Historia de Vida Estácio de Souza Sperb: Um conselheiro amoroso e dedicado!!!

Transcrição

1 Historia de Vida Estácio de Souza Sperb: Um conselheiro amoroso e dedicado!!! A história de vida de Estácio de Souza Sperb será contada a partir dos depoimentos das filhas Irene, Valquiria e Claudia que vivenciaram seus melhores dias, e demais familiares. Das lembranças dos bons momentos que passaram juntos e das muitas lições de vida deixados por ele. Lições estas que são seguidos por seus filhos e relembrados nos encontros promovidos pela família, sempre que possível. Para construir a sua história de vida foram utilizados os acervos da família, fotos digitais, álbum de família e depoimentos dos filhos. Estácio de Souza Sperb nasceu em Encruzilhada do Sul, RS, no dia 26 de novembro de 1920 e era filho de Francisco de Paula Sperb e Alice Sperb. Estácio de Souza Sperb era uma pessoa muito calma, amiga e carinhosa. Tinha um carisma muito grande que contagiava pessoas de todas as idades, principalmente os mais jovens, que muitas vezes tornava-se seu conselheiro. Estácio era gremista de coração e sempre assistia aos jogos do seu time. Como bom sagitariano, era companheiro para todas as horas, parceiro de viagens e festas, gostava muito de um churrasco gordo e uma boa caipira, além de dançar com as netas. Estácio sempre foi uma alegre presença em nossas vidas. Alfabetizado por sua mãe e professora, o pai era um devorador de palavras, ótimo leitor, acompanhava as notícias pelo jornal que ainda podia ler, apesar da idade avançada; mas a sua faculdade era a da vida. Sua trajetória de vida lhe trouxe grande sabedoria. Além de bem informado com as coisas que aconteciam no mundo inteiro, tinha experiências suficientes para

2 aconselhar e ensinar a muitos que vinham ao seu encontro para uma opinião sobre diversos assuntos. Estácio teve muitos amigos queridos, mas o que mais marcou sua trajetória de vida foi o irmão Pedro Sperb que falava com amor e cumplicidade. Eram parceiros inseparáveis. Os dois serviram o Exército na mesma época, por três anos, durante a Segunda Guerra mundial. Após o cumprimento do dever cívico, retornaram para o interior de Encruzilhada, os dois constituíram família e muito tempo depois, quando o irmão faleceu, suas histórias ainda se mantinham vivas na memória e no coração dos filhos e sobrinhos. O que mais gostava de fazer era jogar carta com seus amigos, de estar em companhia dos vizinhos dos quais falava sempre com grande carinho, alguns, Estácio considerava como seus filhos. (Na foto, Estácio de Souza Sperb em sua essência) Estácio e Renê começaram a namorar antes de ir para quartel; cresceram juntos, eram primos e moravam bem próximos um do outro. Após três anos em Santana do Livramento, servindo o Exército, onde teve sempre orgulho de dizer que foi cabo da forragem, ficaram noivos e casaram com a aprovação da família. Desse casamento nasceu seis filhos, Irene, Paulo. Francisco, Fernando e Claudia.

3 Na luta pela sobrevivência, a esposa Renê sempre sonhou em ver os filhos estudando e com uma bagagem que lhes rendesse um bom emprego. Assim, decidiram ir morar em Cachoeira do Sul onde viveram o restante de suas vidas. Os filhos cresceram, estudaram, foram saindo para trabalhar, outros casaram... cada um tomando o rumo que a vida lhes oferecia. Renê). (Na foto, o casal harmonioso, Estácio e a esposa Certamente Estácio viveu muitas alegrias entre as pessoas novas que passaram a fazer parte da família: noras, genros, netos (as), namoradas (os) dos netos (as) e muitos bisnetos. (Na foto, Estácio nos momentos de maior alegria, esperar o Papai Noel com a família) Estácio trabalhou sempre com plantação de arroz e criação de ovelha; depois de muitos anos já morando definitivamente em Cachoeira do Sul, trabalhou em uma construtora em Alvorada na Grande Porto Alegre. Alguns

4 colegas marcaram essa nova fase em sua vida que depois de tantos anos foram apagados da memoria das filhas. Estácio de Souza Sperb sempre foi uma pessoa muito querida por todos os que lhe conheciam e principalmente os moradores da rua onde viveu por 51 anos, sendo 23 anos sozinhos após a morte de sua esposa Renê. Era uma pessoa muito simples e iluminada deixou uma história muito bonita entre amigos e vizinhos pela sua simplicidade e honestidade, tinha um carinho especial por todos onde o chamavam de Vô Estácio. (Na foto, Estácio de Souza Sperb um observador da vida) Em todos os eventos da vida inclusive a perda do filho Francisco ele superou. Acreditamos que sua bondade, paciência e coragem diante dos fatos e acontecimentos ao longo de sua vida foram destaque, a sua maior realização foi sem duvida nenhuma o crescimento pessoal e profissional dos filhos. (Na foto, Estácio sempre com a mesma alegria estampada no rosto marcado pelos desencontros da vida).

5 Estácio sempre foi um homem forte e valoroso e destacava-se pela coragem em enfrentar as dificuldades. Perdeu sua esposa aos 69 anos, e viveu sozinho até o final da vida com muita dignidade e lucidez. Estácio fez sua passagem um mês antes de completar seus noventa anos, ainda cheio de planos, vontade fazer mais, firme e forte como ele dizia sempre, pensando positivo e olhando para frente esse era o seu lema. Era uma pessoa de grande espiritualidade, dizia nunca estar sozinho estava sempre com DEUS! Pai tu foste o maior dos valores que a vida nos deu, agradeço a DEUS por ser tua filha, carregarei comigo o teu exemplo de carinho e bondade. Amaremos-te para sempre! (Na foto, Estácio de Souza Sperb, o homem forte e imponente)

6 (Na foto, uma homenagem póstuma a Estácio pelos seus 90 anos, não comemorados em família) Meu velho pai! É, meu velho... Vejo você ai recostado. Olhando para o infinito profundo Nas rugas de seu rosto cansado Delineado o traçado Das rotas já andada... Vivências e experiências passadas. Mãos calejadas, marcadas Pela condução desta viagem. Brancos cabelos como espumas do mar É Pai, meu velho... Quantas coisas a recordar.

7 Quantas lembranças, quantos ensinamentos. Alegrias, desentendimentos, Presenças e ausências. Imagens e aparências. E apesar de que morávamos separados a tempo Sempre que se podia nos fazíamos presentes É bom saber que juntos caminhamos Vendo, ouvindo... E como amigos sentindo. As recordações de menino que um dia foi. Contava suas brincadeiras e tempos passados Dos estudos, das dificuldades e das 'artes'. E da adolescência, você recordava os namoros trepado, os beijos furtivamente roubados, Como dizia teu irmão adorado, que com certeza já tenhas reencontrado e que muitas prozas relembradas do passado. É Pai, meu velho... Como foi grande a sua missão, foste uma bússola a nos guiar Alertar, ensinar, amparar, Proteger, repreender. Porto seguro, mastro mestre da família. Ao casar-se, deixou de ser só filho E passou a ser pai... Trabalhou duro, suou, sofreu, e criou Fortunas que não são suas, nos sonhos que nunca viveu, E anseios que sufocou... É Pai, meu velho... Como foi grande a sua missão, E por vezes nem me dei conta da carga... Mas lá em cima por DEUS estava tudo contabilizado. Sabe Pai, não é fácil falar de você Resta-me apenas sentir muita vontade de te abraçar e olhando nos seus olhos, Dizer-te: Muito obrigado, meu querido amigo, meu velho... meu pai (autoria do cantor e compositor Teixeirinha)

8 (Na foto, Estácio reverenciado e lembrado pela família como exemplo de filho, pai, esposo e avô). Nossos agradecimentos em especial, a Valquíria, as filhas, pela disponibilidade em nos fornecer os dados necessários para compor a historia de vida de Estácio de Souza Sperb e assim constar no Memorial Paz Eterna. A cada história se valoriza a vida e desmistifica a morte, percebemos que cada instante que respiramos tem um motivo, uma necessidade com razões que não se pode explicar, mas que precisa ser contada para não ser esquecida.