DAS TRADIÇÕES CONSTRUÍMOS A NOSSA HISTÓRIA

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1 PLANO ANUAL DE ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO PESSOAL SAD 2016/2017

2 DAS TRADIÇÕES CONSTRUÍMOS A NOSSA HISTÓRIA A sabedoria da língua bíblica quer que a palavra passado possa também significar à frente. Ou seja, o passado está à frente, porque é ele que está diante dos olhos dos homens, é o que é conhecido. O futuro, por seu turno, está atrás, isto é, escondido, desconhecido, não está patente aos olhos humanos. Este dado linguístico revela bem o alcance e a importância decisiva que o passado assume na cultura bíblica; só nele o presente encontra a solidez que o mantém de pé; é que apenas o passado dá azo ao tempo de se abrir ao futuro. Por isso as tradições, além de testemunharem os percursos de homens e mulheres ao longo dos tempos e dos séculos, são essencialmente o frontispício da história. Porque se por um lado colocam ante nossos olhos vida já vivida e caminhos já trilhados, por outro também garantem a atualidade do que de autêntico nelas se preserva, mantendo a força intrínseca com que continuam ainda a marcar a vida de hoje, a energia de base que lança o presente nas sendas da esperança. Como não há história sem passado também não existe história sem futuro. Ora, o que confere ao tempo passado o sentido de memória e ao futuro o sentido de esperança são as tradições. São elas que avalizam o construir a vida do presente sobre os alicerces sólidos da vida de ontem, são elas que abrem o hoje ao amanhã: das tradições construímos a nossa história. Pe Rui Valério Revisão 00 Página 1 de 10

3 ÍNDICE 1.SAD TEMA FUNDAMENTAÇÃO DO TEMA CARACTERIZAÇÃO DO PÚBLICO ALVO CARACTERIZAÇÃO POR GÉNERO CARACTERIZAÇÃO POR IDADE CARACTERIZAÇÃO POR AUTONOMIA OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS ÁREAS DE ANIMAÇÃO APLICADAS METODOLOGIA DE DIVULGAÇÃO MONOTORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO ANEXOS PLANIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES... 9 Revisão 00 Página 2 de 10

4 1. SAD O Serviço de Apoio Domiciliário é uma resposta social que consiste na prestação de cuidados individualizados e personalizados no domicílio, a indivíduos e famílias quando, por motivo de doença, deficiência ou outro impedimento, não possam assegurar temporária ou permanentemente, a satisfação das suas necessidades básicas a/ou as atividades da vida diária. Temos 50 vagas comparticipadas pela Segurança Social para esta resposta social. A Direção Técnica do SAD está a cargo Dr.ª Ana Pereira e conta com a Assistente Social Dr.ª Carla Cortiço como responsável do serviço, e com 10 Ajudantes de Ação Direta, que prestam todos os dias os cuidados necessários aos nossos Utentes/Clientes. Neste projeto iremos tentar envolver a Psicóloga da Instituição Dr.ª Teresa Coisinha, no âmbito das atividades programadas. No SAD podemos encontrar vários serviços, como o de Higiene Pessoal, Higiene Habitacional, Tratamento de Roupa, Alimentação e Acompanhamento Social. O Serviço de Apoio Domiciliário funciona de segunda a sexta-feira das 8h30m às 18h00m, nos feriados e nos sábados das 8h30m às 17h00m e nos domingos 8h30m às 13h00m. Apoiamos todas as pessoas que estejam privadas das suas necessidades básicas, independentemente da idade, do sexo ou da nacionalidade, desde que residam na União de Freguesias da Póvoa de Santo Adrião e Olival Basto. Trabalhamos com os objetivos de: Contribuir para melhorar a qualidade de vida dos Utentes/Clientes e suas famílias; Contribuir para retardar ou evitar a institucionalização do Utente/Cliente; Prestação de serviços que satisfaçam as necessidades básicas e atividades da vida diária do Utente/Cliente; Prestação de apoio psicossocial; Promover autoestima e autonomia do Utente/Cliente; Promover/envolver a família face à velhice ou dependência dos seus familiares; Adequar respostas às necessidades essenciais do Utente/Cliente. 2. TEMA O Tema proposto pela Instituição para os próximos três anos é Através das tradições, construímos a nossa história. Pretendemos ir ao encontro das tradições dos nossos Utentes/Clientes que se transmitem de geração em geração no seio das famílias. Trata-se de valores, costumes e manifestações que são conservados pelo fato de serem considerados valiosos aos olhos da sociedade e que se pretende incutir às novas gerações. A tradição, por conseguinte, é algo que se herda e que faz parte da identidade cultural e social. A arte característica de um grupo social, nomeadamente a sua música, as suas danças, os seus contos e provérbios, faz parte do que é tradicional, à semelhança da gastronomia. Neste projeto iremos ter como tema anual os Valores Sociais, sendo as tradições capazes de ser renovadas e de se atualizar de modo a manter o seu valor e a sua utilidade. Posto isto, uma tradição pode perfeitamente adquirir novas expressões sem ter necessariamente de perder a sua essência. Revisão 00 Página 3 de 10

5 2.1. FUNDAMENTAÇÃO DO TEMA Este ano, considerámos pertinente trabalhar os valores sociais, na medida em que estes de acordo com as mudanças de paradigmas e de reestruturação da sociedade têm mudado significativamente e é de todo importante repensarmos metodologias de atuação, uma vez que estes estão sempre presentes na nossa atuação diária. Tendo como principio da nossa missão Institucional, Fomentar ações de intervenção social em parceria com a sociedade civil na promoção e dignificação da pessoa humana, bem como os valores que nos regem, nomeadamente, O respeito pela dignidade humana, a solidariedade, a confiança e o princípio da qualidade e melhoria contínua, consideramos de todo pertinente trabalhar o Utente/Cliente no seu todo, tendo presente o seu eco mapa, onde se enquadram todos os eixos, quer familiares quer sociais que possam ter influência sobre o Utente/Cliente. Intervimos na União de freguesias da Póvoa de Santo Adrião e Olival Basto. A freguesia da Póvoa de Santo Adrião é uma das freguesias mais antigas do concelho. A população desta União de freguesias é de maneira geral muito envelhecida, sendo que nos últimos anos não foram construídos grandes focos de habitação nova. Muitas das habitações existentes e onde residem a maioria dos nossos Utentes/Clientes, têm barreias arquitetónicas na medida em que não dispõem de elevadores uma vez que à data da sua construção não era obrigatório, constituindo por isso uma barreia à sua saída de casa. Para além desta barreira que leva muitas vezes ao isolamento social, existem outras características que temos bem presentes na nossa população alvo de abrangência, nomeadamente, muitas patologias do foro mental e situações de dependência muito prolongadas. Assim sendo, a velhice representa por si só um estigma socialmente construído, umas vezes positivo e outras vezes negativo, dado que o envelhecimento pode ser encarado como um período de mudança social e económica (Squire, 2005:29). A forma como lidamos com todas estas transformações, pode ser fundamental para determinar a maneira como se envelhece. Para Fonseca (2005), Os comportamentos adaptativos e a imagem de si próprio que se constrói ao longo deste processo devem ser interpretados também à luz dos contextos sociais de existência em que se evidenciam e de toda uma série de variáveis que se constituem como fatores determinantes para uma maior ou menor satisfação alcançada no decurso do processo de transição-adaptação. Estamos a pensar, concretamente, em fatores como a saúde, os rendimentos económicos disponíveis a existência de relações sociais e familiares, o estado civil e muitas outras variáveis ( ) (p:49). Desta forma, podemos considerar que todos os comportamentos e formas de interagir se prendem também com a forma como cada uma perspetiva e encara a sua velhice, e com o modo como esses fatores vão condicionar as relações sociais e profissionais que se vão estabelecendo com amigos, família, técnicos e sociedade em geral ao longo da vida. Podemos analisar e compreender todos estes comportamentos e sentimentos, se o considerarmos sob o ponto de vista de que as pessoas mais velhas que se sentem discriminadas, apenas desejam ser percebidas e identificadas como seres humanos, com direitos, deveres e necessidades que podem ser diferentes de acordo com a sua individualidade. Para além de todas estas alterações, é importante estarmos conscientes de que os idosos são extremamente sensíveis e vulneráveis à opinião dos outros e à atenção que estes dão aos seus feitos e aos seus gestos (Berger e MaillouxPoirier, 1995:65), tenta-se sempre prestar o melhor serviço de acordo com o seu gosto. Revisão 00 Página 4 de 10

6 Valores Humanos Valores Éticos Valores Sociais Valores Morais O nosso objetivo é de evidenciar a importância dos valores sociais, para que se possa ter estima e respeito pela vida de quem se cuida. Todos os dias se assiste a situações de necessidade a todos os níveis, não só financeiro, mas também social, emocional e familiar, e nunca podemos esquecer que é destas e para estas pessoas que trabalhamos diariamente. Temos que ser capazes de discernir e ponderar qual é o nosso papel perante a sociedade e mostrar que podemos fazer a diferença. 3. CARATERIZAÇÃO DO PÚBLICO ALVO Relativamente à caraterização dos Utentes/Clientes, contamos atualmente com 50 Utentes/Clientes, com idades compreendidas entre os 41 e 95 anos. É de realçar que no serviço de apoio domiciliário, os Utentes/Clientes estão em constante mudança, e que cada vez mais é notório o grau dependência que apresentam. Face à conjuntura e às necessidades dos Utentes/Clientes, tanto a família como os próprios Utentes/Clientes, acabam por recorrer ao SAD e requerer mais do que dois serviços, tendo em conta as suas necessidades e em muitos casos, a falta de suporte familiar que se faz sentir quando os familiares trabalham e residem longe da residência dos nossos Utentes/Clientes. Mais uma vez se sublinha a importância de valorizar os gostos e costumes dos Utentes/Clientes, uma vez que o SAD para além de ser desenvolvido dentro das suas residências, é um serviço que visa o conforto e a preservação do bem-estar destas pessoas, e só é alcançado este objetivo, quando minimizamos a invasão que o próprio serviço é na vida e na privacidade destas pessoas. Revisão 00 Página 5 de 10

7 3.1. CARATERIZAÇÃO POR GÉNERO 35 Género dos Utentes/Clientes Género dos Utentes/Clientes Feminino Masculino Como podemos observar no gráfico, o sexo feminino está presente em maior número, correspondendo a um total de 72% (33) em relação ao sexo masculino 28% (17). Temos conhecimento através de dados estatísticos que a esperança média de vida é superior no sexo feminino do que no sexo masculino CARATERIZAÇÃO POR IDADE Idades Utentes/Clientes Revisão 00 Página 6 de 10

8 Relativamente à caraterização dos Utentes/Clientes quanto à idade, podemos referir que temos 1 Utente/Cliente entre os 40 e os 50 anos; 1 entre os 51 e os 60 anos; 2 entre os 61 e os 70 anos, 19 entre os 71 e os 80 anos; 26 entre os 81 e os 90 anos e 1 entre os 91 e os 100 anos CARATERIZAÇÃO POR AUTONOMIA Grau Dependência Muito grave Grave Moderado Grau Dependencia Ligeiro No que diz respeito ao grau de dependência, sabemos que não existem regras, mas na realidade o que transparece, é que a velhice se vai construindo todos os dias e não acaba em nenhuma etapa específica da vida. Todas as características da personalidade se revelam também na velhice. Verificamos que as pessoas otimistas continuam a ter uma capacidade extraordinária de resolver todas as situações que vão aparecendo. Pessoas com grande apetência para estabelecer relações interpessoais continuam a ter atividades de socialização e a preocuparem-se com o seu dia-a-dia. Estabelecem objetivos, tentam concretizar projetos para se sentirem realizados, ou seja, estas são mais resilientes. Pessoas mais negativas, ou com mais dificuldade em estabelecer relações, continuam, normalmente, a manter o mesmo registo. Do grupo de Utentes/Clientes que acompanhamos, podemos referir que são pessoas mais difíceis, no sentido em que são normalmente mais fechadas, menos flexíveis, mais desconfiadas e que não mostram com facilidade os seus sentimentos. Em termos de grau de dependência ou de autonomia, podemos afirmar que o serviço tem um número minoritário de Utentes/Clientes que se apresenta com dependência ligeira, como se pode observar no gráfico. É de salientar que a maioria dos nossos Utentes/Clientes se encontram com dependências graves e/ou dependências totais. Revisão 00 Página 7 de 10

9 4. OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS Objetivos Gerais Objetivos Específicos Indicadores Fonte Implementação do PI Promover a participação dos - % Utentes/Clientes Utentes/Clientes na elaboração abrangidos dos PI em 100% - Registo de avaliação dos PI Proporcionar e desenvolver o Promover o contato com a - Taxa de participação nas - Registo de avaliação de contato com familiares a 50% Família atividades. atividades dos Utentes/Clientes. Promover o contato de proximidade Diminuir o isolamento social em 5% dos Utentes/Clientes - % Utentes/Cliente integrados no Projeto Redes - Registo de contatos telefónicos dos Voluntários Estimular o convívio, a partilha Estabelecer relações de valores e entretenimento - % Utentes/Clientes - Registo de avaliação de intergeracionais com crianças em 10% dos Utentes/Clientes. abrangidos atividades Trabalhar a função cognitiva Desenvolver atividades de - % Utentes/Clientes - Registo de avaliação de raciocínio lógico em 20% dos abrangidos atividades Utentes/Clientes. Promover momentos de Envolvência no processo de decisão nos momentos de - % Utentes/Clientes decisão prestação de serviços em 50% abrangidos - Planos de Cuidados mensais. dos Utentes/Clientes. 5. ÁREAS DE ANIMAÇÃO APLICADAS Factores Biologicos Factores Sociais Factores Psicologicos Revisão 00 Página 8 de 10

10 6. METODOLOGIA DE DIVULGAÇÃO As atividades previstas bem como as realizadas estão divulgadas na vitrine no hall principal no centro e serão divulgadas por contato telefónico ou presencialmente no domicílio dos Utentes/Clientes, ou até mesmo em atendimentos. Esperamos que com esta metodologia, conseguir maior aderência por parte dos nossos Utentes/Clientes às atividades dinamizadas durante este ano letivo. 7. MONOTORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO Iremos ter três tipos de avaliações diferentes: mensal, semestral e anual. Em relação à avaliação mensal, iremos registar a taxa de participação dos Utentes/Clientes nas atividades propostas, sendo verificada em impresso próprio a avaliação da atividade. Semanalmente iremos ter em conta as reuniões de equipa com as Ajudantes de Ação Direta e os registos efetuados nos planos de cuidados mensais. O projeto será avaliado semestralmente e se necessário será restruturado afim das atividades poderem ser adaptadas à realidade em questão. Na avaliação anual, faz-se uma análise geral onde se verifica o nível de aplicabilidade/ concretização dos objetivos, estratégias e grau de cumprimento. Nesta verificamos também os pontos menos positivos do PAADP. Após esta avaliação, a equipa técnica delineia o PAADP do ano seguinte. 8. ANEXOS PLANIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES Revisão 00 Página 9 de 10