SEM DESTINO. (Contos) Clóvis Oliveira Cardoso

Transcrição

1 Índice 01 Índice; 02 SEM DESTINO (Contos) 03 Agradecimentos; 04 SENHOR Sigmund Freud; 06 Para Tânia; 07 DEUS sobre todas as coisas; 08 Beberam do próprio veneno; 12 A falta de experiência; 16 Um casal contemporâneo; 21 Problema ou patologia? 25 Qual a próxima vítima? 31 Um conto inusitado; 36 Ufa... Que sufoco Um caso diferente; 43 Duílio e o prefeito; 46 Relato de um adolescente; 50 Felizes para sempre; 54 O progresso; 59 Um conto assustador; 63 Pacto com o diabo; 67 Terror naquela cidade; 72 Seita satânica; 78 Eu não acredito; 79 FIM; 1

2 SEM DESTINO (Contos) Clóvis Oliveira Cardoso 2

3 Agradecimentos Sobretudo agradeço a DEUS pela inspiração que me faculta nos momentos de devaneio; Aos meus pais, que já se encontram em outra dimensão e que foram importantes nos meus ensinamentos; Agradeço aos meus filhos Kennedy, Alessandra e Renata que estão sempre nos meus momentos, bem como aos netos Walquíria Lia e Vinícius que são três rosas desabrochadas no jardim da minha vida; Ao prezado leitor que me honra ao ler os meus escritos fato que muito me gratifica; Clóvis Oliveira Cardoso 3

4 SENHOR... Concedei-me a serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar coragem para mudar o que posso e sabedoria para avaliar a diferença 4

5 Seja qual for o caminho que eu escolher um poeta já passou por ele antes de mim Sigmund Freud 5

6 Para Tânia Rosseli Ovçar Cardoso, mulher, companheira, musa inspiradora e minha eterna namorada, meu carinhoso beijo... Clóvis 6

7 DEUS sobre todas as coisas 7

8 Beberam do próprio veneno Abimael era casado com Carmozina e o casal tinha um amigo por nome Abidulassis mais conhecido pela alcunha de Bidu que era casado com Etelvina que também conhecia o casal. De vez em quando Abimael convidava Bidu e sua esposa para jogar buraco jogo de baralho, e os dois amigos logo se faziam presentes. Em uma noite chuvosa, Carmozina e Abimael que não estavam animados para sair, era um sábado e resolveram convidar os amigos Bidu e Etelvina para que os quatro ficassem jogando até tarde. A proposta era que lá pelas tantas pediriam uma pizza e depois continuariam jogando até por volta da meia noite e meia como sempre acontecia nos finais de semana que eles não saíam. O jogo começou e em um determinado momento, Abimael foi atender ao telefone que tocara e no mesmo instante que Etelvina precisou ir ao banheiro. Carmozina e Bidu ficaram embaralhando as cartas e de repente uma das cartas caiu. Bidu se abaixou para pegá-la e percebeu que Carmozina estava de pernas apertas sem calcinha. 8

9 O cara levou um susto e ao ficar assustado, demorou mais de um minuto para se levantar de debaixo da mesa, enquanto Carmozina muito sem vergonha começou a sorrir e lhe perguntou: E ai Bidu, o que você viu de novo que demorou debaixo dessa mesa? Bidu, completamente sem graça ficou calado e a mulher voltou a perguntar: Como é que é Bidu? O que você viu? Me conta menino... Bidu mesmo sem graça disse: Ah, eu vi uma garagem aberta; Naquele exato momento Etelvina voltava do banheiro e perguntava ao marido onde ele tinha visto uma garagem aberta? Bidu que apesar de tímido era sacanocrata, disse: Amor, eu vi uma garagem aberta duas ruas depois da nossa e me esqueci de avisar ao dono da casa que aquela garagem estava aberta... Mas, já passou e deixa isso quieto... Carmozina completamente assustada, pensando que Bidu jogaria farofa no ventilador, deu um sorriso maroto, um sorriso sem graça e foi o momento em que Abimael também chegava para continuarem jogando. 9

10 Mais ou menos as vinte e três horas eles pediram uma pizza, comeram e voltaram a jogar até às duas da madrugada. Foi muito divertido, Bidu e Etelvina se despediram e foram embora. Ao saírem, Carmozina que tinha os levado até o portão e sem que ninguém pudesse perceber, entregou um bilhetinho ao Bidu que rapidamente guardou em segredo. O tal bilhete dizia: Não lhe interessa a guardar seu carro na garagem que estava aberta? Se você tiver interesse, me dá uma ligadinha quando o Abimael não estiver casa Bidu não sabia como responder, tinha medo da mulher dele, tinha medo que Abimael ficasse sabendo e aquela amizade antiga se acabar com briga, tinha medo do próprio medo. Começou a girar sua cabeça a mil por hora, não via saída, mas lá no fundo ele queria sim, queria porque Carmozina era uma mulher e tanto, embora na expressão da palavra, era uma vagabunda que não respeitava nem a sua própria casa. Dois dias depois Bidu resolveu ligar e dizer que queria marcar um encontro com Carmozina. Criou coragem e telefonou dizendo que aceitaria guardar seu automóvel na garagem que estava aberta. 10