aderentes são mais fáceis de aplicar do que os de assentamento mecânica, mas exigem uma preparação mais cuidada do suporte: limpeza e, se se tratar de reabilitação, decapagem de tintas e outros produtos orgânicos, e se necessário, remoção de rebocos pouco coesos ou com deficiente aderência ao suporte. Este tipo de sistemas é o mais utilizado em Portugal e aplica-se em paredes e pavimentos Materiais de assentamento em soluções aderentes Os materiais de assentamento disponíveis atualmente no mercado, possuem propriedades específicas para cada situação de aplicação conforme o tipo de material a aplicar e o comportamento final que se pretende obter. Os produtos de assentamento podem ser agrupados em 4 grupos: argamassa tradicional, cimento-cola, colas em dispersão aquosa e colas de resinas de reação. No Quadro 3.1 são apresentados os materiais de assentamento para fixação por aderencia, conforme definido na NP EN 12004:2001. Quadro 3.1: Classificação dos materiais para fixação por contacto [23] Argamassa tradicional (camada espessa - de 5 a 20 mm) Aplicação em paredes 1:1/2:5 (cimento; cal e areia) Aplicação em pavimentos 1:5 (cimento e areia) Cimento-cola (C) - Mistura de ligantes hidráulicos, agregados e outros aditivos orgânicos Colas em dispersão aquosa (D) - Mistura de agentes ligantes orgânicos na forma aquosa constituída por polímeros, aditivos orgânicos e cargas minerais Colas de resinas de reação (R) - Mistura de resinas sintéticas, cargas minerais e aditivos orgânicos (endurecimento por reação química) 36

51 No que diz respeito à aderência pode distinguir-se três soluções de assentamento de revestimentos cerâmicos: argamassas tradicionais (solução aderente tradicional); colas e cimentoscola (soluções aderentes colados). Na solução aderente tradicional, através do método da camada espessa são aplicadas argamassas tradicionais em camada espessa, de 5 a 20 mm, servindo também de camada de regularização [22], [29]. O traço volúmico destas situa-se entre 1:3 e 1:5 de cimento:areia no revestimento de paredes, admitindo-se a utilização de argamassas bastardas ou de cal. No sistema aderente colado, os materiais utilizados são os cimentos-cola, colas em dispersão aquosa e colas de resina de reação. Estes materiais industriais são designados cimentos-cola ou adesivos e devem ser homologados pelo LNEC conforme referido no art.º 17.º do Regulamento Geral das Edificações Urbanas (1951). São aplicados em camada fina diretamente sobre o suporte ou sobre a camada de regularização e em particular, de acordo com a norma europeia harmonizada de referência para colas utilizadas em ladrilhos cerâmicos é a NP EN 12004:2008. A classificação apresentada na norma NP EN [68], distingue assim três tipos de colas, para ladrilhos cerâmicos, em função da sua composição química: Cimentos-cola (C); Colas em dispersão aquosa (D); Colas de resina de reação (R). Cada tipo está subdividido em diferentes classes de acordo com as propriedades específicas que um adesivo tem de apresentar e características opcionais, propriedades requeridas apenas para utilizações e aplicações específicas, em que são necessários níveis de desempenho acrescidos. No Quadro 3.2, é feita a caracterização destes tipos e respetivas classes, de acordo com as suas diferentes características. A NP EN define as exigências a respeitar por este tipo de produtos, distinguindo as seguintes classes para cada uma das categorias [23]. Classes com características fundamentais: o Adesivo normal; (C1, D1, R1); o Adesivo melhorado (cumpre os requisitos adicionais definidos pela norma C2, D2, R2). Classes de características opcionais: o E Adesivo de tempo aberto prolongado (apenas para cimentos-cola e colas em dispersão aquosa das classes C2 e D2, respetivamente); o F Adesivo de presa rápida; o T Adesivo com resistência ao deslizamento vertical; o S1 Cola deformável; o S2 Cola altamente deformável. 37

52 As classes 1 e 2 podem ser combinadas com todas as outras classes. Por exemplo a classe C2FTS1 representa uma cola melhorada deformável do tipo cimento-cola de presa rápida e com deslizamento vertical reduzido. Quadro 3.2: Caracterização dos vários tipos de adesivos para ladrilhos cerâmicos [23] Adesivos Composição Aplicações aconselháveis Vantagens Cuidados de aplicação C Cimentos cola standart C Cimentos cola de derivados celulósicos C Cimentos cola de dois componentes C Cimentos cola de ligantes mistos C Cimentos cola aluminosos D Cimentos de dispersão aquosa R Colas de resina de reação Cimento branco ou cinza, areias siliciosas ou calcárias e aditivos orgânicos e inorgânicos Cimento branco, areias siliciosas e calcárias adjuvantes e resinas em dispersão Cimento branco ou cinza, areias siliciosas ou calcárias, adjuvantes e resinas em dispersão Cimento cola ou cinza, areias siliciosas ou calcárias com aditivos orgânicos e inorgânicos Cimento aluminoso, areias, resina sintética e outros adjuvantes específicos Pasta adesiva resinas sintéticas em dispersão, aditivos orgânicos e cargas siliciosas Mistura de resinas epóxidas, poliuretano cargas minerais e orgânicos Ladrilho de porosidade média ou elevada em interiores, em suportes à base de cimento Pavimentos interiores e exteriores (ladrilhos porosos) revestimentos interiores e piscinas Pavimentos ou revestimentos de parede de betão ou de cerâmica antiga e revestimentos de parede rebocados Revestimentos de fachada, pavimentos de tráfego intenso; ladrilhos de qualquer formato de porosidade Ladrilhos até (60x60) cm, pouco porosos, em todo o tipo de suportes (exceto pavimentos de madeira) Todo o tipo de revestimentos, com exceção de suportes metálicos Pavimentos e revestimentos de indústrias químicas, laboratórios, piscinas Custo reduzido, rapidez de aplicação, colagem de peças porosas no interior das habitações Elevada resistência à água Elevado poder de colagem, mesmo em ladrilhos de grande formato Alta flexibilidade; colagem sobre madeira Colagem sobre pavimentos cerâmicos; adequado para exteriores incluindo ambientes frios Reparação de pavimentos, revestimentos, elevada elasticidade; pasta pronta a aplicar Aplicação em ambientes quimicamente agressivos; aplicação sobre metal; endurecimento por reação química Aplicação em suportes limpos e planos Aplicação em suportes estabilizados, espessura menos do que 10 mm Aplicação em suportes estabilizados e de baixa porosidade; espessura menor do que 10 mm Aplicação em suportes estabilizados e de baixa porosidade; espessura menor do que 10 mm Aplicação em suportes estabilizados e de baixa porosidade e limpos; espessura menor do que 10 mm Aplicação em suportes estabilizados; não resistente à água nem ao gelo Apresenta um custo bastante elevado, devendo a sua utilização ser devidamente justificada Deste modo, é possível definir os produtos mais adequados para cada aplicação. As classes de cimentos-cola ou adesivos existentes são: C1, C1F,C1T, C1FT, C2, C2E, C2F, C2T, C2TE, C2FT, D1, D1T, D2, D2T, D2TE, R1, R1T, R2 e R2T. No Quadro 3.3, são apresentadas as propriedades das colas a ter em conta na aplicação em obra segundo a norma europeia EN 12004: 2001 [23] 38

53 Quadro 3.3: Propriedades das colas a considerar na aplicação em obra Designações Tempo de vida útil Tempo de repouso Tempo de vida Tempo aberto Tempo de presa Tempo de endurecimento Definições Tempo em armazém durante o qual uma argamassa mantém as suas propriedades Intervalo de tempo necessário desde a preparação até ao uso Máximo intervalo de tempo até ao uso Máximo intervalo de tempo para acabamento desde a aplicação Intervalo de tempo a partir do fabrico das argamassas até começarem a endurecer Tempo necessário para que a argamassa desenvolva a sua resistência No Quadro 3.4, apresentam-se as classes de cimentos-cola recomendadas [23] para o assentamento de ladrilhos cerâmicos em fachadas, dependendo da área da peça cerâmica a ser assente. No Quadro 3.4, menciona-se uma classe adicional de cimentos-cola, a C2S, definida pela Centre Scientifique et Technique du Bâtiment (CSBT) [69]. Quadro 3.4: Classes de cimentos-cola recomendadas para o assentamento de ladrilhos cerâmicos em fachadas [54], [23] Revestimentos a colar Altura da fachada H Natureza Área (cm 2 ) H 6 m 6 m < H 28 m Mosaico em pasta de vidro ou porcelânico S 50 Plaquetas murais em terracota S 231 Azulejos de terracota S 300 (15 x 15) C2 C2S Ladrilhos extrudidos ou prensados, exceto os plenamente vitrificados (*) Ladrilhos plenamente vitrificados (*) S 2000 (40 x 40) 2000 < S 3600 S 2000 (40 x 40) C2S Não admissível assentamento por colagem (*) Consideram-se plenamente vitrificados os ladrilhos com absorção de água (E) não superior a 0,5% C2S Técnicas de aplicação Antes de terem surgido no mercado o cimento-cola, a colagem das peças de cerâmica era feita com argamassa tradicional, preparada no próprio local da obra, constituída por areia, cimento, cal, e água. Existem diferentes métodos para a fixação de ladrilhos cerâmicos, destacando-se, no sistema de aplicação tradicional: a técnica de colagem por pontos, a mais antiga e com tendência a desaparecer e a técnica da camada espessa. No sistema aderente colado que inclui a fixação dos ladrilhos com cimentos-cola e colas [70] é utilizada a técnica da camada fina, uma técnica mais evoluída. 39

54 a) Técnica da colagem por pontos A aplicação de ladrilhos cerâmicos através desta técnica consiste em colocar pontos de argamassa tradicional de colagem no tardoz da peça cerâmica ou de pedra natural. Estes pontos são maiores ou menores, dependendo do tamanho da peça cerâmica, sendo em geral colada em cinco sítios da mesma. Normalmente aplica-se um pedaço de argamassa em cada canto da peça e um outro no centro geométrico da mesma. A utilização desta técnica permite que ao fazer-se a colagem de cada uma das peças cerâmicas, se faça em simultâneo o nivelamento da peça recém-colocada, com as peças que a rodeiam. Desta forma faz-se o nivelamento de todo o revestimento cerâmico. É a técnica mais antiga e com tendência a desaparecer [71]. b) Técnica da camada espessa A pr EN [69] classifica a técnica de assentamento de ladrilhos com camada espessa em: V1, V2, V3 para paredes; B1, B2, B3 para pavimentos. Sendo o método V i referente a paredes e o B i a pavimentos. O índice 1, 2 ou 3 indica a forma de aplicação da argamassa de colagem. Os métodos V1 e B1 consistem na aplicação da argamassa de colagem diretamente no tardoz dos ladrilhos. Nos métodos V2 e B2 a argamassa de colagem é aplicada numa camada única de argamassa de 10 a 15 mm de espessura, acabada à régua e deixada endurecer de forma a suportar o peso dos ladrilhos, após o que se aplica uma camada de argamassa no tardoz do ladrilho (a espessura depende da rugosidade do mesmo) e pressionando momentaneamente, colocam-se os ladrilhos na posição devida. Nos métodos V3 e B3 a argamassa de colagem é aplicada sobre uma camada de separação previamente instalada sobre o suporte existente, permitindo alguns ajustes [69]. A utilização da técnica de camada espessa permite compensar maiores defeitos de planimetria do suporte. Esta técnica de assentamento recomenda-se apenas para peças cerâmicas com média e alta absorção de água (superior a 3%) e para locais com fracas solicitações mecânicas, ou seja, baixos movimentos esperados por parte do suporte assim como locais de fraco tráfego. Aplica-se uma camada de material de colagem uniforme sobre o tardoz da peça a colar de forma a cobrir toda a superfície e em seguida assentam-se imediatamente sobre o suporte, pressionando de forma a existir contacto e nivelamento adequados com as peças adjacentes. A camada de colagem varia entre os 5 e 20 mm [71] [72]. O sistema tradicional que utiliza argamassa como meio de fixação é aplicado usualmente em camada espessa. 40

55 paredes. Na Figura 3.5 apresentam-se técnicas de assentamento de ladrilhos com argamassas em Figura 3.5: Técnicas de assentamento de ladrilhos cerâmicos com argamassas tradicionais em paredes [23] As desvantagens traduzem-se: numa menor tensão de adesão no ladrilho visto que a colagem é feita apenas por ação física; numa maior sobrecarga da estrutura; num tempo de aplicação mais prolongado; no fato da aplicação ser adequada apenas a suportes e a materiais cerâmicos de elevada porosidade. Se for aplicado em exteriores deverá ser incorporado na sua constituição um aditivo hidrófugo, de modo a aumentar a sua resistência à penetração de água pluvial [69], [23]. 41

56 Na Figura 3.6 mostram-se técnicas de assentamento de ladrilhos cerâmicos com argamassas tradicionais em pavimentos. Figura 3.6: Técnicas de assentamento de ladrilhos cerâmicos em pavimentos [23] c) Técnica da camada fina A pr EN classifica a técnica de colagem de ladrilhos com camada fina em W i e A i sendo W relativo a paredes e A a pavimentos. O índice i pode tomar os valores de 1 ou de 2, conforme se ilustra nas Figuras 3.7 e 3.8. Esta técnica consiste na aplicação de uma camada fina, contínua e uniforme de adesivo, cuja espessura pode variar entre os 3 mm e os 10 mm, devendo garantir toda a superfície a aplicar, ou, pelo menos, 95% da superfície de revestimento e do suporte [71]. Na técnica da camada fina, os métodos usados para a colagem dos ladrilhos cerâmicos em pavimentos são o A1 e o A2. No primeiro, o adesivo é aplicado diretamente sobre o suporte, sendo 42

57 recomendado no caso de suportes rígidos; no segundo, o adesivo é aplicado sobre uma camada previamente instalada sobre o suporte existente, de forma a permitir pequenos ajustes. No que se refere à colagem dos ladrilhos cerâmicos em paredes os métodos utilizados são o de colagem simples (método W1) e o método de colagem dupla (método W2). No primeiro o adesivo é aplicado diretamente sobre o suporte, sendo recomendado para suportes regulares. No segundo, o adesivo é aplicado sobre uma camada previamente instalada sobre o suporte existente. Todos os outros processos de assentamento com recurso a cimento-cola ou colas, são do tipo camada fina. Na Figura 3.7 apresentam-se técnicas de assentamento de ladrilhos cerâmicos com colas e cimentos-cola em pavimentos. Figura 3.7: Técnicas de assentamento de ladrilhos cerâmicos com cimentos-cola e colas em pavimentos [23] Na Figura 3.8 destacam-se técnicas de assentamento de ladrilhos cerâmicos com colas e cimentos-cola em pavimentos. 43

58 Figura 3.8: Técnicas de assentamento de ladrilhos cerâmicos com cimentos-cola e colas em paredes [23] Nesta solução apontam-se como vantagens: uma maior adesão ao ladrilho; uma mais elevada produtividade no assentamento; a manutenção das características dos materiais, e sobretudo uma maior capacidade de retenção de água. A aplicação de soluções aderentes colados tem ainda a vantagem de não precisar de grande espessura na sua utilização, sem perder, para a base ou para o ar, a quantidade de água necessária à hidratação do cimento [73]. A característica comum às duas soluções resume-se à fixação que é feita por colagem, embora na primeira, os ladrilhos sejam assentes e na segunda sejam colados diretamente nos suportes. Aquando da fixação deve ser recolhida informação no que se refere: Ao tipo de ambiente em que se insere o sistema de revestimento e às solicitações e desempenho esperados, atendendo: à superfície a revestir (horizontal ou vertical) e a sua localização (interior ou exterior); o uso previsto para o espaço (sala, cozinha ); a existência de condições climatéricas severas; o desempenho esperado conforme o tipo de utilização dos edifícios; Ao tipo de suporte e as suas características mecânicas, geométricas, químicas tendo em conta as interceções entre as diferentes superfícies; À calendarização da obra, com especial destaque para os tempos de cura/secagem dos diferentes componentes. 44

59 A execução de um revestimento cerâmico, seja ele aplicado em camada fina ou em camada espessa, é constituído, por ordem cronológica, pelas seguintes fases [29], [22]: Execução de tarefas preliminares; Preparação do suporte; Aplicação do material de assentamento; Assentamento dos ladrilhos; Execução e preenchimento das juntas; Limpeza Exigências aplicáveis ao suporte e compatibilidade com o material de assentamento As soluções de revestimento cerâmico devem ter um desempenho satisfatório relativamente às solicitações a que são submetidos durante o seu período de vida, sem sofrerem deteriorações significativas desde que sujeitos a uma manutenção adequada. É fundamental ter em conta regras gerais para a seleção dos materiais e a sua adequação ao uso, de forma a garantir que o comportamento esperado em obra seja alcançado. Assim, os seguintes efeitos devem ser tidos em conta [23], [30], nomeadamente: Características dos ladrilhos cerâmicos, tendo em atenção a porosidade aberta, a textura do tardoz do elemento a colar, a espessura da peça e o peso (particular atenção para o caso do revestimento de fachadas e geometria da peça); Características do suporte a revestir e requisitos funcionais (tensões, cargas mecânicas, comportamento térmico e higrotérmico, enquadramento estético e dureza, porosidade, estado de conservação e limpeza do suporte e ainda a resistência e planeza do mesmo); Características mecânicas, físicas, químicas e geométricas do adesivo e sua compatibilidade com os ladrilhos e o suporte (necessidade de eventuais tratamentos prévios); Condições ambientais adequadas à colagem e posterior endurecimento (temperatura ambiente, condições de humidade, riscos de gelo e ambientes agressivos); Posição da superfície a revestir (horizontal e vertical como casos limite); Adequação da superfície revestida ao uso e ações previstos; Localização e definição das características das juntas de movimento do revestimento e dos eventuais reforços ou proteções; Prazos de execução e tempos de espera entre tarefas e antes da entrada em serviço do revestimento; Avaliação final da qualidade do revestimento. 45

60 Exigências aplicáveis ao suporte Os suportes de revestimentos cerâmicos devem apresentar-se planos, limpos e isentos de partículas pulverulentas ou gordurosas, que possam afetar a aderência e a durabilidade do revestimento. Os suportes em betão devem encontrar-se isentos de produtos de desmoldagem, a não ser que seja comprovada a sua compatibilidade com os trabalhos de revestimento. A decapagem deste tipo de produtos pode ser feita na altura da desmoldagem das peças, com água a alta pressão ou sobre o betão endurecido, por picagem, decapagem com jato abrasivo de areia. Os suportes à base de materiais cerâmicos devem secar por períodos mínimos que vão de 4 semanas a 6 meses, dependendo do seu tipo, espessura e das condições ambientais [74]. Os suportes à base de gesso devem curar, pelo menos, 4 semanas e secar completamente. Os painéis pré-fabricados que sirvam de suporte a revestimentos cerâmicos devem apresentarse rígidos e sem deformações [74] Compatibilidade entre o suporte e o material de assentamento Convém salientar também a exigência de compatibilidade, do ponto de vista mecânico, geométrico e químico, entre o revestimento com ladrilhos cerâmicos e o respetivo suporte. A compatibilidade mecânica está relacionada com o módulo de elasticidade e a resistência à tração do suporte e do revestimento. A compatibilidade geométrica traduz-se na necessidade do suporte apresentar planeza e regularidade superficial adequadas à espessura e técnica de aplicação do revestimento. A incompatibilidade química pode provocar a degradação, refletindo-se em deslocamentos e destacamentos do revestimento. O regulamento europeu que estabelece condições harmonizadas para a comercialização de produtos de construção ( Nº 305/2011) exige que este tipo de produtos respeite determinadas exigências de modo a que, uma vez aplicados em obra, garantam o cumprimento dos sete Requisitos Essenciais, indicados no seu anexo I e já referidos no ponto Para além destes requisitos, é necessário equacionar outras exigências fundamentais na conceção e projeto dos revestimentos cerâmicos, tais como a compatibilidade com o suporte, o conforto visual e táctil, a durabilidade e adaptação à utilização normal [23]. Para além das anteriormente citadas, Sá [29] considerou ainda mais algumas exigências, tais como: de estanquidade; termo-higrotérmicas, de pureza do ar, de facilidade de limpeza, de aptidão para o armazenamento e de economia. 46

61 Materiais de assentamento Os materiais de assentamento têm características específicas em termos de aplicação e desempenho final. As argamassas podem definir-se de acordo com as misturas efetuadas entre os seus constituintes e em particular com a adição de aditivos e adjuvantes, no sentido de alterar as propriedades das mesmas, melhorando as características físicas, mecânicas e químicas. Estes materiais são doseados em obra. Para além do assentamento de ladrilhos em pavimentos, são principalmente utilizadas no assentamento de alvenaria, no reboco e nas camadas de regularização. As propriedades das colas são determinadas, principalmente, pelos tipos de ligantes utilizados, ou seja, de acordo com a natureza química da incorporação dos respetivos ligantes. Estes materiais são doseados em fábrica, apresentando-se, por isso, prontos a amassar em obra para aplicação imediata. São utilizados nos espaços interiores, exteriores e pavimentos. Neste ponto serão abordados a composição, as características, as aplicações, as dosagens, os consumos e ainda os ensaios de conformidade dos materiais para fixação por contacto. Os adesivos para ladrilhos (colas) ( NP EN 12004) [68] estão obrigados a Marcação CE pelo sistema 3 desde 2004, enquanto as argamassas de reboco (EN e EN 998-1) iniciaram essa obrigatoriedade em 1 de Fevereiro de 2005, pelo sistema 4. No caso dos cimentos-cola e colas, o anexo ZA da norma NP EN [68], prevê a indicação na Declaração do Fabricante de: resistência da adesão antes e após sujeição a diferentes condições de calor, humidade e gelo Argamassa tradicional Conforme a Associação Portuguesa dos Fabricantes de Argamassas de Construção [58], uma argamassa é um produto que resulta da mistura de pelo menos um ligante, agregados finos e água. O agregado mais comum é a areia. O ligante pode ser a cal, o cimento ou o gesso, que concede a coesão à mistura final. A cal apresenta características mecânicas médias e dificuldade de endurecimento, não sendo adequada para zonas húmidas e grandes juntas onde existem fortes cordões de aderência. O seu baixo módulo de elasticidade facilita a capacidade de deformação do suporte e reduz a possibilidade de fissuração. O cimento Portland (Figura 3.9), o mais empregue em Portugal, apresenta uma elevada resistência mecânica e módulo de elasticidade, promove um endurecimento forte às cerâmicas contendo na sua constituição grande quantidade de sais solúveis. O gesso apresenta, como qualidade principal, a presa rápida e como desvantagens a sua baixa resistência e solubilidade nas águas pluviais, sendo a sua utilização recomendada para climas secos ou para a utilização no interior dos edifícios. A água, é essencial quer para a produção da argamassa quer para o humedecimento do suporte e das peças cerâmicas, não devendo apresentar sais solúveis. Recorre-se ainda à adição de adjuvantes no sentido de alterar as propriedades das argamassas, nomeadamente ao nível das suas características físicas, mecânicas ou químicas [75]. 47

62 A utilização destes adjuvantes visa contribuir para: o aumento da resistência mecânica; a fácil aplicação; a resistência ao fogo; melhor resistência química aos meios agressivos; a estabilidade dimensional durante a presa; o endurecimento acelerado. A dosagem e mistura dos vários constituintes deste materiais de fixação (Figura 3.10) deverá ser feito com rigor, já que, uma adição excessiva de ligante causará uma contração do ligante durante o endurecimento da argamassa, originando fissuração, enquanto que uma quantidade insuficiente de ligante provocará demasiada porosidade que conduzirá ao enfraquecimento da argamassa. Este tipo de fixação apresenta algumas desvantagens, das quais se destacam: uma menor tensão de adesão em relação a outros produtos; aplicação limitada a suportes e materiais cerâmicos de elevada porosidade; maior sobrecarga na estrutura; tempo de aplicação mais prolongado; traço não sujeito a controlo de Qualidade. Antes de se proceder à aplicação dos ladrilhos deve garantir-se que a espessura entre o paramento e a face do tardoz do ladrilho seja, no mínimo, de 20 mm. A primeira etapa, tem início com o tratamento prévio do suporte que implica a limpeza e regularização do mesmo, seguindo-se o seu humedecimento. Numa segunda etapa a argamassa é chapada contra o suporte, sendo que, posteriormente, a superfície deverá ser regularizada com uma régua, devendo esta mostrar uma textura rugosa para melhorar a ancoragem da argamassa de assentamento. Entre a aplicação de camadas deve decorrer um período mínimo de 24 horas. Numa terceira etapa, deverá ser efetuada a colocação de mestras no suporte para servirem de guias à colocação dos ladrilhos. Por fim, procedese à marcação das juntas nas guias. Os principais ensaios de conformidade são: flexão; compressão; absorção capilar. Os ensaios de flexão e compressão deverão ser realizados de acordo com a NP EN [76]. Os ensaios de absorção capilar deverão ser executados segundo a Especificação LNEC E393 de 1993 [77]. Figura 3.9: Cimento Portland Figura 3.10: Argamassa Tradicional 48

63 Cimento-cola (C) A NP EN 12004, define os cimentos-cola como uma Mistura de ligantes hidráulicos, agregados e aditivos orgânicos. Os cimentos-cola (Figura 3.11), designados do tipo C (C = base cimentícia) são os mais utilizados nas soluções de assentamento por colagem. Estes produtos são pré-doseados em fábrica, apresentando-se prontos a amassar em obra para aplicação imediata. De acordo com a sua composição, os cimentos-cola dividem-se em cinco tipos [68]: Com adjuvantes orgânicos e inorgânicos; De derivados celulósicos; De ligantes mistos orgânicos e inorgânicos; Aluminosos com ligantes mistos; De resinas com dois componentes. O método de aplicação dos ladrilhos com cimentos-cola está dependente da área da peça a ser assente, sendo aplicados, normalmente, em camada fina (2 a 5 mm), podendo chegar aos 10 mm em pequenas áreas isoladas onde existam irregularidades superficiais na base Nos revestimentos com ladrilhos de pequenas dimensões (S 50 cm 2 ) ou com plaquetas de terracota, a colagem é simples, aplicada apenas sobre o suporte, com consumos mínimos de 3,5Kg/m 2 e 4,5kg/m 2, respetivamente. Para ladrilhos com superfície S > 50cm 2, a colagem deve ser dupla, sobre o suporte e no tardoz dos ladrilhos, e os consumos mínimos de cimento-cola são os que se indicam no Quadro 3.5. São aceitáveis desvios de 15% nos consumos mínimos do produto de colagem, desde que ocorram apenas em superfícies limitadas. As relações entre as características e as condições de utilização (condições de humidade, temperatura, tempo de presa, etc.) não são apresentadas na NP EN [68], devendo o prescritor avaliar o estado do local da obra (influências térmicas e mecânicas) e escolher o produto apropriado, considerando eventuais riscos. Quadro 3.5: Consumos típicos de cimento-cola (C) em paredes exteriores e métodos de aplicação [23] Área dos ladrilhos (cm2) Consumo de cimento-cola (Kg/m2 de área a revestir) 50 <S < 300 (15X15) 2000 < S 3600 (*) (60X60) 6 9 * Apenas ladrilhos cerâmicos de absorção de água > 0,5%, admitem-se desvios de 15% nos consumos mínimos do produto de colagem, quando as superfícies sejam de superfícies reduzidas. Devem também ser tidos em conta os tempos de vida útil, tempo aberto e tempo de repouso definidos na EN e indicados na embalagem do produto. Porém, em dias secos, quentes e com muito vento, estes tempos podem sofrer alterações. O final do tempo aberto do produto é indicado pela formação de uma película esbranquiçada sobre os cordões da argamassa de cimento-cola, a 49

64 partir do qual as condições de assentamento ficam prejudicadas, podendo implicar o descolamento precoce da placa cerâmica [68]. A UEAtc (Union Européen pour l Agrément Technique dans la Constrution), estabelece diferentes tipos de argamassas e aplicações para cada grau de sensibilidade à água [78]. Na aplicação deste tipo de produto é necessário ter em conta certos cuidados, nomeadamente: remover resíduos e produtos de conservação de aplicações anteriores; assentamento do ladrilho apenas depois de conseguida uma boa estabilização do suporte; controlar a espessura, que nunca deve ultrapassar os 10 mm. Para avaliar as características de determinado produto procede-se à realização de ensaios. Neste contexto refere-se o ensaio de arrancamento que se destina a avaliar a qualidade do assentamento. Assim, durante o assentamento, devem arrancar-se placas, aleatoriamente, no sentido de verificar se estas, estão com o verso totalmente preenchido de argamassa. A avaliação das características presentes nos produtos, de acordo com normas e especificações adequadas servirá de base à sua classificação. O CEN [79] desenvolveu um conjunto de normas de ensaio específico para avaliação e qualificação adequada de cada tipo de cola. De acordo com a informação obtida na Weber, os tipos de cimentos-cola mais vendidos em Portugal são o C1 e C2. O C1, tem preços de referência que variam entre os 100 e os 150 /t, para peças cerâmicas de 20x20 cm ou 30x30cm, consoante a sua aplicação se destine a interiores ou exteriores. O C2 tem preços que oscilam entre 150 a 250 /t para peças cerâmicas até 30x30cm; 250 a 400 /t para peças cerâmicas até 40x40cm; 400 a 600 /t para peças cerâmicas até 90x90cm; 600 a 1000 /t para peças cerâmicas maiores que 90x90cm. Figura 3.11: Cimento Cola 50

65 Colas de dispersão aquosa (D) As colas de dispersão aquosa são definidas de acordo com a NP EN como Mistura de ligantes hidráulicos sob a forma de polímeros em dispersão aquosa, de aditivos orgânicos e de cargas minerais finas sendo designadas do tipo D (D = dispersão) [68]. Este tipo de colas é constituído à base de borrachas naturais e sintéticas, diluídas em líquido orgânico ou resinas acrílicas em suspensão aquosa. São apresentadas no mercado na forma de pasta adesiva, com resinas sintéticas em dispersão, cargas siliciosas e aditivos. Estas colas são de aplicação direta, já que não é necessária qualquer componente ou substância para ser preparada. São aplicadas em qualquer tipo de suporte, nomeadamente na reparação de pavimentos e revestimentos. Quando secas têm valores de elasticidade superiores aos das argamassas tradicionais, apresentando bons desempenhos quando submetidas a esforços e deformações de origem térmica e mecânica. Contudo, não são resistentes à água e ao gelo, sendo por isso necessário ter cuidado de as não aplicar em ambientes húmidos ou no exterior das edificações [23]. As colas de dispersão aquosa destinam-se à colagem de todo o tipo de suportes em pavimentos e revestimentos (gessos tradicionais, gessos projetados, pré-fabricados de gesso, rebocos e betão, fibrocimento, betão celular, madeira prensada, etc.), com exceção dos suportes metálicos. No Quadro 3.6 é apresentada uma síntese das aplicações típicas, das vantagens e cuidados a ter na aplicabilidade das colas em dispersão aquosa. Quadro 3.6: Resumo da aplicabilidade de colas em dispersão aquosa (D) [23] Colas em dispersão aquosa (D) Aplicações típicas Vantagens Cuidados Pasta adesiva Colocação em todo o tipo de pavimentos e revestimentos (gessos tradicionais, gessos projetados, préfabricados de gesso, reboco e betão fibrocimento, betão celular, exceto madeira prensada, etc.), exceto metal Não necessita de preparação (em pasta) Reparação de pavimentos e revestimentos Colagem sobre qualquer tipo de suporte Aplicação após boa estabilização do suporte No que se refere à resistência ao descolamento, existe vantagem em que a cola seja flexível e do tipo espesso. Estas características podem tornar os ladrilhos mais independentes do suporte, reduzindo assim a possibilidade de transmissão de cargas do suporte para os ladrilhos e o grau de restrição da maior parte das deformações impostas, ao suporte ou aos ladrilhos. A cola terá que ser compatível com os ladrilhos e com o suporte, do ponto de vista mecânico, físico e químico [30]. A aplicação deste tipo de colas só deve ser efetuada após a adequada estabilização do suporte. Segundo informações obtidas na Weber, as colas de dispersão aquosa têm preços de referência que variam entre os 500 e os 1000 /t. 51

66 Colas de resinas de reação As colas de resinas de reação são definidas de acordo com a NP EN como uma Mistura de resinas sintéticas, cargas minerais finas e aditivos orgânicos, em que o endurecimento ocorre por reação química. Estas são designadas como sendo do tipo R (R = resinas reativas). São apresentadas no mercado sob a designação de resina epoxídica ou poliuretano. As colas de resinas de reação destinam-se à colagem em revestimentos e pavimentos de indústrias químicas, laboratórios, lavandarias, tinturarias, tanques, piscinas, termas, etc. No Quadro 3.7 é apresentada uma síntese das aplicações típicas e das vantagens e cuidados a ter na aplicação das colas de resina de reação (R). Quadro 3.7: Resumo da aplicabilidade de colas de resinas de reação (R) [23] Colas de resina de reação (R) Aplicações típicas Vantagens Cuidados Resina Epoxídica Cola aplicada em revestimentos e pavimentos de indústrias químicas, laboratórios, lavandarias, tinturarias, piscinas e termas Aplicação em ambientes quimicamente agressivos Aplicação sobre o metal Custo do produto elevado, sendo a sua utilização devidamente justificada Estes materiais são aplicados em locais submetidos a lavagem com jato de alta pressão ou em locais onde as peças cerâmicas sofram agressões químicas. São geralmente utilizados em situações onde seja necessário uma resistência química elevada. As colas de resina de reação são a solução ideal nos casos de humidade persistente, pelo que a camada de cola assegura uma ligação estável entre os materiais. A sua estanquidade e impermeabilidade são asseguradas pela sua neutralidade à água e pela ausência de porosidade no produto de revestimento. Apresentam elevada resistência ao ataque químico de ácidos. Para além disso podem ser aplicadas em ambientes quimicamente agressivos e ainda sobre o metal. Este tipo de produto apresenta custos elevados, devendo a sua utilização ser ponderada. Também a sua natureza química torna a eliminação de resíduos difícil na limpeza dos pavimentos e das ferramentas de aplicação. Devido às suas características, é ainda recomendado o uso individual de luvas e óculos de proteção. Segundo a Weber, as colas de resina de reação apresentam preços de referência que oscilam entre os 3000 e os 7500 /t Materiais de preenchimento de juntas A seleção dos materiais de preenchimento de juntas, no sistema de assentamento, deve ter em conta as características do suporte, as condições de trabalho, o ambiente de aplicação e a finalidade do mesmo. Visando garantir a adequada fiabilidade e duração da construção, surge a necessidade de definir e instalar juntas em todo o processo, de acordo com um dimensionamento adequado a cada utilização. 52

67 Exigências dos materiais de preenchimento As juntas entre os ladrilhos devem ser preenchidas de modo a garantirem uma ligação suplementar entre os ladrilhos e o produto de assentamento. Nesse sentido, as juntas devem ser preenchidas com um material que deve apresentar [80] [69]: Boa trabalhabilidade; Reduzida retração de secagem; Boa adesão à face lateral do ladrilho; Baixa permeabilidade; Resistência à água, ao calor, aos agentes de limpeza e aos ataques químicos; Resistência ao desenvolvimento de microrganismos; Resiliência e compressibilidade. Deformabilidade As argamassas que cumpram estas qualidades podem ter um melhor desempenho, uma maior facilidade no assentamento dos ladrilhos, um melhor ajuste na posição final e ainda a homogeneização de eventuais tensões. Acrescenta-se ainda que a maioria das anomalias existentes nos revestimentos cerâmicos se deve a uma incorreta definição dos tipos, dimensões e materiais de preenchimento de juntas durante o período de execução [22] Soluções existentes As soluções de argamassa de preenchimento para juntas enquadram-se em dois tipos [81]: À base de cimento Portland À base de resinas de reação (argamassa de base epoxídica). Os produtos utilizados tradicionalmente no preenchimento das juntas entre ladrilhos, são a calda de cimento e a argamassa de cimento. Contudo, estes produtos têm vindo a beneficiar de alterações graduais através da introdução de pigmentos ou adjuvantes orgânicos. Em simultâneo, têm surgido produtos à base de resinas de reação, direcionados para revestimentos com exigências especiais de higiene, de resistência química, ou de estanqueidade, ou para revestimentos em que seja necessária muito boa aderência, do produto das juntas, aos bordos dos ladrilhos [30]. Os produtos pré-doseados em fábrica (industriais) podem ser classificados em [82]: Produtos constituídos por cimento, cargas minerais e resina sintética, prontos a amassar em obra; Produtos epoxídicos de dois componentes. No Quadro 3.8 são apresentados os tipos e classes a considerar para as argamassas de preenchimento de juntas de acordo com a norma NP EN

68 Quadro 3.8: Tipos e classes de argamassas de preenchimento de juntas [83] Tipo Classe Descrição CG RG 1 Argamassa cimentícia normal 2W 2A 2WA Argamassa cimentícia melhorada com redução de absorção de água Argamassa cimentícia melhorada com elevada resistência à abrasão e redução de absorção de água Argamassa cimentícia melhorada com elevada resistência à abrasão Argamassa à base da resina de reação Tanto nas argamassas do tipo CG, (de base cimentícia), como nas argamassas do tipo RG, resinas de reação, podem ser adicionados adjuvantes líquidos ou elásticos (latéx), sob a forma de dispersões poliméricas aquosas que são misturadas em obra. Quer as argamassas tradicionais quer as argamassas pré-doseadas contêm componentes comuns que desempenham funções muito próprias, devendo as dosagens e características que as incorporam ser muito bem definidas. Aquando da utilização de uma argamassa tradicional em exteriores, deve incorporar-se na sua constituição um adjuvante hidrófugo de forma a aumentar a sua resistência à penetração de água da chuva. O preenchimento de juntas entre ladrilhos pode ser executado com a utilização dos seguintes materiais [21]: Argamassa tradicional (2 volumes de cimento para 1 de areia) para juntas com mais de 4mm; Calda de cimento tradicional, para juntas reduzidas, de 1 a 4 mm; Produtos industriais especiais para juntas. As características dos produtos das argamassas devem ser definidas pelo fabricante tendo em conta o tipo de ligante utilizado na sua composição química e em função do tipo de aplicação prevista. Devido à sua composição, as argamassas de preenchimento de juntas mais utilizadas nos espaços interiores são as constituídas à base de cimento. Já no que se refere as argamassas à base de resinas de reação, verifica-se um âmbito de aplicação mais limitado, sendo utilizadas em zonas mais específicas e expostas a agentes agressivos [84]. No Quadro 3.10 é apresentada uma caraterização sumária dos materiais de juntas em revestimentos cerâmicos aderentes, em relação à sua composição, gama de larguras, aplicações e características aconselhadas, incluindo um grupo de materiais introduzidos no mercado recentemente, e que não se enquadram nos grupos CG e RG [23]. Conforme Junginger [85], as argamassas pré-doseadas apresentam como vantagens o controlo de produção e a qualidade da matéria-prima, o que garante haver homogeneidade das juntas, tanto em termos estéticos como estende as propriedades mecânicas no sistema. 54

69 As argamassas tradicionais têm como características principais, quando comparadas com os materiais pré-doseadas, o baixo controlo de produção, problemas de retração e elevada rigidez, sendo o seu desempenho fortemente influenciado pelas condições de cura. Há três métodos para o enchimento das juntas entre os materiais cerâmicos [86], [87]: Manualmente, com talocha de borracha (Figura 4.6a); Com pistola de ar comprimido ou manualmente com cartuchos de resina (Figura 4.6b); Mecanicamente, com recurso a equipamentos adequados. Os ladrilhos devem ser aplicados com juntas retas e regulares, cuja largura depende do tipo e formato destes e das ações específicas da utilização. No Quadro 3.9 estão indicadas as características de vários tipos de materiais de juntas. Quadro 3.9: Caraterização dos vários tipos de betumagem de juntas [21] CG - argamassa à base de cimento RG - argamassa à base de resina de reação Argamassas à base de silicatos, completamente inorgânicos Composição Calda de cimento tradicional sem inertes Argamassa tradicional (dois volumes de cimento para um de areia) Argamassa de cimento com elevado teor de resinas Argamassa epóxida fornecida em dois componentes (líquidos), sendo um deles resina (ligante) e o outro endurecedor Argamassas compostas por silicatos (ligante) e aditivos especificamente selecionados (fornecida em pó) Gama de larguras (mm) Aplicações aconselhadas Características 4 Paredes interiores Elevada retração 3 a 15 3 a 20 3 a 15 3 a 15 Pavimentos interiores e exteriores Revestimentos e pavimentos exteriores; juntas flexíveis Piscinas, cozinhas industriais ou indústria média/pesada; exteriores, mesmo em condições ambientais agressivas Revestimentos ou pavimentos (interiores e exteriores) mesmo em locais onde a agressividade química é elevada. Custo reduzido com retração controlada Resistência adequada aos agentes atmosféricos exteriores Utilização satisfatória quando a frequência das limpezas é elevada e quando se exige alta resistência química e mecânica; aplicação e limpeza de exigência técnica elevada Aplicação semelhante às argamassas de base cimenticia; elevadas prestações mecânicas, alta resistência à abrasão e adequada resistência química A argamassa usada para colar o revestimento ao suporte, deve ser flexível, de modo a absorver as deformações originadas pelo movimento natural da estrutura. Depois de colado o revestimento cerâmico, deve ser previsto o rejuntamento. Para tal, devem ser eliminadas todos os resíduos de cimento-cola que possam existir nas juntas, para que a argamassa as possa preencher completamente, melhorando o desempenho do revestimento cerâmico. O preenchimento das juntas deve ser executado em extensões e ritmos compatíveis com o tempo de abertura do produto. Esta operação deve realizar-se pelo menos 24 horas após o assentamento dos ladrilhos, para garantir a secagem do material de assentamento. Durante o processo de assentamento do revestimento cerâmico em fachadas, deve ser protegida a sua parte superior, de forma a evitar a penetração de água entre o revestimento e o suporte. 55

70 No que se refere a consumos, existe, para cada uma das categorias a ter em conta nas argamassas de juntas, uma fórmula que determina o consumo médio de material para o preenchimento de juntas: ] Sendo: L = largura da junta (mm); H = altura da peça (mm); AxB = tamanho da peça (cm) [70]. No âmbito dos ensaios de conformidade apresentam-se no Quadro 3.10 as espessuras recomendadas para as juntas entre ladrilhos assentes por colagem com colas ou cimentos-cola. Quadro 3.10: Espessuras recomendadas para as juntas entre ladrilhos fixados por colagem [23] Superfície a revestir Tipo de ladrilhos Espessura mínima das juntas entre ladrilhos [mm] Paramentos interiores Paramentos exteriores Paredes interiores Prensados a seco: S 500 cm 2 3 S> 500 cm 2 2 Ladrilhos de terracota e ladrilhos extrudida 6 Ladrilhos aplicados sobre pavimento radiante (elétrico) 4 Ladrilhos de terracota e ladrilhos extrudida 6 Restantes materiais 5 Ladrilhos prensados a seco S 500 cm 2 2 S> 500 cm 2 3 Paredes exteriores Ladrilhos e "plaquetas" de terracota e ladrilhos extrudidos Restantes materiais Normalização, certificação e marcação CE As argamassas para enchimento de juntas de pavimentos e revestimentos na aplicação de ladrilhos cerâmicos são objeto de estudo da norma europeia EN 13888:2009 Grout for tiles: Requirements, evaluation of conformity, classification and designation [88]. As argamassas de juntas são classificadas, conforme a norma citada, em classes relacionadas com a natureza química dos seus ligantes dos quais as suas características são detalhadas. A norma EN [88] não possui Anexo ZA (parte harmonizada com a Diretiva), obrigatória para efeitos de marcação CE. Deste modo não há a possibilidade de determinar qual o sistema de comprovação de conformidade deste tipo de argamassa de juntas. Com a não marcação CE, das argamassas de juntas, os produtos não estão autorizados à livre circulação e comercialização no Espaço Económico Europeu (EEE). Para além disso, se o consumidor optar por produtos que não estejam de acordo com os requisitos desta norma, os produtos poderão não usufruir de características que satisfaçam as exigências essenciais. 56

71 4. Procedimentos a adotar na aplicação de revestimentos cerâmicos aderentes 4.1. Dimensionamento de juntas Considerando que os edifícios se deformam devido a variações de temperatura, humidade, peso das estruturas, vento e outros, devem prever-se zonas de interrupção dos revestimentos cerâmicos, com o objetivo de permitir as pequenas variações nas dimensões estruturais que possam ocorrer no sistema revestido, bem como juntas, de modo a formar zonas de união entre as peças coladas e facilitar o seu alinhamento. A aplicação de ladrilhos cerâmicos como revestimento, está condicionada pela introdução de juntas entre estes, de modo a garantir a adequada fiabilidade e duração da construção. Designam-se por juntas todos os sistemas que interrompem a continuidade de uma estrutura. As juntas em revestimentos cerâmicos podem ser de dois tipos: Juntas de construção; Juntas de assentamento. As juntas de construção têm como finalidade evitar o risco de destacamento e roturas provocadas por movimentos estruturais (contração/expansão/flexão). As juntas dividem-se em três grupos: estruturais, periféricas e intermédias. As juntas estruturais visam garantir a segurança da edificação em relação às cargas mecânicas previstas em projeto, tendo a finalidade de permitir os movimentos estruturais. Estas juntas, devem coincidir com as juntas estruturais do suporte, a fim de lhes dar continuidade. As juntas periféricas são juntas executadas nas extremidades da superfície revestida e têm como finalidade impedir que os elementos adjacentes possam transmitir ou restringir as deformações dos revestimentos cerâmicos aderentes. As juntas de construção intermédias também chamadas de esquartelamento ou de fracionamento, dividem áreas extensas de revestimentos, em áreas menores. Têm como finalidade evitar a fissuração e o destacamento dos ladrilhos, devido a tensões originadas por deformações de natureza higrotérmica do suporte, do material de assentamento, e dos ladrilhos. As juntas de assentamento revelam uma grande importância no desempenho do revestimento cerâmico, devendo por isso haver grande rigor no seu dimensionamento. Estas juntas correspondem aos espaços entre as placas cerâmicas, preenchidas posteriormente com material deformável, no sentido de poderem atingir as seguintes finalidades: Absorver as variações dimensionais dos ladrilhos cerâmicos; Otimizar a aderência dos ladrilhos ao suporte ou ao produto de assentamento; 57

72 Reduzir a deformabilidade do plano de assentamento, e aumentar a sua capacidade de absorver deformações intrínsecas provocadas pelas variações térmicas e higroscópicas; Estanquidade à água, impedindo a passagem de água entre o tardoz e o produto de colagem; Facilitar a remoção de ladrilhos caso seja necessário; Permitir harmonizações estéticas que valorizem o conjunto. No Quadro 4.1 são apresentados os tipos de juntas de construção, as suas dimensões, a posição onde se encontram e onde são executadas. Quadro 4.1: Tipos de juntas de construção EN [88] Tipo de juntas Dimensões Posição Construção Estruturais Periféricas Intermédias, esquartelamento ou fracionamento Largura junta do suporte Profundidade - a adequada para garantir o prolongamento da junta de suporte Largura - mínima de 5 mm Profundidade - a adequada para penetrar a totalidade da espessura do reboco de suporte Largura - mínima de 5 mm Profundidade - a adequada para penetrar a totalidade da espessura do reboco Imediatamente sobre e na continuação das juntas estruturais do suporte Nos limites da superfície revestida As áreas mínimas entre juntas e / ou a distâncias entre juntas devem ser especificadas. Os valores de referência deverão ser estabelecidos de acordo com o tipo de ambiente a que se destinam (interior, exterior). As áreas entre juntas devem ser aproximadamente quadradas: Exemplo: Área máxima 40m2 - distância máxima 8 m Feitas em obra ou préfabricadas com a finalidade de permitir movimentos estruturais Feitas em obra ou préfabricadas com a finalidade de absorver movimentos estruturais previsíveis. Feitas em obra ou préfabricadas com a finalidade de absorver movimentos estruturais previsíveis. A dimensão da junta de assentamento é definida pelo fabricante, em função do tipo de aplicação prevista e tendo em conta as características dos ladrilhos cerâmicos Preparação do suporte Os suportes utilizados atualmente para a aplicação de ladrilhos cerâmicos são de natureza muito diversa [81] [70], destacando-se: Betão, rebocos e betonilhas de base cimentícia, interiores e exteriores; Estuques à base de gesso; Revestimentos antigos feitos com ladrilhos cerâmicos ou de pedra; Revestimentos vinílicos desgastados; Soalhos ou tacos de madeira maciça; Paredes pintadas; Superfícies metálicas; 58

73 Painéis de fibras celulósicas e aparas de madeira aglomerados com cimento ou resinas; Painéis laminados de gesso revestidos a cartão. A preparação do suporte é fundamental para que o resultado final seja o desejado. Para o efeito é necessário proceder essencialmente às fases seguintes: Limpeza o suporte deverá passar por um processo de limpeza de modo a remover todas as substâncias que possam prejudicar a sua aderência, usando uma escova de aço ou lavagem com água sob pressão; Correção da rugosidade caso a superfície do suporte não apresente a rugosidade suficiente (para melhorar a aderência entre o suporte e a argamassa), deve aplicar-se uma argamassa para chapisco, visando o aumento da rugosidade. Após sete dias da aplicação do chapisco, deverá ser dado início aos trabalhos de execução da camada de base, que irá regularizar e nivelar a superfície do suporte a revestir; Verificação das condições para o início do assentamento antes de se dar início ao assentamento do revestimento, é necessário que a superfície do suporte se apresente limpa e sem fissuras, com boa adesão à base, alinhada em todas as direções com desvio máximo de planeza de 3 mm, em relação a uma régua de 2 m. Na Figura 4.1 apresentam-se imagens referentes à regularização do suporte. a) Nivelamento do suporte com recurso a uma régua b) Humedecimento do suporte Figura 4.1: Regularização do suporte No Quadro 4.2 são apresentadas as principais condições a satisfazer pelo suporte no momento da colagem. Também se encontram definidas as tolerâncias dos desvios do suporte, os tempos mínimos de espera entre a conclusão do suporte e o início da execução do revestimento cerâmico aderente [30]. 59

74 Quadro 4.2: Condições a satisfazer pelos paramentos exteriores das paredes no momento da colagem (adaptado de [30]) Características Tipos de suporte Exigências Observações Planeza Estado de limpeza (coesão, limpeza) Idade (período mínimo de tempo que deve decorrer entre a conclusão do suporte e o início da execução de revestimento) Alvenaria rebocada ou betão com acabamento de superfície cuidada Betão com acabamento de superfície corrente Qualquer Alvenaria rebocada Betão Planeza geral: Desvios 5 mm sobre régua de 2 m Planeza localizada: Desvios 2 mm sobre régua de 0,2 m Planeza geral: Desvios 7 mm sobre régua de 2 m Planeza localizada: Desvios 2 mm sobre régua de 0,2 m A superfície dos suportes deve ser coesa e estar isenta de produtos que possam prejudicar a aderência 3 semanas 2 meses Desvios de planeza compatíveis apenas com colas espessas de endurecimento hidráulico 4.3. Aplicação do material de assentamento Para o assentamento do revestimento cerâmico devem ser efetuados os seguintes procedimentos: Tarefas preliminares; Aplicação do material de assentamento; Colocação dos ladrilhos cerâmicos; Execução das juntas; Cura. No âmbito das tarefas preliminares deve proceder-se: À verificação das dimensões da base a ser revestida, de modo a definir-se, com exatidão, a largura das juntas entre os ladrilhos cerâmicos, para encontrar o seu melhor posicionamento e consequente diminuição do número de recortes; Ao visionamento da superfície a ser revestida, por forma a serem localizadas as juntas horizontais e verticais, entre as placas cerâmicas; Ao alinhamento das primeiras fiadas de revestimento cerâmico, recorrendo a linhas de nylon, marcadas no suporte, nos dois sentidos, a fim de orientar as fiadas seguintes. No espaço de tempo que antecede à aplicação do material de assentamento é necessário efetuar a sua preparação e mistura [30]. O processo de preparação depende do tipo de material de assentamento a ser utilizado. No caso de serem cimentos-cola, adiciona-se água (potável e 60

75 preferencialmente isenta de cloretos) de um modo semelhante ao de uma argamassa corrente, já nos bi-componentes não é necessário a adição de água visto que se misturam entre si. A sua amassadura deve ser efetuada de forma mecânica com misturadoras de acordo com as instruções do fabricante. O método de aplicação do material de assentamento depende das áreas das peças cerâmicas a serem assentadas: Dependendo do material de assentamento, existem os seguintes métodos: Argamassas tradicionais métodos V1/B1, V2/B2 e V3/B3 conforme se trate de colagem diretamente no tardoz do ladrilho, no tardoz do ladrilho e no suporte ou ainda na camada de separação instalada no suporte; Cimentos-cola método da colagem simples, W1/A1 (espalhamento da cola apenas no suporte) e o método da colagem dupla W2/A2 (espalhamento executado no suporte e no tardoz de cada peça, formando cordões de 90º entre as duas superfícies). No método da camada espessa (argamassas tradicionais), a aplicação do material de assentamento dos revestimentos cerâmicos aderentes é feito com o espalhamento de uma única camada de argamassa de 5 a 20 mm, sobre o suporte rebocado. Esta camada é acabada à régua e deixada endurecer de modo a criar resistência para suportar os ladrilhos. Completado este processo, aplica-se uma camada de argamassa no tardoz do ladrilho pressionando-se imediatamente e colocando-o na sua posição devida [22], [29]. No método da camada fina (cimentos-cola), o material de assentamento deve ser espalhado com o lado liso da talocha, comprimindo-a contra o suporte, num ângulo de 45º, formando uma camada uniforme. Após a conclusão deste procedimento, utiliza-se o lado dentado da talocha sobre a camada aplicada no suporte, de forma a serem criados os cordões que irão facilitar o nivelamento e a fixação das peças cerâmicas, bem como a retirada do material em excesso. Para peças cerâmicas com dimensões superiores a 30x30 cm, a Weber recomenda a aplicação de cimento cola, tanto no suporte, como no material cerâmico. Segundo estes, os cordões da cola devem ser horizontais de forma a evitar o escorrimento de água no tardoz do ladrilho. A criação destes cordões apresenta a vantagem de controlar a espessura da camada. As dimensões do perfil dos dentes das talochas deve ser adequada ao tipo de adesivo a aplicar e a inclinação, normalmente de 60º, deve manter-se constante para se poder obter uma espessura uniforme. A espessura da camada do adesivo deve fixar-se dentro dos limites estipulados no seu documento de homologação ou especificados pelo fabricante, assim como o perfil e as dimensões do dentado e o tipo de colagem. A espessura da camada final deve situar-se entre os 2 e os 5 mm, podendo ir até aos 12 mm em pequenas áreas isoladas onde existam irregularidades superficiais no suporte. 61

76 A Figura 4.2 mostra imagens de aplicação de revestimento cerâmico de parede. Figura 4.2: Aplicação de revestimento cerâmico de grandes dimensões (1m 2 ), em parede. O tipo de dentes da talocha (profundidade, espaçamento e geometria) depende do tipo de aplicações e o fim a que se destinam os produtos a aplicar. No Quadro 4.3, encontram-se recomendações sobre o tipo de talocha (profundidade, espaçamento e geometria) em relação ao tipo de aplicações e fins a que se destinam os produtos a aplicar. 62

77 Utilização Quadro 4.3: Tipo de pente e aplicações tipo [23] Talocha dentada Espessura média da cola Paredes interiores Peças < 100cm 2 1,5 mm Paredes interiores e exteriores Tardoz da peça lisa < 600cm 2 2 mm Paredes interiores e exteriores Peças > 100 cm 2 Tardoz da peça lisa > 600 cm 2 3 mm Pavimentos interiores Peças < 400cm 2 Pavimentos exteriores Peças < 600 cm 2 3,5 mm Pavimentos Peças > 450 cm 2 4,5 mm Aquando da colocação dos ladrilhos é necessário efetuar a verificação do tardoz das peças cerâmicas no que se refere a limpeza, presença de poeiras, gorduras ou partículas secas, de forma a não comprometer a eficiência da colagem. O assentamento de ladrilhos cerâmicos pelo método da camada espessa já foi anteriormente referido, ainda que sumariamente, no ponto O assentamento pelo método da camada fina, e já depois da colocação dos ladrilhos sobre a cola, é descrito por Lucas e Abreu [30], através das operações seguintes: transmissão dum ligeiro movimento de rotação do ladrilho para que seja rompida a película de ligante orgânico que se forma à superfície dos cordões de cola ; aplicação de pressão sobre os ladrilhos para provocar o abatimento dos cordões de cola, e para obtenção de espessura uniforme da película de cola e de contacto perfeito desta com o tardoz dos ladrilhos ; manutenção da pressão anteriormente referida durante o intervalo de tempo necessário à penetração de cola nos poros do tardoz dos ladrilhos, e para que a aderência inicial seja suficiente para manter o ladrilho em posição de superar as tensões internas da pasta da cola. É de salientar a importância do cumprimento do prazo de validade, tempo aberto e restantes propriedades (ver Quadro 3.3) dos materiais de assentamento, definidas na EN NP [68], bem como de eventuais condições atmosféricas adversas durante o assentamento (que podem fazer variar o tempo aberto dos adesivos, prejudicando a eficiência da colagem, por provocar a evaporação 63

78 ou muito rápida ou muito lenta dos seus constituintes), ou seja, temperaturas superiores a 30ºC ou inferiores a 5ºC, humidades relativas muito altas ou excessivamente baixas, ventos fortes ou incidência direta de raios solares ou de água. Na Figura 4.3 apresentam-se três tipos de talochas. Talocha de dentes Talocha mista Talocha lisa Figura 4.3: Exemplos de tipos de talochas A largura das juntas de assentamento deve ser assegurada com a utilização de espaçadores plásticos. Antes ainda do seu preenchimento, que pode ser iniciado decorridas, no mínimo, 24 horas, após o assentamento dos ladrilhos cerâmicos, deverá ser efetuada a remoção das cruzetas e do material existente entre os ladrilhos, incluindo toda a sujidade existente nela. Após a limpeza de juntas prepara-se a argamassa de junta a colocar, respeitando o período de repouso estipulado na embalagem, após o amassamento. Cumprido este período de tempo, a argamassa deve ser espalhada nas juntas com o auxílio de uma talocha de borracha na diagonal das juntas, em movimentos alternados pressionando bem, para total enchimento da junta (ver 4.5). Após este procedimento, remove-se o excesso de argamassa com o auxílio de uma esponja ou de um pano humedecidos. A limpeza é feita apenas com água bem limpa. Assim que estiver garantido o endurecimento da argamassa, deve-se frisar as juntas, obtendo assim o acabamento liso e regular, devendo efetuar-se uma limpeza final Assentamento do revestimento cerâmico Esta operação é de uma grande importância e requer uma grande atenção. Se é um facto que a seleção correta de todos os materiais é fator preponderante para o sucesso do resultado final, não é menos verdade que a maior parte dos insucessos ocorridos se devem a preparação e aplicação incorretas. São diversos os fatores que influenciam o assentamento de ladrilhos cerâmicos [81]: Assentamento vertical ou horizontal; Ambiente interior e exterior; Solicitações mecânicas, químicas e termo-higrométricas; Formato e tipologia dos ladrilhos; Tipologia do suporte; Condições ambientais no momento do assentamento; Prazo para colocação em serviço. 64

79 Equipamentos utilizados Na execução do assentamento dos revestimentos cerâmicos, deve ser considerado [70]: Ferramentas; Utensílios; Acessórios No que se refere às ferramentas para aplicação de revestimento distinguem-se os equipamentos de corte; os equipamentos de furação; os sistemas de mistura e bombagem. Os equipamentos de corte podem ser manuais ou elétricos e são utilizados para cortar os ladrilhos cerâmicos nos casos em que se pretende obter uma determinada dimensão. Alguns destes equipamentos possuem um disco de corte diamantado. A seleção deste equipamento de corte tem que ter em conta o tipo de cortes a efetuar e o tipo de material a ser cortado [23]. Na Figura 4.4 apresentam-se diferentes equipamentos utilizados. a) Misturadora b) Máquina de corte manual c) Máquina de corte com disco diamantado Figura 4.4: Exemplos de equipamentos de mistura e de corte Os equipamentos de furação são normalmente utilizados quando se pretende perfurar um ladrilho cerâmico, a fim de garantir uma passagem de uma infraestrutura elétrica, de telecomunicações, de águas ou outras. Os sistemas de mistura e bombagem são utilizados para efetuar as misturas em obra dos componentes das argamassas. Estes equipamentos devem ser adequados de forma a garantir uma boa homogeneidade da mistura. De entre estes sistemas podem referir-se destacam-se: o misturador de argamassa portátil e o misturador de argamassas autonivelantes. No respeitante aos utensílios usualmente utilizados no assentamento de revestimento cerâmico, destacam-se a talocha (dentada e não dentada), o martelo de borracha e a colher de pedreiro [70]. Na Figura 4.5 apresentam-se algumas ferramentas utilizadas no assentamento de revestimento cerâmico. 65

80 Figura 4.5: Colher de pedreiro à esquerda e martelo de borracha à direita Tipo de pente e acessórios utilizados Para efetuar a aplicação de ladrilhos cerâmicos é utilizado o martelo de borracha para pressionar a placa cerâmica contra o suporte. Em relação aos acessórios destacam-se duas categorias: os facilitadores de aplicação das peças cerâmicas e os incorporados na estrutura construtiva. Na categoria dos acessórios facilitadores do assentamento incluem-se os espaçadores (pequenas peças de plástico em forma de cruz ou T, colocadas entre as peças cerâmicas com a função de manterem constante a largura das juntas e o alinhamento das peças cerâmicas, como se pode observar na Figura 4.6); as cunhas; o fio para juntas e as fitas de nylon (adequadas para a aplicação de peças retificadas). Figura 4.6: Exemplos de espaçadores Na categoria dos acessórios incorporados incluem-se os perfis em PVC, metálicos ou cerâmicos; as juntas de construção em PVC ou de metal; a rede em fibra de vidro (destinada a reforçar o suporte a revestir). Ainda neste contexto referem-se os canaletes de ligante, materiais utilizados para o escoamento e drenagem de águas. No assentamento de revestimentos cerâmicos, deverão ser respeitados os seguintes procedimentos [70]: Antes da aplicação, os ladrilhos devem ser previamente molhados para impedir a dessecação da argamassa/cimento-cola; A ortogonalidade das juntas deve ser assegurada bem como a planeza da superfície; 66

81 Após a colocação de argamassa/cimento-cola no tardoz dos ladrilhos, deve ser exercida uma ligeira pressão contra o suporte sendo que, posteriormente, o ladrilho é percutido com um martelo de borracha, a fim de o levar à posição correta e fazer com que haja um preenchimento total dos vazios; O assentamento deverá ser iniciado pelo vértice inferior e da esquerda para a direita, ou do centro para os extremos; A área de contacto da cola com o tardoz dos ladrilhos deve ser frequentemente controlada durante o assentamento, bastando, para tal, retirar, a intervalos regulares, um ladrilho acabado de aplicar e analisar o respetivo tardoz; Se, durante a aplicação de um ladrilho for necessário proceder ao seu ajustamento posicional, este, só deverá ocorrer dentro do tempo de ajustamento da cola, tempo durante o qual é possível proceder ao ajustamento manual de um ladrilho aplicado sobre a cola espalhada no suporte, sem perda significativa de aderência [74] Aplicação de produtos de preenchimento de juntas As juntas entre ladrilhos podem ser preenchidas pelos métodos tradicionais, com a aplicação de pasta de cimento, caso sejam estreitas, ou com a aplicação de argamassa de cimento, caso sejam largas, ou, de preferência, com a aplicação de produtos pré-doseados, criados para o efeito. Este preenchimento é precedido, conforme referido no ponto 4.3, pela remoção das cruzetas e da limpeza do espaço entre os ladrilhos. O produto de preenchimento, deve ser aplicado com uma espátula, uma talocha de borracha dura ou um aplicador para juntas, para obrigar o produto a penetrar e a preencher de forma completa as juntas, em profundidade e em largura [70]. A Figura 4.7 mostra diferentes tipos de aplicação de materiais de preenchimento de juntas a) Preenchimento das juntas com recurso a espátula de borracha [70] b) Preenchimento das juntas com recurso a pistola de enchimento [70] Figura 4.7: Exemplos de aplicações de materiais em juntas O preenchimento das juntas deverá ser executado em extensões e tempos compatíveis com o tempo aberto do produto. 67

82 Para que as juntas tenham uma cor uniforme num determinado espaço ou área, é recomendável que neles seja usado produto do mesmo lote de fabrico e que seja, amassado sempre com as mesmas dosagens e nas mesmas condições. Pode ainda ser necessário pincelar os bordos dos ladrilhos com um primário, compatível com o produto de preenchimento, antes deste vir a ser aplicado, com vista a melhorar a aderência do produto de preenchimento. Durante o preenchimento das juntas deve controlar-se a aderência dos ladrilhos, percutindo-os com um objeto não contundente. Caso os mesmos emitam um som cavo, devem ser retirados e substituídos por outros bem colados [23] Limpeza final Terminado o preenchimento e respetiva secagem das juntas, deve ser efetuada a limpeza de resíduos respeitantes aos produtos utilizados, da superfície dos revestimentos cerâmicos aderentes. Esta operação só deverá acontecer após ter decorrido o tempo necessário à cura do material de preenchimento das juntas, o qual é indicado pelo fabricante. Esta limpeza deve ser feita com movimentos realizados na diagonal dos ladrilhos utilizando uma esponja humedecida, limpa com frequência em água ou com um pano húmido [81]. Na limpeza do revestimento não deve ser permitida a utilização de produtos com sulfatos, já que estes causam a expansão dos produtos de cimento, existentes nas juntas entre ladrilhos, na cola e no reboco. Também não podem ser utilizados produtos que ataquem o vidrado dos ladrilhos ou os restantes componentes da cola, da camada de regularização ou do reboco [89]. A limpeza pode ser efetuada quer manualmente, quer mecanicamente, para evitar a deterioração da superfície do ladrilho, sendo ainda efetuada por razões estéticas. A Figura 4.8 apresenta um exemplo de limpeza final, de forma manual do revestimento, com esponja normal, efetuada na direção diagonal dos ladrilhos. Figura 4.8: Limpeza manual com esponja normal [70] 68

83 4.7. Casos particulares Quando um revestimento cerâmico é aplicado em fachadas com o suporte em alvenaria verificam-se situações que exigem cuidados especiais tais como: Coroamentos superiores do revestimento cerâmico de fachadas; Zonas singulares; Pontes térmicas; Podem considerar-se os coroamentos superiores do revestimento cerâmico de fachadas, um dos pontos mais sensíveis à penetração da água da chuva, como por exemplo, uma platibanda sem capeamento, uma proteção de varanda ou ainda uma zona desprotegida, em que qualquer penetração de água pode conduzir ao aparecimento de eflorescências ou à degradação do material de assentamento do revestimento, e nomeadamente o seu descolamento. Neste tipo de situações em que a parte superior termina num elemento de coroamento, deve ser garantida uma inclinação na sua face superior e uma pingadeira na face interior de forma a assegurar a durabilidade do revestimento. Esta solução deve também ser aplicada em todos os elementos salientes de fachada, como os parapeitos de janelas. No caso particular da utilização de perfis metálicos de remate destas zonas, o material de assentamento dos ladrilhos utilizado tem de ser aderente a superfícies metálicas ou, caso contrário, o revestimento terá uma vida útil bastante limitada [90]. Estes casos devem ser estudados e detalhados em projeto, no que se refere aos remates do revestimento, ao dimensionamento e preenchimento de juntas periféricas e à solução de impermeabilização destes pontos. No topo das superfícies de fachada revestidas com ladrilhos cerâmicos deverá existir uma proteção com pingadeira adequada, conforme se apresenta na Figura 4.9. Figura 4.9: Proteção superior de fachadas revestidas com ladrilhos cerâmicos [54], [23]. 69

84 O reforço da proteção de zonas singulares é feito através do uso de malha de fibra de vidro ou rede metálica, sempre que se justifique e em particular quando a construção apresente elementos de alvenaria ou estruturais, como por exemplo, ligação estrutura-alvenaria, ligações das paredes ao suporte ou às caixas de estore. A incorporação da rede apresenta como vantagem um aumento considerável da resistência à tração na zona de junta. A aplicação deste tipo de material garante um ganho de resistência à tração do material aplicado, prevenindo a fissuração dos materiais aplicados [23]. Na Figura 4.10 apresenta-se o uso da malha de fibra numa situação de descontinuidade estrutural. Figura 4.10: Preocupações na transição entre substratos [23] Deve ainda recorrer-se a perfis de proteção em pontos singulares do revestimento, em zonas sujeitas a ações de choque mecânico ou de tráfego intenso, como os ângulos salientes das paredes, juntas de movimento e bordos dos ladrilhos. Estes perfis, são geralmente de material plástico ou de metal [30]. No tratamento das pontes térmicas, das zonas da fachada onde a resistência térmica é alterada, em especial nas zonas onde ocorrem amplitudes térmicas elevadas, deve ser garantida uma solução que apresente um desempenho adequado. Para tal deve assegurar-se a existência de suportes de idêntica condutibilidade térmica em toda a fachada, de modo a inviabilizar a existência de zonas preferenciais de transmissão de calor e de vapor de água que resultam na ocorrência de condensações no revestimento interior da parede [22]. Na Figura 4.11 apresenta-se um exemplo de uma viga de betão armado, revestida exteriormente apenas com ladrilhos, com o desenvolvimento de uma ponte térmica. 70

85 Figura 4.11: Viga de betão armado revestida exteriormente apenas com ladrilhos, permitindo a ocorrência de uma ponte térmica pela fachada [23] Neste âmbito destacam-se ainda dentro dos casos particulares: Paredes curvas; Peitoris; Edifícios em altura. No que se refere às paredes curvas, ou seja, nas situações em que a fachada a revestir é curva, a opção mais apropriada é a seleção de ladrilhos retangulares que deverão ser aplicados com o lado mais curto paralelo ao perímetro de curvatura, ou em alternativa, através da colocação de mosaicos porcelânicos, mais conhecidos por pastilha, com as dimensões de 2,5x2,5 cm, visto que fazem um acompanhamento mais eficaz da curvatura da superfície a revestir (Figura 4.12) [22]. Figura 4.12: Mosaico porcelânico, de dimensões de 2,5 x 2,5 cm 2 [22] Os peitoris podem contribuir de forma relevante na proteção das fachadas, e em particular, minimizando o efeito da ação da água nas paredes, quando fabricados com materiais e geometrias adequadas e devidamente aplicados. Nos parapeitos de janelas e nos coroamentos superiores de revestimentos cerâmicos de fachadas, as faces inferiores devem ter pingadeiras, para impedir o aparecimento de manchas de 71

86 sujidade (provocadas pelo arrastamento de detritos), ou até descolamento do revestimento, devido à infiltração de água pelo tardoz do ladrilho. Nos edifícios com mais de dois pisos de altura e que tenham revestimento cerâmico aplicado nas fachadas, deve estar previsto uma manutenção periódica do mesmo. Esta manutenção quando ignorada poderá provocar improvisações em eventuais reparações, o que para além de colocar em risco os trabalhadores e os transeuntes, não assegura valores mínimos de produtividade e de segurança. Deve estar assim considerada a colocação de pontos de ancoragem ou equipamentos de sustentação ao nível da cobertura, para fixação de plataformas de trabalho suspensas (bailéus manuais/com manivela ou elétricos), possibilitando a execução de eventuais inspeções, operações de limpeza e ainda eventuais trabalhos de reparação, de uma forma segura, sem ser preciso recorrer à utilização de andaimes, minimizando o custo de todos os procedimentos [91]. Na Figura 4.13 mostrase um edifício de grande altura que possui meios mecânicos de apoio à manutenção do revestimento cerâmico aderente de fachada. Figura 4.13: Exemplo de um edifício de grande altura que possui meios mecânicos de apoio à manutenção do revestimento cerâmico aderente de fachada [92] 4.9. Controlo de qualidade de revestimentos aderentes O desenvolvimento de um projeto detalhado de um solução de revestimento cerâmico aderente deve incluir todas as exigências e recomendações das normas técnicas, bem como o controlo tecnológico dos materiais empregues e ainda os métodos de execução dos trabalhos, para assegurar uma obra com qualidade. É também essencial que todas as partes envolvidas, para além da equipa de projeto e nomeadamente o dono de obra, a equipa de gestão de obra, a fiscalização, o empreiteiro e até os fornecedores de materiais, tenham um conhecimento tão detalhado quanto possível do projeto e das várias fases do seu desenvolvimento, e em particular no que se refere ao revestimento cerâmico. O projeto deve definir a solução construtiva mais adequada aos tipos de revestimentos em questão, visando alcançar a qualidade e possibilitando um planeamento eficiente com redução de custos e prazos, e nomeadamente: tipo de material cerâmico; formatos; elementos de assentamento ao suporte; cores; dimensões das juntas; desenho de pormenores, entre outros, devendo toda esta informação constar no caderno de encargos [23]. 72

87 Para uma correta preparação da obra, os materiais devem ser encomendados atempadamente cumprindo as especificações e normas técnicas, conforme projeto e caderno de encargos. A receção dos materiais cerâmicos em obra deve ser efetuada de acordo com as recomendações dos fabricantes, devendo o seu acondicionamento ser efetuado em locais próprios destinados para o efeito [93]. Os materiais devem ser transportados para o local de aplicação conforme forem sendo necessários, devendo o local encontrar-se isento de sujidades e em condições adequadas à sua aplicação, cumprindo todas as recomendações quer dos projetistas quer dos fabricantes. Durante a execução dos trabalhos de assentamento devem ser efetuados todos os procedimentos de uma forma correta utilizando os materiais e ferramentas de formas adequadas. O controlo da qualidade da colagem de ladrilhos poderá ser efetuado através da extração periódica de um ladrilho acabado de aplicar, enquanto o material de assentamento ainda estiver fresco, permitindo a observação do tardoz do ladrilho e do suporte, de forma a verificar se houve o contacto integral do material de assentamento com o tardoz dos ladrilhos. No que se refere ao método de camada fina, isso corresponde a verificar se os cordões de adesivo foram corretamente esmagados e se o adesivo existente no suporte constitui uma camada contínua de espessura uniforme. Depois do endurecimento do material de assentamento, deverá ser efetuado o ensaio de percussão dos ladrilhos, de modo a verificar se possuem um preenchimento deficiente do tardoz. Nas Figuras 4.13 e 4.14 apresentam-se dois exemplos do controlo da qualidade da colagem de ladrilhos. Figura 4.14: Controlo da qualidade da colagem através de um ladrilho acabado de colar Figura 4.15: Ensaio de percussão dos ladrilhos para detetar ocos na camada de assentamento [94]. 73

88 4.10. Síntese dos procedimentos de aplicação do revestimento cerâmico Antes de se efetuar um revestimento cerâmico é essencial a realização prévia de um planeamento dos trabalhos. Nos Quadros 4.4, 4.5 e 4.6 apresenta-se uma síntese dos procedimentos que devem ser realizados antes, durante e após o assentamento de revestimentos cerâmicos, os quais são baseados em [70], [93], [18], [95]. Quadro 4.4: Procedimentos a adotar antes da aplicação do revestimento cerâmico Antes do assentamento Material cerâmico Suporte Argamassa / Cola Limpeza Humidade Confirmar se existe material suficiente. Verificar se as caixas de ladrilhos pertencem todos à mesma qualidade, tonalidade e calibre. No caso de serem utilizados ladrilhos diferentes devem ser utilizados materiais com arestas retificadas. Os produtos devem ter todos o mesmo calibre. As placas cerâmicas devem ser escolhidas de acordo com as especificações e exigências para o local. Verificar se é necessário uma camada de impermeabilização. Verificar se o suporte é plano. Numa régua de 2m o desnível não deve ser superior a 5mm. No caso dos pavimentos o suporte deve ter uma inclinação mínima de 1,5% direcionada para as portas de saída ou ralos e tubos de queda no caso de coberturas e terraços. Se ao molhar o suporte este demorar muito tempo a secar, este diz-se de baixa absorção e devem-se adaptar colas para este tipo de suporte. Se a água for rapidamente absorvida, em menos de 1 minuto, este diz-se muito poroso. Verificar a dureza em vários pontos da superfície com a ajuda de um prego. O suporte é duro se os riscos forem superficiais. Se não for suficientemente duro, o suporte deve ser eliminado e refeito. No caso de renovações, para suportes à base de cimento ou de cerâmica é necessário antes da colagem verificar se este já se encontra aderente. Com um martelo de borracha deve-se verificar as zonas que soam a oco. Caso existam é necessário retira-las e refaze-las. Para suportes pintados realiza-se o teste da quadricula formando quadrados de 2x2mm numa superfície de 10x10cm. Se 4/5 dos quadrados ficarem aderidos à pintura é aderente, podendo assim receber o novo revestimento utilizando uma cola adequada. As condições do material de colagem vai ser um fator essencial a avaliar. Por exemplo, as solicitações térmicas e mecânicas no exterior são muito superiores às do interior. Devem cumprir as especificações de acordo com o material a utilizar. O suporte deve-se encontrar sempre livre de poeiras, óleos, tintas ou qualquer outra substância que prejudique a aderência. Em algumas situações pode ser necessário a aplicação de um primário de aderência. Para suportes de betão deve-se eliminar todos os restos de óleos descofrantes ou hidrófugos mediante jatos de água de alta pressão, jato de areia ou escovagem. Os suportes devem estar perfeitamente secos antes de se iniciar a colagem. 74

89 Quadro 4.5: Procedimentos a adotar durante a aplicação do revestimento cerâmico Durante o assentamento Material cerâmico Suporte Juntas Argamassa / Cola Limpeza Aconselha-se a utilização alternada, de mosaicos retirados de várias caixas por forma a uniformizar a tonalidade do produto a colocar. Caso o produto tenha um padrão irregular, a sua aplicação deve ser aleatória, isto é, o padrão deve ser aplicado em diferentes direções. O suporte tem de estar limpo e nivelado. A junta entre peças a utilizar varia em conformidade com o material cerâmico aplicado e com a sua dimensão. No caso de serem utilizadas juntas com coloração forte ou escura, devido à sua pigmentação, deve ser feito como medida preventiva, uma experiência em peças de reserva para verificar o comportamento das mesmas. As juntas destas cores exigem também uma limpeza mais cuidada e frequente durante o assentamento. Deve fazer-se a limpeza das juntas quando a argamassa de junta começar a endurecer. Não utilizar demasiada água na limpeza, uma vez que provoca a despigmentação e descoloração precoce da junta. Passadas 24 horas, deve-se fazer uma limpeza geral usando um pano seco ou humedecido. Para garantir a resistência da junta deve-se hidrofogar decorridas duas a três semanas após a betumação. Para se conseguir uma boa aderência é necessário aplicar um adesivo adequado. A cola a escolher vai depender da porosidade e da dimensão do material cerâmico. Efetuar sempre uma colagem dupla, ou seja, espalhar a cola no suporte e no tardoz da peça. Para mão de obra especializada recomenda-se colagem dupla apenas para peças com dimensões superiores a 30x30cm. O espalhamento da cola do tardoz deve ser efetuado no sentido paralelo ao do suporte. Utilizar martelo de borracha para garantir que os cordões de cola fiquem bem esmagados. Para peças com dimensão superior a 1m 2, recomenda-se que este processo seja feito de forma manual. Evitar o uso de martelos de borracha negra pois podem deixar marcas. No final da aplicação da cola fazer uma limpeza geral para retirar os resíduos de cola que tenham ficado sobre as peças, evitando que endureçam e dificultem posteriormente a limpeza final. Quadro 4.6: Procedimentos a adotar após a aplicação do revestimento cerâmico Depois do assentamento Proteção Limpeza Manutenção Após o assentamento e antes da conclusão da obra, recomenda-se que todo o pavimento seja devidamente protegido, de modo a evitar que a superfície fique danificada pela movimentação de pessoas e materiais afetos ao trabalho. No final da obra, o material deve ser limpo de toda a sujidade, com produtos químicos adequados aos tipos de resíduos existentes. É fundamental que todos os resíduos e produtos químicos utilizados sejam completamente removidos, com várias passagens de água. A manutenção e limpeza do revestimento cerâmica é prática e fácil. Para a sua limpeza diária, deve-se utilizar água (de preferência morna) e um detergente neutro. Recomenda-se que a utilização do detergente seja feita em pequenas quantidades de modo a que este possa ser completamente removido após a limpeza com água. Nos acabamentos rústicos e anti deslizantes, é importante a utilização de uma escova de fibra dura de forma a extrair a sujidade que se acumula na superfície rugosa. A fim de conservar o revestimento, recomenda-se a colocação de tapetes nas zonas de maior circulação, em especial, em zonas de acesso ao exterior ao exterior, de modo a evitar-se a circulação de areias, prejudiciais a qualquer tipo de pavimento. Nos cerâmicos decorados, especialmente nos produtos em vidro ou metalizados a ouro ou platina não devem ser utilizados utensílios ou produtos de limpeza abrasivos. 75

90

91 5. Durabilidade de revestimentos cerâmicos aderentes O conceito de durabilidade está associado à longevidade e à qualidade. De acordo com a norma ISO [96] durabilidade é a capacidade do edifício ou seus elementos de desempenhar as funções requeridas durante um determinado período de tempo sobre influência dos agentes atuantes em serviço. Neste capítulo são abordadas algumas das anomalias dos revestimentos cerâmicos aderentes e as suas principais consequências, técnicas de inspeção e diagnóstico, medidas de prevenção, disposições construtivas de prevenção, manutenção de revestimentos cerâmicos e técnicas de reparação Anomalias em revestimentos cerâmicos Segundo Campante [92], a anomalia dá-se quando uma parte do edifício, em algum momento de sua vida útil, deixa de apresentar o desempenho previsto. Estas são demonstradas por alguns sinais que, embora muitas vezes apareçam em alguns componentes, podem ter origem em outros componentes do revestimento. A anomalia é considerada como uma redução do desempenho previsto em projeto, sendo decorrente da degradação ou deterioração do elemento ou material em estudo [30]. As anomalias mais frequentes nas soluções de revestimento cerâmico aderentes ao suporte, sejam elas em paredes ou pavimentos, são o descolamento e a fissuração. Estes defeitos ocorrem com maior frequência no exterior dos edifícios, apesar de também se verificarem no seu interior, e com maior incidência: em locais permanentemente húmidos, locais com variações bruscas de temperatura ou locais com temperaturas extremas; em paredes sujeitas a grandes amplitudes de pressão de vapor de água; ou ainda, quando submetidas a cargas excecionais, em particular, de carácter dinâmico. Acrescenta-se ainda que as condições de aplicação são, em geral, mais difíceis no exterior, para além de as áreas contínuas de aplicação serem mais extensas. Além do descolamento e da fissuração, existem outos defeitos que podem afetar o desempenho dos revestimentos: De ordem estética (eflorescências, enodoamento, desgaste excessivo, alteração de cor, deterioração das juntas); Ao nível da segurança na utilização (falta de planeza, falta de aderência, entre outras); Ao nível dos próprios ladrilhos, entre os quais, crateras, fissuração do vidrado, nódoas; Ao nível das técnicas e materiais de preenchimento das juntas de assentamento, entre os quais, fissuração, descolamento dos bordos, despreendimento e enodoamento. 77

92 No Quadro 5.1 apresentam-se os principais tipos de anomalias das soluções, quando em serviço, as suas manifestações e as suas causas mais prováveis. Quadro 5.1: Anomalias mais correntes em ladrilhos cerâmicos quando em uso [97]. Tipo de anomalia Anomalias Causas mais prováveis Descolamento Fissuração Esmagamento ou lascagem nos bordos do ladrilho Enodoamento prematuro Riscagem ou desgaste prematuro dos ladrilhos Alteração de cor Desprendimento do vidrado Deficiências da planeza Escorregamento Perda de aderência, relativamente ao suporte, com ou sem empolamento. Na maior parte dos casos não é possível recolocar os ladrilhos por estes não caberem no espaço que anteriormente ocupavam. Fissuras que atravessam toda a espessura dos ladrilhos. Manchas de produtos enodoantes na face útil dos ladrilhos. Zonas evidenciando riscagem ou desgaste profundo ou desaparecimento do vidrado nos ladrilhos. Alteração localizada da cor inicial dos ladrilhos. Crateras rodeadas por fissuras concêntricas. Movimentos diferenciais suporte-sistema do revestimento. Aderência insuficiente entre camadas do sistema de revestimento. Falta de juntas elásticas no contorno do revestimento. Deficiências do suporte (limpeza, planeza, porosidade). Fendilhação do suporte, ou movimentos diferenciais suporterevestimento que provocam tração nos ladrilhos. Contração ou expansão do produto de assentamento dos ladrilhos. Choque violento ou choque em ladrilhos mal assentes. Rotura por flexão em ladrilhos mal assentes. Movimentos diferenciais suporte-sistema de revestimento, que resultam em compressão nos ladrilhos. Seleção inadequada dos ladrilhos, que não teve em conta a severidade do uso inerente ao espaço revestido; ladrilhos com classificação funcional insuficiente para o espaço revestido. Abertura de poros na superfície dos ladrilhos; em consequência do desgaste, ou ataque químico, que retêm a sujidade. Desgaste nas zonas de maior circulação. Ataque químico. Seleção inadequada dos ladrilhos que não teve em conta a severidade das ações de choque ou de gelo que se verificam em uso. Irregularidades de superfície do suporte que o produto de assentamento não pode disfarçar. Não cumprimento das regras de qualidade sobre planeza geral ou localizada da superfície do sistema. Empeno dos ladrilhos. Humedecimento inusitado dos ladrilhos. Eliminação, em consequência do desgaste, da rugosidade superficial que garantia a resistência ao escorregamento. Entre as principais anomalias registadas em revestimentos cerâmicos, destacam-se os descolamentos, a fissuração, as eflorescências e a deterioração das juntas. O descolamento é a perda de aderência dos ladrilhos cerâmicos relativamente ao suporte [30], sendo esta uma das anomalias consideradas mais graves, quer por questões de segurança, quer devido ao elevado custo das reparações. Consideram-se dois tipos de descolamento [23]: Descolamentos localizados, normalmente associados a deficiências locais de aplicação ou do suporte; 78

93 Descolamentos generalizados, com ou sem empolamento prévio do revestimento, frequentemente associados à elevada expansão dos ladrilhos, à falta de qualidade do material de colagem, a erros sistemáticos de aplicação ou à incompatibilidade das várias camadas do sistema. O empolamento é uma das formas de descolamento onde existe um arqueamento dos ladrilhos cerâmicos por desprendimento de ladrilhos contíguos formando um arco com flexa para o exterior. Na Figura 5.1 apresenta-se um exemplo de descolamento com empolamento. Na Figura 5.2 apresenta-se um descolamento localizado. Figura 5.1: Descolamento com empolamento em revestimento de fachada de edifício antigo [74] Figura 5.2: Descolamento localizado Os deslocamentos generalizados sem empolamento são originados, geralmente, por deficiência da camada adesiva, causada pela falta de qualidade do produto, pela sua inadequação à função ou pela sua má aplicação [81]. Os tipos de rotura da ligação ao suporte, resumem-se no Quadro 5.2 Quadro 5.2: Tipos de rotura da ligação ao suporte [23] Tipo de Rotura Rotura adesiva ladrilho-cola Rotura coesiva da cola Rotura adesiva da cola-suporte Rotura coesiva do suporte Origem dos fenómenos Aplicação de cola que já tinha ultrapassado o seu tempo de abertura real, ou de cola que já não é adequada para o grau de porosidade dos ladrilhos. Utilização prematura do revestimento, antes de a cola ter adquirido o necessário desempenho. Contágios do suporte por produtos cobertos de pó, ou suporte demasiado quente ou seco no momento da aplicação da cola, ou cola inadequada para o grau de absorção de água do suporte. Suporte que não apresenta a devida coesão, sem condições para receber um revestimento. A fissuração resulta da ocorrência de tensões de tração no plano dos ladrilhos superiores às que são suportadas por estes, originando fendas que atravessam toda a espessura dos ladrilhos [97]. Este fenómeno ocorre com frequência em revestimentos com uma resistência de aderência elevada entre a camada de assentamento e os ladrilhos, dado que se essa resistência fosse baixa implicaria o descolamento dos ladrilhos [91]. Na Figura 5.3 apresentam-se exemplos de fissuração sem descolamento. 79

94 Figura 5.3: Fissuras. À esquerda fissura do azulejo em parede; à direita fissura em pavimento As eflorescências, são as anomalias estéticas mais frequentes nos revestimentos cerâmicos aderentes. Esta anomalia é evidenciada pelo aparecimento, na superfície do revestimento cerâmico, de depósitos cristalinos de cor esbranquiçada, comprometendo a sua aparência (Figura 5.4). Figura 5.4: Eflorescências em zona localizada, que mostra caminho de escorrência da água da chuva A deterioração das juntas consiste na perda de estanqueidade da junta de assentamento e envelhecimento do material de preenchimento. Estas ocorrências podem levar o revestimento ao colapso, por descolamento. Na Figura 5.5 são apresentados exemplos de anomalia de junta. Figura 5.5: Anomalia em junta de assentamento As principais causas da ocorrência de anomalias, conforme Sá [29] são: a falta de rigor e de controlo dos processos de fabrico, dos materiais utilizados nos revestimentos cerâmicos; a seleção inadequada dos materiais; a má conceção e a sua deficiente aplicação. 80

95 No Quadro 5.3 apresenta-se uma classificação das causas de ocorrência em revestimentos cerâmicos aderentes, indicado por Silvestre [22]. Quadro 5.3: Classificação das causas das anomalias em revestimentos cerâmicos aderentes [22] Grupos Erros de projeto Erros de execução Ações de origem mecânica exterior Ações ambientais Falhas de manutenção Alteração das condições inicialmente previstas Causas Escolha de materiais incompatíveis, omissa, ou não adequada à utilização Estereotomia não conforme com as características do suporte Prescrição de colagem simples em vez de dupla Dimensionamento incorreto das juntas do revestimento cerâmico Inexistência de juntas periféricas, de esquartelamento ou construtivas Existência de zonas do revestimento cerâmico inacessíveis para limpeza Deficiente cuidado na pormenorização das zonas singulares do revestimento cerâmico Inexistência ou anomalia dos elementos periféricos do revestimento cerâmico Deformações excessivas do suporte Humidade ascensional do terreno Utilização de materiais não prescritos e/ou incompatíveis entre si Aplicação em condições ambientais extremas Desrespeito pelos tempos de espera entre as várias fases de execução Aplicação em suportes sujos, pulverulentos ou não regulares Desrespeito pelo tempo aberto do adesivo Espessura inadequada do material de assentamento Contato incompleto do ladrilho - material de assentamento Assentamento de ladrilhos nas juntas de dilatação do suporte Colagem simples em vez de dupla Utilização de material de assentamento ou de preenchimento de juntas de retração elevada Preenchimento de juntas sujas Execução de juntas com largura ou profundidade inadequada/não execução Preenchimento incompleto das juntas de assentamento Desrespeito pela estereotomia do revestimento cerâmico Inexistência ou insuficiência de pendentes em pavimentos exteriores Encastramento de acessórios metálicos não protegidos nas juntas Choques contra o revestimento cerâmico Vandalismo/graffiti Concentração de tensões no suporte Deformação do suporte Vento Radiação Solar Exposição solar reduzida Choque térmico Lixiviação dos materiais do revestimento que contém cimento Humidificação do revestimento Ação biológica Poluição atmosférica Criptoflorescências Envelhecimento natural Falta de limpeza do revestimento cerâmico ou de zonas adjacentes Limpeza incorreta do revestimento cerâmico Aplicação de cargas verticais excessivas em revestimentos de paredes 81

96 5.2. Técnicas de inspeção e diagnóstico O processo de diagnóstico permite identificar as causas das anomalias dos edifícios a partir das suas manifestações e consequências. Esta tarefa é complexa e imprecisa. Neste processo podem referir-se quatro limitações sendo as duas primeiras as mais importantes [98]: Dificuldade em estabelecer uma relação causa-efeito entre as causas e as anomalias, quer pela existência de diversas causas e de anomalias, assim como se condicionam mutuamente; Dificuldade ou até impossibilidade de reconstituir o histórico do edifício, em particular durante o processo da sua construção (materiais, execução, a qualidade da mão de obra, condições atmosféricas, alteração de projeto); Caráter destrutivo de muitas das técnicas de diagnóstico; A incerteza sobre a representatividade dos eventuais ensaios (estes são localizados e em número limitado). A técnica mais elementar no diagnóstico é a observação sistemática das manifestações das anomalias e da construção em que eles se verificam, de modo a tentar compreender os mecanismos físicos e químicos que lhe estão subjacentes e estabelecer relações causa-efeito com um número limitado de causas já identificadas No que se refere à observação das anomalias relacionadas com o descolamento, para além da observação direta com extração de uma área significativa de revestimento, as técnicas de diagnóstico para identificação das causas pode implicar: Avaliação numérica da expansão-retração do revestimento e da camada de suporte, sob as ações climatéricas ou a outras a que está sujeito [23]; Determinação laboratorial de expansão irreversível do revestimento; Execução de testes de arrancamento "in situ". Os indicadores mais utilizados para avaliar o estado de colagem de ladrilhos são: Resistência à tração dessa mesma colagem; Percentagem da área de contato entre o tardoz do ladrilho e a camada de cola. Na Figura 5.6 apresenta-se o ensaio de arrancamento de ladrilhos, com medição da tensão de aderência da ligação. 82

97 Figura 5.6: Ensaio de arrancamento in situ [23] 5.3. Medidas e disposições construtivas de prevenção Prevenir consiste em antecipar, prever, planear. Um ato de prevenção da anomalia acontece quando um projeto define os materiais a aplicar, prevê as condições de suporte, exige condições e técnicas de execução com eles compatíveis, assegurando os mecanismos formais de controlo de qualidade. Ao aplicar o revestimento cerâmico na base do improviso e da incerteza, aparentemente o resultado pode parecer bom. No entanto a possibilidade do surgimento de anomalias aumenta. Sendo assim, a prevenção das anomalias está referenciada nos capítulos anteriores onde se apresentam os materiais, as técnicas de aplicação e as exigências de projeto. Se forem cumpridas todas as normas, recomendações técnicas, métodos e demais exigências, o número de anomalias que poderão surgir, será reduzido. Para prevenir o aparecimento de anomalias podem ser tomadas algumas medidas de forma a manter um bom desempenho durante a vida útil de todo o sistema de revestimento cerâmico aderente. Para isso é necessário serem efetuadas algumas operações, entre as quais: Estanquidade contra sujidade e manchas; Tratamento óleo-repelente; Tratamento de brilho e proteção ao desgaste Manutenção de revestimentos cerâmicos Nas diferentes etapas das operações de manutenção (inspeção, limpeza, medidas corretivas, medidas para substituição e condições de utilização) existem muitas formas de intervir. A maioria destas operações deve ser efetuada por técnicos especializados. No caso da inspeção e das medidas pró ativas a serem realizadas, o ideal é serem efetuadas pelo respetivo fabricante, pois este é o que melhor conhece as características dos materiais, assim como o seu processo de aplicação, quer dos ladrilhos cerâmicos, quer dos produtos que podem melhorar o seu desempenho. 83

98 Aos utentes cabe o papel de realizar uma limpeza correta a fim de evitar uma acumulação de sujidade que possam provocar pré-anomalias, bem como efetuarem uma inspeção visual contínua. Existem dois tipos distintos de limpeza: a limpeza corrente e a limpeza técnica. A limpeza corrente (higienização) realizada pelos utilizadores, consiste na utilização de um pano húmido com detergente neutro sobre os ladrilhos, visando remoção da sujidade do dia-a-dia. A limpeza técnica pode ser efetuada pelos utentes ou técnicos especializados, dependendo do meio de limpeza utilizado e da sujidade a remover. De modo a aumentar o prazo de vida dos revestimentos cerâmicos devem ser indicadas as condições de utilização dos mesmos. Os utilizadores devem ser alertados para as situações que podem vir a agravar a degradação dos revestimentos. As principais condições de utilização a ter em conta são [99]: Evitar a queda de objetos pontiagudos; Evitar exercer ações capazes de lascar/fissurar; Evitar utilizar materiais que possam perfurar; Evitar utilizar materiais e objetos que risquem; Não serem submetidos a cargas superiores para as quais foram aplicados; Utilizarem-se produtos de limpeza compatíveis com o revestimento aplicado; Não arrastar objetos; Colocação de tapetes nas entradas dos edifícios, de forma a reduzir-se a passagem de sujidade do exterior para o interior através do calçado, diminuído o efeito da abrasão; Evitar que o revestimento cerâmico esteja em contacto com água abundante, durante um longo período de tempo. Nos Quadros 5.4; 5.5; 5.6; 5.7 irão ser descritos os produtos de limpeza a utilizar para produtos de grés porcelânico, grés rústico, grés vidrado e ladrilhos de barro vermelho. Quadro 5.4: Produtos de limpeza recomendados para sujidades específicas em ladrilhos de grés porcelânico [99] Sujidade Marcas negras de sapatos, alcatrão, verniz Tintas Café, vinho, cerveja, marcador, esferográfica Oxidações calcários, cimentos Musgos, verdete Composição da mistura de produtos Mistura concentrada de solventes solúveis em água, tensoativos, sabões e alcalinos diluídos em água Mistura concentrada de tensoativos não iónicos Solução aquosa de alcalinos inorgânicos e tensioativos não iónicos Mistura em água de ácidos inorgânicos tensoativos não iónicos, perfume e anti espuma Mistura de tensioativos não iónicos, sais orgânicos e aditivos dissolvidos em água. 84

99 Quadro 5.5: Produtos de limpeza recomendados para sujidades específicas em ladrilhos de grés rústico [99] Sujidade Azeite ou óleo Eflorescências Manchas negras dos sapatos Cimento, estuque Musgos, verdete Tinta Composição da mistura de produtos Solventes orgânicos (hidrocarbonetos, alifáticos, ésteres, glicólicos) e sílica Mistura em água de ácidos inorgânicos tensoativos não iónicos Mistura em água de tensioativos aniónicos e não aniónicos, solventes, bases, resina Mistura em água de ácidos inorgânicos tensioativos não iónicos e catiónicos, perfume e anti-espuma Mistura de tensioativos não iónicos, sais orgânicos e aditivos dissolvidos em água. Mistura concentrada de tensioativos não iónicos Quadro 5.6: Produtos de limpeza recomendados para sujidades específicas em ladrilhos de grés vidrado [99] Sujidade Café, vinho, marcadores, esferográfica Musgos, verdete Tinta Composição da mistura de produtos Solução aquosa de alcalinos inorgânicos e tensoativos não iónicos. Mistura de tensioativos não iónicos, sais orgânicos e aditivos dissolvidos em água. Mistura concentrada de tensioativos não iónicos Quadro 5.7: Produtos de limpeza recomendados para sujidades específicas em ladrilhos de barro vermelho [99] Sujidade Azeite ou óleo Eflorescências Manchas negras dos sapatos Marca de pneu Musgos, verdete Tinta Composição da mistura de produtos Solventes orgânicos (hidrocarbonetos, alifáticos, ésteres, glicólicos) e sílica Mistura em água de ácidos inorgânicos tensoativos não iónicos Mistura em água de tensioativos aniónicos e não aniónicos, solventes, bases, resina Mistura concentrada de solventes, tensioativos, sabões e alcalinos diluídos em água Mistura de tensioativos não iónicos, sais orgânicos e aditivos dissolvidos em água. Mistura concentrada de tensioativos não iónicos 5.5. Técnicas de reparação As técnicas de reparação e manutenção aplicáveis aos revestimentos cerâmicos consistem na substituição generalizada ou localizada do revestimento cerâmico, na correção da estrutura do suporte ou ainda na substituição do material de preenchimento de junta [23]. Estas intervenções destinam-se a reparar as anomalias e a eliminar as respetivas causas que lhes deram origem. Deste modo, quando ocorrem anomalias no revestimento cerâmico, é necessário definir o modo de atuação e as tarefas a realizar. A substituição de ladrilhos ou assentamento de ladrilhos recuperados deve obedecer, naturalmente, aos mais rigorosos preceitos de execução descritos nos capítulos anteriores, aproximando-se o mais possível da técnica utilizada na construção, com a eliminação das não-conformidades que estiveram na origem da anomalia. 85

100 De acordo com informações obtidas na Weber, as principais tarefas a realizar na substituição do revestimento cerâmico envolvem a: Remoção do material de preenchimento de junta (Figura 5.7); Remoção do revestimento cerâmico; Eliminação dos restos de material utilizado no assentamento dos cerâmicos; Preparação do material de assentamento; Aplicação do material de assentamento sobre o suporte; Colocação dos ladrilhos sobre o material de assentamento; Verificação do nivelamento dos ladrilhos aplicados; Limpeza e preenchimento das juntas; Limpeza geral do revestimento. Figura 5.7: Remoção do material de preenchimento de junta A substituição localizada do material de preenchimento de juntas deve seguir o mesmo procedimento que é efetuado para a substituição localizada do revestimento cerâmico. 86

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