ANAPLASMOSE BOVINA DOENÇA PRESENTE NO BRASIL E ESTADOS UNIDOS
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- Mirela Pinho Fonseca
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1 ANAPLASMOSE BOVINA DOENÇA PRESENTE NO BRASIL E ESTADOS UNIDOS PECUARISTAS DEVEM FICAR ATENTOS PARA DOENÇA DE GADO Por Angie Newsome, 04 de novembro de 2013 Dois rebanhos bovinos da Carolina do Norte (E.U.A.) foram confirmados como positivos recentemente para anaplasmose pelo Laboratório Rollins, do Departamento de Agricultura da Carolina do Norte. Anaplasmose é uma doença infecciosa que faz com que as células vermelhas do sangue sejam retiradas da circulação, resultando em febre, anemia grave e até morte. Vacas de ambos os rebanhos morreram. Outro rebanho está aguardando a confirmação, o que tornaria este o 12º rebanho a ser confirmado este ano na Carolina do Norte. Oito casos foram relatados em Os rebanhos estão localizados nos municípios de Granville, Duplin e Person. Anaplasmose é comumente encontrada em todo o país e é transmitida por carrapatos, picadas de insetos, bem como a partilha de agulhas e instrumentos contaminados com sangue contaminado. É mais prevalente no outono e afeta principalmente bovinos adultos, apesar de qualquer idade ser afetada. Os sinais clínicos são aqueles típicos de anemia grave, incluindo letargia, perda de apetite, tremores musculares ou fraqueza, gengivas pálidas, dificuldade para respirar e boca seca. A doença também pode afetar ovinos e caprinos, mas não é uma ameaça para os seres humanos. O Veterinário do Serviço Estadual, David Marshall, recomenda que os proprietários de gado entrem em contato com seus veterinários caso algum destes sintomas sejam notados. "Se ocorrer anemia severa, qualquer estresse no animal pode resultar em morte", disse Marshall. "Quanto mais cedo a doença for diagnosticada e tratada, melhor para o rebanho". A doença é fatal em cerca de 30 por cento do gado que contrai o parasito. Marshall incentiva os produtores a consultarem seus veterinários sobre um plano para diagnosticar e tratar o rebanho se houver suspeita de anaplasmose. Fonte: Angie Newsome, editora do Carolina Public Press ( INTRODUÇÃO Anaplasmose bovina é uma infecção causada por Anaplasma marginale e A. centrale, rickettsias da família Anaplasmataceae, ordem Rickettsiales. A espécie mais patogênica e de maior importância para bovinos é o A. marginale. Essa rickettsia apresenta-se como corpúsculos intraeritrocitários, visualizados em microscopia óptica como pequenos pontos escuros, de localização periférica, variando entre 0,1µm a 0,8µm. O A. marginale está amplamente distribuído nas regiões tropicais, subtropicais e temperadas do mundo (figura 2). Está presente na América do Norte, América Central, América do Sul, Austrália e Sudeste Africano, sendo endêmica no México, América Central, região Caribeana
2 das Américas, Guianas, Venezuela e Colômbia. A prevalência varia de 2,1% a 100%. No Brasil, a prevalência da anaplasmose também tem uma grande variação, com índices de 12,3% a 100%. Figura 1: Mapa de distribuição da Anaplasmose no mundo. Fonte: Site Nos EUA, a anaplasmose é responsável pela morte de a cabeças de bovinos anualmente, com perdas estimadas em U$ 300 milhões. Ela atinge cerca de 30% das regiões enzoóticas do Estado do Texas, provocando a morte em 36% dos casos clínicos, 24% de abortos, perda de peso médio de 86kg por animal urante a fase aguda da infecção e aumento de U$ 52 e U$ 30 com serviços veterinários e manejo, respectivamente. O A. marginale é transmitido biológica e mecanicamente por um grupo diversificado de artrópodes. O carrapato Boophilus microplus é o principal transmissor de A. marginale no Brasil pelas vias transestadial e mecânica, sendo que a via transovariana ainda está sendo avaliada. Insetos hematófagos (moscas, mosquitos, tabanídeos) e agulhas de injeção também contribuem para a transmissão da doença. A forma congênita de transmissão em bovinos pode ocorrer, ocasionando a anaplasmose neonatal. Figura 2: Vista dorsal de uma fêmea ingurgitada, Boophilus microplus. Fonte: A imunidade conferida contra A. marginale é de duração variável e de origem humoral e celular. Na anaplasmose, há uma evidência de resposta auto-imune durante a fase aguda, parcialmente responsável pela anemia, na qual o baço tem importante função no desenvolvimento
3 e manutenção da imunidade, pois os eritrócitos são rapidamente removidos da circulação, sem evidência de hemólise intravascular. Os bezerros que se infectam nos primeiros dias de vida, em regiões onde o carrapato está presente durante o ano todo, apresentam maior resistência devido à absorção de anticorpos colostrais, imunidade celular e presença de fatores séricos de resistência. O A. marginale determina as formas clínicas aguda, superaguda, leve e/ou crônica, com um período pré-patente de 20 a 40 dias seguido por parasitemia. No pico da enfermidade, a queda do hematócrito é acentuada e mais de 75% dos eritrócitos podem estar infectados, com o quadro podendo persistir por uma a duas semanas. Os sinais observados consistem de anemia hemolítica, icterícia, dispnéia, taquicardia, febre, fadiga, lacrimejamento, sialorréia, diarréia, micção freqüente, anorexia, perda de peso, aborto, às vezes agressividade, podendo levar o animal à morte em menos de 24 horas. ESTÁGIOS Podemos definir o curso clínico desta doença em quatro estágios: incubação, desenvolvimento, convalescença e estado de portador (inaparente). A incubação corresponde à origem da infecção e resulta na invasão de cerca de 1% do volume total de eritrócitos, durando de 3 a 8 semanas segundo a carga parasitária a que o animal é exposto. Já nesta fase inicia-se o processo de reprodução do parasita sem que, no entanto, o animal infectado manifeste qualquer sinal clínico. Durante o estágio de desenvolvimento, que pode durar de 4 a 9 dias, aparecem os sinais característicos de Anaplasmose. Devido à presença do parasita, os glóbulos vermelhos sofrem lise surgindo sinais de anemia, febre, quebra abrupta da produção leiteira e depressão. Os primeiros indícios observáveis são as mucosas pálidas e a fraqueza generalizada do animal que, por vezes, se encontra isolada. Mais tarde, o animal manifesta constipação, excitação, rápida perda de peso e, eventualmente, as mucosas aparecem ictéricas e a urina castanha devido ao aumento da concentração sérica dos pigmentos biliares. No final desta fase, os animais estão caídos sem capacidade de se levantar sozinhos, acabando por falecer. Os animais que sobrevivem à fase clínica da doença entram em convalescença. Este período, que se prolonga entre 2 a 3 meses, é caracterizado por sinais muito variados tais como perda de peso e episódios de aborto. No acompanhamento dos sinais hematológicos é fácil reconhecer esta fase pelo aumento do hematócrito (recuperação do número de eritrócitos), pois neste estágio, o organismo responde aos déficits hematológicos através de intensa eritropoiese (anemia hemolítica regenerativa). Nesta altura, as mortes registradas vão diminuindo à medida que esta fase progride. Todas as idades são susceptíveis à doença, mas a manifestação clínica mostra-se mais exuberante nos animais mais velhos. Antes dos 6 meses os animais demonstram bastante imunidade à doença e raramente manifestam sinais clínicos, entre os 6 meses e os 3 anos a susceptibilidade torna-se média e os animais afetados podem ficar gravemente doentes, e a partir dos 3 anos cerca de 50% dos animais afetados podem falecer. Após convalescença, a maioria dos animais fica portadora de Anaplasma. A medicação adequada pode, no entanto, diminuir a incidência do parasita numa população de bovinos. Os animais portadores não exibem quaisquer sintomas uma vez que os níveis sanguíneos de Anaplasma se mantêm extremamente baixos. Contudo a sua importância epidemiológica não deve ser negligenciada, pois os animais portadores são certamente a principal fonte de infecção dentro de uma exploração. É importante ressaltar ainda que estes animais raramente ficam doentes pela segunda vez. DIAGNÓSTICO Os sinais clínicos da anaplasmose, evidentes em animais susceptíveis, não são específicos, sendo necessário o diagnóstico diferencial de outras enfermidades. A literatura mostra uma grande variedade de testes laboratoriais que podem ser utilizados para a pesquisa direta do A. marginale e seus componentes, ou antígenos e anticorpos, que podem estar presentes nos humores de animais acometidos pela infecção. O diagnóstico anátomo-patológico é efetuado através de necropsia, para observação das alterações presentes no animal. As alterações macroscópicas mais observadas são sangue fino e aquoso, mucosas e serosas anêmicas ou
4 ictéricas, hepato-esplenomegalia, rins aumentados e escuros, vesícula biliar distendida com bile densa, grumosa e congestão cerebral. Os sinais são bastante variáveis, dependendo da cepa do agente e susceptibilidade do hospedeiro, necessitando de um diagnóstico laboratorial mais detalhado, para a identificação da rickettsia. DIAGNÓSTICO DIRETO Na fase aguda da doença, quando a parasitemia é alta, Anaplasma spp é facilmente detectado nos eritrócitos de bovinos, através de esfregaços sangüíneos delgados corados pelo Método Giemsa (figura 3). Entretanto, quando os animais se recuperam, tornando-se portadores, com baixa parasitemia, a visualização do parasito, por esse método, torna-se extremamente difícil. Figura 3: Infecção de Anaplasma marginale em sangue bovino. Organismos intracelulares aparecem como inclusões esféricas, basofílicas, que geralmente estão localizadas próximo à margem dos eritrócidos. Fonte: Dica baseada no texto de Vidotto & Marana, Ciência Rural, v. 31, n. 2, MATERIAL COD/EXAMES PRAZO DIAS Sangue em tubo com EDTA Sangue em tubo sem anticoagulante Sangue em tubo com EDTA ou esfregaços em lâmina Fragmento de tecido fixado no formol HECOB- HEMOGRAMA COMPLETO DE BOVINOS 1 B74- PERFIL CHECK UP GLOBAL DE FUNÇÕES BOVINO PB- PESQUISA DE BABESIA E HEMATOZOARIOS 2 BIO- HISTOPATOLOGIA BIOPSIA 5 1
5 O que você quer na próxima DICA? Responda a este e nos dê a sua sugestão, opinião ou dúvida. Teremos o maior prazer em ouvi-lo. EQUIPE DE VETERINÁRIOS - TECSA Laboratórios Primeiro Lab. Veterinário certificado ISO9001 da América Latina. Credenciado no MAPA. PABX: (31) ou FAX: (31) tecsa@tecsa.com.br RT - Dr. Luiz Eduardo Ristow CRMV MG 3708 Facebook: Tecsa Laboratorios INDIQUE ESTA DICA TECSA PARA UM AMIGO Você recebeu este Informativo Técnico, pois acreditamos ser de seu interesse. Caso queira cancelar o envio de futuros s das DICAS TECSA ( Boletim de Informações e Dicas ), por favor responda a esta mensagem com a palavra CANCELAMENTO no campo ASSUNTO do .
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